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TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS DE

CONSOLIDAÇÃO E REMOÇÃO DA
DETERIORAÇÃO EM EDIFÍCIOS E
MONUMENTOS DE PEDRA

JOEL BELCHIOR MELO COUTO

Dissertação submetida para satisfação parcial dos requisitos do grau de


MESTRE EM ENGENHARIA CIVIL — ESPECIALIZAÇÃO EM ESTRUTURAS E GEOTECNIA

Orientador: Professor Doutor Arlindo Jorge Sá de Begonha

MARÇO 2023
MESTRADO EM ENGENHARIA CIVIL 2022/2023
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
Tel. +351-22-508 1901
Fax +351-22-508 1446
 m.ec@fe.up.pt

Editado por

FACULDADE DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE DO PORTO


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4200-465 PORTO
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mencionado o Autor e feita referência a Mestrado em Engenharia Civil - 2022/2023 -
Departamento de Engenharia Civil, Faculdade de Engenharia da Universidade do
Porto, Porto, Portugal, 2023.

As opiniões e informações incluídas neste documento representam unicamente o


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Este documento foi produzido a partir de versão eletrónica fornecida pelo respetivo
Autor.
Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

A meus Pais e Irmãos

Success is my only option, failure’s not.


Marshall Bruce Mathers III
Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra
Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

AGRADECIMENTOS
Ao terminar este trabalho, desejo expressar os meus agradecimentos às pessoas e entidades que, de
várias formas, contribuíram para que os objetivos propostos fossem cumpridos. Em particular desejo
agradecer:
Ao Professor Doutor Arlindo Begonha, que foi o meu orientador neste trabalho, pelo seu
conhecimento e pela sua paixão pela área, foi e é um prazer discutir qualquer assunto sobre a pedra
pois trata-se de um sábio na matéria.
À Empresa GNT – Granitos do Norte Lda., foi a empresa que me acolheu mesmo estando
condicionado pela entrega deste trabalho.
Aos amigos que fiz na faculdade que levo para o resto da minha vida, nomeadamente o Pedro Martins,
Manuel Andrade, José Melo, Gonçalo Carvalho, Carlos Botelho, João Bastos e o Nuno Osório,
fizeram com que esta etapa da minha vida fosse memorável.
Ao meu Pai, pelo ensinamento diário de como se enfrenta e se resolve os problemas que nos ocorrem,
a habilidade de caprichar, ao fazer, fazer bem.
À minha mãe, pela forma como me ajuda a racionalizar com o coração, por confiar em mim e por me
dar apoio em qualquer momento da minha vida, obrigado.
Aos meus irmãos, Romeu e Vitória, não há palavras que descrevam a vossa importância não só nesta
batalha, mas na minha vida, amo-vos.
À Claúdia por ser a fundação da minha vida. Pela crença que tem em mim, pelo amor e por me aturar
nesta minha montanha-russa.
Por último, à Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, que foi a minha casa ao longo destes
anos, aprendi muito nesta instituição.

A todos o meu sincero agradecimento!

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Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

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Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

RESUMO

O trabalho consistiu numa pesquisa bibliográfica sobre as técnicas e procedimentos atuais no processo
de consolidação de pedras afetadas por desagregação granular e remoção de crostas negras e filmes
negros em fachadas de monumentos e edifícios construídos em pedra.
Atualmente por todo o país existem inúmeras obras feitas em pedra como por exemplo edifícios de
habitação coletiva/unifamiliar, igrejas e capelas, museus, monumentos e obras emblemáticas com
centenas de anos.
As técnicas de extração eram muito à base da força humana e com muito pouca ou nenhuma
maquinaria disponível na altura o que, aliado à dificuldade de transporte das pedras da pedreira até ao
estaleiro, originava que as mesmas fossem extraídas em pedreiras próximas e nas zonas mais
superficiais. Assim as pedras apresentavam sempre alguma meteorização o que as tornava mais fáceis
de trabalhar.
Com a pedra meteorizada e com o passar do tempo, a intervenção dos agentes agressivos tais como as
águas das chuvas, os sais solúveis, os gases, o vento, as variações de temperatura, o gelo, os seres
vivos e de entre estes sobretudo o homem deram origem às diversas deteriorações da pedra. Este
trabalho incide sobre as técnicas e procedimentos de consolidação de pedras afetadas por desagregação
granular e eliminação de crostas negras e de filmes negros.
Assim, propõem-se um conjunto de medidas que eliminem as causas destas deteriorações e propõem-
se os tratamentos a aplicar nas pedras danificadas de modo a preservar o máximo possível a
autenticidade dos edifícios introduzindo os métodos menos agressivos e produtos com as
concentrações eficazes mínimas.
Procurou-se investigar sobre as técnicas mais antigas e as mais recentes apontando os inconvenientes e
as vantagens de cada uma a curto e longo prazo, sempre com intuito de preservar o património,
referindo exemplos de obras de reabilitação onde as diversas técnicas foram empregues.

PALAVRAS-CHAVE: Pedra, crostas negras, filmes negros, consolidação da desagregação granular,


tratamentos de limpeza.

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Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

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Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

ABSTRACT
The work consisted of bibliographic research on the current techniques and procedures in the process
of consolidation of stones affected by granular disintegration and removal of black crusts and thin
black layers on facades of monuments and buildings built in stone. Currently throughout the country
there are numerous works made of stone such as collective/single-family housing buildings, churches
and chapels, museums, monuments and emblematic works with hundreds of years.

The extraction techniques were very much based on human force and with very little or no machinery
available at that time which, together with the difficulty of transporting the stones from the quarry to
the shipyard, led to them being extracted in nearby quarries and in the most superficial areas. Thus, the
stones always presented some weathering which made them easier to work with.

With weathered stone and over time, the intervention of aggressive agents such as rainwater, soluble
salts, gases, wind, temperature variations, ice, living beings and among these above all man gave rise
to the various deteriorations of the stone. This work focuses on the techniques and procedures of
consolidation of stones affected by granular disaggregation and elimination of black crusts and black
films.

A set of measures are therefore proposed to eliminate the causes of these deteriorations and the
treatments to be applied to damaged stones are proposed in order to preserve as much as possible the
authenticity of buildings by introducing the least aggressive methods and products with the minimum
effective concentrations. We tried to investigate the oldest and most recent techniques pointing out the
drawbacks and advantages of each one in the short and long term, always to preserve the heritage,
referring examples of rehabilitation works where the various techniques were used.

KEYWORDS: Stone, black crusts, thin black layers, consolidation of granular disintegration, cleaning
treatments.

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Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

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Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

ÍNDICE GERAL

AGRADECIMENTOS ...........................................................................................................................i
RESUMO ..........................................................................................................................iii
ABSTRACT .......................................................................................................................................v

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 1
1.1. CONTEXTUALIZAÇÃO .............................................................................................................. 1
1.2. OBJETIVOS .............................................................................................................................. 1
1.3. ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO .............................................................................................. 2
1.4. ESTADO DE ARTE .................................................................................................................... 2

2. Desagregação granular .................................................................................. 5


2.1. GÉNESE ................................................................................................................................... 7
2.2. LOCALIZAÇÃO ......................................................................................................................... 7
2.3. MINERAIS DE SAIS SOLÚVEIS RESPONSÁVEIS PELA DESAGREGAÇÃO GRANULAR ............ 7
2.4. ATRIBUIÇÃO DA INTENSIDADE DA DESAGREGAÇÃO GRANULAR ....................................... 12
2.5. MÉTODOS PARA DETERMINAR O GRAU DE INTENSIDADE ................................................... 15
2.6. A RELAÇÃO DA POROSIDADE COM A DESAGREGAÇÃO GRANULAR .................................. 17
2.7. PROPOSTAS DE TRATAMENTO DA DESAGREGAÇÃO GRANULAR ....................................... 18
2.7.1. Consolidação das áreas mais intensamente afetadas por desagregação granular ........... 18

2.7.2. Aplicação de produtos hidrófugos ...................................................................................... 22

2.8. MANUTENÇÃO ....................................................................................................................... 23

3. Crostas negras ...................................................................................................... 25


3.1. GÉNESE ................................................................................................................................. 25
3.2. LOCALIZAÇÃO ....................................................................................................................... 28
3.3. MINERAIS DE SAIS SOLÚVEIS RESPONSÁVEIS PELA DESAGREGAÇÃO GRANULAR .......... 31
3.4. PROPOSTAS DE TRATAMENTO DAS CROSTAS NEGRAS ..................................................... 34

4. Filmes Negros ........................................................................................................ 39


4.1. GÉNESE ................................................................................................................................. 41

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Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

4.2. LOCALIZAÇÃO ....................................................................................................................... 41


4.3. COMPOSIÇÃO ........................................................................................................................ 46
4.4. MÉTODOS PARA DETERMINAR O GRAU DE INTENSIDADE ................................................... 50
4.5. PROPOSTAS DE TRATAMENTO DOS FILMES NEGROS ......................................................... 52

5. Conclusões ............................................................................................................... 57

6. Dificuldades e Trabalhos Futuros .................................................... 59


6.1. DIFICULDADES ...................................................................................................................... 59
6.2. TRABALHOS FUTUROS ......................................................................................................... 59

Referências ...................................................................................................................... 61

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Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

ÍNDICE DE FIGURAS

Fig. 2.1 – Desagregação granular diferencial entre os veios de calcite e/ou os leitos de calcário mais
compacto, relativamente ao calcário mais poroso (Begonha, 2021) ....................................................... 5
Fig. 2.2 – Desagregação granular – Arredondamento das arestas, ao adoçamento das formas e à perda
de pormenores de cantarias e esculturas. ............................................................................................... 6

Fig. 2.3 - Desagregação granular uniforme (a) e desagregação granular diferencial (b).. ...................... 7
Fig. 2.4 - Desagregação granular – Igreja de São Pedro de Rates – Cristais de halite observados por
MEV do CEMUP – (Begonha, 2002c). ..................................................................................................... 8
Fig. 2.5 - Desagregação granular – Hospital da Santa Casa da Misericórdia de Viana do Castelo -
Cristais de nitratite observados por MEV do CEMUP – (Silva, 2012). .................................................... 9

Fig. 2.6 - Desagregação granular – Igreja de São Gonçalo de Amarante (a,b,c,e - Begonha, 2004a)e
Mosteiro de São Miguel de Refojos em Cabeceiras de Basto (d, f - Begonha, 2000) - Cristais de niter
observados por MEV do CEMUP. .......................................................................................................... 10

Fig. 2.7 – Desagregação granular – Hospital da Santa Casa da Misericórdia de Viana do Castelo
(a,b,c,d – Silva, 2012), Mosteiro de Paço de Sousa (e – Cardoso, 2008) e Capela do Senhor da Pedra
em Miramar (f – Bré, 2008)- Cristais de gesso observados por MEV do CEMUP. ............................... 11

Fig. 2.8 - Cartografias de deteriorações. ................................................................................................ 12

Fig. 2.9 - Cartografia das deteriorações no Portal Sul e área adjacente com base em levantamento à
vista (Begonha, 2002c).. ........................................................................................................................ 13

Fig. 2.10 - Desagregação granular – Cartografias dos portais da Basílica de Torre de Moncorvo (Silva
e Begonha 2022). ................................................................................................................................... 13

Fig. 2.11 - Desagregação granular – Cartografia do alçado Norte (a), do alçado Sul (b) do pilar, colunas,
taças e coruchéu, da face inferior da 2ª taça (c) e face interior da 1ª taça (d) do Chafariz da Praça da
Rainha em Viana do Castelo.................................................................................................................. 14

Fig. 2.12 - Constituição do esclerómetro de Schmidt (Vazão, 2015)..................................................... 15

Fig. 2.13 - Dois granitos com cores semelhantes, granito amarelo Mondim (a) e granito amarelo Vila
Real (b). .................................................................................................................................................. 17

Fig. 2.14 - Consolidação com ortossilicato de tetraetilo com a pedra revestida por folha de alumínio ou
película aderente de polietileno sem PVC. ............................................................................................ 19
Fig. 2.15 - Coloração alaranjada do granito em resultado da reação de um consolidante (silicone) com
os raios ultravioletas da luz solar. .......................................................................................................... 21

Fig. 2.16 - Aplicação de hidrófugo com pulverizador na Igreja da Lapa no Porto (Begonha, 2021). .... 23
Fig. 2.17 - Aplicação de hidrófugo com pulverizador no Convento de São Gonçalo em Amarante
(Begonha, 2021). .................................................................................................................................... 23

Fig. 2.18 - Tipos de dispositivos metálicos (a,b,c) e réplica de mocho (d).… ....................................... 24

Fig. 3.1 - Crostas negras formadas sobre a superfície inferior de cornijas. .......................................... 25

Fig. 3.2 - Crostas negras sobre granito, calcário e betão ...................................................................... 26

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Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

Fig. 3.3 - Águas das chuvas do Porto : Variação das concentrações de Ca2+ com as de SO42-.. ......... 27
Fig. 3.4 - Cartografia das deteriorações – crostas negras representadas a roxo no Hospital Santo
António no Porto, Fachada Este (Begonha, 1997) ................................................................................ 28

Fig. 3.5 – Cartografia das Crostas Negras no Portal Principal da Basílica de Torre de Moncorvo (Silva
e Begonha, 2022).. ................................................................................................................................. 29

Fig. 3.6 – - Crostas negras formadas em nichos e estátuas. ................................................................ 29

Fig. 3.7 – Crostas negras – Exemplos em diferentes elementos de cantaria, Zona inferior de varanda
(a) e orlas de janelas (b). ....................................................................................................................... 30

Fig. 3.8 – Crostas negras em calcário sob pequenas cornijas (Tallinn, Estónia – Begonha 2021) ...... 30
Fig. 3.9 – Difração de raios X das amostras de crostas negras P5.38 e P5.115 do Hospital de Santo
António, Porto (Begonha, 1997).. ........................................................................................................... 31

Fig. 3.10 – Crostas Negras – a) b) - Palácio do Freixo (Teles e Begonha, 1999); c) e) f) - Hospital da
Santa Casa da Misericórdia de Viana do Castelo (Silva, 2012); d) Mosteiro da Serra do Pilar (Madureira,
2008)– Cristais de gesso observados por MEV do CEMUP .................................................................. 32

