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Ministério da Educação

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ


Campus Londrina

ENGENHARIA DE MATERIAIS

DISCIPLINA: FÍSICA 2 – FI93A – TURMA- EM32

EXPERIMENTO:

CALOR ESPECÍFICO

DISCENTES
Beatriz Feitosa
Jonathan Allef
Lukas Tatsuya Nakayama
Matheus da Silva Rodrigues

DOCENTE
Prof. Dr. Fernando da Silva
Alves

Londrina, 04 de maio de 2019.


Calor Específico e capacidade térmica

1 – Introdução
Calor específico é uma grandeza física que define a variação térmica de uma
substância ao receber determinada quantidade de calor. Essa grandeza determina a
quantidade de calor necessária para aumentar a temperatura de 1 °C de 1g de um
elemento. Também varia de uma substância para outra: quanto maior o calor específico,
maior é a quantidade de calor por unidade de massa ou mol para ocorrer uma variação
de temperatura.

Fórmulas utilizadas:

𝑄 = 𝑀𝐶∆𝑇
𝑄
𝑐=
𝑀∆𝑇
𝑊
𝑝=
∆𝑇

𝑄 = 𝐶∆𝑇
𝑄𝑚 + 𝑄𝑎 + 𝑄𝑖 = 0

2 – Materiais
• Amostras de metal;
• Aquecedor elétrico;
• Balança digital;
• Béquer de 1 L;
• Béquer de 250 ml;
• Calorímetro;
• Papel toalha;
• Termômetro digital;
3 – Procedimento experimental
Para prática 1, deve-se começar medindo a temperatura ambiente do laboratório
utilizando o termômetro digital. Utilizando a balança digital, medir a massa do béquer de
1 L vazio e então enche-lo com 1 L de água e medir sua massa novamente. Com o
termômetro digital medir a temperatura inicial dessa massa de 1 L de água. Inserir o
aquecedor elétrico dentro da água e ligá-lo por um minuto agitando-o suavemente pela
água durante o processo. Medir a temperatura final da água após aquecida. Anotar todas
as medidas na tabela 1 bem como suas incertezas. Registrar a potência do aquecedor
medida e estimar seu erro como a variação entre a potência teórica do fabricante e a
potência real medida em laboratório antes do experimento. Utilizando a fórmula da
potência descobrir a quantidade de calor cedido a água durante 1 minuto e calcular a
capacidade térmica da água usando esse valor. Calcular também a incerteza por
propagação de erro por derivadas para a quantidade de calor e calor específico da água.
Comparar o valor do calor específico da água obtido e sua incerteza com o valor tabelado
dela.
Para prática 2, deve-se começar medindo a temperatura ambiente do laboratório
utilizando o termômetro digital. Utilizando a balança digital, medir a massa do
calorímetro vazio e medir também a temperatura no seu interior utilizando um
termômetro digital. Colocar 1 L de água dentro do béquer de 1 L e utilizando o aquecedor
elétrico elevar a temperatura da água até 60ºC. Transferir 150 ml de água aquecida para
o béquer de 250 ml e medir sua temperatura com o termômetro digital, logo após despejar
imediatamente a água do béquer de 250 ml para o calorímetro. Agitar suavemente a água
com a haste do calorímetro e monitorar a temperatura do sistema até que ele atinja uma
temperatura de equilíbrio (dentro de 1 minuto). Medir a temperatura de equilíbrio do
sistema com o termômetro digital. Medir a massa do calorímetro com água. Anotar todos
os valores medidos na tabela 2 bem como suas incertezas. Considerando o sistema
calorímetro e água como um sistema isolado do ambiente externo, igualar a variação de
calor do calorímetro com a variação de calor da água e calcular a capacidade térmica do
calorímetro bem como sua incerteza por propagação de erro por derivadas.
Para prática 3, desmontar o calorímetro, lavá-lo com água corrente, secá-lo com
papel toalha e deixar as peças exposta a temperatura ambiente por 5 minutos. Após isso
montar o calorímetro novamente. Medir a temperatura ambiente do laboratório utilizando
o termômetro digital. Medir as massas do calorímetro e de cada amostra de metal
utilizando uma balança digital. Medir a temperatura do calorímetro vazio utilizando o
termômetro digital e depois medir a temperatura do calorímetro com as amostras de metal.
Colocar 1 L de água dentro do béquer de 1 L e utilizando o aquecedor elétrico elevar a
temperatura da água até 60ºC. Transferir 150 ml de água aquecida para o béquer de 250
ml e medir sua temperatura com o termômetro digital, logo após despejar imediatamente
a água do béquer de 250 ml para o calorímetro. Agitar suavemente a água com a haste do
calorímetro e monitorar a temperatura do sistema até que ele atinja uma temperatura de
equilíbrio (dentro de 1 minuto). Medir a temperatura de equilíbrio do sistema com o
termômetro digital. Medir a massa do calorímetro com água. Anotar todos os valores
medidos na tabela 3 bem como suas incertezas. Considerar o sistema calorímetro, água e
amostras como um sistema isolado do ambiente e igualar a variação de calor das amostras
com a somatória da variação de calor do calorímetro e da água. Utilizando os valores do
experimento 2, calcular o calor específico das amostras bem como a incerteza desse valor
por propagação de erro por derivadas. Comparar o valor do calor específico obtido no
experimento com uma tabela de calores específicos de modo a identificar qual o material
da amostra.
4 – Dados Experimentais

