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I SÉRIE - Número 51
,
BOLETIM DA REPUBLICA
PUBLICAÇÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
AVISO
A presente Constituição reafirma. desenvolve e aprofunda 1. A nacionalidade moçambicana pode ser originária ou
ndquirida.
os princípios fundamentais do Estadu moçambicano, consagra
o carácter soberano do Estado de Direilo Democrático, 2. Os requisitos de atribuição, aquisiçao, perda e reaqut.
baseado no pluralismo de expressão. organizaç3o partidária sição da nacionalidade são determinados pela Constituição c
regulados por Iei.
e no respeito e garantia dos direitos e liberdades fundamentais
dos cidadãos. ARTIGO 6
(TerrItório)
A ampla participação dos cidadãos na fei~ra da Lei
L O território da República de Moçambique é uno, indi-
Fundamental traduz o consenso resultante da sabedoria de visível e inaljenãvel, abrangendo toda a superfície terrestre,
todos no reforço da democracia e da unidade nacional. a zona marítima e o espaço aéreo delimitados pelas Iron-
teirus nacionais.
Aanoo8 AR:rIGO 14
A República de MOÇambique é um Estude)' unitário. que A Reptíblica de Moçambique válortza a. luta heróica e a
respeita na. sua organização os princípios da autonomia das resistência secular do povo moçambicano contra a dominaçilo
estrangeira.
autarquias locais.
AI\TKlO 15
Aanco 9
(Ungu •• nacional.) (UlMrtaÇ'1onacional, ctttel.~•• ober.nf. e da democracla)
O Estado va[oriu as Iíngulli nacíonals como património L A Republica de Moçambique reconhece e valoriza os
cultural e educapional e promove o seu desenvolvimento e Sftcriffcios daqueles que consagraram as suas vida8 à luta de
utilização crescente como J{nguas veiculares da nossa libertação nacional. à defesa da soberania e da democracia.
identidade.
2. O Estado assegura protecção especial aos que ficaram
ARTIGO 10 deficientes na luta de libertação nacional. assim COQ1Oaos
õrfêos e outros dependentes daqueles que morreram nesta
(Lfngua oflolal) causa.
Na Repnbtlce de Moçambique a lrngua portuguesa é II 3. A lei determina os termos de efectivação dos direitos
língua oficial. fixados no presente anigo.
ARTIGO II
ARTIGO 16
(ObJectlvos fundamentais)
(Penolen1H de 'lu.,,..)
o Estado moçambicano tem corno objectivos
mentais: funda- 1. O Estado eseegura protecção especial aos que ticaram
deficientes durante o conflito armado. que terminou COm
a) a defesa .da independência e da soberania;
assinatura do Acorde Geral de Paz em 1992, bem como. aos
b) a consolidação da unidade nacional; 6rfilos e outros dependentes dfrecros.
c) 11 edificação de uma sociedade de justiça social e a 2. O Estado protege igualmente 0& que ficaram deficientes
criação do bem-est6r material, espiritual e de em cumprimento. de serviço pübflco ou em acto humanitário.
qualidade de vida dos cidadãos;
3. A lei determina oe termos de efectivação dos direitos
d) li. promoção do desenvolvimento equilibrado, econõ- fixados no presente artigo.
mico, social e regioníll do paIs;
e) 11. defesa ti a promoção dos direitos humanos e da CAPiTULO II
igualdade dos cidadaos perante a lei; Politica externa e direito Internacional
fJ o reforço da democracia, da liberdade, da estabilidade
social e da harmonia social e individual; ARTIGO 17
g) a promoç40 de uma socíedede de pluralismo, tale- (R.'at96h lnternacfcmala)
J'incia e cultura de paz;
L A Repl1blica de Moçambique earebelece relações de
h) o desen,"olvimento dtt economia e o progresso da amizade e Cooperação COITl outros Estados na. base dos
ciência e da técnica; princIpios de respeito mútuo peja soberania ~ integridade
i) a afirmação da identlouJ", 'lIuçambicanl1, das suas territorial. igutlldade. nito interferênoilt nos assuntos lnternos
tradições e demuí:-. \;lluleS sócio.culturllis; e reciprocidade de benefícios.
J) o estabelecimento e desel'lvolvimento de relaçôell 2. A Repúbliça de Moç/tmbique aceita. observa e aplica
de 'amizade e oooperaçilo com outros povos e os princIpias da Carta da Organizaçilo das NaÇPes Unidas e
Estados. da Carta da União Africana.
Aartoo 12 Aerroo 18
(!ltadO 1"-:0) (Direito Intemllclonal)
1. A Repúblioa de Moçambique é um BstndQ laico.
J. 08 tratados e acordos internacionais, validamente apro--
2. A Iqicidade assenta na llepara9io entre o Estado e as vados e ratificados, vigoram na ordem jurldlca moçambicana
confissões religiosll3.
após a sua publicação oficial c enqUAnto vincularem Inter-
nacionalmente o Estado de Mo~mbi'lue.
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2. As normas de direito internacional têm na ordem jurí-
dica interna O mesmo valor que assumem os actos normativos c) os que tinham domicilio em Moçambique à data da
ínfraconstituclonaís emanados da Assembleia da República independência e não lenham optado, expressa ou
e do Governo, consoante a sua respectiva forma de recepção. tacitamente, por outra nacionalidade.
2. São moçambicanos, ainda que nascidos em território
ARTIGO 19 estrangeiro, os filhos de pai ou mãe moçambicanos ao
(Solidariedade Internacional) serviço do Estado fora do país.
1. A República de Moçambique solidariza-se com a luta 3. São moçambicanos os filhos de pai ou mãe de nacio-
dos povos e. Estados africanos, peja unidade, liberdade, nalidade moçambicana ainda que nascidos -em território
dignidade e direito ao progresso económico e social. estrangeiro, desde que expressamente, sendo maiores de
dezoito anos de idade, ou pelos seus representantes legais,
2. A República de Moçambique busca o reforço das se forem menores daquela idade, declararem que pretendem
relações com países empenhados na consolidação da inde- ser moçambicanos.
pendência nacional, da democracia e na recuperação do uso
e controlo das riquezas naturais a favor dos respectivos ARTIGO 24
povos. (Principio da territorialidade)
3. A República de Moçambique associa-se a todos os 1. São moçambicanos os cidadãos nascidos em Moçam.,
Estados na luta pela instauração de uma ordem económica bique após a proclemeção da independência.
justa e equitativa nas relações internacionais.
2. Exceptuam-se os filhos de pai e mãe estrangeiros
ARTIGO 20 quando qualquer deles se encontre em Moçembíquc ao
serviço do Estado a que pertence.
