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ESCLARECIMENTO E CONSOLO
CAMPANHA DE FRATERNIDADE AUTA DE SOUZA 2
Centro Espírita Francisco de Assis
Rua 24 de maio 141 – Centro Patos de Minas – MG 38700-000
1 - JUSTIFICATIVA
1.1 - Porque Estudar?
“[...] em qualquer setor de trabalho a ausência de estudo significa estagnação. Esse ou aquele cooperador
que desistam de aprender, incorporando novos conhecimentos, condenam-se fatalmente às atividades de
subnível [...]” (André Luiz, Nos domínios da mediunidade, 8. Ed., p. 166).
“ESPIRITISMO E EDUCAÇÃO – Doutrina eminentemente racional, o Espiritismo dispõe de vigorosos
recursos para a edificação do templo da educação, porquanto penetra nas raízes da vida, jornadeando com
o espírito através dos tempos, de modo a elucidar recalques, neuroses, distonias que repontam desde os
primeiros dias da conjuntura carnal, a se fixarem no carro somático para complexas provas ou expiações.
Considerando os fatores preponderantes como os secundários que atuam e desorganizam os implementos
físicos e psíquicos, equaciona como problemas obsessivos as conjunturas em que padecem trânsfugas da
responsabilidade, agora travestidos em roupagem nova, reencetando tarefas, repetindo experiências para a
libertação.
A educação encontra no Espiritismo respostas precisas para melhor compreensão do educando e maior
eficiência do educador no labor produtivo de ensinar a viver, oferecendo os instrumentos do
conhecimento e da serenidade, da cultura e da experiência aos reiniciantes do sublime caminho redentor,
através dos quais os tornam homens voltados para Deus, o bem e o próximo. (Joanna de Ângelis, Estudos
espíritas, p. 173).
“[...] Este caminho ainda oferece outra vantagem: a de poupar uma imensidade de decepções àquele que
queira operar por si mesmo. Precavido contra as dificuldades, ele saberá manter-se em guarda e evitar a
conjuntura de adquirir a experiência à sua própria custa.” (Kardec, O livro dos médiuns, 58. ed., p. 44).
“[...] Falamos, pois por experiência, e assim, também, é por experiência que dizemos consistir o melhor
método de ensino espírita em se dirigir, aquele que ensina, antes à razão do que aos olhos. Esse o método
que seguimos em as nossas lições e pelo qual somente temos que nos felicitar.” (Kardec, O livro dos
médiuns, 58. ed., p. 45).
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2.2 - NORMATIZAÇÃO
Toda tarefa do Centro Espírita deve obedecer a determinadas regras, a fim de que esteja em consonância
com seus princípios administrativos-doutrinários e alcance objetivos específicos.
No caso do ATENDIMENTO FRATERNO, é também fundamental que a sua normatização conste no
Regimento Interno da Casa Espírita, devendo estar sob a direção ou coordenação de um Departamento
ou Setor, conforme a estrutura administrativa adotada.
É importante salientar que o ATENDIMENTO FRATERNO deverá ser apoiado e complementado por
serviços prestados pelos diferentes Departamentos e Setores do Centro Espírita, dentro de um enfoque
sistêmico que exige um esforço de ampla integração.
a) uma maior união entre os trabalhadores em torno das finalidades do Centro Espírita;
b) um atendimento mais global à criatura, considerada no seu todo como um ser bio-psico-sócio-
espiritual.
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O conjunto dessas informações constituirão, em sua essência, o treinamento prévio para a tarefa do
ATENDIMENTO FRATERNO.
O Espiritismo, Consolador Prometido por Jesus, sustenta a primazia da reforma moral do homem.
Contudo, considerando a sua condição de ESPÍRITO ENCARNADO, reconhece que não pode ele fugir
das contingências do ambiente físico e social em que vive, por necessidades evolutivas.
Abraham Maslow, conceituado psicólogo humanista, em seu livro “Motivation and Personality”,
formulou sua conhecida tese da hierarquia de necessidades humanas.
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SECUNDÁRIAS
A Instituição Espírita, como escola de formação espiritual e moral, deve atender às necessidades das
pessoas que buscam orientação e amparo.
