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FICHAMENTO
CAPÍTULO II - DO ESTADO
DO LIVRO: ELEMENTOS DE TEORIA GERAL DO ESTADO
ALTA FLORESTA-MT
2022
Fabiana da C. Damasceno dos Santos Silva
FICHAMENTO
FICHAMENTO: CAPITULO II - DO
ESTADO DO LIVRO ELEMENTOS DE
TEORIA GERAL DO ESTADO,
apresentado como atividade da aula do dia
25/10/2022 – Ciência Política e Teoria do
Estado turma 1º Semestre 2/2022, no curso
de graduação de Direito
Comentário A análise do surgimento do Estado tem de ser feita através de duas óticas. A
primeira diz respeito ao seu surgimento e o segundo se refere as causas que
foram responsáveis por sua criação. Outro ponto importante faz jus sobre o
conceito de Estado, já que devido ao grande número de teorias se tem diversas
definições.
Citação “Esclarecido esse aspecto preliminar, podemos agora, com mais segurança,
verificar as teorias relacionadas com a origem do Estado. Sob o ponto de
vista da época do aparecimento do Estado, as inúmeras teorias existentes
podem ser reduzidas a três posições fundamentais:...” (p. 59/60)
Comentário Na visão de muitos teóricos o Estado, assim como a sociedade sempre existiu,
Meyer e Koppers. Existem também aqueles que dizem que, o que sempre
existiu foi a sociedade e o Estado foi criado para suprir as necessidades das
sociedades já existentes. E a terceira via, só concebe Estado os grupos sociais
que detém alguns de seus elementos políticos delimitados.
Comentário Temos Estados com formações originárias, e outros que foram formados a
partir de sociedades já institucionalizadas. Na formação originária temos dois
grupos, os da formação natural e os da formação contratualista. A teoria
natural se subdivide em três que são: origem familial ou patriarcal que tem
como centro a família; origem em atos de força, de violência ou conquista a
força superior de um determinado grupo social usada como ferramenta para
controlar os grupos inferiores e a origem em causas econômicas ou
patrimoniais a qual existem defensores que dizem que essa visão teve inicio
com Platão, nessa teoria o Estado foi formado para se beneficiarem da divisão
do trabalho, proporcionando a integralização das várias atividades
trabalhistas, resultando no elemento econômico.
Citação “Mas, entre as teorias que sustentam a origem do Estado por motivos
económicos, a de maior repercussão prática foi e continua sendo a de MARX
e ENGELS. Essa opinião de ambos vem muito claramente exposta por
ENGELS numa de suas principais obras, “A Origem da Família, da
Propriedade Privada e do Estado”. (p.63)
Comentário Marx e Engels defendem que o Estado tem como base uma sociedade já
existente, criado para atender as necessidades dos grupos sociais e utilizado
com ferramenta de controle das organizações coletivas menos favorecidas,
usando o poder político para alcançar o controle econômico também.
Citação “Há dois processos típicos opostos, ambos igualmente usados na atualidade,
que dão origem a novos Estados: o fracionamento e a união de Estados.” (p.
64)
Comentário O fracionamento ocorre quando uma fração de território se separa do Estado a
que pertence, formando um novo Estado. E a união acontece quando dois ou
mais Estados se unem para dar lugar a um novo Estado, renunciam aos
elementos que lhe conferem esse título e a partir dessa junção surge uma nova
unidade.
Citação “Por último, além dos processos típicos aqui referidos, é preciso lembrar que,
vez ou outra, por motivos excepcionais, pode-se dar a criação de novos
Estados por formas atípicas, não usuais e absolutamente imprevisíveis.” (p.
65)
Comentário Esse é um tipo de processo que acontece muito nos casos de grandes guerras
quando o vencedor com o objetivo de minar de forma permanente o inimigo
ou até para crescer territorialmente criam Estados em localidades antes
pertencentes a parte derrotada.
Citação “Aí estão os processos que dão origem à criação de novos Estados. Quanto ao
momento em que se considera criado um Estado, não há uma regra uniforme.
Evidentemente, a maneira mais definida de afirmar a criação é o
reconhecimento pelos demais Estados.” (p. 66)
Comentário Não existe um checklist a ser seguido para se criar um Estado. Sabemos que a
mais difundida é quanto o novo Estado é reconhecido por todos os já
existentes. Mas merece destaque também que mais que a aprovação, a nova
unidade também precisa ser viável, independente e possuir normas jurídicas
eficientes.