(Apolo à liberdade dos povos e aailo)
3. Os cidadãos referidos no número anterior somente têm
1. A República de Moçambique apoia e é solidária com a nacionálidllde moçambícane se declararem por si, sendo
a luta dos povos pela libertação nacional e pela democracia. maiores de dezoito anos de idade, oú pelos seus represen-
2. A República de Moçambique concede asilo aos estran- tantes legais, sendo menores daquela idade, que querem ser
geiros perseguidos em razão da sua luta pela libertação moçambicanos.
nacional, pela democracia, pela paz e pela defesa dos 4. O prazo para II declaração referida no número anterior
direitos humanos. é de um ano, a contar da data do nascimento ou daquela
3. A lei define o estatuto do refugiado político. em que o interessado completar dezoito anos de idade, con-
forme /I declaração seja feita, respectivamente, pelo repre-
ARTloo21 sentante legal ou pelo prõprío.
(LaçO$ esptlelaJs de amizade e 000pera9l0)
ARTIGO 25
A República de Moçambique mantém laços especiais de (Por maioridade)
amizade e cooperação com os países da região, com os
países de língua oficial portuguesa e Com os países de São moçambicanos os indivíduos que preenchendo os
acolhimento de emigrantes moçambicanos. pressupostos da nacionalidade originária, não a tenham adqui-
rido por virtude de opção dos seus representantes legais,
ARTIGO 2.2 desde que, sendo maiores de dezoito anos de idade e até
(Politica de paz) um ano depois de atingirem a maioridade, declarem, por si,
que pretendem ser moçambicanos.
L A República de Moçambique prossegue uma política
de paz, s6 recorrendo à força em caso de legítima defesa. CAPíTULO II
2. A República de Moçambique defende a primazia da Naelonalidade adquIrida
solução negociada dos conflitos.
3. A República de Moçambique defende o princípio do ARTIGO26
desannamentu geral e universal de todos os Estados. (Por ea •.•mento)
4. A República de Moçambique preconiza a transformação L Adquire II nacionalidade moçambicana o estrangeiro ou
do Oceano índico em zona desnuclearizada e de paz. a estrangeira que tenha contraído casamento com moçam-
bicana ou moçambicano há pelo menos cinco anos, salvo nos
TITULO II casos de apátrida, desde que, cumulalivamente:
Nacionalidade a) declare querer adquirir a nacionalidade moçam-
bicana;
CAPíTULO I
b) preencha os requisitos e ofereça as garantias fixadas
Nacionalidade originária por lei.
a) os filhos de pai ou mãe que tenham nascido em 1. Pode ser concedida a nacionalidade moçam6icana por
Moçambique; naturalização aos estrangeiros que, à data da apresentação
do pedido, reúnam cumulativamente as seguintes condições:
b) os filhos de pais apátridas, de nacionalidade des-
conheçida ou incógnita; a) residam habitual e regularmente há pelo menos dez
anos em Moçambique:
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b) sejam maiores de dezoito anos;
CAPfTULO IV
c) conheçam o português ou uma Ungu.ll moçembicene:
Prevalancla da nacionalidade e registo
âJ possuam capacidade para reger a sua pessoa e asse-
gurar 11 li 1.lQ. subsistência; ARTIGO 33
e) lenham Idoneidade cl'vlca; (~16n91.l;I. n8OIonllll:l.d.
mG91'mbicana)
fJ preencham os requisitos e ofereçam as garantias Não é reconhecida nem produz efeitos na ordem Jurfdica
fixadas por lei. interna qualquer outra nacíonalídade aos indiv{duos que. nos
termos do ordenamento Jurfclic;o da República de Moçam-
2. Os requisitos constantes das alrnees j'f) e c) são dís-
bique, sejam moçambicanos,
pensados Aos estrangeiros que tenham prestado relevantes
serviços eo Estado moçarhbicano, nos termos fixados na lei. ARTIOQ 34
ARTlGO 28
(""ll' ••••)
1. Os cidadãos gozam da liberdade de praticar ou de não 3. Nenhum cidadão pode ser julgado mais do que uma vez
praticar uma religião. pela prática do mesmo crime, nem ser punido com pena não
prevista na lei ou com pena mais grave do que a estabelecida
2. Ninguém pode ser discriminado, perseguido, prejudi- na lei no momento da prática da infracção criminal.
cado, privado de direitos, beneficiado ou isento de deveres
por causa da sua fé, convicção ou prática religiosa. ARTIGO 60
3. As confissões religiosas gozam do direito de prosseguir (Apllcaçio da lei erlmlnl;l)
livremente os seus fins religiosos, possuir e 'adquirir bens
para a materializ.ação dos seus objectivos. L Ninguém pode ser condenado por acto não qualificado
4. É assegurada a Protecção aos locais de culto. Gomo crime no momento da sua pratica.
S. Ê garantido o direito à objecção de consciência nos 2. A lei penal s6 se aplica retroactivamente quando disso
termos da lei. resultar benefício ao arguido.
ARTIGO 55 ARTIGO 61
(Uberdade de rea/dinela (I de clreula9ão) (Llml," da. penas e das medIdas de .egurança)
1. Todos os cidadãos têm o direito de fixar residência em L São proibidas penas e medidas de segurança privativas
qualquer parte do território nacional. ou restritivas da liberdade com carácter perpétuo ou de
2. Todos os cidadãos são livres de circular no-interior e duração ilimitada ou indefinida.
pa'Ta exterior do território nacional, excepto os judicialmente 2. As penas não são transmissfveis.
privados desse direito.
3. Nenhuma pena implica II perda' de quaisquer direitos
CAPfTULO III civis. profissionais ou poHticos, nem priva o condenado dos
seus direitos fundamentais, salva as limitações inerentes ao
Direitos, liberdade. e garantlss IndivIduais
sentido da condenação e às exigências especificas da res-
ARTIGO 56 pectiva execução.
(Prlncfplo. gerala)
ARTIGO 62
t. Os direitos e liberdades individuais são dírectamerue (Ace •• o lO. tribunais)
aplicáveis, vinculam as entidades páblicas e privadas, são ,
garantidos pejo Estado, e devem ser exercidos no quadro da l. O Estado garante o acesso dos cidadãos aos tribunais
Constituiçao e das leis. e garante aos arguidos o direito de defesa e o direito à
assistência jurídica e petrocrnic judiciárilLl.
