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ATENDIMENTO FRATERNO

ESCLARECIMENTO E CONSOLO
CAMPANHA DE FRATERNIDADE AUTA DE SOUZA 2
Centro Espírita Francisco de Assis
Rua 24 de maio 141 – Centro Patos de Minas – MG 38700-000

1 - JUSTIFICATIVA
1.1 - Porque Estudar?
“[...] em qualquer setor de trabalho a ausência de estudo significa estagnação. Esse ou aquele cooperador
que desistam de aprender, incorporando novos conhecimentos, condenam-se fatalmente às atividades de
subnível [...]” (André Luiz, Nos domínios da mediunidade, 8. Ed., p. 166).
“ESPIRITISMO E EDUCAÇÃO – Doutrina eminentemente racional, o Espiritismo dispõe de vigorosos
recursos para a edificação do templo da educação, porquanto penetra nas raízes da vida, jornadeando com
o espírito através dos tempos, de modo a elucidar recalques, neuroses, distonias que repontam desde os
primeiros dias da conjuntura carnal, a se fixarem no carro somático para complexas provas ou expiações.
Considerando os fatores preponderantes como os secundários que atuam e desorganizam os implementos
físicos e psíquicos, equaciona como problemas obsessivos as conjunturas em que padecem trânsfugas da
responsabilidade, agora travestidos em roupagem nova, reencetando tarefas, repetindo experiências para a
libertação.
A educação encontra no Espiritismo respostas precisas para melhor compreensão do educando e maior
eficiência do educador no labor produtivo de ensinar a viver, oferecendo os instrumentos do
conhecimento e da serenidade, da cultura e da experiência aos reiniciantes do sublime caminho redentor,
através dos quais os tornam homens voltados para Deus, o bem e o próximo. (Joanna de Ângelis, Estudos
espíritas, p. 173).

1.2 - Vantagens do estudo prévio

1.2.1 - Começar pela teoria


“[...] O meio, aliás, muito simples, de se obviar a este inconveniente, consiste em se começar pela teoria.
Aí todos os fenômenos são apreciados, explicados, de modo que o estudante vem a conhecê-los a lhes
compreender a possibilidade, a saber em que condições podem produzir-se e quais os obstáculos que
podem, encontrar.” (Kardec, O livro dos médiuns, 58. ed., p. 44).

1.2.2 - Poupar decepções

“[...] Este caminho ainda oferece outra vantagem: a de poupar uma imensidade de decepções àquele que
queira operar por si mesmo. Precavido contra as dificuldades, ele saberá manter-se em guarda e evitar a
conjuntura de adquirir a experiência à sua própria custa.” (Kardec, O livro dos médiuns, 58. ed., p. 44).

1.2.3 - Melhor método

“[...] Falamos, pois por experiência, e assim, também, é por experiência que dizemos consistir o melhor
método de ensino espírita em se dirigir, aquele que ensina, antes à razão do que aos olhos. Esse o método
que seguimos em as nossas lições e pelo qual somente temos que nos felicitar.” (Kardec, O livro dos
médiuns, 58. ed., p. 45).

1.3 - O Estudo em grupo


“PERGUNTA: O estudo em grupo é hoje um método muito divulgado. Este método é vantajoso para o
adolescente?
RESPOSTA: Tanto para os jovens para com os adultos o estudo em grupo é o mais eficiente até
porque não podemos esquecer que na base do Cristianismo, o próprio Jesus desistiu de agir sozinho,
procurando agir em grupo. Ele reconheceu a sua missão divina, constituiu um grupo de doze
companheiros para debater os assuntos relativos à doutrina salvadora do Cristianismo, que o Espiritismo
hoje restaura, procurando imprimir naquelas mentes, vamos dizer, todo o programa que ainda hoje é
programa para a nossa vida, depois de quase vinte séculos. Programa de vivência que nós estamos
tentando conhecer e tanto quanto possível aplicar na Doutrina Espírita, no campo de nossas lides e lutas
cotidianas.” (Emmanuel, A terra e o semeador, 6. ed., p. 80-81).

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2 – O TRABALHO DE ATENDIMENTO FRATERNO


2.1 - A TAREFA
No desempenho de suas finalidades de ESCLARECER e CONSOLAR, o Centro Espírita é ao mesmo
tempo, uma escola e um núcleo de serviço, onde a aquisição de conhecimentos superiores e o trabalho em
benefício do próximo se conjugam, sob inspiração dos preceitos do Evangelho do Mestre.
Afluem ao Centro Espírita pessoas impulsionadas pelos mais variados motivos: desejo de conhecer o
Espiritismo, curiosidade sobre os fenômenos mediúnicos, necessidades de ordem material, revolta em
razão da desencarnação de um ente querido, envolvimento com vícios de toda a ordem, problemas
obsessivos, etc.
Muitas dessas criaturas, após esgotados outros recursos, buscam a Casa Espírita para expor suas aflições,
dificuldades e anseios. Na verdade, necessitam da própria Doutrina Espírita, que, com seus princípios
renovadores, é capaz de viabilizar o processo de reforma íntima, objetivo de responsabilidade de cada um.
Para o atendimento das criaturas que se aproximam do Centro Espírita (que didaticamente, passaremos a
denominar de visitantes ou assistidos) é necessária a formação de uma EQUIPE DE
TRABALHADORES ESPÍRITAS, especificamente treinados para essa tarefa – intitulada
ATENDIMENTO FRATERNO ATRAVÉS DO DIÁLOGO.

Essa importante tarefa consiste em:

1. receber fraternalmente a pessoa que busca o Centro Espírita, proporcionando-lhe a oportunidade de


expor livremente, em caráter privativo, suas dificuldades;
2. conceder-lhe, após isso, orientações e estímulos de que esteja necessitando, oferecendo-lhe,
conforme o caso, noções doutrinárias espíritas que a faça melhor compreender suas dificuldades;
3. encaminhá-la, posteriormente, às atividades do Centro Espírita mais adequadas a suprir as suas
necessidades.

“A palavra é vigoroso fio da sugestão”.


(PALAVRAS DE VIDA ETERNA – Emmanuel – Cap. 52).

2.2 - NORMATIZAÇÃO
Toda tarefa do Centro Espírita deve obedecer a determinadas regras, a fim de que esteja em consonância
com seus princípios administrativos-doutrinários e alcance objetivos específicos.
No caso do ATENDIMENTO FRATERNO, é também fundamental que a sua normatização conste no
Regimento Interno da Casa Espírita, devendo estar sob a direção ou coordenação de um Departamento
ou Setor, conforme a estrutura administrativa adotada.

O regimento e controle da atividade evitará situações desagradáveis e improdutivas como:

a) criação de um trabalho autônomo ou paralelo;


b) desenvolvimento de uma tarefa em dissonância com os princípios administrativos e doutrinários
adotados pela casa.

É importante salientar que o ATENDIMENTO FRATERNO deverá ser apoiado e complementado por
serviços prestados pelos diferentes Departamentos e Setores do Centro Espírita, dentro de um enfoque
sistêmico que exige um esforço de ampla integração.

Essa integração terá como resultados positivos:

a) uma maior união entre os trabalhadores em torno das finalidades do Centro Espírita;
b) um atendimento mais global à criatura, considerada no seu todo como um ser bio-psico-sócio-
espiritual.

“Quem se ilumina recebe a responsabilidade de preservar a luz”


(CONDUTA ESPÍRITA – André Luís – Cap. 11).

