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NOME COMPLETO: Nerci de Araujo Guedes

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Teoria Winnicottiana
Prof.º Geter

Análise do filme “Duas Vidas”


Duas Vidas · Direção. Jon Turteltaub · Título original. The Kid · Gênero:
Comédia, Família, Fantasia · Ano: 2000 · País de origem: EUA .

Objetivos principais do filme


Mostrar a todos como o retorno do personagem principal ao seu eu
criança possibilita uma volta ao passado, e com isso, ele recupera sua
essência e ganha uma nova oportunidade de vida. Passando a entender depois
de sua volta ao passado a origem de sua amargura e frieza diante dos seus
sentimentos e dos sentimentos das pessoas que o cercam. Essa oportunidade
dada ao personagem foi primordial para que, ele percebe que deixou de lado
sonhos da infância e pode reavaliar sua forma de viver e se permite a ser um
novo homem.

Pontos principais do filme


* Fazer com que se perceba a intenção positiva nos fatos que o machucaram no
passado;
* A importância que todos temos de ressignificar os acontecimentos e
sentimentos negativos permitindo-se viver em paz com seu passado;

* Independentemente do sucesso na vida profissional, buscar o equilíbrio com


a vida pessoal é fundamental para viver de forma saudável;

* Respeitar a própria trajetória de vida, fatos do seu passado e do momento


atual para que o seu futuro possa ser gratificante;

* Perdoar e se livrar das bagagens emocionais que se carrega ao longo da vida


trazendo leveza e paz de espírito.
Minhas observações sobre o filme
Seria extraordinário podermos voltar no tempo, enxergar nossos erros e
corrigi-los, mudando nosso destino, reescrever nossa história, melhorar as
coisas e seguir um rumo mais acertivo, mais bonito, mais desejável, mais
saudável. Seria ainda melhor se nesse encontro com nosso passado fôssemos
sempre tão puxados para nossas verdades como ocorre neste filme com o
personagem principal. Assim não teríamos como evitar que os complexos
ocultos viessem à tona.
No início do filme, o Russ Duritz mostra-se endurecido, frio e rígido. As
armaduras criadas a fim de evitar-se a dor psicológica podem tornar um
indivíduo assim. O mundo contemporâneo está repleto de gente plástica, falsa,
moldada para atender a demandas externas, mas muito distanciada de suas
verdades mais profundas! E a rigidez é sempre fruto do drama não resolvido,
do trauma não ressignificado, do que não compreendemos, daquilo com o qual
não conseguimos lidar.
A ferida profunda do personagem principal do filme envolve a perda da
mãe, associada ao sentimento de culpa que ele carrega, porque acredita, ser
responsável por essa tragédia. E sem possuir elementos psíquicos que
pudessem ajudar na compreensão e elaboração do luto, ele neurotiza todas as
vezes que uma situação traumática não é superada, criando em torno de si
uma energia condensada, tensa, e intensa, que é armazenada em nosso
mundo psíquico profundo: o inconsciente.
Quando o indivíduo está desapropriado de sua história não é capaz de
reconhecer suas dores e fica, a deriva, nem percebe que os ventos advindos
da sua sombra são quem o conduzem em suas escolhas e em seus caminhos.
Eis o protótipo do indivíduo moderno: aquele que conhece tanto sobre os
processos externos, torna-se profundo especialista em tantas ciências, mas
desconhece e ignora suas próprias verdades. Esta é a verdadeira alienação
propiciadora das doenças da modernidade. Uma sociedade que supervaloriza
o externo, e eis que nosso personagem é justamente um Consultor de Imagem,
sua profissão revela um dos seus trama, a necessidade de esconder, ocultar,
de mentir sobre si mesmo.
Rusty representa o homem moderno, que vive correndo em função de
seus compromissos profissionais, familiares, sociais, e não tem tempo para si
mesmo. Os 50 minutos da psicoterapia representam um momento de parada
para olhar para si mesmo. Mas, da forma como está constituída nossa agenda
diária, a ideia de parar é inaceitável, é sinônimo de tempo perdido. Isto está se
normalizando de uma forma que, não nos permitimos mais sequer sentir
tristeza, pois este sentimento tão básico e natural da nossa humanidade,
passou a ser interpretado como sintoma de depressão e lá vai a droga da
alegria alienante. Não suportamos a dor, o erro, o incompleto, o sofrimento, o
feio. Tudo que não se encaixa na proposta do social e esteticamente aceitável
é repelido com veemência.
Na verdade, não aceitamos nossas fragilidades, isso é terrível, pois é o
mesmo que não aceitar nossa humanidade, afinal, o ser humano é, por
essência, um ser frágil! E quanto mais fugimos de nós mesmos, mais nossas
verdades nos perseguem, é somente compreendendo e aceitando as
fragilidades que poderemos construir recursos saudáveis de superação.
Referências Bibliográficas

Análise terminável e interminável. 1937. In Obras. Completas de


Sigmund Freud, vol. XXIII. Rio de Janeiro: Imago Ed., 1996.

CARVALHO, Alexandre. Freud sem traumas. São Paulo: LeYa Brasil,


2021.

MECLER, Katia. Psicopatas do cotidiano: como conhecer, como


conviver, como se proteger. 2. Ed. São Paulo: LeYa Brasil, 2020.

Saraiva, L. & Nunes, M.L.T. A supervisão na formação do analista e do


psicoterapeuta psicanalítico. In: Estudos de Psicologia 2007, 12(30, 259-
268). PUCRS

FREUD, S. (1913). Totem e Tabu. In: FREUD, S. Edição standard


brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud. v. 13.
Rio de Janeiro: Imago, 1990, p. 11-125.

https://br.mundopsicologos.com/artigos/entenda-o-que-e-neurose-e-
quais-seus-sintomas acesso em 28/09/2022

https://institutologos.com.br/analise-do-filme-duas-vidas/
acesso em 26/12/2022

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