2. O exercício dos direitos e liberdades pode ser limitado
em razão da salvaguarda de outros direitos ou interesses 2. O arguido tem o direito de escolher livremente o seu
Protegidos pela Constituíçao. defensor para o assistir em todos os actos do processo,
3. A lei só pode limitar os direitos, liberdades e ganlntills devendo ao arguido que por razões económicas não passa
nos casos expressamente previstos na Constituição. constituir advogado ser assegurada à adequada assistência
Jurrdica e patrocínio judicial.
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ARTIGO 63
ARTIGO 67
(Mandato judlçlal e advocaçja)
(Extradição)
L O Estado assegura a quem exerce o mandato judicial, as
imunidades necessárias ao seu exercício e regula o patrocínio 1. A extradição sô pode ter lugar por decisão judicial.
forense, como elemento essencial à administração da justiça. 2. A extradição por motivos políticos não é autorizada.
2. No exercício das suas funções e nos limites da lei, 3. Não é permitida a extradição por crimes a que corres-
são invioláveis os documentos, a correspondência e outros ponda na lei do Estado requisitante pena de morte ou prisão
objectos que tenham sido confiados ao advogado pelo seu perpétua, ou sempre que fundadamente se admita que o
constituinte, que tenha obtido para defesa deste ou que extraditando possa vir a ser sujeito a tortura, tratamento
respeitem à sua profissão. desumano. degradante ou cruel.
3. As buscas, apreensões ou Outras diligências similares 4. O cidadão moçambicano não pode ser expulso ou
no escrit6rio ou. nos arquivos do advogado só podem ser extraditado do território nacional.
ordenadas por decisão judicial e devem ser efectuadas na
ARTIGO 68
presença do juiz que as autorizou, do advogado e de um
representante da ordem dos advogados, nomeado por esta (Inviolabilidade do domIcílio 8 da correspondência)
para o efeito, quando esteja em causa a prática de facto. 1. O domicílio e a correspondência ou outro meio de
ilfcita punível com prisão superior a dois anos e cujos comunicação privada são inviolãveis, salvo nos casos espe-
indícios imputem ao advogado a Sua prática. cialmente previstos na lei.
4. O advogado tem o direito de comunicar pessoal e reser- 2. A entrada no domicílio dos cidadãos contra a sua
vadamente com o seu patrocinado. mesmo quando este se vontade s6 pode ser ordenada pela autoridade judicial
encontre preso ou detido em estabeíeçlmcnro civil ou militar. cornpeteme, nos casos e segundo as formas especialmente
5. A lei regula os demais requisitos relativos ao mandato previstas na lei.
judicial c a advocacia.
3. Ninguém deve entrar durante a noite no domicnio de
ARTIGO 64 qualquer pessoa sem o seu consentimento.
(Prlaio preventIva) ARTlc.;O 69
1. A prisão preventiva sõ é permitida nos casos previstos (Direito de Impugnaçao)
na lei. que fixa os respectivos prazos.
O cidadão pode impugnar os actos que violam os seus
2. O cidadão sob prisão preventiva deve ser apresentado direitos estabelecidos na Constituição e nas demais leis.
no prazo fixado na lei à decisão de autoridade judicial, que
é a única competente para decidir sobre a validação e a ARrIGO 70
manutenção da prisão. (Direito de recorrer aos tribunais)
3. Toda a pessoa privada da liberdade deve ser informada O cidadão tem o direito de recorrer aos tribunais contra
imediatamente e de forma compreensível das razões da sua os actos que violem os seus direitos e interesses reconhecidos
prisão ou de detenção e dos seus direitos. pela Constituição e pela lei.
4. A decisão judicial que ordene ou mantenha uma medida
ARTIGO 71
de privação da liberdade deve ser logo comunicada a
(utllizaçio da Informática)
parente ou pessoa da confiança do detido. por estes indicados.
1. É proibida a utilização de meios informá'ticos para
ARTIGO 65
registo e tratamento de dados individualmente identificáveis
(Princípios do processo criminal) relativos às convicções políticas, filosóficas ou ideológicas,
1. O direito à defesa e a julgamento em processo criminal à fé religiosa, ii filiação partidária ou sindical e à vida
privada.
é inviolável c é garantido a todo o arguido.
2.As audiências de julgamento em processo criminal são 2. A lei regula a protecção de dados pessoais constantes
públicas. salvo quando a salvaguarda da intimidade pessoal, de registos informáticos, as condições de acesso aos bancos
familiar. social ou da moral, ou ponderosas razões de de dados, de constituição e utilização por autoridades públicas
segurança da audiência ou de ordem pública aconselharem e entidades privadas destes bancos de dados ou de suportes
informáticos.
a exclusão ou restrição de publicidade.
3. São nulas todas as provas obtidas mediante tortura, 3. Não é permitido o acesso a arquivos. ficheiros e regis-
coacção, ofensa da integridade física 9u moral da pessoa, tos informáticos ou de bancos de dados para conhecimento
abusiva intromissão na sua vida privada e familiar, no de dados pessoais relativos a terceiros, nem a transferência
domicílio. na correspondência ou nas telecomunicações. de dados pessoais de um para outro ficheiro informático
pertencente a distintos serviços ou instituições, salvo nos
4. Nenhuma causa pode ser retirada ao tribunal cuja casos estabelecidos na lei ou por decisão judicial.
competência se encontra estabelecida em lei anterior, salvo
nos casos especialmente previstos na lei. 4. Todas as pessoas têm o direito de aceder aos dados
coligidos que lhes digam respeito e de obter a respectiva
ARTJnO 66 rectificação.
(HallelUl corpus) ARTIGO 72
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2. Sempre que se verifique sUspensão ou limitaç1\o de
liberdades ou de garantias, elas têm um carácter geral e 2. As orgllnizações sociais contribuem parti ti rcuttznçn«
abstracto e devem especificar a dun\ção e a base legal em dos direitos e liberdades dos cidadãos, bem como puni a
Que assenta. elevação da consciência individual e colectiva no cumpri,
mento dos devores cívicos.
CAPíTULO IV
ARTIGO 79
Direitos, liberdades e garantias de partlclpaçlo
(Direito de petIção. qUE!ixae reclam.,iio)
politica
Todos os cidadãos têm direito de apresentar petições,
AKTIGO 73 queixas e reclamações perante autoridade competente puni
(Sufrágio universal) exigir o restabelecimento dos seus direitos violados ou em
O povo moçambicano exerce o poder político através do defesa do interesse geral.
sufrágio universal, directo, igual, secreto e periódico para a
ARTIGO 80
escolha dos seus representantes, por referendo sobre as
(Direito de r&8lstênclll)
grandes questões nacionais e pela permanente participação
democrática dos cidadãos na vida da Nação. O cidadão tem o direito de não acatar ordens ilegais ou
ARTIGO 74
que ofendam os seus direitos, liberdades e garantias.