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1) Recepção
2) Entrevista Inicial
3) Acompanhamento – Entrevistas complementares
4) Integração
Resumindo, temos:
2.5.1 – Composição
1) Coordenador
2) Recepcionistas
3) Entrevistadores
EQUIPE DE TRABALHO
2.5.2 - Coordenador
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2.5.3 – Recepcionistas
A boa recepção consiste na valorização integral de quem chega, mediante fraterna acolhida.
1) apurada a necessidade de assistência espiritual, a pessoa terá agendada uma entrevista inicial;
2) não constatada a necessidade de assistência espiritual, o visitante, se assim o desejar, será
encaminhado para a participação em Grupo de Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita e/ou
para outro setor específico da Casa Espírita em que possa comprovadamente colaborar.
APRESENTAÇÃO
CONVERSAÇÃO
Conhecer verdadeiramente o motivo da visita
(levantamento das necessidades)
ENCAMINHAMENTO
Carências materiais, serão atendidas pelos setores específicos da Casa Espírita, como a sopa fraterna, o
serviço de roupeiro, assistência à família carente, mutirões, creches, oficinas de trabalho, agendamento
médico, odontológico e de empregos, etc.
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Se a Casa Espírita não dispuser de tais atividades, deverá encaminhar o necessitado para outras
instituições especializadas, com as quais mantenha ou possa manter convênios.
2.5.3.2 – Conversação
Se o recepcionista conseguir superar essas imperfeições, já é um fato importante n ato de bem acolher.
O não saber ouvir é um defeito gravíssimo. Saber ouvir talvez seja mesmo mais difícil do que saber
dizer.
O simples fato de ouvir concede ao interlocutor força e estímulo para que ele, por sua vez, exponha com
mais facilidade os motivos que tenha em mente.
É necessário lembrar ainda que o visitante precisa de um tempo psicológico para superar naturais
retrações e constrangimentos. Quem o recebe deve se dispor a conversar com ele, de maneira informal e
esclarecedora, superando o momento inicial.
1) É importante que o Recepcionista esteja identificado por meio de um crachá e se localize nas
proximidades da porta principal da Casa Espírita.
2) Todo aquele que chega à Instituição Espírita, ainda que motivado por necessidades primárias,
conscientes ou não, deve ser recebido tal como se apresenta.
3) Preparado e atencioso, o Recepcionista será a pessoa sensível e benevolente para com todos, que
não se compraz em descobrir os defeitos dos outros ou pô-los em evidência.
4) O Recepcionista será solícito para ajudar sempre, tendo uma nítida visão sistêmica do serviço de
ATENDIMENTO FRATERNO, dos objetivos da Casa Espírita.
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2.5.7 – Entrevistadores
Logo temos:
Consentida
(Entrevistado é movido por sua vontade)
Por imposição de
vontade alheia
sem aceitação
São as entrevistas concedidas para obtenção de informações de interesse do Entrevistador, que poderá ser,
por exemplo, um jornalista, um historiador, um pesquisador, etc.
Características
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A “ajuda” também se caracteriza como tomada de providências reais no sentido de conceder auxílios
materiais ao necessitado, o que será realizado pelos serviços de ação social alternativamente sustentados
pela Casa Espírita.
Outro Aspecto a ser considerado é evitar a palavra “problema” principalmente na entrevista inicial. O
termo não deve ser usado porque:
Empatia
Procedimentos
O Entrevistador Espírita, ouvindo o Assistido, deverá obter informações acerca de suas aflições,
carências ou aspirações. Essas informações serão fundamentais para que o Entrevistador adquira uma
percepção da realidade, e, em retorno, preste esclarecimentos, consolo e orientação ao Entrevistado.
Para atingir seu objetivo, o Entrevistador terá que compreender o interlocutor, como este pensa, sente e vê
o mundo ao seu redor. Obterá informações que comporão a realidade do assistido e as conseqüências
necessidades a serem atendidas.
