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Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais - FIEMG

INSTALAÇÕES
ELÉTRICAS PREDIAIS
Técnico em Eletrotécnica

IPATINGA
2012

1
Presidente da FIEMG
Olavo Machado Júnior

Diretor Regional do SENAI


Lúcio José de Figueiredo Sampaio

Gerente de Educação Profissional


Edmar Fernando de Alcântara

2
Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais - FIEMG
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI
Departamento Regional de Minas Gerais
CENTRO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RINALDO CAMPOS SOARES

INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS


Técnico em Eletrotécnica

Geraldo Fernandes Stocler

IPATINGA
2012

3
© Data. SENAI. Departamento Regional de Minas Gerais

SENAI/MG
CENTRO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RINALDO CAMPOS SOARES

Ficha Catalográfica

SENAI FIEMG
Serviço Nacional de Aprendizagem Av. do Contorno, 4456
Industrial Bairro Funcionários
Departamento Regional de Minas 30110-916 – Belo Horizonte
Gerais Minas Gerais

4
Sumário
Prefácio ....................................................................................................................................... 7
1 - Normas e simbologias para instalação predial ...................................................................... 8
1.1 - Introdução ...................................................................................................................... 8
1.2 - Normas técnicas brasileiras ............................................................................................ 9
1.3 - Normas para eletricidade/eletrônica ............................................................................. 10
1.4 - Normas Técnicas para o eletricista predial .................................................................. 12
2 - Diagramas Elétricos ............................................................................................................ 17
2.1 - Diagrama multifilar ...................................................................................................... 17
2.2 - Diagrama funcional ...................................................................................................... 18
2.3 - Diagrama de ligação ..................................................................................................... 19
2.4 - Diagrama unifilar ......................................................................................................... 19
3 - Leitura e interpretação de projetos de instalações elétricas prediais e residenciais ............ 23
3.1 - Quadro de luz e força ............................................................................................... 23
3.2 - Circuitos de iluminação ................................................................................................ 25
3.3 - Interruptores ................................................................................................................. 26
3.4 - Eletrodutos ................................................................................................................... 27
3.5 - Condutores ................................................................................................................... 29
3.6 - Tomadas ....................................................................................................................... 30
3.7 - Erros mais comuns em projetos ................................................................................... 33
4 - Dispositivos usados nas instalações elétricas prediais ........................................................ 36
4.1 -Dispositivos de proteção ............................................................................................... 36
4.2 - Dispositivos de manobra .............................................................................................. 42
4.3- Tomadas e plugues ........................................................................................................ 52
4.4 - Porta-lâmpadas ............................................................................................................. 52
4.6 - Condutores ................................................................................................................... 56
4.6 - Eletrodutos ................................................................................................................... 66
5 - Aterramento ......................................................................................................................... 69
5.1 - Eletrodo de aterramento ............................................................................................... 73
5.2 - Corrente de fuga ........................................................................................................... 75
5.3 - Tensão de passo e tensão de toque ............................................................................... 77
5.4 - Interruptor diferencial residual ..................................................................................... 78
5.5 - Condutores de proteção ................................................................................................ 78
5.6 - Sistemas de aterramento para redes de baixa tensão .................................................... 79
5.7 - Resistência do solo ....................................................................................................... 84
6 - Projeto de instalações prediais ............................................................................................ 86
6.1 - Cálculos de Dimensionamento ..................................................................................... 86
6.2 - Dimensionamento da potência de iluminação .............................................................. 87
6.3 - Dimensionamento da potência de tomadas .................................................................. 89
6.4 - Divisão dos circuitos .................................................................................................... 92
6.5 - Cálculo da corrente elétrica dos circuitos .................................................................... 94
6.6 - Como organizar o dimensionamento dos circuitos ...................................................... 96
6.7 - Dimensionamento de condutores ............................................................................... 104
6.8 - Dimensionamento de eletrodutos ............................................................................... 116
6.9 - Dispositivos de proteção ............................................................................................ 118
6.10 - Quadro geral de força e luz ...................................................................................... 119
7 – Demanda de Energia Elétrica ........................................................................................... 120

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7.1 - Terminologias ............................................................................................................ 120
7.2 – Cálculo da Demanda.................................................................................................. 122
8 – Principais pontos da ND 5.1 (CEMIG) ............................................................................ 128
8.1 – Condições Gerais de Fornecimento de Energia Elétrica ........................................... 128
8.2 - Consulta prévia e pedido de ligação .......................................................................... 133
8.3 - Pedido de Ligação ...................................................................................................... 134
8.4 - Condições não permitidas .......................................................................................... 137
8.5 - Ponto de entrega ......................................................................................................... 138
8.6 - Ramal de ligação ........................................................................................................ 138
8.7 - Medição ...................................................................................................................... 141
8.8 - Ramal de entrada ........................................................................................................ 142
8.9 - Aterramento ................................................................................................................ 142
8.10 - Caixas para medição e proteção ............................................................................... 144
8.11 - Caixa de inspeção ..................................................................................................... 145
8.12 - Tabela de dimensionamento dos ramais de ligação e da medição ........................... 146
8.13 - Tabela de dimensionamento para unidades consumidoras urbanas / rurais - ligações
a 2 e 3 fios ....................................................................................................................... 147
8.14 - Tabela de dimensionamento para unidades consumidoras urbanas / rurais
atendidas por redes secundárias trifásicas (127/220v) - ligações a 4 fios ........................ 147
9 – Tarifação de energia ......................................................................................................... 148
9.1 - Definições e conceitos................................................................................................ 148
9.2 - Classificação dos consumidores ................................................................................. 149
9.3 - A Tarifação Convencional ......................................................................................... 150
9.4 - A Tarifação horo-sazonal Verde ................................................................................ 151
9.5 - A Tarifação horo-sazonal Azul .................................................................................. 152
9.6 - A energia reativa e fator de potência .......................................................................... 153
Referências Bibliográficas .............................................................................................. 155

6
Prefácio

“Muda a forma de trabalhar, agir, sentir, pensar na chamada sociedade do


conhecimento”.
Peter Drucker

O ingresso na sociedade da informação exige mudanças profundas em todos os


perfis profissionais, especialmente naqueles diretamente envolvidos na produção,
coleta, disseminação e uso da informação.

O SENAI, maior rede privada de educação profissional do país, sabe disso, e


,consciente do seu papel formativo , educa o trabalhador sob a égide do conceito da
competência:” formar o profissional com responsabilidade no processo
produtivo, com iniciativa na resolução de problemas, com conhecimentos
técnicos aprofundados, flexibilidade e criatividade, empreendedorismo e
consciência da necessidade de educação continuada.”

Vivemos numa sociedade da informação. O conhecimento, na sua área tecnológica,


amplia-se e se multiplica a cada dia. Uma constante atualização se faz necessária.
Para o SENAI, cuidar do seu acervo bibliográfico, da sua infovia, da conexão de
suas escolas à rede mundial de informações – internet- é tão importante quanto
zelar pela produção de material didático.

Isto porque, nos embates diários, instrutores e alunos, nas diversas oficinas e
laboratórios do SENAI, fazem com que as informações, contidas nos materiais
didáticos, tomem sentido e se concretizem em múltiplos conhecimentos.

O SENAI deseja, por meio dos diversos materiais didáticos, aguçar a sua
curiosidade, responder às suas demandas de informações e construir links entre os
diversos conhecimentos, tão importantes para sua formação continuada !

Gerência de Educação Profissional

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1 - Normas e simbologias para instalação predial
1.1 - Introdução
Se observarmos a natureza, será possível perceber que existem, no ambiente
em que vivemos, elementos que se repetem. Exemplos disso são os movimentos
dos astros, os formatos das folhas, a estrutura cristalina de determinas substâncias.
Seguindo essa tendência natural, quando o ser humano começou a viver em
comunidade, precisou usar normas de convivência, de linguagem, de padrões de
comportamento.
Conforme foi descobrindo ou inventando armas, ferramentas, objetos de
uso doméstico, o homem percebeu também as vantagens de usar normas e
procedimentos uniformizados. Isso se tornou ainda mais necessário quando a
Revolução Industrial, que começou no fim do século XVIII, fez surgir a produção
em massa, ou seja, a fabricação de um mesmo produto em grandes quantidades.
Para racionalizar custos de produção e facilitar o uso e manutenção dos produtos
fabricados, começaram a surgir critérios de padronização que reduziram a variedade
de tamanhos e formatos das peças, diminuindo a quantidade de itens de estoque e
facilitando a vida do consumidor.
O que é normalização
A padronização foi o primeiro passo para a normalização. Esta nada mais é
do que um conjunto de critérios estabelecidos entre as partes interessadas, ou
seja, técnicos, engenheiros, fabricantes, consumidores e instituições, para
padronizar produtos, simplificar processos produtivos e garantir um produto confiável
que atenda às necessidades de seu usuário. Do processo de normalização surgem
as normas que, são documentos que contêm informações técnicas para
uso de fabricantes e consumidores. Elas são elaboradas a partir da experiência
acumulada na indústria e no uso, e a partir dos avanços tecnológicos que vão sendo
incorporados à criação e fabricação de novos produtos.
Atualmente as normas englobam questões relativas a terminologias,
glossários de termos técnicos, símbolos e regulamentos de segurança entre
outros. Por causa disso, os objetivos atuais da normalização referem-se à:

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• Simplificação, ou seja, à limitação e redução da fabricação de variedades
desnecessárias de um produto;
• Comunicação, ou seja, ao estabelecimento de linguagens comuns
que facilitem o processo de comunicação entre fabricantes, fornecedores e
consumidores;
• Economia global, isto é, à criação de normas técnicas internacionais que
permitam o comércio de produtos entre países;
• Segurança, quer dizer, à proteção da saúde e da vida humana;
• Proteção dos direitos do consumidor, isto é, à garantia da qualidade do
produto.
1.2 - Normas técnicas brasileiras
O atual modelo brasileiro de normalização foi implantado a partir de
1992 e tem o objetivo de descentralizar e agilizar a elaboração de normas
técnicas. Para isso, foram criados o Comitê Nacional de Normalização (CNN) e o
Organismo de Normalização Setorial (ONS). O CNN tem a função de
estruturar todo o sistema de normalização, enquanto que cada ONS tem
como objetivo agilizar a produção de normas específicas de seus setores. Para que
os ONS passem a elaborar normas de âmbito nacional, eles devem se credenciar e
ser supervisionados pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
A ABNT é uma entidade privada, sem fins lucrativos e a ela compete
coordenar, orientar e supervisionar o processo de elaboração de normas brasileiras,
bem como elaborar, editar e registrar as referidas normas (NBR). Para que os
produtos brasileiros sejam aceitos nos mercados internacionais, as normas
da ABNT devem ser elaboradas, de preferência, seguindo diretrizes e instruções de
associações internacionais de normalização como a ISO (International Standard
Organization, com sede em Genebra, na Suíça, e que significa Organização
Internacional de Normas) e a IEC (International Eletrotechnical Commission, que
quer dizer, Comissão Internacional de Eletrotécnica) utilizando a forma e o conteúdo
das normas internacionais, acrescentando-lhes, quando necessário, as
particularidades do mercado nacional.

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A ABNT é responsável pela elaboração dos seguintes tipos de normas:
• Normas de procedimento que fornecem orientações sobre a
maneira correta de empregar materiais e produtos; executar cálculos e
projetos; instalar máquinas e equipamentos; realizar controle de produtos;
• Normas de especificação que fixam padrões mínimos de qualidade para
os produtos;
• Normas de padronização que fixam formas, dimensões e tipos de produtos
usados na construção de máquinas, equipamentos e dispositivos mecânicos;
• Normas de terminologia que definem, com precisão, os termos
técnicos aplicados a materiais, máquinas, peças e outros artigos;
• Normas de classificação que ordenam, distribuem ou subdividem
conceitos ou objetos, bem como estabelecem critérios de classificação a serem
adotados;
• Normas de métodos de ensaio que determinam a maneira de se verificar a
qualidade das matérias- primas e dos produtos manufaturados.
• Normas de simbologia que estabelecem convenções gráficas para
conceitos, grandezas, sistemas ou partes de sistemas, com a finalidade de
representar esquemas de montagem, circuitos, componentes de circuitos,
fluxogramas etc;
Se você tiver curiosidade em saber mais sobre a ABNT, visite o
site da organização no endereço www.abnt.org.br
1.3 - Normas para eletricidade/eletrônica
Para existir, uma norma percorre um longo caminho. No caso de
eletricidade, ela é discutida inicialmente no COBEI - Comitê Brasileiro de
Eletricidade. O COBEI tem diversas comissões de estudos formadas por
técnicos que se dedicam a cada um dos assuntos específicos, que fazem parte de
uma norma. Estes profissionais, muitas vezes partem de um documento básico
sobre o tema a ser normalizado, produzido pela IEC. Como este documento é
elaborado por uma comissão internacional, ele precisa, como já foi dito, ser
adaptado para ser aplicado no Brasil. Feitos os estudos, tem-se um projeto de norma
que recebe um número da ABNT, é votado por seus sócios e retorna à comissão
técnica que pode aceitar ou não as alterações propostas na votação. Se aprovado, o

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projeto transforma-se em norma ABNT que, em seguida é encaminhada ao
INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial (órgão federal ligado ao Ministério da Justiça), onde receberá uma
classificação e será registrada. Esta norma poderá ser uma NBR1, o que a
torna obrigatória; uma NBR2, obrigatória para órgãos públicos e chamada de
referendada; ou uma NBR3, chamada de registrada e que pode ou não ser seguida.
O organograma simplificado da ABNT, mostrado a seguir, representa o trajeto
seguido por uma norma até que ela seja aprovada.

Periodicamente, as normas devem ser revistas. Em geral, esse exame deve


ocorrer em intervalos de cinco anos. Todavia, o avanço tecnológico pode determinar
que algumas normas sejam revistas em intervalos menores de tempo.
O Eletricista, o Técnico em Eletricidade, o Engenheiro Elétrico, ou seja, todos
os profissionais da área de Eletricidade devem conhecer e utilizar simbologias de
acordo com normas vigentes, já que seu uso padroniza e facilita a interpretação
de um esquema ou circuito elétrico predial e residencial. Isso garante a
qualidade e a segurança do serviço prestado.

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1.4 - Normas Técnicas para o eletricista predial
As normas que servem de base para as informações deste curso são:
• ABNT – NBR 5410/2004 - Instalações Elétricas de Baixa Tensão
Esta Norma devidamente revisada e em sua segunda edição de
30/09/2004, válida a partir de 31/03/2005 fixa as condições que as instalações
de baixa tensão devem atender, a fim de garantir seu funcionamento adequado, a
segurança das pessoas e animais domésticos e a conservação de bens. É aplicada
para instalações elétricas de baixa tensão, ou seja, inferior a 1000V em corrente
alternada, com freqüência inferior a 400 Hz, ou a 1500V em corrente contínua.
• ABNT – NBR 5444/1988 – Símbolos gráficos para instalações elétricas
prediais Esta norma estabelece símbolos gráficos para instalações elétricas prediais.
• NR-10 – Segurança em instalações e serviços em eletricidade Norma
Regulamentadora 10 que estabelece os requisitos e as condições
mínimas, objetivando a implementação de medidas de controle e sistema
preventivos, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que,
direta ou indiretamente, interajam em instalações elétricas e serviços com
eletricidade.
NBR 5410 – Instalações elétricas de baixa tensão
A NBR 5410 regulamenta dispositivos de segurança que devem ser utilizados
em uma instalação, as cores de condutores, a bitola de condutores, o diâmetro de
eletrodutos, e deve ser consultada sempre que um profissional da área elétrica for
projetar, adequar ou efetuar uma instalação elétrica predial ou residencial de baixa
tensão.
Esta norma aplica-se às instalações elétricas de:
• Edificações residenciais, comerciais e pré-fabricadas;
• Estabelecimentos industriais, de uso público, agropecuários e
hortigranjeiros;
• Reboques de acampamentos (trailers), locais de acampamentos
(campings), marinas e instalações análogas;
• Canteiros de obra, feiras, exposições e outras instalações temporárias.
Aplica-se, também, às instalações novas e a reformas em instalações
existentes.

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Observação
Deve-se notar que modificações destinadas a, por exemplo, acomodar
novos equipamentos ou substituir os existentes não implicam necessariamente
reforma total da instalação, porém devem ser realizadas de acordo com a NBR
5410.
Para que todos os conceitos e orientações sobre os diversos
procedimentos que envolvem uma instalação elétrica estejam absolutamente
claros para o usuário, o texto da norma contempla os seguintes
conteúdos, divididos em nove unidades.
Unidade 1 – Objetivo
Unidade 2 – Referências normativas
Unidade 3 – Definições
Unidade 4 – Princípios fundamentais e determinação de características gerais
Esta unidade estabelece os princípios de:
• Proteção contra choques elétricos, efeitos térmicos e sobrecorrentes;
• Seccionamento e independência da instalação elétrica;
• Seleção e instalação de componentes;
• Verificação da instalação;
• Qualificação de pessoal;
• Divisão da instalação;
• Manutenção.
Unidade 5 – Proteção para garantir segurança.
Unidade 6 – Seleção e instalação de componentes
Esta unidade estabelece:
• Condições de serviço e influências externas;
• Identificação e independência de componentes;
• Documentação da instalação;
• Tipos de linhas elétricas;
• Capacidade de condução de corrente de condutores;
• Dispositivos de proteção, seccionamento e comando;
• Características de aterramento e equipotencialização;
• Características de motores elétricos.

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Unidade 7 – Verificação final
Esta unidade estabelece
• Características da inspeção visual;
• Continuidade de condutores de proteção;
• Ensaios.
Unidade 8 – Manutenção
Esta unidade estabelece:
• Características de manutenção;
• Qualificação de pessoal;
• Verificações de rotina;
• Manutenção corretiva.
Unidade 9 – Requisitos complementares para instalações ou locais
específicos
Esta unidade contém prescrições que complementam todo o conteúdo da
norma em situações específicas e fornece informações sobre:
• Locais contendo banheira ou chuveiro;
• Piscinas;
• Compartimentos condutivos;
• Locais contendo aquecedores e sauna;
• Locais de habitação.
De acordo com a NBR 5410, toda a instalação elétrica nova ou reformada
deve ser submetida a uma verificação final antes de entrar em operação.
Este tipo de providência está previsto na 5410, no capítulo 7. O capítulo 6
exige que o projeto de instalação elétrica de baixa tensão seja constituído, no
mínimo, por:
• Plantas, em escala conveniente, contendo a localização dos quadros de
distribuição, o percurso e características das linhas elétricas de distribuição,
bem como a localização dos pontos de luz, tomadas e equipamentos fixos
diretamente alimentados (por ex.: chuveiro);
• Esquemas que devem indicar a quantidade, destino e sessões dos
condutores, bem como a corrente nominal dos dispositivos de proteção;

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• Detalhes de montagem, quando necessário, dependendo da complexidade da
edificação;
• Memorial descritivo, que deve apresentar uma descrição sucinta da instalação
e, se for o caso, das soluções adotadas, utilizando, sempre que necessário,
tabelas e desenhos complementares;
Especificação dos componentes, que deve indicar, para cada componente,
uma descrição sucinta, suas características nominais e as normas a que devem
atender.
NBR 5444 – Símbolos gráficos para instalações elétricas prediais
Esta norma, por sua vez, rege os símbolos gráficos para instalações
elétricas prediais. Nela, o profissional da área de Eletricidade encontra toda a
simbologia necessária para seu projeto. É imprescindível que ele conheçao os
símbolos contidos nessa norma para projetar uma instalação elétrica, para efetuar
adequações em instalações já existentes ou para realizar reparos.
Veja a seguir uma tabela que contém os símbolos mais comumente usados
em projetos de instalações elétricas.

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NR 10 – Segurança em instalações e serviços em eletricidade
A Norma Regulamentadora 10 fixa as condições mínimas exigíveis para
garantir a segurança dos profissionais que trabalham em instalações elétricas
em suas diversas etapas, incluindo projeto, execução, operação, manutenção,
reforma, ampliação e a segurança dos seus usuários e terceiros. Ela obriga que
todos os profissionais da área de eletricidade que direta ou indiretamente interajam
em instalações elétricas e serviços com eletricidade devam estar qualificados
e treinados em suas respectivas áreas de atuação (baixa tensão, alta tensão,
segurança e primeiros socorros) até a data limite de 8 de dezembro de 2006. Os
profissionais que não estiverem devidamente qualificados e treinados até esta data
não poderão atuar como profissionais da área elétrica, pois esta norma
regulamentadora tem como objetivo diminuir significativamente o número de
acidentes com eletricidade que na maioria das vezes são fatais.
A norma é constituída dos seguintes itens:
1- Objetivo e campo de aplicação;
2- Medidas de controle;
3- Segurança em projetos;
4- Segurança na construção, montagem, operação e manutenção;
5- Segurança em instalações elétricas desenergizadas;
6- Segurança em instalações elétricas energizadas;
7- Trabalhos envolvendo alta tensão (AT);
8- Habilitação, qualificação, capacitação e autorização dos trabalhadores;
9- Proteção contra incêndio e explosão;
10- Sinalização de segurança;
11- Procedimentos de trabalho;
12- Situações de emergência;
13- Responsabilidades;
14- Disposições finais.

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2 - Diagramas Elétricos
Para a execução de uma instalação elétrica, o eletricista deve ter à
sua disposição, uma série de dados importantes tais como: a localização dos
elementos na planta do imóvel, a quantidade e seção dos fios que passarão
dentro de cada eletroduto, qual o trajeto da instalação, a distribuição dos
dispositivos e circuitos e seu funcionamento. A ferramenta para o eletricista ter
todas essas informações reunidas de maneira prática e fácil de ser interpretada é o
diagrama elétrico.
Diagrama elétrico é a representação de uma instalação elétrica ou parte dela
por meio de símbolos gráficos, definidos nas normas NBR 5444, NBR 5259,
NBR 5280, NBR 12519, NBR 12520 e NBR 12523. De todas, a que mais
interessa e que será usada em todas as atividades deste curso é a NBR 5444 que
estabelece os símbolos gráficos para instalações elétricas prediais.
Dos diagramas existentes, serão estudados os seguintes:
• Diagrama multifilar;
• Diagrama funcional;
• Diagrama de ligação.
• Diagrama unifilar;

2.1 - Diagrama multifilar


O diagrama multifilar é usado somente para os circuitos elementares, pois é
de difícil interpretação quando o circuito é complexo. É um diagrama que representa
todo sistema elétrico em seus detalhes e todos os condutores.
O grande diferencial deste tipo de diagrama é a facilidade de representar com
clareza a distribuição de cargas pelos circuitos, detalhe que só pode ser especificado
em um diagrama multifilar.

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Na Figura abaixo temos o diagrama multifilar de uma lâmpada acionada por
um interruptor simples:

Na figura estão identificados os condutores para melhor visualização do


funcionamento do circuito.

2.2 - Diagrama funcional


O diagrama funcional é usado quando há a necessidade de demonstrar um
circuito com clareza e rapidez até para fins didáticos. O esquema funcional não
se preocupa com a posição física dos componentes da instalação.

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2.3 - Diagrama de ligação
O diagrama de ligação é utilizado para representar como a instalação é
executada na prática.

2.4 - Diagrama unifilar


O diagrama unifilar apresenta as partes principais de um sistema elétrico e
identifica o número de condutores. O trajeto dos condutores é representado por
um único traço. Esse tipo de diagrama geralmente representa a posição física
dos componentes da instalação, porém não representa com clareza o
funcionamento e a seqüência funcional dos circuitos. É o tipo de diagrama mais
usado em instalações elétricas prediais.
A figura a seguir apresenta um diagrama unifilar do circuito elétrico composto
por um interruptor simples, uma tomada e uma lâmpada.