(Partidos pOliticas. pluralismo) ARTIGO 81
1. Os partidos eXpressam o pluralismo político, COncorrem (DIreito de acçio popular)
para a formação e manifestação da vnntade popular e silo 1. Todos os cidadãos têm. pessoalmente ou através de
instrumento fundamental para a participação democrãüce associações de defesa dos interesses em causa, o direito de
dos cidadãos na governação do país. acção popular nos termos da lei.
2. A estrutura interna e o funcionamento dos partidos
polfticos devem ser democráticos. 2. O direito de acção popular compreende, nomeadamente:
a) o direito de requerer para o lesado ou lesados as
ARTIGO 75
indemnizações a que tenham direito;
(Formaçii~ de partidos políllC08)
b) o direito de promover a prevenção, a cessação ou a
1. No profundo respeito pela unidade nacional e pelos perseguição judicial das infracções contra a saúde
valores democráticos, os partidos políticos são vinculados pública, os 'direitos dos consumidores, a prescr-
aos princípios consagrados na Constituição e na lei. vação, do ambiente e o património cultural;
2. Na sua formação e na realização dos seus objectivos c) o direito de defender os bens do Estado e das autar-
os pettidos políticos devem, nomeadamente: quias locais,
a) ter âmbito nacional;
b) defender os interesses nacionais; CAPíTULO V
c) contribuir para a formação da opinião pública, em Direitos e deveres económicos, sociais e culturais
particular sobre as grandes questões nacionais;
ARTIGO 82
ti) reforçar o espírito patriótico dos cidadãos e a consc-
lidação da Nação moçambicana. (DIreIto de proprIedade)
3. Os partidos polítícos devem contribuir, através da edu- I. O Estado reconhece e garante o direito de propriedade.
cação política e cívica dos cidadãos, para a paz e estabilidade 2. A expropriação só pode ter lugar por causa de noces-
do país.
sidade, utilidade ou interesse públicq's, definidhs nos termos
4, A formação, a estrutura e o funcionamento dos partidos da lci e dá lugar a justa indemnização.
políticos regem-se por lei.
ARTIGO 83
ARTIGO 76 (DI relia • herança)
(Denomlnaçlo)
O Estado reconhece e garante, nos termos da lei.o dlreho
É proibido o uso pelos partidos políticos de dcnominações à herança.
que contenham expressões directamente relacionadas com
ARTIGO 84
quaisquer confissões religiosas ou igrejas ou a utilização de
embl,emas que se confundem com símbolos nacionais ou (Direito ao trabalho)
religiosos,
1. O trabalho constitui direito e dever de cada cidadão.
ARTIGO 77 2. Cada cidadão tem direito à livre escolha da profissão.
(ReQurso il vlDllncla armsda) 3, O trabalho compulsivo é proibido, exceptuando-se o
É vedado nos partidos poJ(ticos preconizar ou recorrer trabalho realizado no quadro da legislação penal.
à violência armada para alterar a ordem pottttca e social ARTlOO 85
do país.
(Direito ti retrlburçio e aegur.nça ne emprego)
ARTIGO 78
(Organlzsç"" soeIs Is) 1. 'Iodo o trabalhador tem direito à justa remuneração,
descanso, férias e à reforma nos termos da lei.
L As organizações sociais, como formas de associação
2. O trabalhador tem direito ~ Protecção, segurança c
com afinidades e interesses prõpríos. desempenham um pape! higiene no trabalho.
importante na promoção da democracia e na partíclpeçao dos
cidadãos na vida pública. 3. O trabalhador s6 pode ser despedido nos casos e nos
termos estabelecidos na lei.
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ARTlG08ó
ARTIGO 92
(Liberdade de associação pronsslonal e sIndicaI) (Direito dos consumidores)
I. Os trabalhadores têm a liberdade de se organizarem em L Os consumidores têm direito à qualidade dos bens e
associações profissionais ou em sindicatos. serviços consumidos, ii formação e ii informação." à Protecção
2.As associações sindicais e profissionais devem reger-se da saúde, da segurança dos seus interesses económicos,
bem como à reparação de danos.
pelos princípios da organização e gestão democráticas. basear-
-se na activa participação dos seus membros em Iodas as 2. A publicidade é disciplinada por lei, sendo proibidas as
suas actividades e de eleição periódica e por escrutínio formas de publicidade oculta, indirecta ou enganosa.
secreto dos seus órgãos. 3. As associações de consumidores e as cooperativas têm
3. As associações sindicais' e profissionais são indepen- direito, nos termos da lei, ao apoio do Estado e a serem
dentes do patronato. do Estado. dos partidos políticos e das ouvidas sobre as questões que digam respeito à defesa dos
igrejas ou confissões religiosas. consumidores, sendo-Ihes reconhecida legitimidade processual
para a defesa dos seus associados.
4. A lei regula a criação. união, federação e extinção das
associações sindicais e profissionais, bem como as
respec- ARTIGO 93
tivas garantias de independência e autonomia. relativamente (CultuJlllfslca e desporto)
ao patronato, ao Estado, aos partidos políticos e às igrejas e L Os cidadãos têm direito à educação fisica e ao desporto.
confissões religiosas.
2. O Estado promove, através das instituições desportivas
ARTIGO 87 e escolares, a prática e a difusão da educação física e do
desporto.
(Direito Agreve. prolblçJ:o de lock_OUQ
ARTIGO 94
1. Os trabalhadores têm direito à greve, sendo o seu (Liberdade de ctlaçio cultural)
exercício regulado por lei.
1. Todos os cidadãos têm direito à liberdade de criação
2. A lei limita o exercrcío do direito à greve nos serviços científica, técnica, literária e artística.
e actividades essenciais, no interesse das necessidades inadiá-
veis da sociedade e da segurança nacional. 2. O Estado protege os direitos inerentes à propriedade
intelectual. incluindo os direitos de autor e promove a
3. É proibido o JOCk-OU1. prática e a difusão das letras e das artes.
ARnGo88 ARTIoo95
(Direito iieducaçlo) (Direito ii assistência na Incapacidade e na velhice)
1. Na República de' Moçambique a educação constitui L Thdos os cidadãos têm direito à assistência em caso
direito e dever de cada cidadão. de incapacidade e na velhice.
2. O Estado promove a extensão da educação à formação 2. O Estado promove e encoraja a criação de condições
profissional contínua e a igualdade de acesso de todos os para a realização deste direito.
cidadãos ao gozo deste direito.