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2.3 - PREPARAÇÃO PARA O ATENDIMENTO


2.3.1 - Informações Necessárias a Equipe

As pessoas interessadas em desenvolver as atividades do ATENDIMENTO FRATERNO no Centro


Espírita comporão uma EQUIPE DE TRABALHO, sendo imprescindível a cada um de seus integrantes
possuir sólido conhecimento da Doutrina Espírita, além de receber informações quanto:

1) às normas do Centro Espírita em que atua;


2) à estrutura administrativa e funcional da instituição;
3) a uma visão sistêmica do Centro Espírita;
4) aos procedimentos básicos referentes ao Serviço de Atendimento Fraterno;
5) à importância e a adequação da tarefa dentro das finalidades da Casa Espírita;
6) a conhecimentos específicos que auxiliem no desempenho da tarefa, tais como técnicas de recepção,
práticas de entrevista e hierarquia das necessidades humanas;
7) à necessidade de uniformidade no atendimento, mediante o conhecimento e aplicação das diferentes
ETAPAS da tarefa a ser desenvolvida (Cap. 4);
8) à necessidade de preparação da equipe através da prece e leitura de um trecho evangélico antes do
início dos trabalhos do dia.

O conjunto dessas informações constituirão, em sua essência, o treinamento prévio para a tarefa do
ATENDIMENTO FRATERNO.

2.3.2 - Requisitos para Membros da Equipe

1) Possuir sólido conhecimento doutrinário complementado por vivências de TRABALHO EM


GRUPO, adquiridas em participações efetivas no Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita.
2) Estar efetivamente integrado nas atividades da Casa Espírita.
3) Possuir conduta moral-evangélica que inspire confiança e respeito.
4) Possuir alto senso de responsabilidade (assiduidade, pontualidade e senso de dever).
5) Ser solidário para com as pessoas.
6) Vivenciar paciência, ponderação, equilíbrio e trato fraterno.
7) Possuir capacidade de ouvir e dialogar.
8) Abster-se do álcool e fumo.
9) Ter participado do TREINAMENTO PRÉVIO.
10) Ter conhecimento da tese da hierarquia das necessidades humanas.

2.3.3 - Hierarquia das necessidades Humanas

O Espiritismo, Consolador Prometido por Jesus, sustenta a primazia da reforma moral do homem.
Contudo, considerando a sua condição de ESPÍRITO ENCARNADO, reconhece que não pode ele fugir
das contingências do ambiente físico e social em que vive, por necessidades evolutivas.
Abraham Maslow, conceituado psicólogo humanista, em seu livro “Motivation and Personality”,
formulou sua conhecida tese da hierarquia de necessidades humanas.

Essas necessidades seriam desdobradas em cinco níveis da seguinte forma:

1) necessidades fisiológicas – (ar, comida, repouso, vestuário, etc...);


2) necessidade de segurança – (moradia, proteção contra o perigo ou privação);
3) necessidades sociais – (amizades, inclusão em grupos, etc...);
4) necessidade de estima – (amor, reconhecimento, auto-respeito, etc...);
5) necessidade de auto-realização – (realização do potencial, utilização plena dos talentos
individuais, etc...)

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Os três primeiros níveis resumem-se nas denominadas NECESSIDADES PRIMÁRIAS do homem. Os


níveis mais altos constituem suas NECESSIDADES SECUNDÁRIAS.

SECUNDÁRIAS

A Instituição Espírita, como escola de formação espiritual e moral, deve atender às necessidades das
pessoas que buscam orientação e amparo.

PERGUNTA PARA REFLEXÃO:

O Centro Espírita deve atender as necessidades primárias ou secundárias?

A resposta é óbvia: as NECESSIDADES SECUNDÁRIAS, em particular as de auto-realização que,


segundo Maslow, produzem resultados subjetivos mais desejáveis, isto é, serenidade e riqueza de vida
interior.
Considerando as péssimas condições sócio-econômicas de expressivos contingentes brasileiros, o Centro
Espírita não poderá desprezar as necessidades primárias, ainda que atendê-las não seja a sua
PRIMÁRIAS
finalidade básica. Isto porque, conforme Maslow expressa de maneira adequada e simples, “quando as
necessidades primárias (alimento, repouso, moradia) são atendidas, necessidades mais elevadas como
auto-estima e auto-realização surgem em seu lugar”.
O membro da Equipe do ATENDIMETO FRATERNO não pode prescindir dessa visão, para poder
avaliar corretamente o nível de necessidades apresentado pelo visitante ou assistido que busca a Casa
Espírita.

“Dar atenção e carinho aos corações


angustiados e sofredores, sem falar ou agir
de modo a humilhá-los em suas posições e
convicções, buscando atender-lhe às
necessidades físicas e morais dentro dos
recursos ao nosso alcance”.

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2.4 – ETAPAS DO ATENDIMENTO

Cada Centro Espírita, conforme as disponibilidades de horários, os espaços físicos existentes, a


quantidade de trabalhadores predispostos à tarefa e o número de pessoas (interessadas em serem
atendidas), sempre por livre e espontânea vontade, deverá definir, para cada assistido, as diferentes
ETAPAS DO ATENDIMENTO FRATERNO.

Basicamente são quatro as ETAPAS DO ATENDIMENTO:

1) Recepção
2) Entrevista Inicial
3) Acompanhamento – Entrevistas complementares
4) Integração

Resumindo, temos:

O ATENDIMENTO FRATERNO ATRAVÉS DO DIÁLOGO é um serviço prestado pela Instituição


Espírita, POR ETAPAS, sempre com o consentimento do assistido, com o objetivo de ESCLARECER e
CONSOLAR as pessoas que o buscam, procurando solucionar dúvidas, anseios ou aflições, em nome do
amor fraternal e segundo as disponibilidades de horários, espaços físicos e recursos humanos.

“A fraternidade pura é o mais sublime


dos sistemas de relações entre as
almas”.
(Pão Nosso – Emmanuel – Cap. 141).

2.5 – A EQUIPE DE TRABALHO

2.5.1 – Composição

A Equipe de Trabalho do ATENDIMENTO FRATERNO é composta pelo seu COORDENADOR,


RECEPCIONISTAS e ENTREVISTADORES.

1) Coordenador
2) Recepcionistas
3) Entrevistadores

EQUIPE DE TRABALHO

2.5.2 - Coordenador

As atribuições do coordenador se resumem:

1) Organizar a tarefa, estabelecendo dias, horários e locais de atendimento.


2) Definir e distribuir tarefas aos membros da Equipe, assessorando nas eventuais dificuldades surgidas.

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3) Acompanhar e avaliar o trabalho desenvolvido, mantendo a direção do Departamento ou Setor a que


estiver vinculado o serviço de ATENDIMENTO FRATERNO devidamente informado do curso da s
dificuldades.

2.5.3 – Recepcionistas

Recepção é o ato ou efeito de receber ou acolher as pessoas.

A boa recepção consiste na valorização integral de quem chega, mediante fraterna acolhida.

Neste sentido: Recepcionar é acolher


com atenção e carinho.

2.5.3.1 – Procedimentos do Recepcionista

O Recepcionista, após fraterna apresentação, estabelecerá uma conversação com o visitante,


objetivando conhecer o motivo da visita, o que consiste em última análise, num levantamento das
necessidades da pessoa que chega à Casa Espírita.
Nesse contato inicial será fundamental transmitir ao visitante que o Centro Espírita é um núcleo de
estudo, de fraternidade, de oração, e de trabalho, com base no Evangelho de Jesus, à luz da Doutrina
Espírita.
Igualmente, é importante informar-lhe os objetivos e dinâmicas do serviço do ATENDIMENTO
FRATERNO, enfatizando que a livre vontade do visitante sempre será preservada.
Conhecidas as necessidades do visitante, o Recepcionista, no processo do encaminhamento da pessoa,
terá duas opções:

1) apurada a necessidade de assistência espiritual, a pessoa terá agendada uma entrevista inicial;
2) não constatada a necessidade de assistência espiritual, o visitante, se assim o desejar, será
encaminhado para a participação em Grupo de Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita e/ou
para outro setor específico da Casa Espírita em que possa comprovadamente colaborar.