Fig. 3.11 - Crostas Negras – a) b) c) d) - Palácio do Freixo, Porto (Teles e Begonha, 1999),e) f) Igreja
de Santa Clara, Vila do Conde (Costa Leite 2008) – Cinzas Volantes observadas por MEV do CEMUP
................................................................................................................................................................ 33

Fig. 3.12 - Exemplos de diferentes métodos de remoção. ................................................................... 35

Fig. 3.13 - Resultado do sistema de água nebulizada na remoção de crostas negras no Hospital de
Nossa Senhora da Lapa, Porto. ............................................................................................................. 37

Fig. 3.14 - Limpeza de Crostas Negras - figura demonstrativa de compressas numa pedra (Aguilar
2001) ...................................................................................................................................................... 38

Fig. 4.1 – Aspeto geral dos filmes Negros: Hospital Santo António – Porto (Begonha, 2021) .............. 39

Fig. 4.2 – Filmes Negros: Exemplos em diferentes edifícios de granito do Porto ................................. 40

Fig. 4.3 – Filmes Negros: Hospital Santo António – Porto (2023) ......................................................... 42

Fig. 4.4 – Filmes Negros – Cartografia das deteriorações do Mosteiro da Serra do Pilar, Vila Nova de
Gaia (Madureira, 2008). ......................................................................................................................... 42

Fig. 4.5 – Filmes negros sobre o granito do Porto ................................................................................. 43

Fig. 4.6 – Filmes Negros – Cartografia das deteriorações do Hospital do Santo António, Porto - Estátua
de Hipócrates, lado orientado a Este (a) e a Norte (b) (Begonha 2001) ............................................... 43
Fig. 4.7 – Filmes Negros – Hospital do Santo António, Porto – Estátua de Galeno (a) e Estatua de
Hipócrates (b) ......................................................................................................................................... 44

Fig. 4.8 – Filmes Negros – Cartografia das deteriorações do Hospital do Santo António, Porto - Fachada
Sul – Rústico (Begonha, 2001) .............................................................................................................. 44

Fig. 4.9 – Filmes Negros – Hospital do Santo António, Porto – Fachada Sul – Rústico (Begonha, 2021).
................................................................................................................................................................ 45

Fig. 4.10 – Cartografia das deteriorações do Hospital do Santo António, Porto – Fachada Este
(Begonha, 2001) ..................................................................................................................................... 45

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Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

Fig. 4.11 – Filmes Negros – (a) – Palácio do Freixo, Porto (Teles e Begonha, 1999); (b) Igreja da Lapa,
Porto (Begonha, 2005). .......................................................................................................................... 46

Fig. 4.12 – Filmes Negros – Edifício da Câmara Municipal do Porto, Porto (a, b, c, d, e, f – Vasco Freitas
et al. 2005 – Filmes Negros observados por MEV do CEMUP ............................................................. 47
Fig. 4.13 – Hospital de Santo António (a) Partícula rica em ferro – Begonha, 2001); Edifício da Câmara
Municipal do Porto, Porto (b) Partícula rica em ferro; c),d) cinza volante lisa rica em silício e alumínio;
e),f) Cinza volante rugosa de oxido de ferro – Vasco Freitas et al. 2005) – Filmes Negros observados
por MEV do CEMUP .............................................................................................................................. 48

Fig. 4.14 – Cinzas volantes, gesso e Partículas ricas em ferro – Edifício da Câmara Municipal do Porto,
Porto (a,b,c,d,e,f – Vasco Freitas et al. 2005) –Filmes Negros observados por MEV do CEMUP ....... 49
Fig. 4.15 – Observação e determinação da espessura das amostras de filmes negros na lupa binocular,
Hospital Santo António, Porto (Begonha, 2001). ................................................................................... 51
Fig. 4.16 – Filmes – Fachada Principal - Hospital da Santa Casa da Misericórdia de Viana do Castelo
(Silva 2012) ............................................................................................................................................ 51

Fig. 4.17 – Ensaios prévios com o sistema de água nebulizada – Ineficaz na remoção de filmes negros
na Igreja da Lapa, Porto ......................................................................................................................... 52

Fig. 4.18 – a) Sistema de projeção misto de patenteado EXASTRIP/EXA HDO em utilização na Igreja
de Nossa Senhora da Lapa, Porto; b) Equipamentos usados na remoção dos filmes negros pelo método
misto de projeção de partículas de carbonato de cálcio ou de hidrogenocarbonato de sódio .............. 54

Fig. 4.19 – Ensaios prévios da aplicação de produto químico tensoativo que inclui na sua composição
ácido fluorídrico na eliminação de filmes negros na Igreja da Nossa Senhora da Lapa, Porto (Begonha,
2021). ..................................................................................................................................................... 54

Fig. 4.20 – Ensaios prévios da aplicação de produto químico tensoativo que inclui na sua composição
ácido fluorídrico na eliminação de filmes negros no Edifício da Câmara Municipal do Porto (Begonha,
2021). ..................................................................................................................................................... 55

Fig. 4.21 – a) Sistema de projeção de raios laser em utilização; b) Equipamento mais recente da
empresa EOS Combo ............................................................................................................................ 56

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Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

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Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 2.1 – Valores limite da resistência à compressão uniaxial obtidos com o martelo de Schmidt em
pedras afetadas com desagregação granular de diferentes intensidades (Madureira, 2008) .............. 16
Tabela 2.2 - Comparativo entre as características mecânicas entre pedras da mesma cor. ................ 18

Tabela 2.3 - Vantagens e desvantagens de consolidantes orgânicos (Sousa 2014). ........................... 20

Tabela 2.4 - Vantagens e desvantagens de consolidantes inorgânicos (Sousa 2014). ........................ 20

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Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

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Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

SÍMBOLOS, ACRÓNIMOS E ABREVIATURAS

STT – Scotch Tape Test;

ASTM - American Society for Testing and Materials;


ISRM - International Society for Rock Mechanic;

LNEG - Laboratório Nacional de Energia e Geologia;

MEV – Microscopia Eletrónica de Varrimento;


MEV-EDS - Microscopia eletrónica de varrimento equipada com microanálise de raios X;

DRX – Difração dos raios X;

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Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

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Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

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INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO
A pedra é um material de construção usado em Portugal desde os finais do seculo XII, a pedra sendo
um produto natural traz consigo boas características tanto a nível mecânico como a nível de
resistência à agressividade ambiente. A pedra, no entanto, só resiste à compressão assim sendo leva
a que seja utilizada essencialmente para realizar elementos verticais (paredes, pilares), visto que a
capacidade de vencer vãos de pedra (vigas) é difícil devido às tensões de tração na parte inferior,
surgiu a ideia do arco, assim conseguimos vencer vãos, mas a pedra trabalha sempre em compressão.

A pedra serviu primeiramente para muros, estes serviam de muralhas de defesa ou de limitação
perimetral dos terrenos. Depois de forma irregular começou a ser matéria-prima para a construção
como antigamente não existia facilidade em transportar a pedra, esta era extraída no local mais
próximo da obra, muitas cidades portuguesas tal como o Porto e Guimarães estão assentes em
maciços rochosos o que facilitava a extração/transporte .

A facilidade de trabalhar as pedras ornamentais não é como atualmente não havia maquinaria nem
conhecimento, o resultado disto é a seleção da pedra ser feita pela facilidade de
extração/trabalhabilidade logo a pedra que era extraída era a que estava mais à superfície, saibrenta
(arenosa) e mais porosa. Com o passar dos anos e com os efeitos dos agentes agressivos tais como a
água, os sais, os gases, o vento, a temperatura e os seres vivos a pedra vai-se deteriorar (desagregação
granular) e desenvolver certas patologias, neste trabalho vamos falar sobretudo sobre as crostas
negras e os filmes negros.

1.2 OBJETIVOS
Este trabalho vai incidir sobre as técnicas e procedimentos de consolidação e remoção destes
defeitos de forma a preservar e conservar de forma a manter intacto o património.

Para preservar o património histórico/cultural edificado é preciso um vasto conhecimento e um


estudo ao longo dos anos sobre as intervenções já feitas e sobre as técnicas atuais de conservação e
consolidação da pedra. São precisos testes em provetes de preferência da mesma frente de pedreira

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Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

de onde foi tirada a pedra para o monumento ou edifício em questão ou em casos excecionais do
mesmo.

Os principais objetivos da presente tese são:

• Fazer uma revisão do estado da arte das técnicas e procedimentos de consolidação e conservação
de edifícios e monumentos de pedra afetados por desagregação granular;
• Estudar a formação dos filmes negros e crostas negras;

• Formular hipóteses de tratamento das deteriorações observadas;

• Propor métodos de preservação do estado da pedra;

1.3 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO

Este trabalho encontra-se organizado numa Introdução, 3 Capítulos e Conclusões.


Começando pelo primeiro capítulo que se inicia com uma contextualização às temáticas abordadas,
seguida de uma apresentação dos objetivos, estrutura da dissertação e estado de arte.

No Capítulo dois, refere-se a génese, localização e os minerais de sais solúveis responsáveis pela
desagregação granular. Abordam-se métodos de atribuição da intensidade da desagregação granular e a
relação da porosidade com esta deterioração. Por fim explicitam-se propostas de tratamento e
manutenção.

O Capítulo três apresenta a génese, localização e os minerais de sais solúveis responsáveis pelas crostas
negras, explicitando-se ainda propostas de tratamento.

O Capítulo quatro aborda a génese, localização, composição dos filmes negros e métodos para
determinar o grau de intensidade e propostas de tratamento dos mesmos.

Por fim, no Capítulo quinto, apresentam-se as conclusões retiradas deste trabalho assim como as
dificuldades e projetos futuros.

1.4 ESTADO DE ARTE


Desde obras de habitação unifamiliar a edifícios emblemáticos e monumentos, a pedra foi e sempre
será uma matéria-prima útil tanto para a estrutura como para revestimento.

A pedra apresenta muito bons resultados em relação à sua durabilidade e conservação devido à sua
elevada resistência à compressão e baixa porosidade, mas deteriora-se com o tempo, não sendo eterna.
O estudo diagnóstico da patologia da pedra começa sempre por identificar a deterioração, perceber a
origem do problema, o estado da mesma e, só depois, escolher de entre os vários métodos o mais
adequado para chegar à solução mais conservadora.
Os primeiros estudos sobre a deterioração da pedra em calcários, arenitos e mármores iniciaram-se na
década de sessenta do século XX (Millot et al., 1967), mas foi sobretudo nas décadas de setenta e oitenta

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Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

do mesmo século que se assistiu a um maior incremento destes estudos nos países mais industrializados
da Europa, nomeadamente em França, Itália, Reino Unido, Alemanha, Suíça, Bélgica, Dinamarca e
Espanha (Millot e Jeannette, 1975, Beaucourt, 1975, Beaucourt e Jaton, 1975, Arnold, 1976, 1978, 1984,
Fassina et al., 1976, Zehnder, 1979, Jeannette, 1980, 1981, 1982, Del Monte et al., 1981, Fritz e
Jeannette, 1981, Fassina et al, 1982, Amoroso e Fassina, 1983, Del Monte et al., 1984a, 1984b, Zehnder
e Arnold, 1984, 1988, 1989, Arnold e Kueng, 1985, Arnold e Zehnder, 1985, 1987,1988, 1989, Groux,
1986, Del Monte e Sabbionni, 1987, Ordaz e Esbert, 1985, Camuffo, 1988, Camuffo et al., 1988,
Roekens et al., 1988, Bromblet, 1989, Roekens e Van Grieken, 1989, Saaby et al., 1989, Tabasso, 1989
e também nos Estados Unidos da América (Feddema e Meierding, 1987) e Israel (Peleg et al., 1989).
Em Portugal, surgem os primeiros trabalhos sobre as patologias da pedra na década de setenta, oitenta
e início de noventa do século XX, incluindo a caracterização e mecanismos de formação dos diversos
tipos de deteriorações, o diagnóstico do estado de conservação da pedra e técnicas e metodologias de
manutenção, conservação proteção e reabilitação da pedra. (Castro, 1974, 1977, 1979a, 1979b, 1981,
1983, 1985, 1988, Delgado Rodrigues, 1978, 1991, Delgado Rodrigues e Gil Saraiva, 1985, Castro et
al., 1985, 1987, 1988, 1990a, 1990b, 1991a, 1991b, Castro e Cravo, 1987, Castro e Delgado Rodrigues,
1987, 1989a, 1989b, Delgado Rodrigues e Castro, 1989, 1990, Aires-Barros, 1991).
Na década de noventa e no âmbito dos projetos europeus STEP CT900101, CT900107,
CT900110,verificaram-se grandes avanços na determinação do estado de conservação da pedra em
monumentos e edifícios construídos em granito na zona Norte de Portugal (Sequeira Braga et al., 1993,
Begonha e Sequeira Braga, 1993, 1994, 1995, 1996a, 1996b, 2000, Alves et al., 1993, Alves e Sequeira
Braga, 1993, 1994, 1995, 1996, Begonha et al., 1994, 1995, 1996, Sequeira Braga et al., 1996, Alves et
al., 1996, Begonha, 1997, Alves, 1997), Sul de Portugal (Delgado Rodrigues, 1993a, 1993b, 1993c,
1996, Pinto, 1993, Delgado Rodrigues et al., 1994, Schiavon et al., 1994 , 1996, Delgado Rodrigues et
al., 1996, Rosa, 1996), Galiza (Casal Porto, 1989, Casal Porto et al., 1989, Casal Porto et al., 1991,
Casal Porto et al., 1992, Silva Hermo et al., 1994, Rivas Brea et al., 1994, Silva Hermo et al., 1996a,
Silva Hermo et al., 1996b), região de Madrid (Vicente et al., 1993, Vicente, 1996), Bretanha (Bernabé
et al., 1995, Fort et al., 1995, Robert et al., 1996, Bernabé et al., 1996) e Irlanda (Cooper, 1989, 1993,
1994, Cooper et al., 1991, Haneef et al., 1991, Smith et al., 1993, O´Brien et al., 1993, Warke e Smith,
1994, Duffy e Perry, 1994, Jones et al., 1996, Young et al., 1996).
Mais recentemente, Teles e Begonha, 1999, Delgado Rodrigues, 2000, Begonha, 2000, 2001, 2002a,
2002b, 2002c, 2003a, 2003b, 2003c, 2003d, 2004a, 2004b, 2005, 2006, 2008, 2009a, 2009b, 2009c,
2010, 2011a, 2011b, 2012, 2013, Delgado Rodrigues e Costa, 2000, Oliveira, 2001, Ferreira, 2004,
Moutinho, 2005, Fojo, 2006, Begonha e Fojo, 2006, 2008 e Costa 2007, Costa Leite, 2008, Cardoso,
2008, Bré, 2008, Madureira, 2008, Oliveira, 2008, Costa et al., 2008, Begonha e Moutinho, 2008, Pinho
et al., 2009, Sousa, 2009, Resende, 2010, Sequeira Braga e Begonha, 2010, Begonha e Pinho, 2010a,
2010b, Begonha et al., 2010, Sousa e Begonha, 2010a, 2010b, Castro, 2010, Begonha e Novais, 2011,
Bré e Begonha, 2011, Madureira e Begonha, 2011, Slezakova et al., 2011, Begonha et al., 2011,
Begonha e Silva, 2012, 2014, Silva, 2012, Begonha et al., 2021 e Silva e Begonha, 2022, por exemplo,
realizaram diversos estudos sobre o diagnóstico do estado de conservação da pedra e/ou o tratamento da
mesma em monumentos e edifícios graníticos portugueses.
Perceber a origem dos diversos tipos de degradação é importante na medida em que a intervenção na
pedra seja feita de forma eficaz.

