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TEMAS LIVRES FREE THEMES


Avaliação das condições higiênico-sanitárias
das cozinhas de creches públicas e filantrópicas

Evaluation of the hygienic-sanitary conditions


of kitchens in public and philanthropic daycare centers

Mariana de Novaes Oliveira 1


Anne Lise Dias Brasil 1
José Augusto de Aguiar Carrazedo Taddei 1

Abstract This paper aims to evaluate the hy- Resumo Este trabalho objetiva avaliar as con-
gienic-sanitary conditions of kitchens in philan- dições higiênico-sanitárias das cozinhas de cre-
thropic and public daycare centers in the city of ches públicas e filantrópicas do município de São
São Paulo using a tool of easy application. Infor- Paulo, através da utilização de um instrumento
mation on the hygienic-sanitary conditions was de fácil aplicação. As informações sobre as condi-
gathered observing the operational conditions of ções higiênico-sanitárias foram coletadas atra-
five public and philanthropic daycare centers in vés da observação das condições de funcionamen-
the city of São Paulo. A score was developed for to da cozinha de cinco creches públicas e filan-
classifying the risks of food contamination. The trópicas do município de São Paulo. Para a clas-
operational conditions in the kitchens of the stud- sificação do risco de contaminação da alimenta-
ied philanthropic and public daycare centers in ção, foi criado um escore. As cozinhas observa-
the city of São Paulo can result in contamination das de creches públicas e filantrópicas do muni-
of the prepared food. Among the most important cípio de São Paulo encontram-se em condições
risk factors for food contamination is the behav- de funcionamento que oferecem riscos de conta-
ior of the workers who handle the food. Training minação à alimentação produzida pela institui-
and continuous supervision of the involved per- ção. Dentre os maiores fatores de risco de conta-
sonnel are the best and easiest alternatives for as- minação dos alimentos encontram-se as ações
suring the appropriate hygienic-sanitary condi- dos manipuladores. O investimento em treina-
tions and quality of the food offered to the chil- mento e supervisão continuada da mão-de-obra
dren in these daycare centers. envolvida na manipulação de alimentos é a me-
Key words Daycare centers, Food hygiene, Food lhor e mais fácil alternativa a ser realizada como
manipulation, Food quality forma de garantia das adequadas condições higiê-
nico-sanitárias e da qualidade da alimentação
servida às crianças em creches.
1
Departamento de Palavras-chave Creches, Higiene dos alimentos,
Pediatria, Escola Paulista
de Medicina, Universidade
Manipulação de alimentos, Qualidade dos
Federal de São Paulo. alimentos
Rua Loefgreen 1647, Vila
Clementino. 04040-032
São Paulo SP.
mari_crecheficiente@
yahoo.com.br
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Oliveira, M. N. et al.