A entrevista de ajuda promovida pelo Serviço de Atendimento Fraterno prioriza o fato e a necessidade de
que a percepção da realidade também seja obtida pelo assistido, a propósito, um tipo de procedimento
significativo e difícil, porém, fundamental.
Adquirida a percepção da realidade pelos participantes do diálogo fraterno, o passo seguinte será prestar
informações que esclareçam, consolem e orientem o Assistido, em resumo, o procedimento da assistência
espiritual.
Tais informações estarão baseadas nos princípios fundamentais da Doutrina Espírita, fazendo com que o
Entrevistado compreenda a necessidade de uma mudança de comportamento ético-moral e anteveja uma
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nova filosofia de vida que estará fundamentada na necessidade imperiosa da educação, decorrente do
processo gradativo de auto-iluminação e que trará, como conseqüência a felicidade da criatura.
Além do esclarecimento, diante dos quadros de sofrimento apresentados, na maioria das vezes será
necessário consolar, compreendendo-se que toda a consolação deverá ser ministrada com base no
Evangelho de Jesus e jamais fundamentada em concepções de ordem pessoal.
Após esclarecer e consolar, será procedida a orientação. Será caracterizada por aconselhamentos,
elementos fundamentados na filosofia espírita que o Entrevistado não possui ainda, mas que deles
necessita. Segue-se o encaminhamento do Assistido a um ou mais setores de trabalho da Casa Espírita,
conforme as peculiaridades de cada caso, onde, por exemplo, serão ministrados passes, vivenciados
procedimentos de desobsessão ou providenciada sua integração ao Estudo Sistematizado da Doutrina
Espírita, sempre respeitando o livre-arbítrio da pessoa, que poderá aceitar ou não os diversos
procedimentos de ajuda.
ESCLARECIMENTO
CONSOLAÇÃO
ACONSELHAMENTO
ORIENTAÇÃO
ENCAMINHAMENTO
SELEÇÃO DE INFORMAÇÕES
DISCRIÇÃO
A discrição é fator importante no Atendimento Fraterno. É necessário evitar que o Assistido se sinta
constrangido e revelar situações que pretenda ocultar; todo o “desabafo” deverá acontecer de forma
espontânea. Por outro lado, o Entrevistador terá que proceder terá que proceder de forma reservada e
prudente, evitando curiosidades.
TRIAGEM
Durante a entrevista será feita uma triagem, pois, pelo contato pessoal, separam-se os casos que
demandam assistência espiritual das questões fúteis ou, principalmente daquelas que impõem
prioritariamente procedimentos médicos.
SABER OUVIR
A capacidade de ouvir resume-se em manter atenção plena. Ouvir efetivamente o que está sendo dito
pelo entrevistado. Devem ser considerados o tom de voz usado, os gestos empregados e até o que se diz
implicitamente. Ouvir, pois, não só com os ouvidos, mas também com os olhos, com o coração e com
a mente.
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- as influências espirituais;
- a indiferença;
- a impaciência;
- o preconceito;
- a preocupação;
- a soberba;
- outros
É importante que os fatores que dificultam o ato de ouvir sejam eliminados, ou, pelo menos, reduzidos ao
máximo.
ACEITAÇÃO
HARMONIA
A essência da comunicação bem sucedida é o grau de harmonia que se consegue atingir no processo
comunicativo.
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LEMBRETES IMPORTANTES!!
Na entrevista, que será sempre facultativa, isto é, jamais obrigatória:
Art.283 – Charlatanismo – Inculcar ou anunciar cura por meio secreto ou infalível: Pena
– detenção de três meses a um ano, e multa
Art.284 – Curanderismo – Exercer o curanderismo:
I – prescrevendo, ministrando ou aplicando, habitualmente, qualquer
substância;
II – usando gestos, palavras ou qualquer outro meio;
III – fazendo diagnósticos: Pena – detenção de seis meses a dois anos
“A maioria das pessoas que procura o Centro Espírita apresenta problemas de saúde física, mental e
desajustamento de ordem psíquica e emocional.
Existem interesses e uma grande curiosidade para o campo da mediunidade. Mas é necessário estar alerta
para que as pessoas que têm imaginação fértil, demonstrando tendências e fixação mental de
superexcitação, cuja natureza reflete incompatibilidade para o processo de desenvolvimento mediúnico”.