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Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

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Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

2
DESAGREGAÇÃO GRANULAR

2.1. GÉNESE

A desagregação granular também conhecida por desagregação arenosa, desintegração granular é


associada à presença de sais solúveis na superfície ou no interior das pedras (Schiavon et al., 1996,
Begonha, 1997, ICOMOS, 2009, Silva, 2012).

Caracteriza-se pelo aumento da rugosidade das superfícies devido à presença de grãos minerais salientes,
resultantes do desgaste dos grãos por ação das forcas de cristalização de sais solúveis e consequente
perda de material.

A desagregação granular conduz ao arredondamento das arestas, ao adoçamento das formas e à perda
de pormenores de cantarias e esculturas (Figura 2.1, 2.2).

Em situações de deterioração mais severas, verifica-se a queda abundante de material de granulometria


arenosa pelo simples toque das superfícies afetadas. A desagregação granular pode afetar apenas os
grãos mais superficiais ou, em casos extremos a globalidade da pedra. (Delgado Rodrigues, 2000).

Figura 2.1 – Desagregação granular diferencial entre os veios de calcite e/ou os leitos de calcário
mais compacto, relativamente ao calcário mais poroso (Begonha, 2021)

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Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

Pilar em granito – Igreja de São Gonçalo de Pilar em granito – Museu do Vinho do Porto
Amarante (2023) (Oliveira, 2017)

Busto em granito – Santa Casa da Misericórdia de Cabeça em calcário – Igreja do Carmo, Coimbra
Viana do Castelo (Silva, 2012) (Sousa, 2014)

Figura 2.2 – Desagregação granular – Arredondamento das arestas, ao adoçamento das formas e à
perda de pormenores de cantarias e esculturas.

Esta deterioração é a mais importante, pois observa-se na generalidade dos monumentos construídos
com qualquer tipo de rocha, nomeadamente granito, calcário, arenito e mármore.

A desagregação granular pode ser uniforme, conduzindo ao recuo de toda a superfície da pedra
paralelamente à superfície original (Figura 2.3a) ou pode ser diferencial, conduzindo à formação de
zonas em relevo relativamente às mais afetadas pela deterioração (Figura 2.3b).

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a) Museu do Vinho do Porto (Oliveira, 2017) b) Igreja de São Gonçalo de Amarante (2023)

Figura 2.3 – Desagregação granular uniforme (a) e desagregação granular diferencial (b).

2.2. LOCALIZAÇÃO

Nos estudos realizados por Silva (2012) sobre o estudo de conservação do Hospital da Santa Casa da
Misericórdia de Viana do Castelo e por Oliveira (2017) sobre o estado de conservação do Museu do
Vinho do Porto, a desagregação granular esta associada a zonas húmidas não lixiviadas, localizadas nas
áreas submetidas à ascensão por capilaridade de soluções salinas, a partir do pavimento/solo, zonas de
forte exposição à chuva ou a nevoeiros salinos, zonas em que houve revestimento do granito com
argamassas de cimento com o intuito de as proteger, zonas adjacentes a juntas onde foram utilizadas
argamassas de cimento. Já Costa Leite (2008) adiciona como zonas mais afetadas aquelas que estão
mais expostas à ação do vento e a episódios de precipitação e também zonas húmidas, sob cornijas,
adjacentes a juntas abertas onde há circulação de água.

2.3. MINERAIS DE SAIS SOLÚVEIS RESPONSÁVEIS PELA DESAGREGAÇÃO GRANULAR

Arnold (1978), Amoroso e Fassina (1983), Arnold e Zherder (1989), Begonha, A., (1997), Silva (2012)
referem que a desagregação granular está normalmente associada à presença de sais muito solúveis como
a halite (NaCl), a nitratite (NaNO3), o niter (KNO3) e sais menos solúveis como o gesso (CaSO4‧2H2O).
A halite, a nitratite e o niter, devido à elevada solubilidade, precipitam sob elevadas concentrações das
soluções salinas. Consequentemente, no momento da cristalização, não resta senão pouca quantidade de
solução na rede porosa da rocha. É nos poros mais finos, em particular nas interligações e nos
estreitamentos, que precipitam os sais mais solúveis, desenvolvendo-se pressões de cristalização muito
fortes que conduzem ao desengaste dos grãos (Begonha, 2001).

Estes minerais de sais solúveis apresentam-se sob a forma de cristais euédricos, delimitados só por faces,
cristais subédricos, frequentemente delimitados em parte por figuras de dissolução devido a
deliquescência e cristais anédricos totalmente limitados por figuras de dissolução devido a
deliquescência. As Figuras 2.4, 2.5, 2.6 e 2.7 exibem imagens obtidas por Microscopia Eletrónica de
Varrimento (MEV) do CEMUP respetivamente da halite, nitratite, niter e gesso.

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Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

a) Cristal com as formas simples cubo+octaedro b) Halite - Espetro

c) Cristal com as formas simples cubo+octaedro d) Cristal acicular de secção quadrada

e) Cristais cúbicos com figuras de dissolução f) Cristais anédricos com figuras de dissolução
devido a deliquescência devido a deliquescência

Figura 2.4 – Desagregação granular – Igreja de São Pedro de Rates – Cristais de halite observados
por MEV do CEMUP – (Begonha, 2002c).

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Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

a) Cristais anédricos com figuras de dissolução b) Nitratite - Espetro


devido a deliquescência

c) Cristais subédricos com figuras de dissolução d) Cristais subédricos com figuras de dissolução
devido a deliquescência devido a deliquescência

e) Cristais anédricos com figuras de dissolução f) Cristais anédricos com figuras de dissolução
devido a deliquescência devido a deliquescência

Figura 2.5 – Desagregação granular – Hospital da Santa Casa da Misericórdia de Viana do Castelo -
Cristais de nitratite observados por MEV do CEMUP – (Silva, 2012).

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Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

a) Cristal euédrico isométrico b) Niter - Espetro

c) Cristais prismáticos euédricos d) Cristais aciculares e cristais anédricos com figuras


de dissolução devido a deliquescência

e) Cristais subédricos com figuras de f) Cristais aciculares e cristais anédricos com figuras
dissolução devido a deliquescência de dissolução devido a deliquescência

Figura 2.6 – Desagregação granular – Igreja de São Gonçalo de Amarante (a,b,c,e - Begonha, 2004a)e
Mosteiro de São Miguel de Refojos em Cabeceiras de Basto (d, f - Begonha, 2000) - Cristais de niter
observados por MEV do CEMUP.

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Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

a) Cristais euédricos, pseudo-hexagonais, lamelares b) Gesso - Espetro

c) Cristais euédricos e subédricos lamelares d) Cristais euédricos, pseudo-hexagonais,


lamelares e cristais em forma de ponta de lança

e) Cristais subédricos, lamelares,em ponta de lança f) Cristais subédricos isométricos

Figura 2.7 – Desagregação granular – Hospital da Santa Casa da Misericórdia de Viana do Castelo
(a,b,c,d – Silva, 2012), Mosteiro de Paço de Sousa (e – Cardoso, 2008) e Capela do Senhor da Pedra
em Miramar (f – Bré, 2008)- Cristais de gesso observados por MEV do CEMUP.

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Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

2.4. ATRIBUIÇÃO DA INTENSIDADE DA DESAGREGAÇÃO GRANULAR

A atribuição da intensidade da desagregação granular baseia-se normalmente numa avaliação sensorial


que inclui a quantidade de material que cai pelo toque das superfícies com as mãos; a observação da
rugosidade da superfície; a observação do adoçamento das formas e a perda de material pétreo ocorrida
até então.

Este processo gera três graus de intensidade: forte a muito forte, intermédia e fraca a inexistente
(Begonha, 2001, Costa Leite, 2008, Cardoso, 2008, Madureira, 2008, Bré, 2008, Silva, 2012, Oliveira,
2017, Oliveira, 2018, Silva e Begonha, 2022).

As Figuras 2.8 a 2.11 apresentam cartografias de diversos monumentos afetados por diferentes
deteriorações, estando a desagregação granular representada pelas cores amarela, laranja e vermelha,
respetivamente de intensidade inexistente a fraca, intermédia e forte a muito forte.

a) Hospital de Santo António no


Porto – Fachada principal Este
(Begonha, 1997)

b) Mosteiro de São Miguel de


Refojos em Cabeceiras de
Basto – Zimbório (Begonha,
2000)

Figura 2.8 – Cartografias de deteriorações.

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Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

Figura 2.9 – Cartografia das deteriorações no Portal Sul da Igreja de São Pedro de Rates e área
adjacente com base em levantamento à vista (Begonha, 2002c).

a) Portal Oeste (Principal) b) Portal Norte c) Portal Sul

Figura 2.10 – Desagregação granular – Cartografias dos portais da Basílica de Torre de Moncorvo
(Silva e Begonha 2022).

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Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

a) Alçado Norte b) Alçado Sul

c) Face interior da 2ª taça

d) Face interior da 1ª taça

Figura 2.11 – Desagregação granular – Cartografia do alçado Norte (a), do alçado Sul (b) do pilar,
colunas, taças e coruchéu, da face interior da 2ª taça (c) e face interior da 1ª taça (d) do Chafariz da
Praça da Rainha em Viana do Castelo (Begonha et al. 2021).

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Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

2.5. MÉTODOS PARA DETERMINAR O GRAU DE INTENSIDADE

A velocidade de propagação dos ultrassons, o ensaio com fita adesiva e o valor do ressalto obtido pelo
esclerómetro de Schmidt são os métodos mais usuais para quantificar o grau de intensidade da
desagregação.

O ensaio da fita adesiva (Scotch Tape Test - STT) é um método expedito que consiste na determinação
do peso do material pétreo que adere à fita adesiva em superfícies afetadas por desagregação granular.
Segundo Drdàcky et al. (2012), uma fita sensível à pressão é aplicada à área de teste e depois puxada.
Pesa-se a quantidade de material desprendido da superfície após a descolagem da fita adesiva.

O esclerómetro de Schmidt (Figura 2.12) foi um aparelho desenvolvido por Ernest Schmidt em 1948
que correlaciona o valor do ressalto com a resistência do betão, tendo sido mais tarde adaptado às rochas.
É um aparelho usado em conjunto com outros ensaios pouco destrutivos ou não destrutivos
fundamentalmente para estimar a dureza superficial da rocha e correlacioná-la com a resistência à
compressão da mesma. O método consiste na produção de uma reação elástica pelo impulso de uma
massa conhecida que choca contra o material, sobre uma superfície de contacto. O esclerómetro regista
um índice de dureza da superfície ensaiada.

Figura 2.12 – Constituição do esclerómetro de Schmidt (Vazão, 2015).

De acordo com a ASTM D5873-05 (2001) e Aydin e Basu (2005), pelo menos dez leituras deverão ser
efetuadas na superfície de ensaio, eliminando-se as leituras parciais que defiram mais de sete pontos da
média das dez leituras. Se existirem mais de duas leituras parciais nesta situação, deve-se eliminar o
conjunto de 10 leituras efetuadas e repeti-las noutra zona.

Aydin e Basu (2005) referem que se deve calcular a média dos dez valores superiores de 20 leituras.

Em 2008, foi realizado um estudo sobre o estado de conservação das pedras empregues no Mosteiro da
Serra do Pilar por Madureira (2008). O autor optou por realizar leituras pedra a pedra com o esclerómetro
de Schmidt, e nos casos em que havia diferentes intensidades de desagregação granular, separar as
leituras em cada uma dessas áreas, utilizando o número total de leituras, no cálculo das médias de cada
pedra e/ou área com diferentes intensidades de desagregação granular.

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Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

Com este ensaio, o autor pretendeu obter uma noção dos valores característicos para as diferentes
intensidades de desagregação granular existentes nas pedras do monumento e tentar estabelecer valores
limite (mínimo e máximo) de referência para as diferentes intensidades.

Madureira (2008) definiu assim uma escala de três níveis de intensidade de desagregação granular, isto
é, desagregação granular de intensidade fraca para valores superiores a 90 MPa, intensidade intermédia
compreendida entre 25 MPa e 90 MPa e desagregação forte para valores inferiores a 25 MPa. Comparou
depois a intensidade de desagregação granular de cada pedra obtida com o martelo de Schmidt com a
intensidade que obtivera previamente com base na avaliação sensorial, tendo obtido uma
correspondência perfeita em 110 das 111 pedras analisadas.

Obtiveram-se assim os primeiros intervalos considerados característicos das diferentes intensidades de


desagregação granular, conforme a tabela seguinte.

Tabela 2.1: Valores limite da resistência à compressão uniaxial obtidos com o martelo de Schmidt em
pedras afetadas com desagregação granular de diferentes intensidades (Madureira, 2008).

Tipo de deterioração Resistência à compressão uniaxial [MPa]

Desagregação granular forte [0-25[


Desagregação granular média [25-90[
Desagregação granular fraca >90

Oliveira (2017) utilizou a mesma metodologia, critérios e escala de intensidades de desagregação


granular no Museu do Vinho do Porto, tendo obtido uma correspondência perfeita em 62 das 63 pedras
estudadas através de avaliação sensorial e martelo de Schmidt. Além disso, os valores médios que obteve
para os três graus de intensidade foram quase coincidentes com os valores médios que Madureira (2008)
obtivera no Mosteiro da Serra do Pilar.

Segundo Machado (2012), que faz um estudo sobre a caracterização das patologias da Sé de Lamego,
existem muitos fatores que influenciam os valores medidos no esclerómetro de Schmidt tais como:

- Porosidade;

- Densidade;

- Tamanho do grão;

- Tipo de rocha;

- Proximidade a fraturas ou fissuras;

- Tamanho das pedras;

- Teor em humidade;

- Rugosidade da superfície;

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Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

- Tipo de aparelho utilizado;

- Inclinação do aparelho no impacto;

- Espaçamento entre medições;

- Patologias na pedra.

2.6. A RELAÇÃO DA POROSIDADE COM A DESAGREGAÇÃO GRANULAR

Dependendo da porosidade da pedra os efeitos causados pela desagregação granular podem variar.
Quanto mais porosa for a pedra maior a facilidade de penetração das soluções salinas o que faz com que
estes sais atinjam uma maior profundidade na pedra e altura nas fachadas.

A porosidade é a percentagem de vazios existentes num dado volume de pedra. No entanto, é uma
propriedade que varia de pedra para pedra, mesmo que a pedreira de onde tiver sido extraída seja a
mesma. Depende do tipo de grão da pedra e do local de onde foi extraída no perfil de meteorização.

No Norte do Portugal, há vários tipos de granitos com a mesma cor aparente, todavia, com propriedades
diferentes (Figura 2.13 e Tabela 2.2).

Granito amarelo Mondim Granito amarelo Vila Real

Figura 2.13 – Dois granitos com cores semelhantes, granito amarelo Mondim e granito amarelo Vila
Real com propriedades distintas.

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Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

Tabela 2.2 – Comparativo entre as características mecânicas entre pedras da mesma cor.

Valores retirados do geoPortal do Laboratório Nacional de Energia e Geologia, I.P. (LNEG).


Características físico-mecânicas Amarelo Mondim Amarelo Vila Real Unidades

Resistência à flexão sob carga centrada 8,4 8,9 Mpa


Resistência à compressão uniaxial 118 81 Mpa
Absorção de água à pressão atmosférica 1,2 0,8 %
Densidade aparente 2560 2590 Kg/m3
Porosidade aberta 3,4 2,4 %

2.7. PROPOSTAS DE TRATAMENTO DA PEDRA

Primeiramente deve ser feita uma limpeza de modo a remover as poeiras e a sujidade antes de aplicar
qualquer tipo de produto. Existem vários métodos de limpeza, que devem ser aplicados dependendo do
verdadeiro estado da pedra. Recomenda-se fazer vários ensaios prévios de forma a chegar à solução
mais eficaz.

De salientar, que a limpeza da pedra deve ser feita só em casos que realmente necessitem de limpeza,
pois nos casos em que a desagregação granular é de intensidade média ou de intensidade forte, qualquer
método de limpeza vai resultar numa maior perda de material, efeito contraproducente para o objetivo
principal.

2.7.1 Consolidação das áreas mais intensamente afetadas por desagregação granular

Nas pedras mais intensamente afetadas por desagregação granular, dever-se-á aplicar um produto
destinado a consolidar as zonas onde a coesão da rocha é fraca ou quase nula. A aplicação deste produto
resulta num aumento da resistência mecânica dos constituintes da pedra, aumenta a aderência entre
zonas desagregadas e introduz modificações na estrutura interna da pedra (Sousa, 2014).

A consolidação deve manter o aspeto exterior da pedra e, devido à diminuição da porosidade, aumentar
a resistência face a ataques posteriores.

Para tratamento da pedra recomenda-se um consolidante que deverá ser à base de ortossilicato de
tetraetilo (Begonha et al. 2011,2016), disponível em várias marcas no mercado, devendo ser sempre
aplicado por um profissional. A presença de quantidades significativas de minerais de sais solúveis, não
visíveis macroscopicamente nas pedras afetadas por desagregação granular em virtude de estes minerais
cristalizarem no interior da rede porosa do granito, pode diminuir a eficácia destes produtos, pelo que é
indispensável a realização de aplicações experimentais do consolidante no local (Silva, 2012).

O consolidante deve ser aplicado até recusa aparente, de modo a conseguir-se uma profundidade de
penetração o maior possível, seguindo-se as instruções do fabricante. As pedras deverão estar limpas e
secas, não podendo o produto ser aplicado em superfícies molhadas. Após a aplicação, o produto tem
um tempo de cura de pelo menos três semanas, pelo que as superfícies consolidadas deverão continuar
protegidas da chuva durante esse intervalo de tempo.

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Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

A consolidação pode ser feita por impregnação ou por preenchimento. A impregnação consiste na
penetração do produto consolidante através do uso de pincéis, escovas, pulverizadores ou pela imersão
completa. Esta não se adequa a tratamentos in situ, mas sim em ensaios laboratoriais. O preenchimento
consiste na introdução de colas através do uso de seringas nos locais da pedra que estão a soltar-se, de
modo a proteger as camadas mais internas da pedra, funcionando quase como uma camada sacrificial,
sem alterar a estética da mesma. Deve-se ter atenção na escolha do solvente, na sua concentração,
viscosidade, tensão superficial da solução, tempo de contacto com a solução bem como com as
condições ambientais de aplicação (Sousa 2014). Na Figura 2.14, observam-se dois exemplos de
consolidação da pedra com ortossilicato de tetraetilo em que se utilizou folha de alumínio ou película
aderente de polietileno sem PVC para diminuir a evaporação da fase solvente e aumentar a
penetrabilidade do consolidante, respetivamente no Portal Manuelino da Igreja de São João Batista em
Vila de Conde (Figura 2.14a) e na Loggia do 1º Andar do Hospital da Santa Casa da Misericórdia de
Viana do Castelo (Figura 2.14b).

a) Igreja de São João Baptista, Vila do Conde – b) Hospital da Santa Casa da Misericórdia de Viana
Portal Manuelino (Begonha, 2013) do Castelo – Loggia do 1º Andar (Begonha, 2021)

Figura 2.14 – Consolidação com ortossilicato de tetraetilo com a pedra revestida por folha de alumínio
ou película aderente de polietileno sem PVC.

Existem dois tipos de consolidantes: os orgânicos e os inorgânicos. No caso dos consolidantes


inorgânicos, a consolidação ocorre imediatamente por meio da precipitação do produto da reação da
pedra com dióxido de carbono ou aerossóis. Os consolidantes inorgânicos podem ser à base de
compostos silíco-orgânicos ou à base de outros compostos minerais. Os consolidantes orgânicos são
polímeros e monómeros que ao polimerizarem no interior da pedra formam uma camada hidrorrepelente
que adere fortemente, revestindo as paredes dos capilares da pedra. Estes podem ser ceras ou sistemas
poliédricos sintéticos como polímeros acrílicos, copolímeros acrílicos, polímeros vinílicos, resinas
epoxídicas e outros polímeros.

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Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

Os consolidantes inorgânicos têm uma maior afinidade com os componentes minerais da pedra, mas são
pouco penetrantes, permitindo apenas o preenchimento de vazios de dimensões inferior a 50-100 µm.
Muitos consolidantes orgânicos não são reversíveis e alteram-se quimicamente em condições de
exposição exterior. As principais vantagens e desvantagens dos consolidantes orgânicos e inorgânicos
são apresentadas nas Tabelas 2.3 e Tabela 2.4.

Tabela 2.3 – Vantagens e desvantagens de consolidantes orgânicos (Sousa 2014).

CONSOLIDANTES ORGÂNICOS
VANTAGENS DESVANTAGENS

Maior capacidade adesiva Menor capacidade de penetração

Instabilidade química, degradando-se em contacto com o


Maior flexibilidade oxigénio, o ozono, a luz do dia e os raios UV e com
soluções ácidas ou alcalinas

Reversibilidade superficial (mas irreversibilidade


profunda) Maior suscetibilidade ao ataque microbiológico

Durabilidade desconhecida, mas inferior à dos produtos


minerais
Facilidade de aplicação
Efeitos desconhecidos no comportamento geral da
fachada

Tabela 2.4 – Vantagens e desvantagens de consolidantes inorgânicos (Sousa 2014)

CONSOLIDANTES INORGÂNICOS
VANTAGENS DESVANTAGENS

Desadequação para o preenchimento e consolidação


Maior afinidade química e física com os materiais
de juntas de separação superiores a 0.05-0.10
originais das paredes
milímetros (dependendo do tipo de produto);

Boa capacidade de penetração devido ao baixo


Aplicação mais complexa
peso molecular

Capacidade de não alterarem propriedades


Irreversibilidade
hidrófilas dos materiais

Maior estabilidade química e maior resistência


aos raios UV

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Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

Os produtos mais usados na consolidação de pedras calcárias e que têm sido mais estudados são
ortossilicato de tetraetilo, compostos acrílicos e resinas epóxis. Contudo, em pedras calcárias, o
ortossilicato de tetraetilo tem composição muito diferente da da pedra, tendo-se verificado que com o
tempo formam-se placas de dimensão apreciável que acabam por se destacar e cair, pelo que atualmente
tem-se posto em dúvida a sua eficácia e se se deverá continuar a aplicar nestes materiais de composição
à base de carbonato de cálcio.

Em termos de rochas silicatadas, nomeadamente os granitos, esta questão de compatibilidade entre o


consolidante à base de ortossilicato de tetraetilo e o substrato pétreo não se coloca.

Os produtos orgânicos são elásticos, aderentes e de poro aberto. As suas propriedades são, todavia,
diferentes das do suporte pétreo, mudando de tonalidade e degradando-se com o tempo.

Este fenómeno ocorreu em Portugal na década de oitenta do século XX. Aplicou-se um consolidante
orgânico (silicone) nos portais de diversos monumentos graníticos que, por ação dos raios ultravioletas
da luz solar, mudou de cor, conferindo uma tonalidade alaranjada às pedras que ainda hoje se mantém e
que contrasta com os tons cinzento das restantes pedras graníticas onde o produto não foi aplicado. São
exemplo a Igreja de São Pedro de Rates e o Mosteiro de Paço de Sousa (Figura 2.15).

a) Igreja de São Pedro de Rates – Portal Oeste


(Begonha, 2002c)

c) Mosteiro de Paço de Sousa – Portal Oeste


(Cardoso, 2008)
b) Igreja de São Pedro de Rates – Portal Sul
(Begonha, 2002c)

Figura 2.15 – Coloração alaranjada do granito em resultado da reação de um consolidante (silicone)


com os raios ultravioletas da luz solar.

21
Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

Relativamente a eventuais alterações cromáticas de superfícies tratadas com consolidantes à base de


ortossilicato de tetraetilo, ensaios efetuados anteriormente em dois tipos de granitos usados em São
Pedro de Rates (Begonha, 2003b), no microgranito usado na Igreja de Nossa Senhora da Assunção,
Matriz de Caminha (Fojo, 2006; Begonha e Fojo, 2008) e em pedras de granito do Porto de uma casa
situada na rua de Santa Catarina (Resende, 2010) mostraram não existir qualquer variação cromática
significativa nos provetes dos granitos estudados, mesmo após a realização de ensaio de envelhecimento
acelerado.

2.7.2 Aplicação de produtos hidrófugos

Um hidrófugo tem como objetivo reduzir ou mesmo impedir a entrada de água.

Ao diminuírem a quantidade de água que entra nas pedras, aumentam a durabilidade uma vez que
diminuem as probabilidades de ocorrência de gelividade, do número de ciclos de cristalização e
dissolução dos minerais de sais solúveis e do desenvolvimento de seres vivos. A durabilidade do
tratamento está muito associada à aderência e uniformidade com que o produto hidrófugo reveste o
substrato pétreo.

De modo a não modificarem o aspeto das pedras, os hidrófugos devem ser incolores, não devem mudar
de cor por reação com os raios ultravioletas da radiação solar e devem permitir a transpiração das pedras.

A redução da entrada de água por capilaridade após a aplicação de um consolidante não impede a entrada
quer das soluções salinas a partir do solo quer das águas da chuva, não reduzindo, assim,
significativamente a progressão dos processos de deterioração da pedra. Recomenda-se, pois, a
aplicação de um produto hidrófugo após o período de cura do consolidante. Não é recomendável a
aplicação de um produto simultaneamente consolidante e hidrófugo dado que ensaios anteriormente
realizados (Begonha, 2003c) mostraram que a profundidade de penetração deste tipo de produtos é
insuficiente .

O produto hidrófugo a utilizar deverá ser à base de um polisiloxano de modo a tornar as superfícies
hidrorrepelentes (Begonha, 2012). O produto deve ser aplicado por técnico de restauro, seguindo
rigorosamente as instruções do fabricante, de modo geral deve-se aguardar que a pedra esteja
completamente seca para o produto atuar com eficácia. Estes produtos hidrófugos têm uma elevada
eficácia (Begonha e Fojo, 2006, Fojo, 2006), mas o período de atuação não é, em geral, muito longo,
pelo que se torna indispensável a sua reaplicação com certa periodicidade (Leite 2008, Cardoso 2008,
Madureira 2008).

Os hidrófugos aplicam-se com uma brocha ou trincha, pistola, aspersor, pulverizador ou spray (Figura
2.16).

Uma vez polimerizados e secos, repelem a água por aumento do ângulo de contacto entre a gota e o
paramento, produzindo o efeito de pérola (Figura 2.17).

Entre os produtos hidrófugos contam-se polisiloxanos, silicones com solvente orgânico, silicones em
solução aquosa e estearatos de alumínio, zinco e cálcio.

22
Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

Figura 2.16 – Aplicação de hidrófugo com pulverizador na Igreja da Lapa no Porto (Begonha, 2021).

Figura 2.17 – Aplicação de hidrófugo com pulverizador no Convento de São Gonçalo em Amarante
(Begonha, 2021).

2.8. MANUTENÇÃO

A manutenção consiste em manter, sustentar, preservar e por vezes reparar algo desde uma simples peça
ou um edifício.