APRESENTAÇÃO

CONVERSAÇÃO
Conhecer verdadeiramente o motivo da visita
(levantamento das necessidades)

ENCAMINHAMENTO

ENTREVISTA INICIAL SETOR DE ESTUDO E/OU TRABALHO

Carências materiais, serão atendidas pelos setores específicos da Casa Espírita, como a sopa fraterna, o
serviço de roupeiro, assistência à família carente, mutirões, creches, oficinas de trabalho, agendamento
médico, odontológico e de empregos, etc.

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Se a Casa Espírita não dispuser de tais atividades, deverá encaminhar o necessitado para outras
instituições especializadas, com as quais mantenha ou possa manter convênios.

2.5.3.2 – Conversação

A conversação é o instrumento de trabalho do Recepcionista. Por isso, teremos algumas considerações


sobre sua dinâmica.
A palavra falada faculta a compreensão entre as pessoas e transmissão, uns aos outros, de uma série de
idéias sentimentos e intenções que informam, ajudam, esclarecem e consolam. Isto é tão importante na
vida cotidiana, que Jonathan Swift, o autor da conhecida obra “Viagens de Gulliver” , relacionou os
onze quesitos que dificultam a arte de bem conversar:

1) a desatenção de quem ouve;


2) o mau hábito de interromper e de falar no mesmo tempo;
3) a precipitação de mostrar que se tem espírito ou cultura;
4) o egoísmo;
5) a vontade de querer dominar a conversa e o assunto;
6) o modo pretensioso ou vaidoso no falar;
7) a falta de seguimento na conversa;
8) o vício de sempre querer fazer graça
9) o espírito de contradição
10) a falta de calma na apresentação de argumentos;
11) trazer à baila assuntos pessoais em detrimento dos da ordem geral

Se o recepcionista conseguir superar essas imperfeições, já é um fato importante n ato de bem acolher.
O não saber ouvir é um defeito gravíssimo. Saber ouvir talvez seja mesmo mais difícil do que saber
dizer.
O simples fato de ouvir concede ao interlocutor força e estímulo para que ele, por sua vez, exponha com
mais facilidade os motivos que tenha em mente.
É necessário lembrar ainda que o visitante precisa de um tempo psicológico para superar naturais
retrações e constrangimentos. Quem o recebe deve se dispor a conversar com ele, de maneira informal e
esclarecedora, superando o momento inicial.

2.5.3.3 – Recomendações aos Recepcionistas

1) É importante que o Recepcionista esteja identificado por meio de um crachá e se localize nas
proximidades da porta principal da Casa Espírita.
2) Todo aquele que chega à Instituição Espírita, ainda que motivado por necessidades primárias,
conscientes ou não, deve ser recebido tal como se apresenta.
3) Preparado e atencioso, o Recepcionista será a pessoa sensível e benevolente para com todos, que
não se compraz em descobrir os defeitos dos outros ou pô-los em evidência.
4) O Recepcionista será solícito para ajudar sempre, tendo uma nítida visão sistêmica do serviço de
ATENDIMENTO FRATERNO, dos objetivos da Casa Espírita.

“No teu atendimento fraternal, jamais se esqueça


de que é em nome de JESUS que socorres os
padecentes do caminho, razão para que não te
vincules à desatenção, à negligência ou à
desatenção à negligência ou a soberba, quando a
SEU serviço”.
(CORRENTEZA DE LUZ – Espírito Camilo – Cap. 26)

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2.5.7 – Entrevistadores

2.5.7.1 – Entrevistas: conceitos e tipos

A entrevista , genericamente considerada, é um diálogo entre duas ou mais pessoas, em local


predeterminado.
A pessoa atendente denomina-se Entrevistador, e a pessoa atendida, Entrevistado.
O Entrevistado comparece à entrevista movido por sua própria vontade, ou, em alguns casos, por
imposição de vontade alheia, reagindo com aceitação ou não, sempre na dependência da natureza da
imposição exercida.

Logo temos:
Consentida
(Entrevistado é movido por sua vontade)

ENTREVISTA com aceitação

Por imposição de
vontade alheia

sem aceitação

SÃO OS SEGUINTES OS TIPOS DE ENTREVISTAS:

1) Entrevistador necessita de ajuda do Entrevistado

São as entrevistas concedidas para obtenção de informações de interesse do Entrevistador, que poderá ser,
por exemplo, um jornalista, um historiador, um pesquisador, etc.

2) Entrevistado necessita de ajuda do Entrevistador

Nestes casos, o entrevistado necessita de ajuda, de auxílio, de orientação para sí próprio.

2.5.7.2 – A Entrevista no Atendimento Fraterno

Características

A entrevista no Atendimento Fraterno é um diálogo fraterno e se caracteriza por ser um instrumento de


ajuda ao Entrevistado, à pessoa que se apresenta, na maioria das vezes, na condição de necessitado
espirirual e material.
Constitui-se na etapa subsequente para aqueles casos agendados e encaminhados pela Recepção e nos
quais foi detectada a necessidade de Assistência Espiritual.
Em face de inúmeras significações é imprescindível definir o alcance do termo “ajuda” nesse diálogo
fraterno:
“Ajuda” é o fato de o Entrevistador capacitar o Entrevistado a sentir, reconhecer e
decidir sobre a mudança de seu comportamento, sua concepção da vida, passando a adotar
os princípios da filosofia espírita e, em conseqüência, melhorando seu modo de viver.

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A “ajuda” também se caracteriza como tomada de providências reais no sentido de conceder auxílios
materiais ao necessitado, o que será realizado pelos serviços de ação social alternativamente sustentados
pela Casa Espírita.
Outro Aspecto a ser considerado é evitar a palavra “problema” principalmente na entrevista inicial. O
termo não deve ser usado porque:

- o Entrevistado pode não ter um problema


- o Entrevistado ainda não pensou “nisso” como problema, chocando-se;
- a palavra em si é “pesada”, gerando estimas no seu efeito psicológico.

“A paciência vive na base de


todas as boas obras”.
(PALAVRAS DE VIDA ETERNA – Emmanuel –
Cap. 77)

Empatia

Empatia é a capacidade mental de vivenciar os


pensamentos e sentimentos de outra pessoa, como
em seu lugar estivesse.

No ATENDIMENTO FRATERNO, o Entrevistador possuindo essa capacidade, tenta captar o material


psíquico do Entrevistado, bem como sua filosofia de vida. Procurará pensar e sentir como o Entrevistado,
repelindo qualquer tipo de censura, pois somente assim poderá compreendê-lo e ajudá-lo.
Nas entrevistas do ATENDIMENTO FRATERNO, o comportamento do Entrevistador deverá criar uma
atmosfera de confiança, onde o assistido se sinta respeitado, podendo efetivamente defrontar-se consigo
mesmo, sentir valorizados seus pensamentos e sentimentos. Em hipótese nenhuma, o Entrevistador agirá
com imposição de idéias ou práticas de vida. O verdadeiro interesse pelo assistido deve manifestar-se a
favor dele, condição básica para que ele perceba a ajuda que lhe é ofertada. Por outro lado, o
Entrevistador não poderá esquecer que o exemplo digno será a base para consolidar a confiança na
tarefa de assistência espiritual.
Pela ação recíproca da confiança e da empatia no binômio Entrevistador/Entrevistado, esse último se
sente compreendido e estimulado suficientemente a mudar seus referenciais íntimos.