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O mesmo circuito elétrico, composto por um interruptor simples, uma tomada
e uma lâmpada, é representado pelos quatro tipos de diagramas para que você
observe atentamente a diferença de representação entre eles.

A utilização do esquema unifilar atende a todas as necessidades do


eletricista. Com esse tipo de planta, o profissional tem a possibilidade de identificar
todos os componentes, como devem estar ligados, os tipos de iluminação, a
quantidade de condutores e respectivas bitolas etc. Quando há necessidade de
detalhes específicos, o esquema multifilar deverá ser usado.

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Veja exemplos a seguir.

Observe que são utilizadas como ponto de iluminação no teto, duas lâmpadas
fluorescentes de 40W cada, alimentadas pelo circuito 1 e comandadas pelo
interruptor “a”. A tomada de 300VA é alimentada pelo circuito 2 composto por
condutor fase, neutro e terra.

Na figura acima, além das lâmpadas fluorescentes no teto, há uma arandela


de 25W comandada pelo interruptor “c”. A caixa de telefones está ao lado do quadro
geral de força e luz, interligado ao ponto do telefone interno na parede pelo
eletroduto embutido no piso. É importante observar que no projeto existem duas
lâmpadas de 40W no cômodo 1 e uma lâmpada de 40W no cômodo 2.

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Na figura acima, observe que agora estão indicadas as dimensões dos
condutores diferentes de 1,5mm2 e dos eletrodutos diferentes de 15mm. A bitola
(seção) do condutor pode ser descrita sem a abreviação “mm2”, bastando apenas
colocar um ponto após a dimensão do condutor. Assim, ao invés de 2,5mm2, indicar
2.5.. As lâmpadas são comandadas por interruptor paralelo. As identificações dos
condutores não precisam estar dentro da planta, devido ao pequeno espaço do
desenho. Por isso, pode-se traçar uma linha de indicação para fora da planta e
indicar as dimensões dos condutores e eletrodutos.

22
3 - Leitura e interpretação de projetos de instalações
elétricas prediais e residenciais
Além de conhecimentos dos conceitos básicos de eletricidade como corrente,
tensão, circuito, potência etc., a leitura e interpretação de um projeto estão
diretamente ligadas ao conhecimento das simbologias empregadas neste projeto
e ao conhecimento de plantas prediais e residenciais.
Para ajudar você a conseguir essas competências, vamos colocar passo-a-
passo em uma planta todos os elementos de uma instalação elétrica. Para fazer
isso, vamos imaginar uma situação em que um cliente encomenda o projeto de
instalação elétrica para um projetista. O cliente expõe suas exigências e o projetista
começa a trabalhar.
3.1 - Quadro de luz e força
A primeira coisa que eles decidem é que a instalação deverá possuir
um quadro de luz e força representado na planta de acordo com a seguinte
tabela de símbolos da NBR 5444:

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O proprietário da casa explicou ao projetista o que desejava e este o
orientou a escolher o quadro geral de luz e força embutido na parede. A planta
contendo a indicação do quadro de luz é a seguinte:

Para a indicação da localização do quadro de luz o projetista levou em


consideração alguns cuidados interpretados da NBR 5410. Eles são:
• O local deve ser de fácil acesso e, no caso de se escolher a cozinha, deve-
se observar que o quadro não atrapalhe a instalação de armários.
• O quadro deverá ser instalado, de preferência, o mais próximo
possível do medidor e/ou no local onde há bastante concentração de
componentes com potência elevada.
• Em função da alta umidade o quadro de força nunca deve ser instalado no
banheiro.
• Como o acesso ao quadro deve ser facilitado, ele não deve estar
localizado em locais fechados, como porões, sótãos ou depósitos.

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3.2 - Circuitos de iluminação
O próximo item que o projetista coloca na planta são os pontos de
iluminação. Ao localizá-los na planta fornecida, ele considera a área do cômodo,
o tipo de lâmpada e a posição de instalação. À sua disposição ele tem a
seguinte tabela de símbolos indicada pela NBR 5444.

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Ainda de acordo com as exigências do cliente, desses símbolos ele escolhe
os que estão na planta a seguir:

Observação
Quando se trata de residência ou prédio residencial, normalmente os
projetistas prevêem iluminação com lâmpadas incandescentes. As lâmpadas
fluorescentes geralmente são indicadas em projetos de edifícios comerciais.
3.3 - Interruptores
Para os interruptores, a NBR 5444 apresenta a seguinte lista de símbolos:

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Desta lista, o projetista inseriu na planta os seguintes símbolos:

Observe que nesse momento, o profissional tomou o cuidado de colocar os


interruptores em locais de fácil acesso, ou seja, junto à porta, porém não atrás dela.
3.4 - Eletrodutos
Uma vez colocados os interruptores, colocam-se os eletrodutos que formam o
circuito de iluminação. A tabela que o projetista consultou foi a seguinte:

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A planta ficou assim:

Observe que a norma exige que os eletrodutos com diâmetro superior a


15mm devem ter a medida de seu diâmetro indicada. Isso é comum para os
eletrodutos que saem da caixa de distribuição. Isso pode ser constatado na planta
mostrada acima, na qual o eletroduto de diâmetro maior acomodará um número
maior de condutores.
Em relação ao diâmetro do eletroduto, a NBR 5410 exige que haja
uma “folga” de espaço para acomodar os condutores com segurança. Dependendo
da quantidade circuitos alimentados, essa folga varia entre 40% e 60%. Ela é
chamada de taxa de ocupação.

28
3.5 - Condutores
O simples símbolo do eletroduto apenas indica sua posição na planta.
Para sabermos o que vai colocado dentro dele (quantidade de condutores,
sua função e bitola) é necessário usar símbolos específicos. Eles estão
indicados na tabela a seguir:

A planta ficou assim:

29
3.6 - Tomadas
As tomadas são classificadas em dois tipos, uso geral e uso específico.
Entende-se por tomadas de uso geral (TUGs) como sendo aquelas que
normalmente são destinadas à alimentação de aparelhos portáteis e/ou para
aparelhos que, embora com posição definida, utilizam uma corrente inferior a 10A.
Tomadas de uso específico (TUEs) são aquelas destinadas a aparelhos de
potência elevada (acima de 1200W em 127V ou 2400 em 220V) que necessitam de
corrente igual ou superior a 10A.
São exemplos de tomadas de uso geral:
• Tomadas da sala e quarto que alimentam a televisão, aparelho de som,
telefone e similares;
• Tomadas da cozinha, banheiro, varanda e corredor com potência abaixo de
1200W em 127V e 2400W em 220V;
São exemplos de tomadas de uso específico:
• Tomada do chuveiro, torneira elétrica, secadora de roupa, microondas,
ar condicionado e outros equipamentos que tenham corrente elétrica igual ou
superior a 10A.
A NBR 5444 estabelece os seguintes símbolos para tomadas:

30
Observe que as saídas para telefone, relógio elétrico, som e campainha
fazem parte do mesmo grupo de símbolos.

A planta com a localização das tomadas de uso geral e respectivos


condutores ficou assim:

Observe que as tomadas do banheiro, cozinha, lavanderia e garagem são de


600VA e as tomadas da sala e dormitório não possuem identificação de potência,
portanto, são de 100VA conforme a NBR 5444. O porteiro eletrônico em função da
sua baixa potência, foi projetado utilizando o circuito 1 como alimentação.

31
A NBR 5444 não indica a simbologia do porteiro eletrônico, ficando
então, sob responsabilidade do projetista, criar um símbolo e indicar na legenda do
projeto o seu significado.
Vamos imaginar que o proprietário dessa casa, além dos pontos de
iluminação e tomadas de uso geral e específico exigidas pela NBR 5410, explica
ao projetista que ele quer instalar os seguintes equipamentos:
- Ar condicionado no quarto;
- Bomba para recalque de água do poço;
- Chuveiro;
- Torneira elétrica.
Em função da sua demanda de potência, todos os aparelhos listados
exigem tomadas de uso específico (TUE). A planta com a localização das tomadas
de uso específico ficou assim:

Observe que agora, os eletrodutos e condutores possuem as indicações de


diâmetro e bitola (seção) conforme exige a NBR 5444. Essas indicações são
fruto de cálculos de dimensionamento que você estudará nas próximas
unidades.

32
Para a acomodar os condutores de alimentação da bomba do poço, foi
projetado um eletroduto embutido no piso. Para o porteiro eletrônico foram
projetados dois eletrodutos diferentes entre a parte interna e a parte externa da
casa, para acomodação dos condutores de energia e elétrica e para os
condutores de comunicação separados conforme NBR 5444.
3.7 - Erros mais comuns em projetos
A planta que você acabou de ver, está perfeitamente de acordo com as
exigências das normas e, ao mesmo tempo, atende às necessidades do cliente,
resultando em um projeto com qualidade técnica e, portanto, segurança. Isso
porque nosso projetista, sendo um profissional consciente, aplicou nela todas as
orientações contidas nas NBRs 5410 e 5444.
Mas infelizmente,isso nem sempre acontece. A desatenção, a
inexperiência, o desrespeito e o desconhecimento das NBRs e suas
atualizações levam à elaboração de projetos que apresentam erros, às vezes,
bastante graves e que atrapalham o trabalho do instalador, deixam o cliente
insatisfeito e comprometem a segurança do imóvel.
O que você acharia, por exemplo, de entrar em um cômodo qualquer
em sua casa e não conseguir encontrar o interruptor, porque ele está escondido
atrás da porta? Acredite se quiser, existem projetos que apresentam esse tipo de
erro.
Vamos, então, listar os erros mais comuns e às vezes, até graves que os
projetistas mais desatentos podem cometer:
• Troca de símbolos, como, por exemplo, indicar no lugar de uma
tomada alta (chuveiro), uma tomada baixa.
• Localização inadequada dos componentes do circuito, como, por exemplo,
indicar a localização do quadro de distribuição no banheiro, que sendo um local de
muita umidade é impróprio para essa instalação.
• Ausência de indicação das dimensões do eletroduto e respectivos
condutores.
• Utilização de símbolos não normalizados sem indicação em legenda
apropriada.

33
• Indicação errada da função do condutor como, por exemplo, indicar
dois neutros e um terra para a tomada do chuveiro.
• Troca de identificação do interruptor em relação à sua respectiva lâmpada.
• Ausência de indicação da alimentação de determinado componente da
instalação, por exemplo, o símbolo da campainha não tem a indicação do
circuito ao qual pertence (falta de eletroduto e respectivo condutor).
• Ausência de indicação junto ao componente do circuito ao qual ele
pertence. Essa indicação é feita por meio de um número entre dois traços.
Assim, se encontrarmos em um projeto de instalação junto a uma lâmpada, a
indicação -3-, isso significa que essa lâmpada pertence ao circuito 3.
• Ausência da indicação da potência dos componentes da instalação.
Agora, só para você perceber o quanto aprendeu (ou quanto ainda tem que
estudar), vamos propor um joguinho dos sete erros. Estude a planta a seguir e tente
descobrir quais são os sete erros colocados propositadamente nela. A solução está
no fim deste texto e esperamos que você aceite o desafio e só olhe a resposta
depois de tentar resolver o enigma.

34
Solução do jogo dos sete erros
Agora que você já descobriu todos os sete erros, verifique se você está certo:
1. No quarto, o interruptor está atrás da porta. Ele deveria estar do outro lado
para proporcionar fácil acesso.
2. A identificação da lâmpada da cozinha está errada. O correto é lâmpada
“b”.
3. Falta a indicação da potência da lâmpada “d” na sala.
4. O símbolo da torneira elétrica está trocado, ela deve estar indicada por
tomada de meia altura e não tomada alta.
5. Falta a indicação da potência da torneira elétrica na cozinha.
6. Falta a indicação da bitola dos condutores do circuito 2. Por se tratar de
TUG, ele deve ser de, no mínimo, 2,5mm2
7. A indicação do circuito 3 nas tomadas não está entre traços conforme
exige a NBR 5444.

35
4 - Dispositivos usados nas instalações elétricas
prediais
4.1 -Dispositivos de proteção
Os dispositivos de proteção dos circuitos elétricos prediais são componentes
usados para limitar a corrente de circulação nos circuitos protegendo-os de curto-
circuito e sobrecargas de longa duração, e podem ser divididos em dois tipos:
• Disjuntores;
• Interruptores de corrente de fuga;
Disjuntores
Disjuntores são dispositivos de manobra e proteção com capacidade de
ligação e interrupção de corrente quando surgem no circuito condições
anormais de trabalho, como curto-circuito ou sobrecarga.
O disjuntor é composto das seguintes partes:
• caixa moldada feita de material isolante na qual são montados os
componentes;
• alavanca liga-desliga por meio da qual se liga ou desliga manualmente o
disjuntor;
• extintor de arco ou câmara de extinção, que secciona e extingue o arco que
se forma entre os contatos quando acontece sobrecarga ou curto-circuito;
• mecanismo de disparo que desliga automaticamente o disjuntor em
caso de anormalidade no circuito;
• relê bimetálico que aciona o mecanismo de disparo quando há sobrecarga
de longa duração;
• relê eletromagnético que aciona o mecanismo de disparo quando há
um curto-circuito.

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O disjuntor inserido no circuito funciona como um interruptor. Como o
relê bimetálico e o relê eletromagnético são ligados em série dentro do disjuntor,
ao ser acionada a alavanca liga-desliga, fecha-se o circuito que é travado
pelo mecanismo de disparo e a corrente circula pelos dois relês.

Havendo uma sobrecarga de longa duração no circuito, o relê bimetálico atua


sobre o mecanismo de disparo abrindo o circuito. Da mesma forma, se houver um
curto-circuito, o relê eletromagnético é que atua sobre o mecanismo de disparo
abrindo o circuito instantaneamente. Quando ocorrer o desarme do disjuntor,
basta acionar a alavanca de acionamento para que o dispositivo volte a operar,
não sendo necessária sua substituição como ocorre com os fusíveis.

37
Quanto às características elétricas, os disjuntores podem ser unipolar, bipolar
e tripolar; normalmente para correntes de 2 A, 4 A, 6 A, 10 A, 13 A, 16 A, 20 A, 25 A,
32 A, 40 A, 50 A, 63 A, 70 A, 80 A e outras.

Eles possuem disparo livre, ou seja, se a alavanca for acionada para a


posição ligada e houver um curto-circuito ou uma sobrecarga, o disjuntor desarma.
Observação
O disjuntor deve ser colocado em série com o circuito que irá proteger.
O tempo de disparo da proteção térmica (ou contra sobrecarga) torna-se mais
curto quando o disjuntor trabalha em temperatura ambiente elevada. Isso ocorre
normalmente dentro do quadro de distribuição. Por isso, é necessário dimensionar a
corrente nominal do disjuntor, de acordo com as especificações do fabricante, e
considerando também essa situação.
Características Técnicas
• Corrente nominal (In): valor eficaz da corrente de regime contínuo que
o disjuntor deve conduzir indefinidamente, sem elevação de temperatura
acima dos valores especificados.
• Corrente convencional de não atuação (Ina): valor especificado de
corrente que pode ser suportado pelo disjuntor durante um tempo
especificado (tempo convencional).
• Temperatura de calibração: temperatura na qual o disparador térmico é
calibrado. Normalmente são utilizadas as temperaturas de 20, 30 ou 40ºC.

38
• Tensão nominal (Un): valor eficaz da tensão pelo qual o disjuntor é
designado e no qual são referidos outros valores nominais. Esse valor deve
ser igual ou superior ao valor máximo da tensão do circuito no qual o
disjuntor será instalado.
• Capacidade de interrupção (Icn): valor máximo que o disjuntor deve
interromper sob determinadas tensões e condições de emprego. Esse
valor deverá ser igual ou superior à corrente presumida de curto-circuito no
ponto de instalação do disjuntor.
• Curvas de disparo: as curvas de disparo B, C e D correspondem à
característica de atuação do disparador magnético, enquanto que a do
disparador térmico permanece a mesma. (B: 3 a 5 x In; C: 5 a 10 x In ; D:
10 a 14 x In)

39
Dispositivo Diferencial Residual (DR)
Desde dezembro de 1997, é obrigatório, em todas as instalações elétricas de
baixa tensão no Brasil, o uso do chamado dispositivo DR nos circuitos elétricos
que atendam aos seguintes locais: banheiros, cozinhas, copas-cozinhas,
lavanderias, áreas de serviço e áreas externas.
O dispositivo DR é um interruptor de corrente de fuga automático que desliga
o circuito elétrico caso haja uma fuga de corrente que coloque em risco a vida
de pessoas e animais domésticos e a instalação elétrica.
Isso garante a segurança contra choques elétricos e incêndios. Apesar de
se ter a sensação de choque em caso de contato da fase com o corpo humano,
não há risco de vida, caso o circuito seja protegido por esse dispositivo.
As ilustrações a seguir representam interruptores de corrente de fuga:

O interruptor de corrente de fuga possui um transformador de corrente,


um disparador e um mecanismo liga-desliga. Ele funciona comparando a
corrente de entrada com a de saída. Essa diferença é chamada de “Corrente
Diferencial Residual” (IDR).
Ideal: IDR = 0
Real: IDR ≠ 0 (correntes naturais de fuga)
Atuação: IDR = I∆n (corrente diferencial residual nominal de atuação)

40
Tipos de disjuntores ou interruptores DR:
• alta sensibilidade: < 30mA
• baixa sensibilidade: > 30mA
Ele deve ser ligado de modo que todos os condutores do circuito,
inclusive o neutro, passem pelo interruptor. Isso permite a comparação entre as
correntes de entrada e de saída e o desligamento da alimentação do circuito em
caso de fuga de corrente.
Aplicações
• falha em aparelhos elétricos (eletrodomésticos);
• falha na isolação de condutores;
• circuitos de tomadas em geral;
• campings, laboratórios, oficinas, áreas externas;
• proteção contra riscos de incêndios de origem elétrica;
• canteiros de obra.
Observação
O DR não desobriga o uso das proteções contra sobrecorrentes nem
dispensa o aterramento das massas.

41
4.2 - Dispositivos de manobra
Para acender ou apagar uma lâmpada, fazer funcionar um ferro de
passar roupas ou qualquer eletrodoméstico, é necessária a utilização de
dispositivos construídos para esta finalidade. Esses dispositivos são
indispensáveis em uma instalação elétrica e são denominados de interruptores,
tomadas, plugues e porta-lâmpadas.
Este texto apresenta esses dispositivos tratados em suas particularidades
técnicas, utilizações e simbologia, para que você possa escolher e especificar de
forma correta o que melhor se adapte às necessidades do trabalho.
Interruptores
Interruptores são dispositivos de manobra que permitem abrir, fechar ou
comutar um circuito elétrico. Geralmente são usados nas instalações elétricas
prediais em circuitos de iluminação.
Os interruptores são constituídos basicamente de duas partes:
• Corpo: feito de baquelite, porcelana ou plástico e serve para alojar as partes
metálicas compostas pelos contatos e pelos sistemas de molas.
• Contatos: feitos de latão cadmiado, ferro cadmiado e ferro. Quando
acionados, eles têm a função de abrir, fechar ou comutar um circuito elétrico.
Normalmente esses contatos são construídos para suportarem uma corrente
máxima de 10 ampères, valor este que vem impresso no corpo do interruptor.
Tipos de interruptores:
Os interruptores são fabricados basicamente em três tipos:
• interruptor simples;
• interruptor paralelo;
• interruptor intermediário.
O interruptor simples é o tipo de interruptor mais usado em instalações
elétricas e sua única função é interromper ou restabelecer o circuito. As figuras
que seguem representam este tipo de interruptor e um circuito utilizando um
interruptor simples

42
Dimmer
Em circuitos com interruptor simples, existe a possibilidade de
substituição do interruptor por um dispositivo controlador de luminosidade
denominado dimmer. Esse dispositivo possui dois terminais de ligação e deve ser
ligado da mesma forma que o interruptor simples.
O dimmer apresenta duas vantagens em relação ao interruptor; controle de
luminosidade e economia de energia elétrica, pois pode ser regulado para
proporcionar menos luminosidade do que a que seria fornecida se o comando da
iluminação fosse realizado apenas por meio de um interruptos simples.
As ilustrações que seguem apresentam dois modelos de dimmer: um do tipo
deslizante e outro do tipo rotativo.

Interruptores paralelos
Os interruptores paralelos são aqueles que permitem o comando de uma
lâmpada a partir de dois pontos diferentes. Eles possuem três bornes: um é
comum e os outros dois são responsáveis pela comutação do circuito, o que
permite que se ligue ou desligue o circuito a partir de dois pontos diferentes.
Trata-se de um componente muito usado para comandar iluminação de
escadarias, corredores e dormitórios.
As figuras que seguem ilustram o sistema de acionamento interno e o
esquema elétrico desse interruptor.

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As figuras a seguir demonstram um circuito utilizando interruptores paralelos

Se os dois interruptores estiverem na mesma posição (posição I ou


posição II), a lâmpada estará acesa. Por outro lado, se os interruptores
estiverem em posições diferentes, a lâmpada se apagará. Desta forma,
independentemente da posição de um dos interruptores, é possível comandar a
lâmpada a partir de qualquer um dos pontos.
Quando é necessário comandar uma lâmpada ou um circuito a partir de vários
pontos diferentes (três ou mais pontos), é necessário utilizar dois interruptores
paralelos e interruptores intermediários entre eles.
Interruptor intermediário
Os interruptores intermediários possuem quatro bornes de ligação,
responsáveis pela comutação dos circuitos. Através desses interruptores é
possível a comutação do circuito em quantos pontos forem necessários, pois a
sua construção permite dois tipos de ligações que possibilitam esta comutação.
As figuras a seguir ilustram as ligações nas posições I e II.

44
A seguir é mostrado o esquema de um circuito de iluminação comandado
a partir de quatro pontos diferentes, utilizando dois interruptores paralelos e dois
intermediários.

Se for necessário comandar a lâmpada do circuito anterior em sete pontos


diferentes, bastaria acrescentar ao circuito mais três interruptores intermediários,
entre os interruptores paralelos.
Estes interruptores são utilizados em corredores longos com várias portas no
seu percurso, como por exemplo, em hospitais, onde é necessário o comando de um
circuito em vários pontos diferentes.
O aspecto físico dos interruptores varia de acordo com o fabricante e
necessidade do ambiente onde ele será usado. Os interruptores simples e paralelo
são idênticos e o intermediário possui tecla dupla.
A seguir são apresentados alguns modelos como exemplo. É sempre
interessante consultar catálogos de fabricantes para conhecer a diversidade de
combinações e tipos de interruptores fabricados, a fim de escolher o que melhor se
adapte ao trabalho a ser realizado.

De acordo com o interruptor utilizado, escolhe-se um tipo de placa de


proteção. As figuras que seguem ilustram alguns modelos.

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Interruptor Pulsador
O interruptor pulsador é um interruptor cujo maníbulo de controle possui uma
mola que faz o retorno automático do seu sistema mecânico para a posição de
chave aberta, portanto este interruptor é acionado (fechado) por impulso e retorna
para a posição de aberto assim que oimpulso é retirado.
A sua aplicação principal é para acionamento de cigarras e campainhas.
Interruptor tipo Minuteria
O interruptor tipo minuteria é um dispositivo eletrônico usado para ligar,
através de um pulsador, uma carga de iluminação e desligá-la automaticamente
após um tempo pré determinado. Sua aplicação principal está no controle de
iluminação de garagens.
Existem vários modelos de minuteria no mercado, abaixo temos o diagrama
de ligação de um modelo.

Relé fotoelétrico
O relé fotoelétrico, também chamado de fotocélula, é uma dispositivo para
controle automático de cargas de iluminação através do monitoramento da
luminosidade do ambiente. Ele possui um LDR (resistor dependente da luz) que
varia a sua resistência de acordo com a luminosidade monitorada, e quando há
pouca luminosidade ele a fase de retorno para a carga e a desliga quando percebe
alta luminosidade. Sua aplicação principal está no controle de iluminação de
ambientes externos.

