O filme Wit- uma lição de vida apresenta o processo de tratamento e reflexão
de uma professora universitária que é diagnosticada com câncer, e concorda
em participar de um estudo que, apesar de muito agressivo para seu corpo pode ocasionar em sua cura. Durante o filme é possível observar algumas questões éticas que são seguidas de maneiras indevidas, ou no mínimo de forma não recomendável, como é o caso de como o tratamento é oferecido a professora, onde não é explicado com detalhes as causas que tal tratamento agressivo podem trazer a saúde da professora, e que toda a situação é usada como um experimento para coleta de dados por parte do professor que coordena todo o tratamento. Outra questão digna de observação é o inicio de seu tratamento onde a professora recebe a devida atenção porém, a mesma não dura por muito tempo já que o tratamento passa a ser “mecanizado” com o tempo, envolvendo neste caso perguntas padrão, redundantes e por muitas vezes repetitivas como pontuado pela própria professora durante o filme como a frase “olá, como você está se sentindo?” O processo de exames pré tratamento também não contribui para que a professora se sinta confortável com o processo, desde o exame de toque para identificar o tumor que é realizado por um médico residente com pouca experiencia para tal, como a situação em que a professora, sem aviso prévio algum, foi observada por outros estudantes que a utilizaram como um estudo de caso, processo esse nem um pouco humanizado e até mesmo desrespeitoso com a paciente. Ainda sobre o processo de tratamento mecanizado é valido lembrar da relação médico-paciente onde, é quase que imposto a paciente que ela aceite a dose máxima do remédio, remédio esse que causa danos à saúde e ao sistema imunológico da paciente a deixando em um estado de saúde vulnerável, chegando inclusive ao ponto de o médico receitar remédios sem se quer examinar a paciente quando a mesma chega ao hospital com fortes sintomas ocasionados pela quimioterapia. Por fim é importante ressaltar que a ética dos médicos responsáveis muitas vezes contraria a vontade dos próprios pacientes, e até mesmo a logica, como relatado pela própria enfermeira que afirma que a filosofia dos mesmos é de salvar vidas, não importando a condição que essa vida se encontra, após essa reflexão a professora faz a opção de não ser reanimada em caso de uma provável parada cardíaca, o que nos leva ao clímax do filme, um médico que não se deu o trabalho de ler com atenção a ficha de um paciente, e ao ver o mesmo infartando realiza o procedimento de ressuscitação contra a vontade do próprio paciente, porém há também a reflexão de que o medico cedeu a seus instintos e fez o esforço de salvar a vida pois a ação estava e acordo com seus princípios, ocasionando assim o maior dilema ético retratado no filme. Universidade Federal do Acre- Ufac Centro de Filosofia e Ciências Humanas- CFCH Bacharelado em Psicologia