Tabela 1 – Dados da Prática 1

Itens Medida Incerteza

Temperatura ambiente 26,3°C ±0,1°C


Temperatura inicial da água 25,4°C ±0,1°C
Temperatura final da água 37,9°C ±0,1°C
Massa do béquer 63,08g ±0,1g
Massa do béquer com água 1046,79g ±0,1g

Tabela 2 – Dados da Prática 2

Itens Medida Incerteza

Temperatura ambiente 26,3°C ±0,1°C


Massa do calorímetro vazio 155,40g ±0,1g
Temperatura inicial do interior do calorímetro 26,6°C ±0,1°C
Temperatura inicial da água 58,1°C ±0,1°C
Temperatura de equilíbrio 55,2°C ±0,1°C
Massa do calorímetro com água 296,91g ±0,1g

Tabela 3 – Dados da Prática 3

Itens Medida Incerteza

Temperatura ambiente 26,3°C ±0,1°C


Massa da amostra 1 30,43g ±0,1g
Massa da amostra 2 30,13g ±0,1g
Massa do calorímetro 155,24g ±0,1g
Temperatura no interior do calorímetro com as amostras 29,5°C ±0,1°C
Temperatura inicial da água 60,8°C ±0,1°C
Temperatura de equilíbrio 55,3°C ±0,1°C
Massa do calorímetro com as amostras e a água 352,53g ±0,1g
5 – Cálculos e Análise

5.1 – Calor específico da água

Na prática 1, a água foi aquecida usando um aquecedor elétrico com potência de


1000 watts (mas o valor real obtido foi de 870 watts). Logo, a quantidade de calor
transferida para a água segue a relação

𝑊
𝑃= ∴ 𝑊 = ∆𝑄
𝑡

Logo,

∆𝑄
870 𝐽/𝑠 =
60 𝑠
∆𝑄 = 52200 𝐽

com erro propagado de

𝑑∆𝑄 2 𝑑∆𝑄 2
∆∆𝑄 = √( ) ∙ (∆𝑃)2 + ( ) ∙ (∆𝑡)2
𝑑𝑃 𝑑𝑡

∆∆𝑄 = √(𝑡)2 ∙ (∆𝑃)2 + (𝑃)2 ∙ (∆𝑡)2

∆∆𝑄 = √(60 𝑠)2 ∙ (130 𝑤𝑎𝑡𝑡𝑠)2 + (870 𝑤𝑎𝑡𝑡𝑠)2 ∙ (1 𝑠)2


∆∆𝑄 ≅ ±3123,60 𝐽
Com o valor de ΔQ obtido, podemos calcular o calor específico da água pela
equação

∆𝑄
𝑐=
𝑚. ∆𝑇
52200 𝐽
𝑐=
(1,04679 − 0,06308)𝑘𝑔. (311,05 − 298,55)𝐾
𝑐 ≅ 4245,15 𝐽/𝑘𝑔𝐾