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Interruptor automático de presença – IAP
O interruptor tipo ÌAP é um dispositivo eletrônico usado para ligar
automaticamente uma carga de iluminação quando detectar a presença de pessoas
na área monitorada. Este dispositivo usa um sensor infravermelho que detecta
variação de temperatura na massa e quando percebe uma variação relevante aciona
um rele que ativa a fase de retorno para a carga e a desliga após um tempo pré
determinado sem variação de temperatura. Sua aplicação principal está no controle
de iluminação de garagens e ambientes de uso coletivo.
Existem vários modelos de IAP no mercado, alguns com ajuste de tempo,
fotocélula para distinção entre períodos noturno e diurno, entre outras funções.

Relé de impulso
O relé de impulso é um dispositivo auxiliar no comando de sistemas de
iluminação e controle automático da abertura e fechamento de equipamentos. A sua
função é mudar a posição do seu contato de saída, quando recebe um pulso de
tensão em sua bobina. Este pulso de tensão pode ser proveniente de um pulsador
ou de um sensor acionado por um controle remoto.

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A utilização do relé de impulso proporciona as seguintes vantagens para
seus usuários:
• Simplificação da instalação devido ao número reduzido de condutores;
• Economia devido à redução de condutores e diminuição da bitola dos
condutores de comando;
• Versatilidade, pois é possível que a tensão seja diferente entre o circuito da
carga e o circuito do comando seja a tensão C.A. ou C.C.
• Flexibilidade em função do acionamento e da quantidade de pontos de
controle da iluminação.
Veja um diagrama de ligação de relé de impulso

No diagrama acima, o relé está identificado pela linha tracejada e a sua


bobina está ligada através dos bornes A1/1 e A2. O funcionamento deste sistema
segue a seguinte seqüência:
• Um dos pulsadores é pressionado e liberado pelo usuário;
• Com o pulso de tensão gerado pelo pulsador, a bobina é alimentada
e faz com que o contato de saída derivado do borne A1/1 feche,
alimentando o borne 2 com a tensão proveniente do fio fase;
• As duas lâmpadas (carga) acendem e permanecem acesas mesmo
que a bobina do relé não tenha mais energia.

48
Veja o diagrama com as lâmpadas acesas:

Agora um outro pulsador é acionado e liberado pelo usuário;


• Com o pulso de tensão gerado pelo pulsador, a bobina é alimentada e faz
com que o contato de saída derivado do borne A1/1 abra, tirando a alimentação do
borne 2;
• As duas lâmpadas (carga) apagam e permanecem apagadas até que um
pulsador seja acionado novamente.
Veja o diagrama comparativo para a instalação de uma lâmpada
comandada em quatro pontos diferentes em uma casa. Na primeira figura são
utilizados interruptores intermediários e na segunda, é utilizado o relé de impulso.

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Instalação utilizando interruptores intermediários, quando a lâmpada está
acesa todos os condutores ficam energizados.

Em uma instalação utilizando relé de impulso, quando a lâmpada está acesa,


somente o circuito entre o relé e a lâmpada fica energizado. A quantidade de fios é
menor.
O relé de impulso pode ser instalado próximo à carga ou na caixa de
interligação dos condutores. Veja a foto do relé instalado.

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Veja agora a utilização do relé de impulso na automação de uma
persiana:

Neste caso, o relé utilizado possui dois contatos de saída que


obedecem à seguinte seqüência de pulsos: (figura 8)

• 1º Pulso: Os dois contatos ficam abertos;


• 2º Pulso: Fecha o contato vermelho e a persiana desce;
• 3º Pulso: O contato vermelho abre e a persiana para na posição fechada
(embaixo);
• 4º Pulso: Fecha o contato preto e a persiana sobe;
• 1º Pulso: O contato preto abre e a persiana para na posição aberta (em
cima).

51
4.3- Tomadas e plugues
Tomadas e plugues são dispositivos que permitem ligações elétricas
provisórias de aparelhos portáteis industriais e eletrodomésticos. A ligação é feita
por meio do encaixe entre o plugue, que é a parte móvel, e a tomada, que é a
parte fixa.

Nesses tipos de dispositivos os valores de tensão de serviço e corrente


nominal mais comuns são: 250v - 10A e 20A.
Os plugues e as tomadas são fabricados normalmente de baquelite,
porcelana ou nailon. Eles se diferenciam entre si pelo formato e quantidade de
pinos.
A instalação de interruptores e tomadas deve obedecer à norma NBR
5410. Essa norma determina que o interruptor fique a 1,2 m do piso. Para
tomadas existem três alturas padronizadas: a 30 cm (baixa), a 1,2 m (média) e a
2 m (alta) do piso acabado.
4.4 - Porta-lâmpadas
Porta-lâmpadas ou receptáculos são dispositivos de fixação e conexão
elétrica usados entre a lâmpada e os condutores. Os materiais mais utilizados
na fabricação desses dispositivos são a porcelana e o baquelite.
A norma NBR 5112 determina todos os parâmetros construtivos e ensaios
desse dispositivo.
A rosca destinada a receber a lâmpada é denominada de rosca
Edison, com vários diâmetros diferentes. O seu código é provido da letra E
(Edison) e um número que determina o diâmetro da rosca em milímetros: E-10, E-
12, E-14, E-17, E-27 e E-40.
As lâmpadas incandescentes, assim como as lâmpadas eletrônicas
(econômicas) usadas em residências possuem rosca E-27.

52
Alguns tipos de porta-lâmpadas são mostrados nas figuras que seguem.

É importante lembrar que, para se manter atualizado em relação à tecnologia


e aplicação dos diversos componentes dos circuitos elétricos que compõem uma
instalação elétrica predial, o eletricista deve colecionar catálogos de fabricantes.
Além de fornecer dados técnicos atualizados sobre os componentes, eles o
ajudarão a dar orientação mais correta para auxiliar o cliente na escolha do
melhor material para sua instalação.

Iluminação Fluorescente
A iluminação através de lâmpada fluorescente é mais econômica e produz um
nível de iluminamento próximo à iluminação natural.
Para o funcionamento da lâmpada fluorescente é necessário alguns
componentes, tais como:
• Luminária – Estrutura refletora que acomoda a lâmpada e os demais
componentes.
• Soquetes – Elementos usados para fixação mecânica da Lâmpada à
luminária e conexão elétrica da mesma ao reator.
• Reator – Elemento que produz as condições elétricas necessárias para
o funcionamento da lâmpada fluorescente.
As Lâmpadas fluorescentes tubulares possuem tamanho padronizado de
acordo com a potência, e as luminárias deverão ser especificadas de acordo com a
potencia e a quantidade de lâmpadas. Exemplo: Luminária para 2 lâmpadas de
40W.
O reator também deve ser especificado de acordo com a potência e a
quantidade de lâmpadas da luminária. Exemplo: Reator para 2 lâmpadas de 40W.

53
Abaixo temos os diagramas de ligação do reator às lâmpadas, estes
diagramas são fornecidos no corpo do reator.

Em área externas ou ambientes específicos utiliza-se lâmpadas de descarga


elétrica que podem ser:
• Vapor de mercúrio (normalmente usada nos postes das
concessionárias de energia)
• Vapor de sódio
• Vapor metálico
Estas lâmpadas têm como principal característica a alta taxa de emissão de
luminosidade. Elas funcionam apenas em 220v e necessitam de refletor e reator
específicos.

54
Ventiladores de teto
Os ventiladores de teto são cargas usadas nas instalações elétricas prediais.
Para sua instalação o eletricista deverá estar atento à montagem mecânica,
seguindo as instruções fornecidas pelo manual do equipamento e também à
instalação elétrica do mesmo.
O ventilador pode ter ou não uma luminária acoplada a si, no manual do
fabricante vem os diagramas de ligação sugeridos para o modelo.
O controle e a alteração da velocidade do motor é realizada pelo controlador a
ser instalado no ponto de controle da iluminação. Abaixo temos um exemplo de
ventilador com o esquema de ligação elétrica do mesmo.

55
4.6 - Condutores
Os condutores elétricos são componentes essenciais do circuito elétrico,
pois é através deles que a corrente elétrica circula. Por causa disso, dissipam
uma certa quantidade de calor (efeito Joule).
Embora isso não possa ser evitado, poderá ser minimizado por meio
da escolha correta do tipo de condutor cujo material de fabricação e bitola
devem estar de acordo com as demandas de sua utilização.
De mesma forma, a utilização do eletroduto adequado às necessidades de
segurança da instalação, é de grande importância.
Materiais para a fabricação de condutores
O condutor é o componente do circuito que conduz a corrente elétrica. Ele é
tão mais eficaz quanto maior for sua capacidade de facilitar a passagem da corrente.
Por causa disso, os condutores elétricos são fabricados com materiais cuja formação
atômica facilita a ocorrência de uma corrente elétrica, ou seja, materiais que
conduzem eletricidade com maior eficácia devido a sua condutibilidade.
Os materiais mais utilizados como condutores elétricos são o cobre e o
alumínio. Esses dois materiais apresentam vantagens e desvantagens em sua
utilização. A tabela a seguir apresenta em destaque os itens nos quais um
material apresenta vantagem sobre o outro.

Comparando a resistividade do alumínio com a do cobre, verifica-se que a


resistividade do alumínio é 1,6 vezes maior que a do cobre. Portanto, para substituir
um condutor de alumínio por um de cobre, deve-se diminuir a seção deste em
1,6 vezes com relação ao condutor de alumínio, para que este conduza a
mesma corrente nas mesmas condições.
Em instalações residenciais, comerciais e industriais, o condutor de
cobre é o mais utilizado. O condutor de alumínio é mais empregado em linhas de
transmissão de eletricidade. Esse uso é devido à sua menor densidade e,

56
conseqüentemente, menor peso. Isso é um fator de economia, pois as torres
de sustentação podem ser menos reforçadas.
Tipos de condutores
O condutor pode ser constituído de um ou vários fios. Quando é
constituído por apenas um fio é denominado de fio rígido. Quando é constituído
por vários fios, é chamado de cabo.

O cabo é mais flexível que um fio de mesma seção. Assim, quando se


necessita de um condutor com seção transversal superior a 10 mm2 é quase
obrigatório o uso do cabo devido à sua flexibilidade, uma vez que o fio a partir desta
seção é de difícil manuseio. O cabo pode ser formado por um condutor (cabo
simples ou singelo) ou vários condutores (múltiplo).

Isolação
Para a proteção do condutor é utilizada uma capa de material isolante
denominada isolação, com determinadas propriedades destinadas a isolá-los entre
si.

57
A isolação deve suportar a diferença de potencial entre os condutores e terra,
e proteger o condutor de choques mecânicos, umidade e corrosivos. Alguns
condutores são fabricados com duas camadas de materiais diferentes, porém
completamente aderidas entre si.
A camada interna é constituída por um composto com propriedades elétricas
superiores, sendo que a externa é constituída por um material com características
mecânicas excelentes.

A isolação suporta temperaturas elevadas, de acordo com o material que é


utilizado na sua fabricação. Veja tabela a seguir:

Normalização
No Brasil, até 1982, os condutores elétricos eram fabricados de acordo com a
escala AWG / MCM. A partir daquele ano, de acordo com o plano de
metrificação do Instituto Nacional de Metrologia, foi implantada a série métrica
conforme as normas da IEC.
Como conseqüência, a NBR 5410 inclui duas novas características nas
especificações dos fios e cabos:
• Nova escala de seções padronizadas em mm2
• Emprego de materiais isolantes com nova temperatura-limite,
aumentando de 60°C para 70°C.

58
Com isso, houve um aumento da densidade de corrente (ampères por
2
mm ) uma vez que o emprego de materiais isolantes com maior temperatura-limite
possibilita este aumento.
Outra vantagem dessa mudança é que as seções são dadas em
números redondos, ou seja, com menor números de casas decimais em relação
ao sistema AWG / MCM.
A tabela que segue mostra o limite de condução de corrente elétrica
pelos condutores, no sistema métrico, a capacidade de condução de corrente
para cabos isolados até 3 condutores carregados, e maneiras de instalar n°s. 1,2
,3 ,5 e 6 da norma NBR 5410.

As normas da ABNT aplicáveis a fios e cabos são:


• NBR-6880 para condutores de cobre para cabos isolados.
• NBR-6148 para fios e cabos com isolação sólida extrudada de cloreto de
polivinila para tensões até 750V-especificações.
Todos os condutores elétricos devem estar devidamente protegidos
contra sobrecargas e curtos-circuitos. A proteção deverá ser feita através de
fusíveis ou disjuntores adequados. Tais dispositivos de proteção deverão ser
dimensionados de acordo com a capacidade de condução de corrente do
condutor estabelecida pela norma vigente e que, também, é fornecida pelo
fabricante, muitas vezes na própria embalagem do produto.
Emendas e derivações
Quando é necessário unir as extremidades de condutores de modo a
assegurar resistência mecânica adequada e um contato elétrico perfeito, usam-se
emendas e derivações.

59
Os tipos de emendas mais empregados são:
• emendas em linhas abertas;
• emendas em caixas de ligação;
• emendas com fios grossos.
As emendas feitas em linhas abertas são feitas enrolando-se a extremidade
do condutor à ponta do outro e vice-versa. Este tipo de emenda é denominado de
prolongamento.

Para se executar este tipo de emenda, os condutores a serem unidos devem


ser desencapados com o auxílio de um canivete em aproximadamente 50 vezes seu
diâmetro.

O revestimento isolante deve ser retirado com um canivete usado de


forma inclinada como se estivesse apontando um lápis.

60
O fio sem isolação deve ser cruzado, e as primeiras espiras enroladas com os
dedos:

Então, prossegue-se com o alicate universal, dando o aperto final com dois
alicates.

As emendas de condutores em caixas de ligações são denominadas rabo de


rato. Para esse tipo de emenda, os condutores são desencapados da mesma forma
e comprimento do processo anterior.
Os fios devem estar fora da caixa e a emenda deve ser iniciada
torcendo-se os condutores com os dedos.

61
O aperto final deve ser dado com o alicate.

Dobrando-se a emenda no meio, faz-se o travamento.

Quando é necessário derivar um condutor em uma rede elétrica,


independentemente do tipo de ligação, usa-se a derivação.

62
O condutor a ser derivado deve ser desencapado num comprimento de
aproximadamente 50 vezes seu diâmetro. A região do outro condutor onde se
efetuará a emenda deve ser desencapada num comprimento aproximado de 10
vezes o seu diâmetro.

Deve-se cruzar o condutor em um ângulo de 90° em relação ao condutor


principal, segurando-os com o alicate universal.

Utilizando dois alicates, dá-se o aperto final e o arremate.

Em virtude da resistência que os condutores oferecem na torção das


pontas, em condutores com seção igual ou superior a 10 mm2 outro processo de
emenda é utilizado. Isso exige técnica especial de junções, a fim de assegurar uma
ligação mecânica forte, além do bom contato elétrico.

63
Emendas de fios grossos
Em relação às emendas de fios grossos, observa-se a regra geral de que as
emendas só podem ser executadas com auxílio de conectores. A tabela a
seguir resume informações sobre esse tipo de emenda.

Emenda por soldagem


Outra forma de emendar fios grossos é pela emenda por soldagem que
apresenta um bom contato elétrico e boa resistência mecânica. Ela é executada com
o auxílio de um metal de adição formado por uma liga de estanho e chumbo.

64
Para executar a emenda por soldagem, o ferro de soldar deve estar com a
ponta limpa, quente e com uma certa quantidade de metal de adição derretido. O
ferro deve ser o apoio da emenda, e o metal de adição deve estar apoiado
na parte superior da emenda até que a solda fundida preencha todos espaços
entre as espiras e cubra totalmente a emenda.
Conectores especiais
A conexão de condutores pode também ser feita por meio de
conectores especiais, denominados bornes ou conectores bornes, que unem fios
ou cabos por meio de parafusos.

Outra forma de conexão de condutores a equipamentos é o olhal, feito


com um alicate de bico. É importante observar o sentido de aperto do parafuso ao
se conectar o fio no equipamento para que o olhal não se abra.

Isolação de emendas e derivações


Toda emenda e derivação deve ser protegida por uma isolação
restabelecendo as condições de isolação dos condutores. Essa isolação é feita por
meio da fita isolante.
A fita isolante é fabricada com materiais plásticos e borracha. É apresentada
comercialmente em rolos com diferentes comprimentos e larguras adequadas a cada
tipo de condutor que se queira isolar.

65
Independentemente do tipo de emenda ou derivação, esta deve ser
isolada com, no mínimo, duas camadas de fita sem que ela seja cortada,
procurando deixá-la bem esticada e com a mesma espessura do isolamento do
condutor.

4.6 - Eletrodutos
Eletrodutos são tubos de metal ou plástico, rígidos ou flexíveis, utilizados com
a finalidade de proteger os condutores contra umidade, ácidos ou choques
mecânicos. Podem ser classificados em:
• eletroduto rígido de aço-carbono;
• eletroduto rígido de PVC;
• eletroduto metálico flexível;
• eletroduto de PVC flexível.
Eletrodutos rígidos de aço
Os eletrodutos rígidos de aço são tubos de aço com ou sem costura
longitudinal (solda), com diâmetros e espessuras de paredes diferenciados, e
com acabamento de superfície externo e/ou interno, que pode ser brunido,
decapado, fosfatizado, galvanizado, pintado, polido, revestido ou trefilado. São
usados normalmente em instalações expostas.

66
Eletroduto rígido de PVC:
Estes eletrodutos são fabricados com derivados de petróleo, sendo
isolantes elétricos, não sofrem corrosão nem são atacados por ácidos.
São fabricados em barras de 3 metros e têm, também, suas extremidades
roscadas. Seus diâmetros e espessura de parede são determinados pela NBR 6150,
conforme tabela que segue:

Os eletrodutos rígidos de PVC são normalmente utilizados em


instalações embutidas ou instalações externas em ambientes úmidos. Porém,
não devem ser utilizados em ambientes onde a temperatura seja superior a
50oC.
Eletroduto metálico flexível
Este eletroduto é formado por uma cinta de aço galvanizada, enrolada em
espirais meio sobrepostas e encaixadas de tal forma que o conjunto proporcione
boa resistência mecânica e grande flexibilidade. Esse produto também é
fabricado com um revestimento de plástico a fim de proporcionar maior
resistência e durabilidade.

São utilizados em instalações expostas de máquinas e motores elétricos.

67
Eletrodutos de PVC flexível:
Existem eletrodutos flexíveis de material plástico utilizados somente em
instalações embutidas. Como não existe uma norma da ABNT a respeito desse tipo
de eletroduto, para sua correta especificação e utilização, deve-se utilizar a norma
IEC 614.

68
5 - Aterramento
Segundo a ABNT, aterrar significa colocar instalações e equipamentos no
mesmo potencial de modo que a diferença de potencial entre a terra e o
equipamento seja zero. Isso é feito para que, ao se operar máquinas e
equipamentos elétricos, o operador não receba descargas elétricas do
equipamento que ele está manuseando. A ausência do aterramento é
responsável por muitos acidentes, principalmente em instalações domésticas
Portanto, o aterramento tem duas finalidades básicas: proteger o
funcionamento das instalações elétricas e garantir a segurança do operador e do
equipamento que está sendo usado.
Neste capítulo são apresentados as técnicas de aterramento e os
materiais que são usados para esse fim. Esses conhecimentos são de
fundamental importância para o eletricista e devem ser estudados com bastante
cuidado.
O termo “aterramento” se refere à terra propriamente dita ou a uma
grande massa utilizada em seu lugar. Aterrar um circuito elétrico, isto é, ligar
intencionalmente um condutor fase ou, o que é mais comum, o neutro à terra,
tem como função controlar a tensão em relação à terra dentro de limites
previsíveis.
Isso é feito para proteger as pessoas e os equipamentos contra um curto-
circuito na instalação e para oferecer um caminho seguro, controlado e de baixa
impedância em direção à terra para as correntes induzidas por descargas
atmosféricas.
O objetivo mais amplo de um sistema de aterramento é o de obter
uma diferença de potencial zero entre os condutores de proteção dos
equipamentos, suas carcaças, os condutores metálicos e todas as massas
condutoras do prédio, inclusive suas ferragens e tubulações metálicas.
Observação
A diferença de potencial zero é chamada de equipotencialidade.

69
O aterramento está presente em diversos sistemas de proteção dentro de
uma instalação elétrica. Ele fornece proteção:
• contra choques elétricos;
• contra descargas atmosféricas;
• contra sobretensões;
• contra descargas eletrostáticas;
• de linhas de sinais e de equipamentos eletrônicos.
Como, para efeito de compreensão, estuda-se separadamente cada tipo de
proteção mencionada na lista acima, isso dá a entender que são sistemas
separados. Todavia, isso não é verdade, pois na execução do aterramento das
instalações elétricas, existe um único aterramento.
A palavra aterramento se refere à terra devido a sua utilização como
ponto de referência zero, uma vez que ela nos circunda em todos os lugares.
Quando falamos que algum equipamento ou estrutura está “aterrada’, queremos
dizer então que, pelo menos, um de seus elementos está propositalmente
ligado à terra. Veja as fotos a seguir, que mostram um sistema de
aterramento no momento de sua instalação.

Esses cabos ou hastes de aterramento são utilizados para a conexão do


pára-raios na proteção contra descargas atmosféricas e também para a conexão
do fio terra dos equipamentos e tomadas para proteção contra choques
elétricos, sobretensões e descargas eletrostáticas.

70
Na prática, é comum adotar-se o conceito de massa com referência ao
material condutor onde está contido o elemento eletrizado e que está em contato
com a terra. A tabela a seguir mostra os elementos que podem ser considerados
como massas e como condutores para fins de aterramento.

A tabela a seguir mostra os elementos que não podem ser considerados


como massas e condutores para fins de aterramento.

71
Assim, em um circuito em que haja um motor, por exemplo, as bobinas de um
motor são os elementos eletrizados. A carcaça (base de ferro do motor) e a
estrutura de ferro que fazem parte do conjunto constituem a massa, formada de
material condutor.

O que deve ser aterrado?


Em princípio, todo equipamento deve ser aterrado, inclusive as tomadas para
máquinas portáteis. Veja figura a seguir.

Outros equipamentos que devem ser aterrados são:


• máquinas fixas;
• computadores e outros equipamentos eletrônicos;
• grades metálicas de proteção de equipamentos de alta tensão;
• estruturas que sustentam ou servem de base para equipamentos elétricos e
eletrodutos rígidos ou flexíveis.
Observações
• Em equipamentos eletrônicos e impressoras gráficas, o aterramento
elimina os efeitos da eletricidade estática.
• O aterramento para computadores deve ser exclusivo para esse tipo de
equipamento.

72
5.1 - Eletrodo de aterramento
O eletrodo de aterramento tem a função de propiciar bom contato
elétrico entre a terra e o equipamento a ser aterrado. Ele é constituído por
hastes de cobre, cabos de cobre ou tubos galvanizados fincados no solo.
Deve ter, no mínimo, 1,50m de comprimento.

O eletrodo de aterramento não precisa necessariamente ser uma haste


de cobre, basicamente, os eletrodos de aterramento podem ser divididos em
alguns tipos a saber:
• Eletrodos naturais: Esses eletrodos estão em prédios com
estruturas metálicas normalmente fixadas por meio de longos parafusos
nas fundações de concreto. Esses parafusos engastados no concreto
servem como eletrodos, enquanto que a estrutura metálica funciona como
condutor de aterramento. Este sistema exige que haja uma perfeita
continuidade entre todas as partes metálicas. Por isso, também devem ser
interligadas todas as partes metálicas da estrutura que possam estar
desconectadas da estrutura principal.