A manutenção preventiva consiste em precaver eventuais problemas na sua fase inicial o que resulta em
manutenções mais económicas, mas mais periódicas.

A manutenção reativa ou corretiva é uma técnica de reparação utilizada depois de identificado uma
anomalia ou patologia, resultando numa intervenção mais dispendiosa.

No caso da desagregação granular, a manutenção preventiva é a metodologia a ser utilizada, pois a


queda de material conduz à perda de pormenores em elementos de cantaria, evitando uma intervenção
com limpeza, consolidação e hidrofugação das pedras.

Neste caso, a manutenção preventiva tem por base solucionar a interferência de plantas ou de
microrganismos como líquenes e musgos infestantes que contribuem para a degradação das pedras,
adoção de formas de afugentar as aves usando repulsivos químicos, emissões de ultrassons, réplicas de

23
Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

aves de rapina com emissões dos sons das mesmas e dispositivos eletrostáticos (Freitas, 2012), bem
como drenagem superficial para evitar ou mesmo impedir ascensão por capilaridade.

Begonha (2021) refere que existem diversos tipos de tratamentos e dispositivos que impedem a
permanência das aves nas fachadas, de entre os quais: repulsivos químicos; dispositivos metálicos em
forma de arames; dispositivos metálicos em forma de pregos; malhas ou redes de aço; painéis de plástico
com espigões prismáticos; emissões de ultrassons; réplicas de aves de rapina com emissões dos sons
dessas aves; introdução de aves de rapina que afugentam os pombos e gaivotas; sistemas electroestáticos
de afastamento das aves (Figura 2.18).

Dispositivos metálicos em forma de pregos – Dispositivos metálicos em forma de arame –


Igreja de Nossa Senhora do Bom Despacho Câmara Municipal do Porto

Redes de aço - Igreja Matriz de São João Réplica de mocho que movimenta as asas por ação
Baptista do vento, simulando o voo da ave - Mosteiro de
Alcobaça

Figura 2.18 – Dispositivos de afastamento das aves: metálicos (a,b,c) e réplica de mocho (d).

24
Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

3
CROSTAS NEGRAS

As crostas negras apresentam cor cinzento-escura ou negra, pequena espessura, em geral inferior a 2
mm e, em algumas situações, superfície com formas dendríticas, habituais em crostas negas espessas
como no Hospital de Santo António (Begonha, 2001), Igreja de Nossa Senhora da Lapa (Begonha,
2005), Mosteiro da Serra do Pilar (Madureira, 2008), Hospital da Santa Casa da Misericórdia de Viana
do Castelo (Silva, 2012) e Museu do Vinho do Porto (Oliveira, 2017) . Não são formadas por fragmentos
das pedras de granito, mas por gesso e depósitos que cobrem as superfícies das mesmas (Begonha 1997,
Madureira 2008, Silva 2012, Oliveira 2017).

a) Hospital de Santo António, Porto, Fachada b) Piazza S. Marco, Venezia


Principal

Figura 3.1 – Crostas negras formadas sobre a superfície inferior de cornijas.

3.1. GÉNESE

A estrutura e a composição mineralógica das crostas negras espelham a sua própria génese, constituindo
provavelmente o tema mais discutido pelos investigadores que se dedicam ao estudo das deteriorações
e da conservação dos monumentos.
Caracterizam-se pela sua cor negra, sendo constituídas por depósitos que cobrem as superfícies das
pedras e argamassas das juntas e, em muitos casos, as superfícies exteriores de placas e plaquetas.

25
Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

A superfície das crostas negras é mais ou menos irregular e raramente acompanha a rugosidade
superficial das pedras que recobre (Madureira 2008).
As primeiras teorias sobre a génese das crostas negras refletem os tipos de rochas dos monumentos
inicialmente estudados. O facto de a maior parte dos monumentos ter sido construída com rochas
carbonatadas (calcários, arenitos calcários e mármores) conduziu a uma sobrevalorização dos
fenómenos de transformação da calcite em gesso por ação das águas das chuvas ácidas.
Contudo, as crostas negras formam-se sobre qualquer tipo de substrato poroso, rocha ou não, incluindo
granitos muito pobres em cálcio como o granito do Porto (Figuras 3.1, 3.2a), grés siliciosos sem teores
significativos em cálcio e tijolos e materiais ricos em carbonato de cálcio como calcários (Figuras 3.1b,
3.2b e 3.2c), mármores, argamassas e betões (Figura 3.2d). Aparecem igualmente sobre materiais não
porosos como metais (estátuas de bronze e zinco por exemplo).

a) Granito – Igreja de Nossa Senhora da Lapa, Porto, b) Calcário – Palazzo Ducale, Venezia
(Begonha 2009b) (Begonha et.al 2000)

c) Calcário – Duomo di Pisa ,Toscana d) Betão – Hospital de São João, Porto, Portugal
(Begonha 2001)
Figura 3.2 - Crostas negras sobre granito, calcário e betão.

26
Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

As crostas negras são essencialmente constituídas por cristais de gesso, resultantes sobretudo da
evaporação das águas das chuvas, por cinzas volantes e poeiras silicatadas que aderiram às superfícies
húmidas.

As cinzas volantes mais abundantes são porosas, de natureza carbonosa e ricas em enxofre. Resultam
da queima incompleta de combustíveis fósseis.

Aparecem igualmente cinzas volantes perfeitamente esféricas, de superfície mais ou menos lisa,
constituídas basicamente por silício e alumínio e que resultam da fusão de partículas de argila durante o
processo de queima de carvão em centrais térmicas. Estas cinzas podem conter teores menores noutros
elementos como o potássio e sódio. Na região do Porto, têm como principal origem a queima de carvão
das minas do Pejão na Central Térmica da Tapada do Outeiro, em Gondomar. Atualmente, esta central
queima apenas derivados do petróleo.

Com o propósito de verificar o impacte da poluição atmosférica na composição das águas das chuvas
do Porto, cidade com elevados níveis de contaminação atmosférica, Begonha et al. (1996) procederam
de maio de 1992 a Janeiro de 1994 à recolha no telhados do Hospital de Santo António, no Porto, de
amostras de águas da chuva e de algumas de escorrência ao longo das paredes do monumento.

As águas das chuvas do Porto são cloreto-sódicas ou cloreto-cálcicas, mostrando uma influência
oceânica forte. Duas amostras das águas de escorrência são sulfato-cálcicas e a terceira cloreto-sódica.
Dado o trajeto percorrido pelas duas primeiras amostras de águas de escorrência ser bastante superior
ao da terceira e incluir, contrariamente a esta, zonas com crostas e filmes negros, comprova-se assim
que as águas das chuvas na fase de escorrência não precipitam o gesso, mas dissolvem o existente nas
fachadas.

As concentrações de Ca2+ e de SO42- das águas das chuvas do Porto foram projetadas num diagrama
cartesiano. Uma forte correlação linear (r = 0,882) associada à equação SO42-= -0,0062 + 2,2792 Ca2+
(Figura 3.3) foi obtida entre as concentrações destes dois iões. Além disso, a projeção desta equação
quase coincide com a projeção da equação SO42- = 2,3967× Ca2+ que caracteriza a composição do gesso
(Begonha et al., 1996). Estes resultados mostram que o gesso é o único sulfato que cristaliza em
quantidades significativas a partir da evaporação das águas das chuvas do Porto, contribuindo para a
degradação da pedra nos monumentos.

Figura 3.3 – Águas das chuvas do Porto : Variação das concentrações de Ca 2+ com as de SO42-.

27
Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

Os resultados confirmam que o índice de saturação do gesso é o mais elevado de entre os dos sais
solúveis, estando de acordo com a mineralogia e as análises de sais solúveis das deteriorações
encontradas nos monumentos graníticos do Porto (Begonha et al., 1996; Begonha, 1997). Assim,
praticamente todo o ião Ca2+ combina-se com o ião SO42-, cristalizando sob a forma de gesso, não
restando cálcio disponível para formar grande quantidade de calcite, razão pela qual este mineral apenas
foi identificado em duas das amostras estudadas dos monumentos do Porto, apesar de o seu índice de
saturação ser superior ao da halite, identificada em amostras de desagregação granular. Acresce ainda,
conforme refere Hammecker (1993), que a calcite é francamente instável em águas das chuvas com pH
ácidos, o que se verifica para a grande maioria das amostras do Porto.

Após a evaporação de algumas amostras de águas das chuvas do Porto numa estufa a 35 ºC, Begonha et
al. (1996) observaram por MEV grandes quantidades de halite e de gesso. Todos estes resultados
indicam que as águas das chuvas são uma fonte importante do gesso presente nas crostas negras, placas,
plaquetas e desagregação granular nos monumentos graníticos do Porto.

3.2. LOCALIZAÇÃO

Vários autores constaram que a formação de crostas negras está associada a zonas húmidas e protegidas
das fachadas, sujeitas a molhagem por capilaridade, mas não submetidas a lixiviação por parte das águas
de escorrência (Amoroso e Fassina, 1983, Del Monte et al. 1984b, Begonha 1997, Madureira 2008,
Silva 2012).
As crostas negras encontram-se maioritariamente sob cornijas (Figuras 2.8a, 3.2a, 3.2c, 3.4, 3.5 e 3.8),
capitéis, em zonas recuadas e nichos (Figuras 3.6, 3.7b) e sob varandas (Figura 3.7a), tal como referem
Gomes (1961), Millot e Jeannette (1975), Vicente (1996), Begonha (1997), Madureira (2008), Silva
(2012), Oliveira (2017), Silva e Begonha (2022).

Figura 3.4 - Cartografia das deteriorações – crostas negras representadas a roxo no Hospital Santo
António no Porto, Fachada Este (Begonha, 1997)

28
Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

Figura 3.5 – Cartografia das Crostas Negras no Portal Principal da Basílica de Torre de Moncorvo
(Silva e Begonha, 2022).

.
a) Nicho, Orangerie, Potsdam, Alemanha b) Nicho, S.S. Redentore, Giudeca, Venezia, Itália
(Begonha, 2021) (Begonha, 2021)

Figura 3.6 - Crostas negras formadas em nichos e estátuas.

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Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

a) Zona inferior de varandas – Museu do Vinho do b) Cartografia das orlas das Janelas – Citadella
Porto, Porto, Portugal (Oliveira, 2017) em Budapeste, Hungria (Moreira, 2020)

Figura 3.7 - Crostas negras – Exemplos em diferentes elementos de cantaria, Zona inferior de
varanda (a) e orlas de janelas (b).

Figura 3.8 - Crostas negras em calcário sob pequenas cornijas (Tallinn, Estónia – Begonha 2021)

Para além de cornijas, Moreira (2020) observa também crostas negras nas orlas das janelas Citadella em
Budapeste Figura 4.6b.

Bento (2017), no Mosteiro da Batalha (Leiria), refere que observou crostas negras em pináculos, na
parte superior dos arcobotantes, flores-de-lis e contrafortes maioritariamente a jusante das gárgulas.
Vazão (2015), igualmente no Mosteiro da Batalha, diagnosticou crostas negras nos contrafortes. Os dois
autores referem que a localização destas crostas negras deve-se sobretudo a zonas de escorrência de
água, onde os micro-organismos transportados pela água ficam depositados na pedra. Estas afirmações
estão com toda a certeza erradas, dado que estes dois autores apenas classificaram as crostas através de
exame macroscópico, confundindo as crostas negras com crostas constituídas por material biológico
morto.

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Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

3.3. MINERAIS DE SAIS SOLÚVEIS RESPONSÁVEIS PELAS CROSTAS NEGRAS

As crostas negras estão associadas à poluição antropogénica do ar, sendo basicamente constituídas por
gesso (CaSO4‧2H2O), cinzas volantes carbonosas porosas ricas em enxofre, uma grande variedade de
compostos orgânicos resultantes da queima incompleta dos combustíveis fósseis carvão e petróleo e,
poeiras da rua, nomeadamente cristais de quartzo, feldspatos, micas etc. (Madureira, 2008, Silva, 2012).

Begonha (2001) fez um estudo mineralógico em quatro edifícios/monumentos diferentes na zona do


Porto nomeadamente no Hospital de Santo António, Igreja do Carmo, Torre dos Clérigos e na Casa na
Rua de S. Roque da Lameira Nº2155. Em todos os edifícios/monumentos o autor para analisar as
diferentes amostras usou três técnicas diferentes DRX (Difração de raios X) (Figura 3.9), EIV
(Espectrofotometria de infravermelhos) e, por último, MEV-EDS (Microscopia eletrónica de varrimento
equipada com microanálise de raios X). Por DRX e EIV verificou que o gesso é o mineral dominante
entre 10 e 30%, podendo atingir os 40% e a restante percentagem é constituída por silicatos provenientes
do granito do Porto e das poeiras que se depositaram na superfície da crosta negra. Usando a técnica
MEV-EDS, o autor confirma a dominância do gesso, mas deteta também cinzas volantes esféricas
carbonosas, porosas e ricas em enxofre e também raras cinzas volantes esféricas de superfície lisa
constituídas por Si e Al.

Figura 3.9 - Difração de raios X das amostras de crostas negras P5.38 e P5.115 do Hospital de Santo
António, Porto (Begonha, 1997).

Estes minerais de sais solúveis apresentam-se sob a forma de cristais subédricos, euédricos e lamelares
formando rosas de deserto.

As Figuras 3.10 e 3.11 exibem imagens obtidas por Microscopia Eletrónica de Varrimento (MEV) do
CEMUP respetivamente do gesso e cinzas volantes.

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Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

a) Cristais subédricos b) Gesso - Espetro

c) Gesso (G) revestindo cristal de quartzo (Q) d) Cristais euédricos, pseudo-hexagonais

e) Aspeto geral - Rosas do deserto f) Rosas do deserto

Figura 3.10 – Crostas Negras – a) b) - Palácio do Freixo (Teles e Begonha, 1999); c) e) f) - Hospital da
Santa Casa da Misericórdia de Viana do Castelo (Silva, 2012); d) Mosteiro da Serra do Pilar (Madureira,
2008)– Cristais de gesso observados por MEV do CEMUP.