As pessoas portadoras da faculdade mediúnica (ostensiva) deverão ser enviadas ao Departamento
Espiritual, que examinará, caso a caso, procurando detectar se realmente há condições, para serem
encaminhadas aos grupos de estudo e educação da mediunidade.
Os assistidos, em geral, serão encaminhados às palestras públicas doutrinadoras, ao Estudo
Sistematizado da Doutrina Espírita, às sessões de passes, a cursos, enfim, às atividades da Casa
Espírita que lhe forem apropriadas.
1) será necessário explicar ao assistido como se desenvolvem as atividades; indicar, por escrito, dia,
horário e setor a que se deve dirigir;
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Resultado desejável:
Com base nas informações fornecidas pelo Entrevistador, que deixará evidente a filosofia de vida
proposta pela Doutrina Espírita, o Entrevistado deverá ficar estimulado para empreender a modificação
de seu comportamento, nas formas de pensar, sentir ou agir.
- a necessidade de mudar;
- a melhoria de sua qualidade de vida, decorrente da mudança.
Haverá casos em que o Entrevistado não revelará o mínimo propósito de modificar-se, desprezando a
oportunidade de participar no processo de ajuda a si próprio. Talvez fique, no íntimo do Entrevistador,
uma frustração, a sensação entanto, tais emoções devem ser afastadas, considerando que a reflexão e a
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vontade de modificar-se pertencem ao assistido que, muitas vezes, ainda necessita dos benditos
mecanismos da dor para despertar as realidades espirituais.
1) Ambiente: O ideal é que a entrevista se realize em uma sala, cujo requisito fundamental é ser
silenciosa, impedindo interferências na execução da tarefa. É importante a privacidade no trabalho,
uma vez que interrupções no processo da entrevista podem destruir em um segundo o que se
construiu em um tempo considerável.
2) Tempo: É fundamental controlar o tempo concedido a cada Entrevistado. Os Entrevistadores,
considerando o tempo disponível, a demanda de pessoas e a complexidade dos casos, farão uma
divisão proporcional do tempo, que será o da duração de cada entrevista. O tempo de cada entrevista
não deverá ultrapassar 30 minutos.
3) Número de entrevistadores: No que se refere ao número de Entrevistadores para cada atendimento
há duas modalidades:
Há companheiros que entendem que essa modalidade apresenta como vantagens o entendimento
completo e seguro do motivo exposto pelo assistido, assim como a possibilidade do amparo
mútuo em situações difíceis ou constrangedoras.
b) um Entrevistador por atendimento – outros confrades não menos respeitados sustentam que a
presença de um único Entrevistador faculta a maior desinibição do assistido, que se veria tolhido
em sua privacidade, com a presença de uma terceira pessoa.
A casa Espírita poderá escolher a modalidade que entenda ser mais conveniente.
“E necessário meditar no
bem; todavia é
imprescindível executá-lo”.
(PÃO NOSSO – Emmanuel
– Cap. 86
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2.6 – ACOMPANHAMENTO
2.6.1 – Recomendações
2.6.2 – Avaliações
2.7 – INTEGRAÇÃO
“A alma poder-se-à elevar para Deus tão somente com o progresso moral, sem os valores intelectivos?
O sentimento e a sabedoria são as duas asas com que a alma se elevará para a perfeição infinita”.
(O CONSOLADOR – Emmanuel – Questão 204). 16
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Depreende-se de “A Gênese”, capítulo 1, item 16, que o Espiritismo constitui-se na ciência que estuda as
leis do princípio espiritual. Estabelece, como princípios fundamentais, as leis da evolução e da
reencarnação, segundo os quais o espírito que somos passa a desenvolver-se, alternadamente, nos dois
planos da vida, subordinado às leis do aprendizado e da renovação pelo amor.
Por reforma íntima compreende-se a aquisição de valores intelectuais e morais que impeçam caia o
Espírito em rotina estagnante, em desajuste, me desajuste. Aprendemos que a vida é movimento e que os
espírito não pode permanecer em uma dada posição sem graves danos. A evolução é o princípio central
da Lei de Deus e constitui-se me determinismo único; tudo no universo modifica-se. Deter-se é retardar-
se e condenar-se ao desajustamento.
