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Estruturalismo
Americano
Disciplina: Fundamentos de Linguística Geral
Prof.ª Dr.ª Geise Teixeira
Contextualização
● Émile Beveniste
● Sua grande crítica é que o estruturalismo teria negligenciado o papel essencial que
o sujeito desempenha na língua;
○ Publicou Problemas de Linguística Geral (1966);
○ Sua obra mostra que algumas estruturas centrais em qualquer língua deixam de
fazer sentido se a língua for descrita sem referência à fala e aos diferentes
papeis que os falantes assumem na interlocução;
○ Para ele, a fala está representada e prevista no sistema linguístico.
● Eugenio Coseriu
● Critica a distinção entre Sincronia e Diacronia
“A possibilidade de delimitar a sincronia é, até certo ponto, uma ficção, pois a todo
momento, em qualquer língua, convivem mecanismos gramaticais e recursos lexicais
que são frutos dos diferentes momentos da história. O velho convive com o novo, e é
essa convivência de fragmentos de velhos sistemas com fragmentos de novos sistemas
que caracteriza um estado de língua dado” (ILARI, 2007, p. 81).
● Sugere o termo pancronia;
● Oposição língua (sistema) x fala
○ Sugere uma instância intermediária mais operacional e real que a própria
língua: a norma.
● Michel Pêcheux
● Fundador da “Análise do discurso” (década de 1970)
● Filão estruturalista;
● Sistematização da fonologia;
● Morfologia da variedade padrão;
● Interesse pelo português falado;
● “erros escolares” - manifestações da língua real;
● línguas indígenas.
“[...] numa fase em que a escola passou a receber um número cada vez maior de alunos cujo
vernáculo não é a variedade prestigiada do português brasileiro, o estruturalismo criou
condições para que se possa aceitar como um fato que esses alunos falam outra língua (que
tem sua estrutura, sua história e suas condições de uso), e que isso não tem nada a ver com
limitações ou déficits intelectuais (falar português não-padrão é uma questão de história social
do aluno, não uma questão de burrice)” (ILARI, 2007, p. 89-90).
Advento da linguística
chomskiana (1960)
Gerativismo
● Noam Chomsky
● 1957 - publicação do seu livro Estruturas sintáticas - nascimento da linguística gerativa;
● Inicialmente formulada como uma espécie de resposta e rejeição ao modelo behaviorista
de descrição dos fatos de linguagem;
● Ataca os princípios fundamentais do estruturalismo americano, opondo-se à linguística
descritiva;
○ Para um behaviorista, a linguagem humana é exatamente o que descreveu
Bloomfield: um fenômeno externo ao indivíduo, um sistema de hábitos gerado
como resposta a estímulos e fixado pela repetição;
● Em 1959, Chomsky apresentou uma crítica à visão comportamentalista da linguagem,
chamando a atenção para o fato de um indivíduo humano sempre agir criativamente
no uso da linguagem;
● Criatividade como principal característica da linguagem humana:
○ todos os falantes são criativos, desde os analfabetos até os autores dos
clássicos da literatura;
○ a todo momento os seres humanos estão construindo frases novas e inéditas, ou
seja, jamais ditas antes pelo próprio falante que as produziu ou por qualquer outro
indivíduo;
● A criatividade é o principal aspecto caracterizador do comportamento linguístico humano,
aquilo que mais fundamentalmente distingue a linguagem humana dos sistemas de
comunicação animal;
“Para Chomsky, a capacidade humana de falar e entender uma língua (pelo menos), isto é, o
comportamento linguístico dos indivíduos, deve ser compreendida como resultado de um
dispositivo inato, uma capacidade genética e, portanto, interna ao organismo humano (e
não completamente determinada pelo mundo exterior, como diziam os behavioristas), a qual
deve estar fincada na biologia do cérebro/mente da espécie e é destinada a constituir a
competência linguística de um falante. Essa disposição inata para a competência
linguística é o que ficou conhecida como faculdade da linguagem” (KENEDY, 2008, p. 129).
● Papel do gerativismo - constituir um modelo teórico capaz de escrever e explicar a
natureza e o funcionamento dessa faculdade;
● Procurar compreender um dos aspectos mais importantes da mente humana;
● As línguas deixam de ser interpretadas como um comportamento socialmente
condicionado e passam a ser analisadas como uma faculdade mental natural;
● A morada da linguagem passa a ser a mente humana.
Modelo teórico
Possui 5 itens lexicais, que são organizados através de marcadores sintagmáticos. Tais
marcadores poderiam sofrer transformações de modo a formar outras sentenças:
Exemplo de princípio:
a) João disse que ele vai se casar (“ele” pode ser tanto o João quanto outro homem)
b) Ele disse que João vai se casar (“ele” não pode ser o João)
É um princípio da GU que uma anáfora deve suceder o seu referente, e nunca o contrário.
Se traduzíssemos para qualquer língua do mundo, o resultado seria sempre o mesmo, pois é
um princípio da GU exatamente igual em todas as línguas naturais.
Parâmetro
ILARI, R. Estruturalismo linguístico: alguns caminhos. In: MUSSALIM, Fernanda; BENTES, Anna
Christina (orgs). Introdução à linguística: fundamentos epistemológicos, vol. 3, 3. ed. - São Paulo:
Cortez, 2007, p. 53-92.