Procedimentos

O Entrevistador Espírita, ouvindo o Assistido, deverá obter informações acerca de suas aflições,
carências ou aspirações. Essas informações serão fundamentais para que o Entrevistador adquira uma
percepção da realidade, e, em retorno, preste esclarecimentos, consolo e orientação ao Entrevistado.
Para atingir seu objetivo, o Entrevistador terá que compreender o interlocutor, como este pensa, sente e vê
o mundo ao seu redor. Obterá informações que comporão a realidade do assistido e as conseqüências
necessidades a serem atendidas.
A entrevista de ajuda promovida pelo Serviço de Atendimento Fraterno prioriza o fato e a necessidade de
que a percepção da realidade também seja obtida pelo assistido, a propósito, um tipo de procedimento
significativo e difícil, porém, fundamental.
Adquirida a percepção da realidade pelos participantes do diálogo fraterno, o passo seguinte será prestar
informações que esclareçam, consolem e orientem o Assistido, em resumo, o procedimento da assistência
espiritual.
Tais informações estarão baseadas nos princípios fundamentais da Doutrina Espírita, fazendo com que o
Entrevistado compreenda a necessidade de uma mudança de comportamento ético-moral e anteveja uma

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nova filosofia de vida que estará fundamentada na necessidade imperiosa da educação, decorrente do
processo gradativo de auto-iluminação e que trará, como conseqüência a felicidade da criatura.
Além do esclarecimento, diante dos quadros de sofrimento apresentados, na maioria das vezes será
necessário consolar, compreendendo-se que toda a consolação deverá ser ministrada com base no
Evangelho de Jesus e jamais fundamentada em concepções de ordem pessoal.
Após esclarecer e consolar, será procedida a orientação. Será caracterizada por aconselhamentos,
elementos fundamentados na filosofia espírita que o Entrevistado não possui ainda, mas que deles
necessita. Segue-se o encaminhamento do Assistido a um ou mais setores de trabalho da Casa Espírita,
conforme as peculiaridades de cada caso, onde, por exemplo, serão ministrados passes, vivenciados
procedimentos de desobsessão ou providenciada sua integração ao Estudo Sistematizado da Doutrina
Espírita, sempre respeitando o livre-arbítrio da pessoa, que poderá aceitar ou não os diversos
procedimentos de ajuda.

ESCLARECIMENTO

CONSOLAÇÃO
ACONSELHAMENTO
ORIENTAÇÃO
ENCAMINHAMENTO

2.5.7.3 – Recomendações ao Entrevistador

SELEÇÃO DE INFORMAÇÕES

No processo da entrevista, em que um volume expressivo de informações pode ocorrer, torna-se


necessário selecionar apenas as mais importantes, para que o resultado da entrevista seja eficiente.

DISCRIÇÃO

A discrição é fator importante no Atendimento Fraterno. É necessário evitar que o Assistido se sinta
constrangido e revelar situações que pretenda ocultar; todo o “desabafo” deverá acontecer de forma
espontânea. Por outro lado, o Entrevistador terá que proceder terá que proceder de forma reservada e
prudente, evitando curiosidades.

TRIAGEM

Durante a entrevista será feita uma triagem, pois, pelo contato pessoal, separam-se os casos que
demandam assistência espiritual das questões fúteis ou, principalmente daquelas que impõem
prioritariamente procedimentos médicos.

SABER OUVIR

A capacidade de ouvir resume-se em manter atenção plena. Ouvir efetivamente o que está sendo dito
pelo entrevistado. Devem ser considerados o tom de voz usado, os gestos empregados e até o que se diz
implicitamente. Ouvir, pois, não só com os ouvidos, mas também com os olhos, com o coração e com
a mente.

Quando o Entrevistador conseguir repetir com suas


palavras o que disse o Entrevistado e , descrever os
sentimentos expressos, então, efetivamente, existe uma
grande probabilidade de que o Entrevistador tenha
ouvido e compreendido o Entrevistado.

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A predisposição para ouvir alguém dependerá de fatores físicos e de fatores mentais.

Consideram-se fatores físicos:


- a temperatura;
- os ruídos;
- a iluminação;
- o meio ambiente;
- as condições de saúde;
- as deficiências auditivas;
- outros.

Consideram-se fatores mentais:

- as influências espirituais;
- a indiferença;
- a impaciência;
- o preconceito;
- a preocupação;
- a soberba;
- outros

É importante que os fatores que dificultam o ato de ouvir sejam eliminados, ou, pelo menos, reduzidos ao
máximo.

ACEITAÇÃO

O entrevistador deve desenvolver a capacidade de aceitação. Resume-se em tratar o Entrevistado


como um igual, considerando seus pensamentos e sentimentos com sincero respeito, o que não significa
valorizar o que ele valoriza. Também não significa concordar ou discordar dele.
O entrevistador não julga o Entrevistado, muito menos solicita que ele pense ou se comporte segundo um
paradigma por ele projetado. Viabilizamos um erro de comunicação ao definirmos as pessoas conforme
um modelo individual. É preciso compreender que todos somos diferentesw uns dos outros e que todos
somos Espíritos em diferentes graus de evolução.

HARMONIA

Em verdade, o papel do Entrevistador é funcionar de forma semelhante a um espelho, ou seja, mostrar ao


Entrevistado exatamente o que ele lhe revelou. Para que isso seja viável, é necessário desenvolver uma
habilidade para entrar no mundo íntimo de alguém e criar um vínculo de relacionamento fácil – a
harmonia.

Para conseguir-se harmonia é importante comunicar-se.

A essência da comunicação bem sucedida é o grau de harmonia que se consegue atingir no processo
comunicativo.

“A Seara de Jesus pede


trabalhadores decididos a auxiliar”.
(CONDUTA ESPÍRITA – André Luiz – Cap. 20).

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LEMBRETES IMPORTANTES!!
Na entrevista, que será sempre facultativa, isto é, jamais obrigatória:

 Não deve ocorrer qualquer conotação de “tratamento” e sim de assistência


espiritual.
 É importante não esbarrar em delitos tipificados no Código Penal Brasileiro:

Art.283 – Charlatanismo – Inculcar ou anunciar cura por meio secreto ou infalível: Pena
– detenção de três meses a um ano, e multa
Art.284 – Curanderismo – Exercer o curanderismo:
I – prescrevendo, ministrando ou aplicando, habitualmente, qualquer
substância;
II – usando gestos, palavras ou qualquer outro meio;
III – fazendo diagnósticos: Pena – detenção de seis meses a dois anos

Tendo aptidão mediúnica, o Entrevistador não deve dar orientações


mediunizado, embora tenha certeza de que conta com a constante proteção e
inspiração dos bons espíritos.

É importante lembrar que a proteção e a inspiração encontram tanto maior


apoio, na medida em que a Equipe do Atendimento Fraterno se harmonize,
renunciando aos pontos de vista pessoais e fixando-se nos objetivos gerais da
Doutrina Espírita e nos objetivos instrumentais que são a tarefa em si.

2.5.7.4 – Critérios para encaminhamento

“A maioria das pessoas que procura o Centro Espírita apresenta problemas de saúde física, mental e
desajustamento de ordem psíquica e emocional.
Existem interesses e uma grande curiosidade para o campo da mediunidade. Mas é necessário estar alerta
para que as pessoas que têm imaginação fértil, demonstrando tendências e fixação mental de
superexcitação, cuja natureza reflete incompatibilidade para o processo de desenvolvimento mediúnico”.
As pessoas portadoras da faculdade mediúnica (ostensiva) deverão ser enviadas ao Departamento
Espiritual, que examinará, caso a caso, procurando detectar se realmente há condições, para serem
encaminhadas aos grupos de estudo e educação da mediunidade.
Os assistidos, em geral, serão encaminhados às palestras públicas doutrinadoras, ao Estudo
Sistematizado da Doutrina Espírita, às sessões de passes, a cursos, enfim, às atividades da Casa
Espírita que lhe forem apropriadas.