O seguinte quadro sinóptico engloba o que se deve entender por reforma íntima, também denominada
regeneração interior ou renovação mental.
Reforma Íntima
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Aí estão referidas as duas vias do progresso espiritual conforme ensinam os instrutores Espirituais.
Despertando da animalidade, os seres primitivos ainda se deixam dominar pela força notável do instinto
de conservação, porque tais espíritos ainda não possuem aquisições intelectuais, nem tão pouco
despertou o contrapeso do senso moral. Mas no decorrer do tempo, cumpridas estações reencarnatórias, o
instinto vai se enfraquecendo à medida que a inteligência se desenvolve. É então que o espírito domina a
matéria. A aquisição da palavra, do pensamento contínuo, do exercício da razão e do livre-arbítrio
proporcionam o início do senso moral, que se constitui no afrouxamento do domínio dos instintos e no
desabrochar dos sentimentos.
O homem compelido a decidir por si mesmo, passa a ser o artífice do seu destino no âmbito de suas
limitações, sem que lhe falte a orientação do Plano Superior. Pouco a pouco desenvolve faculdades,
recursos mentais e físicos, ultrapassando as diversas fases do desenvolvimento, limitadamente à faixa
que separa o selvagem do civilizado.
Fica, pois, constatado existirem diferentes estágios de progressão dos espíritos, de graus evolutivos
distintos.
O Progresso do espírito processa-se pela assimilação de experiências vividas e de conhecimento
adquiridos. Este material psíquico, em cada existência reencarnatórias, é absorvido pelo consciente e
integrado pelo inconsciente onde fica arquivado. Contudo, este arquivamento não anula, renascendo como
aptidões e vocações em cada nova experiência física.
A Evolução espiritual consiste na transferência dos novos elementos de progresso do consciente para o
inconsciente e, nesta passagem, na transformação desses conhecimentos e experiências em faculdades.
Nesse caminhar compulsório para a perfeição, o progresso intelectual e o progresso moral decorrem
separados, porque a inteligência, mesmo alta, não acarreta a necessidade do bem, ao contrário, na maioria
dos exemplos, pela força resultante de nossas imperfeições e livre-arbítrio, é utilizada para o mal – os
males morais, geradores dos males físicos, da dor e do sofrimento. Nos procedimentos contrários ao bem,
surge a reação: o remorso, o arrependimento, as acusações dos que se sentiram prejudicados, atuam no
sentido da retificação.
Atuando como um agente retificador, o sofrimento desenvolve uma ação terapêutica projetando o
desenvolvimento equilibrado das duas vias do progresso espiritual, dentro das possibilidades eternas.
A reencarnação, as vidas físicas logicamente encadeadas, encaixa-se naturalmente neste quadro. Atende à
evolução. Sendo infinitas as experiências e conhecimentos, uma só vida material muito pouco significaria
nas possibilidades do ser. A assimilação das faculdades espirituais exige ampla cota de tempo e, daí, em
conseqüência, o retorno muitas vezes à carne.
Invocando a imagem de uma comparação entre um quadro escolar e o quadro evolutivo de um ser, a cada
ano letivo escolar corresponderia uma encarnação. Para cada experiência reencarnatória o espírito traz um
Programa de Trabalho, não reencarnando aleatoriamente. Muitas vezes até o espírito reencarnante
participa da estruturação desse Programa, sempre complexo, dependendo de seu grau evolutivo.
Se o espírito reencarnante consegue corresponder a esse Programa de Trabalho, seu desempenho será de
progresso, crescimento, edificação, enfim, de renovação.
No entanto, pode o espírito reencarnante, fazer uso do seu inalienável livre-arbítrio, desviar-se do seu
Programa de Trabalho, estacionando em termos evolutivos. Portador de graves vícios morais, estará
sujeito as conseqüências retificadoras da “Lei de Causa e Efeito”, projetando processo reeducativo que
denominamos de reajustamento ou correção.