TíTULO/V
Amoo89
Organização económica, social, financeira
(Saúde)
e fiscal
Todos os cidadãos têm o direito à assistência médica e
sanitária, nos termos da lei, bem como o dever de promover CAPiTULO I
e defender a saúde pública. Prlnclplos gerais
ARTIC090 ARTIGO 96
(DI•.•lto ao ambiente) (Politica económica)
1. Todo o cidadão tem o direito de viver eíum ambiente 1. A política económica do Bstadc é dirigida à construção
equilibrado e ó dever de o defender. das bases fundamemais do desenvolvimento, à melhoria das
2. O Estado e as autarquias locais, com a colaboração condições de vida do povo, ao reforço da soberania do
das assocÍações de defesa do ambiente, adoptam políticas Estado e à consolidação da unidade nacional, através da
de defesa do ambiente e velam peta utilização racional de participação dos cidadãos, bem como da utilização eficiente
todos os recursos naturais. dos recursos humanos e materiais.
2. Sem prejuízo do desenvolvimento equilibrado, o Estado
AaTIao9t garante a distribuição da riqueza nacional, reconhecendo e
(Hablla9lO e um.nlzaçio) valorizando o papel das zonas produtoras.
1. A maternidade e a paternidade são dignificadas e 1. Os idosos têm direito à protecção especial da família.
protegidas. da sociedade e do Estado. nomeadamente na criação de con-
2. A família 6 responsável pelo crescimento harmonioso dições de habitação. no convívio familiar e comunitário e
da criança e educa as novas gerações nos valores morais, no atendimento em, instituições públicas e privadas, que
éticos e sociais. evitem II sua marginalizaçllo.
3. A família e o Estado asseguram a educação da criança. 2, O Estado promove uma política de terceira idade que
formando-a nos valores da unidade nacícnal, no amor à integra acções de carácter económico. social e cultural. com
pátria, igualdade entre homens e mulheres. respeito e solida- vista à criação de oportunidades de realização pessoal através
riedade social. do seu envolvimento na vida da comunidade.
4. Os pais e as mães devem prestar assistência aos filhos ARTIOO 125
nascidos dentro e fora do casamento.
(Port8dorQ de deflcllncll)
ARTIGO 121
1. Os portadores de deficiência têm direito a especial pro-
(Inflnola) tecção da famffia, da sociedade e do Estado.
1. Todas as crianças têm direito à protecção da famfli.a.da 2. O Estado promove a criação de condições para a apren-
sociedade e do Estado, tendo em vista o seu desenvolvimento dizagem e desenvolvimentÇlda língua de sinais,
integral.
3. O Estado promove a criação de ccndlções necessárias
2. As crianças. particularmente as órfãs, as portadoras de
deficiência e as abandonadas. têm protecção da família, da para a integraçllo econ6mica e social dos cidadãos portadores
de deficiência,
sociedade e do Estado contra.qualquer forma de discrimi-
nação. de maus tratos e contra o exercício abusivo da auto- 4. O Estado promove, em cooperação com as associações
ridade na famOia e nas demais instituições. de portadores de deflcíêncía e entidades privadas, uma política
que garanta:
3, A criança não pode ser discriminada. designadamente,
em r azãc do seu nascimento, nem sujeita li: maus tratos, a) a reabilitação e integração dos portadores de defl-
4, É proibido o trabalho de crianças quer em idade de ciência;
escolaridade obrigatória quer em qualquer outra. b) II criação de condições tendentes a evitar o seu isola-
ARTIGO 122 mento e a marginalização social;
(Mulher) e)a prioridade de 'atendimento dos cidadãos portadores
de deficiência pelos serviços públicos e privados;
1. O Estado promove, apoia e valoriza o desenvolvimento
da mulher e incentiva o seu papel crescente na sociedade. em d) a facilidade de acesso li locais públicos,
todas as esferas da actividade politica. econõmlca, social e 5. O Estado encoraja li criação de,assoclaÇÕesde portadores
cultural do país. de deficiênçia.
2, O Estado reconhece e valoriza a participação da mulher cAPfrULO VI
na luta de libertação naciónal, pela defesa da soberania e pela
democracia. Sistema financeiro & fiscal
ARTIGO 123
ARTIOO 126
(JuV8rltUd.)
(SI.1IIma financeiro)
L A Juventude digna. continuadora das tradições patrió-
ticas do povo moçambicano, desempenhou um papel decisivo O sistema financeiro é organizadp de forma a garantir
na luta de Iibertaç.lionacional e pela democracia e constitui a formação. a captação o a segurança das poupanças. bem
força renovêdora da sociedade, como a aplicação dos meios financeiros necessários ao
desenvolvimento econ6mico e social do país.
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22 DE DEZEMBRO DE 2004
555
ARTIGO 127
ARTIGO 131
(Sistema fl$Cal)
(FiacaJizaçlo)
1. O sistema fiscal é estruturado com vista a satisfazer as
necessidades financeiras do Estado e das demais entidades A execução do Orçamento do Estado é fiscalizada pelo
públicas, realizar os objectivos da política económica do Tribunal Administrativo e pela Assembleia da República, a
Estado e garantir uma justa repartição dos rendimentos e qual, tendo em conta o parecer daquele Tribunal, aprecia
da riqueza. e delibera sobre a Conta Geral do Estado.
2. Os impostos são criados ou alterados por lei, que
ARTIGO 132
determina a incidência, a taxe, os benefícios fiscais e as
garantias dos contribuintes. (Banco Central)
3. Ninguém pude ser obrigado .a pagar impostos que não 1. O Banco de Moçambique é o Banco Central da República
tenham sido criados nos termos da Constituição e cuja de Moçambique.
liquidação e cobrança não se façam nos termos da lei.
2. O funciunamento do Banco de Moçambique rege-se por
4. No mesmo cxercfcío financeiro, não pode ser alargada lei própria e pelas normas internacionals a que a República de
a base de incidência nem agravadas as taxas de impostos. Moçambique esteja vinculada e lhe sejam aplicáveis.
5. A lei fiscal não tem efeito retroactivo, salvo se for de
Conteúdo mais favorável ao contribuinte. T!TULOV
2. O Plano Económico e Social tem a sua expressão finan- São órgãos de soberania o Presidente da República, a
ceira nu Orçamento do Estado. Assembleia da República, o Governo, os tribunais e o Con-
selho Constitucional.