73
• Eletrodos fabricados: Normalmente são hastes e cabos de
cobre ou tubos galvanizados.

Observação
O ponto de conexão do condutor de proteção com a haste de aterramento
deverá estar acessível à inspeção e protegido mecanicamente.
• Eletrodos encapsulados em concreto: Este tipo de eletrodo é a
própria ferragem da estrutura da edificação, colocada no interior do
concreto das fundações. Este tipo de aterramento é muito eficaz e
apresenta bons resultados devido a sua profundidade e área de contato com
a terra. Deve-se lembrar lembra que, qualquer que seja o tipo de fundação, a
interligação entre os ferros das sapatas deve ser assegurada através de
cabos de cobre.

74
O circuito a seguir representa um transformador cujo primário e secundário
estão aterrados de modo a atender aos requisitos de funcionamento, proteção e
segurança.

Se, por acidente, o secundário entrar em contato direto com o primário,


haverá um curto-circuito através dos eletrodos de aterramento. Esse curto-circuito
fará com que a tensão caia praticamente a zero. Por outro lado, a corrente de
curto-circuito provocará a interrupção do circuito através dos fusíveis.
Neste caso, a corrente elétrica irá fluir pelo solo através das hastes de
aterramento. Como a corrente elétrica proveniente de descargas atmosféricas,
curtos-circuitos e outras intempéries fluem pelo solo através do sistema de
aterramento, o solo deve apresentar boas características de condução dessa
corrente elétrica. A NBR 5410, recomenda que a resistência de aterramento medida
não seja superior a 10Ω.

5.2 - Corrente de fuga

Corrente de fuga (ou de falta) é a corrente que flui de um condutor para outro
e/ou para a terra quando um condutor energizado encosta acidentalmente na
carcaça do equipamento ou em outro condutor sem isolação. Em quase todos os
circuitos, por mais bem dimensionados que sejam, há sempre uma corrente de fuga
natural para a terra. Essa corrente é da ordem de 5 a 10 mA e não causa prejuízos à
instalação.

75
A corrente de fuga (ou de falta) é ilustrada no diagrama abaixo no
qual a carcaça de uma máquina aterrada no ponto 1 teve um contato acidental
com um resistor.

A corrente passa para a massa e retorna à fonte pela terra, partindo do


eletrodo 1 para o eletrodo 2. Se no sistema o neutro é aterrado, a corrente de fuga
(falta) retornará por ele como mostra o diagrama a seguir:

Qualquer fuga de corrente seja por meio de isolamento defeituoso ou através


do corpo de pessoas ou animais, pode causar incêndios ou acidentes, muitas vezes
fatais. Se ela ultrapassar os 15 mA, pode haver riscos para o circuito, daí a
necessidade de se operar com os dispositivos de segurança.

76
5.3 - Tensão de passo e tensão de toque
Em uma instalação elétrica, existem ainda os problemas relacionados à
tensão de toque e à tensão de passo que surgem quando há uma falha na isolação
dos equipamentos ou uma descarga atmosférica que atinja a instalação.
Tensão de passo
Quando uma corrente elétrica é descarregada para o solo, ocorre uma
elevação da tensão em torno do eletrodo de aterramento, formando-se uma
distribuição da tensão através do solo. Se uma pessoa estiver em pé próxima à
região afetada, entre seus pés haverá uma diferença de potencial, chamada de
tensão de passo. Conseqüentemente, poderá haver a circulação de uma corrente
elétrica através das duas pernas, geralmente de menor valor do que no caso da
tensão de toque, porém ainda assim desagradável e que deve ser evitada.

Tensão de toque
Se uma pessoa tocar um equipamento que está com falha na sua
isolação elétrica e não está devidamente aterrado, acontecerá a passagem da
corrente elétrica através do corpo desta pessoa, pois ao tocar no equipamento
com a falha, o toque estabelece o caminho para a corrente elétrica em direção à
terra.

77
5.4 - Interruptor diferencial residual
As correntes elétricas provenientes da tensão de passo são pequenas e
insuficientes para a atuação de disjuntores e fusíveis. Por causa disso, a NBR
5410 exige que sejam utilizados dispositivos de proteção mais sensíveis,
chamados de interruptores diferenciais residuais (DRs).
O DR deve ser instalado no quadro de distribuição dos circuitos e sua
função é desligar o circuito assim que houver uma descarga elétrica para a
terra. A NBR 5410 recomenda que sejam utilizados DRs de alta sensibilidade
em circuitos residenciais, o valor comercialmente encontrado e mais utilizado é o DR
que possui I∆N de 30mA.
Um circuito que possui um DR instalado na sua alimentação se desligará
automaticamente quando:
• a parte metálica de um equipamento se tornar energizado por contato de
um fio decapado ou mal isolado;
• uma pessoa tocar um fio energizado ou uma criança colocar o dedo na
tomada;
• houver curto-circuito interno em algum eletrodoméstico.
5.5 - Condutores de proteção
O aterramento de um circuito ou equipamento pode ser feito de várias formas,
e para cada sistema é utilizada uma terminologia para o condutor de proteção:
• condutor PE;
• condutor N;
• condutor PEN.
O condutor PE é aquele que liga a um terminal de aterramento principal
as massas e os elementos condutores estranhos à instalação. Muitas vezes, esse
condutor é chamado de terra de proteção, terra de carcaça ou simplesmente
condutor de proteção. A norma NBR 5410 prescreve que este condutor tenha cor
verde com espiras amarelas.
O condutor N é aquele que tem a função de neutro no sistema elétrico e tem
por finalidade garantir o correto funcionamento dos equipamentos. Esse condutor
é também denominado condutor terra funcional.

78
O condutor PEN tem as funções de terra de proteção e neutro
simultaneamente.
A seção dos condutores para ligação a terra é determinada pela ABNT NBR
5410, que é
apresentada a seguir.

5.6 - Sistemas de aterramento para redes de baixa tensão


Do ponto de vista do aterramento, os sistemas de distribuição de
energia em baixa tensão são denominados conforme determina a NBR-5410,
ou seja: sistema TT; sistema TN-S; sistema TN-C; sistema IT.
O sistema TT é o sistema pelo qual o condutor de proteção serve
exclusivamente para aterramento. As massas são ligadas ao cabo que está
ligado à terra por um ou vários eletrodos de aterramento.

Veja a representação do aterramento pelo sistema TT:

79
O sistema TN-S é um sistema com condutor neutro e condutor de proteção
distintos.

Veja a representação do aterramento pelo sistema TN-S:

No sistema TN-C, o N e o PE formam o condutor PEN com a função de


neutro (N) e proteção (PE). Este sistema não é permitido para circuitos com
condutor com seção inferior a 10 mm2 e para equipamentos portáteis.

80
Veja a representação do aterramento pelo sistema TN-C:

Observação
Existem restrições quanto ao uso desse sistema, porque oferece riscos.
Em caso de rompimento do condutor PEN, a massa do equipamento fica ligada ao
potencial da linha como mostra a ilustração a seguir.

Além disso, se o sistema de distribuição empregado não é conhecido, o


neutro nunca deve ser usado como terra.
No sistema IT somente a massa é aterrada, não havendo nenhum ponto de
alimentação diretamente aterrado.

81
Veja o sistema de aterramento IT:

Quando o sistema não oferece condições de aterramento, liga-se a massa


diretamente no eletrodo de aterramento. Este pode atender a um ou mais
equipamentos como mostra a ilustração a seguir:

Observação
No Brasil, o sistema TN é o mais comum, quando se trata de instalações
alimentadas diretamente pela rede pública de baixa tensão da concessionária de
energia elétrica.
O sistema de aterramento ideal
Um sistema de aterramento deve atender as normas específicas e utilizar
componentes de fabricantes reconhecidos no mercado, além disso, um sistema de
aterramento moderno deve possuir as seguintes características:
• Utilização da ferragem da estrutura, interligada em anel por um
condutor de cobre nu, como eletrodo de aterramento;
• Possuir um Terminal de Aterramento Principal (TAP) no quadro geral
de cada apartamento, interligado ao anel enterrado por meio de um cabo de cobre
isolado;

82
• Ligações, por meio de cabos de cobre nus ou isolados, de todos os
elementos metálicos não energizados que entram na edificação, tais como
tubulações de água, esgoto, etc, até o TAP;
• Utilização de protetores contra surtos na entrada da instalação;
• Todos os fios de aterramento dos equipamentos devem estar ligados ao
TAP;
• Todo o sistema de aterramento deve estar interligado, hastes, cabos de
cobre e TAP.
Veja o sistema abaixo:

83
5.7 - Resistência do solo
Para um projeto de um sistema de aterramento, é de primordial importância o
conhecimento prévio da resistividade do solo no qual será realizado o aterramento. A
tabela a seguir, fornece a resistividade de diferentes naturezas de solo.

No Brasil, as regiões nordeste e centro-oeste possuem áreas com


resistividades maiores devido às características do solo com presença de areia,
calcário e granito. Assim, em virtude da variedade de constituição do solo, alteração
nas condições climáticas e desconhecimento da real situação do solo em que será
instalado o sistema de aterramento, a medição da resistência de aterramento
torna-se imprescindível.
O instrumento usado para medir a resistência de terra é chamado de
terramiter, terrômetro ou megger de terra.
A condição necessária para a medição, é que a resistência de terra de
um aterramento seja de, no máximo, 10 Ω. Para efetuar a medição corretamente,
deve ser consultado o manual do fabricante do aparelho de medição.
As figuras a seguir ilustram esse tipo de aparelho.

84
Para a medição da resistência de terra, utiliza-se o aparelho e seus eletrodos
que serão inseridos no solo em teste. A medição consiste em aplicar uma tensão
entre os terminais e o aparelho indicará o valor da resistência de aterramento. É
importante ressaltar que cada aparelho pode possuir particularidades de
utilização devido às diferenças de fabricante para fabricante.

85
6 - Projeto de instalações prediais
Dimensionamento de instalações elétricas prediais
A entidade brasileira que controla e coordena as normas em nosso país é a
ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e as principais normas que
envolvem as instalações elétricas são:
NBR 5410/04 – Instalações elétricas de baixa tensão que abrange as
instalações elétricas de baixa tensão (até 1.000 V) e é voltada basicamente à
segurança e à proteção dos usuários e dos equipamentos instalados.
NBR 5413 – Iluminância de interiores – procedimento que especifica como
deve ser o procedimento para definir a iluminância de interiores e as cargas de
iluminação necessárias.
6.1 - Cálculos de Dimensionamento
Todo dimensionamento envolve cálculos e fórmulas através dos quais é
possível definir precisamente quais são as cargas necessárias para cada aplicação.
Por meio dos cálculos, são definidos os parâmetros para que seja possível optar
pelo método adequado de instalação (aparente ou embutida), definir a seção e o
material do eletroduto, a bitola e o tipo de isolação dos condutores ou cabos e se os
dispositivos de proteção dos circuitos (disjuntores) serão simples ou com alguma
proteção adicional.
A prática indica a seqüência de dimensionamento, que é a seguinte:
1 – Estabelecer a quantidade mínima de pontos de iluminação
2 - Dimensionar da potência de iluminação.
3 – Estabelecer a quantidade de tomadas, de uso geral e específico.
4 – Dimensionar da potência das tomadas de uso geral e específico.
5 – Dividir a instalação em circuitos terminais.
6 – Calcular a corrente dos circuitos.
7 – Dimensionar os condutores.
8 – Dimensionar os eletrodutos.
9 – Dimensionar os dispositivos de proteção dos circuitos.
10 – Dimensionar o quadro de distribuição de acordo com a quantidade de
circuitos da instalação.

86
6.2 - Dimensionamento da potência de iluminação
Quando se faz um projeto de instalação predial, é preciso, inicialmente,
estabelecer a quantidade mínima de pontos de iluminação a serem considerados
por ambiente. Para definir qual deve ser a quantidade de pontos e a potência a ser
instalada, é primordial seguir as recomendações das normas NBR 5410 e NBR
5413.
Conforme as recomendações das normas, deve-se considerar o seguinte:
• Cada ambiente deve possuir pelo menos um ponto de luz no teto,
controlado por um interruptor de parede.
• Nos banheiros, as arandelas devem ficar a 60 cm, no mínimo, do limite
do boxe.
A potência mínima de iluminação deve ser considerada em função da área de
cada ambiente, ou seja:
• Para áreas externas em residências não há critérios definidos na NBR
5410, portanto, os pontos de iluminação vão ser determinados de acordo com
as necessidades do cliente que as indica ao projetista.
• Em ambientes com área de até 6 m², o valor mínimo é de 100VA.
• Para ambientes acima de 6m², o valor mínimo de 100VA é válido para
os primeiros 6m². A partir daí, são acrescentados 60VA a cada 4m² inteiros
considerados.
Exemplo 1
Consideremos um quarto com a largura (L) de 2,2m e o comprimento (C) de
3,5 m. A área (A) desse cômodo é obtida multiplicando-se a largura (L) pelo
comprimento (C) ou seja:
A=LxC
Substituindo os valores na expressão, tem-se:
A = 2,2 x 3,5
A = 7,7m².
Portanto, a área a ser considerada é de 7,7m2. O problema é que esse valor
ultrapassa os 6m2. Como resolver esse problema?
A NBR 5410 determina que, para os primeiros 6m², são considerados os
100VA. Mas, restam ainda, 1,7m². Como esse valor não chega a 4m², não são

87
acrescentados os 60 VA, ficando previsto para a sala apenas 100VA, o que
corresponde ao valor mínimo estabelecido pela norma.
É preciso observar que, esse valor estimado de 100VA não é
necessariamente o valor total da potência de uma lâmpada. Para iluminar o
ambiente, duas lâmpadas de 50VA podem ser instaladas, ou até mesmo quatro
lâmpadas de 25VA, pois elas estarão perfeitamente dentro do valor mínimo previsto
pelas normas.
Exemplo 2
Consideremos, agora, uma sala com a largura (L) de 3,0m e o comprimento
(C) de 3,8m. Sua área será:
A = L x C + 3,0 x 3,8 = 11,4m².
A = 11,4m2
Já sabemos que para os primeiros 6m², a potência mínima de 100VA. Como
11,4m2 correspondem a uma área maior do que 6m2 (valor máximo de área
permitido pela norma para estabelecer um ponto de iluminação com potência de
100VA), é preciso descobrir a área que sobra, que é:
11,4m2 – 6m2 = 5,4m2
Como 5,4m² correspondem a um valor superior a 4m², acrescenta-se mais
60VA de potência ao circuito. O valor restante, ou seja, 1,4m² está abaixo de 4m² e
não é considerado. Por isso, considerase como valor mínimo de potência de
iluminação neste ambiente, apenas os dois primeiros valores:
100 + 60 = 160VA
Observações
1 - As indicações da norma referem-se sempre a valores mínimos para cada
ambiente. Isso não impede que sejam acrescentados outros pontos ou maior
potência em cada ambiente, dependendo do uso e das preferências dos moradores
da residência ou usuários do prédio comercial ou industrial.
2 - Para o dimensionamento de iluminação em prédios não-residenciais, ou
seja, áreas de trabalho comerciais ou industriais, usa-se o método de lumens,
descrito em norma própria (NBR 5413 – Iluminação de interiores – procedimentos).

88
6.3 - Dimensionamento da potência de tomadas
Da mesma maneira que é preciso considerar a área de cada ambiente para
prever sua iluminação mínima, também é necessário tomar como referência as
dimensões de cada ambiente a fim de definir a potência de tomadas. Devido ao
grande número de aparelhos eletrodomésticos presentes até nas residências mais
simples, hoje mais que ontem, utiliza-se muito mais energia elétrica em todos os
ambientes. Assim, um bom projeto de distribuição das tomadas de força torna-se
essencial.
A NBR 5410 estabelece que as tomadas dividem-se basicamente em dois
tipos:
1. Tomada de Uso Geral ou TUG - na qual podem ser ligados os aparelhos
móveis ou portáteis que funcionam algum tempo e depois são removidos.
2. Tomada de Uso Específico ou TUE que alimenta os aparelhos
estacionários que, embora possam ser removidos, trabalham sempre em
determinado local, como por exemplo, o chuveiro, a máquina de lavar roupa, o
aparelho de ar condicionado etc.
Dimensionamento de Tomadas de Uso Geral (TUGs)
Os aparelhos utilizados nas tomadas de uso geral são eletrodomésticos em
geral, tais como: aspirador de pó, secador de cabelos, furadeira etc.
O dimensionamento das tomadas de uso geral depende não só do tamanho
de cada ambiente, mas também do tipo de utilização de cada tomada. As
orientações contidas na NBR 5410 indicam sempre o procedimento que atendem às
necessidades mínimas de cada ambiente.
Para elaborar o projeto de distribuição das tomadas, deve-se considerar o
seguinte:
• Em subsolos, varandas, garagens ou sótãos, recomenda-se pelo
menos uma tomada por ambiente.
• Para ambientes com área até 6m² deve-se instalar, no mínimo, uma
tomada.
• Para ambientes com área maior que 6m², calcula-se o perímetro, que é
a soma do comprimento de cada lado do ambiente, e divide-se o valor
resultante por 5 (uma tomada a cada 5m). O resultado corresponde à

89
quantidade de tomadas do ambiente. Elas devem ser espalhadas o mais
uniformemente possível;
• Em copas, cozinhas ou combinação delas, deve-se ter uma tomada de
uso geral a cada 3,5m de perímetro ou fração de perímetro. Acima da
bancada da pia devem ser previstas, no mínimo, duas tomadas de corrente,
no mesmo ponto ou em pontos distintos.
• Nos banheiros deve haver, no mínimo, uma tomada junto ao lavatório
a uma distância de 60cm do limite do boxe.
Observação
Para ambientes tais como banheiros, cozinhas, copas, copas-cozinhas, áreas
de serviço, lavanderias e locais semelhantes, deve-se atribuir, no mínimo, 600VA por
tomada, com limite máximo de até 3 tomadas, adotando-se 100VA para as tomadas
excedentes.
Exemplo 1
Consideremos, inicialmente, uma sala com a largura (L) de 2,2m e o
comprimento (C) de 3,5m. Seu perímetro será a soma das medidas das quatro
paredes do cômodo, ou seja:
P=L+L+C+C
Simplificando a expressão, tem-se:
P = (2 x L) + (2 x C)
P = (2 x 2,2) + ( 2 x 3,5)
P = 4,4 + 7
P = 11,4m
Em seguida, divide-se o valor obtido por 5:
n = 11,4 5 = 2
Esse resultado indica que deverão ser instaladas 2 tomadas: uma a cada
cinco metros. Porém, como ainda sobram 1,4m, mais uma tomada deverá ser
instalada, totalizando assim três TUGs.
Este valor estimado de 3 tomadas não é necessariamente o valor final, porém
é, segundo a NBR 5410, o número mínimo admissível para esta área. Por
conveniência, pode-se estabelecer que o comum seria ter uma tomada por parede,
no mínimo, pois é normal mudar a disposição dos móveis em uma sala. Por esse

90
motivo, fica bem dimensionado o valor de 4 tomadas de uso geral para esse
ambiente.
Exemplo 2
O segundo exemplo considera uma cozinha com a largura (L) de 3,0 m e o
comprimento (C) de 3,8 m. Tem-se, então:
P = 2L + 2C
P = (2 x 3,0) + (2 x 3,8)
P = 6 + 7,6
P = 13,6m
Em relação a cozinhas, a NBR 5410 orienta que as tomadas sejam instaladas
a cada 3,5m ou fração de perímetro. Assim, o valor do perímetro (13,6m) será
dividido por 3,5
n = 13,6 3,5
n = 3,88
Esse resultado indica uma tomada para cada um dos três primeiros 3,5 m do
perímetro, o que resultará em três tomadas e mais uma para os 0,88m (fração)
restantes, totalizando assim quatro TUGs na cozinha.
Deve-se considerar 600VA para as três primeiras tomadas e 100VA para
cada uma das tomadas excedentes:
P = (3 x 600) + 100
P = 1.800 + 100
P = 1900VA
Observação
Para cada tomada prevista, a potência deve ser de, no mínimo, 100VA em
cada uma. Esta será a carga mínima de potência nos demais cômodos ou
dependências.
Seguindo as normas e a boa prática das instalações elétricas, não se deve
esquecer que em todo e qualquer projeto, o cliente deve ser consultado e, sempre
que possível, deverá ser instalada uma quantidade maior de pontos de tomada de
uso geral que o valor mínimo calculado indica. Assim, evitase a utilização de
extensões e benjamins, reduzindo o desperdício de energia e evitando comprometer
a segurança da instalação.

91
Dimensionamento de tomadas de uso específico (TUEs)
A quantidade de aparelhos que utiliza tomadas de uso específico é
determinada de acordo com o número de aparelhos cuja utilização conhecemos,
antecipadamente, e que estarão fixos numa determinada posição no ambiente. Os
aparelhos utilizados nestas tomadas são, em geral, chuveiro, torneira elétrica,
secadora e lavadora de roupas, microondas etc.
O dimensionamento da potência de cada tomada vai depender, então,
diretamente da potência nominal do equipamento a ser alimentado.
Observação
A potência nominal é a potência indicada na identificação do aparelho, ou em
sua especificação contida no manual de instalação.
Veja alguns exemplos:
• Torneira elétrica: 3.000W a 5000W
• Geladeira: 500W a 800W
• Chuveiro: 5.600W a 6.500W
• Máquina de Lavar: 600W a 2.000W
• Secadora de roupas: 2500W a 5000W
• Torradeira: 500W a 1.200W
• Ferro de passar roupa: 400W a 1.600W
• Secador de cabelos: 500W a 1.600W
6.4 - Divisão dos circuitos
Para fins de estudo desta unidade, consideraremos o circuito elétrico como
sendo o conjunto de componentes e condutores e cabos, ligados ao mesmo
equipamento de proteção. Assim, cada conjunto de condutores, eletrodutos,
tomadas, luminárias e disjuntores constitui um circuito elétrico.
Em uma instalação predial, existem dois tipos básicos de circuito:
• Circuito de Distribuição – liga o quadro do medidor, na origem da
instalação, ou da entrada de energia ao quadro de distribuição.
• Circuito Terminal – é aquele que parte do quadro de distribuição
e alimenta diretamente lâmpadas, tomadas de uso geral e tomadas de uso
específico.

92
Observação
A instalação elétrica seja ela residencial, comercial ou industrial, deve ser
subdividida em circuitos terminais, pois isso facilita a manutenção e reduz a
interferência entre eles.
A norma NBR 5410 estabelece alguns critérios para a divisão da instalação
elétrica em circuitos terminais. Segundo esses critérios, deve-se:
• Prever circuitos de iluminação separados dos circuitos de TUGs,
procurando limitar a corrente total do circuito a 10A.
• Prever circuitos independentes, exclusivos para cada equipamento que
possua corrente nominal superior a 10A.
• Limitar a potência total para 1.270VA em instalações 127V e 2.200 VA
em 220V.
Em linhas gerais, pode-se dizer que deverá haver, no mínimo, três circuitos
terminais em uma instalação predial:
• Um para iluminação;
• Um para tomadas de uso geral
• Um para tomada de uso específico (chuveiro).
Para melhor compreender como fazer essa distribuição de circuitos, estude
cuidadosamente os exemplos a seguir.
Exemplo 1
Consideremos uma casa com dois dormitórios, uma sala, uma copa, uma
cozinha, uma área de serviço e um banheiro, cujo proprietário é muito preocupado
com segurança e uso responsável de energia. Por isso, solicitou que o projeto da
instalação elétrica seja realizado dentro dos parâmetros da norma, sem economias
“porcas”. Quais cargas de tomada específica é possível prever nesta residência e
quantos serão os circuitos correspondentes?
Antes do início do projeto, o dono da residência informou ao projetista a
previsão dos seguintes equipamentos que o profissional anotou em sua planilha:
1 - Nos dormitórios haverá um aparelho de ar condicionado em cada um
(220V, 5 A) e um computador (127V, 4A) em um deles.
2 - Na sala e na copa e na copa não haverá nenhuma tomada de uso
específico.