Introdução tos. Diversos estudos salientam a importância


do seu treinamento na prevenção de enfermida-
O censo escolar de 2003 revelou que, no Brasil, des transmitidas por alimentos12-19.
7% das crianças de 0 a 3 anos freqüentam cre- Panetta16 ressaltou que, dentre as estratégias
ches. A evolução do número de matrículas nes- estabelecidas pela Food and Agricultural Orga-
tas instituições passou de 381.804 em 1998 para nization (FAO) e pela Organização Mundial de
1.415.131 em 2005, mostrando, assim, um au- Saúde (OMS) para a segurança alimentar, desta-
mento de 270,6% em sete anos. Atualmente, no ca-se a capacitação dos recursos humanos, em
Estado de São Paulo, são 407.580 matrículas, sen- especial dos manipuladores de alimentos. Os
do 143.497 apenas na capital1. manipuladores possuem fundamental impor-
Ainda no início do processo de industrializa- tância na higiene e sanidade da alimentação ser-
ção e urbanização, as primeiras creches do Esta- vida, visto que a eles cabe o manuseio, tornan-
do de São Paulo surgiram por volta de 1909, com do-se fonte potencial de contaminação, caso ocor-
o objetivo de combater a pobreza, a exclusão ram falhas no processo de preparo20,21.
social, a desnutrição e a mortalidade infantil, bem Oliveira et al.22 afirmaram que a educação e o
como atender às necessidades das mulheres que treinamento dos manipuladores são as melho-
trabalhavam fora de casa2. res ferramentas para assegurar a qualidade da
Uma das grandes responsabilidades da cre- alimentação.
che é a alimentação, pois o ato de alimentar ade- Os riscos de contaminação nas creches e es-
quadamente uma criança permite a ela se desen- colas são maiores devido ao preparo dos alimen-
volver com saúde intelectual e física, diminuin- tos com muita antecedência, o que favorece a
do, ou evitando, também, o aparecimento de dis- exposição prolongada a eventuais agentes con-
túrbios e deficiências nutricionais3. taminadores. Além disso, as condições de higie-
O alimento é essencial, tanto para o cresci- ne inadequadas no local de preparo e distribui-
mento como para a manutenção da vida, mas ção também contribuem para isso.
não podemos esquecer que também pode ser res- O consumo de alimentos contaminados por
ponsável por doenças4-7. Por esse motivo, o ob- microorganismos patogênicos pode levar o in-
jetivo principal dos estabelecimentos que forne- divíduo a um quadro infeccioso, variando de um
cem alimentação tem sido fornecer uma dieta leve desconforto a reações intensas e até mesmo
equilibrada do ponto de vista nutricional e, aci- à morte. Isso pode ocorrer nos grupos mais sus-
ma de tudo, segura do ponto de vista higiênico- ceptíveis, como as crianças e os idosos21.
sanitário7-9. A legislação não prevê normas específicas de
A análise do risco de contaminação da ali- funcionamento para cozinhas de creches ou qual-
mentação permite detectar com maior exatidão quer outra instituição de ensino. As normas uti-
onde é necessário agir, identificando qual etapa lizadas no controle de funcionamento de cozi-
da produção interfere na segurança do alimento. nhas em creches são as mesmas que determinam
O Brasil é o país da América Latina com mai- o funcionamento e estrutura de cozinhas indus-
or e mais diversificada experiência em progra- triais. No município de São Paulo, em 2003, quan-
mas de alimentação e nutrição em escolas9. O do foi criado o instrumento para a coleta de da-
Programa Nacional de Alimentação Escolar dos da pesquisa, a Portaria adotada era a 2.535/
(PNAE) foi desenvolvido em 1954 e tem como 03 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
objetivo suprir parcialmente as necessidades nu- (Anvisa)23. Esta se aplica a todas as empresas nas
tricionais dos alunos, com a oferta de uma ou quais sejam realizadas algumas das seguintes ati-
mais refeições diárias, adequadas e seguras10. vidades: produção/fabricação, importação, ma-
Richards et al.11 salientaram que os progra- nipulação, fracionamento, armazenamento, dis-
mas de alimentação escolar oferecem riscos, so- tribuição, venda para o consumo final e trans-
bretudo devido à possibilidade de contaminação porte de produtos na área de alimentos.
pelo desenvolvimento bacteriano em alimentos e Partindo do princípio de que cozinhas de cre-
pelo grande número de refeições produzidas. ches ou de instituições de ensino assemelham-se
Atualmente, uma das grandes preocupações mais às cozinhas domésticas do que às cozinhas
com o alimento diz respeito à sua qualidade; por industriais, fica difícil a aplicação e cumprimento
isso, é indispensável conhecer as condições higiê- das normas de funcionamento exigidas pela legis-
nico-sanitárias na sua produção. Dentre os com- lação citada, que apesar de não serem adequadas
ponentes que podem afetar essa condição, sem às cozinhas de creches, são exigidas pela Secreta-
dúvida, encontra-se o manipulador de alimen- ria de Educação do Município de São Paulo24.
