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Re sgate s ao Umbral
Produção Editorial: Dr.R
Projeto Gráfico: Fernanda Prado
Revisão Gramatical: Graziela Belotto
Autor: Rafael Correia Rocha
R672r
ISBN: 978-65-99350-00-9
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O que é RPG?
O RPG é a sigla (Role Playing Game que pode ser
compreendida como Jogo de Representação de Perso-
nagens). É um gênero de jogo originado de jogos de
estratégia.
Sua estrutura é orientada pela figura de um media-
dor, similar a um contador de histórias, que orienta os
participantes ao desenvolvimento de história ficcional
em roteiro aberto protagonizada pelos personagens.
O jogo norteia-se por tomadas de decisão, estraté-
gia, acordos, conflitos e propostas, gerindo, assim,
uma narrativa interativa.
A estrutura do RPG dispõe de dois momentos: o
ON (dentro do jogo) e o OFF (fora do jogo) que per-
mitem uma relação de aproximação e alteridade, si-
mulando a relação de ator e personagem promovendo
o exercício de múltiplas versões e percepções sobre a
mesma história.
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Objetivo de ste jogo?
Esse não é um jogo competitivo, seu foco está nas
relações intra e interpessoais, voltados ao desenvolvi-
mento pessoal e reflexão moral.
Para isso os personagens são direcionados a missões
de resgate a espíritos (pessoas desencarnadas) que es-
tão em condições perturbadoras e, enquanto fazem
isso, acabam lidando com suas próprias questões, fa-
lhas e imperfeições.
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Glossário
COLÔNIA: Ambientes espirituais similares a
cidades, contendo hospitais, portos, locais de
transporte, ministérios, praças, entre outros ór-
gãos (exceto comércio) que orbitam determinadas
regiões que varia entre um conjunto de cidades,
estados ou países. Responsável por coletar, tratar
e orientar desencarnados e também realizar os
procedimentos de encarnação. Essas cidades são
muradas e normalmente reflexos aperfeiçoados
no plano terreno (na verdade, o plano terreno
é um reflexo imperfeito da colônia). Colônias
podem orbitar acima da crosta terrestre, sendo
que quanto mais elevadas pela vibração de seus
habitantes, mais distintas parecem do mundo
terreno.
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ESPÍRITO: “O princípio inteligente do Uni-
verso.” 23° Pergunta – Livro dos Espíritos.
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FORMA PENSAMENTO: Forma que o pen-
samento toma consciente ou inconscientemente,
quando se direciona atenção, é a forma que o
pensamento dá ao Fluido.
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OVÓIDE: Condição espiritual densa, sem cons-
ciência própria de uma forma corporal, apresen-
ta-se como um ovo, vive entre a inconsciência e
alguns sentimentos confusos e doentios, encon-
trado em regiões umbrais.
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UMBRAL: Plano espiritual denso próximo da
crosta terrestre, composto de múltiplas camadas
inferiores, onde espíritos em desequilíbrio se or-
ganizam ou vagam de acordo com sua mentalida-
de. Sua aparência é escura, com uma paisagem
desolada, nuvens fecham o céu noturno, e em
alguns momentos surgem ventos fortes, chuvas
torrenciais ou relâmpagos formando um ambien-
te oscilante entre a escuridão e a penumbra. A
água é parada e esparsa feitoum pântano, existem
muitas pedras, lamas e plantas secas contorcidas
com espinhos. Sua geografia conta com grandes
penhascos, cavernas, precipícios, ambientes ene-
voados e conforme se aprofunda neste meio, en-
contram-se cidades sujas em ruínas, onde alguns
grupos de espíritos se encontram. Esporadica-
mente ouvem-se gritos e lamentações na escuri-
dão.
Segundo a obra Nosso Lar, “o Umbral tem a fun-
ção de esgotamento de resíduos mentais: uma
espécie de zona purgatória, onde se debita a pres-
tações o material deteriorado das ilusões que a
criatura adquiriu por ser atacado, menosprezan-
do o sublime ensejo de uma existência terrena”
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então“Concentra-se aí, tudo o que não tem fi-
nalidade para a vida superior, ressaltando que a
Providência Divina agiu sabiamente, permitindo
que se criasse tal departamento em torno do pla-
neta”. (Francisco Candido Xavier, Nosso Lar, pá-
gina 71-72).
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Livro dos e spíritos:
Capítulo I
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I Origem e Natureza dos
e spíritos
76. Como podemos definir os Espíritos?
— Podemos dizer que os Espíritos são os seres
inteligentes da criação. Eles povoam o Universo, além
do mundo material.
Comentário de Kardec: Nota. — A palavra Espírito é
aqui empregada para designar os seres extra- corpóreos e não
mais o elemento inteligente universal
77. Os Espíritos são seres distintos da Divindade,
ou não seriam mais do que emanações ou porções da
Divindade, por essa razão chamados filhos de Deus?
– Meu Deus! São sua obra, precisamente como
acontece com um homem que faz uma máquina; esta
é obra do homem e não ele mesmo. Sabes que o ho-
mem, quando faz uma coisa bela e útil, chama-a sua
filha, sua criação Pois bem, dá-se o mesmo com Deus:
nós somos seus filhos, porque somos sua obra.
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78. Os Espíritos tiveram princípio ou existem de
toda a eternidade, como Deus?
– Se os espíritos não tivessem tido princípio, se-
riam iguais a Deus; mas, pelo contrário, são sua cria-
ção, submetidos à sua vontade. Deus existe de toda a
eternidade, isso é incontestável; mas quando e como
ele nos criou não o sabemos. Podes dizer que não tive-
mos princípio, se com isso entendes que Deus, sendo
eterno, deva ter criado sem cessar; mas quando e como
cada um de nós foi feito, eu te repito, ninguém o sabe;
isso é mistério.
79. Uma vez que há dois elementos gerais do Uni-
verso: o inteligente e o material, poderíamos dizer
que os Espíritos são formados do elemento inteligen-
te, como os corpos inertes são formados do material?
— É evidente. Os Espíritos são individualizações do
princípio inteligente, como os corpos são individuali-
zações do princípio material; e a maneira dessa forma-
ção é que desconhecemos.
80. A criação dos Espíritos é permanente ou verifi-
cou-se apenas na origem dos tempos?
— E permanente, o que quer dizer que Deus jamais
cessou de criar.
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81. Os Espíritos se formam espontaneamente ou
procedem uns dos outros?
— Deus os criou, como a todas as outras criaturas,
pela sua vontade; mas repito ainda uma vez que a sua
origem é um mistério.
82. É certo dizer que os Espíritos são imateriais?
— Como podemos definir uma coisa, quando não
dispomos dos termos de comparação e usamos uma
linguagem insuficiente? Um cego de nascença pode de-
finir a luz? Imaterial não é o termo apropriado; incor-
póreo, seria mais exalo; pois deves compreender que,
sendo uma criação, o Espírito deve ser alguma coisa.
É uma matéria quintessenciada, para a qual não dis-
pondes de analogias, e tão eterizada que não pode ser
percebida pelos vossos sentidos.
Comentário de Kardec: Dizemos que os Espíritos são ima-
teriais, porque a sua essência difere de tudo o que conhecemos
pelo nome de matéria. Um povo de cegos não teria palavras
para exprimir a luz e os seus efeitos. O cego de nascença julga
ter todas as percepções pelo ouvido, o olfato. o paladar e o
tato; não compreende as ideias que lhe seriam dadas pelo sen-
tido que lhe falta. Da mesma maneira, no tocante à essência
dos seres super-humanos. somos como verdadeiros cegos. Não
podemos defini-los, a não ser por meio de comparações sempre
imperfeitas ou por um esforço da imaginação (2).
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83. Os Espíritos terão fim? Compreende-se que
o princípio de que eles emanam seja eterno, mas o
que perguntamos é se a sua individualidade terá um
termo, e se, num dado tempo, mais ou menos longo,
o elemento de que são formados não se desagregará
e não retornará à massa de que saiu, como acontece
com os corpos materiais. É difícil compreender que
uma coisa que teve começo não tenha fim.
— Há muitas coisas que não compreendeis porque a
vossa inteligência é limitada; mas isso não é razão para
as repelirdes. O filho não compreende tudo o que o
pai compreende, nem o ignorante, tudo o que o sábio
compreende. Nós te dizemos que a existência dos Es-
píritos não tem fim; é tudo quanto podemos dize por
enquanto.
84. Os Espíritos constituem um mundo à parte,
além daquele que vemos?
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II Mundo Normal Primitivo
— Sim, o mundo dos Espíritos ou das inteligências
incorpóreas.
85. Qual dos dois, o mundo espírita ou o mundo
corpóreo, é o principal na ordem das coisas?
— O mundo espírita; ele preexiste e sobrevive a
tudo.
86. O mundo corpóreo poderia deixar de existir,
ou nunca ter existido, sem com isso alterar a essência
do mundo espírita?
— Sim; eles são independentes, e, não obstante, a
sua correlação é incessante, porque reagem incessante-
mente um sobre o outro.
87. Os Espíritos ocupam uma região circunscrita
e determinada no espaço?
— Os Espíritos estão por toda parte; povoam ao infi-
nito os espaços infinitos. Há os que estão sem cessar ao
vosso lado, observando-vos e aluando sobre vós, sem o
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saberdes; porque os Espíritos são uma das forças da
Natureza e os instrumentos de que Deus se serve para
o cumprimento de seus desígnios providenciais; mas
nem todos vão a toda parte, porque há regiões interdi-
tadas aos menos avançados.
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89. Os Espíritos gastam algum tempo para cruzar
o espaço?
— Sim; mas rápido como o pensamento.
89. a) O pensamento não é a própria alma que se
transporta?