O erro propagado para o valor do calor específico da água é de

𝑑𝑐 2 𝑑𝑐 2 𝑑𝑐 2

∆𝑐 = ( 2 2
) ∙ (∆∆𝑄) + ( ) ∙ (∆𝑚) + ( ) ∙ (∆∆𝑇)2
𝑑∆𝑄 𝑑𝑚 𝑑∆𝑇

1 2 ∆𝑄 2 ∆𝑄 2
∆𝑐 = √( ) ∙ (∆∆𝑄) 2 + (− 2 ) ∙ (∆𝑚) 2 +( ) ∙ (∆∆𝑇)2
𝑚. ∆𝑇 𝑚 . ∆𝑇 𝑚. ∆𝑇 2
∆𝑐 ≅ ±256,29 𝐽/𝑘𝑔𝐾

5.2 – Capacidade térmica do calorímetro

Calculamos a capacidade térmica do calorímetro pela equação

−(𝑚á𝑔𝑢𝑎 . 𝑐á𝑔𝑢𝑎 . ∆𝑇á𝑔𝑢𝑎 )


𝐶=
∆𝑇𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜
−(0,29691 − 0,15540) 𝑘𝑔. 4190 𝐽/𝑘𝑔𝐾. (328,35 − 331,25)𝐾
𝐶=
(328,35 − 299,35)𝐾
𝐶 ≅ 59,30 𝐽/𝐾

com erro propagado de

2 2 2
𝑑𝐶 2 𝑑𝐶 2 𝑑𝐶
∆𝐶 = √( ) ∙ (∆𝑚á𝑔𝑢𝑎 ) + ( ) ∙ (∆∆𝑇á𝑔𝑢𝑎 ) + ( ) ∙ (∆∆𝑇𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 )2
𝑑𝑚á𝑔𝑢𝑎 𝑑∆𝑇á𝑔𝑢𝑎 𝑑∆𝑇𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜

𝐶 ≅ ±2,06 𝐽/𝐾
5.3 – Calor específico da amostra
O calor específico da amostra foi calculado pela equação

−(𝐶𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 . ∆𝑇𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 + 𝑚á𝑔𝑢𝑎 . 𝑐á𝑔𝑢𝑎 . ∆𝑇á𝑔𝑢𝑎 )


𝑐=
𝑚𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎 . ∆𝑇𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎
−(59,3. (328,45 − 302,65) 𝐾 + (0,35253 − 0,15524 − 0,03013 − 0,03043) 𝑘𝑔. 4190 𝐽/𝑘𝑔𝐾. (328,45 − 333,95))
𝑐=
(0,03013 + 0,03043)(325,45 − 302,65)

𝑐 ≅ 1174,12 𝐽/𝑘𝑔𝐾

com erro propagado de

2 2 2 2 2
𝑑𝑐 𝑑𝑐 𝑑𝑐 2 𝑑𝑐 2 𝑑𝑐
∆𝑐 = √( ) ∙ (∆𝑚𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎 )2 + ( ) ∙ (∆∆𝑇𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎 )2 + ( ) ∙ (∆𝑚á𝑔𝑢𝑎 ) + ( ) ∙ (∆∆𝑇á𝑔𝑢𝑎 ) + ( ) ∙ (∆∆𝑇𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 )2
𝑑𝑚𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎 𝑑∆𝑇𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎 𝑑𝑚á𝑔𝑢𝑎 𝑑∆𝑇á𝑔𝑢𝑎 𝑑∆𝑇𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜

𝑐 ≅ ±88,91 𝐽/𝑘𝑔𝐾

6 – Conclusões
Através deste experimento pôde-se usar a capacidade calorífica para relacionar a
variação de temperatura provocada no calorímetro. A capacidade calorífica nos permitiu
interpretar o aumento de temperatura em termos de calor fornecido. Encontramos o calor
específico da substância a partir dos dados encontrados no procedimento.

7 – Referências

1. HALLIDAY, David,; RESNICK, Robert,; WALKER, Jearl. Fundamentos de física. 8.


ed. Rio de Janeiro, RJ: LTC, c2009. 4 v. ISBN 9788521616054 (v.1).

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