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A detecção e a rápida correção das falhas no dos na literatura científica. Tais itens escolhidos
processamento de alimentos, bem como a ado- integravam a Portaria no 2.535/03 da Anvisa23.
ção de medidas preventivas, são hoje as princi- Foi produzido um manual de campo com a
pais estratégias para o controle de qualidade25. finalidade de normatizar a observação. No preen-
Para isso, devem-se manter medidas para a higi- chimento do instrumento, o pesquisador classi-
enização completa e eficaz, capazes de garantir ficou os itens como adequados ou inadequados,
refeições seguras. Essas medidas compreendem de acordo com o que estava descrito no manual.
três aspectos principais: o ambiente, o alimento e Uma breve descrição dos itens avaliados encon-
o manipulador de alimento. tra-se no Anexo 1. O instrumento foi submetido
Ao reconhecer os riscos que as doenças de a um pré-teste a fim de garantir a viabilidade de
origem alimentar oferecem à saúde e a impor- preenchimento de todos os quesitos.
tância da qualidade da merenda escolar ofereci- As observações do manipulador e do funcio-
da às crianças, diminuindo, assim, o risco de namento da cozinha foram realizadas por um
transmissão dessas doenças pela contaminação único observador no mínimo três vezes, em mo-
do alimento, o presente trabalho teve como ob- mentos diferentes para, então, serem considera-
jetivo analisar as condições higiênico–sanitárias dos adequados ou inadequados. Na análise fi-
no preparo da alimentação oferecida por creches. nal, o item que por ventura fosse considerado
como inadequado uma única vez seria classifica-
do dessa forma. A estrutura física da cozinha foi
Metodologia observada uma única vez.
Para a classificação do risco de contamina-
Esse trabalho faz parte do Projeto Crecheficiente ção da refeição produzida pela creche, foi criado
– Ações de Segurança e Educação Alimentar em um escore. Os valores do escore foram gerados
Creches Públicas e Filantrópicas no Município após consenso em discussões dirigidas e estrutu-
de São Paulo/NISAN/UNIFESP/Edital MCT/ radas por nutricionistas e nutrólogos da disci-
Mesa/CnPq/CT Agronegócio 01/2003 – Tema I – plina de nutrologia do Departamento de Pedia-
Segurança Alimentar e Nutricional. tria da UNIFESP/EPM, que visavam ordenar e
Para selecionar as creches que fariam parte do valorar cada uma das variáveis. Assim, pontua-
estudo, realizou-se o levantamento das institui- ram-se os itens observados numa escala tipo Li-
ções vinculadas à Prefeitura Municipal de São Pau- kert27, de 0 a 1, quanto ao seu grau de importân-
lo, de acordo com o critério de proximidade da cia, baseado na literatura científica. A partir des-
UNIFESP e/ou facilidade de acesso pelas linhas sa classificação, os itens foram divididos em qua-
do metrô. Após contato telefônico, foram visita- tro categorias: 1 – importante (0,0 – 0,3); 2 –
das treze creches que poderiam fazer parte do es- muito importante (0,4 – 0,6); 3 – importantíssi-
tudo. Nestas visitas, era preenchido um roteiro mo (0,7 – 0,9) e 4 – imprescindível (1,0).
com dados básicos da creche, que incluíam crité- Após esse processo, os itens observados fo-
rios de acessibilidade (condições de transporte dos ram agrupados em relação aos seguintes elemen-
pesquisadores e equipamentos e a distância da tos: o manipulador de alimento, a estrutura físi-
UNIFESP) e de sua estrutura de funcionamento ca e o funcionamento da cozinha (Anexo 2).
(número de lactentes atendidos, número de edu- Ao preencher o instrumento, realizou-se a
cadoras, recursos humanos disponíveis). soma dos valores dos itens que foram classificados
O cruzamento destes dados foi realizado atra- como adequados. O valor encontrado foi trans-
vés da metodologia descrita por Beghin26; assim, formado em uma porcentagem, resultando assim
obteve-se a ordem de classificação das institui- na classificação do grau de risco de contaminação.
ções e, ao final do procedimento, foram, final- Utilizou-se o seguinte critério para a classifi-
mente, selecionadas as cinco primeiras creches cação do grau de risco de contaminação da refei-
para o estudo. ção oferecida pela creche: 100%: sem risco de con-
Os dados foram coletados nos meses de agos- taminação; 99 – 61%: risco de contaminação I;
to a outubro de 2004. 60 – 41%: risco de contaminação II e < 40%: ris-
Para o registro e análise das condições físicas e co de contaminação III.
higiênico-sanitárias das cozinhas das creches, foi Os dados foram digitados no programa es-
criado um roteiro estruturado de observação com tatístico Epi InfoTM 28 com dupla digitação para a
os itens considerados estritamente indispensáveis validação dos dados. Os valores de porcenta-
ao bom funcionamento e segurança no preparo gens de adequação foram calculados com inter-
das refeições produzidas pelas instituições basea- valos de confiança de 95%.
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Oliveira, M. N. et al.