Ainda, conceitualmente, quando o espírito consegue um êxito extraordinário, um grande crescimento ou
um a conquista significativa que tenha exigido superação de suas dificuldades, um bloqueio íntimo,
denominamos tal como uma transformação ou inovação.
A resposta à questão 779 do “Livro dos Espíritos” suscita a idéia de imaginar o espírito semelhante a
uma semente que vai se desenvolvendo naturalmente, no curso do tempo infinito, somente precisando de
cuidados especiais, quando, por dependência de suas próprias imperfeições, desorienta-se do caminho
evolutivo, necessitando de reparações (os tais cuidados especiais) para retomar seu progresso. Tais
percalços são naturais, mas não dispensam procedências de retomada, na maioria dolorosas e difíceis.
No processo evolutivo há duas posições as serem sempre consideradas: nosso estágio evolutivo e nosso
ajuste dentro dele.
Somos espíritos em diferentes graus evolutivos, não podemos conceder a todos idêntica medida, temos
responsabilidades relativas ao nosso progresso; a cada um será exigido segundo suas possibilidades, daí o
Cristo asseverar – “Muito será pedido a quem muito foi dado.”
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O que requer é que ninguém se torne causador de desarmonia por não se vistoriar sobre as imperfeições.
Exige que colaboremos com o nosso semelhante, praticando o amor ao próximo, requer nosso esforço na
assimilação do conhecimento superior. Para isso é mister que nos esforcemos, porque aprender é uma
necessidade essencial; é necessário aceitar situações e responsabilidades sem revolta, reconhecer nosso
estágio e equilibrarmo-nos nele.
Para não sofrermos é necessário eliminar os desajustes relativos a nossa situação. Não podemos alojar a
mentira, a desonestidade, a prevaricação, a sensualidade, a gula, enfim, todos os deslizes que provocam
nosso estacionar. É a eliminação desses desajustes, de que somos portadores, que denominamos de
reforma íntima.
É nesse processo que a Doutrina Espírita se torna promotora através do conhecimento doutrinário,
corrigindo nossas falsas noções e hábitos indesejáveis, construindo conscientemente afetividades,
esculpindo criaturas íntegras e equilibradas, base de uma sociedade bem constituída.
Essa é a mensagem sublime a ser apresentada a todos que buscam a Casa Espírita, que recorrem à nobre
tarefa do Atendimento Fraterno, mostrando ao homem em sofrimento o seu caminho, a vereda que
conduz à angelitude, semeando esperanças e paz, ensinando que Quem nos criou está a nos guiar.
I) Falar sobre a necessidade da disciplina mental e da prece como forças positiva que protegem a
saúde. O Entrevistador deve lembrar-se sempre que o Atendimento Fraterno não é doutrinação e
por isso não deve provocar indigestão filosófica no Entrevistado.
II) Responder com segurança doutrinária e sem vacilações, dando a cada caso a orientação inicial
que for adequada, à luz do Espiritismo e do Evangelho.
III) Fazer colocações simples e ligeira de postulados espíritas no que for necessário.
IV) Auxiliar com simplicidade, sem demonstrações de personalismo, de pretensa superioridade e
sem a presunção de tudo resolver.
V) Evitar comparações descaridosas ou entrar no terreno meramente pessoal.
VI) Não trazer à tona falhas, vícios ou problemas de sexo dos Entrevistados.
VII) Nunca entrar no campo de discussões estéreis ou em contendas política, religiosa, doutrinária,
esportiva, racial.
VIII) Não fazer, de modo algum, revelações chocantes, expondo o Entrevistado a graves preocupações
desnecessárias e extemporâneas.
IX) Não dar ciência ao Entrevistado:
X) Não pedir ao Entrevistado qualquer cooperação financeira ou donativos em espécie para a Casa
Espírita ou suas obras assistênciais e, muito menos, para outras instituições.
XI) Não decidir pelo Entrevistado, nas suas questões pessoais ou íntimas.
XII) Não prometer curas nem soluções miraculosas para os problemas físicos ou espirituais, mas
despertar e encorajar a fé no amor de Deus, no Cristo, na ajuda dos Bons Espíritos e em si
mesmo.