No entanto, há que se observar os seguintes procedimentos:

1) será necessário explicar ao assistido como se desenvolvem as atividades; indicar, por escrito, dia,
horário e setor a que se deve dirigir;

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2) explicar em que consiste o passe espírita, a participação efetiva do assistido no fenômeno da


receptividade e os benefícios que proporciona;
3) sugerir o “Evangelho no Lar”, esclarecendo o valor e os efeitos de sua realização;
4) aconselhar a leitura das obras básicas do Espiritismo;
5) sugerir o constante recurso da prece;
6) não encaminhar o assistido para outra Casa Espírita, a não ser quando resida em outra cidade ou more
em bairro distante e lá se localize Instituição Espírita federada;
7) manter sigilo sobre a entrevista e seus resultados;
8) recorrer ao Coordenador nos casos que reclamam uma orientação mais prolongada ou quando
reconhecer o Entrevistador não estar em condições de orientar;
9) jamais prometer “curas” para os problemas físicos ou espirituais; contudo, asseverar que o
“trabalho de recuperação do corpo fundamenta-se na reabilitação do Espírito”;
10) assegurar ao assistido que o funcionamento do Serviço de Atendimento Fraterno objetiva prestar-lhe
o possível auxílio espiritual, explicando que, atendendo à orientação espírita e se esforçando nos
procedimentos do bem, pelo menos, encontrar alívio ou forças para suportá-las;
11) é aconselhável que os horários das entrevistas não coincidam com as Sessões Públicas
Doutrinárias, a fim de que os assistidos não fiquem impedidos de assistir as palestras,
importantíssimas por suas características de esclarecimento, consolo e até de assistência
fluidoterápica;
12) esclarecer que a freqüência regular ao Centro Espírita é uma forma de manutenção do benefício da
Assistência Espiritual e que são fundamentais o estudo do Espiritismo e a prática do bem,
porque só o conhecimento e o amor esclarecem e consolam.

“Espíritas! Amai-vos, este o primeiro


ensinamento; instruí-vos, este o segundo”.
(O ESPÍRITO DE VERDADE – O EVANGELHO SEGUNDO
O ESPIRITISMO – Allan Kardec – Cap. VI – item 5)

2.5.7.5 – Entrevistas complementares

O Coordenador da Equipe do Atendimento Fraterno e os Entrevistadores devem conscientizarem-se de


que uma entrevista, na maioria dos casos, terá pouco ou nenhum resultado prático e não trará alívio
significativo nos sintomas apresentados pelo assistido.
À medida que a ajuda ao Entrevistado se aprofunda, os fatos e motivos recalcados são atingidos. É por
isso que a atividade de assistência espiritual demanda tempo, paciência, solidariedade e tolerância.
Por essas razões, ao encerrar-se a entrevista inicial, o assistido deverá ser informado que poderá retornar
outras vezes e que será sempre recebido com o carinho e atenção da primeira vez. Essas possíveis
entrevistas complementares devem ser inseridas na etapa de acompanhamento.

2.5.7.6 – Resultado da entrevista

Resultado desejável:

Com base nas informações fornecidas pelo Entrevistador, que deixará evidente a filosofia de vida
proposta pela Doutrina Espírita, o Entrevistado deverá ficar estimulado para empreender a modificação
de seu comportamento, nas formas de pensar, sentir ou agir.

À luz daqueles esclarecimentos, deverá concluir sobre:

- a necessidade de mudar;
- a melhoria de sua qualidade de vida, decorrente da mudança.

Resultado não desejável:

Haverá casos em que o Entrevistado não revelará o mínimo propósito de modificar-se, desprezando a
oportunidade de participar no processo de ajuda a si próprio. Talvez fique, no íntimo do Entrevistador,
uma frustração, a sensação entanto, tais emoções devem ser afastadas, considerando que a reflexão e a

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vontade de modificar-se pertencem ao assistido que, muitas vezes, ainda necessita dos benditos
mecanismos da dor para despertar as realidades espirituais.

Por isso, lembra o Espírito Camilo:

“Não te esqueças de que, em muitas


circunstâncias, nada lograrás externamente, senão a
honra de atuares no bem, tendo em conte fatores
que independem de ti. Não te desalentes, contudo.
Serás intermediário, mas o Divino Médico e
Conselheiro é Jesus”.
(CORRENTEZA DE LUZ – Cap. 26).

2.5.7.7 – Condições de Trabalho

1) Ambiente: O ideal é que a entrevista se realize em uma sala, cujo requisito fundamental é ser
silenciosa, impedindo interferências na execução da tarefa. É importante a privacidade no trabalho,
uma vez que interrupções no processo da entrevista podem destruir em um segundo o que se
construiu em um tempo considerável.
2) Tempo: É fundamental controlar o tempo concedido a cada Entrevistado. Os Entrevistadores,
considerando o tempo disponível, a demanda de pessoas e a complexidade dos casos, farão uma
divisão proporcional do tempo, que será o da duração de cada entrevista. O tempo de cada entrevista
não deverá ultrapassar 30 minutos.
3) Número de entrevistadores: No que se refere ao número de Entrevistadores para cada atendimento
há duas modalidades:

a) dois Entrevistadores por atendimento – cabendo a um deles a tutularidade do trabalho e, ao


outro, a observação;

Há companheiros que entendem que essa modalidade apresenta como vantagens o entendimento
completo e seguro do motivo exposto pelo assistido, assim como a possibilidade do amparo
mútuo em situações difíceis ou constrangedoras.

b) um Entrevistador por atendimento – outros confrades não menos respeitados sustentam que a
presença de um único Entrevistador faculta a maior desinibição do assistido, que se veria tolhido
em sua privacidade, com a presença de uma terceira pessoa.

A casa Espírita poderá escolher a modalidade que entenda ser mais conveniente.

“A disposição de servir, por si


só já simplifica os obstáculos”.
(CONDUTA ESPÍRITA –
André Luis – Cap. 11)

“E necessário meditar no
bem; todavia é
imprescindível executá-lo”.
(PÃO NOSSO – Emmanuel
– Cap. 86

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2.6 – ACOMPANHAMENTO

2.6.1 – Recomendações

É fundamental no serviço de ATENDIMENTO FRATERNO realizar o acompanhamento individual


dos esforços, atos e realizações de cada assistido.
Dentro de uma visão sistêmica do Centro Espírita, é necessário que a Equipe do Atendimento Fraterno
mantenha contatos com o responsável pelo Departamento ou Setor da Instituição Espírita ao qual foi
encaminhado o assistido, viabilizando, dessa forma, o acompanhamento dos progressos ou das
dificuldades que ele enfrenta.
Será esse mesmo acompanhamento que gerenciará as entrevistas complementares necessárias para cada
assistido.
Verifica-se, pois, que o ATENDIMENTO FRATERNO ATRAVÉS DO DIÁLOGO exige para o seu bom
funcionamento e sucesso, uma ampla integração de todas as áreas de atividade na Casa Espírita, o que se
conseguirá apenas com uma “maneira de pensar” eminentemente sistêmica.

2.6.2 – Avaliações

É fundamental a Avaliação do Desempenho, de forma habitual, na Equipe do Atendimento Fraterno.


Será de iniciativa do seu Coordenador.
Essa avaliação poderá ser em termos quantitativos, como por exemplo, o número de atencimentos por
mês, mas principalmente em termos qualitativos, em razão da qualidade dos atendimentos e dos
resultados obtidos.
Caracterizando-se como um meio de aprimoramento, integração e ajuda nos procedimentos
vivenciados pelos membros da equipe, as avaliações possibilitam a correção de equívocos e decisões
insatisfatórias, possibilitando ainda o aperfeiçoamento do trabalho como um todo e sua integração com os
vários departamentos da Casa Espírita.