Para estudar a propriedade da escala de pon- Resultados


tuação dos itens observados nas cozinhas das
creches, utilizou-se a Análise de Correspondên- Na Tabela 1, encontra-se a descrição dos itens
cia Múltipla (ACM)29. classificados como inadequados. As maiores ina-
dequações encontradas foram: alimentos não
identificados ou identificados incorretamente; as
portas estavam sem protetor de rodapé, para
impedir a entrada de insetos e roedores; os ali-
mentos não permaneciam em temperatura ade-

Tabela 1. Descrição das inadequações encontradas nas cozinhas de 5 creches públicas e filantrópicas
do município de São Paulo, 2004.

Variável Inadequação (%)


Alimentos Não estavam identificados ou identificados incorretamente 100,0
Análise física As portas não tinham protetor de rodapé 100,0
Distribuição Alimentos não permaneciam quentes durante a distribuição 100,0
Pré-preparo Não desinfetavam os alimentos em água clorada quando 80,0
recomendado
Higiene das mãos Não lavavam no início ou na troca de cada atividade 6,2
Não utilizavam a técnica correta 87,5
Faltava produto próprio 6,2
Práticas sanitárias Experimentavam alimentos com as mãos 6,2
Falavam, cantavam, tossiam, espirravam durante a 81,2
manipulação do alimento
Ambiente Higienização não obedecia à freqüência correta 40,0
Presença de animais e/ou insetos no ambiente 20,0
Análise do ambiente Cozinha não era bem ventilada 40,0
Cocção de ovos Não foram lavados antes do uso 20,0
Descongelamento Realizavam em temperatura ambiente 40,0
Despensa Não obedecia as regras para armazenamento de alimentos 20,0
Não utilizava a regra PEPS* ou PVPS** 40,0
Equipamentos Estavam em mau estado de conservação 40,0
Equipamentos e utensílios Higienização não obedecia à freqüência correta 20,0
Presença de material inadequado: lãs de aço 40,0
Freezer e geladeira Não apresentava termostato e/ou termômetro ou não 40,0
funcionava
Lixo Acondicionado de forma errada 20,0
Local de preparo de Não existia funcionário próprio, devidamente treinado 20,0
mamadeiras e fórmulas O ambiente não era higienizado corretamente todos os dias 20,0
Excedia 30 minutos de trabalho por lote de alimento 20,0
Manipulação Não lavava todos os utensílios com água e detergente 20,0
Técnica de higienização Não utilizava escova de cabo longo e/ou escovinha e/ou esponja 40,0
de mamadeiras própria para higienização dos utensílios
Utensílios Quantidade insuficiente ou em falta 40,0
Estavam em mau estado de conservação 20,0
Presença de material inadequado: madeira 40,0
Higiene dos manipuladores Apresentavam adornos, como por exemplo: anéis, colar, 25,0
brinco, pulseiras, etc.
Apresentavam unhas compridas 12,5
Saúde dos manipuladores Manipulavam alimentos com cortes ou lesões abertas nas mãos 6,2
Uniforme Sujo 6,2
Sem touca 6,2
Touca mal colocada na cabeça 18,7