— Quando o pensamento está em alguma parte, a
alma também o está, pois é a alma que pensa. O pen-
samento é um atributo.
90. O Espírito que se transporta de um lugar a ou-
tro tem consciência da distância que percorre e dos
espaços que atravessa, ou é subitamente transportado
para onde deseja ir?
— Uma e outra coisa. O Espírito pode perfeitamen-
te, se o quiser, dar-se conta da distância que atravessa,
mas essa distância pode também desaparecer por com-
pleto; isso depende da sua vontade e também da sua
natureza, se mais ou menos depurada.
91. A matéria oferece obstáculos aos Espíritos?
— Não; eles penetram tudo; o ar, a terra, as águas, o
próprio fogo lhes são igualmente acessíveis.
92. Os Espíritos têm o dom da ubiqüidade, ou,
em outras palavras, o mesmo Espírito pode dividir-se
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ou estar ao mesmo tempo em vários pontos?
— Não pode haver divisão de um. Espírito; mas
cada um deles é um centro que irradia para diferentes
lados, e é por isso que parecem estar em muitos lugares
ao mesmo tempo. Vês o sol, que não é mais do que
um, e, não obstante, irradia por toda parte e envia os
seus raios até muito longe. Apesar disso, ele não se
divide.
92. a) Todos os Espíritos irradiam com o mesmo
poder?
— Bem longe disso; o poder de irradiação depende
do grau de pureza de cada um.
Comentário de Kardec: Cada Espírito é uma unidade in-
divisível; mas cada um deles pode estender o seu pensamento
em diversas direções, sem por isso se dividir É somente nesse
sentido que se deve entender o dom de ubiqüidade atribuído
aos Espíritos. Como uma fagulha que projeta ao longe a sua
claridade e pode ser percebida de todos os pontos do horizon-
te. Como, ainda, um homem que, sem mudar de lugar e sem
se dividir, pode transmitir ordens, sinais e produzir movimen-
tos em diferentes lugares.
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IV Peri spírito
93. O Espírito propriamente dito vive a descoberto
ou, como pretendem alguns, envolvidos por alguma
substância?
— O Espírito é envolvido por uma substância que
é vaporosa para ti, mas ainda bastante grosseira para
nós; suficientemente vaporosa, entretanto, para que
ele possa elevar-se na atmosfera e transportar-se para
onde quiser.
Comentário de Kardec: Como a semente de um fruto
é envolvida pelo perisperma o Espírito propriamente dito é
revestido de um envoltório que, por comparação, se pode cha-
mar períspirito.
94. De onde tirar o Espírito o seu envoltório semi-
material?
— Do fluído universal de cada globo. É por isso que
ele não é o mesmo em todos os mundos; passando de
um mundo para outro, o Espírito muda de envoltório,
como mudais de roupa.
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94. a) Dessa maneira, quando os Espíritos de mun-
dos superiores vêm até nós, tomam um períspirito
mais grosseiro?
— É necessário que eles se revistam da vossa maté-
ria, como já dissemos.
95. O envoltório semimaterial do Espírito tem for-
mas determinadas e pode ser perceptível?
— Sim, uma forma ao arbítrio do Espírito; e é assim
que ele vos aparece algumas vezes, seja nos sonhos, seja
no estado de vigília, podendo tomar uma forma visível
e mesmo palpável.
V Diferente s Orden s de
Espíritos
96. Os Espíritos são iguais, ou existe entre eles al-
guma hierarquia?
— São de diferentes ordens, segundo o grau de per-
feição a que tenham chegado.
97. Há um número determinado de ordens ou de
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graus de perfeição entre os Espíritos?
— É ilimitado o número dessas ordens, pois não
há entre elas uma linha de demarcação traçada como
barreira, de maneira que se podem multiplicar ou res-
tringir as divisões, à vontade. Não obstante, se consi-
derarmos os caracteres gerais, poderemos reduzi-las a
três ordens principais.
Comentário de Kardec: Na primeira ordem, podemos co-
locar os que já chegaram à perfeição: os Espíritos puros. Na
segunda, estão os que chegaram ao meio da escala: o desejo
do bem é a sua preocupação. Na terceira, os que estão ainda
na base da escala: os Espíritos imperfeitos, que se caracteri-
zam pela ignorância, o desejo do mal e todas as mais paixões
que lhes retardam o desenvolvimento.
98. Os Espíritos da segunda ordem só têm o desejo
do bem; terão também o poder de o fazer?
— Eles têm esse poder, de acordo com o grau de sua
perfeição: uns possuem a ciência; outros, a sabedoria
e a bondade. Todos, entretanto, ainda têm provas a
sofrer.
99. Os Espíritos da terceira ordem são todos essen-
cialmente maus?
—Não; uns não fazem bem nem. mal; outros, ao
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contrário, se comprazem no mal e ficam satisfeitos
quando encontram ocasião de praticá-lo. Há ainda Es-
píritos levianos ou estouvados, mais travessos do que
malignos, que se comprazem mais na malícia do que
na maldade, encontrando prazer em mistificar e cau-
sar pequenas contrariedades, das quais se riem.
VI Esc al a Espírita
100. Observações preliminares. A classificação dos
Espíritos funda-se no seu grau de desenvolvimento,
nas qualidades por eles adquiridas e nas imperfeições
de que ainda não se livraram. Esta classificação nada
tem de absoluta: nenhuma categoria apresenta caráter
bem definido, a não ser no conjunto: de um grau a
outro, a transição é insensível, pois, nos limites, as di-
ferenças se apagam, como nos reinos da Natureza, nas
cores do arco-íris ou ainda nos diferentes períodos da
vida humana. Pode-se, portanto, formar um número
maior ou menor de classes, de acordo com a maneira
por que se considerar o assunto. Acontece nisto como
em todos os sistemas de classificação científica: os sis-
temas podem ser mais ou menos completos, mais ou
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menos racionais, mais ou menos cômodos para a in-
teligência; mas, seja como for, nada alteram quanto à
substância da Ciência. Os Espíritos, interpelados so-
bre isto, puderam, pois, variar quanto ao número das
categorias, sem maiores conseqüências. Houve quem
se apegasse a esta contradição aparente, sem refletir
que eles não dão nenhuma importância ao que é pura-
mente convencional. Para eles, o pensamento é tudo:
deixam-nos os problemas da forma, da escolha dos ter-
mos, das classificações, em uma palavra, dos sistemas.
Ajuntemos ainda esta consideração que jamais se
deve perder de vista: entre os Espíritos, como entre os
homens, há os que são muito ignorantes, e nunca será
demais estarmos prevenidos contra a tendência a crer
que eles tudo sabem, por serem Espíritos. Toda classifi-
cação exige método, análise e conhecimento aprofun-
dado do assunto. Ora, no mundo dos Espíritos, os que
têm conhecimentos limitados são, como os ignorantes
deste mundo, incapazes de apreender um conjunto e
formular um sistema; eles não conhecem ou não com-
preendem senão imperfeitamente qualquer classifica-
ção; para eles, todos os Espíritos que lhes sejam supe-
riores são da primeira ordem, pois não podem apreciar
as suas diferenças de saber, de capacidade e de mora-
lidade, como entre nós faria um homem rude, em re-
lação aos homens ilustrados. E aqueles mesmos que
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sejam incapazes, podem variar nos detalhes, segundo
os seus pontos de vista, sobretudo quando uma divi-
são nada tem de absoluto. Lineu, Jussieu Tournefort
tiveram cada qual o seu método, e a botânica não se al-
terou por isso. É que eles não inventaram nem as plan-
tas nem os seus caracteres, mas apenas observaram as
analogias, segundo as quais formaram os grupos e as
classes. Foi assim que procedemos. Nós também não
inventamos os Espíritos nem os seus caracteres. Vimos
e observamos; julgamos pelas suas palavras e os seus
atos, e depois os classificamos pelas semelhanças, ba-
seando-nos nos dados que eles forneceram.
Os Espíritos admitem, geralmente, três categorias
principais ou três grandes divisões. Na última, aquela
que se encontra na base da escala, estão os Espíritos
imperfeitos, caracterizados pela predominância da ma-
téria sobre o espírito e pela propensão ao mal. Os da
segunda se caracterizam pela predominância do espí-
rito sobre a matéria e pelo desejo de praticar o bem:
são os Espíritos bons. A primeira, enfim, compreende
os Espíritos puros, que atingiram o supremo grau de
perfeição.
Esta divisão nos parece perfeitamente racional e
apresenta caracteres bem definidos; não nos resta se-
não destacar, por um número suficiente de subdivi-
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sões, as nuanças principais do conjunto. Foi o que fize-
mos, com o concurso dos Espíritos, cujas benevolentes
instruções jamais nos faltaram.
Com a ajuda deste quadro, será fácil determinar a
ordem e o grau de superioridade ou inferioridade dos
Espíritos com os quais podemos entrar em relação e,
por conseguinte, o grau de confiança e de estima que
eles merecem.
Esta é de alguma maneira, a chave da Ciência espí-
rita, pois só ela pode explicar-nos as anomalias que as
comunicações apresentam, esclarecendo-nos sobre as
irregularidades intelectuais e morais dos Espíritos.
Observaremos, entretanto, que os Espíritos não per-
tencem para sempre e exclusivamente a esta ou aque-
la classe; o seu progresso se realiza gradualmente, e,
como muitas vezes se efetua mais num sentido que
noutro, eles podem reunir as características de várias
categorias, o que é fácil apreciar por sua linguagem e
seus atos.
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Terceira Ordem:
Espíritos Imperfeitos
101. Caracteres gerais. Predominância da matéria
sobre o espírito. Propensão ao mal. Ignorância, orgu-
lho, egoísmo, e todas as más paixões que lhes seguem.
Têm a intuição de Deus, mas não o compreendem.
