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Universidade Federal de Sergipe

Centro de Ciências Exatas e Tecnologia


Departamento de Química – DQI

Relatório de Físico-Química
CALORIMETRIA DE NEUTRALIZAÇÃO

Docente: Zaine Teixeira Camargo

Discentes: José Antônio Nascimento de Melo


Jessica dos Santos Cruz
Jairo Souza dos Santos
Mesaque Andrade Das Neves
Valmaria Silva dos Santos

SÃO CRISTÓVÃO
19/08/2022
1. INTRODUÇÃO

Calorímetros são definidos como aparelhos para medir variações de energia em


situações onde a temperatura desempenha um papel primordial. Os calorímetros de
modo geral, são formados por três parte básicas: vaso calorímetro, ambiente e a parede.
O calorímetro é um equipamento semelhante a uma garrafa térmica, isto é, um sistema
isolado termicamente, onde o recipiente e preenchido com um líquido, geralmente água,
e possui um termômetro, este é empregado para determinar o calor específico de uma
substância.

A habilidade de qualquer material reter calor é chamado de capacidade calorífica (do


material). Para medir a capacidade calorífica, ou a quantidade de calor necessário para
aumentar a temperatura de um grama da substância por um grau Celsius, é representado
pelo símbolo c, C p ou mesmo s. No sistema internacional de unidades (SI), a unidade
para capacidade calorífica é dada por J g-1 K-1, no entanto, é comum encontrar valores
de capacidade calorífica em cal g-1 K-1, sendo que 1 cal = 4,184 J. [1]

Sabemos que o fluxo de calor acontece sempre em uma direção de uma região
de mais alta temperatura, para uma de menor temperatura até que o equilíbrio térmico
seja atingido. E que o fluxo de calor (q) nesse processo é dado por:

q=c . m. ∆ T (1)

Sendo m a massa do material, c seu calor especifico e ∆T a variação da


temperatura durante o processo. [1]

Uma reação química ocorre quando os reagentes inicialmente presentes no


sistema vão se modificando com o avanço da reação, de modo a formar os produtos.
Essa transformação vem acompanhada por uma mudança característica na energia. No
entanto, processos que ocorrem a pressão constante são mais fáceis de medir a entalpia,
H, como propriedade de um sistema, já que, ∆H= q p. Ou seja, a variação de entalpia é
dada pelo calor trocado com as vizinhanças. Então, numa reação química, a temperatura
do sistema após a reação é, em geral, diferente da temperatura inicial. De maneira a
restaurar o sistema a sua temperatura inicial, é preciso haver um escoamento de calor,
seja para as vizinhanças ou a partir das vizinhanças. [2]
É a partir desse princípio de troca de calor entre o sistema e as vizinhanças que
apresentaremos neste trabalho experimental o calor de neutralização de um ácido com
uma base, com a ajuda de um calorímetro.

2. OBJETIVOS

 Determinar a capacidade calorifica do calorímetro;


 Determinar a variação de entalpia na reação de neutralização.

3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1MATERIAIS
 Calorímetro;
 Proveta;
 Chapa aquecedora;
 Béquer;
 Água;
 Termômetro;
 Relógio cronológico;
 HCl;
 NaOH;

3.2 METODOLOGIA EXPERIMENTAL

Capacidade Calorifica do Calorímetro:

Iniciou-se a prática experimental adicionando-se 50 ml de água fria ao


calorímetro, e monitorou-se o tempo a cada 30 segundos anotando-se sua temperatura,
até completar 2 minutos. Logo em seguida mediu-se 50 ml de água morna em uma
proveta e aferiu-se sua temperatura. Após aferir e anotar a temperatura da água morna,
misturou-se a mesma com a água fria dentro do calorímetro, anotou-se a temperatura a
cada 10 segundos, até começar a se repetir. Continuou anotando-se a temperatura a cada
30 segundos durante 3 minutos.
Calor de Neutralização de Ácidos e Bases:

Continuando a prática, mediu-se 50 ml de hidróxido de sódio (NaOH) em uma


proveta e adicionou-se no calorímetro limpo e seco. Anotou-se sua temperatura a cada
30 segundos até completar 2 minutos. Em seguida mediu-se 50 ml de ácido clorídrico
(HCl) dentro de uma proveta e monitorou-se sua temperatura a cada 30 segundos até
completar 2 minutos. Logo após adicionou-se o ácido clorídrico dentro do calorímetro e
delicadamente misturou-se os líquidos anotando sua temperatura inicialmente no tempo
0, e continuou-se a anotar sua temperatura a cada 10 segundos até a temperatura se
repetir. Continuou-se a anotar a temperatura a cada 30 segundos durante 3 minutos.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

a) Capacidade calorífica do calorímetro

Incialmente foi medido a temperatura da água fria no calorímetro durante 2


minutos com medições feitas no intervalo de 30 segundos obtendo-se s seguintes
resultados:

Tabela 1: Temperaturas da água fria.


Tempo Temperatura
(s) (°C)
30 26
60 26
90 26
120 26

Em seguida foi medido a temperatura da água morna ainda na proveta.

Temperatura da água morna na proveta: 63°C

Após a adição da água morna no calorímetro, onde já estava a água fria, foram
obtidos os seguintes valores de temperatura:
Tabela 2: Temperaturas da água fria + água morna no calorímetro.
Tempo Temperatura
(s) (°C)
0 44
10 43
20 42,5
30 42
40 42

As temperaturas continuaram a ser monitoradas durante 3 minutos com


intervalos de medição de 30 segundos:

Tabela 3: Temperaturas da água fria + água morna no calorímetro.


