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Programa de Pós-Graduação em Horticultura Irrigada - PPGHI

RELATÓRIO 13
Hormônios e reguladores vegetais - 3

Nilo Ricardo Corrêa de Mello Júnior

Docentes:
Elizabeth Orika Ono
João Domingos Rodrigues

Juazeiro, 21 de junho de 2023.


INDUÇÃO FLORAL

Fotoperíodo e menor temperatura ocorrea a vernalização: Plantas de dias longos


(PDL); plantas de dias curtos (PDC); plantas neutras ou indiferentes (PN ou PI). A
indução floral é o processo pelo qual uma planta recebe estímulos ambientais e hormonais
que desencadeiam a transição de seu meristema vegetativo (que produz folhas e ramos)
para o meristema floral (que produz flores). É um estágio crítico no ciclo de vida das
plantas, pois marca o início da reprodução sexual. A indução floral pode ser influenciada
por vários fatores, como fotoperíodo (duração do período de luz e escuridão),
temperatura, estresse hídrico, nutrientes, hormônios vegetais e sinais externos, como
polinizadores. Os principais hormônios vegetais envolvidos na indução floral são as
giberelinas e o ácido abscísico. O fotoperíodo é um fator crucial na indução floral de
muitas plantas. Existem plantas de dias longos, que florescem quando o período de luz é
maior que um certo limite crítico, e plantas de dias curtos, que florescem quando o período
de luz é menor que um limite crítico. A percepção do fotoperíodo ocorre nas folhas, onde
as horas de luz são registradas e sinais hormonais são transmitidos para o ápice do caule,
induzindo a formação das flores. Além do fotoperíodo, as giberelinas desempenham um
papel importante na indução floral. Esses hormônios promovem o crescimento e a
elongação celular, além de estimular a formação de flores. A presença adequada de
giberelinas é necessária para que a transição do meristema vegetativo para o meristema
floral ocorra. O ácido abscísico, por sua vez, tem um papel inibitório na indução floral.
Altos níveis desse hormônio podem suprimir a formação de flores e induzir a dormência
de gemas florais. No entanto, durante certas condições de estresse, como seca ou frio, a
concentração de ácido abscísico pode diminuir, permitindo a indução floral. Além dos
hormônios, outros sinais ambientais e fatores genéticos podem influenciar a indução
floral. Por exemplo, certas plantas requerem um período de frio (vernalização) para
induzir a floração. Outras plantas podem ser influenciadas por sinais químicos liberados
por polinizadores ou por sinais mecânicos, como danos ou podas. A indução floral é um
processo complexo e altamente regulado, que varia entre as espécies de plantas.
Compreender os mecanismos que controlam a indução floral é importante para a
produção de plantas ornamentais, cultivo de plantas agrícolas e estudos de melhoramento
genético.
EXPRESSÃO SEXUAL

A expressão sexual em plantas refere-se à manifestação das características sexuais


relacionadas à reprodução, como a presença de flores, órgãos reprodutivos (estames e
carpelos) e a produção de gametas masculinos (pólen) e femininos (óvulos). A expressão
sexual em plantas pode variar dependendo da espécie e do sistema reprodutivo. A maioria
das plantas possui flores, que são as estruturas responsáveis pela reprodução sexual. As
flores contêm órgãos sexuais, como os estames, que produzem o pólen contendo os
gametas masculinos, e o carpelo, que abriga os óvulos contendo os gametas femininos. A
expressão sexual nas plantas ocorre através de diferentes mecanismos reprodutivos, que
podem ser classificados em três principais tipos: Autopolinização: Nesse mecanismo, o
pólen de uma flor é transferido para o estigma da mesma flor ou de outra flor na mesma
planta. Isso pode ocorrer devido à proximidade física dos órgãos reprodutivos ou a
mecanismos que promovem a autopolinização, como a curvatura dos estames em direção
ao estigma. A autopolinização permite que as plantas se reproduzam mesmo em
condições de escassez de polinizadores. Polinização cruzada: Nesse mecanismo, o pólen
de uma flor é transferido para o estigma de outra flor localizada em uma planta diferente.
A polinização cruzada ocorre por meio de agentes polinizadores, como insetos, pássaros,
vento ou até mesmo a água. Esse tipo de polinização promove a diversidade genética nas
plantas, pois permite a recombinação de material genético de diferentes indivíduos.
Cleistogamia: Alguns tipos de plantas têm a capacidade de se reproduzir sem a
necessidade de flores abertas e polinizadores. Essas plantas produzem flores fechadas,
chamadas de cleistógamas, que realizam a autopolinização dentro do invólucro da flor,
sem exposição ao ambiente externo. Esse mecanismo é comum em algumas espécies de
plantas herbáceas. Além desses mecanismos, existem também plantas que possuem
sistemas reprodutivos específicos, como plantas dioicas (com flores masculinas e
femininas em plantas separadas) e plantas monoicas (com flores masculinas e femininas
em uma mesma planta). A expressão sexual em plantas é influenciada por vários fatores,
incluindo a disponibilidade de polinizadores, a compatibilidade genética entre as plantas,
a produção de hormônios vegetais, como as auxinas e as giberelinas, e as condições
ambientais, como temperatura e fotoperíodo.