Nem todos são essencialmente maus; em alguns, há
mais leviandade. Uns não fazem o bem, nem o mal;
mas pelo simples fato de não fazerem o bem, revelam
a sua inferioridade. Outros, pelo contrário, se compra-
zem no mal e ficam satisfeitos quando encontram oca-
sião de praticá-lo.
Podem aliar a inteligência à maldade ou à malícia;
mas, qualquer que seja o seu desenvolvimento intelec-
tual, suas idéias são pouco elevadas e os seus sentimen-
tos mais ou menos abjetos.
Os seus conhecimentos sobre as coisas do mundo
espírita são limitados, e o pouco que sabem a respeito
se confunde com as idéias e os preconceitos da vida
corpórea. Não podem dar-nos mais do que noções fal-
sas e incompletas daquele mundo; mas o observador
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atento encontra freqüentemente, nas suas comunica-
ções, mesmo imperfeitas, a confirmação das grandes
verdades ensinadas pelos Espíritos superiores.
O caráter desses Espíritos se revela na sua lingua-
gem. Todo Espírito que, nas suas comunicações, trai
um pensamento mau, pode ser colocado na terceira
ordem; por conseguinte, todo mau pensamento que
nos for sugerido provém de um Espírito dessa ordem.
Vêem a felicidade dos bons, e essa visão é para eles
um tormento incessante, porque lhes faz provar as an-
gústias da inveja e do ciúme.
Conservam a lembrança e a percepção dos sofri-
mentos da vida corpórea, e essa impressão é freqüente-
mente mais penosa que a realidade. Sofrem, portanto,
verdadeiramente, pelos males que suportaram e pêlos
que acarretaram aos outros; e como sofrem por muito
tempo, julgam sofrer para sempre. Deus, para os pu-
nir, quer que eles assim pensem.
Podemos dividi-los em cinco classes principais.
102. Décima classe. Espíritos Impuros — São incli-
nados ao mal e o fazem objeto de suas preocupações.
Como Espíritos, dão conselhos pérfidos, insuflam a
discórdia e a desconfiança, e usam todos os disfarces,
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para melhor enganar. Apegam-se às pessoas de caráter
bastante fraco para cederem às suas sugestões, a fim de
as levar à perda, satisfeitos de poderem retardar o seu
adiantamento, ao fazê-las sucumbir ante as provas que
sofrem.
Nas manifestações, reconhecem-se esses Espíritos
pela linguagem: atrivialidade e a grosseria das expres-
sões, entre os Espíritos como entre os homens, e sem-
pre um índice de inferioridade moral, senão mesmo
intelectual. Suas comunicações revelam a baixeza de
suas inclinações e, se eles tentam enganar, talando de
maneira sensata, não podem sustentar o papel por
muito tempo e acabam sempre por trair a sua origem.
Alguns povos os transformaram em divindades
malfazejas- outros os designam como demônios, gê-
nios maus, Espíritos do mal.
Quando encarnados, inclinam-se a todos os vícios
que as paixões vis e degradantes engendram: a sensua-
lidade, a crueldade, a felonia, a hipocrisia cupidez e a
avareza sórdida. Fazem o mal pelo prazer de fazê-lo, no
mais das vezes sem motivo, e, por ódio ao bem, quase
sempre escolhem suas vitimas entre as pessoas hones-
tas. Constituem verdadeiros flagelos para a humanida-
de seja qual for a posição que ocupem, e o verniz da
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civilização não os livra do opróbrio e da ignomínia.
103. Nona classe. Espíritos Levianos – São ignoran-
tes, malignos inconseqüentes e zombeteiros. Metem-se
em tudo e a tudo respondem sem se importarem com
a verdade. Gostam de causar pequenas contrariedades
e pequenas alegrias, de fazer intrigas, de induzir ma-
liciosamente ao erro por meio de mistificações e de
espertezas. A esta classe pertencem os Espíritos vulgar-
mente designados pelos nomes de duendes, diabretes,
gnomos, tragos Estão sob a dependência de Espíritos
superiores, que deles se servem multas vezes, como fa-
zemos com os criados.
Nas suas comunicações com os homens, a sua lin-
guagem é, muitas vezes espirituosa e alegre, mas qua-
se sempre sem profundidade; apanham as esquisitices
e os ridículos humanos, que interpretam de maneira
mordaz e satírica. Se tomam nomes supostos, é mais
por malícia do que por maldade
104. Oitava classe. Espíritos Pseudo-Sábios – Seus
conhecimentos são bastante amplos, mas julgam saber
mais do que realmente sabem Tendo realizado alguns
progressos em diversos sentidos, sua linguagem tem
um caráter sério, que pode iludir quanto à sua capa-
cidade e às suas luzes Mas isso freqüentemente, não é
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mais do que um reflexo dos preconceitos e das idéias
sistemáticas que tiveram na vida terrena. Sua lingua-
gem é uma mistura de algumas verdades com os erros
mais absurdos, entre os quais repontam a presunção,
o orgulho, a inveja e a teimosia, de que não puderam
despir-se
105. Sétima classe. Espíritos Neutros – Nem são
bastante bons para fazerem o bem, nem bastante maus
para fazerem o mal; tendem tanto para um como para
outro, e não se elevam sobre a condição vulgar da hu-
manidade, quer pela moral ou pela inteligência. Ape-
gam-se às coisas deste mundo, saudosos de suas gros-
seiras alegrias.
106. Sexta classe. Espíritos Batedores e Perturbado-
res —Estes Espíritos não formam, propriamente falan-
do, uma classe distinta quanto às suas qualidades pes-
soais, e podem pertencer a todas as classes da terceira
ordem. Manifestam freqüentemente sua presença por
efeitos sensíveis e físicos, como golpes, movimento e
deslocamento anormal de corpos sólidos, agitação do
ar etc. Parece que estão mais apegados à matéria do
que os outros, sendo os agentes principais das vicissi-
tudes dos elementos do globo, quer pela sua ação so-
bre o ar, a água, o fogo, os corpos sólidos ou nas entra-
nhas da terra. Reconhece-se que esses fenômenos não
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são devidos a uma causa fortuita e física, quando têm
um caráter intencional e inteligente. Todos os Espíri-
tos podem produzir esses fenômenos, mas os Espíritos
elevados os deixam, em geral, a cargo dos Espíritos su-
balternos, mais aptos para as coisas materiais que para
as inteligentes. Quando julgam que as manifestações
desse gênero são úteis, servem-se desses espíritos como
auxiliares.
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Segund a Ordem:
Bon s Espíritos
107. Caracteres Gerais. Predomínio do Espírito so-
bre a matéria; desejo do bem. Suas qualidades e seu
poder de fazer o bem estão na razão do grau que atin-
giram: uns possuem a ciência, outros a sabedoria e a
bondade; os mais adiantados juntam ao seu saber as
qualidades morais. Não estando ainda completamente
desmaterializados, conservam mais ou menos, segun-
do sua ordem, os traços da existência corpórea, seja na
linguagem, seja nos hábitos, nos quais se encontram
até mesmo algumas de suas manias. Se não fosse as-
sim, seriam Espíritos perfeitos.
Compreendem Deus e o infinito e gozam já da fe-
licidade dos bons. Sentem-se felizes quando fazem o
bem e quando impedem o mal. O amor que os une é
para eles uma fonte de inefável felicidade, não alterada
pela inveja nem pêlos remorsos, ou por qualquer das
más paixões que atormentam os Espíritos imperfeitos;
mas terão ainda de passar por provas, até atingirem a
perfeição absoluta.
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Como Espíritos, suscitam bons pensamentos, des-
viam os homens do caminho do mal, protegem duran-
te a vida aqueles que se tornam dignos, e neutralizam
a influência dos Espíritos imperfeitos sobre os que não
se comprazem nelas.
Quando encarnados, são bons e benevolentes para
com os semelhantes; não se deixam levar pelo orgu-
lho, nem pelo egoísmo, nem pela ambição; não pro-
vam ódio, nem rancor, nem inveja ou ciúme, fazendo
o bem pelo bem.
A esta ordem pertencem os espíritos designados,
nas crenças vulgares, pelos nomes de bons gênios, gê-
nios protetores, Espíritos do bem. Nos tempos de su-
perstição e de ignorância, foram considerados divinda-
des benfazejas.
Podemos dividi-los em quatro grupos principais:
108. Quinta classe. Espíritos Benévolos — Sua qua-
lidade dominante é a bondade; gostam de prestar ser-
viços aos homens e de os proteger; mas o seu saber
é limitado: seu progresso realizou-se mais no sentido
moral que no intelectual.
109. Quarta classe. Espíritos Sábios — O que espe-
cialmente os distingue é a amplitude dos conhecimen-
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tos. Preocupam-se menos com as questões morais do
que com as científicas, para as quais têm mais aptidão;
mas só encaram a Ciência pela sua utilidade, livres das
paixões que são próprias dos Espíritos imperfeitos.
110. Terceira classe. Espíritos Prudentes — Carac-
terizam-se pelas qualidades morais da ordem mais ele-
vada. Sem possuir conhecimentos ilimitados, são do-
tados de uma capacidade intelectual que lhes permite
julgar com precisão os homens e as coisas.
111. Segunda classe. Espíritos Superiores — Reú-
nem a ciência, a sabedoria e a bondade. Sua lingua-
gem, que só transpira benevolência, é sempre digna,
elevada, e freqüentemente sublime. Sua superioridade
os torna, mais que os outros, aptos a nos proporcionar
as mais justas noções sobre as coisas do mundo incor-
póreo, dentro dos limites do que nos é dado conhecer.