93
3 - Na cozinha haverá uma geladeira (127V, 4A), um forno de microondas
(127V, 7A) e uma torneira elétrica (220V, 20A).
Na área de serviço serão instaladas uma lavadora (127V, 6A) e uma secadora
(127V, 12A).
No banheiro haverá um aquecedor para a torneira da pia (220V, 20A) e um
chuveiro (220V, 32A).
Seguindo as exigências da NBR 5410, o projetista concluiu que haverá um
circuito para cada equipamento que possua corrente acima de 10A, ou seja:
Circuito 1 - Uma torneira elétrica da cozinha (20A);
Circuito 2 - Um chuveiro elétrico no banheiro (32A);
Circuito 3 - Um aquecedor para a torneira da pia do banheiro (20A);
Circuito 6 - uma secadora (12A);
Os circuitos restantes foram assim agrupados:
Circuito 4 – dois aparelhos de ar condicionado para os dormitórios (2 x 5A);
Circuito 5 – uma geladeira (4A) e um forno de microondas (7A) na cozinha.
Circuito 7 - uma lavadora (6A), na lavanderia.
Circuito 8 – Computador (4A) e demais TUGs dos dormitórios;
Circuito 9 – TUGs da sala e copa.
6.5 - Cálculo da corrente elétrica dos circuitos
Considerando que cada circuito alimentará uma determinada carga,
correspondente à soma dos equipamentos ligados ao circuito, dizemos que cada
circuito terá sua potência total a ser suprida. Não se deve esquecer que a potência
elétrica tem uma relação direta com a tensão e a corrente utilizadas, sendo obtida
pela fórmula:
P=VxI
Nessa expressão:
P = Potência elétrica
V = Tensão elétrica
I = Corrente elétrica
Isto significa que basta multiplicarmos o valor da tensão pelo valor da corrente
para que se obtenha o valor da potência. Todavia, é preciso lembrar que,
normalmente, nos equipamentos são indicados apenas os valores de tensão e

94
potência, isso significa que para se obter o valor da corrente deve-se utilizar a uma
outra expressão:
I=P÷V
Por exemplo, se o cliente tiver um forno de microondas que consome 900W,
com tensão de 127V, a sua corrente elétrica será:
I=P÷V
I = 900 ÷ 127
I = 7A
A partir do valor da corrente de cada circuito é que se define a bitola do
condutor e o dispositivo de proteção – nesse caso, um disjuntor – mais adequado
para a proteção desse condutor.
Para calcular a corrente elétrica dos circuitos procede-se da seguinte
maneira:
• Determina-se a potência total do circuito.
• Determina-se a tensão de utilização no circuito, aplicando-se a
fórmula I = P ¸ V.
Exemplo 1
Imaginemos, em uma residência, um circuito de iluminação que atenda:
1 – a dois dormitórios: 2 x 160VA
2 – à sala: 100VA
3 – ao banheiro: 100VA
3 – ao hall: 100VA
O valor total da potência deste circuito será :
P = (2 x 160) + (3 x 100)
P = 320 + 300
P = 620VA.
Como normalmente os circuitos de iluminação residenciais são alimentados
em 127V, a corrente do circuito será:
I=P/V
I = 620 / 127
I = 4,9A
Exemplo 2

95
Um banheiro deverá ter um TUE para um chuveiro dos mais modernos e
completos que possui um regulador de temperatura que atinge a potência máxima
de 7.500W. Para determinar sua corrente, é preciso lembrar que todo circuito
alimentador para chuveiros tem a tensão de 220V. Assim:
I=P/V
I = 7.500 / 220
I = 34,0 A
Apenas após calcular a corrente de cada circuito é que é possível especificar
os condutores e o disjuntor adequados.
Observação
Dimensionar a fiação de um circuito é definir a bitola dos cabos alimentadores
do circuito de forma que seja garantido que a corrente que circular por ele, durante
um tempo ilimitado, não provocará superaquecimento.
6.6 - Como organizar o dimensionamento dos circuitos
Até agora, foram fornecidos exemplos de cálculos sem a colocação dos
circuitos nos respectivos diagramas e ambientes contidos em um planta. Nesta
última parte do texto-base, será demonstrado como organizar os dados para depois
transpô-los para os diagramas inseridos na planta.

96
Os equipamentos que o cliente solicitou para a instalação são:
Chuveiro (5600W/220V/25,5A)
Secadora de roupas (2200W/220W/10A)
Torneira elétrica (3000W/220W/13,6A)
Bomba para o poço (2400VA/220V/10,9A)
Como se trata de uma planta com vários cômodos, é necessário utilizar uma
tabela auxiliar para organizar todos os valores dimensionados por cômodo. Veja a
tabela, já contemplando as tomadas de uso específico.
Cômodo Área (m2) Iluminação (W) Perímetro (m) TUG (VA) TUE (W)
Sala
Dormitório
Cozinha 3000
Lavanderia 2200 e 2400
Garagem
Banheiro 5600
Corredor
Agora, começaremos calculando a área e dimensionando a iluminação dos
cômodos:
A sala possui largura (L) de 3,35 e o comprimento (C) de 4,0m. Sua área
será:
A=LxC
A = 4,0 x 3,35
A = 13,4m²
Como esse valor de área (13,4m²) é superior a 6m², considera-se 100VA e
efetua-se o cálculo da área restante:
13,4m² - 6m² = 7,4m²
Como 7,4m² correspondem a um valor maior que 4m², acrescenta-se mais
60VA de potência. O valor restante, ou seja, 3,4m2 estão abaixo de 4m² e não é
considerado. Por isso, considera-se como valor mínimo de potência de iluminação
na sala, apenas os dois primeiros valores:
100VA + 60VA = 160VA

97
Agora que o dimensionamento foi realizado, basta completar a tabela. Veja
como ficou:
Cômodo Área (m2) Iluminação (W) Perímetro (m) TUG (VA) TUE (W)
Sala 13,4 160
Dormitório
Cozinha 3000
Lavanderia 2200e 2400
Garagem
Banheiro 5600
Corredor
Agora, veja o dimensionamento da potência de iluminação dos demais
cômodos:
Dormitório: A = 3,4 x 3 = 10,2m2. A potência de iluminação do dormitório é
160VA.
Cozinha: A = 4,15 x 3 = 12,45m2. A potência de iluminação do dormitório é
160VA.
Lavanderia: A = 3,50 x 3 = 10,5m2. A potência de iluminação da lavanderia é
160VA.
Garagem: A = 1,75 x 2,90 = 5,075m2. Como a área é menor que 6m2, a
potência de iluminação a ser adotada é 100VA.
Banheiro: A = 2,15 x 2,20 = 4,73m2. Como a área é menor que 6m2, a
potência de iluminação a ser adotada é 100VA.
Corredor: A = 2,15 x 1 = 2,15m2. Como a área é menor que 6m2, a potência
de iluminação a ser adotada é 100VA.
Agora veja como ficou a tabela:
Cômodo Área (m2) Iluminação (W) Perímetro (m) TUG (VA) TUE (W)
Sala 13,4 160
Dormitório 10,2 160
Cozinha 12,45 160 3000
Lavanderia 10,5 160 2200e 2400
Garagem 5,075 100
Banheiro 4,73 100 5600
Corredor 2,15 100

98
Veja a planta com os pontos de iluminação identificados e localizados em
seus respectivos cômodos.

O próximo passo é dimensionar as tomadas de uso geral de acordo com a


NBR 5410. Para melhor entendimento, vamos analisar cada cômodo
separadamente. Veja como ficou:
Sala: como a área é superior a 6m2, a potência de tomadas deve ser
dimensionada através do perímetro:
P = 2L + 2C
P = (2 x 4) + (2 x 3,35)
P = 8 + 6,7
P = 14,7m
Em seguida, divide-se o número obtido por 5: 14,7 ÷ 5 = 2,94
Como a NBR 5410 determina que seja dimensionada uma tomada a cada 5m
ou fração de perímetro, a sala deverá possuir no mínimo três tomadas de 100VA.

99
Veja como ficou a tabela.
Cômodo Área (m2) Iluminação (W) Perímetro (m) TUG (VA) TUE (W)
Sala 13,4 160 14,7 3 x 100 VA
Dormitório 10,2 160
Cozinha 12,45 160 3000
Lavanderia 10,5 160 2200e 2400
Garagem 5,075 100
Banheiro 4,73 100 5600
Corredor 2,15 100
Agora, vamos dimensionar as tomadas de uso geral para os demais
cômodos:
Dormitório: como a área é superior a 6m2, a potência de tomadas deve ser
dimensionada através do perímetro:
P = 2L + 2C
P = (2 x 3,4) + ( 2 x 3)
P = 6,8 + 6
P = 12,8m
Em seguida divide-se o número obtido por 5:
12,8 ÷ 5 = 2,56
Como a NBR 5410 determina que seja dimensionada uma tomada a cada 5m
ou fração de perímetro, o dormitório deverá possuir no mínimo três tomadas de
100VA.
Cozinha: para a cozinha, a potência de tomadas deve ser dimensionada
através do perímetro:
P = 2L + 2C
P = (2 x 4,15) + (2 x 3)
P = 8,3 + 6
P = 14,3m
Em seguida divide-se o número obtido por 3,5:
14,7 ÷ 3,5 = 4,085
Como a NBR 5410 determina que seja dimensionada uma tomada a cada
3,5m ou fração de perímetro, a cozinha deverá possuir no mínimo cinco tomadas.
As três primeiras de 600VA e as duas restantes serão de 100VA.
Lavanderia: para a lavanderia, a potência das tomadas deve ser
dimensionada através do perímetro:

100
P = 2L + 2C
P = (2 x 3,50) + (2 x 3)
P = 13m
Em seguida, divide-se o número obtido por 3,5:
13 ÷ 3,5 = 3,7
Como a NBR 5410 determina que seja dimensionada uma tomada a cada
3,5m ou fração de perímetro, a lavanderia deverá possuir no mínimo quatro
tomadas. As três primeiras de 600VA e a restante será de 100VA.
Corredor e garagem: a NBR 5410 estabelece pelo menos uma tomada de
100VA em cada cômodo.
Banheiro: a NBR 5410 estabelece pelo menos uma tomada perto do lavatório
com potência de 600VA. Agora veja como ficou a tabela completa:
Cômodo Área Iluminação (W) Perím.(m) TUG (VA) TUE (W)
(m2)
Sala 13,4 160 14,7 3 x 100
Dormitório 10,2 160 12,8 3 x 100
Cozinha 12,45 160 14,3 3x600 e 2x100 3000
Lavanderia 10,5 160 13 3x600 e 1x100 2200 e 2400
Garagem 5,075 100 1x100
Banheiro 4,73 100 1x600 5600
Corredor 2,15 100 1x100

101
O próximo passo é dividir todas as cargas em circuitos terminais. Para isso
será utilizada uma tabela para organizar as informações. Veja a tabela:
Circuito Nº Cômodo Iluminação TUG (VA) TUE (W)
1
2
3
4
5

Para estabelecer o(s) circuito(s) de iluminação é necessário calcular a


potência total de iluminação da casa:
P = 160 + 160 + 160 + 160 + 100 + 100 + 100
P = 940VA
Como a potência não ultrapassou 1270VA, apenas um circuito alimentará
toda a iluminação da casa: é o circuito 1. Veja como ficou a tabela.
Circuito Nº Cômodo Iluminação (W) TUG (VA) TUE (W)
1 Sala, Dor., coz., Lav., Ban. e cor 940
2
3
4
5
Agora é a vez das tomadas de uso geral. Como as tomadas da cozinha e da
lavanderia não podem estar no mesmo circuito dos outros cômodos, vamos dividi-las
em 3 circuitos:
No circuito 2 ficarão duas tomadas de 600VA e uma tomada de 100VA da
cozinha;
No circuito 3 ficarão duas tomadas de 600VA e uma de 100VA da lavanderia;
No circuito 4 ficarão uma tomada de 600VA da lavanderia, uma tomada de
600VA e uma de 100VA da cozinha.
Veja como ficou a tabela.
Circuito Nº Cômodo Iluminação (W) TUG (VA) TUE (W)
1 Sala, Dor., coz., Lav., Ban. e cor 940
2 Cozinha 1300
3 Lavanderia 1300
4 Cozinha e Lavanderia 1300
5
O próximo passo é somar a potência dos demais cômodo e verificar se a
potência não ultrapassa 1270VA:

102
P = sala + dormitório + garagem + corredor + banheiro
P = 300 + 300 + 100 + 100 + 600
P = 1400VA
Como a potência ultrapassou 1270VA, faremos a seguinte distribuição:
No circuito 5 ficarão as tomadas da sala, dormitório, garagem e corredor;
No circuito 6 ficará a tomada do banheiro.
Veja como ficou a tabela:
Circuito Nº Cômodo Iluminação (W) TUG (VA) TUE (W)
1 Sala, Dor., coz., Lav., Ban. e cor 940
2 Cozinha 1300
3 Lavanderia 1300
4 Cozinha e Lavanderia 1300
5 Sala, Dorm., Garagem e corredor 800
6 Banheiro 600
Agora, basta destinar um circuito para cada tomada de uso específico de
acordo com a previsão dos equipamentos a serem instalados na casa.
Veja como ficou a tabela completa:
Circuito Nº Cômodo Iluminação TUG (VA) TUE (W)
(W)
1 Sala, Dor., coz., Lav., Ban. e cor 940
2 Cozinha 1300
3 Lavanderia 1300
4 Cozinha e Lavanderia 1300
5 Sala, Dorm., Garagem e corredor 800
6 Banheiro 600
7 Banheiro 5600
8 Cozinha 3000
9 Lavanderia 2200
10 Lavanderia 2400

103
Veja como ficou a planta com a divisão de circuitos.

6.7 - Dimensionamento de condutores


O dimensionamento de condutores tem por objetivo a determinação do valor
da sua seção nominal (bitola), de modo a poder transportar a corrente necessária ao
funcionamento do circuito, sem que haja sobreaquecimento nos condutores.
A NBR 5410/04 especifica os condutores em mm2 e estabelece as seções
mínimas dos condutores de um circuito em função do uso. A seção mínima foi
estabelecida, de forma a atender às condições mínimas de utilização e de
segurança contra esforços mecânicos.

104
Seção mínima dos condutores
Veja a tabela simplificada que estabelece a seção mínima do condutor-fase
de um circuito em função do uso:

Observe que através da tabela, a NBR 5410/04 estabelece que, para um


circuito de iluminação, utilizando condutores isolados, a seção mínima do condutor
de cobre é de 1,5mm2, ou seja, mesmo se você for alimentar uma simples lâmpada
de 100W/127V, deve utilizar, no mínimo, o condutor com seção de 1,5mm2. Para
um circuito de tomadas de uso geral, a seção mínima do condutor de cobre é de
2,5mm2.
A NBR 5410/04 também estabelece a seção mínima dos condutores neutro e
de aterramento, de acordo com as seguintes tabelas:
a) Seção mínima dos condutores neutro e de aterramento para circuitos
monofásicos e bifásicos

105
b) Seção mínima dos condutores neutro e de aterramento para circuitos
trifásicos

Para o dimensionamento dos condutores, a NBR 5410/04 estabelece dois


critérios. São eles:
• Dimensionamento pelo critério da máxima condução de corrente;
• Dimensionamento pelo critério da queda de tensão admissível nos
condutores.
Neste texto, será utilizado o critério da máxima condução de corrente,
devido a sua maior utilização em projetos elétricos prediais e residenciais. Para obter
informações sobre o critério da queda de tensão admissível nos condutores, você
deverá consultar os textos complementares.
Dimensionamento pelo critério da máxima condução de corrente
Para realizar o dimensionamento dos condutores pelo critério da máxima
condução de corrente, é necessário seguir as seguintes etapas:
Calcular a corrente elétrica de cada circuito (corrente de projeto);
Determinar o fator de agrupamento de cada circuito;
Calcular a corrente corrigida de cada circuito;
Determinar o condutor em função da máxima capacidade de condução de
corrente.
Cálculo da corrente de projeto
Pelo critério de dimensionamento por meio da máxima condução de corrente,
será analisada, a corrente elétrica de cada circuito. Para isto, deve-se determinar o
valor da corrente para a qual será dimensionado o condutor. Esse valor é
determinado de corrente de projeto (IB), e para cada circuito ela é determinada por
meio da seguinte expressão:

106
IB = P ÷ V
Nela, P é a potência do circuito (em VA ou W) e V é a tensão do circuito (em
V)
Observe como se calcula a corrente de projeto de um circuito de iluminação
que foi projetado com 900VA de potência alimentado por uma tensão de 127V:
IB = P ÷ V
IB = 900 ÷ 127
IB = 7,08A
A corrente de projeto (IB) deste circuito de iluminação é 7,08A.
Observe agora, como é calculada a corrente de projeto de um circuito de
tomada de uso específico, que alimenta um chuveiro de 5600W com 220V.
IB = P ÷ V
IB = 5600 ÷ 220
IB = 25,45A
A corrente de projeto (IB) do circuito do chuveiro é 25,45A.
Fator de agrupamento
A corrente de projeto indica qual é, por exemplo, a corrente elétrica que será
transportada pelo condutor quando o chuveiro estiver ligado. Essa corrente elétrica
que passa pelo condutor localizado dentro do eletroduto provoca um aquecimento.
Esse aquecimento é dissipado dentro do eletroduto e quanto maior for a quantidade
de circuitos dentro do eletroduto, menor será a capacidade desse eletroduto de
dissipar esse calor, o que causa o superaquecimento do circuito. Como a dissipação
do calor está prejudicada e há superaquecimento no circuito, os condutores ficam
com a sua capacidade de condução de corrente prejudicada em função desse
aquecimento. Para solucionar este problema, a NBR 5410/04 estabelece que seja
feita a correção da corrente elétrica em função do número de circuitos agrupados
no interior do eletroduto.
O fator de agrupamento de condutores é a valor utilizado para efetuar a
correção da corrente elétrica. O fator de agrupamento é um valor numérico
estabelecido em função do agrupamento de circuitos no pior trecho do projeto.

107
Observe a tabela a seguir:
Quantidade de circuitos no interior do eletroduto Fator de Agrupamento
1 1,00
2 0,80
3 0,70
4 0,65
5 0,60
6 0,57
7 0,54
8 0,52
9 a 11 0,50
12 a 15 0,45
16 a 19 0,41
20 ou mais 0,38
Para utilizar a tabela, você deverá identificar o circuito cujo fator de
agrupamento deverá ser calculado. Em seguida, deverá seguir todo o trajeto desse
circuito e identificar em qual trecho do percurso há um maior agrupamento de outros
circuitos.
Cálculo da corrente corrigida
A corrente corrigida de um circuito é o valor da corrente de projeto corrigida
em função do
agrupamento. Para calcular o valor da corrente corrigida (Ic) de um circuito,
basta aplicar a seguinte fórmula:
Ic = IB ÷ f
Nela, Ic é a corrente corrigida; IB é a corrente de projeto e f é o fator de
agrupamento.
Para melhor explicar como calcular a corrente corrigida dos circuitos, são
apresentados a seguir alguns exemplos.
Exemplo 1
O circuito 1 de uma casa alimenta o circuito de iluminação com 1000VA de
potência elétrica. Supondo que no trajeto deste circuito do projeto elétrico, na pior

108
situação, ele seja instalado junto com outros dois circuitos no eletroduto próximo ao
quadro geral, qual é a corrente elétrica corrigida (Ic) deste circuito?
Inicialmente, é necessário calcular a corrente de projeto (IB)
IB = P ÷ V
IB = 1000 ÷ 127
IB = 7,87A
Agora, é necessário encontrar o fator de agrupamento deste circuito na
tabela.
Quantidade de circuitos no interior do eletroduto Fator de Agrupamento
1 1,00
2 0,80
3 0,70
Como o circuito 1 está agrupado com mais dois circuitos no interior do
eletroduto, o fator de agrupamento para 3 circuitos agrupados no interior do
eletroduto é 0,70. Assim, f = 0,70. Aplicando a fórmula tem-se:
Ic = IB ÷ f
Ic = 7,87 ÷ 0,70
Ic = 11,24A
A corrente corrigida (Ic) do circuito 1 é 11,24A.
Exemplo 2
O circuito 2 de uma casa alimenta o circuito do chuveiro com 5600VA de
potência elétrica. Supondo que no trajeto deste circuito no projeto elétrico, na pior
situação, ele seja instalado junto com outro circuito no eletroduto próximo ao quadro
geral, qual é a corrente elétrica corrigida (Ic) do circuito 2?
Primeiramente, é necessário calcular a corrente de projeto (IB):
IB = P ÷ V
IB = 5600 ÷ 220
IB = 25,45A
Agora, é necessário encontrar o fator de agrupamento deste circuito na
tabela.
Quantidade de circuitos no interior do eletroduto Fator de Agrupamento
1 1,00
2 0,80

109
Como o circuito 2 está agrupado com mais um circuito no interior do
eletroduto, o fator de agrupamento para 2 circuitos agrupados no interior do
eletroduto é 0,80. Assim, f = 0,80. Aplicando a fórmula temos:
Ic = IB ÷ f
Ic = 25,45 ÷ 0,80
Ic = 31,81A
A corrente corrigida (Ic) do circuito 2 é 31,81A.
Capacidade de condução de corrente dos condutores
Para dimensionar corretamente os condutores a serem empregados na
instalação, além dos cálculos que você já aprendeu a fazer, é necessário conhecer,
agora, qual é a corrente elétrica que os condutores suportam, sem que haja
sobreaquecimento suficiente para danificar a sua isolação. A NBR 5410/04,
estabelece os valores de corrente para os condutores em função do modo como
serão instalados. A tabela a seguir, fornece os valores nominais de capacidade de
condução de corrente, para condutores isolados, instalados no interior de
eletrodutos plásticos embutidos em alvenaria ou eletrodutos metálicos aparentes.

Na tabela, observe que um condutor, com seção de 1,5 mm2, suporta 15,5A
e, um condutor, com 4,0 mm2, suporta 28A. Agora que você já sabe qual é a seção
mínima do condutor de cada circuito em função do uso, sabe como calcular a
corrente corrigida de um circuito e também sabe qual a máxima corrente que os
condutores suportam de acordo com a NBR 5410/04. Para escolher a correta seção
do condutor a ser utilizado no projeto, basta seguir a seguinte expressão:
IZ = IC

110
A expressão significa que o condutor escolhido deve possuir uma capacidade
de condução de corrente maior ou igual à corrente corrigida. Nela, IC é a corrente
corrigida e IZ é a capacidade de condução de corrente.
Veja os exemplos que mostram como definir a capacidade de condução de
corrente dos condutores.
Exemplo 1
Qual é a seção do circuito 1 de uma residência que possui as seguintes
características:
- Circuito de iluminação;
- Potência de 800VA;
- Tensão do circuito igual a 127V;
- 2 circuitos agrupados no interior do eletroduto.
O primeiro passo é calcular a corrente de projeto:
IB = P ÷ V
IB = 800 ÷ 127
IB = 6,29A
Agora, é necessário encontrar o fator de agrupamento deste circuito na
tabela:
Quantidade de circuitos no interior do eletroduto Fator de Agrupamento
1 1,00
2 0,80
Como o circuito 1 está agrupado com mais um circuito no interior do
eletroduto, o fator de agrupamento para 2 circuitos no interior do eletroduto é 0,80.
Assim, f = 0,80 Aplicando a fórmula tem-se:
Ic = IB ÷ f
Ic = 6,29 ÷ 0,80
Ic = 7,87A
Para determinar a seção do condutor a ser utilizado, é necessário consultar a
tabela referente à capacidade de condução de corrente dos condutores. Pela NBR
5410/04, não é permitido utilizar um condutor com seção menor que 1,5mm2, que,
pela tabela de capacidade de condução de corrente de condutores, suporta até
15,5A. Então, o condutor a ser utilizado é o de 1,5 mm2.