DESENVOLVIMENTO DOS FRUTOS

Os hormônios vegetais desempenham papéis cruciais no desenvolvimento dos


frutos, regulando uma variedade de processos fisiológicos. A principal fonte para o
crescimento dos frutos são as sementes. Durante a fase de desenvolvimento dos frutos, as
sementes desempenham papéis essenciais. Elas fornecem nutrientes, energia e sinais
bioquímicos para o crescimento e a maturação dos tecidos do fruto. Através da respiração
e da metabolização dos compostos armazenados, as sementes fornecem energia para as
atividades metabólicas do fruto em desenvolvimento. Além disso, as sementes também
podem liberar hormônios, como as giberelinas, que influenciam o crescimento e o
desenvolvimento do fruto. Esses hormônios podem estimular a divisão celular, o
alongamento dos tecidos e a síntese de enzimas envolvidas no amadurecimento. No
entanto, é importante ressaltar que, à medida que o fruto amadurece, ele também se torna
uma fonte de nutrientes para as sementes. Através da fotossíntese, o fruto produz e
acumula açúcares, amidos, vitaminas e minerais, que são armazenados nos tecidos do
fruto e utilizados posteriormente pelas sementes durante a germinação. Portanto,
podemos dizer que existe uma interdependência entre sementes e frutos. As sementes
fornecem os recursos iniciais para o crescimento do fruto, enquanto o fruto maduro
fornece os nutrientes necessários para o desenvolvimento e a germinação das sementes.
Essa relação simbiótica assegura a continuidade da espécie vegetal.
Os frutos partenocárpicos são aqueles que se desenvolvem sem a necessidade de
fertilização ou formação de sementes. Nesse caso, ocorre o desenvolvimento do fruto sem
que haja a presença de óvulos fecundados ou sem que ocorra a polinização. Os frutos
partenocárpicos podem ser encontrados em várias espécies de plantas, incluindo algumas
variedades de bananas, uvas, abóboras e cítricos. Esses frutos podem ter características
específicas, como menor tamanho, forma distorcida ou menor quantidade de sementes
em comparação com os frutos formados através de fertilização. Os frutos partenocárpicos
têm importância econômica em algumas culturas, pois podem ser produzidos em maior
quantidade e com maior previsibilidade, uma vez que não dependem da polinização ou
da formação de sementes. No entanto, é importante ressaltar que a ausência de sementes
nos frutos partenocárpicos pode limitar sua capacidade de reprodução e disseminação
natural das plantas.

