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Qual a relação da tese defendida pelo autor de que o processo primário não se
trata de algo "infantil a ser superado" com o conceito de inconsciente?
O autor Waud Kracke (1983), no trecho destacado para análise, questiona uma
leitura evolucionista do psiquismo, isto é, de que o psiquismo iria de um estado mais
primitivo (rudimentar), caracterizado pelo processo primário, para um estado mais
avançado ou desenvolvido, este seria constituído pelo processo secundário. Para ele,
não existe essa ideia de superação, de algo que será suplantado ou substituído por
outro mais aprimorado. Aqui a primariedade do processo é dada somente por ele vir
antes do aparecimento do processo secundário, o qual surgirá no contato com a
realidade e a partir da impossibilidade de cumprir com as exigências imediatistas do
princípio do prazer em se fazer realizar.
Essa tese não desenvolvimentista possui uma relação central para o conceito
de inconsciente, tido agora como um substantivo e não mais somente um adjetivo para
designar o contrário do que seria consciente, ou seja, um inconsciente hipotetizado
como uma tópica, um sistema psíquico regido por leis próprias. Essa importância se
dá ao fato de que o aparelho psíquico é constituído por esses dois processos, primário
e secundário, os quais possuem igual importância para a dinâmica do aparelho. Não é
à toa que (Laplanche e Pontalis, 2016, p. 371) essa distinção, na obra freudiana, se dá
de forma concomitante com a compreensão dos processos inconscientes.
Bibliografia: