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Análise da Obra Mayombe

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Sobre o autor
Pepetela é o pseudônimo do angolano Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos, nascido em 29 de
outubro de 1941, na cidade de Benguela, no litoral do país. Na década de 1960, começou a cursar
engenharia, mudou para letras, mas acabou se decidindo pela política e passou a integrar o MPLA –
Movimento Popular para a Libertação de Angola, um dos vários movimentos que lutavam pela
independência do país, então uma colônia de Portugal.
Seria difícil resumir em um parágrafo o processo de luta que se estendeu por cerca de 15 anos, entre
os angolanos e portugueses, até a independência obtida em 1975. Para complicar, depois disso,
eclodiu uma guerra civil entre as duas principais forças políticas no país, o já citado MPLA e a Unita
– União Nacional Para a Independência Total de Angola, que durou até 2002. De qualquer modo,
é importante ressaltar que é esse panorama de conflito revolucionário e da história angolana que
marcam a literatura de Pepetela.
Por seu envolvimento político, o escritor teve de viver no exílio e só após a independência retornou
ao país, integrando o governo do presidente Agostinho Neto, como vice-ministro da Educação.
Nessa época, por sinal, lançou boa parte de sua obra, como "Muana Puó2 (1978), "As aventuras de
Ngunga" (1979) e "Mayombe" (1980). Este último livro, agora incluído na lista da Fuvest, retrata
a experiência do autor na guerra revolucionária, mostrando o convívio de guerrilheiros de diversas
origens étnicas e sociais em que se divide a nação angolana.
Ana Mafalda Leite, professora de literatura africana em português da Universidade de Lisboa,
considera
"Mayombe" uma obra ao mesmo tempo crítica e heroica, que destaca a diversidade étnica angolana e
ilustra as divisões tribais presentes naquele país e o levariam à guerra civil. Para a professora Leite, o
romance é ainda o relato do conflito que define a fundação da pátria. Mas é interessante acrescentar
a esse respeito a própria opinião do autor, para quem o texto seria uma simples reportagem sobre a
guerra, mas como o texto acabasse lhe parecendo muito frio, ele foi escrevendo mais e mais, até
transformá-lo num romance.
Em tempo, Mayombe, que dá título, ao romance que os candidatos ao vestibular da Fuvest devem ler
a partir de agora, é o nome de uma região montanhosa da África, que se estende por vários países,
entre os quais Angola, na província de Cabinda. E "Pepetela" significa cílios ou pestana, em uma das
línguas africanas de Angola, sendo uma referência a um dos sobrenomes do autor.
 

Resumo e análise
O romance Mayombe, escrito pelo angolano Pepetela, expõe um momento importante da história
política de Angola. A estória narrada é focada no personagem Sem Medo, um líder guerrilheiro que
comanda o seu pequeno contingente em meio a dificuldades, como o racismo, o tribalismo, o
oportunismo...
Ocorre uma representação da realidade mesclada com o ficcionário, já que movimentos guerrilheiros
lutavam pela libertação nacional contra o colonialismo português na década de 60 e estendido até
meados da década de 70, sendo conduzida efetivamente a independência em 75.
Tudo começou com a partilha da África por interesses Europeus numa conferência de Berlim em
1884-1885.
Neste momento, tribos aliadas foram separadas e tribos inimigas unidas. Assim, somente após a
Segunda Guerra Mundial as colônias foram conquistando a independência. Pepetela faz essa
transposição, de algo realmente vivido para o literário, a fim de mostrar aos leitores como foi
sua experiência durante a guerra de guerrilha e não para justificar, por meio dos documentos
históricos, os acontecimentos.
O Mayombe diz respeito a um exílio comunitário e, ao mesmo tempo, singular, onde cada um vive o
seu e, também, o outro, tendo uma permuta de experiências moradas e uma aquisição de conduta e
caráter para a formação de tais indivíduos. 
O exílio de Sem Medo é uma situação de fuga do passado, algo sentimental deixado para trás. Mas
esta fuga não é mais do que uma ilusão criada por ele, pois ele está preso ao exílio, suas memórias
estão sempre próximas, prendendo-o a este ciclo rotativo.
Assim, vemos que como comandante, Sem Medo faz do Mayombe de todos, o seu próprio, contudo
tendo um toque de desraizamento com este local. Isso mostra que há uma busca incessante por uma
identidade, sendo formada por passagens obscuras e objetivas, em que esta busca não terminou antes
e nem depois do Mayombe.
Um exílio sentimental mostra ser mais doloroso e mais sombrio para a pessoa que carrega esse
fardo; para abstrair essa ideia do passado, ela usa as atividades atuais como algo que possa ocupar
sua mente, afastando da sua memória recordações do passado que infrinja o seu presente e,
principalmente, seu futuro, um futuro incerto que, dependendo da dor, pode direcionar o caminho a
total desgraçada.
Por esse motivo, percebemos que o exílio é algo que deve ser visto por diferentes perspectivas, pois,
ainda que o exílio seja algo penoso e torturante, ele, indiretamente, pode auxiliar na formação do
indivíduo. Entretanto, o indivíduo deve estar receptivo ao aprendizado, até mesmo em momentos
difíceis e não se torturando mentalmente.
Ou seja, o exílio é uma bela arma para a construção de uma nova identidade do indivíduo no espaço
em que pertence, já que a antiga se mantém em fragmentos como em um segundo plano, ativada,
apenas, em momentos chaves. Assim, só depende do indivíduo superar e seguir em rumo à paz
interior ou fracassar e viver amargurado.

Mayombe
Por: Daniela Diana / Professora licenciada em Letras

Mayombe é um romance do escritor angolano Pepetela que foi publicado em 1980.


A obra recebe esse nome pois faz referência a uma região da África Ocidental que inclui
os países:
 Angola (província da Cabinda)
 República do Congo
 República Democrática do Congo
 Gabão
Estrutura da Obra
Mayombe é constituída por seis capítulos:
 A Missão
 A Base
 Ondina
 A Surucucu
 A Amoreira
 Epílogo
Personagens
Os personagens que fazem parte da obra são:
 Teoria: professor da base pertencente ao MPLA. É filho de um português com uma
africana.
 Comissário: um dos líderes políticos do MPLA chamado João.
 Chefe de Operações: um dos líderes do MPLA.
 Sem Medo: o comandante do MPLA.
 Lutamos: guerrilheiro do MPLA.
 Verdade: guerrilheiro do MPLA.
 Muatiânvua: guerrilheiro do MPLA.
 Ekuikui: guerrilheiro do MPLA.
 Pangu-A-Kitina: guerrilheiro do MPLA.
 Milagre: guerrilheiro do MPLA.
 Ingratidão do Tuga: guerrilheiro do MPLA.
 Vewê: guerrilheiro do MPLA.
 Mundo Novo: guerrilheiro do MPLA.
 André: primo do comandante, responsável pelo envio de alimentos à Base.
 Ondina: professora e noiva do Comissário.
Resumo por Capítulo
A história do livro tem como cenário Angola nos anos 70, período que marca as lutas
pela independência do país.
No primeiro capítulo intitulado “A Missão”, os guerrilheiros no Movimento Popular de
Libertação de Angola (MPLA) chegam à selva de Mayombe.
O intuito principal era lutar com os exploradores, que estavam retirando madeira da
região, e preparar uma emboscada para atacar o exército colonial.
Nesse momento, raptaram alguns dos trabalhadores. O intuito não era feri-los já que
eles eram africanos também.
Assim, o comandante lhes explicou sobre a exploração de suas terras e o benefício que
recebiam os portugueses ou colonizadores. No dia seguinte, todos foram libertados.
Na emboscada preparada pelos guerrilheiros, alguns adversários foram mortos. No
entanto, saíram antes, visto o número de pessoas que estavam no exército dos
colonizadores.
O segundo capítulo, intitulado “A Base”, faz referência à base de guerrilheiros do
MPLA que fora construída na floresta de Mayombe. Chegam ao local oito novos
guerrilheiros.
Nesse momento da obra começamos a notar algumas divergências entre as ideias do
Comissário e do Comandante. Isso deixou alguns guerrilheiros preocupados com o foco
da operação. Por fim, eles se entenderam.
A falta de alimento foi um dos momentos narrados pelo autor. André, primo do
comandante, era encarregado de levar alimentos à base.
Despreocupado com a situação dos guerrilheiros, André acabou levando mantimentos
para poucos dias. Esse fato deixou o Comandante incomodado.
O terceiro capítulo recebe o nome da noiva do Comissário: "Ondina". O
relacionamento deles era complicado. Ela era professora e lecionava na cidade de
Dolisie. Ambos fingiam ter atração e prazer sexual pelo outro.
A base dos guerrilheiros sofria com a ausência de abastecimento de mantimentos. E,
claro, as discussões e desentendimentos entre os chefes e os guerrilheiros aumentavam
cada vez mais.
Com isso, a ideia de tirar André de sua posição era a mais importante. Para tanto, André
foi pego com Ondina, a noiva do Comissário.
Ela deixou uma carta para seu ex-noivo lhe dizendo que deixaria a cidade de Dolisie. Na
maior parte do capítulo, o Comissário revela suas histórias amorosas e sua relação com
Ondina.
Curiosamente, quando o Comissário vai ao encontro de Odina, eles se sentem atraídos e
fazem amor de uma maneira diferente de todas as outras. Ele diz a ela que não é
necessário abandonar a cidade por conta disso.