SENESCÊNCIA VEGETAL

Existem hormônios vegetais que desempenham papéis tanto na promoção quanto


na inibição da senescência vegetal. Alguns hormônios atuam no sentido de retardar ou
combater a senescência, enquanto outros favorecem o processo de envelhecimento e
morte celular programada. Abaixo estão alguns dos principais hormônios relacionados a
esses efeitos: Hormônios que combatem a senescência vegetal: Citocininas: As
citocininas têm a capacidade de retardar a senescência foliar e prolongar a vida útil das
flores. Elas promovem a divisão celular e inibem a degradação de clorofila e proteínas
durante a senescência. As citocininas também são responsáveis por regular o equilíbrio
entre crescimento vegetativo e senescência. Giberelinas: As giberelinas são hormônios
que estimulam o crescimento vegetal, mas também podem retardar a senescência. Elas
têm sido associadas à inibição da degradação de clorofila e à manutenção da atividade
fotossintética durante a senescência foliar. Hormônios que favorecem a senescência
vegetal: Ácido abscísico (ABA): Embora o ABA também tenha um papel na resposta ao
estresse e na regulação do desenvolvimento, ele está associado à promoção da
senescência. O ABA é sintetizado em maior quantidade durante a senescência e induz a
degradação de clorofila e proteínas nas células vegetais. Etileno: O etileno é conhecido
como o hormônio do amadurecimento e está fortemente associado à senescência e ao
processo de amadurecimento de frutos. O aumento na produção de etileno durante a
senescência leva ao amarelecimento, amolecimento e queda de folhas, flores e frutos. É
importante ressaltar que a regulação da senescência vegetal envolve uma interação
complexa entre diferentes hormônios, bem como fatores genéticos e ambientais. O
equilíbrio e a interação desses hormônios determinam o ritmo e a extensão da senescência
nas plantas.

DORMÊNCIA DE GEMAS

A dormência de gemas é um estado fisiológico em que as gemas das plantas se


encontram inativas e não apresentam crescimento ou desenvolvimento. A dormência das
gemas é uma adaptação das plantas a condições desfavoráveis, como baixas temperaturas
durante o inverno ou períodos de seca, e visa proteger as gemas de danos e garantir a
sobrevivência da planta em condições adversas. Durante o período de dormência,
ocorrem mudanças bioquímicas e fisiológicas nas gemas. A dormência é regulada por
diferentes fatores, incluindo hormônios vegetais, temperatura, disponibilidade de água e
luz. Existem diferentes tipos de dormência de gemas, incluindo a dormência
endodôrmica, a dormência paradôrmica e a dormência ecodôrmica. Cada tipo de
dormência está associado a mecanismos específicos que impedem o crescimento das
gemas. Para que as gemas saiam do estado de dormência e iniciem o crescimento, são
necessários estímulos específicos, como o aumento da temperatura, a exposição à luz, a
disponibilidade de água e a ação de hormônios vegetais. Esses estímulos ativam processos
bioquímicos e fisiológicos nas gemas, como a quebra de dormência, a ativação do
crescimento celular e a diferenciação dos tecidos. Os hormônios vegetais, especialmente
as giberelinas, desempenham um papel importante na quebra da dormência das gemas.
As giberelinas promovem o crescimento celular, estimulam a divisão celular e atuam
como sinalizadores para iniciar o crescimento das gemas. Além das giberelinas, outros
hormônios, como as citocininas e o ácido abscísico, também podem estar envolvidos na
regulação da dormência e do crescimento das gemas. A quebra da dormência das gemas
é um evento importante para o desenvolvimento e o crescimento das plantas, permitindo
que elas respondam de maneira adequada às mudanças sazonais e ao ambiente em que
estão inseridas.
As gemas laterais, também conhecidas como gemas axilares ou gemas laterais dos
ramos, são estruturas presentes nas axilas das folhas dos ramos das plantas. Elas são
responsáveis pelo crescimento e desenvolvimento de novos ramos laterais, que podem se
tornar brotos, ramos laterais ou flores. As gemas laterais são formadas durante o
desenvolvimento do ramo e permanecem dormentes ou inativas até que sejam
estimuladas a crescer. A dormência das gemas laterais é uma adaptação das plantas que
permite que elas controlem o crescimento e a ramificação de acordo com as condições
ambientais e as necessidades da planta. Quando ocorre um estímulo adequado, como a
remoção ou a poda do ramo principal, a exposição à luz, a disponibilidade de nutrientes
ou a ação de hormônios vegetais, as gemas laterais podem quebrar a dormência e iniciar
o crescimento. Esse estímulo promove mudanças fisiológicas nas gemas laterais, como a
ativação de processos metabólicos e a divisão celular, levando ao surgimento de novos
brotos ou ramos laterais. Os hormônios vegetais desempenham um papel importante na
ativação e no crescimento das gemas laterais. As citocininas são conhecidas por estimular
o crescimento das gemas laterais, promovendo a divisão celular e a diferenciação dos
tecidos. Além disso, as giberelinas e o auxina também pode estar envolvidos na regulação
do crescimento das gemas laterais.