3. A proposta do Plano Económico e Social é submetida
a Assembleia da República acompanhada de relatórios sobre ARTIGO 134
as grandes opções globais e sectoriais, incluindo a respectiva
fundamentação. (Separação e Interdependência)
ARTIGO 7146
(Impedimento e ausênCia)
L O Presidente da República é eleito por sufrágio universal 1. As funções de Chefe do Estado são [linda assumidas
directo, igual, secreto, pessoal e periódico. interinamente pelo Presidente da Assembleia da República
nas circunstâncias seguintes;
2. Podem ser candidalOs a Presidente da República os
cidadãos moçambicanos que cumulativamente; a) morte ou incapacidade permanente comprovadas por
junta médica;
a) tenham a nacionalidade originária e não possuam
outra nacionalidade; b) renúncia. comunicada à Assembleia da República;
c) suspensão ou destituição em consequência de pro-
b) possuam a idade mfnima de trinta e cinco anos;
núncia ou condenação pelo Tribunal Supremo.
c) estejam no pleno gozo dos direitos civis e polfticos;
2. As circunstâncias referidas no número anterior impli-
ti) tenham sido propostos por um mínimo de dez mil cam a realização de eleições Presidenciais.
eleitores.
3. Em cas ) de renúncia ao cargo O Presidente da República
3. O mandato do Presidente da República é de cinco anos. não pode car.dídatar-sc para um novo mandato nos dez anos
4. O Presidente da República 6 pode ser reeleito uma vez. seguintes,
5. O Presidente da República que tenha sido eleito duas 4. Enquanto exercer interinamente as funções de Pre-
vezes consecutivas só pode candidatar-se a eleições presi- sidente da Republica, o mandato de deputado do Presidente
denciais cinco anos após o último mandato. da Assembleia da República suspende~se automaticamente.
ARTIGO 148 ARTIGO 153
(Elelçilo) (Responsabilidade crimlnat)
I. É eleito Presidente da República o candidato que reune 1. Por crimes praticados no exercício das suas funções, o
mais de metade dos votos expressos. Presidente da Republica responde perante o Tribunal Supremo.
2. Em Caso de nenhum dos candidatos obter a maioria 2. Pelos crimes praticados fora do exercício das suas fun-
absoluta há uma segunda volta, na qual participam os dois ções, o Presidente da República responde perante os tribunais
candidatos mais Valados. comuns, no termo do mandato.
ARTIGO 149 3. Cabe à Assembleia da República requerer ao Procura-
(Incompatibilidade) dor·Geral da República o exercício da acção penal contra o
Presidente da República, por proposta de pelo menos um
O Presidente da República não pode, salvo nos casos terço e aprovada por maioria de dois terços dos deputados
expressamente previstos na Constituição, exercer qualquer da Assembteta da República.
outra função pública e, em caso algum, desempenhor quais-
quer funções privadas. 4. O Presidente da República fica suspenso das suas
[unções a partir da data dei trânsito em julgado do despacho
ARTIGO 150 de pronúncia ou equivalente c a sua condenação implica a
destituição do cargo.
(Investldura e Juramento)
5. O Tribunal Supremo, em plenário, profere acórdão no
I. O Presidente da República é investido no cargo pelo prazo máximo de sessenta dias.
Presidente do Conselho Constitucional cm acto público e
perante os deputados da Assembleia da Repbblicu e demais 6. Havendo acórdão condenatório o Presidente da Repú-
represenramas dos órgãos de soberania. blica não pode voltar a candidatar-se a tal cargo ou ser
titular de órgão de soberania ou de autarquia local.
558
I S~RIE - NÚMERO 51
ARTIGO 154
g) nomear o Presidente do Tribunal Supremo. o Pre-
(Prlslo preventiva) sidente do Conselho Constitucional, (1 Presidente
Em caso algum pode o Presidente da República, em exer- do Tribunal Administrativo e o Více-Presídenre
do Tribunal Supremo;
crcío efectivo de funções. ser sujeito à prisão preventiva.
fi) nomear, exonerar e demitir o Procurndor-Gemt da
ARTIGO 155 República e o Vice-Procurador-Geral da República;
(Elelçlo em eaec de "acatura) i) Indultar e comutar penas;
1.A eleição do novo Presidente da República. por morte, j) atribuir, nos termos da lei títulos honoríficos. conde-
incapacidade permanente, renúncia ou destituição. deve ter corações e distinções.
lugar dentro dos noventa dias subsequentes. sendo vedado ÁRT1CiO J60
ao Presidente da República interino candidatar-se ao cargo.
(No domlnlo do Governo)
2. Não J1á eleição para Presidente da República se a
vacatura ocorrer nos trezentos e sessenta e cinco dias antes 1. No domínio do Governo, compete ao Presidente da
do fim do mandato. devendo permanecer o Presidente da República:
República interino até à realização das eleições. a) convocar e presidir as sessões do Conselho de Mi-
nistros;
AjtT1GO 156
b) nomear. exonerar e demitir o Primeiro-Ministro;
(Incepacídade)
c) criar ministérios e comissões de natureza inter-mi-
1. A incapacidade permanente do Presidente da República nisterial.
é comprovada por junta médica definida nos termos da lei.
2. Compete-lhe. ainda. nomear. exonerar e demitir:
2. A Incepecldede permanente do Presidente da República a) os Ministros e Vke-Ministros:
é declarada pelo Conselho Constitucional.
b) os Governadores Provinciais;
3. Cabe ao Conselho Constitucional verificar a morte e lt
perda do cargo de Presidente da República. c) os Reitores e Vice-Rerrores das Universidades Es-
tatais. sob proposta dos respectivos coleeti vos de
ARTIGO 157 direcção, nos termos da lei;
(Regime de Interinidade) ti) o Governador e o Vice-Governedor do Banco de
Moçambique;
1. Durante o período da vacerura do cargo de Presidente
da República a Constituição não pode ser alterada. e) os Secretários de Estado.
2. O Presidente da República interino garante o funciona- ARTIGO 161
mento dos órgãos do Estado e demais instituições e não pode (No dOl1llnloda der •• a e ela ordem pública)
exercer as competências referidas nas alíneas c), e), j), g), II),
I) e j) do artigo 159, nas aUneas b) e c) do n." 1 e n." 2 do ar- No domínio da defesa nacional e de ordem pública. compete
tigo 160, na alínea e) do artigo 161 e na alínea c) do artigo 162. ao Presidente da República:
a) declarar a guerra e a sua cessação, o estado de sftio
Aarroo 158 ou de emergência;
(Forma dos ac108) b) celebrar tratados;
Os actos normativos do Presidente da República assumem c) decretar a mobilização geral ou. parcial;
a forma de decreto presidencial e as demais decisões revestem ti) presidir ao Conselho Nacional de Defesa e Segurança;
a forma de despacho e são publicadas no Boletim da República.
e) nomear, exonerar e demitir o Chefe e o Vice-Chefe
CAPITULO II do Estado-Maior-General. O Comandame-Gemí e
Vice-Comandante~Oeral da Polícia. os Cornandan-
Competências tes de Ramo das Forças Armadas de Defesa de
Moçambique e outros oficiais das Forças de De-
ARTIGO 159
fesa e Segurança, nos termos definidos por lei.
(Compel6nolas geraIs)
ARTIQO 162
Compete ao Chefe do Estado no exercício da sua função':
(No domfnlo da. relaÇ6e, Intemaolonal,)
a) dirigir-se à nação através de mensagens e comu-
nicações; No domínio das relações internacionais, compete no
Presidente da República.
b). informar anualmente a Assembleia' da República
a) orientar II política externa;
sobre a situação geral da nação;
b) celebrar tratados internacionais;
c) decidir. nos termos do artigo 136. a realização de
referendo sobre questões de interesse relevantes c) nomear. exonerar e demitir os Embaixadores e envia-
para a nação; dos diplomáticos da República de Mo~ambique:
d) convocar eleições gerais; d) receber as cartas credenciais dos Embaixadores e
enviados diplomáticos de outros países.
e) dissolver a Assembleia da República nos termos do
artigo 188; ARTIGO f63
f) dem1tir os restantes membros do Governo quando o (Promulgsçlo _ veto)
seu programa seja rejeitado pela segunda vez pela
1. Compete ao Presidente da República promulgar e
Assembleia da República;
mandar publicar as leis no Boletim da República.
-_ .. _--
22 DE DEZEMBRO DE 2004
559
2. As leis são promulgadas atê trinta dias após a sua
ARTIGO 167
recepção, ou após a notificação d o acórdão do Conselho
Constitucional que se pronuncia pela não inconstituciona_ (Funcionamento)
lidado de 'qualquer norma delas constantes.
1. Os pareceres do Conselho de Estado são emitidos na
3. O Presidente da Replíblica pode vetar a lei por men- reunião que para o efeito for convocada e presidida pelo
sagem fundamentada, devolvê-la para recxame pela Assem- Presidente da República, podendo ser tornados públicos
bleia da República. aquando da prática do acto a que se referem.
4. Se a lei reexaminada for aprovada por maioria de dois 2. As reuniões do Conscfho de Estado não são públicas.
terços, o Presidente da República deve promulgá-la e mano
dá-Ia publicar. 3. O Conselho de Estado estabelece o respectivo regimento.
cAPfrULO III
TÍTULO VII
1. O Tribunal Administrativo .6 composto por Juizes Con- 1. O Mjnist6rio Público constitui uma magistratura hierar-
selheiros. em número estabelecido por lei. quicamente organizada. subordinada ao Procurador-Geral da
República.
22 DE DEZEMBRO DE 2004
567
2. No exercício das suas funções. os magistrados e agentes ARTIGO 240
do Ministério Público estão sujeitos aos critérios de legali-
dade. objectividade, isenção c exclusiva sujeição às directivas (Procuradores-Gerais Adjuntos)
c ordens previstas na lei. 1. Os Procuradores-Gerais Adjuntos representam o M1ll1S-
3. O Mmisrédc Público goza de estatuto próprio e de auto- têrio Público junto das secções do Tnbunul Supremo e do
nomia, nos termos da lei. Tribunal Administrativo e constituem o topo da carreira da
ARTIGO 235
Magistratura do Minixtérin Público.
I. Os cidadãos têm o direito de serem informados pelos 1. O Provedor de Justiça aprecia os casos que lhe são
serviços competentes da Administração Pública sempre que submetidos. sem poder decisório. e produz recomendações
requeiram sobre o andamento dos processos em que estejam aos órgãos competentes para reparar ou prevenir ilegalidades
directamente interessados nos termos da lei. ou injustiças.
2. Os actos administrativos são notificados aos interes- 2. Se as investigações do Provedor de Justiça levarem à
sados nos termos e nos prazos da lei e são fundamentados presunção de que a Administração Publica cometeu erros,
quando afectam direitos ou interesses dos cidadãos legal- irregularidades ou violações graves. informa à Assembleia
mente tutelados. da República, o Procurador-Geral da República e a Auto.
3. É assegurado aos cidadãos interessados o direito ao ridade Central ou Local com a recomendação das medidas
recurso contencioso fundado em ilegalidade de actos admi- pertinentes.
nistrativos, desde que prejudiquem os seus direitos. ARTIGO 260
(Deverde coraborllçlo)
CAPíTULO II
Os órgãos e agentes da Administração Pública têm o
Polícia dever de prestar a colaboração que lhes for requerida pelo
Provedor de Justiça no exercfcio das suas funções.
ARTIGO 254
ARTIGO 261
(Definlçio)
(Estatuto, procedimentos e organização)
1. A Polícia da República de Moçambique, em colaboração Os demais aspectos relativos ao estatuto. procedimentos
com outras instituições do Estado, tem como função garantir e à estrutura organizativa de apoio ao Provedor de Justiça
a lei e a ordem, a salvaguarda da segurança de pessoas e são fixados por lei.
bens, a tranquilidade pública. o respeito pelo Estado de
Direito Democrático e a observância estrita dos direitos e CAPíTULO IV
liberdades fundamentais dos cidadãos. Órgãos locais do Estado
2. A Polfcia é apartidária. ARTlGO 262
3. No exercício das suas funções a Polícia obedece a lei (Deflnlçio)
e serve com isenção e imparcialidade os cidadãos e as Os órgãos locais do Estado têm como função a represen-
instituições públicas e privadas.
tação do Estado ao nível local para a administração e o
AllTlGO 255 desenvolvimento do respectivo território e contribuem para
a integração e unidade nacionais.
(Comando e organIzação)
ARTIGO263
1.A Pblfcia da República de Moçambique é dirigida por
(PrincípIos organlzatórios)
um Comandante-Geral.
2. A lei estabelece a organização geral da Polícia. fixa os 1.A organização e o funcionamento dos órgãos do Estado
respectivos ramos, determina a sua função, estrutura e as a nível local obedecem aos princípios de descentralização
normas que regem o ingresso. e desconcentração, sem prejuízo da unidade de acção e dos
poderes de direcção do Governo.