Citação “A verificação da evolução histórica do Estado significa a fixação das formas
fundamentais que o Estado tem adotado através dos séculos. Esse estudo não
visa à satisfação de mera curiosidade em relação à evolução, mas contribuirá
para a busca de uma tipificação do Estado, bem como para a descoberta de
movimentos constantes, dando um apoio valioso, em última análise, à
formulação das probabilidades quanto à evolução futura do Estado.” (p. 68)
Comentário A análise apresentada nesta obra não tem cunho apenas histórico, é bem mais
que isso, se buscou através dele encontrar uma definição para Estado, além de
possibilidades de aspectos que farão parte da sua transformação futura.
Citação “Com pequenas variações, os autores que trataram deste assunto adotaram
uma sequência cronológica, compreendendo as seguintes fases: Estado
Antigo, Estado Grego, Estado Romano, Estado Medieval e Estado Moderno.
Façamos, primeiramente, o estudo segundo essa diretriz, tratando, em
seguida, de outras orientações que apontam novas perspectivas para exame do
tema.” (p. 70)
Comentário Os escritores que dissertam sobre o tema definiram uma linha do tempo em
que agruparam as fazes por quais os Estado passaram, que foi dividida em
cinco etapas. A primeira foi o Estado Antigo com base totalmente religiosa, as
normas e o poder das autoridades eram vistas com cumprimento da vontade
de Deus. O Estado Grego, tem como característica principal a cidade-Estado
ou a pólis, este Estado buscava a autossuficiência. No Estado Romano a base
era familiar, existem afirmações que ele é resultado da união de grupos
familiares (as gens). Estado Medieval tem se destaque para o cristianismo, as
invasões dos bárbaros e o feudalismo. E por último temos o Estado Moderno
que é fruto das imperfeições do Estado anterior. Apesar das diferenças ao
final sempre se buscou alcançar um unidade que se tornaria real ao se definir
uma soberania.
Citação “O conceito de soberania, claramente afirmado e teoricamente definido desde
o século XVI, é um dos que mais têm atraído a atenção dos teóricos do
Estado, filósofos do direito, cientistas políticos, internacionalistas,
historiadores das doutrinas políticas, e de todos quantos se dedicam ao estudo
das teorias e dos fenômenos jurídicos e políticos.” (p.81)
Comentário Este é um conceito que tem atraído diversas áreas de estudo, e como
consequência dessa abrangência temos a multiplicação de teorias que acabam
por interferir no seu sentido real e causando sua alteração.
Citação “O que se verifica, apesar disso tudo, é que o conceito de soberania é uma das
bases da ideia de Estado Moderno, tendo sido de excepcional importância
para que este se definisse, exercendo grande influência prática nos últimos
séculos, sendo ainda uma característica fundamental do Estado. Ê, pois, de
grande interesse o seu estudo, que deverá ser iniciado através da verificação
dos precedentes históricos que explicam o seu aparecimento.” (p. 81/82)
Comentário Mesmo com tantas possível definições e divergências, o certo é que a noção
de soberania é um dos elementos fundamentais na criação do Estado
Moderno. Por ser importante, sua análise deve começar com a investigação
dos acontecimentos que antecederam o seu surgimento.
Citação “A primeira obra teórica a desenvolver o conceito de soberania foi "Les Six
Livres de la République”, de JEAN BODIN, havendo inúmeras fontes que
apontam o ano de 1576 como o do aparecimento dessa obra.” (p. 83)
Comentário Bodin foi o primeiro autor a conceituar soberania. Para ele a soberania é um
poder absoluto e eterno e sem limites. Estando condicionada somente as leis
divinas não podendo ignorá-las. As informações utilizadas neste livro foram
retiradas da edição publicada em de 1583.
Citação “Quase dois séculos mais tarde, no ano de 1762, ROUSSEAU publicaria “O
Contrato Social", dando grande ênfase ao conceito de soberania e já
transferindo sua titularidade da pessoa do governante para o povo. No Livro I,
Capítulo VI, diz que o contraio social gera o corpo político, chamado Estado
quando passivo, soberano quando ativo e Poder quando comparado com os
semelhantes. No Livro II dedica o Capítulo I à demonstração de que a
soberania é inalienável e o Capítulo 11 à sua caracterização como indivisível,
sendo essas, conforme sustenta, as características fundamentais da soberania.”