Tempo Temperatura
(s) (°C)
30 42
60 41
90 41
120 41
150 41
180 41

Depois do monitoramento da temperatura da água fria, e da água morna pode-se


fazer o gráfico tempo x temperatura.

Gráfico 1: Temperatura x Tempo da água fria + água morna

Temperatura x Tempo
49

44
Temperatura (°C)

39
Água Fria
Água Fria + Morna
34

29

24
-3 -2 -1 0 1 2 3
Tempo (min)
Para o cálculo do calor específico do calorímetro é necessário calcular antes o
calor específico da água fria e da água quente.

 Calor específico da água fria:

q fria=cdV ∆ t

q fria=4,184 x 1 x 50 x (41−26)
q fria=+3138 J

 Calor específico da água quente:

q quente =cdV ∆t

q quente =4,184 x 1 x 50 x(41−63)


q quente =−4602,4 J

Sendo assim, temos o calor específico do calorímetro fazendo:

q calorímetro=−( qágua fria +q águaquente )

q calorímetro=−(3138+ (−4602,4 ) )

q calorímetro=+1464,4 J

Logo, a capacidade calorífica C do calorímetro será:

q
C=
∆ t águafria

1464,4
C=
15

C=+97,62 J / K
b) Calor de neutralização

Em uma reação entre ácido forte e uma base forte, a entalpia é chamada de calor
de neutralização. Uma solução aquosa, o ácido e a base fortes encontram-se
completamente dissociados e o calor de neutralização dessa solução é o inverso do calor
de dissociação da água

Para o cálculo da entalpia de neutralização, inicialmente foi monitorado os


valores de temperatura do hidróxido de sódio no calorímetro:

Tabela 4: Temperaturas do hidróxido de sódio.


Tempo Temperatura
(s) (°C)
30 27
60 27
90 27
120 27

Em seguida monitorado a temperatura do ácido clorídrico na proveta:

Tabela 5: Temperaturas do ácido clorídrico


Tempo Temperatura
(s) (°C)
30 26
60 26
90 26
120 26

Após inserir o ácido no calorímetro foi novamente monitorado a temperatura:

Tabela 6: Temperaturas do NaOH +HCl no calorímetro.


Tempo Temperatura
(s) (°C)
10 42
20 42
30 42
40 42
As temperaturas continuaram a ser monitoradas durante 3 minutos a cada 30
segundos anotava-se a temperatura.

Tabela 7: Temperaturas do NaOH + HCl no calorímetro.


Tempo Temperatura
(s) (°C)
30 42
60 42
90 42
120 42
150 42
180 42

O cálculo de entalpia é dado por:

∆ H =q p

Considerando que a troca de calor com o ambiente é desprezível, do Princípio de


conservação da energia, pode-se dizer que o calor de neutralização pode ser calculado
por:

q neutralização + q solução=0

A relação entre variação de entalpia e calor recebido ou cedido sobre pressão


constante, tem-se que a variação de entalpia de neutralização é:

q
∆ H=
n

Considerando a concentração das soluções do reagente é 3M, fazendo o cálculo


do número de mol para os reagentes tem-se:
n=c x V
n=3 x 0,05
n=0,15 mols

Para o cálculo da massa, basta somarmos os dois volumes, obtendo-se assim


100g.
Tendo as massas em mente e considerando os valores de calor específico da
solução como sendo aproximadamente o valor do calor específico da água, logo
1cal/g°C, parte-se para o cálculo de entalpia:

q neutralização + q solução=0

q n+ ( m x c x ∆ t+ Ccalorímetro ∆ t )=0

Considerando o valor médio da temperatura do ácido e da base como a


temperatura inicial do processo, tem-se:

27+26
T i= =26,5 ° C
2

Fazendo a transformação de J para cal temos:

1 cal → 4,184 J
X → 97,62 J
X =23,33 cal

Logo:

q n+ ¿

q n=−[23,33 x ( 42−26,5 )+100 x 1 x ( 42−26,5 ) ]

q n=∆ H =−1911,615 cal


O valor da variação de entalpia é negativo, prova que essa reação é exotérmica.
Fazendo a entalpia em termos de caloria por mol, tem-se:

q
∆ H=
n

Calculando a entalpia:

−1911,615
∆H=
0,15
∆ H =−12744,1 cal/° C
∆ H =−12,7 Kcal /° C

Observe o gráfico feito com o monitoramento da temperatura e tempo do ácido e


base.

Gráfico 2: Gráfico da Temperatura X Tempo do ácido e base.


50

45
Temperatura (°c)

40

35 NaOH
HCL + NaOH

30

25
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4
Tempo (min)
5. CONCLUSÃO
Com o conhecimento da Lei de conservação de energia e com o auxílio de um
calorímetro foi possível medir a quantidade de energia liberada por uma reação de
neutralização de um ácido forte com uma base forte a partir da observação da variação
de temperatura do sistema. Para determinação da capacidade calorífica da calorimetria
foi utilizado água fria mais água morna com o monitoramento da variação da
temperatura ao longo do tempo e realizado os registros desses valores em uma tabela
para inferir os cálculos da capacidade calorífica do aparelho. O experimento é bastante
simples e rápido, porém ajuda a entender alguns fenômenos que envolve a medida e
transferência de calor entre os corpos, sendo possível quantificar através dos valores
observados durante o experimento.
6. REFERÊNCIAS

[1] Cesad. Físico-Química Experimental: Determinação do Calor Específico de metais.


Aula 5.

[2] Cesad. Físico-Química Experimental: Calor de Neutralização de Ácidos e Bases.


Aula 6.

[3] Roteiro das Práticas de Laboratório de Físico-Química 2022.1. Universidade Federal


de Sergipe.

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