111
Exemplo 2
Qual são as seções dos condutores dos circuitos 1, 2 e 3 da planta mostrada
a seguir, para uma tensão de 127 V (fase-neutro) e 220 V (fase-fase)?

Para auxiliar a organização dos dados, vamos utilizar a seguinte tabela:

Agora, vamos preencher a tabela com o número de cada circuito, o tipo


(iluminação, TUG ou TUE), a tensão e a potência de cada um. Veja como ficou a
tabela:

Agora, é preciso calcular a corrente de projeto (IB). Para isso, basta dividir a
potência pela tensão de cada circuito.

112
Veja como ficou a tabela:

Agora, para determinar o fator de agrupamento, deve-se observar a planta, e


verificar a pior situação de cada circuito, ou seja, analisar o caminho que cada
circuito percorre na planta para indicar qual o seu maior agrupamento. Veja como
ficou a tabela:

Observe que a pior situação do circuito 1, está no trecho entre o quadro geral
e a lâmpada. No trecho, existem dois circuitos agrupados, o circuito 1 e o circuito 3,
como para o circuito 3 também é a pior situação, ou seja, dois circuitos agrupados
no interior do eletroduto, o fator de agrupamento para o circuito 1 e para o circuito 3
é 0,80.
Observe agora que, para o circuito 2, o fator de agrupamento é 1,00, pois em todo o
seu percurso na planta, ele não divide espaço com nenhum outro circuito.

O próximo passo, é calcular a corrente corrigida. Para isso, basta dividir a


corrente de projeto (IB) pelo fator de agrupamento (f). Veja como ficou a tabela:

Note que a corrente do circuito 2 não sofreu alteração. Isso ocorre devido a
sua característica de estar sozinho no interior do eletroduto.
Agora o passo final é definir qual é a seção dos condutores a serem utilizados
em cada circuito. Lembre-se de que para circuitos de iluminação, a seção mínima

113
estabelecida pela NBR 5410/04 é 1,5mm2 e para circuitos de tomadas, a seção
mínima é de 2,5mm2.
Para o circuito 1, a corrente corrigida é 1,96A. Para este valor de corrente, um
condutor de seção igual a 0,50mm2 seria suficiente, mas devido à exigência da NBR
5410/04 que também se preocupa com esforços mecânicos, a seção do condutor a
ser utilizada será de 1,5mm2.
Para o circuito 2, também ocorre a mesma situação, já que o circuito possui
um valor pequeno de corrente, mas em função do uso do circuito, a seção a ser
utilizada será de 2,5mm2.
Para o circuito 3, é preciso tomar cuidado para determinar a seção do
condutor a ser utilizado, pois a NBR 5410/04 estabelece a seção mínima de
2,5mm2, mas este condutor suporta até 21A, inferior à corrente corrigida. Para
solucionar este problema, basta utilizar o condutor com seção de 4mm2, que suporta
até 28A.
Veja como ficou a tabela completa para o exemplo dado:

114
Dimensionamento por máxima queda de tensão
Outra forma de dimensionamento do cabo é pela máxima queda de tensão
admissível, a NBR 5410 estabelece, no item 6.2.7, em 4% a queda de tensão
máxima admissível para circuitos alimentados por rede de distribuição pública em
baixa tensão. Considerando que a queda de tensão não é provocada apenas pelos
cabos elétricos, mas também pelas conexões dos dispositivos, vamos dimensionar
os condutores da instalação considerando um percentual máximo de 2% da tensão
de alimentação sobre os condutores, logo em circuitos as quedas de tensão
máximas serão:
TENSÃO DO CIRCUITO 127v 220v
QUEDA DE TENSÃO (2%) 2,54v 4,4v

Para a determinação da seção transversal mínima do condutor de cada


circuito usaremos a lei de OHM, a equação da resistividade, a resistividade do cobre
e o comprimento do cabo do circuito.

Lei de OHM ܴ = ூ
Onde:

R Resistência em Ω
V  Queda de tensão em volt
I  Corrente corrigida em ampere
ఘ௫௅ ఘ௫௅
Equação da resistividade: ܴ = ௌ
Logo: ܵ = ோ
Onde:

R Resistência em Ω
ρ Resistividade específica do cobre (0,0172Ωmm2/m)
L  Comprimento do cabo em metros
S  Área da seção transversal do condutor em mm2
Usaremos a corrente corrigida de cada circuito para calcular a resistência do
cabo
Circuito 1 – Corrente IC= 1,96A ; Comprimento do cabo 30m (15+15)
௏ ଶ,ହସ ଴,଴ଵ଻ଶ௫ଷ଴
ܴ= = ଵ,ଽ଺ = 1,2959Ω : ܵ = = 0,398݉݉ଶ
ூ ଵ,ଶଽହଽ

Como a NBR 5410 estipula que a bitola mínima para circuitos de iluminação
seja de 1,5mm2 o cabo do circuito 1 deverá ser de 1,5mm2.

115
Circuito 2 – Corrente IC= 2,36A ; Comprimento do cabo 40m (20+20)
௏ ଶ,ହସ ଴,଴ଵ଻ଶ௫ସ଴
ܴ= ூ
= ଶ,ଷ଺ = 1,0763Ω : ܵ = ଵ,଴଻଺ଷ
= 0,640݉݉ଶ

Como a NBR 5410 estipula que a bitola mínima para circuitos de TUG seja de
2,5mm2 o cabo do circuito 2 deverá ser de 2,5mm2.
Circuito 3 – Corrente IC= 25A ; Comprimento do cabo 20m (10+10)
௏ ଶ,ହସ ଴,଴ଵ଻ଶ௫ଶ଴
ܴ= = = 0,1016Ω : ܵ = = 3,388݉݉ଶ
ூ ଶହ ଴,ଵ଴ଵ଺

Como a NBR 5410 estipula que a bitola mínima para circuitos de TUG seja de
2,5mm2 e a bitola calculada é a menor que pode ser usada o cabo do circuito 3
deverá ser de 4mm2.
Para o cálculo do condutor pela máxima queda de tensão deve-se considerar
o comprimento do cabo de cada condutor carregado do circuito e este comprimento
deve ser calculado usando a planta baixa não deixando de considerar as medidas
de altura (subida e descida de cabo).

6.8 - Dimensionamento de eletrodutos


Para o correto dimensionamento dos eletrodutos de uma instalação elétrica, é
necessário definir a taxa de ocupação do eletroduto a ser utilizado. A taxa de
ocupação é o percentual máximo da área do eletroduto que pode ser ocupada pelos
condutores. A taxa de ocupação pode variar entre 40% e 53% em função da
quantidade de condutores que serão instalados. A taxa de ocupação mais utilizada é
a de 40%, pois é utilizada quando serão instalados 3 ou mais condutores no interior
do eletroduto.
Para simplificar o dimensionamento, utiliza-se uma tabela, que a partir do
número de condutores e a seção do maior condutor de cada trecho, fornece o
tamanho nominal do eletroduto. Veja a tabela:

116
Veja os exemplos abaixo para auxiliá-lo no entendimento da tabela de
dimensionamento de eletrodutos.
Exemplo 1
Determinar o diâmetro do eletroduto para os condutores fase e neutro de
1,5mm2 e duas fases e um terra de 4mm2. Neste trecho de eletroduto passam cinco
condutores e a seção do maior condutor é 4mm2. Veja como localizar o valor na
tabela.

O diâmetro do eletroduto a ser utilizado é de 20mm.


Exemplo 2
Determinar o diâmetro do eletroduto para os condutores fase e neutro de
1,5mm2, fase, neutro e terra de 2,5mm2 e duas fases e um terra de 4mm2. Neste
trecho de eletroduto passam oito condutores e a seção do maior condutor é 4mm2.

117
Veja como encontrar o valor na tabela:

O eletroduto a ser utilizado será o de 25mm.


6.9 - Dispositivos de proteção
Depois de dimensionar os condutores dos circuitos e seus respectivos
eletrodutos, é necessário determinar a proteção dos circuitos devido à probabilidade
de ocorrerem sobrecorrentes e curtocircuitos. A NBR 5410/04 estabelece que “os
condutores devem ser protegidos por um ou mais dispositivos de seccionamento
automático contra sobrecargas e curto-circuitos”.
Os dispositivos de proteção de circuitos são os fusíveis e os disjuntores. Para
determinar a proteção dos circuitos, serão utilizados os disjuntores termomagnéticos
(DTM), devido a sua grande utilização nas instalações prediais e residenciais.
Dimensionamento do dispositivo de proteção
Para dimensionar o correto disjuntor que irá proteger um circuito, basta seguir
a seguinte definição estabelecida pela NBR 5410/04: Ic = In = Iz , onde Ic é a
corrente corrigida do circuito; In é a corrente nominal do disjuntor e Iz é a
capacidade de condução de corrente do condutor. Isso significa que a corrente do
disjuntor tem que ser maior ou igual à corrente corrigida e ao mesmo tempo, ser
menor ou igual à capacidade de condução de corrente do condutor.
Para facilitar a organização das informações, vamos utilizar a tabela de
dimensionamento de condutores, com uma coluna a mais para indicar o valor do
disjuntor. Observe como ficou a tabela:

118
Para dimensionar o valor da corrente do disjuntor do circuito 1, deve-se
escolher um disjuntor com corrente superior ou igual a 1,96A (IC) e menor ou igual a
15,5A (IZ). Veja a definição:
1,96 = In = 15,5
Para a escolha do disjuntor existe a opção de 10A ou 15A, porém vamos
indicar um disjuntor de 15A para dar uma “folga” ao circuito e proteger os
condutores. O circuito poderá, também, alimentar mais lâmpadas.
Veja agora a definição para o circuito 2: 2,36 = In = 21
O disjuntor será o de 20A.
Para o circuito 3, veja como fica a definição: 25 = In = 28
O disjuntor será o de 25A, pois não são fabricados disjuntores de 26A, 27A ou
28A. Veja como ficou a tabela:

6.10 - Quadro geral de força e luz


De acordo com a NBR5410/04, esta previsão de reserva deverá obedecer aos
seguintes critérios:
• · Quadros com até 6 circuitos: prever espaço reserva para, no mínimo, 2
circuitos;
• · Quadros de 7 a 12 circuitos: prever espaço reserva para, no mínimo, 3
circuitos;
• · Quadros de 13 a 30 circuitos: prever espaço reserva para, no mínimo, 4
circuitos;
• ·Quadros acima de 30 circuitos: prever espaço reserva para, no mínimo, 15%
dos circuitos.

119
7 – Demanda de Energia Elétrica

Após dimensionar o interior da residência devemos dimensionar o ramal de


entrada, que envolve a instalação elétrica do quadro de distribuição da residência
até a linha de distribuição da concessionária de energia elétrica.
O fornecimento de energia elétrica é determinado em função das limitações
estabelecidas pelas normas técnicas da concessionária local (onde se situa a
unidade consumidora) em função da potência (carga) instalada ou potência de
demanda e tipo de carga ou de fornecimento. Consideraremos, por hipótese,
que nos exemplos seguintes as edificações estejam na área de atuação da
concessionária CEMIG.
Normas Técnicas da CEMIG:
ND 5.1 Fornecimento de Energia Elétrica em Tensão Secundária -
Rede de Distribuição Aérea, Edificações Individuais.
ND 5.2 Fornecimento de Energia Elétrica em Tensão Secundária -
Rede de Distribuição Aérea Edificações Coletivas.
ND 5.3 Fornecimento de Energia Elétrica em Tensão Primária de 13.8
kV Rede de Distribuição Aérea.
ND 5.4 Fornecimento de Energia Elétrica em Tensão Primária de 23.1
kV Rede de Distribuição Aérea.
ND 5.5 Fornecimento de Energia Elétrica em Tensão Secundária Rede
de Distribuição Subterrânea.

7.1 - Terminologias
Inicialmente serão descritas as terminologias e definições que permitem uma
compreensão mais detalhada dos termos técnicos utilizados para o fornecimento
de energia elétrica às instalações de consumidores.
Consumidor: É a pessoa física ou jurídica a qual solicita à
concessionária e assume a responsabilidade pelo pagamento das contas e
pelas demais obrigações regulamentares e contratuais. Unidade consumidora:

120
São as instalações de um único consumidor, caracterizadas pela entrega de
energia elétrica em um só ponto, com medição individualizada.
Edificação Individual: É toda e qualquer construção, reconhecida pelos
poderes públicos, contendo uma única unidade consumidora.
Edificação de Uso Coletivo: É toda e qualquer construção,
reconhecida pelos poderes públicos, constituída por duas ou mais unidades
consumidoras, cujas áreas comuns, com consumo de energia sejam juridicamente
de responsabilidade do condomínio.
Limite de Propriedade: São as demarcações e delimitações evidentes
que separam a propriedade do consumidor da via pública e dos terrenos
adjacentes de propriedade de terceiros, no alinhamento designado pelos poderes
públicos.
Ponto de Entrega: É o ponto até o qual a concessionária se obriga a
fornecer energia elétrica, com participação nos investimentos necessários, bem
como, responsabilizando-se pela execução dos serviços de operação e de
manutenção do sistema, não sendo necessariamente o ponto de medição.
Entrada de Serviço: É o conjunto constituído pelos condutores,
equipamentos e acessórios instalados entre o ponto de derivação da rede
secundária e a medição, inclusive. A entrada de serviço abrange, portanto, o ramal
de ligação e o padrão de entrada da unidade consumidora.
Ramal de Ligação: É o conjunto de condutores e acessórios instalados pela
concessionária entre o ponto de derivação da rede secundária e o ponto de entrega.
Padrão de Entrada: É a instalação compreendendo o ramal de
entrada, poste ou pontalete particular, caixas, dispositivo de proteção,
aterramento e ferragens, de responsabilidade do consumidor, preparada de
forma a permitir a ligação da unidade consumidora à rede da concessionária.
Ramal de Entrada: É o conjunto de condutores e acessórios instalados
pelo consumidor entre o ponto de entrega e a medição ou proteção.
Ramal Interno do Consumidor: É o conjunto de condutores e
acessórios instalados internamente na unidade consumidora, a partir da medição ou
proteção do padrão de entrada.

121
Carga ou Potência Instalada (kW): É o somatório das potências
nominais dos equipamentos elétricos de uma unidade consumidora.
Demanda (kVA): É a potência elétrica realmente absorvida em um
determinado instante por um equipamento ou sistema. A demanda média é potência
elétrica absorvida durante um intervalo de tempo determinado, usualmente 15
minutos. A demanda máxima é a maior de todas as demandas ocorridas em um
intervalo de tempo. A demanda provável (ou potência de alimentação ou potência
de demanda ou simplesmente demanda) é a demanda máxima da instalação.
Este é o valor que será utilizado para o dimensionamento dos condutores
alimentadores e dos respectivos dispositivos de proteção.
O fator de demanda é a razão entre a demanda máxima e a potência
instalada:

7.2 – Cálculo da Demanda


Observando o funcionamento de uma instalação elétrica residencial,
comercial ou industrial, pode-se constatar que a potência elétrica consumida é
variável a cada instante. Isto ocorre porque nem todas as cargas instaladas estão
todas em funcionamento simultâneo. A potência total solicitada pela instalação da
rede a cada instante será, portanto, função das cargas em operação e da potência
elétrica absorvida por cada uma delas a cada instante (comentar refrigerador e
motores em geral).
Por isso, para realizar o dimensionamento dos condutores elétricos que
alimentam os quadros de distribuição, os quadros terminais e seus respectivos
dispositivos de proteção, não seria razoável nem técnica nem economicamente a
consideração da demanda como sendo a soma de todas as potências instaladas.
Conceitos importantes:
Carga ou Potência Instalada
É a soma de todas as potências nominais de todos os aparelhos elétricos
pertencentes a uma instalação ou sistema.

122
Demanda
É a potência elétrica realmente absorvida em um determinado instante por um
aparelho ou por um sistema.
Demanda Média de um Consumidor ou Sistema
É a potência elétrica média absorvida durante um intervalo de tempo
determinado (15min, 30min)
Demanda Máxima de um Consumidor ou Sistema
É a maior de todas as demandas ocorridas em um período de tempo
determinado; representa a maior média de todas as demandas verificadas em um
dado período (1 dia, 1 semana, 1 mês, 1 ano)
Potência de Alimentação, Potência de Demanda ou Provável Demanda
É a demanda máxima da instalação. Este é o valor que será utilizado para o
dimensionamento dos condutores alimentadores e dos respectivos dispositivos de
proteção; será utilizado também para classificar o tipo de consumidor e seu padrão
de atendimento pela concessionária local
Fator de Demanda
É a razão entre a Demanda Máxima e a Potência Instalada
FD = Dmáx / Pinst
Exemplo do cálculo de demanda de um apartamento típico com as seguintes
cargas:
Cargas Potência
10 lâmpadas incandescentes de 100W 1000W
5 lâmpadas incandescentes de 60W 300W
1 TV de 100W 100W
1 aparelho de som de 60W 60W
1 refrigerador de 300W 300W
1 ferro elétrico de 1000W 1000W
1 lava-roupa de 600W 600W
1 chuveiro elétrico de 3700W 3700W
TOTAL 7060W

Maior demanda possível = 7060W

123
Admitindo que as maiores solicitações sejam:
Demanda diurna
Cargas Potência
lâmpadas incandescentes 200W
1 aparelho de som de 60W 60W
1 refrigerador de 300W 300W
1 lava-roupa de 600W 600W
1 chuveiro elétrico de 3700W 3700W
TOTAL 4860W

Demanda noturna
Cargas Potência
lâmpadas incandescentes 800W
1 aparelho de TV de 100W 100W
1 refrigerador de 300W 300W
1 Ferro Elétrico de 1000W 1000W
1 chuveiro elétrico de 3700W 3700W
TOTAL 5900W

Fatores de demanda
Diurno -> Fd = 4860 / 7060 = 0,69 ou 69%
Noturno -> Fd = 5900 / 7060 = 0,84 ou 84%
Pinst = valor fixo
Demanda = varia a cada instante
Dmax = valor máximo de demanda -> potência de alimentação, demanda total
da instalação -> será utilizado como base de cálculo para o dimensionamento da
entrada de serviço da instalação
Os valores de demanda são influenciados por diversos fatores, dentre os
quais a natureza da instalação (residencial, comercial, industrial, mista), o número de
consumidores, a estação do ano, a região geográfica, a hora do dia, etc.

124
NOTA: A demanda deverá sempre ser expressa em termos de potência
absorvida da rede (normalmente expressa em VA ou kVA). Deve-se estar sempre
atento ao FATOR DE POTÊNCIA das cargas, observando a relação entre potência
aparente (VA) e potência ativa (W). Assim:

S = P / cosθ

S = potência aparente (VA) P = potência ativa (W)


cosθ = fator de potência

Em instalações de residências e apartamentos, a maioria das cargas


(iluminação incandescente e aparelhos de aquecimento) são puramente resistivas.
Nestes casos, podemos considerar W = VA, pois o fator de potência é igual à
unidade
Critérios para a determinação do fator de demanda para residências
individuais
Provável demanda -> PD = g ( P1 + P2 )
PD = provável demanda = potência de alimentação (em kW)
g = fator de demanda (tabelado)
P1 = soma das potências nominais de iluminação e TUGs (em kW)
P2 = soma das TUEs (em kW)

125
Exercício: Calcular a provável demanda de um apartamento com as seguintes
cargas instaladas
· Iluminação = 2800W
· TUGs = 3700W
· TUEs = 16200W
Solução:
P1 = ILUM + TUG = 2800 + 3700 = 6500W
g = 0.40
P2 = TUE = 16200W
PD = 0.40 x 6.5 + 16.2 = 18.8kW -> Pinst = 2800 + 3700 + 16200 = 22700W

DEMANDA TOTAL DE UM EDIFÍCIO DE USO COLETIVO


Em edifícios coletivos o cálculo de demanda, que resulta no dimensionamento
da Entrada de Serviço, transformador e proteção geral, deve obedecer critérios mais
rigorosos do que em instalações residenciais unifamiliares, visto que as imprecisões
entre demanda estimada e real se multiplicam no caso de edifícios de uso coletivo.
O cálculo da demanda de um edifício de uso coletivo é um processo de
aproximação e é, portanto, limitado visto que se baseia em probabilidades e
estatísticas locais. É fundamental que os componentes da entrada de serviço
estejam corretamente dimensionados para poder acomodar a Provável Demanda
Máxima.
Cálculo da Demanda Total de um Edifício Residencial de Uso Coletivo (CODI
– Comitê de Distribuição de Energia Elétrica)
* critérios definidos pelas concessionárias locais e que muitas vezes diferem
de uma para outra, conduzindo a resultados diferentes para uma mesma instalação
* as recomendações da RTD 027-CODI (recomendação técnica de
distribuição) são aplicáveis a edifícios residenciais, contendo de 4 a 300
apartamentos, independente da área útil ou padrão

126
Demanda total do edifício : Dedif = 1.20 (Daptos + Dcondom)
Demanda dos apartamentos: é função do número de apartamentos e de sua
área
Daptos = F1 x F2
F1 = fator de diversidade em função do número de apartamentos (tabelado);
representa o fato de que as demandas máximas de cada unidade tomada
individualmente ocorrem em instantes diferentes -> a demanda máxima de um
conjunto de consumidores é menor do que a soma das demandas máximas de cada
consumidor
F2 = Fator de demanda em função da área útil do apartamento (tabelado);
desconsiderar áreas de garagens e outras áreas comuns dos edifícios, algumas
vezes incluídas como pertencentes aos apartamentos
Para apartamentos com área útil > 400m2
F2 = 0.034939 x A0.895075 sendo A a área útil em m2
Demanda do condomínio: corresponde à soma de todas as cargas de
iluminação, de tomadas e de motores instalados nas áreas do condomínio. Os
seguintes critérios se aplicam:
· cargas de iluminação – 100% para os primeiros 10kW e 25% ao excedente
· cargas de tomadas – 20% da carga total
· motores - aplicam-se tabelas de demanda para motores mono e trifásicos
Dcondom = I1 + (0.25 x I2) + (0.20 x T) + M
I1 = parcela da carga de iluminação do condomínio até 10kW
I2 = parcela da carga de iluminação do condomínio acima de 10kW
T = carga total de tomadas do condomínio
M = demanda total de motores do condomínio (tabelas)
Demanda de um Edifício com Unidades Consumidoras Residenciais e
Comerciais
Em casos de edifícios que possuam unidades residenciais e comerciais o
procedimento é o mesmo utilizado no caso de edifícios residenciais puros, acrescido
da parcela referente à demanda das unidades comerciais. A demanda total do
edifício pode ser determinada por:
Dedif = 1.20 x (Daptos + Dcondom + Dun.comerc)

127
8 – Principais pontos da ND 5.1 (CEMIG)
8.1 – Condições Gerais de Fornecimento de Energia Elétrica
As edificações individuais devem ser atendidas através de uma única
entrada de serviço, cujos componentes estão especificados nos Capítulos 3 e 4.
As unidades consumidoras somente serão ligadas após vistoria e aprovação
do padrão de entrada pela CEMIG, de acordo com as condições estabelecidas nesta
Norma.
O atendimento ao pedido de ligação não transfere a responsabilidade
técnica à CEMIG, quanto a segurança e integridade das instalações elétricas
internas da Unidade consumidora.
As legislações que regulamentam as condições gerais de fornecimento estão
contidas na ND-5.1
Tensões de fornecimento
O fornecimento de energia é efetuado em uma das seguintes tensões
secundárias de baixa tensão:
- 127/220V, sistema trifásico, estrela com neutro multi-aterrado, frequência 60
Hz;
- 127/254V, sistema monofásico com neutro multi-aterrado, frequência 60
Hz, em substituição gradativa a 120/240V, de acordo com a padronização de
tensões secundárias estabelecidas pelo DNAEE.
Limites de fornecimento
O fornecimento de energia deve ser sempre efetuado em tensão secundária
de distribuição, às unidades consumidoras que apresentarem carga instalada igual
ou inferior a 75 kW, ressalvados os casos excepcionais constantes na ND-5.1.
As unidades com carga instalada superior a este limite, terão o fornecimento
em tensão primária de distribuição, de acordo com as prescrições contidas na ND-
5.3 (13,8 kV) ou ND-5.4 (23,1 kV).
A ligação de cargas especiais, tais como máquinas de solda a transformador
e tipo motor-gerador, bem como os motores elétricos monofásicos e trifásicos,
devem atender as limitações definidas para cada tipo de fornecimento.