*PEPS: primeiro que entra, primeiro que sai; **PVPS: primeiro que vence, primeiro que sai.
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quada durante a distribuição; alimentos que, no cia aos manipuladores. Pode-se observar que
pré-preparo, não foram desinfetados em água 100% dos manipuladores apresentaram inade-
clorada; utensílios em quantidade insuficiente e quação no item higiene das mãos (técnica) e
em mau estado de conservação. Encontraram- 87,5% no que diz respeito às práticas sanitárias
se, ainda, utensílios de material considerado ina- durante a manipulação do alimento (Figura 1).
dequado para o uso em alimentação, como, por Na Figura 2, encontram-se as porcentagens
exemplo, de madeira (Tabela 1). de adequação dos itens analisados quanto ao
No que diz respeito aos manipuladores, evi- funcionamento da cozinha. Observa-se que em
denciou-se práticas sanitárias inadequadas: o 80% das cozinhas os manipuladores não realiza-
manipulador falava, cantava, tossia, espirrava vam o pré-preparo dos alimentos que não pas-
durante a manipulação do alimento e, principal- sariam pelo processo de cocção (desinfecção em
mente, não realizava corretamente a técnica de água clorada) de maneira adequada. Além disso,
lavagem das mãos. constatou-se 60% de inadequação em relação à
Na Figura 1, encontram-se as porcentagens higiene do ambiente, das mamadeiras e dos equi-
de adequação dos itens analisados com referên- pamentos e utensílios (Figura 2).

saúde

uniforme

higiene

práticas sanitárias

higiene das mãos

0% 20% 40% 60% 80% 100%

adequado inadequado

Figura 1. Porcentagem de adequação dos itens observados nos 16 manipuladores de alimentos que
trabalhavam nas creches.

lixo
manipulação
descongelamento
cocção ovos
esterilização de mamadeiras
higienização de mamadeiras
ambiente
equipamentos e utensílios
pré-preparo
cocção óleo

0% 20% 40% 60% 80% 100%

adequado inadequado não observado


Figura 2. Porcentagem de adequação dos itens analisados nas cozinhas das creches quanto ao seu
funcionamento.
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Oliveira, M. N. et al.

A Figura 3 apresenta a porcentagem de adequa- Após a aplicação do escore, isto é, a soma


ção dos itens referentes à estrutura física das cozi- dos valores dos itens encontrados adequados e
nhas. Destaca-se que em 60% dessas os alimentos sua transformação em porcentagem, obtiveram-
eram armazenados de forma inadequada e, ain- se os resultados demonstrados na Tabela 2. A
da, em 100% encontram-se inadequadas quanto tabela mostra que todos os manipuladores ana-
à distribuição e identificação dos alimentos, nos lisados apresentaram risco de contaminação,
utensílios e na análise da área física (Figura 3). sendo que um deles (manipulador B da creche 1)

refeitório

área de produção

móveis

equipamentos

análise do ambiente
local de preparo das
mamadeiras
freezer e geladeira

despensa

distribuição

utensílios

análise física
alimentos

0% 20% 40% 60% 80% 100%

adequado inadequado

Figura 3. Porcentagem de adequação dos itens analisados nas cozinhas das creches quanto à sua estrutura
física.