“A instrução espírita não abrange apenas o


ensinamento moral que os Espíritos dão, mas
também o estudo dos fatos. Incumbe-lhe a
teoria de todos os fenômenos, a pesquisa das
causas, a comprovação de que é possível e do
que não o é; em suma, a observação de tudo o
que possa contribuir para o avanço da ciência”.
(O LIVRO DOS MÉDIUNS, ítem 328)

2.7 – INTEGRAÇÃO

Atendidas, parcial ou integralmente as necessidades do assistido, de conformidade com os princípios da


Doutrina Espírita, poderá ele, se assim o desejar e, uma vez que se prepara ao longo do tempo para tal,
fundamentalmente obtendo conhecimentos doutrinários, tornar-se futuramente um trabalhador, em
condições de prestar sua colaboração nas várias atividades da Instituição Espírita.
É importante que o iniciante nas tarefas do Centro Espírita, assim como as demais, jamais se deixem
descuidar do permanente estudo da Doutrina Espírita e da vivência dos princípios evangélicos-
doutrinários, na tarefa fundamental de realização de sua reforma íntima.

“A alma poder-se-à elevar para Deus tão somente com o progresso moral, sem os valores intelectivos?
O sentimento e a sabedoria são as duas asas com que a alma se elevará para a perfeição infinita”.
(O CONSOLADOR – Emmanuel – Questão 204). 16
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2.8 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em toda essa rotina que direciona o ATENDIMENTO FRATERNO ATRAVÉS DO DIÁLOGO,


percorrendo as diversas estações, da recepção à integração, esclarecendo e consolando pessoas,
respeitando o livre-arbítrio de cada uma, a Instituição Espírita oportuniza para muitos a opção de uma
nova filosofia de vida, multiplicando alegrias, vitórias pessoais e significativas realizações espirituais, à
luz do Evangelho do Mestre Jesus.

“Por isso, agradece a Deus o frutuoso ensejo de


atender ao bem, que te é concedido, e unge-te de de
amor e prepara-te, pelo estudo e pela meditação,
para que, a cada dia, dispenses o melhor de ti aos
que te chegam buscando, em verdade, a orientação
e os braços amoráveis de Jesus”.
(CORRENTEZA DE LUZ – Cap. 26)

2.9 – LEITURAS COMPLEMENTARES

2.9.1 – A Reforma Íntima

Depreende-se de “A Gênese”, capítulo 1, item 16, que o Espiritismo constitui-se na ciência que estuda as
leis do princípio espiritual. Estabelece, como princípios fundamentais, as leis da evolução e da
reencarnação, segundo os quais o espírito que somos passa a desenvolver-se, alternadamente, nos dois
planos da vida, subordinado às leis do aprendizado e da renovação pelo amor.
Por reforma íntima compreende-se a aquisição de valores intelectuais e morais que impeçam caia o
Espírito em rotina estagnante, em desajuste, me desajuste. Aprendemos que a vida é movimento e que os
espírito não pode permanecer em uma dada posição sem graves danos. A evolução é o princípio central
da Lei de Deus e constitui-se me determinismo único; tudo no universo modifica-se. Deter-se é retardar-
se e condenar-se ao desajustamento.
O seguinte quadro sinóptico engloba o que se deve entender por reforma íntima, também denominada
regeneração interior ou renovação mental.

Intelectual: assimilação do conhecimento


superior

Reforma Íntima

Afetiva: desenvolvimento da afetividade


mediante o serviço do amor ao próximo

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Aí estão referidas as duas vias do progresso espiritual conforme ensinam os instrutores Espirituais.
Despertando da animalidade, os seres primitivos ainda se deixam dominar pela força notável do instinto
de conservação, porque tais espíritos ainda não possuem aquisições intelectuais, nem tão pouco
despertou o contrapeso do senso moral. Mas no decorrer do tempo, cumpridas estações reencarnatórias, o
instinto vai se enfraquecendo à medida que a inteligência se desenvolve. É então que o espírito domina a
matéria. A aquisição da palavra, do pensamento contínuo, do exercício da razão e do livre-arbítrio
proporcionam o início do senso moral, que se constitui no afrouxamento do domínio dos instintos e no
desabrochar dos sentimentos.
O homem compelido a decidir por si mesmo, passa a ser o artífice do seu destino no âmbito de suas
limitações, sem que lhe falte a orientação do Plano Superior. Pouco a pouco desenvolve faculdades,
recursos mentais e físicos, ultrapassando as diversas fases do desenvolvimento, limitadamente à faixa
que separa o selvagem do civilizado.
Fica, pois, constatado existirem diferentes estágios de progressão dos espíritos, de graus evolutivos
distintos.
O Progresso do espírito processa-se pela assimilação de experiências vividas e de conhecimento
adquiridos. Este material psíquico, em cada existência reencarnatórias, é absorvido pelo consciente e
integrado pelo inconsciente onde fica arquivado. Contudo, este arquivamento não anula, renascendo como
aptidões e vocações em cada nova experiência física.
A Evolução espiritual consiste na transferência dos novos elementos de progresso do consciente para o
inconsciente e, nesta passagem, na transformação desses conhecimentos e experiências em faculdades.
Nesse caminhar compulsório para a perfeição, o progresso intelectual e o progresso moral decorrem
separados, porque a inteligência, mesmo alta, não acarreta a necessidade do bem, ao contrário, na maioria
dos exemplos, pela força resultante de nossas imperfeições e livre-arbítrio, é utilizada para o mal – os
males morais, geradores dos males físicos, da dor e do sofrimento. Nos procedimentos contrários ao bem,
surge a reação: o remorso, o arrependimento, as acusações dos que se sentiram prejudicados, atuam no
sentido da retificação.
Atuando como um agente retificador, o sofrimento desenvolve uma ação terapêutica projetando o
desenvolvimento equilibrado das duas vias do progresso espiritual, dentro das possibilidades eternas.
A reencarnação, as vidas físicas logicamente encadeadas, encaixa-se naturalmente neste quadro. Atende à
evolução. Sendo infinitas as experiências e conhecimentos, uma só vida material muito pouco significaria
nas possibilidades do ser. A assimilação das faculdades espirituais exige ampla cota de tempo e, daí, em
conseqüência, o retorno muitas vezes à carne.
Invocando a imagem de uma comparação entre um quadro escolar e o quadro evolutivo de um ser, a cada
ano letivo escolar corresponderia uma encarnação. Para cada experiência reencarnatória o espírito traz um
Programa de Trabalho, não reencarnando aleatoriamente. Muitas vezes até o espírito reencarnante
participa da estruturação desse Programa, sempre complexo, dependendo de seu grau evolutivo.
Se o espírito reencarnante consegue corresponder a esse Programa de Trabalho, seu desempenho será de
progresso, crescimento, edificação, enfim, de renovação.
No entanto, pode o espírito reencarnante, fazer uso do seu inalienável livre-arbítrio, desviar-se do seu
Programa de Trabalho, estacionando em termos evolutivos. Portador de graves vícios morais, estará
sujeito as conseqüências retificadoras da “Lei de Causa e Efeito”, projetando processo reeducativo que
denominamos de reajustamento ou correção.
Ainda, conceitualmente, quando o espírito consegue um êxito extraordinário, um grande crescimento ou
um a conquista significativa que tenha exigido superação de suas dificuldades, um bloqueio íntimo,
denominamos tal como uma transformação ou inovação.
A resposta à questão 779 do “Livro dos Espíritos” suscita a idéia de imaginar o espírito semelhante a
uma semente que vai se desenvolvendo naturalmente, no curso do tempo infinito, somente precisando de
cuidados especiais, quando, por dependência de suas próprias imperfeições, desorienta-se do caminho
evolutivo, necessitando de reparações (os tais cuidados especiais) para retomar seu progresso. Tais
percalços são naturais, mas não dispensam procedências de retomada, na maioria dolorosas e difíceis.
No processo evolutivo há duas posições as serem sempre consideradas: nosso estágio evolutivo e nosso
ajuste dentro dele.
Somos espíritos em diferentes graus evolutivos, não podemos conceder a todos idêntica medida, temos
responsabilidades relativas ao nosso progresso; a cada um será exigido segundo suas possibilidades, daí o
Cristo asseverar – “Muito será pedido a quem muito foi dado.”