Comunicam-se voluntariamente com os que procu-
ram de boa fé a verdade e cujas almas estejam bastante
libertas dos liames terrenos, para a compreender; mas
afastam-se dos que são movidos apenas pela curiosida-
de ou que, pela influência da matéria, se desviam da
prática do bem.
34
Quando, por exceção, se encarnam na Terra, é para
cumprir uma missão de progresso, e então nos ofere-
cem o tipo de perfeição a que a humanidade pode as-
pirar neste mundo.
35
Primeira Ordem:
Espíritos Puros
112. Caracteres Gerais. Nenhuma influência da
matéria. Superioridade intelectual e moral absoluta,
em relação aos Espíritos das outras ordens.
113. Primeira classe. Classe Única — Percorreram
todos os graus da escala e se despojaram de todas as
impurezas da matéria. Havendo atingido a soma de
perfeições de que é suscetível a criatura, não têm mais
provas nem expiações a sofrer. Não estando mais sujei-
tos à reencarnação em corpos perecíveis, vivem a vida
eterna, que desfrutam no seio de Deus.
Gozam de uma felicidade inalterável, porque não
estão sujeitos nem às necessidades nem às vicissitudes
da vida material, mas essa felicidade não é a de uma
ociosidade monótona, vivida em contemplação perpé-
tua. São os mensageiros e os ministros de Deus, cujas
ordens executam, para a manutenção da harmonia
universal. Dirigem a todos os Espíritos que lhes são in-
feriores, ajudam-nos a se aperfeiçoarem e determinam
as suas missões. Assistir os homens nas suas angústias,
36
incitá-los ao bem ou à expiação das faltas que os dis-
tanciam da felicidade suprema é para eles uma ocupa-
ção agradável. São, às vezes, designados pelos nomes
de anjos, arcanjos ou serafins.
Os homens podem comunicar-se com eles, mas
bem presunçoso seria o que pretendesse tê-los cons-
tantemente às suas ordens.
37
verdade e para os aproximar dele. A felicidade eterna
e sem perturbações, eles a encontrarão nessa perfei-
ção. Os Espíritos adquirem, o conhecimento passando
pelas provas que Deus lhes impõe. Uns aceitam essas
provas com submissão e chegam mais prontamente
ao seu destino; outros não conseguem sofrê-las sem
lamentação, e assim permanecem, por sua culpa, dis-
tanciados da perfeição e da felicidade prometida.
115. a) Segundo isto, os Espíritos, na sua origem,
se assemelham a crianças, ignorantes e sem experiên-
cia, mas adquirindo pouco a pouco os conhecimen-
tos que lhes faltam, ao percorrer as diferentes fases
da vida?
— Sim, a comparação é justa: a criança rebelde per-
manece ignorante e imperfeita; seu menor ou maior
aproveitamento depende da sua docilidade. Mas a
vida do homem tem fim, enquanto a dos Espíritos se
estende ao infinito.
116. Há Espíritos que ficarão perpetuamente nas
classes inferiores?
— Não; todos se tomarão perfeitos. Eles mudam,
embora devagar, porque, como já dissemos uma vez,
um pai justo e misericordioso não pode banir eterna-
mente os seus filhos. Querias que Deus, tão grande,
38
tão justo e tão bom, fosse pior que vós mesmos?
117. Depende dos Espíritos apressar o seu avanço
para a perfeição?
— Certamente. Eles chegam mais ou menos rapida-
mente, segundo o seu desejo e a sua submissão à von-
tade de Deus. Uma criança dócil não se instrui mais
depressa que uma rebelde?
118. Os Espíritos podem degenerar?
— Não. À medida que avançam, compreendem o
que os afasta da perfeição. Quando o Espírito con-
cluiu uma prova, adquiriu conhecimento e não mais
o perde. Pode permanecer estacionário, mas não retro-
gradar.
119. Deus pode livrar os Espíritos das provas que
devem sofrer para chegar à primeira ordem?
— Se eles tivessem sido criados perfeitos, não teriam
merecimento para gozar os benefícios dessa perfeição.
Onde estaria o mérito sem a luta? De outro lado, a
desigualdade existente entre eles é necessária à sua
personalidade, e a missão que lhes cabe nos diferentes
graus está nos desígnios da Providência, com vistas à
harmonia do Universo.
39
Comentário de Kardec: Como, na vida social, todos os
homens podem chegar aos primeiros postos, também podería-
mos perguntar por que motivo o soberano de um país não faz,
de cada um dos seus soldados, um general; por que todos os
empregados subalternos não são superiores; por que todos os
alunos não são professores. Ora, entre a vida social e a espi-
ritual, existe ainda a diferença de que a primeira é limitada
e nem sempre permite a escalada de todos os seus degraus,
enquanto a segunda é indefinida e deixa a cada um a possi-
bilidade de se elevar ao posto supremo.
120. Todos os Espíritos passam pela fieira do mal
para chegar ao bem?
— Não pela fieira do mal, mas pela da ignorância.
121. Por que alguns Espíritos seguiram o caminho
do bem, e outros, o do mal?
— Não têm eles o livre-arbítrio? Deus não criou Es-
píritos maus; criou-os simples e ignorantes, ou seja,
tão aptos para o bem quanto para o mal; os que são
maus, assim se tornaram por sua vontade.
122. Como podem os Espíritos, em sua origem,
quando ainda não têm a consciência de si mesmos,
ter a liberdade de escolher entre o bem e o mal? Há
neles um princípio, uma tendência qualquer que os
leve mais para um lado que para outro?
40
— O livre-arbítrio se desenvolve à medida que o Es-
pírito adquire consciência de si mesmo. Não haveria
Uberdade, se a escolha fosse provocada por uma causa
estranha à vontade do Espírito. A causa não está nele,
mas no exterior, nas influências a que ele cede em vir-
tude de sua espontânea vontade. Esta é a grande figura
da queda do homem e do pecado original: uns cede-
ram à tentação e outros a resistiram.
122. a) De onde vêm as influências que se exercem
sobre ele?
— Dos Espíritos imperfeitos que procuram envolvê-
-lo e dominá-lo, e que ficam felizes de afazer sucumbir.
Foi o que se quis representar na figura de Satanás.
122. b) Esta influência só se exerce sobre o Espíri-
to na sua origem?
— Segue-o na vida de Espírito, até que ele tenha de
tal maneira adquirido o domínio de si mesmo que os
maus desistam de obsediá-lo.
123. Por que Deus permitiu que os Espíritos pu-
dessem seguir o caminho do mal?
— Como ousais pedir a Deus conta dos seus atos?
Pensais poder penetraras seus desígnios? Entretan-
to, podeis dizer: A sabedoria de Deus se encontra na
41
Uberdade de escolha que concede a cada um, porque
assim cada um tem o mérito de suas obras.
124. Havendo Espíritos que, desde o princípio, se-
guem o caminho do bem absoluto, e outros, o do mal
absoluto, haverá gradações, sem dúvida, entre esses
dois extremos?
— Sim, por certo, e constituem a grande maioria.
125. Os Espíritos que seguiram o caminho do mal
poderão chegar ao mesmo grau de superioridade que
os outros?
— Sim, mas as eternidades serão mais longas para
eles.
Comentário de Kardec: Por essa expressão, as eternida-
des, devemos entender a idéia que os Espíritos inferiores fa-
zem da perpetuidade dos seus sofrimentos, cujo termo não
lhes é dado ver. Essa idéia se renova em todas as provas nas
quais sucumbem.
126. Os Espíritos que chegam ao supremo grau,
depois de passarem pelo mal, têm menos mérito que
os outros aos olhos de Deus?
— Deus contempla os extraviados com o mesmo
olhar, e os ama a todos do mesmo modo. Eles são cha-
mados maus porque sucumbiram; antes, não eram
42
mais que simples Espíritos.
127. Os Espíritos são criados iguais quanto às fa-
culdades intelectuais?
— São criados iguais, mas não sabendo de onde
vêm, é necessário que o livre-arbítrio se desenvolva.
Progridem mais ou menos rapidamente, tanto em in-
teligência como em moralidade.
Comentário de Kardec: Os Espíritos que seguem desde o
princípio o caminho do bem nem por isso são Espíritos per-
feitos; se não têm más tendências, não estão menos obrigados
a adquirir a experiência e os conhecimentos necessários à
perfeição. Podemos compará-los a crianças que, qualquer que
seja a bondade dos seus instintos naturais têm necessidade de
desenvolver-se, de esclarecer-se e não chegam sem transição da
infância à maturidade. Assim como temos homens que são
bons e outros que são maus desde a infância, há Espíritos
que são bons ou maus desde o princípio com a diferença capi-
tal de que a criança traz os seus instintos formados, enquan-
to o Espírito na sua formação, não possui mais maldade que
bondade. Ele tem todas as tendências, e toma uma direção
ou outra em virtude do seu livre-arbítrio.
43
VIII Anj os e Demônios
128. Os seres que chamamos anjos, arcanjos, sera-
fins formam uma categoria especial, de natureza dife-
rente da dos outros Espíritos?
— Não; são Espíritos puros: estão no mais alto grau
da escala e reúnem em si todas as perfeições.
Comentário de Kardec: A palavra anjo desperta geral-
mente a ideia da perfeição moral; não obstante é frequente-
mente aplicada a todos os seres, bons e maus, que existam
fora da Humanidade. Diz-se: o bom e o mau anjo; o anjo da
luz e o anjo das trevas; e nesse caso ela é sinônima de Espí-
rito ou de gênio. Tomamo-la aqui na sua significação boa.
129. Os anjos também percorreram todos os graus?
— Percorreram todos. Mas, como já dissemos: uns
aceitaram a sua missão sem lamentar e chegaram mais
depressa; outros empregaram maior ou menor tempo
para chegar à perfeição.
130. Se a opinião de que há seres criados perfei-
tos e superiores a todos os outros é errônea, como se
44
explica a sua presença na tradição de quase todos os
povos?