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Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

a) Cinza volante de superfície lisa, rica em Si e Al, b) Cinza volante de superfície lisa - Espetro
gesso e partículas silicatadas

c) Cinza volante porosa carbonosa, gesso e d) Cinza volante porosa carbonosa - Espetro
partículas silicatadas )

e) Cinzas volantes porosas carbonosas e gesso f) Cinzas volantes porosas carbonosas entre
gesso

Figura 3.11 – Crostas Negras – a) b) c) d) - Palácio do Freixo, Porto (Teles e Begonha, 1999),e) f)
Igreja de Santa Clara, Vila do Conde (Costa Leite 2008) – Cinzas Volantes observadas por MEV do
CEMUP.

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Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

3.4. PROPOSTAS DE TRATAMENTO DA PEDRA

Qualquer ato de limpeza requer uma avaliação à priori de forma a se adequar a melhor técnica de
limpeza/restauro . Primeiramente deve ser feiro uma inspeção superficial para identificar o estado da
pedra e no caso das crostas negras da sua espessura e aderência ao substrato pétreo. Pode-se dizer que a
eficácia de um tratamento de limpeza depende de : o método usado, assim como as competências do
operador; o material a limpar e o seu estado de degradação; e o tipo e características da sujidade
apresentada (Delgado Rodrigues e Castro 1989).

As intervenções de manutenção reduzem-se, na maioria dos casos, a uma limpeza da fachada. As


operações de limpeza incluem a desincrustação e a eliminação do pó aderido, das eflorescências, dos
depósitos mais ou menos consolidados, dos filmes negros, dos depósitos e manchas superficiais de
óxidos de ferro, dos dejetos de aves, dos tratamentos anteriores e das bactérias e plantas inferiores que
vivem e se desenvolvem nos paramentos.

Conforme Vasconcelos (2020), a limpeza pode ser realizada de várias formas, e cada uma destas pode
ser mais apropriada para um determinado tipo de pedra. Assim a limpeza manual é adequada a calcários,
mármores, granito polido; a limpeza mecânica é adequada a arenitos e adicionalmente a métodos
aplicados em mármores ou calcários; a limpeza química é adequada a arenitos, alvenaria e por vezes
como método adicional em mármores e calcários; outras técnicas especiais como o uso de cataplasmas
são adequadas a todo o tipo de materiais.

De acordo com Begonha (2021), a remoção das crostas negras inclui os seguintes métodos:
procedimentos mecânicos a seco; procedimentos mecânicos com água; sistemas de projeção de água
sob pressão; sistemas de projeção de partículas.

Os procedimentos mecânicos a seco têm como objetivo a eliminação das crostas negras. São métodos
lentos que exigem meticulosidade e mão-de-obra especializada, aplicando-se quer em grandes
paramentos lisos com recurso a escovas de disco, rebarbadeiras (Figura 3.12a) e bujardas movidas a
energia elétrica ou vibro-incisor (Figura 3.12b), quer em estátuas, pedras trabalhadas e baixos-relevos,
recorrendo-se a tornos mecânicos e espátulas.

Os equipamentos referidos podem ser extremamente agressivos para a pedra, devendo-se utilizar apenas
em casos muito particulares e com técnicos de restauro especializados.

A Figura 3.12a) mostra a utilização de uma rebarbadeira elétrica numa casa particular no Porto com o
intuito de limpar as pedras das cantarias em granito e de avivar as arestas e vértices das mesmas, o que
implicou a perda significativa de material pétreo, não sendo, portanto, nem o método indicado nem o
correto. Além disso, as imagens revelam que o operador não possuía qualquer proteção, apesar da
enorme quantidade de partículas projetadas de granito durante a limpeza e o avivar das arestas e vértices.

Os procedimentos mecânicos com água têm como objetivo a dissolução de eflorescências, sujidade e
crostas negras que aderiram à pedra. É o método mais antigo que consiste em molhar a superfície a fim
de amolecer a sujidade e/ou as crostas negras acumuladas, desprendendo-as e eliminando-as depois com
escovas de dureza de acordo com a dos paramentos, aclarando-se assim as superfícies.

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Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

a) Rebarbadeira – Rua de Costa Cabral, Porto b) Limpeza a seco com auxílio de vibro-incisor
(Begonha, 2021) – Teatro São João, Porto (Vale, 2020)

c) Sistema de água nebulizada – Igreja da Lapa, d) Sistema de água nebulizada – Igreja da


Porto Lapa, Porto

e) Limpeza a seco - micro abrasão

Figura 3.12 - Crostas negras – Exemplos de diferentes métodos de remoção.

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Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

Apesar de não necessitar de mão-de-obra especializada e de manter a patine do paramento, é um método


lento, sujo e caro. Para além disso, obriga a um grande consumo de água, podendo posteriormente vir a
causar problemas de humidade e de gelividade, bem como a dissolução e posterior recristalização de
minerais de sais solúveis no interior da rede porosa da pedra ou à superfície, originando, neste caso,
novas eflorescências.

Mais recentemente, tem sido utilizado o método de água nebulizada que consiste em orvalhar apenas a
superfície da pedra, nomeadamente através de dispositivos especiais compostos por uma bateria de
braços articulados que direcionam a água para as superfícies a limpar (Figuras 3.12 c, 3.12 d).

A fase de “amolecimento” da sujidade pode demorar um período de tempo mais ou menos significativo,
mas não exige a presença permanente dos técnicos no local.

Os sistemas de projeção de partículas sob a forma de areia ou de pó de vidro aplicam-se com o propósito
de decapar, de desincrustar superfícies corroídas das fachadas e de remover filmes negros. As pressões
aplicadas podem ser reguladas com uma pistola, a distâncias distintas da pedra e conforme o tipo e
dureza das partículas. Os sistemas de projeção de partículas eliminam os inconvenientes da água e
aumentam a eficácia da decapagem. Necessitam, contudo, de mão-de-obra muito especializada e
equipamentos especiais de grande potência, sendo muito abrasivos nas esquinas, arestas e vértices das
pedras.

Quando se pretende remover pequenas áreas revestidas com crostas negras ou com depósitos superficiais
de sujidades ou de óxidos de ferro, pode recorrer-se à micro-abrasão, um método de projeção de
partículas mais preciso e, por isso, mais facilmente controlável no que concerne à perda de material
pétreo. Este sistema é basicamente constituído por um micro-jacto de 1,5 mm de diâmetro e 4 bar de
pressão, projetando partículas de óxido de alumínio branco com 220 m de diâmetro.

Silva (2012) refere que as crostas negras e as eflorescências pulverulentas que as bordejam no Hospital
da Santa Casa da Misericórdia de Viana do Castelo, deverão ser removidas a seco com escovas macias
de nylon ou piaçaba. Todavia, este processo poderá não retirar na sua totalidade as crostas negras. Se tal
se verificar, dever-se-á usar, de seguida, o método da água nebulizada.

Complementarmente a este processo a seco, Madureira (2008) refere também o uso de espátulas de aço
inoxidável, pois estas não provocam manchas de ferrugem. No entanto, este processo pode não remover
na totalidade as crostas negras sendo então necessário utilizar o método de água nebulizada (Castro
1984, Cardoso 2008).

Begonha (2021) na Igreja de Nossa Senhora da Lapa observou que as crostas negras mais espessas estão
situadas sob a grande cornija. Estas foram removidas pelo sistema de água nebulizada após um período
de até uma semana. A Figura 3.13 mostra o aspeto da cornija antes de serem removidas as crostas negras
e a mesma cornija após a implementação do sistema de água nebulizada, seguida de escovagem manual
com água.

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Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

a) Cornija com crostas negras antes da sua b) Cornija sem crostas negras, após a sua
remoção remoção com água nebulizada

Figura 3.13 – Resultado do sistema de água nebulizada na remoção de crostas negras no Hospital de
Nossa Senhora da Lapa, Porto.

No restauro feito ao alçado principal da Igreja do Carmo de Coimbra em 2014 foram usados vários
métodos de limpeza, usando ferramentas manuais com adição de água, pastas de argila absorventes e
pastas gelatinosas dissolventes e micro jatos de precisão de partículas abrasivas (Sousa 2014);

Estes métodos tanto podem ser aplicados sobre pedra como noutros materiais como betão e marmorite

Vale (2020), na obra de conservação e restauro das fachadas do teatro São João de Marques da Silva no
Porto, constituídas por betão, menciona que os métodos de limpeza usados a seco foram através de
vibro-incisor (Figura 3.12b) e por projeção de micro abrasivos (pó de carbonato de cálcio, pressão
reduzida) e pelo método de água nebulizada seguido de escovagem com uma escova de nylon.

No edifício do LNEC em Lisboa, a fachada que é revestida a marmorite, aplicou-se um método de


limpeza húmida e um método de limpeza a seco . Pela via de limpeza húmida para remover as crostas
negras foi usado um jato de água à pressão de 50 bar, com uma inclinação de 45º e uma distância de 15
a 30 cm. Pela via de limpeza a seco, foi usado o processo de micro-abrasão, a pressão de saída do ar
utilizada foi de 1 a 2 bar, o abrasivo escolhido foi a farinha de sílica (Veiga et al. 2007).

Como os calcários e arenitos são pedras mais frágeis, o método de limpeza a jato de água e os métodos
mecânicos abrasivos são desaconselhados. Para este tipo de pedras, a técnica mais conservadora
sobretudo em monumentos/esculturas em que o nível de detalhe é maior pode-se optar por métodos
químicos (Ashurst 1988, Aguilar 2001, Sousa 2014).

A limpeza química engloba vários tipos de soluções que podem ser usadas para limpeza da pedra. As
soluções podem ser alcalinas ou ácidas, de salientar que as ácidas só em casos extremos e em situações

37
Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

particulares. A aplicação de ácido fluorídrico no calcário é um exemplo de má conduta, uma vez que
este ataca a calcite presente no calcário, levando à perda de material (Begonha, 2012).

O recurso a compressas de pasta na limpeza da pedra é uma possibilidade em estudo na ação de limpeza
química de manchas que penetraram na pedra. A pasta permite o contacto entre o solvente e a pedra,
através de uma superfície de contacto maior quando se trata de pedras com grandes detalhes, e permite
a redução da evaporação do solvente. Esta pasta consiste num material absorvente, que normalmente
pode ser celulose (pasta de papel), como a Arbocel, ou uma argila em pó, como a sepiolite. O solvente
tem a função de dissolver esta sujidade e ao voltar à superfície da pedra este evapora, como se demonstra
na Figura 3.14. Esta remoção acontece por capilaridade, e podem ter de ser feitas várias aplicações no
mesmo local de forma a conseguir remover as manchas e os sais (Sousa 2014, NPS 2023).

Para remoção de crostas negras é utilizado como solvente o carbonato de amónio (NH4HCO3), este é
um sal que tem a capacidade de converter o gesso presente nas crostas negras em sulfato de amónio
([NH4]2[SO4]), este é mais fácil de remover pois é mais solúvel (Vale 2020).

Figura 3.14 – Limpeza de Crostas Negras - figura demonstrativa de compressas numa pedra (Aguilar
2001)

38
Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

4
FILMES NEGROS

Os filmes negros são, conforme o nome indica, formações superficiais muito finas, de cor negra ou
castanha muito escura (Figuras 4.1, 4.2) e de difícil remoção. Recobrem e aderem fortemente à
superfície das pedras graníticas, mantendo, devido à sua reduzida espessura, a rugosidade superficial da
pedra, contrariamente ao que sucede com as crostas negras. Foram primeiramente referidos na Suécia e
na Polónia por Nord e Tronner (1990, 1991, 1992) e Nord e Ericsson, 1993 sob a designação de “thin
black layers”, revestindo granitos e tijolos. Filmes com características macroscópicas, químicas e
mineralógicas idênticas foram designados como “filmes negros” por Begonha (1997).

Fiora et al. 1994, Begonha e Sequeira Braga 1996a, 1996b, Delgado Rodrigues 1996, Sterflinger et al.
1996, Magalhães 2000, Begonha, 2001, 2005, Sanjurjo 2005, Aira 2007, Prieto 2007, Madureira 2008,
Oliveira 2008, Madureira e Begonha 2011, Moreira 2013, estudaram filmes negros formados sob
granitos em Itália, Portugal e Espanha.

Figura 4.1 – Aspeto geral dos filmes Negros: Hospital Santo António – Porto (Begonha, 2021)

39
Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

Palácio do Conde de Vizela do Arquiteto Marques Edifício da Câmara Municipal do Porto (Begonha
da Silva na Rua das Carmelitas (Begonha et al. 2005)
1996)

Portal da Igreja do Mosteiro da Serra do Pilar Zona inferior do edifício da Câmara do Porto,
(Madureira 2008) Porto (Begonha 2005)

Figura 4.2– Filmes Negros: Exemplos em diferentes edifícios de granito do Porto

Os filmes negros são normalmente baços, homogéneos e duros, aderindo de tal forma à superfície das
pedras graníticas, que a sua remoção em trabalhos de limpeza é difícil. Por vezes, apresentam brilho
metálico, ou aspeto brilhante, idêntico a asfalto fresco.

40
Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

4.1. GÉNESE

A formação desta patologia no granito é muito frequente em ambientes urbanos com poluição
antropogénica. Os filmes negros são responsáveis não só por danos inestéticos como, tendo propriedades
hidrófugas (Castro et al. 1988, 1991b), promovem a ascensão capilar até cotas mais elevadas do que
aconteceria se não existissem.

Tal como as crostas negras, os filmes negros formam-se em zonas com índices de poluição do ar
significativos ou elevados, não sendo igualmente constituídos por material pétreo, mas por depósitos
que cobrem as superfícies das pedras e argamassas das juntas e, em determinados casos, as superfícies
exteriores de placas e plaquetas.

Magalhães (2000) no estudo que realizou sobre as biodeteriorações dos monumentos da cidade Braga,
Oliveira (2008) no caso de estudo sobre a Igreja da Venerável Ordem Terceira de São Francisco do
Porto e vários outros autores (Curtis B. 1995, Barker W.1997, Dorn R. 1998) ao estudar a composição
química dos filmes negros, concluem que estes são formados por acumulação de material. Acrescentam
que a composição deste material não é exclusivamente de origem inorgânica, a componente orgânica é
também muito importante. Estes autores defendem que a génese dos filmes negros tem vindo a ser
associada à meteorização dos minerais da própria rocha e à deposição de partículas atmosféricas, às
alterações de produtos de tratamento que tenham sido aplicados, ou a mecanismos biogeoquímicos.
Estes autores consideram que resultam de uma combinação de fatores e não de um agente isolado. Estas
afirmações estão com certeza erradas, dado que estes autores não fundamentam as suas afirmações com
testes microscópicos, confundindo assim os filmes negros com filmes biológicos (colonização
biológica).