Tabela 2. Resultado da aplicação do escore do risco de contaminação das refeições produzidas por 5 creches
públicas e filantrópicas do município de São Paulo, 2004.
Creche Manipuladores Cozinha
A B C D Funcionamento Estrutura física
PA * RC** PA RC PA RC PA RC PA RC PA RC
1 53,9% II 0 III 38,5% III - - 27,6% III 32% III
2 53,9% II 69,3% I 69,3% I - - 48,3% II 72% I
3 38,5% III 38,5% III 38,5% III 38,5% III 55,2% II 32% III
4 38,5% III 38,5% III 38,5% III - - 34,8% III 16% III
5 53,9% II 38,5% III 53,9% II - - 55,2% II 44% II
PA* : porcentagem de adequação;
RC** : risco de contaminação:
0 - 100%: sem risco de contaminação; I - 99 – 61%: risco de contaminação I;
II - 60 – 41%: risco de contaminação II; III - < 40%: risco de contaminação III;
Manipuladores A, B, C e D = corresponde ao nº de manipuladores de cada creche.
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obteve 0% de adequação dos quesitos analisa- da alimentação que era oferecida às crianças
dos. Além disso, todas as cozinhas analisadas menores de dois anos. Por esse motivo, a avalia-
demonstraram risco de contaminação, tanto em ção desse espaço foi realizada junto à classifica-
sua estrutura quanto em seu funcionamento. ção da cozinha, sendo definida como o local de
As creches de número 3 e 4 foram as que ob- preparo de mamadeiras, e não como lactário.
tiveram resultados mais insatisfatórios, uma vez O levantamento das condições higiênico-sa-
que 100% dos seus manipuladores foram classi- nitárias, apesar da reduzida amostragem diante
ficados como risco de contaminação III. Por sua do grande número de creches existentes em São
vez, a creche de número 2 foi a que obteve me- Paulo, identificou problemas que acreditamos
lhor classificação. serem comuns à maioria das instituições. De acor-
do com a classificação proposta, nenhuma das
cinco instituições avaliadas no estudo produzia
Discussão alimentos livres do risco de contaminação. Isto
nos leva ao questionamento de que, mesmo se o
Ao se realizar a observação como forma de ava- número de creches observadas fosse ampliado,
liação das condições higiênico-sanitárias das co- não ocorreriam mudanças significativas nos re-
zinhas de creches públicas e filantrópicas do sultados encontrados.
município de São Paulo, deparou-se com a difi- Nas creches avaliadas, o fator limitante para a
culdade de encontrar, na literatura científica, es- produção de alimentos seguros não está na estru-
tudos que tratem do mesmo tema no mesmo tura física da cozinha e, sim, no seu funcionamento,
tipo de instituição. A maioria dos estudos exis- isto é, na manipulação dos alimentos. Encontrou-
tentes analisa as condições de funcionamento de se 62,5% dos manipuladores de alimentos classi-
cozinhas de grande porte, como de indústrias e ficados na categoria III do risco de contaminação,
universidades. Além disso, quando analisam as enquanto que, em menor proporção, 40% das
cozinhas, não demonstram de forma clara como cozinhas se enquadraram no mesmo risco de con-
foi realizada essa avaliação, isto é, o instrumento taminação quanto à sua estrutura.
utilizado, e os resultados apresentados. Grande Os manipuladores apresentaram 100% de
parte dos estudos utiliza a análise microbiológi- inadequação quanto à higiene das mãos. Esse re-
ca como forma de avaliar a qualidade da alimen- sultado é semelhante ao encontrado por Lagag-
tação produzida, o que dificulta sua aplicação gio et al.21, quando analisaram a contaminação
por todos os estabelecimentos; além de ser um das mãos de manipuladores de alimentos do res-
método caro, necessita de uma pessoa capacita- taurante universitário da Universidade Federal de
da para a sua realização. Outro fator limitante é Santa Maria, RS. Entretanto, é reconhecida pela
o de não identificar onde e como se deu a conta- literatura científica a grande importância que a
minação21,25,30. higiene das mãos desempenha na sanidade dos
Este estudo utilizou um instrumento de fácil alimentos20.
aplicação, no qual, por meio da observação, pro- Almeida et al.25 observaram que os manipu-
põe um escore para a classificação do risco de ladores de alimentos do restaurante de uma Uni-
contaminação das refeições que estão sendo pro- versidade em Campinas raramente lavavam as
duzidas nas creches. mãos quando entravam na cozinha, ou durante
Segundo Fázio, citado por Mezomo31, lactá- o preparo dos alimentos. Cardoso et al.32 encon-
rio é definido como Unidade do hospital destina- traram resultados positivos de crescimento mi-
da ao preparo, higienização e distribuição das crobiano nas mãos de lactaristas de um hospital
mamadeiras de leites e seus substitutos, juntamen- de Sorocaba, SP, indicando, assim, a falta de rigor
te com água, chá e demais hidratantes, para ali- e cuidado no procedimento de lavagem de mãos.
mentação de recém nascidos e dos pacientes da pe- Segundo Oliveira et al.22, a maior parte das
diatria, sob as mais rigorosas técnicas de assepsia, ocorrências de contaminação microbiana dos ali-
de maneira a oferecer à criança uma alimentação mentos tem origem na ignorância e descaso dos
adequada com menor risco de contaminação. Nas manipuladores.
creches estudadas, a área definida erroneamente A adoção de técnicas corretas de manipula-
como lactário nada mais era do que um espaço, ção dos alimentos e a conscientização dos pro-
próximo ao berçário, destinado à distribuição fissionais envolvidos são fundamentais como me-
da alimentação do lactente. A produção dessa dida de controle das infecções de origem alimen-
alimentação era realizada na cozinha, em um es- tar, principalmente nos estabelecimentos que for-
paço definido para o preparo de mamadeiras e necem refeições coletivas. Os manipuladores de
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Oliveira, M. N. et al.