— Aprende que o teu mundo não existe de toda a
eternidade e que muito antes de existir já havia Espí-
ritos no grau supremo; os homens por isso, acreditam
que eles sempre haviam sido perfeitos.
131. Há demônios, no sentido que se dá a essa
palavra?
—Se houvesse demônios, eles seriam obra de Deus.
E Deus seria justo e bom, criando seres infelizes, eter-
namente voltados ao mal? Se há demônios, e no teu
mundo inferior e em outros semelhantes que eles re-
sidem: são esses homens hipócritas que fazem de um
Deus justo um Deus mal e vingativo, e que pensam
lhe ser agradáveis pelas abominações que cometem,
em seu nome.
Comentário de Kardec: A palavra demônio não implica
a ideia de Espírito mau, a não ser na sua acepção moderna,
porque o termo grego dáimon. de que ela deriva, significa
gênio, inteligência, e se aplicou aos seres incorpóreos, bons ou
maus. sem distinção.
Os demônios, segundo a significação vulgar do termo,
seriam entidades essencialmente malfazejas: e seriam, como
todas as coisas, criação de Deus. Mas Deus, que é eterna-
45
mente justo e bom, não pode ter criado seres predispostos ao
mal por sua própria natureza, e condenados pela eternidade.
Se não fossem obra de Deus, seriam eternos como ele, e nesse
caso haveria muitas potências soberanas.
A primeira condição de toda doutrina é a de ser lógica;
ora, a dos demônios, no seu sentido absoluto, falha neste
ponto essencial. Que, na crença dos povos atrasados, que
não conheciam os atributos de Deus, admitindo divindades
malfazejas, também se admitissem os demônios, é concebível;
mas para quem quer que faca da bondade de Deus um atri-
buto por excelência, é ilógico e contraditório supor que ele
tenha criado seres voltados ao mal e destinados a praticá-lo
perpetuamente, porque isso seria negar a sua bondade. Os
partidários do demônio se apoiam nas palavras do Cristo e
não seremos nós que iremos contestar a autoridade dos seus
ensinos, que desejaríamos ver mais no coração do que na
boca dos homens; mas estariam bem certos do sentido que
ele atribuía à palavra demônio? Não se sabe que a forma
alegórica é uma das características da sua linguagem? Tudo o
que o Evangelho contém deve ser tomado ao pé da letra? Não
queremos outra prova, além desta passagem;
“Logo após esses dias de aflição, o sol se obscurecerá e a
lua não dará mais a sua luz, as estrelas cairão do céu e as
potências celestes serão abaladas. Em verdade vos digo que
esta geração não passará, antes que todas essas coisas se cum-
pram.” Não vimos a forma do texto bíblico contraditada pela
Ciência no que se refere à criação e ao movimento da Terra?
46
Não pode acontecer o mesmo com certas figuras empregadas
pelo Cristo, que devia falar de acordo com o tempo e a região
em que se achava? O Cristo não poderia ter dito consciente-
mente uma falsidade. Se, portanto, nessas palavras há coisas
que parecem chocar a razão, é que não as compreendemos ou
que as interpretamos mal.
Os homens fizeram com os demônios o mesmo que com
os anjos. Da mesma maneira que acreditam na existência
de seres perfeitos desde toda a eternidade, tomaram também
os Espíritos inferiores por seres perpetuamente maus. A pa-
lavra demônio deve, portanto, ser entendida como referente
aos Espíritos impuros, que frequentemente não são melhores
que os designados por esse nome, mas com a diferença de ser
o seu estado apenas transitório. São esses os Espíritos imper-
feitos que protestam contra as suas provações e por isso as
sofrem por mais tempo, mas chegarão por sua vez á perfeição,
quando se dispuserem a tanto. Poderíamos aceitar a palavra
demônio com esta restrição. Mas, como ela é agora entendi-
da num sentido exclusivo, poderia induzir em erro, dando
margem á crença na existência de seres criados especialmente
para o mal.
A propósito de Satanás, é evidente que se trata da personi-
ficação do mal sob uma forma alegórica, porque não se pode-
ria admitir um ser maligno lutando de igual para igual com
a Divindade, e cuja única preocupação seria a de contrariar
os seus desígnios. Como o homem necessita de imagens e fi-
guras para impressionar a sua imaginação, pintou os seres
47
incorpóreos com formas materiais dotadas de atributos que
lembram as suas qualidades ou os seus defeitos. Foi assim
que os antigos, querendo personificar o Tempo, deram-lhe a
figura de um velho com uma foice e uma ampulheta. Uma
figura de jovem, nesse caso, seria um contra-senso. O mesmo
se deu com as alegorias da Fortuna, da Verdade etc. Os mo-
dernos representaram os anjos, os Espíritos puros, numa figu-
ra radiosa, com asas brancas, símbolo da pureza, e Satanás,
com chifres, garras e os atributos da bestialidade, símbolos
das paixões. O vulgo, que toma as coisas ao pé da letra, viu
nesses símbolos entidades reais, como outrora tinha visto Sa-
turno na alegoria do Tempo. (4)
48
Lei s Morai s
Todos os espíritos estão submetidos e se orientam
por dez leis morais universais, aqueles em desequilí-
brio com essas leis permanecem em estado de pertur-
bação.
49
dir e aperfeiçoar.
5. Lei de Destruição: A destruição é necessá-
ria para que novos corpos apareçam, mais inteli-
gentes e mais argutos. É a renovação e melhoria
dos seres vivos.
6. Lei de Sociedade: Todos os indivíduos têm
responsabilidade para com os outros seres huma-
nos. Os mais fortes devem ajudar os mais fracos;
os mais inteligentes, os menos.
7. Lei de Progresso: Há uma inexorabilidade.
Quer estejamos encarnados ou desencarnados,
todos estaremos sujeitos à lei do progresso.
8. Lei de Igualdade: Embora todos os Espí-
ritos tenham partido de um mesmo ponto, uns
progrediram mais do que os outros. A desigual-
dade refere-se apenas ao mérito.
9. Lei de Liberdade: Quanto maior for a obe-
diência à lei de Deus, maior a liberdade dos seres
humanos.
10. Lei de Justiça, Amor e Caridade: É a mais
importante, porque resume as leis anteriores.
50
Cen ários
51
Espíritos nas colônias
52
Hospitalares: Espíritos voltados a cuidados e
cura de espíritos resgatados e recém desencarna-
dos em estado de desequilíbrio por doença mo-
ral e mental.
53
Espíritos no Umbral
54
Luxuriosos: Região de espíritos dependentes
do prazer sexual, sedutores, buscam prender com
apego e dependência todos os que se aproximam.
Exemplo: José sofrerá deformidades em seus
órgãos sexuais, e buscará constantemente o pra-
zer sexual, seja consentido ou forçado.
55
Suicidas Espíritos que por ação consciente
ou inconsciente afetaram seus corpos físicos. O
consciente é aquele que em vida foi consumi-
dor constante de drogas (álcool, cigarro, cocaína
etc.), busca suprir sua dependência sugando Flui-
dos (espécie de energia recarregável do espírito)
contaminados de Encarnados na mesma condi-
ção, induzindo-os ao vício. Também neste grupo
existem os que tiraram a própria vida terrena,
tornando-se grandes atormentados, espíritos em
desequilíbrio, instáveis, loucos e inconsequentes.
Já os inconscientes são lamentadores, mantém
Fluidos doentes e não entendem o que ocorreu,
vivem em dor e angústia, em vida terrena, nutri-
ram mágoas que afetaram profundamente o orga-
nismo, gerando doenças que lhe ceifaram a vida.
Exemplo: José morre devido ao vício em ál-
cool, estará sempre com grandes dores no fígado,
podendo até criar deformações, buscará sugar
Fluidos similares ao que originaram seu desen-
carne, e incentivar que os encarnados alimentem
o mesmo vício.
56
Vampirizadores: Espíritos viciados em deter-
minado tipo de energia, têm como único objeti-
vo satisfazer sua fome insaciável de Fluido.
Exemplo: José é carente, busca constantemen-
te atenção e irá fazer de tudo para obter o que
precisa, drenando Fluidos de quem lhe direcio-
nar atenção.
57
Si stema de Regras
58
Como se j oga?
O passo a passo para jogar RPG Espírito se
baseia em 5 etapas simples:
1. Defina inicialmente quem será o mediador,
que irá preparar o jogo separadamente, sem o co-
nhecimento dos participantes. Os demais serão
participantes e deverão imprimir a ficha de jogo
para construir seus personagens;
2. Os participantes devem escrever a trajetó-
ria de uma ou mais existências no campo ÚLTI-
MAS ENCARNAÇÕES (no verso da ficha), isso
irá orientar a criação da personagem. Procure dar
ênfase à última existência terrena;
3. Descreva as IMPERFEIÇÕES e APERFEI-
ÇOAMENTO, relacionando-as com suas encar-
nações passadas;
4. Distribua a pontuação segundo a tabela de
pontuação;
5. Dê o nome à sua personagem e descreva o
SER e o PARECER.
59
60
61
Conhec endo a fi ch a
62
Habilidades: São faculdades as quais o espírito tem
potencial de desenvolvimento conforme amplia sua
consciência e vibração.
Imperfeições e Aperfeiçoamento: Avanços e dé-
bitos evolutivos inerentes ao merecimento do espíri-
tos.
Consciência, Distribua
intelecto e moral 8 pontos
Habilidades Distribua
7 pontos
Fluido Vibração+
Consciência
63
Conhencendo seu
Person agem-Espírito
Atributos do Espírito
64
VIBRAÇÃO: Frequência enérgica que o espíri-
to se encontra, cada espírito pode interagir com
seus pares ou com outros em determinados ní-
veis.