Pelo ato desonroso e por pertencerem a duas tribos diferentes (Kikongo e Kimbundo), o
Comissário enviou André para Brazaville para ser julgado. Vale lembrar que nesse
capítulo um dos guerrilheiros (Ingratidão) foge da base.
No quarto capítulo, intitulado "A Surucucu", é revelado o suposto ataque dos tugas à
base de guerrilheiros e o planejamento do contra-ataque.
Em grande parte do capítulo eles focam na preparação e estratégias do MPLA. Dois
grupos se dividiram, sendo que o Comandante lideraria um grupo pelo rio e o Chefe de
Operações pelas montanhas.
No entanto, quando encontram com Teoria, este revela que não ocorrera nenhum
ataque. Ele explicou que estava próximo do rio e viu uma cobra surucucu.
Diante disso, ele atirou nela. Vewê, um dos companheiros que ouvira o tiro, ficou
desesperado e logo correu para pedir ajuda.
No quinto capítulo, "A Amoreira", Mundo Novo foi nomeado chefe em Dolisie. O
Comandante Sem Medo recebeu a notícia de que seria transferido para leste. O
Comissário ficou encarregado de chefiar o ataque aos Tugas no Pau Caído.
O grupo de guerrilheiros seguia em direção ao Pau Caído. Dormiram próximo do local,
que seria atacado pela manhã. A maior parte do ataque correu como esperado, de forma
que conseguiram atingir grande parte da base dos colonizadores.
No entanto, Lutamos, da tribo dos Cabindas, foi morto e dois guerrilheiros ficaram
feridos. Mais tarde, Sem Medo foi atingido no ventre e acabou por morrer também.
O nome "A Amoreira" faz referência a um dos pensamentos de Sem Medo antes de
morrer, que comparou seu tronco único com os homens. Por fim, o Comissário ordenou
que cavassem um túmulo para os dois mortos ali mesmo.
Além disso, fez questão de ressaltar que dois homens de tribos diferentes (Cabinda e
Kikongo) foram mortos para salvá-lo. Ele que era de outra tribo: Kimbundo.
No "Epílogo" da obra, o Comissário reflete sobre a morte do Comandante Sem Medo.
Por fim, ele é enviado para leste no lugar do Comandante.
Análise da Obra
O romance Mayombe se aproxima de um texto documental ou de reportagem. Isso
porque Pepetela nos apresenta as lutas entre os guerrilheiros angolanos e as tropas
portuguesas durante a libertação do país.
O autor do livro ressalta a dificuldade dos guerrilheiros, enfatizando as diferenças e as
rivalidades entre as tribos. Muitas vezes, esse problema gera a falta de um ideal entre
todos.
Portanto, Pepetela deixa claro que as rivalidades devem ser deixadas de lado. Pois, os
sentimentos, as angústias, os medos são de todos.
Através do cotidiano no MPLA, Pepetela recria de forma inovadora os conflitos e os
momentos de reflexão de todos que lutavam por um país livre.
De tal modo, o conflito aqui não é somente com os portugueses, mas sim entre eles. A
liberdade é o foco de todos, no entanto, a realidade é marcada pelas diferenças sociais e
culturais de cada grupo.
Assim, ele aborda sobre uma Angola que almeja a libertação, ao mesmo tempo que
demostra a falta de unidade de seus grupos.
A obra apresenta um narrador onisciente e onipresente, que narra os eventos em terceira
pessoa. Todavia, em alguns trechos, ela é narrada em primeira pessoa pelos
guerrilheiros do movimento.
Sendo assim, o romance é marcado pela polifonia, ou seja, as diversas vozes de seus
personagens. O tempo da narrativa é cronológico, donde as ações apresentam uma
linearidade.
Trechos da Obra
Para conhecer a linguagem utilizada pelo autor em sua obra, confira abaixo alguns
trechos:
Capítulo I: A Missão
"Eu, O Narrador, Sou Teoria.
Nasci na Gabela, na terra do café. Da terra recebi a cor escura de café, vinda da mãe,
misturada ao branco defunto do meu pai, comerciante português. Trago em mim o
inconciliável e é este o meu motor. Num Universo de sim ou não, branco ou negro, eu
represento o talvez. Talvez é não, para quem quer ouvir sim e significa sim para quem
espera ouvir não. A culpa será minha se os homens exigem a pureza e recusam as
combinações? Sou eu que devo tornar-me em sim ou em não? Ou são os homens que
devem aceitar o talvez? Face a este problema capital, as pessoas dividem-se aos meus
olhos em dois grupos: os maniqueístas e os outros. É bom esclarecer que raros são os
outros, o Mundo é geralmente maniqueísta."
Capítulo II: A Base
"O Mayombe tinha aceitado os golpes dos machados, que nele abriram uma clareira.