128
129
As unidades consumidoras com cargas acionadas por motores com partidas
freqüentes (ou simultâneas) ou especiais (aparelhos de Raios-X, máquinas
de solda) cuja operação venha a introduzir perturbações indesejáveis na rede,
tais como flutuações de tensão, rádio-interferência, harmônicos, etc.,
prejudicando a qualidade do fornecimento a outras unidades , serão notificadas pela
CEMIG quanto:
a) as condições em que tais cargas podem operar;
b) as alterações no padrão de entrada visando adequá-lo ao tipo
de fornecimento compatível com o funcionamento e as características elétricas
destas cargas.
A verificação das condições operativas destas cargas deve ser feita pela
CEMIG conforme indicado nos ED-1.3 e 3.17.
Tipos de fornecimento
Os tipos de fornecimento são definidos em função da carga instalada, da
demanda, do tipo de rede e local onde estiver situada a unidade consumidora.
Classificação
Tipo A: Fornecimento de energia a 2 fios (Fase-Neutro)
Abrange as unidades consumidoras urbanas atendidas por redes secundárias
trifásicas ou monofásicas (127V), com carga instalada até 10kW e da qual não
constem:
a) motores monofásicos com potência nominal superior a 2 cv;
b) máquina de solda a transformador com potência nominal superior a 2 kVA.
Tipo B: Fornecimento de energia a 3 fios (2 Condutores Fases-Neutro)
Abrange as unidades consumidoras situadas em áreas urbanas,
atendidas por redes secundárias trifásicas (127/220V) ou monofásicas
(127/254V) que não se enquadram no fornecimento tipo A, com carga instalada
entre 10kW e 15kW e da qual não constem:
a) os aparelhos vetados ao fornecimento tipo A, se alimentados em 127V;
b) motores monofásicos, com potência nominal superior a 5 cv, alimentados
em 220V ou 254V;
c) máquina de solda a transformador, com potência nominal superior a 9kVA,
alimentada em 220V ou 254V.

130
Tipo C: Fornecimento de Energia a 3 Fios (2 Condutores Fases-Neutro)
Abrange as unidades consumidoras situadas em áreas rurais ou
de periferias de núcleos urbanos (sítios, chácaras, etc...), atendidas por redes
secundárias monofásicas (3 fios), com carga instalada entre 10kW e 20kW e da qual
não constem:
a) os aparelhos vetados aos fornecimentos tipo A, se alimentados em
127V;
b) motores monofásicos com potência nominal superior a 5cv, alimentados
em 254V.
NOTAS: 1) A ligação de motores monofásicos de 7,5cv e 10cv neste tipo de
fornecimento somente poderá ser efetuada após liberação prévia da CEMIG, que
analisará suas possíveis perturbações na rede de distribuição e nas unidades
consumidoras vizinhas.
2) O padrão de entrada deverá ser construído com a caixa polifásica
CM-2 para que, numa eventual troca da rede secundária monofásica por
uma rede secundária trifásica, não sejam necessárias modificações em sua
alvenaria.
Tipo D: Fornecimento de energia a 4 fios (3 Condutores Fases-Neutro)
Abrange as unidades consumidoras urbanas, a serem atendidas por
redes secundárias trifásicas (127/220V), com carga instalada até 75kW, que não
se enquadram nos fornecimentos tipo A, B e C e da qual não constem:
a) os aparelhos vetados aos fornecimentos tipo A, se alimentados em
127V;
b) motores monofásicos com potência nominal superior a 5cv, alimentados
em 220V;
c) motores de indução trifásicos com potência nominal superior a 15cv.
OBS: Na ligação de motores de indução trifásicos com potência nominal
superior a 5cv, devem ser utilizados dispositivos auxiliares de partida.
d) máquina de solda tipo motor-gerador, com potência nominal superior a
30kVA;
e) máquina de solda a transformador, com potência nominal superior a
15kVA, alimentada em 220V - 2 fases ou 220V - 3 fases em ligação V-v invertida.

131
f) máquina de solda a transformador, com potência nominal superior a 30kVA
e com retificação em ponte trifásica, alimentada em 220V-3 fases.
NOTA: A ligação de cargas, com características elétricas além dos
limites estabelecidos para este tipo de fornecimento, somente poderá
ser efetuada após liberação prévia da CEMIG, que analisará suas
ossíveis perturbações na rede de distribuição e unidades consumidoras vizinhas.
Tipo E: Fornecimento de Energia a 3 fios (2 Condutores Fases-Neutro)
Abrange as unidades consumidoras situadas em áreas rurais,
obrigatoriamente atendidas por redes de distribuição monofásicas rurais
de média tensão, com transformadores monofásicos exclusivos (127/254V),
com carga instalada até 37,5kW e da qual não constem:
a) os aparelhos vetados aos fornecimentos tipo A, se alimentados em
127V;
b) motores monofásicos com potência nominal superior a 10cv, alimentados
em 254V (exceto para a faixa 1).
OBS: Motores monofásicos com potências nominais de 12,5cv e
15cv poderão ser ligados neste tipo de fornecimento, desde que
utilizados os dispositivos auxiliares de partida.
Tipo F: Fornecimento de Energia a 4 Fios (3 Fases-Neutro)
Abrange as unidades consumidoras situadas em áreas rurais,
obrigatoriamente atendidas por redes de distribuição trifásicas rurais de
média tensão e com transformadores trifásicos exclusivos (127/220V), com
carga instalada até 75kW e da qual não constem:
a) motores de indução trifásicos com potência nominal superior a 50cv.
b) motores monofásicos com potência nominal superior a 10cv, alimentados
em 220V.
OBS: Motores trifásicos com potências nominais de 60cv e
75cv bem como motores monofásicos com potências nominais de 12,5
cv e 15cv poderão ser ligados neste tipo de fornecimento, desde que
utilizados os dispositivos auxiliares de partida
c) máquinas de solda vetadas ao fornecimento Tipo D.
Tipo H: Fornecimento de Energia a 3 Fios (2 condutores Fases - Neutro)

132
Abrange as unidades consumidoras situadas em áreas urbanas,
atendidas por redes secundárias trifásicas (127/220V) ou monofásicas
(127/254V) que não se enquadram no fornecimento tipo B, mas que terão o seu
fornecimento de energia elétrica a 3 fios, a pedido do Consumidor com carga
instalada até 10kW e da qual não constem:
a) carga monofásica superior a 2,54kW para o fornecimento tipo H1;
b) carga monofásica superior a 5,08kW para o fornecimento tipo H2;
c) os aparelhos vetados ao fornecimento tipo B.
Tipo I: Fornecimento de Energia a 4 Fios (3 condutores Fases - Neutro)
Abrange as unidades consumidoras situadas em áreas urbanas, a serem
ligadas a partir de redes secundárias trifásicas (127/220V) que não se
enquadram no fornecimento tipo D, mas que terão o seu fornecimento
de energia elétrica a 4 fios, a pedido do Consumidor com carga instalada até 15kW e
da qual não constem:
a) carga monofásica superior a 1,90kW para o fornecimento tipo I1;
b) carga monofásica superior a 3,81kW para o fornecimento tipo I2;
c) carga monofásica superior a 5,08kW para o fornecimento tipo I3;
d) os aparelhos vetados ao fornecimento tipo D.
Tipo J: Fornecimento de Energia a 4 Fios (3 condutores Fases - Neutro)
Abrange as unidades consumidoras constantes dos itens 2.1.b, c, e f,
Capítulo 1, situadas em áreas urbanas, a serem ligadas a partir de redes
secundárias trifásicas (127/220V) , com carga instalada entre 75,1 a 150kVA.
Faixas de Dimensionamento
A entrada de serviço de uma unidade consumidora situada em área urbana
ou rural deve ser dimensionada para uma das faixas indicadas nas Tabelas 1 a 5.

8.2 - Consulta prévia e pedido de ligação


Antes de construir ou adquirir os materiais para a execução do
seu padrão de entrada, o consumidor deve procurar uma Agência de
Atendimento da CEMIG visando obter inicialmente, informações orientativas
a respeito das condições de fornecimento de energia à sua unidade consumidora.

133
Tais orientações estão contidas em publicações especiais da
CEMIG (distribuição gratuita), denominadas "Manual do Consumidor", que
apresentam as primeiras providências a serem tomadas pelos
consumidores, relativas a:
- verificação da posição da rede de distribuição em relação ao imóvel;
- definição do tipo de fornecimento;
- carga instalada a ser ligada;
- localização e escolha do tipo de padrão;
- verificação do desnível da edificação em relação à posteação da rede;
- identificação clara da numeração da edificação;
- perfeita demarcação da propriedade, tanto de unidades consumidoras
localizadas em áreas urbanas quanto de unidades consumidoras localizadas em
áreas rurais;
- A CEMIG se reserva o direito de não efetuar a ligação, caso a carga
apresentada não estiver compatível com a carga instalada no local;
- Após a definição do tipo de atendimento, o consumidor deverá aguardar os
estudos de rede para verificação da disponibilidade de carga e consequente
ligação.
Os Materiais e equipamentos aprovados para uso nos padrões de entrada
constam do Manual do consumidor n° 11 que pode ser obtido nas lojas de Material
Elétrico e Agências de Atendimento.
8.3 - Pedido de Ligação
Após realizados os esclarecimentos preliminares aos consumidores sobre as
condições gerais do fornecimento de energia, as Agências de Atendimento da
CEMIG devem solicitar-lhes a formalização do pedido de ligação, seguindo as
orientações da ND-5.18.
A CEMIG somente efetuará as ligações de obras, definitivas e provisórias,
após a vistoria e aprovação dos respectivos padrões de entrada que devem atender
as prescrições técnicas contidas nesta Norma.
A CEMIG se reserva o direito de vistoriar as instalações elétricas
internas da unidade consumidora e não efetuar a ligação, caso as

134
prescrições das NBR 5410 e 5419 não tenham sido seguidas em seus
aspectos técnicos e de segurança.
Ligação Provisória
Caracterizam-se por serem efetuadas sem medição e por prazos pré-
estabelecidos com os consumidores. As ligações provisórias destinam-se à
ligação de parques de diversões, circos, feiras e exposições
agropecuárias, comerciais ou industriais, solenidades festivas, vendedores
ambulantes e obras públicas, com demanda igual ou inferior a 150kVA.
Para as solenidades festivas utilizar o ED-5.2, Capítulo 5 (Ligações
Provisórias em BT sem medição - Barraquinhas).
O Padrão de entrada deste fornecimento especial fica restrito à instalação de
proteção geral de baixa tensão, conforme indicado nas páginas 9-6, 9-7 e 9-9,
correspondente à carga instalada ou demanda prevista para o evento.
A instalação deste padrão deve atender às demais exigências desta Norma.
Ligação de Obras
Caracteriza-se como ligação de obras, aquela efetuada com medição, sem
prazo definido, para o atendimento das obras de construção ou reforma da
edificação.
O consumidor deve apresentar a relação de cargas a serem utilizadas durante
a obra, para a definição do tipo de fornecimento aplicável.
O padrão de entrada pode corresponder a qualquer um dos tipos
apresentados na Norma, sendo o mais indicado o padrão instalado em poste.
Juntamente com o pedido de ligação de obras, o consumidor deve apresentar
também a relação de cargas para a ligação definitiva, bem como a(s)
planta(s) de arquitetura, quando sua edificação possuir mais de um
pavimento e for construída do mesmo lado da rede da CEMIG e próxima à divisa.
Ligação Definitiva
As ligações definitivas correspondem às ligações das unidades
consumidoras, com medição e em caráter definitivo, de acordo com um dos
padrões indicados nesta Norma.
A CEMIG efetuará o desligamento da ligação de obras por ocasião da
execução da ligação definitiva.

135
O padrão de entrada utilizado na ligação de obras pode ser mantido na
unidade consumidora para a ligação definitiva, desde que a carga instalada
declarada pelo consumidor seja compatível com as especificações do padrão já
existente.
O consumidor pode solicitar ainda, a mudança do local do padrão existente
para a ligação definitiva, se for o caso.
Aumento de carga
É permitido aos consumidores aumentar a carga instalada até o
limite correspondente à sua faixa de fornecimento.
Aumentos de carga superiores a esse limite, devem ser solicitados à CEMIG,
segundo as orientações da ND- 5.18, para análise das modificações que se fizerem
necessárias na rede e no padrão de entrada.
No caso de haver previsão futura de aumento de carga, permite-se ao
consumidor instalar caixa para medição polifásica, bem como dimensionar
eletrodutos, condutores e poste/pontalete em função da carga futura.
Na ocasião do pedido de aumento de carga, o consumidor alteraria apenas a
proteção, sujeitando-se, então, às condições do pedido de ligação.
Não deve ser utilizado ramal de ligação de forma que um dos condutores,
mesmo instalado dentro da caixa, fique energizado. Nestes casos o condutor não
utilizado devem também ficar desconectado da rede.
Desmembramento de medições
A edificação individual que, a qualquer tempo, venha a ser subdividida ou
transformada em edificação de uso coletivo ou em agrupamento com mais de uma
unidade consumidora, deve ter seu padrão de entrada modificado de acordo
com as prescrições da ND-5.2 (Fornecimento de Energia Elétrica em
Tensão Secundária - Rede de Distribuição Aérea - Edificações Coletivas).
b) As instalações elétricas internas das unidades consumidoras que
resultarem da subdivisão de qualquer propriedade, devem ser alteradas
visando adequá-las à medição e proteção individualizadas, observadas as
condições não permitidas
c) As unidades consumidoras situadas em áreas periféricas de centros
urbanos (fornecimentos tipo A, B, C e D), tais como sítios e chácaras,

136
contendo várias benfeitorias que utilizam energia elétrica, devem ser
atendidas através de uma única entrada de serviço, em princípio com medição
única. No caso destas benfeitorias serem cedidas a terceiros, é permitido aos
consumidores modificar o padrão de entrada para a instalação de medições
individualizadas, desde que sejam atendidos por uma única entrada de serviço,
dimensionada de acordo com a ND-5.2 (Fornecimento de Energia Elétrica em
Tensão Secundária - Rede de Distribuição Aérea - Edificações Coletivas).
d) No caso de edificações geminadas, as unidades consumidoras somente
poderão ser atendidas por entradas de serviço distintas quando existir separação
física (muro, parede, cerca ou qualquer outra delimitação física evidente ) entre
elas, ao longo de todo o terreno. Caso contrário, as unidades devem ser
atendidas através de uma única entrada de serviço, dimensionada pela
ND-5.2 (Fornecimento de Energia Elétrica em Tensão Secundária - Rede
de Distribuição Aérea - Edificações Coletivas).
8.4 - Condições não permitidas
As seguintes situações não são permitidas, sob pena de corte do
fornecimento de energia:
a) interligação entre instalações elétricas de unidades consumidoras, mesmo
que o fornecimento seja gratuito;
b) interferência de pessoas não credenciadas pela CEMIG aos
seus equipamentos de medição, inclusive violação de lacres;
c) instalação de condutores conduzindo energia não medida na
mesma tubulação contendo condutores conduzindo energia já medida;
d) medição única a mais de uma unidade consumidora ou mais
de uma medição em uma única unidade consumidora;
e) ligação de cargas com potência nominal acima dos limites
estabelecidos para o tipo de fornecimento existente na unidade
consumidora;
f) ligação de cargas que não constem da relação apresentada e que venha a
introduzir perturbações indesejáveis na rede da CEMIG, tais como
flutuações de tensão, rádio interferência (aparelhos de Raios-X,
equipamentos de eletrogalvanização, etc.) e harmônicos. Neste caso, a CEMIG

137
notificará o consumidor que as alterações necessárias em seu sistema elétrico para
o atendimento de tais cargas, serão executadas às expensas do consumidor.
8.5 - Ponto de entrega
O ponto de entrega, que corresponde à conexão do ramal de
entrada do consumidor ao sistema elétrico da CEMIG, é identificado de
acordo com as seguintes situações:
a) Ramal de Ligação Aéreo
O ponto de entrega está situado junto ao poste ou pontalete do consumidor
ou junto à parede da edificação, e é representado pela conexão entre os
condutores do ramal de entrada embutido e do ramal de ligação aéreo
(pingadouro)
b) Ramal de Ligação Subterrâneo
Neste caso, o ponto de entrega está situado na caixa de inspeção instalada
pelo consumidor no passeio público, junto à divisa da propriedade e é representado
pela conexão entre os condutores dos ramais de entrada e de ligação subterrâneos.
c) Ramal de Entrada Subterrâneo
Devido à ausência do ramal de ligação subterrâneo, o ponto de
entrega localiza-se na estrutura da rede de derivação da CEMIG, sendo
representado pela conexão entre os condutores deste ramal e os condutores da
rede secundária.
d) Transformador Exclusivo para Consumidor Situado em Área Rural
Neste tipo de fornecimento o ponto de entrega corresponde às conexões dos
condutores do ramal de entrada às buchas de baixa tensão do transformador.
8.6 - Ramal de ligação
A instalação dos ramais de ligação é feita exclusivamente pela CEMIG, a
partir da estrutura da rede por ela designada, de acordo com as prescrições
estabelecidas para cada tipo de ramal.
Toda unidade consumidora deve ser atendida através de um único ramal de
ligação.
Ramal de Ligação Aéreo
Requisitos para Instalação

138
Na instalação do ramal de ligação aéreo devem ser observadas as seguintes
condições:
a) o ramal deve entrar preferencialmente pela frente da edificação,
caracterizada pela sua entrada principal. Quando a edificação estiver situada em
esquina, o padrão de entrada pode ser instalado em qualquer um dos lados,
desde que seja possível a instalação do ramal de ligação aéreo.
b) os condutores do ramal devem ser instalados de forma a se obter as
seguintes distâncias mínimas, medidas na vertical entre o ponto de maior flecha e
o solo
- rodovias e ferrovias : 6,00m
- vias públicas com trânsito de veículos e entradas de garagem de
veículos pesados : 5,50m
- vias públicas exclusivas de pedestres (passeios) e entradas de garagem de
automóveis : 3,50m
c) O comprimento máximo do ramal de ligação é 30m medidos a
partir da base do poste da CEMIG até o ponto de entrega. extensão máxima do
ramal dentro da propriedade, de 6m.
d) Na instalação do ramal, é exigido que seus condutores:
- não cortem terrenos de terceiros;
- não passem sobre áreas construídas;
- não sejam acessíveis de janelas, sacadas, telhados, terraços e
escadas, devendo manter sempre um
afastamento mínimo de 1,20m desses pontos na horizontal, e 2,80m na
vertical; no entanto, se na sacada
tiver circulação de pessoas a altura mínima deve ser 3,50m;
- mantenham afastamento de fios e cabos de telefonia não inferior a 0,50m.
Ramal de ligação Subterrâneo
A instalação do ramal de ligação subterrâneo deve ser efetuada
somente nos casos onde não for possível atender aos requisitos para
instalação do ramal de ligação aéreo.
Requisitos para Instalação

139
a) Na instalação do ramal de ligação subterrâneo, é exigido que seus
condutores:
- não cortem terrenos de terceiros;
- não apresentem qualquer emenda até a caixa de inspeção
instalada no passeio público junto à divisa da propriedade.
b) O ramal de ligação subterrâneo deve entrar preferencialmente pela frente
da edificação, respeitando-se as posturas municipais quando cruzar vias públicas
com trânsito de veículos. No caso de edificações situadas em esquina, é
permitida a ligação por qualquer um dos lados da propriedade.
c) O comprimento máximo admitido é de 30m, medido a partir da base do
poste de derivação, até a caixa de inspeção instalada no passeio junto à divisa da
propriedade do consumidor.
d) Os condutores do ramal de ligação subterrâneo devem ser fisicamente
protegidos por eletrodutos de aço de descida junto ao poste de derivação e dutos
subterrâneos instalados sob passeio público e vias com trânsito de veículos
e) Os eletrodutos de descida deverão ser de aço e identificados
de forma indelével com os números das respectivas edificações.
f) Em travessia de via pública o eletroduto deverá ser envelopado
com concreto e após o envelopamento deverá ser colocada uma faixa de
advertência .
g) O ramal de ligação subterrâneo deve ser tão retilíneo quanto possível, com
inclinação mínima de 0,5% para as caixas de inspeção.
h) Devem ser previstas caixas de inspeção.
i) O reaterro pode ser feito com o próprio material retirado da vala, sob o
passeio ou via pública, isento de elementos que possam danificar os eletrodutos
durante a compactação da vala. O revestimento final da vala deve ter uma camada
mínima de 0,20m para "reaterro + pavimentação". Este revestimento deve ser
executado com materiais de mesma qualidade, tipo e aparência dos existentes
anteriormente, utilizando-se técnicas adequadas de modo a evitar deformações no
passeio ou via pública.

140
j) Devem ser deixadas, no interior das caixas de inspeção, folga de 1,0m de
comprimento dos condutores. Em caso de curva nos condutores, o raio mínimo
deve ser de 8 vezes o diâmetro externo do cabo.
k) Não é permitido mais do que duas descidas na mesma estrutura de
derivação, para a ligação de edificações distintas. Acima deste limite, instalar
uma única descida na estrutura, dimensionada pela demanda diversificada das
edificações atendidas, sendo as derivações executadas na caixa de inspeção
instalada junto à estrutura.
8.7 - Medição
a) Os equipamentos de medição, tais como, medidores de energia,
transformadores de corrente e chaves de aferição da CEMIG, somente são
instalados e ligados após vistoria e aprovação do padrão de entrada.
b) Na Tabela 1, são apresentadas para cada faixa de fornecimento, as
relações de "corrente nominal/corrente máxima" dos medidores de kWh e de
transformação para os TC.
c) Os critérios de aplicação e de ligação dos equipamentos de medição
devem seguir as orientações da ND-5.6
Localização
A medição da unidade consumidora deve ser instalada preferencialmente
no limite da propriedade da edificação com o passeio público, admitindo-se um
afastamento máximo de 6m deste limite, no interior da propriedade. Quando
localizada na parede da edificação, deve ser instalada externamente, em
local de fácil acesso, próximo aos portões de entrada da propriedade (no
máximo a 6 metros do portão de acesso).
Não é permitida a instalação da medição em locais sem iluminação, sem
condições de segurança e de difícil acesso, tais como:
- escadas e rampas;
- interiores de vitrines;
- áreas entre prateleiras;
- pavimentos superiores;
- locais sujeitos a gases corrosivos, inundações e trepidações excessivas;
- proximidades de máquinas, bombas, reservatórios, fogões e caldeiras.