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O que requer é que ninguém se torne causador de desarmonia por não se vistoriar sobre as imperfeições.
Exige que colaboremos com o nosso semelhante, praticando o amor ao próximo, requer nosso esforço na
assimilação do conhecimento superior. Para isso é mister que nos esforcemos, porque aprender é uma
necessidade essencial; é necessário aceitar situações e responsabilidades sem revolta, reconhecer nosso
estágio e equilibrarmo-nos nele.
Para não sofrermos é necessário eliminar os desajustes relativos a nossa situação. Não podemos alojar a
mentira, a desonestidade, a prevaricação, a sensualidade, a gula, enfim, todos os deslizes que provocam
nosso estacionar. É a eliminação desses desajustes, de que somos portadores, que denominamos de
reforma íntima.
É nesse processo que a Doutrina Espírita se torna promotora através do conhecimento doutrinário,
corrigindo nossas falsas noções e hábitos indesejáveis, construindo conscientemente afetividades,
esculpindo criaturas íntegras e equilibradas, base de uma sociedade bem constituída.
Essa é a mensagem sublime a ser apresentada a todos que buscam a Casa Espírita, que recorrem à nobre
tarefa do Atendimento Fraterno, mostrando ao homem em sofrimento o seu caminho, a vereda que
conduz à angelitude, semeando esperanças e paz, ensinando que Quem nos criou está a nos guiar.

2.9.2 – Orientações para o Entrevistador

I) Falar sobre a necessidade da disciplina mental e da prece como forças positiva que protegem a
saúde. O Entrevistador deve lembrar-se sempre que o Atendimento Fraterno não é doutrinação e
por isso não deve provocar indigestão filosófica no Entrevistado.
II) Responder com segurança doutrinária e sem vacilações, dando a cada caso a orientação inicial
que for adequada, à luz do Espiritismo e do Evangelho.
III) Fazer colocações simples e ligeira de postulados espíritas no que for necessário.
IV) Auxiliar com simplicidade, sem demonstrações de personalismo, de pretensa superioridade e
sem a presunção de tudo resolver.
V) Evitar comparações descaridosas ou entrar no terreno meramente pessoal.
VI) Não trazer à tona falhas, vícios ou problemas de sexo dos Entrevistados.
VII) Nunca entrar no campo de discussões estéreis ou em contendas política, religiosa, doutrinária,
esportiva, racial.
VIII) Não fazer, de modo algum, revelações chocantes, expondo o Entrevistado a graves preocupações
desnecessárias e extemporâneas.
IX) Não dar ciência ao Entrevistado:

a) de informações obtidas nas reuniões mediúnicas;


b) de percepção ou vidência de espíritos junto a ele.

X) Não pedir ao Entrevistado qualquer cooperação financeira ou donativos em espécie para a Casa
Espírita ou suas obras assistênciais e, muito menos, para outras instituições.
XI) Não decidir pelo Entrevistado, nas suas questões pessoais ou íntimas.
XII) Não prometer curas nem soluções miraculosas para os problemas físicos ou espirituais, mas
despertar e encorajar a fé no amor de Deus, no Cristo, na ajuda dos Bons Espíritos e em si
mesmo.
XIII) Não interferir em decisões médicas ou troca de facultativos, caso o Entrevistado esteja em
tratamento médico; se não estiver e houver problema físico, sugerir que procure o médico da
confiança do Entrevistado.
XIV) Nunca sugerir remédios, mesmo caseiros, ou chás de ervas e também a medicina alternativa a
exemplo da homeopatia. Devemos sempre lembrar que o trabalho é de “assistência espiritual” .
XV) Assegurar ao Entrevistado de que a disposição da Casa Espírita é prestar-lhe o auxílio espiritual
fraterno possível. Explicar que, atendendo à orientação espiritual e se esforçando na direção do
bem, conseguirá entender a causa de seus problemas e superá-los ou, ao menos, encontrar alívio
ou forças para suportá-los.
XVI) Explicar que a caridade deve começar no lar. Esclarecer que os desajustes familiares deverão ser
corrigidos com amor e perdão.
XVII) Dialogar sobre o motivo da harmonia através de pequenas coisas, tais como o cumprimento das
obrigações diárias com alegria e otimismo. Recordar que um sorriso e uma palavra amiga não
custam nada a ninguém. Estimular sempre o otimismo para despertar o potencial psicológico do
Entrevistado.

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XVIII) Esclarecer que a fé racional remove montanhas de dificuldades. Mostrar que todas as pessoas são
iguais perante Deus e se houver confiança nas próprias forças o rumo dos acontecimentos poderá
mudar.
XIX) Recomendar ao Entrevistado para simultaneamente com o trabalho espiritual, através dos passes,
fazer o exercício de “higiene mental” através de passeios em lugares onde haja contato com a
natureza, procurando sentir Deus na criação e valorizar sua bondade.
XX) Conservar-se neutro na orientação sobre problemas sentimentais. Deverá, contudo, orientar ao
Entrevistado para a necessidade de confiar em Deus, para decidir entre o coração e a razão.
XXI) Esclarecer que a freqüência regular a casa espírita é uma força de manutenção do benefício
recebido do mundo espiritual, no entanto, evitar o proselitismo, isto é, não forçar o assistido a ser
um espírita.
XXII) Lembrar sempre que o “trabalho de recuperação do corpo fundamenta-se na reabilitação do
espírito”. Os Bons Espíritos realizam trabalhos de natureza científica, no campo da medicina
espiritual, onde não há lugar para “milagres”.
XXIII) O entrevistador deve se conscientizar que muitas pessoas têm “mania de doença”, e através de
formas-pensamentos negativos, cultivam as enfermidades e jamais encontrarão solução para o
problema. Na realidade, trata-se de fenômenos psicológicos que poderão transformar-se em
problemas fisiológicos. Geralmente essas pessoas promovem a automedicação por influência de
propaganda comercial, ou receita de leigos, trazendo mais desequilíbrios para a área psíquica
com conseqüências graves para a economia orgânica.
XXIV) Mesmo que existam sinais evidentes de mediunidade ostensiva ou dinâmica, jamais dar
orientação que, pelo seu caráter imprudente, incoerente ou comprometedor, só poderá aumentar
o quadro de perturbação. Reservar para o futuro o estágio em grupos de estudos sobre a
mediunidade, com os exercícios metódicos dirigidos por pessoa competente.
XXV) Evidentemente que o Entrevistador não irá manter um diálogo com a criança; são os pais e/ou
responsáveis que respondem pelas crianças. Recomendar aos adultos para que tenham atitudes
otimistas e palavras ao bem perto da criança. Explicar sobre a necessidade do diálogo amorável
e o exercício da paciência construtiva.
XXVI) Nunca subestimar a medicina convencional, considerando a medicina espiritual superior. O
intercâmbio científico entre os dois mundos é programa divino, existindo uma solidariedade
magnífica entre os médicos da terra e os médicos do além, através dos recursos telepáticos,
mesmo que inconscientes para os humanos.
XXVII) Os problemas sociais geram muitos necessitados que procuram orientações espirituais nas Casas
Espirituais. O desemprego é problema social que provoca desequilíbrios emocionais e
nervosismo. Neste caso o passe se destina a tranqüilizar o assistido e o diálogo fraterno tem o
objetivo de orientar a pessoa. Existem outros problemas sociais como o homossexualismo,
adultérios, aborto, desajustes familiares, que geram enfermidades psíquicas, espirituais e físicas
– a assistência espiritual tem o objetivo de promover o reequilibro através de sua mensagem
edificante.
XXVIII) O Entrevistador deverá orientar o assistido a iniciar com o próprio, no sentido de
melhorar seus pensamentos e atitudes, saindo do negativismo para o positivismo, alternando seu
padrão vibratório, criando condições para resultados mais satisfatórios na assistência espiritual. –
“Ajuda-te a ti mesmo e o céu te ajudará”.
XXIX) Esclarecer o Entrevistado da importância e mecanismo do passe, em que ele é elemento
participativo. Da mesma forma esclarecer à respeito do uso da água magnetizada.
XXX) Aconselhar que o Entrevistado faça a leitura das obras básicas do Espiritismo que, juntamente
como o “Evangelho no Lar”, são complementos essenciais e indispensáveis à assistência
espiritual.