4.2. LOCALIZAÇÃO

Os filmes negros conseguem cobrir um edifício completo, como se pode verificar na Figura 4.3, com
diferentes intensidades e tonalidades . Os filmes negros alteram de tal forma a fachada de um edifício
que por vezes a cor natural do granito acaba por se “perder”.

No entanto, ao longo dos anos os vários autores de trabalhos relacionados com patologias, reabilitação
e técnicas de conservação concluíram que os filmes negros geralmente aparecem associados a quatro
zonas diferentes (Begonha 1997, Bento 2017, Oliveira 2017, Oliveira 2018, Moreira 2020).

Zonas mais baixas onde há ascensão por capilaridade e desagregação granular fraca ou inexistente
(Begonha 2001, Oliveira 2018) (Figuras 4.4, 4.5).

Zonas expostas à chuva, mas não sujeitas nem à ação direta dos ventos associados aos episódios de
precipitação nem à escorrência forte tais como estatuas no cimo de edifícios (Figuras 4.6, 4.7) e bandas
verticais sob goteiras sujeitas a molhagem, mas não a escorrência forte (Begonha, 2001, 2005,
Madureira, 2008, Oliveira 2018) (Figuras 4.8, 4.9).

Zonas inferiores das fachadas dos edifícios, submetidas aos salpicos da chuva a partir do solo ou passeios
(Sousa 2014, Oliveira 2018) (Figuras 3.4, 4.10, 4.11).

41
Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

Figura 4.3 – Filmes Negros: Hospital Santo António – Porto (2023)

Figura 4.4 – Filmes Negros – Cartografia das deteriorações do Mosteiro da Serra do Pilar, Vila Nova
de Gaia (Madureira, 2008).

Estas quatro zonas diferentes traduzem-se em elementos de cantaria normalmente afetados pelos filmes
(negros ou acastanhados), como observado por Sousa (2014), no estudo à Igreja do Carmo de Coimbra,
os filmes negros afetam sobretudo cornijas e na fachada da zona superior da Igreja, esta exposta à chuva.

42
Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

Silva (2012), no estudo diagnostico que faz sobre as deteriorações do granito do Hospital da Santa Casa
da Misericórdia de Viana do Castelo, deteta filmes castanhos-escuros nas colunas da loggia do rés-do-
chão. Madureira (2008) confirma que as primeiras fiadas de pedra são as mais afetadas pelos filmes
negros tais como as janelas da igreja. Begonha, A. et al, 2016, no diagnostico realizado à Igreja do
Mosteiro de Travanca deteta filmes acastanhados nas ombreiras e no início das arquivoltas.

a) Igreja da Nossa da Lapa, Porto – Fachada b) Escadaria de acesso à Igreja de São Francisco,
principal (Begonha, 2005) Porto (Begonha 2021)

Figura 4.5 - Filmes negros sobre o granito do Porto.

a) b)

Figura 4.6 – Filmes Negros – Cartografia das deteriorações do Hospital do Santo António, Porto -
Estátua de Hipócrates, lado orientado a Este (a) e a Norte (b) (Begonha 2001).

43
Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

a) b)

Figura 4.7 – Filmes Negros – Hospital do Santo António, Porto – Estátua de Galeno (a) e Estatua de
Hipócrates (b).

Figura 4.8 – Filmes Negros – Cartografia das deteriorações do Hospital do Santo António, Porto -
Fachada Sul – Rústico (Begonha, 2001)

44
Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

Figura 4.9 – Filmes Negros – Hospital do Santo António, Porto – Fachada Sul – Rústico (Begonha,
2021).

Figura 4.10 – Cartografia das deteriorações do Hospital do Santo António, Porto – Fachada Este
(Begonha, 2001)

45
Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

a) b)

Figura 4.11– Filmes Negros – (a) – Palácio do Freixo, Porto (Teles e Begonha, 1999); (b) Igreja da
Lapa, Porto (Begonha, 2005).

4.3. COMPOSIÇÃO

Quando observados por MEV, os filmes negros revestem por completo os minerais constituintes do
substrato, assemelhando-se ao aspeto rugoso de paredes chapiscadas por argamassa (Figura 4.12). Os
filmes negros são constituídos por uma enorme quantidade de partículas de reduzida dimensão
(raramente ultrapassando os 10 a 20 µm) agregadas por uma matriz de material homogéneo de natureza
amorfa e carbonosa. Apesar do gesso ser inexistente na maior parte dos filmes negros, aparece, por
vezes, nalgumas amostras de filmes negros sob a forma de agregados microscópicos de cristais radiais.
Este fenómeno foi observado no estudo feito por Begonha (1997), no Hospital de Santo António e no
Edifício da Câmara do Porto, concluindo que a existência de gesso provém de evaporação de pequenas
gotículas de água da chuva na superfície dos filmes (Begonha, 1997).

Os filmes negros são compostos por material particulado, cinzas volantes, partículas metálicas e fungos
filamentosos, embebidos numa matriz aluminossilicatada (Figuras 4.12, 4.13, 4.14).

No que concerne aos teores dos elementos químicos, os filmes negros apresentam, em relação aos
respetivos substratos graníticos, as seguintes características: maiores concentrações em Fe (Figuras
4.12c,d), S, Ca, Cl, Mg, Ti e P; menores concentrações em Si e K; comportamentos não definidos por
parte do Al, Na, Mn, Cr, Co, Ni e V.

As partículas constituintes dos filmes negros caracterizam-se por uma grande complexidade
mineralógica e morfológica, destacando-se os seguintes tipos: partículas silicatadas resultantes da
deposição de poeiras do solo e das ruas, constituídas principalmente por cristais xenomórficos de
quartzo, feldspatos e micas; partículas de forma irregular ricas em ferro (Figuras 4.13a, 4.13b) (jarosite
bem cristalizada (KFe3(SO4)2(OH)6), ferrihidrite amorfa (Fe2O3∙1,8H2O), goethite mal cristalizada (FeO
(OH)), magnetite (Fe3O4) e hematite (Fe2O3) (Nord e Tronner,1990, 1991, 1992, Nord e Ericsson, 1993);
partículas ricas em carbono, sendo, por vezes, constituídas, no seu conjunto, por mais de 90 compostos
orgânicos (Nord e Tronner, 1990, 1991, 1992, Nord e Ericsson, 1993); cinzas volantes, esféricas, de
superfície lisa, ricas em Si e Al (Figuras 4.13c, 4.13d); cinzas volantes esféricas que denotam uma
estrutura superficial mais ou menos rugosa, sendo constituídas por óxido de ferro (Figuras 4.13e, 4.13f);
cinzas volantes, esféricas, porosas, de natureza carbonosa (Figuras 4.14a, 4.14b); cinzas volantes
perfeitamente esféricas, de superfície lisa, constituídas por óxido de titânio (Figura 4.14c, 4.14d); cristais
de gesso inexistentes ou raros (Figuras 4.14e, 4.14f).

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Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

a) Aspeto do granito sem filme negro b) Aspeto do granito revestido integralmente por
filme negro

c) Filme negro com teor elevado em ferro d) Filme negro com teor alto em ferro - Espetro

e) Filme negro com superfície dendrítica f) Aspeto geral da superfície

Figura 4.12 – Filmes Negros – Edifício da Câmara Municipal do Porto, Porto (a, b, c, d, e, f – Vasco
Freitas et al. 2005 – Filmes Negros observados por MEV do CEMUP.

47
Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

a) Partícula rica em ferro b) Partícula em forma de cogumelo rica em ferro

c) Cinza volante lisa rica em silício e alumínio d) Cinza volante lisa rica em silício e alumínio –
Espetro

e) Cinza volante de óxido de ferro f) Cinza volante de óxido de ferro - Espetro

Figura 4.13 – Filmes Negros - Hospital de Santo António (a) Partícula rica em ferro – Begonha, 2001);
Edifício da Câmara Municipal do Porto, Porto (b) Partícula rica em ferro; c),d) cinza volante lisa rica em
silício e alumínio; e),f) Cinza volante rugosa de oxido de ferro – Vasco Freitas et al. 2005) – Filmes
Negros observados por MEV do CEMUP.

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Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

a) Cinza volante porosa carbonosa b) Cinza volante porosa carbonosa – Espetro

c) Cinza volante rica em óxido de titânio com d) Cinza volante rica em óxido de titânio com
material orgânico material orgânico - Espetro

e) Agregado radial de cristais de gesso f) Agregado radial de cristais de gesso - Espetro

Figura 4.14 – Cinzas volantes, gesso e Partículas ricas em ferro – Edifício da Câmara Municipal do
Porto, Porto (a,b,c,d,e,f – Vasco Freitas et al. 2005) –Filmes Negros observados por MEV do CEMUP.

49
Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

Frequentemente, mais de uma centena de compostos orgânicos de carbono aderem às pedras, bem como
elevado número de cinzas volantes porosas carbonosas, cinzas volantes de superfície mais ou menos
lisa, ricas em Si e Al, e partículas da rua silicatadas (poeiras) (Nord e Tronner, 1991; Nord e Ericson,
1993).

Os compostos orgânicos de carbono resultam da queima do petróleo e seus derivados como a gasolina
e o diesel nas refinarias, centrais térmicas, motores dos veículos automóveis e aquecimento doméstico,
assim como da queima do carvão nas centrais térmicas e do desgaste da borracha dos pneus a qual
contém enxofre (não sob a forma de sulfato) necessário ao processo de vulcanização da borracha,
inventado em 1839 pelo Norte Americano Charles Goodyear. As cinzas volantes porosas carbonosas
resultam da queima incompleta do carvão em centrais térmicas.

As cinzas volantes de superfície mais ou menos lisa, ricas em Si e Al, têm a sua génese no arrefecimento
rápido de partículas de argila que fundiram durante o processo de queima do carvão, principalmente em
centrais térmicas como a da Tapada do Outeiro (concelho de Gondomar) que utilizava o carvão das
minas do Pejão, o qual continha número muito elevado de impurezas de argila. Estas cinzas volantes
são amorfas e perfeitamente esféricas, uma vez que o rápido arrefecimento ocorre no ar que ascende nas
chaminés das centrais.

As poeiras são maioritariamente constituídas por partículas microscópicas de quartzo, feldspatos e micas
que são transportadas pelo vento e/ou tráfego automóvel.

Em número consideravelmente menor, aderem às fachadas, entre outras, cinzas volantes esféricas com
a superfície mais ou menos rugosa, constituídas por óxido de ferro, cinzas volantes esféricas e lisas de
óxido de titânio e partículas xenomórficas (superfície irregular e sem planos de faces), ricas em ferro.

As cinzas volantes esféricas de superfície mais ou menos rugosa de óxido de ferro deverão resultar da
solidificação de partículas microscópicas em fusão que se libertam durante o processo de produção do
aço nas siderurgias.

Os calços dos travões e os pneus dos automóveis são uma fonte de elevado número de partículas ricas
em ferro.

Na região do Porto, as cinzas volantes esféricas de óxido de titânio que aparecem por vezes nas fachadas,
podem estar associadas à pintura branca dos automóveis e sucata que são usados na produção de aço na
Siderurgia Nacional, na Maia. A queima de lixos urbanos domésticos ou industriais produz também um
número elevado de partículas de composições muito distintas que são igualmente transportadas pelo
vento e podem vir a aderir às fachadas dos edifícios.

4.4. MÉTODOS PARA DETERMINAR O GRAU DE INTENSIDADE

O grau de intensidade dos filmes negros, é definido pela espessura e pela sua cor.

Para determinar a espessura dos filmes negros são feitas medições utilizando a lupa binocular (Figura
4.15).

50
Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

a)Filme castanho-claro b)Filme castanho-escuro

Figura 4.15 – Observação e determinação da espessura das amostras de filmes negros na lupa
binocular, Hospital Santo António, Porto (Begonha, 2001).

A espessura dos filmes negros é reduzida, estando compreendida entre 20 μm a 200 μm em monumentos
da Suécia e Polónia (Nord e Tronner, 1991, 1992, Nord e Ericsson, 1993), 10 μm a 50 μm em
monumentos dos mesmos países (Nord e Tronner, 1990), 40 μm a 50 μm em filmes negros da Torre dos
Clérigos no Porto (Schiavon, 1993, 1996), 0 a 20 μm em monumentos graníticos de Aberdeen na Escócia
(Schiavon, 1996), 40 μm a 370 μm no Hospital de Santo António (Begonha, 1997, 2001), 40 μm a 240
μm na Igreja do Carmo (Begonha, 1997, 2001)

A cor dos filmes negros pode ser acastanhada ou mesmo negra. Esta cor é quanto mais escura quanto
maior for a poluição urbana e industrial do local. Elevados níveis de poluição indicam grande
concentração de ferro (Begonha 1997, Madureira e Begonha 2011). Zonas em que não existem elevados
índices de poluição antropogénica do ar os filmes não tem aparência dos filmes negros, mas sim de uns
filmes mais acastanhados podendo estes ser mais claros ou escuros (Silva 2012) (Figura 4.16).

a) Filme castanho-claro b) Filme castanho-escuro

Figura 4.16 – Filmes – Fachada Principal - Hospital da Santa Casa da Misericórdia de Viana do
Castelo (Silva 2012).

51
Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

4.5. PROPOSTAS DE TRATAMENTO DA PEDRA

Os métodos usados para remoção dos filmes negros devem ter em conta o estado de deterioração da
pedra, mas também qual o elemento que se está a tratar. A abordagem a um elemento de cantaria ou
estátuas não deve ser a mesma de uma simples fachada.

Nas fachadas devem usar-se métodos mais rápidos e com maior rendimento, tais como sistemas de
projeção de água sob pressão. Para elementos de cantaria que requerem mais precisão e mais rigor na
limpeza devem usar-se métodos mais minuciosos, como por exemplo os sistemas de projeção de
partículas por micro-abrasão.