Clareira invisível do alto, dos aviões que esquadrinhavam a mata, tentando localizar
nela a presença dos guerrilheiros. As casas tinham sido levantadas nessa clareira e as
árvores, alegremente, formaram uma abóbada de ramos e folhas para as encobrir. Os
paus serviram para as paredes. O capim do teto foi transportado de longe, de perto do
Lombe. Um montículo foi lateralmente escavado e tornou-se forno para o pão. Os paus
mortos das paredes criaram raízes e agarraram-se à terra e as cabanas tornaram-se
fortalezas. E os homens, vestidos de verde, tornaram-se verdes como as folhas e
castanhos como os troncos colossais. A folhagem da abóbada não deixava penetrar o
Sol e o capim não cresceu em baixo, no terreiro limpo que ligava as casas. Ligava,
não: separava com amarelo, pois a ligação era feita pelo verde."
Capítulo III: Ondina
"— O amor é assim. Se se torna igual, a paixão desaparece. É preciso reavivar a
paixão constantemente. Eu não o sabia ainda, deixei-me convencer pela vida sem
histórias que levávamos. Vês a vida dum empregado de escritório em Luanda? Está
bem que tinha o trabalho clandestino, a Leli começava a interessar-se, estudávamos
juntos o marxismo. Mas sentimentalmente tínhamos parado. Chegámos à estabilidade.
A culpa foi minha que me acomodei à situação, que não me apercebi que a rotina é o
pior inimigo do amor. Mesmo na cama nos tornámos rotineiros. Depois apareceu o
outro, metido a poeta, fazendo-lhe versos, falando bem. Tocou na corda sentimental
dela. Toda a mulher gosta de ser a musa dum poeta."
Capítulo IV: A Surucucu
"— Também eu, Ondina. Isso é que me enraivece. Queremos transformar o mundo e
somos incapazes de nos transformar a nós próprios. Queremos ser livres, fazer a nossa
vontade, e a todo o momento arranjamos desculpas para reprimir os nossos desejos. E
o pior é que nos convencemos com as nossas próprias desculpas, deixamos de ser
lúcidos. Só covardia. É medo de nos enfrentarmos, é um medo que nos ficou dos tempos
em que temíamos Deus, ou o pai ou o professor, é sempre o mesmo agente repressivo.
Somos uns alienados. O escravo era totalmente alienado. Nós somos piores, porque nos
alienamos a nós próprios. Há correntes que já se quebraram mas continuamos a
transportá-las connosco, por medo de as deitarmos fora e depois nos sentirmos nus."
Capítulo V: A Amoreira
"A amoreira gigante à sua frente. O tronco destaca-se do sincretismo da mata, mas se
eu percorrer com os olhos o tronco para cima, a folhagem dele mistura-se à folhagem
geral e é de novo o sincretismo. Só o tronco se destaca, se individualiza. Tal é o
Mayombe, os gigantes só o são em parte, ao nível do tronco, o resto confunde-se na
massa. Tal o homem. As impressões visuais são menos nítidas e a mancha verde
predominante faz esbater progressivamente a claridade do tronco da amoreira gigante.
As manchas verdes são cada vez mais sobrepostas, mas, num sobressalto, o tronco da
amoreira ainda se afirma, debatendo-se. Tal é a vida. E que faz o rosto do mecânico ali
no tronco da amoreira! Sorri para mim."
Capítulo VI: Epílogo
"O Narrador Sou Eu, O Comissário Político.
A morte de Sem Medo constituiu para mim a mudança de pele dos vinte e cinco anos, a
metamorfose. Dolorosa, como toda metamorfose. Só me apercebi do que perdera
(talvez o meu reflexo dez anos projetado à frente), quando o inevitável se deu.
Sem Medo resolveu o seu problema fundamental: para se manter ele próprio, teria de
ficar ali, no Mayombe. Terá nascido demasiado cedo ou demasiado tarde? Em todo o
caso, fora do seu tempo, como qualquer herói de tragédia.
Eu evoluo e construo uma nova pele. Há os que precisam de escrever para despir a
pele que lhes não cabe já. Outros mudam de país. Outros de amante. Outros de nome
ou de penteado. Eu perdi o amigo."
Quem é Pepetela?

Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos, conhecido pelo pseudônimo de Pepetela, é
um escritor africano. Ele nasceu na cidade de Benguela, Angola, em 29 de outubro de
1941.
Em 1969, participou da luta de libertação angolana, em Cabinda. Nesse momento,
adotou o nome de guerra: Pepetela.
Além de diversos romances, ele escreveu crônicas e peças de teatro. Em 1997, Pepetela
recebeu o "Prêmio Camões".
Quer saber mais sobre o continente africano e sua história? Leia os artigos:
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 África Portuguesa
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