141
Ocorrendo modificações na edificação que tornem o local da
medição incompatível com os requisitos já mencionados, o consumidor deve
preparar novo local para a instalação dos equipamentos de medição da CEMIG.
8.8 - Ramal de entrada
Ramal de Entrada Embutido
Requisitos para os Condutores
a) Os condutores (Fase-Neutro) devem ser unipolares, de cobre, isolados
com PVC - 70°C (tipo BWF) para tensões de 450/750V, e atender as demais
exigências da NBR 6148.
b) As seções mínimas, recomendadas para cada faixa de fornecimento,
estão indicadas nas Tabelas das ND5.1 e 5.2.
c) Os condutores devem ser contínuos, isentos de emendas. No condutor
neutro é vetado o uso de qualquer dispositivo de interrupção.
d) Os condutores do ramal de entrada devem ter comprimentos suficientes
para permitir conexões com os condutores do ramal de ligação e com os
equipamentos de medição e proteção.
Deste modo, devem ser deixadas as seguintes pontas em cada condutor:
- após a saída da curva 45° ou cabeçote (para confecção do pingadouro):
1,00m;
- dentro da caixa para medição, nas ligações a 2 fios: 0,70m;
- dentro da caixa para medição direta, nas ligações a 3 e 4 fios: 1,00m;
- dentro da caixa para medição indireta, nas ligações a 3 e 4 fios: 1,20m;
e) O condutor neutro deve ser perfeitamente identificado, através da cor azul
(de fábrica) de sua isolação.
f) No caso dos padrões com caixa com leitura pela via pública, os condutores
que ligam o disjuntor ao medidor, bem como aqueles instalados entre o medidor e a
conexão com os condutores do ramal interno (localizada em caixa de passagem ),
devem ser cabos extra-flexíveis - classe 5 ou 6 de acordo com a NBR 6880. As
extremidades dos condutores devem ser estanhadas ou utilizar terminais visando
proporcionar melhor conexão.
8.9 - Aterramento
Sistemas de Aterramento - Fornecimentos tipo A, B, C, D, H, I e J

142
a) O neutro do ramal de entrada deve ser sempre aterrado junto ao padrão
de entrada. Entretanto, o consumidor pode instalar o aterramento do padrão em
outro local situado até 5,0m do padrão, no caso de dificuldades para cravação da(s)
haste(s) ou eletrodo(s).
b) O número de eletrodos definido para cada tipo de fornecimento está
indicado nas Tabelas de fornecimento. Os eletrodos devem ser espaçados um do
outro por uma distância mínima de 2,4m.
c) A caixa para medição deve ser aterrada pelo condutor apropriado de
aterramento. Quando este for cabo, utilizar terminal para aterramento ; o condutor de
aterramento deverá ficar exposto para inspeção quando do pedido de ligação.
d) Nos padrões pré-fabricados em aço zincado para os fornecimentos tipo A,
B, C, D, H e I é dispensável a utilização do eletrodo, sendo o aterramento do neutro
efetuado pelo próprio poste.
Sistema de Aterramento-Fornecimentos tipo E e F
a) O neutro do ramal de entrada deve ser conectado ao condutor de
aterramento do transformador.
b) A caixa para medição deve ser também aterrada através do condutor
neutro.
c) O número e disposição dos eletrodos de aterramento devem seguir as
recomendações da ND-2.2.
Condutor de Aterramento
a) O condutor de aterramento, que interliga o neutro ao eletrodo de
aterramento (ou haste de aterramento), através do conector de aterramento da caixa
de medição, deve ser isento de emendas e de qualquer dispositivo que possa
causar seu seccionamento e sua instalação deve ser em eletroduto para qualquer
tipo de padrão (exceto os padrões pré-fabricados (PPF) em poste metálico - ver
PEC n° 11) .
b) O condutor de aterramento, que interliga os eletrodos, pode ser cabo de
aço zincado, 7 fios, ∅ 6,4mm (1/4") ou condutor de cobre 10mm², deve ser isento
de emenda e ficar exposto para inspeção quando do pedido da ligação.

143
c) o condutor de aterramento deve ser protegido por eletroduto, em qualquer
tipo de padrão. Na junção caixa-eletroduto devem ser previstas bucha e arruelas,
com a conexão do aterramento efetuada no interior da caixa.
Eletrodo de Aterramento
a) Como eletrodo de aterramento, podem ser utilizados os seguintes
materiais, cujas características dimensionais estão indicadas na Nd 5.1 no Capítulo
12 - página 12-15,desde que constantes do Manual do Consumidor n° 11 (Materiais
e Equipamentos Aprovados para Padrões de Entrada):
- as hastes cantoneiras de aço zincado, por imersão a quente, aprovadas
pela CEMIG;
b) O eletrodo de aterramento deve ser cravado deixando sua extremidade
superior (incluindo conector) acessível à inspeção pela CEMIG, dentro de uma cava
aberta no terreno, com o topo do eletrodo situado abaixo da linha de afloramento.
Após a ligação, o consumidor pode reconstituir o local da cava, recobrindo todo o
eletrodo ou colocando tampa removível sobre a mesma.
c) A conexão do condutor de aterramento ao eletrodo deve ser feita através
dos conectores existentes no corpo das hastes , sendo admissível conexões
exotérmicas como alternativa.
d) Os padrões pré-fabricados em aço cujos postes são zincados por imersão
a quente, não necessitam de haste de aterramento, pois o próprio poste funciona
como um eletrodo de aterramento.
8.10 - Caixas para medição e proteção
a) As caixas para instalação dos equipamentos de medição e de proteção,
devem corresponder a um dos modelos aprovados pela CEMIG e relacionados no
respectivo "Manual do Consumidor n° 11".
b) Nos padrões embutidos em muro, mureta ou parede, e permitido ao
consumidor fazer um acabamento/revestimento no local onde estiver instalada a
caixa (tais como, painéis de madeira, lambris, pinturas, etc), desde que não
impeçam a leitura e retirada da tampa da caixa.
c) Os furos da caixa para instalação de eletrodutos, não utilizados, devem ser
mantidos fechados. Nos padrões com eletrodutos de diâmetros inferiores aos dos
furos da caixa, é obrigatório o uso de luvas de redução de PVC, Alumínio ou aço

144
(Página 12-4). É vetado o uso de dispositivos tipo “arruela” e/ou redução de PVC
para rede hidráulica. Essas luvas deverão ficar expostas tanto na parte interna
quanto na parte externa da caixa para inspeção quando do pedido da ligação.
d) Nos padrões com caixa com leitura pela via pública embutida em muro ou
parede, fica a critério do consumidor a instalação de uma "tampa basculável" (página
12-10), na abertura a ser deixada externamente na alvenaria para leitura do
medidor.
e) Nos casos de desnível do terreno ou edificação com a via pública, as
alturas de montagem da caixa com leitura pela via pública devem atender aos
seguintes valores (em substituição ao valor de 1,50m indicados nos desenhos):
- visor: 1,60m, máximo, em relação ao passeio público;
- topo da caixa: 1,20m, mínimo e 1,60m, máximo, em relação ao piso
interno do terreno ou edificação.
f) a entrada nas caixas deverá preferencialmente ser pelo lado esquerdo da
mesma (vista frontal); exceto se houver condições que impeçam a execução desta
forma.
g) não é permitido o alargamento dos orifícios existentes para instalação de
eletrodutos nem o uso de ferramentas que danificam a proteção existente nas caixas
para medição, proteção e derivação do tipo CM-1, CM-2, CM-3, CM-4, CM-5, CM-6,
CM-7, CM-8, CM-13, CM-14 e CM-16. Quanto às caixas CM-9, CM-10, CM-11 e CM-
12 ver notas da página 12-12. E se no momento da inspeção detectar o alargamento
dos furos deverá trocar a caixa.
8.11 - Caixa de inspeção
a) As caixas de inspeção devem ser construídas somente no passeio
público, obedecendo as seguintes condições mínimas:
- serem confeccionadas em concreto premoldado, em concreto armado ou
em alvenaria, com tampa e aro de ferro fundido (página 12-9);
- serem do tipo ZA para os fornecimentos A e B e do tipo ZB para os
fornecimentos D.
- não serem instaladas em locais sujeito a passagem de veículos
b) Em terrenos inclinados, a caixa deve ser instalada de forma que sua
tampa fique alinhada com o nível do passeio.

145
c) Devem ser previstas caixas de inspeção, nos seguintes pontos (conforme
indicado na página 10-3):
- no passeio público junto à divisa da propriedade do consumidor;
- no passeio público, junto ao poste de derivação, quando houver
travessia de via pública ou quando a distância entre o poste e a caixa instalada junto
a divisa for superior a 20m;
- em alternativa a curva 90°, (situação nº 2), desde que as distâncias entre
as caixas seja superior a 15m.
d) As caixas de inspeção devem ser destinadas exclusivamente para a
passagem dos condutores do ramal de ligação ou de entrada, sendo vetada sua
utilização para passagem de cabos telefônicos e sinalização

8.12 - Tabela de dimensionamento dos ramais de ligação e da


medição

NOTAS :
1) - Seção do condutor neutro do ramal de ligação subterrâneo igual a dos
condutores fase.
2) - Especificação dos medidores e TC´s e diagramas de ligação, ver ND - 5.6.
3) - Aplicação dos ramais multiplex conforme ED - 5.13.
4) - Os diâmetros dos eletrodutos do ramal de ligação subterrâneo são também
válidos para ramal de entrada subterrâneo.

146
8.13 - Tabela de dimensionamento para unidades consumidoras
urbanas / rurais - ligações a 2 e 3 fios

NOTAS :
1) - As seções dos condutores e os diâmetros dos eletrodutos são mínimos.
Alternativamente à instalação embutida, o eletroduto do ramal de entrada (energia
não medida) poderá ser instalado aparente.
2) - Para condutores com seções superiores a 10 mm, é obrigado o uso de cabo.
3) - O condutor neutro do ramal de entrada deve ter seção igual a dos condutores
fase.
4) - Todas as faixas correspondem a ligações com medição direta

8.14 - Tabela de dimensionamento para unidades consumidoras


urbanas / rurais atendidas por redes secundárias trifásicas
(127/220v) - ligações a 4 fios

Para mais detalhes e informações consulte as normas NDs da CEMIG no site:


www.cemig.com.br

147
9 – Tarifação de energia
A compreensão da forma como é cobrada a energia elétrica e como são
calculados os valores apresentados nas contas de luz é fundamental para a tomada
de decisão em relação a projetos de eficiência energética.
A conta de luz reflete o modo como a energia elétrica é utilizada e sua análise
por um período de tempo adequado, permite estabelecer relações importantes entre
hábitos e consumo.
Dadas as alternativas de enquadramento tarifário disponíveis para alguns
consumidores, o conhecimento da formação da conta e dos hábitos de consumo
permite escolher a forma de tarifação mais adequada e que resulta em menor
despesa com a energia elétrica.
9.1 - Definições e conceitos
Para a compreensão dos assuntos tratados é necessário conhecer alguns
poucos conceitos e definições.
Potência: simplificadamente, podemos dizer que é a capacidade de consumo
de um aparelho elétrico. A potência vem escrita nos manuais dos aparelhos, sendo
expressa em watts (W) ou quilowatts (kW), que corresponde a 1000 watts. Um
condicionador de ar Springer Carrier, modelo XCJ108D, de 10500 BTU, por
exemplo, tem uma potência de 1100 W (ou 1,1 kW).
Energia: simplificadamente, é a quantidade de eletricidade utilizada por um
aparelho elétrico ao ficar ligado por certo tempo. Tem como unidades mais usuais o
quilowatt-hora (kWh) e o megawatt-hora (MWh). O condicionador acima, se ficar
ligado por duas horas, gastará’ 2,2 kWh.
Na conta de energia elétrica dos pequenos consumidores, como por exemplo
as residências, cobra-se apenas a energia utilizada ( ‘consumo’ ). Médios e grandes
consumidores pagam tanto pela energia quanto pela potência. A potência aparece
nas contas desses consumidores com o nome de Demanda , que, na verdade,
corresponde à potência média verificada em intervalos de 15 minutos.
O ‘horário de ponta’ é o período de 3 (três) horas consecutivas exceto
sábados, domingos e feriados nacionais, definido pela concessionária em função
das características de seu sistema elétrico. Em algumas modalidades tarifárias,

148
nesse horário a demanda e o consumo de energia elétrica tem preços mais
elevados.
O ‘horário fora de ponta’ corresponde às demais 21 horas do dia.
Finalmente, precisamos definir os períodos seco e úmido. Para efeito de
tarifação, o ano é dividido em dois períodos, um período seco que compreende os
meses de maio a novembro (7 meses) e um período úmido, que compreende os
meses de dezembro a abril (5 meses). Em algumas modalidades tarifárias, no
período seco o consumo tem preços mais elevados.
9.2 - Classificação dos consumidores
Os consumidores são classificados pelo nível de tensão em que são
atendidos.
Os consumidores atendidos em baixa tensão, em geral em 127 ou 220 volts,
como residências, lojas, agências bancárias, pequenas oficinas, edifícios
residenciais e boa parte dos edifícios comerciais, são classificados no Grupo B. É o
caso da maioria dos prédios públicos federais.
O Grupo B é dividido em sub-grupos, de acordo com a atividade do
consumidor. Os consumidores residenciais, por exemplo, são classificados como
B1, os rurais como B2, etc, mas essa sub-classificação não é relevante para o
objetivo deste Manual.
Os consumidores atendidos em alta tensão, acima de 2300 volts, como
indústrias, shopping centers e alguns edifícios comerciais, são classificados no
Grupo A.
Esse grupo é subdividido de acordo com a tensão de atendimento, como
mostrado na tabela abaixo.

149
Poucos são os prédios públicos classificados no Grupo A, em geral no Sub-
Grupo A4.
Os consumidores atendidos por redes elétricas subterrâneas são
classificados no Grupo A, Sub-Grupo AS, mesmo que atendidos em baixa tensão.
MODALIDADES TARIFÁRIAS E TARIFAÇÃO
São duas as modalidades tarifárias.
Os consumidores do Grupo B (baixa tensão) tem tarifa monômia, isto é, são
cobrados apenas pela energia que consomem. Os consumidores do Grupo A tem
tarifa binômia , isto é, são cobrados tanto pela demanda quanto pela energia que
consomem. Estes consumidores podem enquadrar-se em uma de três alternativas
tarifárias:
· Tarifação Convencional,
· Tarifação horo-sazonal Verde, ou
· Tarifação horo-sazonal Azul (compulsória para aqueles atendidos em tensão
igual ou superior a 69 kV).
9.3 - A Tarifação Convencional
O enquadramento na tarifa Convencional exige um contrato específico com a
concessionária no qual se pactua um único valor da demanda pretendida pelo
consumidor (‘Demanda Contratada’), independentemente da hora do dia (ponta ou
fora de ponta) ou período do ano (seco ou úmido).
Os consumidores do Grupo A, sub-grupos A3a, A4 ou AS, podem ser
enquadrados na tarifa Convencional quando a demanda contratada for inferior a 300
kW, desde que não tenham ocorrido, nos 11 meses anteriores, 3 (três) registros
consecutivos ou 6 (seis) registros alternados de demanda superior a 300 kW.
A conta de energia elétrica desses consumidores é composta da soma de
parcelas referentes ao consumo, demanda e ultrapassagem.
A parcela de consumo é calculada multiplicando-se o consumo medido pela
Tarifa de Consumo:
Pconsumo = Tarifa de Consumo x Consumo Medido

150
A parcela de demanda é calculada multiplicando-se a Tarifa de Demanda pela
Demanda Contratada ou pela demanda medida (a maior delas), caso esta não
ultrapasse em 10% a Demanda Contratada:
Pdemanda = Tarifa de Demanda x Demanda Contratada
A parcela de ultrapassagem é cobrada apenas quando a demanda medida
ultrapassa em mais de 10% a Demanda Contratada. É calculada multiplicando-se a
Tarifa de Ultrapassagem pelo valor da demanda medida que supera a Demanda
Contratada:
Pultrapassagem = Tarifa de Ultrapassagem x (Demanda Medida – Demanda
Contratada)
Na tarifação Convencional, a Tarifa de Ultrapassagem corresponde a três
vezes a Tarifa de Demanda.
9.4 - A Tarifação horo-sazonal Verde
O enquadramento na tarifa Verde dos consumidores do Grupo A, sub-grupos
A3a, A4 e AS, é opcional.
Essa modalidade tarifária exige um contrato específico com a concessionária
no qual se pactua a demanda pretendida pelo consumidor (‘Demanda Contratada’),
independentemente da hora do dia (ponta ou fora de ponta). Embora não seja
explícita, a Resolução 456 permite que sejam contratados dois valores diferentes de
demanda, um para o período seco e outro para o período úmido.
A conta de energia elétrica desses consumidores é composta da soma de
parcelas referentes ao consumo (na ponta e fora dela), demanda e ultrapassagem.
A parcela de consumo é calculada através da expressão abaixo, observando-
se, nas tarifas, o período do ano:
Pconsumo= (Tarifa de Consumo na ponta x Consumo Medido na Ponta) +(Tarifa
de Consumo fora de Ponta x Consumo Medido fora de Ponta)
No período seco (maio à novembro) as tarifas de consumo na ponta e fora de
ponta são mais caras que no período úmido.
A parcela de demanda é calculada multiplicando-se a Tarifa de Demanda pela
Demanda Contratada ou pela demanda medida (a maior delas), caso esta não
ultrapasse em mais de 10% a Demanda Contratada:
Pdemanda = Tarifa de Demanda x Demanda Contratada

151
A tarifa de demanda é única, independente da hora do dia ou período do ano.
A parcela de ultrapassagem é cobrada apenas quando a demanda medida
ultrapassa em mais de 10% a Demanda Contratada. É calculada multiplicando-se a
Tarifa de Ultrapassagem pelo valor da demanda medida que supera a Demanda
Contratada:
Pultrapassagem = Tarifa de Ultrapassagem x (Demanda Medida – Demanda
Contratada)
9.5 - A Tarifação horo-sazonal Azul
O enquadramento dos consumidores do Grupo A na tarifação horo-sazonal
azul é obrigatório para os consumidores dos sub-grupos A1, A2 ou A3.
Essa modalidade tarifária exige um contrato específico com a concessionária
no qual se pactua tanto o valor da demanda pretendida pelo consumidor no horário
de ponta (‘Demanda Contratada na Ponta) quanto o valor pretendido nas horas fora
de ponta (‘Demanda Contratada fora de Ponta). Embora não seja explícita, a
Resolução 456 permite que sejam contratados valores diferentes para o período
seco e para o período úmido.
A conta de energia elétrica desses consumidores é composta da soma de
parcelas referentes ao consumo, demanda e ultrapassagem. Em todas as parcelas
observa-se a diferenciação entre horas de ponta e horas fora de ponta.
A parcela de consumo é calculada através da expressão abaixo, observando-
se, nas tarifas, o período do ano:
Pconsumo= (Tarifa de Consumo na ponta x Consumo Medido na Ponta) +(Tarifa
de Consumo fora de Ponta x Consumo Medido fora de Ponta)
As tarifas de consumo na ponta e fora de ponta são diferenciadas por período
do ano, sendo mais caras no período seco (maio à novembro).
A parcela de demanda é calculada somando-se o produto da Tarifa de
Demanda na ponta pela Demanda Contratada na ponta (ou pela demanda medida
na ponta, de acordo com as tolerâncias de ultrapassagem) ao produto da Tarifa de
Demanda fora da ponta pela Demanda Contratada fora de ponta (ou pela demanda
medida fora de ponta, de acordo com as tolerâncias de ultrapassagem):
Pdemanda= (Tarifa de Demanda na Ponta x Demanda Contratada na Ponta)
+(Tarifa de Demanda fora de Ponta x Demanda Contratada fora de Ponta)

152
As tarifas de demanda não são diferenciadas por período do ano.
A parcela de ultrapassagem é cobrada apenas quando a demanda medida
ultrapassa a Demanda Contratada acima dos limites de tolerância. Esses limites são
de 5% para os sub-grupos A1, A2 e A3 e de 10% para os demais sub-grupos.
É calculada multiplicando-se a Tarifa de Ultrapassagem pelo valor da
demanda medida que supera a Demanda Contratada:
Pultrapassagem = Tarifa de Ultrapassagem na Ponta x (Demanda Medida na
Ponta Demanda Contratada na Ponta) + Tarifa de Ultrapassagem fora de Ponta x
(Demanda Medida fora de Ponta – Demanda Contratada fora de Ponta)

9.6 - A energia reativa e fator de potência


Além da energia ativa, sobre a qual discorremos até agora, existe um outro
tipo’ de energia elétrica, denominada energia reativa .
Essa é uma energia diferente’: embora não se possa classificá-la de inútil,
não realiza trabalho útil e produz perdas por provocar aquecimento nos condutores.
A energia reativa tem como unidades de medida usuais o VArh e o kVArh (que
corresponde a 1000 VArh) e a potência reativa a unidade de VAr ou kVAr.
Até certo limite, as concessionárias não são autorizadas a cobrar essa
energia e até recentemente não a cobravam dos consumidores do Grupo B mesmo
quando o limite era excedido. Esse panorama pode mudar em breve, mas o fato é
que a cobrança, em geral, é encontrada apenas nos consumidores do Grupo A.
O limite é indicado de forma indireta, através de um parâmetro denominado
fator de potência’, que reflete a relação entre as energias ativa e reativa consumidas.
De acordo com a Resolução 456, as instalações elétricas dos consumidores devem
ter um fator de potência não inferior a 0,92 (reativo ou indutivo).

153
Pela energia reativa, os consumidores do Grupo A são cobrados da mesma
forma que pela energia ativa, apenas mudam as medições e os nomes. Os
consumidores do Grupo A, tarifa Convencional, pagam tanto o consumo de energia
reativa (UFER) quanto a demanda reativa (UFDR):
FER = Tarifa de Consumo x UFER
FDR = Tarifa de Demanda x UFDR
FER: Faturamento de Energia Reativa
FDR: Faturamento de Demanda Reativa
Ao invés de FER e FDR, algumas contas de luz mostram nomes como EREX
e DREX ou Energia Reativa Excedente e Potência Reativa Excedente.
Os consumidores do Grupo A, tarifa Verde, pagam o consumo de energia
reativa na ponta e fora de ponta (UFER) e a demanda reativa (UFDR):
FER = (Tarifa de Consumo na Ponta x UFER na Ponta) +(Tarifa de Consumo
fora de Ponta x UFER fora de Ponta) e FDR = Tarifa de Demanda x UFDR
Os consumidores do Grupo A, tarifa Azul, pagam tanto o consumo de energia
reativa (UFER) quanto da demanda reativa (UFDR), para as horas de ponta e horas
fora de ponta.
A energia reativa cobrada é calculada pela expressão:
FER = (Tarifa de Consumo na Ponta x UFER na Ponta) +(Tarifa de Consumo
fora de Ponta x UFER fora de Ponta)
E a demanda reativa:
FDR = (Tarifa de Demanda na Ponta x UFDR na Ponta) +(Tarifa de Demanda
fora de Ponta x UFDR fora de Ponta)
Não existe cobrança de ultrapassagem para a demanda reativa.

154
Referências Bibliográficas

CREDER, Helio, Instalações Elétricas, Editora LTC, 2008

EAD SENAI SP, Curso de Eletricidade Predial

CEMIG, Norma ND5.1: Fornecimento de Energia Elétrica em Tensão Secundária -


Rede de Distribuição Aérea Edificações Individuais

CEMIG, Norma ND5.2: Fornecimento de Energia Elétrica Em Tensão Secundária -


Rede de Distribuição Aérea – Edificações Coletivas

Filho, Domingos Leite Lima, Projetos de Instalações Elétricas Prediais, Editora


Erica, 2008

Cavalin, Geraldo e Cervelin, Severino, Instalações Elétricas Prediais, Editora Erica,


2008

ABNT NBR 5410: Instalações elétricas de baixa tensão

ABNT NBR 5444: Símbolos gráficos para instalações elétricas prediais

PROCEL,Programa Nacional De Conservação De Energia Elétrica, Manual de


Tarifação da Energia Elétrica, 1ª Edição - Maio/2001

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