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― Moço, você já ouviu falar em uva? É a minha fruta favorita! Você sabe de onde elas vêm?

Eu
sei!

Elas vêm de um outro mundo, o incrível plano das uvas!

Há dois mil anos atrás, no plano das uvas, aconteceu uma batalha lendária. As uvas verdes,
poderosos cavaleiros com armaduras de mytrhil e grandes machados de duas mãos, liderados
pela grã-uva verde Martylla, cavalgaram em direção ao exército das uvas roxas, eles tentariam
derrotar o inimigo para garantir a paz no plano das uvas!

Mas as uvas roxas eram formidáveis feiticeiros usuários de magia necrótica, e lideradas pelo
alto mago Kazamir se mostraram poderosas demais, durante a batalha elas reviviam as uvas
verdes caídas e as faziam lutar contra os próprios amigos (elas eram muito cruéis)! As uvas
roxas venceram a batalha e mataram tooooodas as uvas verdes do mundo inteiro...

...até as crianças uvas.

Aí as uvas roxas dominaram todo o plano das uvas, mas elas não estavam satisfeitas e
decidiram invadir o plano material e escravizar todo mundo! Você sabe o que significa
escravizar moço? Eu sei!

Você bate e bate um montão em alguém e manda ele fazer tudo que você quiser e ele não
pode dizer não, senão você bate mais ainda nele. É tipo um irmão.

Bom, eles queriam vir pro plano material escravizar todo mundo! Só que o mago Kazamir errou
os cálculos da magia de transferência entre planos, e no meio da travessia eles todos morreram
de forma muito dolorosa e brutal!

E quando saíram do portal no plano material, caíram e caíram até bater no chão fazendo um
som de peido, que eu não posso repetir porque é falta de educação.

Aí eles apodreceram e o coração deles afundou na terra e depois de um tempão nasceram


árvores de uvas, também conhecidas como parreiras, e nessas árvores começaram a brotar um
montão de uvas! Mas essas não eram formidáveis magos necromantes, só frutas.

― Desculpe pequenino, mas eu só perguntei o seu nome pra abrir a conta da estalagem.

― Ah tá! É Dyngo, mas pode me chamar de “O Devorador de Necromantes”!


Dingo Lingo era um menino fada nascido no Feywild, em algum lugar da floresta de
Elvandar, onde as árvores têm folhas púrpuras e flores de gelo, um lugar mágico repleto de
maravilhas, perigos e mistérios. Ele vivia livremente, voando pelos bosques, provando dos mais
açucarados néctares aos mais amargos cogumelos, apreciando e amando a natureza ao seu
redor. No entanto, sua pequena vida mudou quando foi capturado por uma trupe de
alquimistas, que faziam uma incursão no Feywild à fim de encontrar criaturas e materiais
mágicos, para serem usados nas receitas de suas criações. Dingo foi mantido preso em uma
gaiola fria e apertada por dias, e de tempos em tempos os alquimistas colhiam o pó de suas
asas para usarem como reagentes, o que impedia o menino de utilizar suas habilidades
mágicas.

Mas Dingo não era um menino fada comum, ele era corajoso e astuto, e sabia que
precisava escapar para salvar sua vida. Ele esperou pacientemente por uma oportunidade,
estudando seus captores e sua prisão com cuidado, e ao longo de uma semana escondeu
pitadas do pó de suas asas em suas pequenas botas. Finalmente, uma noite, ele viu sua
chance. Quando os alquimistas se reuniram ao redor da fogueira do acampamento, Dingo
lançou pelos ares boa parte do pó que havia guardado, cobrindo seus captores e os fazendo
dormir profundamente. Com outra pitada, explodiu a porta da pequena gaiola que o prendia, e
finalmente livre, voou o mais rápido que pôde em direção à liberdade.

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