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Análise cartão a cartão, do protocolo CAP

No procedimento de aplicação e desenrolar da prova, devem ser tidos em conta,

e segundo Boekholt M. (2000):

1. O modo de relação com o clínico e a sua evolução durante a aplicação;

2. O modo de participação e de adaptação, a abordagem do material, o

desenrolar da prova propriamente dito e, a sua conclusão;

3. As particularidades da expressão verbal tendo em conta a idade:

vocabulário, construção sintáctica, modos de expressão, tom de voz;

4. As características da apresentação e da participação corporal.

Procedimento geral de elaboração das narrativas:

Os procedimentos a ter em conta na elaboração das narrativas comportam 39

itens, que estão repartidos em 7 rubricas, que são as seguintes:

1. Procedimentos que traduzem o recurso à esfera motora e corporal (MC):

MC 1: Retraimento, inibição motora, manifestações auto-eróticas;

MC 2: Instabilidade psicomotora, agitação motora e/ou verbal, interrupções pelo

agir;

MC 3: Risos, mímicas, caretas, ruídos, onomatopeias;

MC 4: Participação corporal: deslocações, gestos.

2. Procedimentos que traduzem o recurso à relação com o clínico (RC):

RC 1: Procura de proximidade corporal;

RC 2: Perguntas, observações dirigidas ao clínico, apelos, apóstrofes.


RC 3: Críticas ao material e/ou à situação, queixas, pedidos de gratificações

complementares;

RC 4: Auto-depreciação, auto-valorização.

3. Procedimentos que traduzem o recurso à realidade exterior (RE):

RE 1: Recurso à evidência, apego ao conteúdo manifesto;

RE 2: Recurso aos lugares comuns da vida quotidiana, importância dada ao

concreto, ao fazer, ao conformismo, referências à realidade ambiente;

RE 3: Insistência no enquadramento, nas delimitações e nos suportes (presentes

ou em falta);

RE 4: Insistências nas qualidades sensoriais dos materiais;

RE 5: Sobreinvestimento na qualidade do objecto.

4. Procedimentos que traduzem o recurso ao evitamento e à inibição (EI):

EI 1: Restrições, silêncios, recusas, tendências para a recusa, necessidade de

fazer perguntas;

EI 2: Anonimato, razões dos conflitos não esclarecidos, colagens, banalização;

EI 3: Evitamentos específicos, evocação de elementos ansiogénicos seguidos ou

precedidos de paragem no discurso.

5. Procedimentos que traduzem mo recurso ao afecto (RA):

RA 1: Expressão verbalizada de afectos;

RA 2: Dramatização, exagero, teatrialismo, afectos contrastado, labilidade

emocional;

RA 3: Acentuação da tradução corporal dos afectos;


RA 4: Afectos inadequados, afectos maciços.

6. Procedimentos que traduzem o recurso ao imaginário e ao fantasma (IF):

IF 1: Introdução de «personagens», que não figuram na imagem;

IF 2: Apelo ao imaginário infantil dos contos;

IF 3: Encenações, diálogos, importância dada às interacções, digressões:

transparência das mensagens simbólicas;

IF 4: Erotização das relações, dominância da temática sexual e/ou simbolismo

transparente;

IF 5: Instabilidade identificatória, hesitações, confusões sobre o sexo das

«personagens»;

IF 6: Insistência nas representações de acção (ir, correr, dizer, fugir, fazer);

IF 7: Fabulação longe dos cartões, inadequação do tema ao estímulo;

IF 8: Expressões cruas, ligadas a uma temática sexual ou agressiva; expressão

de afectos e/ou agressividade; expressões de afectos e/ou de representações maciças

associadas a qualquer problemática;

IF 9: Confusão identitária, instabilidade dos objectos, etc.

7. Procedimentos que traduzem o recurso à objectividade e ao controlo

(OC):

OC 1: Descrição com apegos aos pormenores;

OC 2: Insistência no fictício, afastamento espácio-temporal;

OC 3: Elementos de tipo formação reactiva (obediência, simpatia, limpeza,

auxílio, dever, dinheiro);

OC 4: Anulação;
OC 5: Isolamento de elementos, de personagens ou de sequências da narrativa;

OC 6: (De)negação, recusa;

OC 7: Repetição, ruminação, perseveração;

OC 8: Falsas percepções, extravagâncias do pensamento.

OC 9: Perturbações da sintaxe, perturbações da organização temporal;

OC 10: Ligações arbitrárias, associações curtas, extravagâncias do pensamento.

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