XIII) Não interferir em decisões médicas ou troca de facultativos, caso o Entrevistado esteja em
tratamento médico; se não estiver e houver problema físico, sugerir que procure o médico da
confiança do Entrevistado.
XIV) Nunca sugerir remédios, mesmo caseiros, ou chás de ervas e também a medicina alternativa a
exemplo da homeopatia. Devemos sempre lembrar que o trabalho é de “assistência espiritual” .
XV) Assegurar ao Entrevistado de que a disposição da Casa Espírita é prestar-lhe o auxílio espiritual
fraterno possível. Explicar que, atendendo à orientação espiritual e se esforçando na direção do
bem, conseguirá entender a causa de seus problemas e superá-los ou, ao menos, encontrar alívio
ou forças para suportá-los.
XVI) Explicar que a caridade deve começar no lar. Esclarecer que os desajustes familiares deverão ser
corrigidos com amor e perdão.
XVII) Dialogar sobre o motivo da harmonia através de pequenas coisas, tais como o cumprimento das
obrigações diárias com alegria e otimismo. Recordar que um sorriso e uma palavra amiga não
custam nada a ninguém. Estimular sempre o otimismo para despertar o potencial psicológico do
Entrevistado.
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XVIII) Esclarecer que a fé racional remove montanhas de dificuldades. Mostrar que todas as pessoas são
iguais perante Deus e se houver confiança nas próprias forças o rumo dos acontecimentos poderá
mudar.
XIX) Recomendar ao Entrevistado para simultaneamente com o trabalho espiritual, através dos passes,
fazer o exercício de “higiene mental” através de passeios em lugares onde haja contato com a
natureza, procurando sentir Deus na criação e valorizar sua bondade.
XX) Conservar-se neutro na orientação sobre problemas sentimentais. Deverá, contudo, orientar ao
Entrevistado para a necessidade de confiar em Deus, para decidir entre o coração e a razão.
XXI) Esclarecer que a freqüência regular a casa espírita é uma força de manutenção do benefício
recebido do mundo espiritual, no entanto, evitar o proselitismo, isto é, não forçar o assistido a ser
um espírita.
XXII) Lembrar sempre que o “trabalho de recuperação do corpo fundamenta-se na reabilitação do
espírito”. Os Bons Espíritos realizam trabalhos de natureza científica, no campo da medicina
espiritual, onde não há lugar para “milagres”.
XXIII) O entrevistador deve se conscientizar que muitas pessoas têm “mania de doença”, e através de
formas-pensamentos negativos, cultivam as enfermidades e jamais encontrarão solução para o
problema. Na realidade, trata-se de fenômenos psicológicos que poderão transformar-se em
problemas fisiológicos. Geralmente essas pessoas promovem a automedicação por influência de
propaganda comercial, ou receita de leigos, trazendo mais desequilíbrios para a área psíquica
com conseqüências graves para a economia orgânica.
XXIV) Mesmo que existam sinais evidentes de mediunidade ostensiva ou dinâmica, jamais dar
orientação que, pelo seu caráter imprudente, incoerente ou comprometedor, só poderá aumentar
o quadro de perturbação. Reservar para o futuro o estágio em grupos de estudos sobre a
mediunidade, com os exercícios metódicos dirigidos por pessoa competente.
XXV) Evidentemente que o Entrevistador não irá manter um diálogo com a criança; são os pais e/ou
responsáveis que respondem pelas crianças. Recomendar aos adultos para que tenham atitudes
otimistas e palavras ao bem perto da criança. Explicar sobre a necessidade do diálogo amorável
e o exercício da paciência construtiva.
XXVI) Nunca subestimar a medicina convencional, considerando a medicina espiritual superior. O
intercâmbio científico entre os dois mundos é programa divino, existindo uma solidariedade
magnífica entre os médicos da terra e os médicos do além, através dos recursos telepáticos,
mesmo que inconscientes para os humanos.