(p. 84/85)
Comentário Rousseau define soberania como a vontade do povo e seu real exercício, por
isso diz que ela não deve ser de domínio de uma única pessoa ou grupo social.
Comentário Ela é única (una) pois não é possível duas soberanias em um mesmo Estado.
Indivisível deve ser aplicada sobre a totalidade dos acontecimentos e não em
partes. Inalienável já que seu detentor ao perdê-la deixa de existir. E por fim
imprescritível não se pode dizer qual será sua durabilidade, já que todo poder
soberano ambiciona durar para sempre.
Citação “Outro aspecto importante a ser considerado é o que se relaciona com a
justificação e a titularidade da soberania.” (p. 88)
Comentário No poder soberano as teorias de caráter justificador se dividem em dois.
Teorias teocráticas predominantes no fim da Idade Média e época do
absolutismo no Estado Moderno, com base religiosa. E democráticas que
inferem que a soberania emana do povo.
Comentário Esse problema surgiu no século XX, com a evolução da aeronáutica, com
grande contribuição da segunda guerra mundial que se utilizou muito de
aeronaves. Além disso era preciso criar um método seguro para que todos os
Estados pudessem ter a liberdade de sobrevoar o espaço aéreo uns dos outros
sem conflitos, o que foi realizado através da convenção de passagem
inofensiva assinada em 1944, em Chicago.
Citação “O termo povo está entre aqueles que, pelo uso indiscriminado e excessivo,
acabaram por tornar-se equívocos, sendo necessário um grande esforço para,
antes de tudo, depurá-lo das deformações e, depois disso, estabelecer sua
noção jurídica.” (p.100)
Comentário Além da grande bagagem emocional agregada durante os anos, este termo
também sofre com as consequências dos usos de sinônimos a ele relacionado.
A sua classificação como elemento fundamental para criação e existência de
um Estado é um dos poucos pontos de unanimidade que encontramos nas
diversas teorias existentes.
Citação “A noção jurídica de povo é uma conquista bastante recente, a que se chegou
num momento em que foi sentida a necessidade de disciplinar juridicamente a
presença e a atuação dessa entidade mítica e nebulosa e, paradoxalmente, tão
concreta e influente.” (p. 101)
Comentário Até chegarmos a definição que temos hoje, o termo povo passou por muitas
transformações, e até pouco tempo sua influência no estado dependeria de sua
condição política.
Citação “Uma primeira classificação, de caráter mais geral, estabelece distinção entre
os fins objetivos e os fins subjetivos do Estado.” (p. 108)
Citação “O problema do poder, para muitos autores, é o tema central da Teoria Geral
do Estado, havendo mesmo quem sustente que o Estado não só tem um poder,
mas é um poder. Esta é precisamente a teoria de BURDEAU, que conceitua o
Estado como a institucionalização do poder.” (p. 113)
Comentário Para Burdeau o Estado é poder oficializado, tanto é que aquele que comanda e
detém o poder tem por objetivo a sua manutenção.
CONCLUSÃO
O capítulo base deste trabalho traz uma análise minuciosa sobre o
surgimento do estado, as causas de sua criação, seus elementos fundamentais para que
ele exista e uma interessante discussão a cerca da conceituação do termo “Estado”. A
quem diga que o Estado sempre existiu e o que houve foi uma necessidade de criar-se
uma organização para que todos os elementos conseguissem conviver, outros que ele só
passou a existir a partir de criação de uma ordem jurídica.
O fato é que para se chegar na concepção de Estado que temos hoje
aconteceram diversos atos que são extremante relevantes para entendermos como se deu
esse processo. O Estado não pode ser tido apenas como político e nem somente jurídico,
esses elementos são dependentes uma do outro, e se faz necessário a existência dos dois
para a existência de um Estado devidamente institucionalizado. A conclusão a que
podemos chegar após o estudo desta parte da obra é que ainda não foi pacificado um
conceito a cerca do termo “Estado”. O que se tem claro é que território, povo e
soberania são elementos indispensáveis a sua formação, sem estes componentes ele não
existirá e nem será reconhecido.