Um espírito de maior vibração consegue visuali-
zar os de níveis inferiores, porém esses não en-
xergam os superiores, habitam diferentes dimen-
sões e frequências.
O nível de vibração equivale ao valor máximo de
habilidades e atributos espirituais, conforme a fi-
cha do participante.
65
Vibração Mentalidade Sentimentos
66
Vibração Mentalidade Sentimentos
Predisposição a servir,
6 luta contra ações egoís-
tas e orgulhosas.
EMPATIA
Transcedência qualquer
9 adversidade interna e COMPAIXÃO
externa.
67
Nível de Compreensão
Estado
vibração sobre as Leis
68
Percepção com enten-
7 dimento sobre a fun- Enxerga espíritos
cionalidade das Leis. de 1° a 9° nível
de vibração. Com
Consciência das percepção clara
transgressões da lei e do campo vibra-
8 aceitação das condi- tório. Nota tons
ções necessárias para de luminosidade
reparar os erros. e identifica pos-
turas conforme o
9 Compreensão e acei- nível.
tação das leis.
Percepção plena
10 Total conhecimento. de todos os níveis.
69
Consciência: Auto percepção sobre o ser espiritual,
voltada a análise sobre a sensibilidade do ambiente ex-
terno (ver, ouvir, sentir, cheirar e degustar) e interno
(bem-estar ou mal-estar), utilizado para ativar a habili-
dade Recordações.
Nível Descrição
70
O sentimento inspira. O pensamento plasma.
A palavra orienta. O ato realiza. Figuremos,
assim, a idéia como sendo a fonte, nascida no
manancial do coração e traçando a si mesma o
curso que lhe é próprio. O pensamento vibra,
desse modo no alicerce de todas as formas e de
todas as experiências da vida.
Livro: Semeador em tempos novos
71
Intelecto: Exercício do intelecto, aspecto do conhe-
cimento, inteligência e organização, trato consigo mes-
mo e com os demais. Quanto menor sua disciplina,
mais individualista e calculista será o espírito, quanto
maior ela for, mais sensata e ponderada será sua cons-
ciência. Também se relaciona com ações físicas como
correr, saltar, brigar, fugir, escalar, esquivar, entre ou-
tros, assim como sentir dores e sintomas corporais
(você é o que você pensa).
72
Moral: Exercício da inteligência emocional, aspecto
sensível, sábio e criativo do espírito, trato consigo mes-
mo e com os demais. Quanto menor a Moral, mais
imprudente e guiado por suas emoções será o espirito,
não fará reflexão diante de suas ações, quanto maior
sua disciplina, mais amoroso e equilibrado será sua
consciência. Moral também está relacionada com acei-
tação e negação, culpa e vitimismo.
73
Vaidade: Tem como referência apenas a
si mesmo, se orienta e nutre seus desejos.
3 Atenção: Percepção focada e voltada à
toda manifestação distinta aos próprios
interesses.
74
Fluido
Organização do Fluido cósmico universal que pro-
porciona vitalidade e energia, um canal ao qual o espí-
rito se reveste e manifesta, constitui seu corpo perispi-
ritual. Toda energia nociva afeta a energia do espírito,
equivalente a um ferimento, e toda energia benigna
atua como um novo sopro de vitalidade e saúde, caso
a energia se esgote o espírito entrará em um sono pro-
fundo ou desmaio, recobrando a consciência assim
que receber novas energias. A qualidade das vibrações
dessas novas energias, afetarão a percepção do espírito
ao despertar.
75
Consciência Efeitos
76
Um fluido vivo e multiforme, estuante e
inestancável, a nascer-lhe da própria alma,
de vez que podemos defini-lo até certo ponto,
por subproduto do fluido cósmico, absorvido
pela mente humana, em processo vitalista
semelhante do Criador, esparsa em todo o
cosmos, transubstanciando-a, sob a própria
responsabilidade, para influenciar na Criação,
a partir de si mesma.
Livro: Evolução em Dois Mundos
77
Habilid ade s
Sentidos ao qual o espírito tem acesso conforme
evolui e desenvolve suas potencialidades. A cada utili-
zação destas habilidades o participante deve riscar um
nível de Fluido. Quando não houver mais Fluidos o
espírito cairá em inconsciência (ver prece).
Sistema de Regras: A quantidade de dados jogados para
conseguir realizar uma Habilidade será equivalente ao nível
de Intelecto + Moral + Nível de Habilidade.
Por exemplo: Eusébio quer plasmar uma corrente para
prender um obsessor, sendo um objeto que possa ser carregado
e que produza um efeito (prender), ou seja, nível dois da Ha-
bilidade Plasmar.
Gasta-se, então, 1 ponto de Fluido, e se jogar 3 dados de
Intelecto, 4 dados de Moral e 3 dados de Habilidade Plas-
mar, totalizará 10 dados a serem jogados.
Para se libertar da corrente o obsessor necessitaria de um
resultado 11 ou superior. O maior valor, não igual, de resul-
tados positivos (ou negativo no caso dos obsessores) sempre
delimita quem vence um embate, briga ou confronto entre
habilidades.
78
PLASTICIDADE:
Habilidade de moldar,
reconfigurar e organizar a
aparência do períspirito.
Caso tenha mais resultados
negativos que positivos, seu
períspirito fica preso em
uma forma intermediária,
até que acumule mais
resultados positivos.
79
Nível Efeito
80
Resolvi buscar a droga. Sabia de outra turma
que tomava muito mais drogas que a nossa. Fui
procurá-los. Nem me aproximei. Ao lado deles
estavam monstros horríveis. Mais tarde vim
a saber que eram tão somente desencarnados
viciados, irmãos em sofrimento, presos a drogas,
a vampirizar encarnados viciados. Estava
desesperado.
Livro: Violetas na janela
81
INFLUÊNCIA: Habilidade de gerar um campo
magnético de influência por meio de indução,
persuasão, reflexão, manipulação ou carisma,
condicionando ou auxiliando outro espírito. O
espírito influenciado pode resistir se perceber,
conseguindo mais resultados positivos em um
teste de Consciência + Intelecto ou Moral, o que
for maior. Caso tenha mais resultados negativos
que positivos, o espirito alvo sabe que está sendo
sugestionado, e criará resistência de 2 resultados
positivos.
82
Nível Descrição
2 Implanta sentimentos.
83
Confie em Jesus e esqueça o monstro – dizia
Narcisa, piedosamente. – Vamos ao passe. O
fantasma vai fugir de nós. E aplicou-lhe fluidos
saudáveis e calmantes, aos que Francisco
agradeceu, demonstrando imensa alegria no
olhar. – Agora,– disse ele, quando o passe
terminou, – estou mais tranquilo.
Livro: Nosso Lar
84
DESLOCAMENTO: Esta habilidade é o trân-
sito de um espírito, similar a um teletransporte, a
mente direciona o espírito para onde quer estar
e se direciona para esse local. Caso tenha mais
resultados negativos que positivos, o deslocamen-
to falha e o espírito é arremessado para um local
aleatório.
85
Nível Efeito
86
(...) transportarse, à vontade, nas áreas de nosso
domínio vibratório; mas, visto a maioria não
ter adquirido essa faculdade, todos se abstêm
de exercê-la em nossas vias públicas. Essa
abstenção, todavia, não impede que utilizemos
o processo longe da cidade, quando é preciso
ganhar distância e tempo.
Livro: Nosso Lar
87
VOLITAÇÃO: Habilidade espiritual que per-
mite voar, planar, levitar, e estabelecer uma rota
coesa em espaço tridimensional. Caso tenha
mais resultados negativos que positivos, o deslo-
camento falha e o espírito fica paralisado e não
consegue sair do lugar.
88
Nível Efeito
89
Chegamos à rua. As ruas são largas, arborizadas
e limpas. Observei o céu, lindo de um tom de
azul que não tenho palavras para comparar
aos encarnados. Dei um longo suspiro. Senti-
me livre e pensei: se pudesse, voaria; a sensação
de liberdade é muito forte. —Vovó, não posso ir
voando? Parece que posso sair e voar. —Poderá
voar quando aprender a volitar. Você encarnada
se desprendia do corpo, quando este dormia, e
volitava. Você sabe, irá recordar. Ensiná-la-ei
outro dia.
Livro: Violetas na Janela
90
PLASMAR: Habilidade do espíri-
to de concentrar a própria energia e
manifestar quaisquer formas pensa-
mento tornando-as tangíveis.
91
Nível Efeito
92
E estas roupas? São minhas. Como vieram
parar aqui? — Certamente não são as mesmas.
Encarnada vestia roupas da matéria. Aqui
são diferentes, são roupas próprias para
desencarnados. Estas são cópias das que tinha.
Plasmei para agradá-la. Troque-as à vontade.
Livro: Violetas na Janela
93
MANIPULAÇÃO FLUÍDICA: Habilidade que permite
a alteração na qualidade do Fluido cósmico universal por
meio da intenção, podendo transformá-lo em energias com
qualidades específicas, desde curativas até tóxicas, gerando
efeitos relacionados a natureza.
Exemplo: Luiz encontra um espírito no Umbral com
ataques de pânico que o fazem sofrer. Utilizando manipu-
lação fluídica ele cria Fluidos curadores para transmitir paz
ao espírito, acalmando sua agitação.
94
Nível Descrição da energia produzida.
95
Os Espíritos agem sobre os fluidos espirituais,
não que os manipulem como os homens manipu-
lam os gases, mas com o auxílio do pensamento
e da vontade. O pensamento e a vontade são
para os Espíritos aquilo que a mão é para o
homem. Pelo pensamento, eles imprimem a tais
fluidos esta ou aquela direção; eles o aglome-
ram, os combinam ou os dispersam.