alimentos são agentes disseminadores de micro- das pela Portaria no 2.535/03, para controle do
organismos aos equipamentos, utensílios e aos crescimento e proliferação de microorganismos
alimentos. A detecção e a rápida correção das nos alimentos prontos para o consumo em dis-
falhas no processamento dos alimentos, bem tribuição ou espera, esses devem permanecer sob
como a adoção de medidas preventivas, são as controle de tempo e temperatura de 65ºC ou mais,
principais estratégias para o controle de qualida- num período máximo de 12 horas; a 60ºC, no
de dos alimentos8,10,20-22,25,32. máximo de 6 horas e abaixo de 60ºC no máximo
Góes et al.8 relataram que não é possível rea- 1 hora, além de estarem protegidos (tampados,
lizar mudanças estruturais nas cozinhas, sem que vedados) de qualquer contaminação. Nas cre-
haja conscientização dos manipuladores quanto ches observadas, as refeições eram preparadas
à higiene. Além disso, a direção ou órgão res- com grande antecedência, permanecendo por um
ponsável pela instituição deve tomar providên- período maior de 1 hora a menos de 60ºC, mui-
cias para que todas as pessoas que manipulam tas vezes eram reaquecidas próximo da hora de
alimentos recebam instrução adequada e contí- serem servidas, além de não haver nenhum con-
nua quanto à higiene pessoal, as técnicas higiêni- trole de tempo e temperatura desses alimentos.
co-sanitárias e quanto à manipulação dos ali- Vale ressaltar que os alimentos que não estive-
mentos, com vistas a adotar os cuidados neces- rem dentro dos parâmetros estabelecidos de tem-
sários na produção de refeições. po e temperatura devem ser desprezados23.
Hobbs & Roberts33 ressaltaram que, além dos Giordano 36 relata que a presença e a pro-
manipuladores, os equipamentos e utensílios mal liferação de pragas oferecem risco à saúde
higienizados também são responsáveis pela con- em razão das doenças que podem transmi-
taminação do alimento. tir. Além disso, a contaminação dos alimen-
As falhas desse procedimento permitem que tos estocados, a destruição e a contamina-
resíduos aderidos aos equipamentos e superfíci- ção de suas embalagens também oferecem
es se transformem em potencial fonte de conta- riscos à saúde. Foram encontrados 100% de
minação para o alimento. Para que haja a ade- inadequação na análise física das cozinhas,
quação do processo de higienização de equipa- tendo como maior inadequação, as portas
mentos e utensílios, é necessária a conscientiza- sem protetor de rodapé e, em seguida, jane-
ção do manipulador, já que ele é o responsável las sem a presença de telas, ou seja, sem a
direto por este processo. Encontrou-se 80% de proteção adequada contra insetos e roedo-
inadequação na higienização de equipamentos e res. Esse resultado é concordante ao apre-
utensílios utilizados no processamento das refei- sentado por Silva et al. 7 , na avaliação de dez
ções das creches observadas, embora não faltas- escolas do sistema estadual de ensino de São
sem instrumentos e produtos necessários para Paulo, quando 70% das unidades estavam
proceder adequadamente a ação. Resultado se- inadequadas quanto a estes itens.
melhante foi encontrado por Teixeira34, quando
analisou equipamentos e utensílios de cinco cre-
ches na cidade de Recife e encontrou a presença Conclusão
de coliformes fecais, em quantidade inaceitáveis,
em 40% das geladeiras e liquidificadores, 80% Pode-se concluir que os principais problemas das
dos pratos e copos e 60% das colheres. cozinhas das instituições referem-se à deficiência
Chesca et al.30 encontraram 100% dos equi- de recursos humanos qualificados, ausência de
pamentos e utensílios oferecendo riscos de con- treinamentos e supervisão continuada. Tal con-
taminação aos alimentos em uma UAN (Unida- clusão pode ser estendida às creches públicas e
de de Alimentação e Nutrição) na cidade de Ube- filantrópicas, que necessitam, como principal in-