Ao abordar e prevenir o aparecimento desta deterioração, deve recorrer-se à origem e ao local da mesma.
Como referido anteriormente, uma das zonas mais habituais onde se formamos filmes negros são as
zonas mais baixas das fachadas onde há ascensão por capilaridade (Begonha 1997, Oliveira 2018). Os
autores Silva (2012) e Madureira (2008) fundamentam que devem ser implementadas medidas que
permitam uma drenagem eficaz das águas superficiais e que evitem a ascensão por capilaridade.

Ensaios prévios, realizados na Igreja de Nossa Senhora da Lapa, no Porto com o sistema de água
nebulizada, mostraram que este método é completamente ineficaz na remoção dos filmes negros (Figura
4.17).

Figura 4.17 – Ensaios prévios com o sistema de água nebulizada – Ineficaz na remoção de filmes
negros na Igreja da Lapa, Porto.

Relativamente aos métodos diretos de remoção dos filmes negros, existem sistemas de projeção de água
sob pressão, requerendo uma grande pressão de água, sendo então difícil de controlar as perdas de
material pétreo, mesmo com operadores especializados, devido às pressões usadas e à reduzida
espessura dos filmes negros. Devido ao risco elevado de se perderem quantidades apreciáveis de
material pétreo, este método não é autorizado pelas instituições nacionais responsáveis pela salvaguarda
do património arquitetónico.

52
Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

Os sistemas de projeção de partículas, são métodos que utilizam a projeção de partículas sob a forma de
areia ou pó de vidro de forma a remover os filmes negros. Este método é completamente regulável, tanto
quanto à pressão como à distância de projeção. Requer mão de obra especializada e como se trata de um
método seco, origina bastantes partículas suspensas no ar, obrigando à utilização de máscaras de
proteção próprias.

Estes métodos mais tradicionais, projeção de água ou partículas, são ambos muito abrasivos e muito
pouco aconselhados devido à quantidade que se perde de material pétreo ser difícil de controlar. Pelo
que não são permitidos pelas instituições nacionais que têm a seu cargo a salvaguarda do património
arquitetónico.

Recentemente, tem-se recorrido a sistemas de projeção mistos de partículas e água sob baixa pressão. O
método patenteado EXASTRIP/EXA HDO é constituído pela mistura de água com partículas
constituídas por carbonato de cálcio precipitado de dureza bastante inferior à da areia, do pó de vidro ou
do óxido de alumínio. O jato é projetado com pressões inferiores a 3 bar sendo menos prejudicial para
a pedra. Todavia, é um método caro que requer mão de obra muito especializada e equipamentos muito
dispendiosos (Begonha, 2021).

Em alternativa a este método patenteado e dispendioso, tem-se usado o sistema de projeção misto, mas
com partículas constituídas por carbonato de cálcio resultantes ou de pedreiras de calcário oolítico ou
de mármore, de dureza muito inferior à da areia.

Também tem sido aplicado um método abrasivo misto com projeção de água, idêntico ao anterior e que
permite utilizar os mesmos equipamentos, diferindo apenas no tipo de partículas projetadas. Enquanto
no anterior se emprega partículas de carbonato de cálcio provenientes ou de pedreiras de calcário oolítico
ou de mármore, neste são projetadas partículas de hidrogenocarbonato de sódio (NaHCO3).

As partículas são de dimensão muito pequena, não ultrapassando os 100 m, sendo a sua granulometria
controlada pelo fabricante.

O ar sai de um compressor a uma pressão de 10 bar, é filtrado, desumidificado, atravessa o depósito que
contém as partículas, saindo o jato pela agulheta a uma pressão de 8 bar.

A Figura 4.18a apresenta uma imagem da remoção de filmes negros na Igreja da Nossa Senhora da
Lapa, Porto, utilizando o método patenteado EXASTRIP/EXA HDO e a Figura 4.18b os equipamentos
utilizados para eliminação de filmes negros através do método misto de projeção de partículas de
carbonato de cálcio provenientes ou de pedreiras de calcário oolítico ou de mármore ou de partículas de
hidrogenocarbonato de sódio.

Como referido anteriormente para remoção de filmes negros em pequenas áreas e/ou estátuas/elementos
de cantaria precisos, recorre-se frequentemente à micro-abrasão. Este método é mais preciso e, por isso,
mais facilmente controlável no que concerne à perda de matéria pétreo. É constituído por um micro jato
de 1,5 mm de diâmetro e 4 bar de pressão, projetando partículas de óxido de alumínio branco com 220
µm de diâmetro (Silva, 2012).

53
Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

b)

a)

Figura 4.18 – a) Sistema de projeção misto de patenteado EXASTRIP/EXA HDO em utilização na Igreja
de Nossa Senhora da Lapa, Porto; b) Equipamentos usados na remoção dos filmes negros pelo método
misto de projeção de partículas de carbonato de cálcio ou de hidrogenocarbonato de sódio .

Para além destes sistemas de projeção de água sob pressão e mistos, existem também métodos químicos.

Estes métodos químicos são viáveis na medida em que são eficazes, rápidos e muito menos dispendiosos
que os métodos descritos anteriormente. No entanto, requerem testes prévios pois podem originar efeitos
contraproducentes (Figura 5.19).

a) b) c)

Figura 4.19 – Ensaios prévios da aplicação de produto químico tensoativo que inclui na sua composição
ácido fluorídrico na eliminação de filmes negros na Igreja da Nossa Senhora da Lapa, Porto (Begonha,
2021).

Os produtos químicos só devem ser aplicados por técnicos especializados pois trata-se de ácidos
tensoativos, com ácido fluorídrico na sua composição, composto extremamente agressivo e volátil, pelo

54
Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

que as normas de proteção das áreas circundantes e de segurança dos operadores devem ser
obrigatoriamente implementadas.

A aplicação destes produtos químicos pode ser feita com pincel ou trincha (Figura 4.19a) resistentes a
ácido ou por pulverização a baixa pressão sobre a pedra previamente molhada com água, de modo a
evitar tanto quanto possível uma forte penetração do produto na rede porosa da mesma.

A sua remoção deverá ser realizada por técnicos de restauro experimentados em rochas graníticas. A
espessura e a composição químico-mineralógica dos filmes negros são variáveis, de maneira que a
aplicação dos produtos químicos deverá ser extremamente cuidadosa, de modo a evitar diferenças
cromáticas inestéticas.

A concentração dos produtos químicos deve ser a menor possível, de modo a proteger não só os materiais
pétreos, mas também a segurança dos operadores.

Os produtos não chegam a secar, uma vez que o período de atuação é curto, não ultrapassando em geral
os três a cinco minutos. Imediatamente após a aplicação do produto, as superfícies tratadas devem ser
lavadas abundantemente com água (Figura 4.19b). Para verificar se o produto químico foi eficazmente
retirado dos paramentos, pode utilizar-se papel de pH.

Todas as instruções do fabricante devem ser criteriosamente cumpridas. A sua eficácia na remoção dos
filmes negros é grande, no entanto, o produto químico ácido pode ser aplicado mais do que uma vez
sempre que a supressão deste tipo de deterioração assim o exigir (Figura 4.19c). É preferível aplicar
maior número de vezes o produto com concentrações mais baixas, do que uma única aplicação, mas
com concentração mais elevada.

A Figura 4.20 exibe duas imagens de um silhar de granito do Porto do Edifício da Câmara Municipal
do Porto, antes e depois da aplicação de um produto químico tensoativo com ácido fluorídrico na sua
composição, na metade direita do silhar.

a) Antes da aplicação do produto na metade b) Depois da aplicação do produto na metade


direita da pedra direita da pedra

Figura 4.20 – Ensaios prévios da aplicação de produto químico tensoativo que inclui na sua composição
ácido fluorídrico na eliminação de filmes negros no Edifício da Câmara Municipal do Porto (Begonha,
2021).

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Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

A aplicação de raios laser é um outro método recentemente utilizado, que já passou a fase experimental.
No método são emitidas ondas eletromagnéticas síncronas com o espaço e o tempo, permitindo atuar
com grande precisão e alta intensidade. Os raios provocam a micro fissuração dos filmes negros,
vaporizando-os instantaneamente. Porém, este método é muito dispendioso e necessita de pessoal
especializado. Além disso, é um método lento, não sendo eficiente em grandes superfícies. É muito útil
pela sua particular aptidão para limpezas de pormenor das partes esculpidas dos monumentos e obras de
arte escultóricas.

A Figura 4.21a mostra a aplicação do sistema de raios laser em pedras calcárias. A Figura 4.21b
apresenta um equipamento de raios laser fabricado por EOS Combo.

a) Remoção dos filmes negros com raios laser (b) Equipamentos utilizados

Figura 4.21 – a) Sistema de projeção de raios laser em utilização; b) Equipamento mais recente da
empresa EOS Combo.

Na proposta de tratamento da pedra do Mosteiro da Serra do Pilar, Madureira (2008), para remover os
filmes negros, sugere meios mecânicos ou a aplicação cuidadosa de produtos químicos ácidos, micro-
abrasão em pequenas superfícies ou métodos de projeção de partículas microscópicas de carbonato de
cálcio precipitado.

Begonha e Novais (2011), na proposta de intervenção e manutenção à pedra da Igreja do Mosteiro de


Travanca, concluem que os métodos abrasivos e os métodos químicos são ambos eficazes na remoção
dos filmes acastanhados (micro abrasão ou método misto e métodos químicos ácidos tensioativos)

Silva (2012), na proposta de tratamento do granito presente no Hospital de Santa Casa da Misericórdia
de Viana do Castelo, explica que nas áreas revestidas com os filmes castanhos-escuros, pode recorrer-
se a métodos abrasivos (micro abrasão e método misto patenteado com projeção de água e partículas
constituídas por carbonato de cálcio precipitado) ou a métodos químicos.

Mais recentemente, Vale (2020), na revista Caderno de Obra sobre o Teatro São João de Marques da
Silva, implementa a metodologia de limpeza a seco por projeção de micro-abrasivos (pó de carbonato
de cálcio, pressão reduzida).

56
Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

5
CONCLUSÕES

A consolidação é a técnica que permite impedir ou diminuir o ritmo de perda de material pétreo em
consequência da desagregação granular. É tanto mais eficaz quanto menor a concentração de minerais
de sais solúveis presentes na pedra.

O consolidante à base de ortossilicato de tetraetilo tem sido usado em pedras siliciosas, nomeadamente
o granito, com bons resultados e durabilidade que pode ultrapassar as duas décadas.

Em pedras carbonatadas, designadamente calcários, este produto foi igualmente aplicado, tendo-se
verificado, após alguns anos, o destacamento e queda de placas com espessura correspondente à zona
de impregnação do consolidante, não sendo por isso aconselhável o seu emprego. Não há ainda consenso
nos restauradores e conservadores o produto consolidante adequado aos calcários.

A nebulização é o método atualmente mais utilizado e que permite melhores resultados na eliminação
das crostas negras.

O método de água nebulizada consiste em orvalhar apenas a superfície da pedra, utilizando-se


presentemente dispositivos especiais compostos por uma bateria de braços articulados que direcionam
a água sobre as superfícies a limpar. Esta fase de dissolução das crostas negras, essencialmente
constituídas por gesso, pode demorar um período mais ou menos significativo, mas não exige a presença
permanente de técnicos no local.

O sistema de água nebulizada é completamente ineficaz na remoção dos filmes negros dada a ausência
de componentes solúveis na sua composição.

Os sistemas tradicionais de projeção de água sob pressão ou de projeção de partículas, principalmente


areia, não permitem o controlo de material removido em pedras revestidas por filmes negros dada a
pequena espessura dos mesmos (menos de 0.4mm). Devido ao risco elevado de se perderem quantidades
apreciáveis de material pétreo, estes métodos tradicionais não são autorizados pelas instituições
nacionais responsáveis pela salvaguarda do património arquitetónico.

57
Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

Os métodos de projeção mistos de água e partículas de diminutas dimensões sobre baixas pressões e o
método de limpeza química utilizando ácidos e produtos tensoativos são os dois tipos de processos de
eliminação de filmes negros mais aconselhados atualmente.

As duas técnicas são rápidas e eficazes, mas devem ser executadas por técnicos especializados e exigem
cuidados apertados em termos de segurança dos operadores e proteção ambiente.

Alguns dos métodos de projeção mista de água e partículas sob baixas pressões são extremamente caros,
mas permitem um controlo eficaz na remoção dos filmes negros sem perda significativa de material
pétreo. Apesar de serem métodos amigos do ambiente, todo o material resultante da limpeza deverá ser
recolhido e encaminhado para o sistema de tratamento de resíduos.

O método químico é eficaz, muito rápido e economicamente competitivo. Por empregar ácidos, todas
as regras de segurança para com os operadores e para a proteção da pedra e do ambiente devem ser
rigorosamente aplicadas, pelo que é preferível aplicar maior número de vezes o produto com
concentrações mais baixas, do que uma única aplicação, mas com concentração mais elevada.

58
Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

6
DIFICULDADES E TRABALHOS FUTUROS

6.1. DIFICULDADES

Ao longo desta dissertação foram sentidas algumas dificuldades devido à falta de informação sobre a
eficácia de alguns tratamentos. Visto que a conservação de edifícios e monumentos é um tema para ser
pensado a longo prazo e de extrema importância deveria haver um conhecimento mais aprofundado da
qualidade das técnicas e tratamentos a aplicar nas diversas deteriorações.

6.2. TRABALHOS FUTUROS

Para que os tratamentos e técnicas aplicadas na pedra sejam garantidamente eficazes é importante em
trabalhos futuros retirar conclusões quantitativas, comparando assim diversos métodos, analisando
quantitativamente a durabilidade dos produtos consolidantes e a perda de material e a facilidade de
remoção das crostas negras e dos filmes negros.

A partir desta conclusão, é proposto trabalhos futuros a executar na fase de intervenção a qualquer
edifício ou monumento :

- Tempo despendido a realizar o trabalho;


- Mão de obra necessária;
- Durabilidade do consolidante e hidrófugo em pedras afetadas por desagregação granular;
- Rendimento por metro quadrado das técnicas de remoção de crostas negras e filmes negros;
- Perda de material pétreo por metro quadrado em consequência das técnicas empregues na
remoção de crostas negras e de filmes negros;
- Custo à hora dos equipamentos utilizados;

59
Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

60
Técnicas e procedimentos de consolidação e remoção da deterioração em edifícios e monumentos de pedra

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