2.9.3 – O Decálogo do Não Atendimento Fraterno

Os problemas ligados à perturbação e à mediunidade estão situados na mesma área psíquica, havendo a
possibilidade concreta de ocorrer que um mascare o outro. A mediunidade, ao dizer do Codificador, é
uma faculdade que ocorre em número considerável de pessoas; por outro lado, a perturbação, o
desequilíbrio espiritual se constitui num dos mais tormentosos problemas que envolvem um elevado
índice de criaturas.

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Quando o Atendimento Fraterno é promovido em primeiro lugar, sem tocar na questão mediúnica, a
maior parte das pessoas resolve seus problemas, permanecendo apenas uma minoria com sintomas de
ordem mediúnica.

Assim sendo, a título de ilustração, apresentamos o “DECÁLOGO DO NÃO ATENDIMENTO


FRATERNO”:

I) Nas fases preliminares do Atendimento Fraterno, não dizer ao Entrevistado


que ele tem mediunidade a desenvolver, se este for o caso.
II) Não trabalhar mediunizado como Entrevistador.
III) Não dar ciência ao Entrevistado de informações eventualmente obtidas no
curso de Sessões Mediúnicas e que se relacionem com ele ou com o seu
motivo.
IV) Não comentar fora da Equipe com os demais colaboradores da Casa qualquer
fato ou ato ligado ao Atendimento Fraterno.
V) Não intitular o trabalho como “de cura”.
VI) Não dar receituários de qualquer espécie.
VII) Não prometer soluções aos problemas individuais do entrevistado.
VIII) Não decidir sobre questões pessoais ou íntimas do Entrevistado.
IX) Não os erros do Entrevistado.
X) Não aproveitar a presença do Entrevistado para solicitar donativos ou vender
qualquer coisa.

2.9.4 – Crianças e o Atendimento Fraterno

É evidente que crianças também podem vivenciar perturbações, desequilíbrios, muitas vezes sendo
chamadas de “crianças problemas”.
No mecanismo do Atendimento Fraterno os pais, ou responsáveis, sempre serão o veículo de
intercâmbio entre a Equipe e crianças.
No entanto a experiência tem demonstrado que a participação das crianças na Evangelização Infantil,
igualmente promovida pela Casa Espírita, tem resultado em grande aproveitamento para elas, sem
esquecer a notável experiência do “Evangelho no Lar”, meio de harmonizar as necessidades da situação e
vivência em família.

Divaldo Pereira Franco, respondendo sobre o papel do


Espiritismo no mundo, nos esclarece que “o Espiritismo é a
melhor metodologia comportamental de que se tem notícia.
Como visa, principal e objetivamente, a transformação da
comunidade onde ele se encontra situado a viver e,
consequentemente, de toda a humanidade”.
(DIÁLOGO – 1º Diálogo – 1.1 Importância do Espiritismo).

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BIBLIOGRAFIA
CAMILO. Correnteza de Luz. J. Raul Teixeira. FRATER.
CÓDIGO PENAL BRASILEIRO. Editora Saraiva.
DENIS, Léon. O Problema do Ser, do Destino e da Dor. FEB
EMMANUEL. O Consolador. Francisco C. Xavier. FEB
EMMANUEL. Palavras da vida Eterna. Francisco C. Xavier. FEB
EMMANUEL. Pão Nosso. Francisco C. Xavier. FEB
FEB/CFN. Orientação ao Centro Espírita. 1980.
FERGS. “ A Reencarnação”. Revista nº 405.
FEDERAÇÃO ESPÍRITA DE GOIAS. Recepção Fraterna na Casa Espírita. 1990
FEDERAÇÃO ESPÍRIDA DO PARANÁ. Formação de Equipes de Trabalhadores
na Casa Espírita. Documento.
FRANCO, Divaldo Pereira. Diálogo. USE.
KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. FEB.
KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. FEB.
LUIZ, André, Conduta Espírita. Waldo Vieira. FEB
PIRES, J. Herculano. O Centro Espírita. FEB
Subsídios para Atividades Doutrinárias. Edições USE, série 1 – a
USEERJ. Causas da busca do Centro Espírita. Documento. FEB-CFN.

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:

Todo o material relatado anteriormente foi extraído diretamente de


dois livros:
1 – JUSTIFICATIVA  Manual de Aplicação – Estudo Sistematizado da Doutrina
Espírita – Editora Auta de Souza

2 – O TRABALHO DE ATENDIMENTO FRATERNO  Atendimento Fraterno -


Esclarecimento e Consolo – Federação Espírita do Rio Grande do Sul – Centro de
Treinamento e Estudo - CTE

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INDICE

1 – JUSTIFICATIVA 02

1.1 – PORQUE ESTUDAR? 02

1.2 – VANTAGENS DO ESTUDO PRÉVIO 02


1.2.1 - Começar pela teoria 02
1.2.2 - Poupar decepções 02
1.2.3 - Melhor método 02
1.3 – O ESTUDO EM GRUPO 02

2 – O TRABALHO DE ATENDIMENTO FRATERNO 03

2.1 - A TAREFA 03

2.2 - NORMATIZAÇÃO 03

2.3 - PREPARAÇÃO PARA O ATENDIMENTO 04


2.3.1 - Informações Necessárias a Equipe 04
2.3.2 - Requisitos para Membros da Equipe 04
2.3.3 - Hierarquia das necessidades Humanas 04

2.4 – ETAPAS DO ATENDIMENTO 06

2.5 – A EQUIPE DE TRABALHO 06


2.5.1 – Composição 06
2.5.2 – Coordenador 06
2.5.3 – Recepcionistas 07
2.5.3.1 – Procedimentos do Recepcionista 07
2.5.3.2 – Conversação 08
2.5.3.3 – Recomendações aos Recepcionistas 08
2.5.7 – Entrevistadores 09
2.5.7.1 – Entrevistas: conceitos e tipos 09
2.5.7.2 – A Entrevista no Atendimento Fraterno 09
2.5.7.3 – Recomendações ao Entrevistador 11
2.5.7.4 – Critérios para encaminhamento 13
2.5.7.5 – Entrevistas complementares 14
2.5.7.6 – Resultado da entrevista 14
2.5.7.7 – Condições de Trabalho 15

2.6 – ACOMPANHAMENTO 16
2.6.1 – Recomendações 16
2.6.2 – Avaliações 16

2.7 – INTEGRAÇÃO 16

2.8 – CONSIDERAÇÕES FINAIS 17

2.9 – LEITURAS COMPLEMENTARES 17


2.9.1 – A Reforma Íntima 17
2.9.2 – Orientações para o Entrevistador 19
2.9.3 – O Decálogo do Não Atendimento Fraterno 20
2.9.4 – Crianças e o Atendimento Fraterno 21

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CAMPANHA DE FRATERNIDADE AUTA DE SOUZA 24
Centro Espírita Francisco de Assis
Rua 24 de maio 141 – Centro Patos de Minas – MG 38700-000

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