RESPOSTAS DAS PLANTAS AO DÉFICT HÍDRICO

As plantas possuem mecanismos adaptativos para lidar com o déficit hídrico, ou


seja, a escassez de água no ambiente. Uma das principais respostas das plantas ao déficit
hídrico é o fechamento dos estômatos, que são pequenas aberturas presentes nas folhas
responsáveis pela troca de gases, incluindo a transpiração, que é a perda de água pela
planta na forma de vapor. O hormônio vegetal ácido abscísico (ABA) desempenha um
papel central na regulação do fechamento dos estômatos em resposta ao déficit hídrico.
Quando as células das folhas percebem a falta de água, ocorre a síntese e acúmulo de
ABA. O ABA age como um sinalizador para desencadear o fechamento dos estômatos,
reduzindo assim a perda de água por transpiração. Além do fechamento dos estômatos, o
ABA também está envolvido em outras respostas adaptativas das plantas ao déficit
hídrico. Ele auxilia na regulação do crescimento das raízes, promovendo o crescimento
de raízes mais profundas, que podem acessar camadas mais úmidas do solo. O ABA
também atua na modulação do metabolismo das plantas, incluindo a regulação da
expressão de genes envolvidos na resposta ao estresse hídrico. O ABA não é o único
hormônio envolvido nas respostas das plantas ao déficit hídrico. Outros hormônios, como
as citocininas e as giberelinas, também podem estar envolvidos na regulação do
crescimento e desenvolvimento das plantas sob condições de escassez de água. No
entanto, o ABA é considerado o principal hormônio envolvido nas respostas específicas
ao estresse hídrico.

EFEITO HERBÍCIDA

Os herbicidas têm efeitos fisiológicos nas plantas, uma vez que interferem em
processos metabólicos e bioquímicos essenciais para o crescimento e desenvolvimento
das plantas. Esses efeitos podem variar de acordo com o tipo de herbicida e o modo de
ação específico. Aqui estão alguns dos principais efeitos fisiológicos dos herbicidas:
Inibição da fotossíntese: Muitos herbicidas atuam inibindo a fotossíntese, o processo pelo
qual as plantas convertem a energia solar em energia química. Eles podem bloquear a
atividade de enzimas envolvidas na fotossíntese, como a fotossistema II, interrompendo
assim a produção de energia e nutrientes para a planta. Inibição do crescimento celular:
Alguns herbicidas atuam inibindo a divisão celular e a elongação das células vegetais.
Eles podem interferir na síntese de proteínas e na formação de microtúbulos, que são
fundamentais para o crescimento celular. Interferência na síntese de aminoácidos e
proteínas: Certos herbicidas atuam inibindo enzimas-chave envolvidas na síntese de
aminoácidos, blocos de construção das proteínas. Isso resulta na diminuição da produção
de proteínas essenciais para o metabolismo e o crescimento das plantas. Desregulação
hormonal: Alguns herbicidas podem interferir na síntese, transporte ou regulação de
hormônios vegetais, como auxinas e giberelinas. Isso pode levar a distúrbios no
crescimento e desenvolvimento das plantas. Danos às membranas celulares: Alguns
herbicidas podem afetar a integridade das membranas celulares, resultando em vazamento
de conteúdo celular e desequilíbrio osmótico nas células vegetais. Interferência no
transporte de nutrientes: Alguns herbicidas podem afetar o transporte de nutrientes
essenciais, como nitrogênio, fósforo e potássio, dentro da planta. Isso pode levar a
deficiências nutricionais e impactar o crescimento e desenvolvimento das plantas. É
importante ressaltar que os efeitos fisiológicos dos herbicidas podem variar dependendo
da espécie de planta, estágio de desenvolvimento e concentração do herbicida utilizado.
Além disso, alguns herbicidas são seletivos e afetam apenas certas espécies de plantas,
enquanto outros têm um efeito amplo sobre uma ampla gama de plantas. O conhecimento
sobre os efeitos fisiológicos dos herbicidas é essencial para o uso adequado e seguro
desses produtos na agricultura e em outras aplicações.

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