raba, MG. tervenção, do treinamento e supervisão dos fun-
Encontrou-se 100% de inadequação na tem- cionários, para a melhoria do funcionamento de
peratura dos alimentos quando se procurou ava- suas cozinhas e, conseqüentemente, para a ga-
liar se esses permaneciam em temperatura ade- rantia da qualidade da alimentação oferecida.
quada ao serem expostos ao consumo. A Orga- É fundamental que os manipuladores se cons-
nização Mundial da Saúde35 apontou a cocção cientizem da sua importância na produção de ali-
insuficiente bem como o preparo de alimentos mentos de boa qualidade para o consumo dos
com grande antecedência ao consumo como fa- lactentes e pré-escolares, resultando em melhores
tores que favorecem a proliferação de microor- condições de saúde dessas crianças. Torna-se cla-
ganismos. De acordo com as normas estabeleci- ra e correta a suposição de que as pessoas envol-
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vidas na produção de alimentos necessitam de Os resultados encontrados mostram que nem
conhecimentos relativos aos cuidados higiênicos, sempre as deficiências se prendem à falta de re-
às condições operacionais e ao preparo da ali- cursos financeiros; parte importante dessas defi-
mentação, por meio de programas eficazes e per- ciências está vinculada à falta de informação dos
manentes de treinamento. responsáveis pela organização, gerenciamento e
Os principais problemas observados foram operacionalização das atividades.
comuns a todas as creches estudadas, ou seja, liga- Neste sentido, foi desenvolvido um manual
dos à figura do manipulador e suas ações. Em con- de saúde e nutrição para funcionários de creches,
cordância a vários trabalhos publicados na litera- baseado em soluções práticas e melhoria das de-
tura, pode-se dizer que esta é, provavelmente, a ficiências encontradas na rede. Este manual é uti-
situação existente na grande maioria das creches lizado em um curso de extensão da UNIFESP,
públicas e filantrópicas do município de São Paulo. Nutrição e saúde de lactentes: treinamento para
Desta forma, considera-se que a solução para berçaristas em creches, a fim de aprimorar as
a melhoria do funcionamento das cozinhas de atividades desenvolvidas dentro da instituição.
creches e a garantia de alimentos seguros para as São propostas também atividades de supervisão
crianças destas instituições depende prioritaria- continuada para que os conhecimentos adquiri-
mente do treinamento e supervisão do pessoal dos no curso sejam efetivamente realizados.
envolvido. O Projeto Crecheficiente teve como proposta a
Acredita-se que os investimentos feitos em detecção dos problemas encontrados nas creches
treinamento e qualificação da mão-de-obra des- e, diante dos resultados encontrados, a qualificação
sas instituições não foram suficientes para acom- dos seus funcionários, o que possibilita então a
panhar o crescimento do atendimento da rede e melhoria da relação custo/efetividade das ativida-
o aumento do número de matrículas em creches. des. O investimento em treinamento e supervisão
Cabe ressaltar que os investimentos na capa- continuada da mão-de-obra envolvida na mani-
citação de recursos humanos, por meio de trei- pulação de alimentos é a melhor e mais fácil alter-
namento e supervisão, são de menor custo e mais nativa a ser realizada como forma da garantia das
fáceis de serem realizados do que reformas e adequadas condições higiênico-sanitárias. Acredi-
melhorias da estrutura física, uma vez que essas ta-se que, através de uma equipe qualificada e em
últimas dependem, com maior intensidade, do um ambiente seguro do ponto de vista higiênico-
poder de decisão hierárquica superior e de inves- sanitário, as crianças terão uma melhor qualidade
timentos financeiros. de vida nos aspectos de saúde e nutrição.

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