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língua portuguesa
contribuições para
a prática pedagógica
Beth Marcuschi
Lívia Suassuna
(orgs.)
Capa
Victor Bittow
Editoração eletrônica
Waldênia Alvarenga Santos Ataíde
Revisão
Lívia Suassuna
2007
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Apresentação ................................................................................... 7
Paradigmas de avaliação:
Uma visão panorâmica
Lívia Suassuna
1 Introdução
Num texto que trata de paradigmas ou teorias de avaliação, seria
relevante, inicialmente, pôr em discussão a própria noção de paradig-
ma. Fazemos este destaque porque não acreditamos numa sucessão
cronológica e precisa dos modelos teóricos de avaliação. As divisões
que faremos aqui devem ser entendidas como referenciais cujas ca-
racterísticas mais marcantes podem ser tomadas como indicadores de
uma certa lógica ou modo de pensar/praticar a avaliação num certo
tempo e espaço sócio-histórico. É isso que explica, por exemplo, por
que, ainda hoje, vemos traços da avaliação tecnicista convivendo
com a classificatória, no conjunto das práticas de uma escola ou
professor que atuam de modo mais formativo. De todo modo, con-
siderando as concepções, as funções, os objetivos e as metodolo-
gias, muitos autores e estudiosos do tema concordam em que exis-
tiriam dois grandes paradigmas de avaliação: um, caracterizado pela
classificação, pelo controle, pela competição, pela meritocracia –
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2.2.6 Etnocentrismo
Este aspecto está bastante relacionado à legitimação de uma
certa ordem social e à visão do erro já tratadas acima. Na prática da
avaliação classificatória, não são consideradas as múltiplas determi-
nações dos desempenhos e das aprendizagens dos alunos. Um exem-
plo disso é a imposição de conteúdos curriculares sem julgamentos
de qualquer espécie acerca de sua adequação ou relevância social e
cultural. Costa (1998), discutindo esse aspecto cultural da avaliação,
critica estudos e avaliações comparativas de rendimento escolar (se-
jam locais, nacionais ou internacionais), pois estes, desconsiderando
diferenças cognitivas, perceptuais, de valor e de aprendizagem dos
diferentes grupos culturais avaliados, não permitem dimensionar sa-
tisfatoriamente a qualidade educacional.
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3 Conclusão
Supondo que aprender/formar-se vai além da aquisição de com-
portamentos e informações; que o professor não é aquele que dá e
toma a lição ou que controla o aluno para que ele domine progressiva
e cumulativamente os conteúdos de um programa de ensino, defen-
demos que a avaliação contribua para que o aluno desenvolva sua
capacidade de auto-organização, auto-avaliação e auto-regulação.
Essa avaliação – que está mais próxima da busca de conheci-
mentos, da interpretação e da análise crítica – é conhecida atualmente
como avaliação formativa. Com ela, pretende-se desenvolver postu-
ras e não só promover competências estritamente acadêmicas; é uma
avaliação fundamentada no diálogo e que prevê a reorganização cons-
tante da prática pedagógica.
A avaliação formativa é comprometida com uma educação demo-
crática; consiste em fazer apreciações críticas; busca qualificar o ensino
e a aprendizagem; tem função diagnóstica e exige a participação ampla
das instituições e sujeitos envolvidos; enfatiza aspectos qualitativos;
considera resultados e também os processos de produção desses resul-
tados; favorece uma leitura dos diversos aspectos e dimensões dos
processos e fenômenos educativos. A natureza formativa da avaliação
remete não para a correção do rumo e a homogeneidade, mas para o
movimento próprio das relações pedagógicas e da linguagem.
Referências
AFONSO, A. J. Avaliação educacional: regulação e emancipação – para uma
sociologia das políticas avaliativas contemporâneas. São Paulo: Cortez, 2000.
ÁLVAREZ MÉNDEZ, J. M. Avaliar para conhecer, examinar para excluir.
Porto Alegre: Artmed, 2002.
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