Você está na página 1de 6

Anotações Tese Adventista e Conflitos motivados pela guarda ao sábados

SILVA, Severino Breda da. Adventistas do sétimo dia: o conflito de direitos e deveres
motivados pela guarda do "Sábado Bíblico"(Tese)- Pontifícia Universidade Católica de
Goiás - 2016. 194 f.; il. 30 cm

, Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciências da Religião, Goiânia, 2016


Inclui referências f.187-194

MODO DE INTERPRETAÇÃO REALIZADA PELO ADVENTISTA (Pag 45)

“1.2 A origem da doutrina da guarda do sábado: os batistas como precursores” Página


30
DIVERSIDADE RELIGIOSA – INTRODUÇÃO (Pag 44)

NÃO É OBJETIVO ANALIZAR A FÉ SABADISTA (Pag 49)


Quem é a Igreja Adventista do Sétimo Dia (Pag 50)

Página 54
BOFF, Leonardo. Fundamentalismo: a globalização e o futuro da humanidade.
Rio de Janeiro: Sextante, 2002.

GUERRIERO, Silas. Novos movimentos religiosos: o quadro brasileiro. São


Paulo: Paulinas, 2006 (Coleção temas do ensino religioso).
A DOUTRINA DA GUARDA DO SÁBADO

A doutrina da guarda do sábado bíblico é uma tema de relevante controvérsia


quanto a proteção do direito fundamental a liberdade religiosa esculpido na Constituição
Federal. O meio social, público ou privado, é palco de alguns conflitos que são levados
a apreciação do poder judiciário, exemplos de realização de concurso público ou
vestibulares aos sábados e a obrigatoriedade de frequência escolar nos dias de guarda
desses seguidores da doutrina sabadista são os mais recorrentes.

A essas religiões, tal como para os Adventistas do Sétimo Dia, a guarda do


sábado é demonstração de fidelidade as Leis Divinas (Êxodo 20, 8-11) e um dogma
irrenunciável1 no qual deve-se haver a abstenção de qualquer trabalho secular durante as
horas sabáticas (pôr-do-sol de sexta-feira ao pôr-do-dol de sábado). 2 Nesse período, os
fiéis se afastam de formas seculares de lazer, como esportes competitivos ou programas
de TV, por outro lado buscam-se a realização de trabalhos sociais, estudos bíblicos e
atividades em família.3
O sabá ou shabat é o sábado do sétimo dia da semana, ou seja, é o sábado
bíblico de descanso semanal, comemorado a partir do pôr-do-sol de sexta-
feira, denominado de “dia da preparação”, para os judeus, até o pôr-do-sol do
sábado.
Desta forma, o shabat está ligado aos dias semanais da criação de Deus e
simboliza o sétimo dia no livro de Gênesis, quando Deus descansou de sua
obra que acabara de realizar depois dos seis dias trabalhados na criação.
Assim, da mesma forma, Deus deixou o sábado para o homem e este deve
descansar depois de seis dias de trabalho produtivo.4

A doutrina religiosa da Guarda dos Sábados nas igrejas cristãs protestantes


surgiu inicialmente com os Batistas do Sétimo Dia. 5 E, por influência dessa religião,
líderes religiosos dissidentes vieram a organizar a Igreja Adventista do Sétimo Dia.6
Acrescentar os Judeus e os sábados

Fundamentalismo

1
SILVA, Severino Breda da. Adventistas do sétimo dia: o conflito de direitos e deveres motivados
pela guarda do "Sábado Bíblico"(Tese)- Pontifícia Universidade Católica de Goiás - 2016.p. 30
2
SILVA, Severino Breda da. Adventistas do sétimo dia: o conflito de direitos e deveres motivados
pela guarda do "Sábado Bíblico"(Tese)- Pontifícia Universidade Católica de Goiás - 2016.p. 52
3
SILVA, Severino Breda da. Adventistas do sétimo dia: o conflito de direitos e deveres motivados
pela guarda do "Sábado Bíblico"(Tese)- Pontifícia Universidade Católica de Goiás - 2016.p. 52
4
SILVA, Severino Breda da. Adventistas do sétimo dia: o conflito de direitos e deveres motivados
pela guarda do "Sábado Bíblico"(Tese)- Pontifícia Universidade Católica de Goiás - 2016.p. 63
5
SILVA, Severino Breda da. Adventistas do sétimo dia: o conflito de direitos e deveres motivados
pela guarda do "Sábado Bíblico"(Tese)- Pontifícia Universidade Católica de Goiás - 2016.p. 30
6
SILVA, Severino Breda da. Adventistas do sétimo dia: o conflito de direitos e deveres motivados
pela guarda do "Sábado Bíblico"(Tese)- Pontifícia Universidade Católica de Goiás - 2016.p. 32
A compreensão da essência da doutrina da guarda do sábado para os Adventistas
do Sétimo Dia, Batistas do Sétimo Dia, Judeus e outras religiões seguidores desse
dogma religioso, leva a possível consideração que há uma parcela de fundamentalismo
na doutrina sabadista.

O termo fundamentalismo passou a ter maior utilização as vistas do ataque


terrorista de 11 de setembro de 2001, relacionando-o a ações terroristas ocorridas pelo
mundo.7 Porém, o termo fundamentalismo surgiu nos EUA por volta de 1915, a partir
de uma coleção de doze livros escrita por professores de teologia da Universidade de
Princento. Esse texto possuía o título de “Fundamentals: A Testimony of the Truth
(1909-1915). Entre os temas considerados fundamentais, estava a inspiração
verbal/literal da Bíblia, entre outros temas.8

Com o conceito de fundamentalista mais próximo da sua origem, as religiões


que possuem a Bíblia como “fundamento básico da fé cristã e deve ser tomada ao pé da
letra”9, acreditando não haver margem para interpretação da Bíblia, pois essa é a Palavra
de Deus, e o Espírito Santo “ilumina” os seus leitores para compreensão dos textos nela
escritos.10 Portanto, é cabível classificar os sabadistas como fundamentalistas.

Segundo Boff, aos fundamentalistas a interpretação dos textos religiosos


utilizando-se de métodos históricos-críticos e hermenêuticos é abominável, e esse rigor
é a origem do “caráter militante e missionário de todo fundamentalista” 11. Aos
fundamentalistas cristãos, a vida é dedicada a cumprir a missão de converter os infiéis, 12
o que torna o proselitismo parte essencial da sua crença.

7
BOFF, Leonardo. Fundamentalismo: a globalização e o futuro da humanidade. Rio de Janeiro:
Sextante, 2002. p. 9.
8
BOFF, Leonardo. Fundamentalismo: a globalização e o futuro da humanidade. Rio de Janeiro:
Sextante, 2002. p. 12.
9
BOFF, Leonardo. Fundamentalismo: a globalização e o futuro da humanidade. Rio de Janeiro:
Sextante, 2002. p. 13.
10
SILVA, Severino Breda da. Adventistas do sétimo dia: o conflito de direitos e deveres motivados
pela guarda do "Sábado Bíblico"(Tese)- Pontifícia Universidade Católica de Goiás - 2016.p. 40.
11
BOFF, Leonardo. Fundamentalismo: a globalização e o futuro da humanidade. Rio de Janeiro:
Sextante, 2002. p. 15.
12
BOFF, Leonardo. Fundamentalismo: a globalização e o futuro da humanidade. Rio de Janeiro:
Sextante, 2002. p. 47.

Você também pode gostar