Livro: A Gênese
96
CLARIVIDÊNCIA: Habilidade espiritual que
permite perceber, analisar e compreender o com-
portamento e origem de determinadas energias
relacionadas a espíritos, ambientes e objetos.
97
Nível Descrição
98
- Quem me acusa dessa baixeza? Minha
consciência está tranquila, canalha!... Passei
minha vida ajudando a maternidade na Terra.
Fui caridosa e crente, boa e pura...
- Não é isso o que se vê nas imagens de seus
pensamentos e atos. Creio que a irmã ainda
não pôde sentir o remorso saudável. Quando
resolver abrir o coração às bênçãos de Deus,
reconhecendo as próprias necessidades, então
volte aqui.
Livro: Nosso Lar
99
RECORDAÇÕES: Conforme o espírito com-
preende que a vida na Terra é uma sucessão transi-
tória e contínua de nascer e morrer, compreende
que todas as vidas fazem parte de sua existência,
podendo recorrer a qualquer existência anterior
para auxiliar diante de situações presentes com
conhecimentos e habilidades especificas.
100
Nível Descrição
101
Tenho uma notícia a dar-te. Na minha última
reencarnação participei das lutas libertadoras
do Brasil na Bahia. Eu vivia aqui mesmo, em
Salvador, no Convento da Lapa e me chamava
Joana Angélica de Jesus. Vai até lá, que eu
quero relatar-te como foi o acontecimento.
Livro: A veneranda Joana de Ângelis
102
Evolu ç ão
Cada espírito se orienta por um aspecto interior,
voltado a sua consciência intima, sua relação consigo
mesmo (Aperfeiçoamento) e exterior, voltado as suas
relações com os demais seres (Débito). Também em
alguns casos mantém algum objeto ou condição que
tende a ser apegado (Afeto).
Exterior
Débito: Característica imperfeita relacionada a cons-
ciência moral do ser espiritual, manifesta como as
principais transgressões as leis divinas, geram pesar e
prendem o espírito a vibrações mais densas.
Exemplo: Em determinada existência física um espi-
rito prende injustamente dezenas de pessoas e as julga
culpadas, carrega, então, o débito de reparar o erro
cometido, normalmente se submetendo a experiências
similares.
103
Sugestões: Assassinato, suicídio, manipulação, exploração,
abuso, injustiça, enganação e roubo.
Interior
Aperfeiçoamento: Débito que o espírito tomou
consciência que deve reparar, identificando-o como
obstáculo para sua evolução. Quando o aperfeiçoa-
mento é cumprido o espírito pode subir um nível de
vibração.
Exemplo: Um espirito que reconhece em si um as-
pecto de vaidade relacionada a sua aparência, que o
levou a ruina em vidas anteriores, busca o aperfeiçoa-
mento vestindo-se com roupas simples e buscando ser
humilde quando se expõe.
Sugestões de aperfeiçoamento: raiva, vingança, ódio, ape-
go, mágoa, carência, culpa, egoísmo, orgulho, apatia, despre-
zo, intolerância, preconceito, medo e grosseria.
104
Afetos: Objeto de afeição e atenção do espírito,
oriundo de uma encarnação passada, o qual está preso
ao mesmo por apego, este está condensado em seu pe-
ríspirito, estando sempre presente. Também pode ser
referente a uma situação recorrente e desejada como
alcoolismo, sexualidade desregrada, entre outros.
Quando o espírito acumula resultados negativos o afe-
to começa a tornar-se mais intenso (ver em sistema de
regras).
Exemplo: Um espírito que teve uma vida muito in-
tensa e marcante como um centurião romano, poderá
ter muito afeto por suas armas e manter consigo sem-
pre uma espada. Um espírito que em vida terrena foi
muito vaidoso pode manter consigo um espelho.
105
Pela brecha da irritação, caímos sem perceber nos
mais baixos padrões vibratórios, arremessando,
infelizes e incontroláveis, os raios da destruição
e da morte que, partindo de nós para os outros,
volvem dos outros para nós, em forma de angústia
e miséria, perseguição e sofrimento.
Em muitos lances da luta evolutiva, semelhante
minuto é o fator de longa expiação, na qual, no
corpo de carne ou fora dele, somos fantasmas
da aflição, exibindo na alma desorientada e
enfermiça as chagas da loucura, acorrentados
às consequências de nossos erros a reagirem
sobre nós, à feição de arrasadora tormenta.
Livro: Semeador em tempos novos
106
Experiênc i a
Experiência é o acúmulo das vivências dos espíri-
tos em suas múltiplas existências e na estaticidade. Por
meio da experiência o espírito evolui, toma consciên-
cia e desenvolve suas potencialidades.
107
Bônu s-Hora
O bônus-hora é a energia produzida pelo mereci-
mento quando há trabalhos realizados no bem, no
exercício da caridade. Essa pontuação é cedida ou
retirada pelo mediador automaticamente a cada fim
de sessão e pode ser apresentada aos mentores como
pedido formal para visitar outras colônias, visitar os
familiares encarnados, encontro com familiares desen-
carnados distantes, pedir auxílio em casos específicos.
O valor para cada pedido é de 10 bônus-hora. Tam-
bém é possível, “comprar” ou “locar”, ou seja, ter per-
missão para plasmar uma casa para reunir espíritos
afins o que varia entre 30 a 90 bônus-hora.
A partir de 100 bônus-horas o espírito torna-se um
mentor e ganhará automaticamente um resultado
positivo em todas as suas jogadas de dado. Com 200
bônus-hora, o espírito ganha a responsabilidade de
cuidar de uma equipe na execução da função que lhe
cabe no plano espiritual, como resgate aos espíritos
umbralinos.
E com 300 bônus-hora, recebe a dádiva da encarna-
ção.
108
Ações realizadas Valores de bônus
horas ganhos
Socorrer um espírito sofredor. 10
109
Assim como na Terra, a propriedade aqui é
relativa. Nossas aquisições são feitas com base
em horas de trabalho. O bônus-hora, no fundo,
é o nosso dinheiro. Tudo é adquirido com esses
cupons, que obtemos com dedicação e esforço
próprio.
Livro: Nosso Lar
110
Como e porque u sar os
d ados no jogo?
Jogada de dados
Cada participante, para determinadas ações,
joga uma quantidade X de dados de seis faces,
equivalentes a seus atributos espirituais, segui-
dos, caso necessário de suas habilidades. Existem
apenas três resultados possíveis neste jogo:
111
Resultado Efeito
112
Exemplo: Miguel quer influenciar Maria a lhe acom-
panhar. Para influenciá-la é necessário tirar um resul-
tado positivo igual ou superior à sua vibração.
Então, é feito o seguinte teste: Moral (3) + Intelecto
(2) + Influência (1), um total de 6 dados a serem rola-
dos, supondo que o resultado tenha sido: 3 resultados
neutros, 2 positivos e 1 negativo, no total, Miguel tirou
apenas 1 resultado positivo. Mas Maria tem vibração
5, logo, não se deixa influenciar*.
*Espíritos obsessores entendem como resultado po-
sitivo o negativo, pois são guiados por pensamentos e
emoções negativas.
113
Aventura solo
Menin a dos olh os azui s
114
Já habituados à vida na colônia nos últimos 30 anos
de erraticidade auxiliando os recém chegados, com-
preendendo as leis do plano espiritual por palestras e
estudos, sendo orientados por Eusébio, um dos men-
tores que cuida deste pequeno grupo, para atendimen-
to nas câmaras de retificação (1).
Eusébio, tem uma aparência austera e nobre, com
traços firmes, sua vestimenta branca composta de tú-
nica e sandálias, com feição romana, mantém o gosto
por filosofar e questionar tudo. E acompanha a rotina
dos personagens de perto, sempre buscando ensinar
pelo exemplo.
Durante o trabalho nas câmaras de tratamento que
recebem os espíritos de maior desequilíbrio, ouve-se
aos berros uma voz masculina e aterrorizada:
— Eu vou acabar com aquela maldita pecadora
de olhos azuis
Ao se aproximarem, notam a presença de Eusébio
com feição preocupada, do lado de um leito. Um espí-
rito com aparência de um velho moribundo agoniza,
grita e se debate. Eusébio, então, questionando-o, en-
quanto lhe aplica energias curativas, busca acalmá-lo:
— Onde a viste, meu irmão? Sobre qual forma
115
se encontra e onde esconde? Faça essa caridade
e ajude-a.
O moribundo desmaia ao receber fluidos curativos
de Eusébio que também se desgasta. Direciona o olhar
para os personagens começa a conversar:
— Caros amigos, penso que estão de coração
e mente fortes para trabalhos de maior
intensidade. Os espíritos que chegam às câmaras
são resgatados de regiões umbralinas, obscuras,
as quais a consciência enfrenta os vícios morais.
Portanto, preparem-se para penetrarmos nestas
regiões.
O sábio mentor se levanta e guia os personagens
diante dos jardins que cercam a colônia próximos de
um majestoso muro da cidade espiritual, aparente-
mente esculpido em pedra com cerca de 7 metros de
altura. Explanando sobre os dons do espírito descreve
a volitação, a clarividência, deslocamento, influência
e plasticidade, deixando todos atentos para manterem
vibração elevada ou ficarão presos nas regiões umbrali-
nas por suas falhas morais. Eusébio chega até um gran-
de portal, de onde se pode ver a abertura de um túnel
de profunda escuridão e dá as últimas orientações.
116
— Meus irmãos, pretendo nesta jornada
reencontrar minha amada filha, peço a sua
caridosa ajuda para encontrar minha menina,
ela pode estar muito diferente, por diversas
vezes foge da minha presença, não conseguindo
me ver, devido as suas perturbações morais e
companhias obscuras.
O nobre mentor faz um sinal com a cabeça e adentra
pelo portal, conforme avança um ambiente frio com
um solo lamacento e pedregoso. Os personagens, cer-
cados por um ambiente de penumbra, não mais enxer-
gam Eusébio, visualizando uma elevação, algo como
um monte (Pântano dos Desesperados), à esquerda,
construções similares a uma cidade (Cidade Perversa)
e à direita, arbustos e árvores ressequidas, destacadas
por um breve nevoeiro (Bosque das Almas Perdidas).
117
O Pântano dos
De se sperados
Ao subir o monte, percebe-se um odor pútrido que
se espalha em uma região pantanosa com galhos e pe-
dras que se acumulam em vários amontoados de entu-
lho. Ao observar o ambiente, observam pessoas afun-
dadas até o pescoço. Com a presença dos personagens,
todos os espíritos lá presos, começam a agonizar, pe-
dindo ajuda desesperadamente, esticando suas mãos,
118
puxando os personagens para baixo.
- Para não serem pegos é necessário fazer um
teste de vibração, conseguindo 2 resultados
positivos.
- Caso forem pegos, é necessário conseguir 3
resultados positivos em um teste de vibração.
Ao se afastar deste amontado de braços desequili-
brados, observam uma região pedregosa com alguns
vultos. Ao se aproximarem, notam-se dois homens
conversando tranquilamente, são altos, barbudos, ves-
tem terno e cartola. É possível ouvir com 1 resultado
positivo em Consciência.
— Estes moribundos não servem de nada, são
lixo. Agora, olha só esses que vêm de lá, falsos,
assassinos e suicidas, tolos que acham que
podem ajudar alguém. Veja só, um pior que o
outro.
Os dois homens (obsessores) aproximam-se rapida-
mente do grupo e começam a condená-los por seus
Afetos e Débitos. (O mediador deve olhar essas carac-
terísticas nas fichas dos participantes).
- Caso fiquem em dúvida ou confusos, é
119
necessário fazer um teste de vibração e tirar mais
de 3 resultados positivos para não entrarem em
um estado de desespero, vitimismo e culpa;
- Caso entrem em um combate, os obsessores
empurrarão os personagens com uma rajada de
energia negativa para o pântano.
- Caso utilizem de Influência para convencer
os Obsessores, estes irão embora xingando os
personagens de mentirosos.
- Caso utilize de Clarividência perceberão que
são obsessores usando de Influência.
120
Cid ade Perversa
Entre casas e prédios abandonados, paredes trinca-
das, encardidas ou quebradas, forma-se uma cidade em
ruínas. Aparentemente vazia, ao andarem pelas ruas,
fazendo um teste de Consciência e conseguindo 2 re-
sultados positivos, conseguem perceber que existem
centenas de espíritos com um sentimento de rancor,
raiva e egoísmo. Então, escutam:
— Têm que pagar o pedágio para entrar na
nossa cidade! Deem todo seu dinheiro!
Olhando ao redor visualizam diversos espíritos, ar-
mados com facas, pedaços de paus e pedras, vestidos
como mendigos, com cabelos bagunçados e sujos, rou-
pas rasgadas e dentes tortos. Caso qualquer um dos
personagens seja tocado por esses espíritos, irá perder
2 pontos de fluido por turno, até cair inconsciente.
121
- Caso faça uma prece, irá afugentar esses
espíritos.
- Caso entrem em combate, perderão 3 pontos
de fluido por turno.
- Caso utilizem de Clarividência perceberão que
todos foram ladrões em vida, e que estão em um
processo obsessivo de Vampirização.
- Caso utilizem de Influência poderão convencê-
los a ajudar.
122
Bosque d a s Alma s Perdid a s
Aos poucos, o ambiente começa a se nutrir de árvo-
res secas com tamanhos variados, arbustos e relvas de
campo até formar um grande bosque fechado. Nele es-
cuta-se barulhos de animais que se esgueiram até que,
em uma árvore próxima, uma voz destaca-se chaman-
do os personagens
— Por que vocês estão nos escuros domínios
deste bosque, não sabem que aqui só se mantém
os pecadores? Vieram sofrer seus pecados?
Entre os galhos de uma grande árvore, desliza uma
serpente com feição humana, uma cabeça pequena de
um homem careca com presas de cobra e olhos ofídios.
— Eu sou a serpente do pecado e sinto muitos
pecados em vocês.
[Os participantes devem conseguir 3 resultados po-
sitivos em Moral ou sofrerão o efeito de Influência,
acreditando que são pecadores, baseados em seus Dé
123
Aos poucos, o ambiente começa a se nutrir de árvo-
res secas com tamanhos variados, arbustos e relvas de
campo até formar um grande bosque fechado. Nele es-
cuta-se barulhos de animais que se esgueiram até que,
em uma árvore próxima, uma voz destaca-se chaman-
do os personagens
— Por que vocês estão nos escuros domínios
deste bosque, não sabem que aqui só se mantém
os pecadores? Vieram sofrer seus pecados?
Entre os galhos de uma grande árvore, desliza uma
serpente com feição humana, uma cabeça pequena de
um homem careca com presas de cobra e olhos ofídios.
— Eu sou a serpente do pecado e sinto muitos
pecados em vocês.
[Os participantes devem conseguir 3 resultados po-
sitivos em Moral ou sofrerão o efeito de Influência,
acreditando que são pecadores, baseados em seus Dé-
bitos, e que merecem sofrer]
- Caso tente lutar, a serpente torna-se gigante,
com cerca de 10 metros, e começa a atacar os
124
personagens
Caso utilizem uma
prece, uma luz sublime
irradia do céu obscuro e a
serpente, aflita e temerosa,
rapidamente foge. Após o
clarão poderão enxergar
Eusébio, em silhueta
luminar, que dirá:
— Dissimulado espírito,
vítima do próprio egoísmo,
se disfarça como animal para
fugir de sua transformação
moral. O amor de Deus o
protege, não necessita mais
fugir, o pai cuida de todos
os seus filhos.
Não mais enxergando a ser-
pente, o mentor esclarece:
Foram muito bem diante dos
desafios do caminho, estive a ob-
servá-los embora não puderam
me ver devido suas vibrações.
125
Sinto que minha filha está próxima, acompanhe-me.
- Caso não tenham visitado a cidade perversa
ou o pântano, Eusébio passará por um deles,
deixando os personagens tomarem a frente.
- Caso tenham passado por pelo menos um dos
ambientes, partirão pelo Bosque para regiões
mais profundas, até que encontram uma
caverna, a qual Eusébio plasma uma Tocha que
ilumina o caminho.
Conforme adentram nas profundezas da caverna,
um clima quente e úmido se estabelece e ruídos de
rochas raspando ecoam no ambiente.
- Caso os personagens consigam 3 ou mais
resultados positivos em Intelecto, conseguirão
se esquivar de grandes rochas que são
arremessadas. Caso não consigam, perderão 3
pontos de fluido
Eusébio estende sua tocha ao alto e os afugenta, per-
mitindo olhar que a caverna está cheia de correntes
que se direcionam a lugares mais profundos.
Avançando na caverna, a luz da tocha permite vi-
sualizar uma mulher presa com uma máscara de ferro,
126
acorrentada nos pulsos, pernas e pescoço a um foço
pútrido. Ao chegar a esse ambiente uma voz trovejante
ecoa na caverna.
— Tenho fossos preparados para vocês
pecadores!!
A luz da tocha de Eusébio ilumina a escuridão da ca-
verna expondo inúmeros fossos com correntes. Nesta
escuridão surge um homem vestindo trapos mal chei-
rosos segurando um gancho preso a uma corrente. O
mentor, ignora-o e desce ao fosso onde busca resgatar
a prisioneira das amarras rudimentares.
127
— Essa pecadora, precisa sofrer por tudo que
fez, ela não irá a lugar nenhum! – Esbraveja o
homem da escuridão.
Eusébio retruca: Ela é minha filha, e eu a amo. Ela
também é filha de Deus e o amor divino limpa uma
multidão de pecados.
O homem das sombras, começa a olhar para os per-
sonagens e diz:
— Não conseguirá proteger a todos.
[Eusébio ficará ocupado por 6 rodadas – deixe um
dado na mesa contanto o tempo – para resgatar a filha,
128
após esse período fará uma prece, proporcionando um
grande clarão, que ofuscará os personagens que, ao re-
cobrarem a visão, perceberão estar no portal da Colô-
nia por onde entraram].
[O espírito atacante ataca plasmando correntes com
ganchos que prendem os personagens causando perda
de 4 pontos de fluido por ataque. Também usa as cor-
rentes para prender e puxar para os fossos drenando
6 pontos de fluido, enquanto presos. O espirito ad-
versário contem 30 pontos de fluido. Após a terceira
rodada o espirito atacante usará Plasticidade e ficará
com 6 metros de altura, e seus ataques causarão dano
de 6 pontos de fluido]
- Caso seja feita uma prece, o espírito atacante fica-
rá enfurecido, e usará Influência para desequilibrar o
personagem alvo. Assim, para a prece ter efeito e ex-
pulsá-lo deverá conter mais de 7 resultados positivos.
Ao retornarem ao portal da colônia, Eusébio plasma
uma maca, e leva a filha para a Câmara de Retificação.
Em poucos momentos começa a despertar, olha para
os personagens, com os olhos lacrimejando e diz:
— Meus netinhos queridos, papai amado, que
felicidade encontrá-los...
129
Essa história é um modelo base para inspirar
mediadores a apresentar romances espíritas em
formato de jogos de representação de papéis, a
fim de refletir diante de uma mídia interativa
com estratégias para debates e reflexões sobre a
doutrina dos espíritos.
130
Referênci a
Bibliográfic a
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so em 10 de janeiro de 2021
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