XXVII) Os problemas sociais geram muitos necessitados que procuram orientações espirituais nas Casas
Espirituais. O desemprego é problema social que provoca desequilíbrios emocionais e
nervosismo. Neste caso o passe se destina a tranqüilizar o assistido e o diálogo fraterno tem o
objetivo de orientar a pessoa. Existem outros problemas sociais como o homossexualismo,
adultérios, aborto, desajustes familiares, que geram enfermidades psíquicas, espirituais e físicas
– a assistência espiritual tem o objetivo de promover o reequilibro através de sua mensagem
edificante.
XXVIII) O Entrevistador deverá orientar o assistido a iniciar com o próprio, no sentido de
melhorar seus pensamentos e atitudes, saindo do negativismo para o positivismo, alternando seu
padrão vibratório, criando condições para resultados mais satisfatórios na assistência espiritual. –
“Ajuda-te a ti mesmo e o céu te ajudará”.
XXIX) Esclarecer o Entrevistado da importância e mecanismo do passe, em que ele é elemento
participativo. Da mesma forma esclarecer à respeito do uso da água magnetizada.
XXX) Aconselhar que o Entrevistado faça a leitura das obras básicas do Espiritismo que, juntamente
como o “Evangelho no Lar”, são complementos essenciais e indispensáveis à assistência
espiritual.
Os problemas ligados à perturbação e à mediunidade estão situados na mesma área psíquica, havendo a
possibilidade concreta de ocorrer que um mascare o outro. A mediunidade, ao dizer do Codificador, é
uma faculdade que ocorre em número considerável de pessoas; por outro lado, a perturbação, o
desequilíbrio espiritual se constitui num dos mais tormentosos problemas que envolvem um elevado
índice de criaturas.
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Quando o Atendimento Fraterno é promovido em primeiro lugar, sem tocar na questão mediúnica, a
maior parte das pessoas resolve seus problemas, permanecendo apenas uma minoria com sintomas de
ordem mediúnica.
É evidente que crianças também podem vivenciar perturbações, desequilíbrios, muitas vezes sendo
chamadas de “crianças problemas”.
No mecanismo do Atendimento Fraterno os pais, ou responsáveis, sempre serão o veículo de
intercâmbio entre a Equipe e crianças.
No entanto a experiência tem demonstrado que a participação das crianças na Evangelização Infantil,
igualmente promovida pela Casa Espírita, tem resultado em grande aproveitamento para elas, sem
esquecer a notável experiência do “Evangelho no Lar”, meio de harmonizar as necessidades da situação e
vivência em família.
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BIBLIOGRAFIA
CAMILO. Correnteza de Luz. J. Raul Teixeira. FRATER.
CÓDIGO PENAL BRASILEIRO. Editora Saraiva.
DENIS, Léon. O Problema do Ser, do Destino e da Dor. FEB
EMMANUEL. O Consolador. Francisco C. Xavier. FEB
EMMANUEL. Palavras da vida Eterna. Francisco C. Xavier. FEB
EMMANUEL. Pão Nosso. Francisco C. Xavier. FEB
FEB/CFN. Orientação ao Centro Espírita. 1980.
FERGS. “ A Reencarnação”. Revista nº 405.
FEDERAÇÃO ESPÍRITA DE GOIAS. Recepção Fraterna na Casa Espírita. 1990
FEDERAÇÃO ESPÍRIDA DO PARANÁ. Formação de Equipes de Trabalhadores
na Casa Espírita. Documento.
FRANCO, Divaldo Pereira. Diálogo. USE.
KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. FEB.
KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. FEB.
LUIZ, André, Conduta Espírita. Waldo Vieira. FEB
PIRES, J. Herculano. O Centro Espírita. FEB
Subsídios para Atividades Doutrinárias. Edições USE, série 1 – a
USEERJ. Causas da busca do Centro Espírita. Documento. FEB-CFN.
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:
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INDICE
1 – JUSTIFICATIVA 02
2.1 - A TAREFA 03
2.2 - NORMATIZAÇÃO 03
2.6 – ACOMPANHAMENTO 16
2.6.1 – Recomendações 16
2.6.2 – Avaliações 16
2.7 – INTEGRAÇÃO 16
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