570
I SÉRIE - NUMERO 51
2. No seu funcionamento, os órgãos locais do estado, 2. O serviço militar é prestado nos termos da lei em
promovendo u utilização dos recursos disponíveis, garantem unidades das Forças Armadas de Defesa de Moçambique,
li participação activa dos cidadãos e incentivam a inicintivn
3. A lei estabelece um serviço cívico em substituição ou
local na solução dos problemas das comunidades.
complemento do serviço militar para todos os cidadãos não
3. Na sua actuação, os órgãos locais do Estado respei- sujeitos' a deveres militares.
tam as atribuições. competências e autonomia das nuturquias 4. As isenções do serviço militar são fixadas por lei.
locais.
4. Para a realização das atribuições que lhe são próprias, CAPITULO II
o Estado garante a sua representação em cada circunscrição Conselho Nacional de Defesa e Segurança
autárquica.
5. A lei determina os mecanismos institucionais de uni- ARTIGO 268
culação com as comunidades locais, podendo nelas delegar (Deflnlçlio e composição)
certas funções próprias das atribuições do Estado,
1. O Conselho Nacional de Defesa e Segurança é o õrgão
ARTIGO 264 do Estado de consulta específica para os assuntos relativos
(FunçlJe8)
ti soberania nacional, integridade territorial, defesa do poder
democraticamente instituído e ti segurança.
L Os órgãos locais do Estado garantem, no respectivo 2. O Conselho Nacional de Defesa e Segurança é presidido
território. sem prejuízo da autonomia das autarquias locais. pelo Presidente da República e tem a composição que a lei
a realização de tarefas e programas económicos, culturais e determinar, a qual inclui dois membros designados pelo Pre-
sociais de interesse local e nacional, observando o estahcle- .sidente da República e cinco pela Assembleia. 4" República.
cido na Constituição, nas deliberações da Assembleia da
República, do Conselho de Ministros e dos õrgêos do Estado ARTIGO 269
do escalão superior. (CompetêncIas)
2. A organtzaçâo. funcionamento e competências dos órgãos São, nomeadamente, competências do Conselho Nacional
locais do Estado são regulados por lei. de Defesa e Segurança:
a) pronunciar-se previamente sobre a declaração de
TÍTULO XIII
guerra;
Defesa Nacional e Conselho Nacional b) pronunciar-se sobre a suspensão das garantias cons-
de Defesa e Segurança titucionais e a declaração do estado de sitio e do
estado de emergência;
CAPíTULO I c) dar parecer sobre os critérios e condições de utiliza-
Defesa Nacional ção de zonas de protecção total ou parcial destinada
à defesa e segurança do território nacional;
ARTIGO 265
d) analisar e acompanhar iniciativas de outros orgãos
(PrIncípios fundamentais) do Estado que visem garantir a consolidação da
A política de defesa e segurança do Estado visa defender independência nacional. Q reforço do poder polí-
a lndepcndêncui nacional, preservar a soberania e integridade tico demonático e a manutenção da lei e da ordem.
do país e garantir o funcionamento normal das instituições el l'rcnuncíur-se sobre as missões de paz no estrnngeiru.
e a segurança dos cidadãos contra qualquer agressão armada. ARTIGO 270
ARflGO 266 (Organização e funcionamento)
(FQrças de defesa e .ervlçol de aegurança) A organização e funcionamento do Conselho Nacional de
L As forças de defesa e os serviços de segurança subor, Defesa e Segurança são fixados por lei.
otnam-se à política nacional de defesa e segurança c devem
fidel idade à Constituição e' ti Nação. TfTULOXIV
3. As povoações correspondem ii: circunscrição territorial As autarquias locais dispõem de poder regulamentar pró-
da sede dos postos administrativos. prio. no limite da Constituição, das leis c dos regulamentos
emanados das autoridades com poder tutelar.
4. A lei pode estabelecer outras categorias autárquica
superiores ou inferiores à circunscrição territorial do muni- ARTIGO 279
cípio ou da povoação. (Pesaoal das autarquias locais)
ARTIGO 274 1. As autarquias locais possuem quadro de pessoal próprio.
(Crlaçlo e extinçio da. aubnquias focais) nos termos da lei.
A criação e extinção das autarquias tocais são reguladas 2. É aplicável aos funcionários e agentes da administração
por lei. devendo a alteração da respectiva área ser precedida local o regime dos funcionários e agentes do Estado.
de consulta aos seus órgãos. ARTlt'10280
289
ARTIGO (Tempo)
(Funcionamento doa 6rg1011de aoberanl,) A Constituiçllo s6 pode ser revista cinco anos depois da
A declaração do estado de sítio ou de emergência não pode entrada em vigor da última lei de revisão. salvo deliberação
afec~ar a aplicação da Constituição quanto à competência, ao de assunçãc de poderes extraordinários de revisão, aprovada
fu~clon~ento dos órgãos de soberania e quanto aos direitos por maioria de três quartos dos deputados da Assembleia
e Imumdades dos respectivos titulares ou membros. da República.
ARTIOO 290 ARTIOO 294
(TermD) (Limitei olrcun.tanclal.)
. 1. No lermo do estado de sítio ou de emergência, o Pre- Na vigência do estado de sítio ou do estado de emergêncía
sidente da Repüblíca faz uma comunicação à Assembleia não pode ser aprovada qualquer eltereçãc da Constituição.
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573
ARTIGO295
No cimo, ao centro, uma estrela simboliza o espírito de
(Votação e forma)
solidariedade internacional do povo moçambicano.
I.As alterações da Constituição são aprovadas por maioria Na parte inferior está disposta uma faixa vermelha com
de dois terços dos deputados da Assembleia da República. a inscrição "República de Moçambique"
2. As alterações da Constituição que forem aprovadas são ARTIGO299
reunidas numa única lei de revisão.
(Hino nacional)
3. O Presidente da República não pode recusar a promul-
gação da lei de revisão. A letra e a música do hino nacional são estabelecidas
por lei, aprovada nos termos do n." J do artigo 295.
ARTIGO296
(AlteraÇÕft eonstnuclonal$) ARTIGO300
(Moeda)
1. As alterações da Constituição são inseridas no lugar
próprio, mediante as substituições, as supressões e os adita- 1. A moeda nacional é o Metical.
mentos necessários. 2. A alteração da moeda 6 estabelecida por lei. aprovada
2. A Constituição, no seu novo texto, é publicada conjun- nos termos do n." 1 do artigo 295.
tamente com a lei de revisão. ARTIGO301
(Capital)
TÍTULO XVI
A capital da República de Moçambique é a Cidade de
Simbolos, Moeda e Capital da República Maputo.
ARTIGO297 TÍTULO XVII
(BandeIra naCional)
Disposições'flnais e transitórias
A bandeira nacional tem cinco cores: vermelho, verde,
preto, amarelo dourado e branco. ARTIGO302
As cores representam: (Bandeira e emblema)
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