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‫اإلسالم دين الفطرة‬

ISLAM É TEU DIREITO NATURAL

Eis o convite para os buscadores da verdade de diferentes


credos, com vista a promover diálogo e entendimento no
espírito de tolerância e respeito mútuos

O presente livro faz a abordagem dos seguintes pontos:


 Características e princípios básicos do Islam;
 Os nove fatos sobre Jesus (que a paz esteja com ele) e sua mãe,
Maria, e
 A prova de que o Islam continua a ser uma revelação fiável

Compilado por

Majed S. Al-Rassi

1
NÃO HÁ DÚVIDAS DE QUE ESTA VIDA É UM TESTE (DE
CONDUTA) QUE PRECISA DA TUA TOTAL REFLEXÃO.
E, QUANTO AO TEU DESTINO FINAL,
APENAS A VERDADEIRA CRENÇA E BOAS AÇÕES
PODER-LHE-ÃO SALVAR

(Muhammad Sherif)

2
ÍNDICE

Expressões Honoríficas Usadas No Presente Livro ….................................................8


O Termo “Senhor” .......................................................................................................9
O Termo ‘Allah’ ..........................................................................................................10
Nota do Editor .............................................................................................................11
Prefácio ...................................................................................................................... 13
Introdução .................................................................................................................. 14
1. Prova da Existência de Allah ................................................................................. 15
2. O Propósito da Criação ...........................................................................................16
3. Monoteísmo: a Mensagem de Todos os Profetas ....................................................18
4. A Mensagem Básica do Islam .................................................................................19
5. Provas de que só Allah é Digno de Adoração .........................................................20
6. A Mensagem de Falsas Religiões ............................................................................24
7. Allah e a Sua Criação ..............................................................................................26
8. O Significado do Nome da Religião: ‘Islam’ ..........................................................29
9. Os Seis Artigos da Fé Islâmica ...............................................................................30
9.1 Crença em Allah ........................................................................................30
9.2 Crença nos Anjos .......................................................................................31
93. Crença nas Escrituras ................................................................................32
Provas Bíblicas da Distorção da Própria Bíblia .............................................34
Distorcer as Revelações é um Grande Pecado ...............................................35
A Revelação do Alcorão .................................................................................36
O Alcorão Inteiro é uma Proclamação do Monoteísmo ..................................37
Ensinamentos do Profeta .................................................................................38
A Preservação dos Ensinamentos Islâmicos ...................................................38
9.4 Crença nos Mensageiros de Allah .............................................................39
Obediência ao Profeta (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) .........42
Amor ao Profeta (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) ..................43
9.5 Crença no Dia do Juízo Final ....................................................................45
9.6 Crença na Predestinação ............................................................................46
10. Os Cinco Pilares do Islam .....................................................................................47

3
a) A Declaração dos Dois Testemunhos da Fé ................................................47
b) Orações ........................................................................................................48
c) Zakah (caridade obrigatória) ......................................................................48
d) Jejum durante o Mês de Ramadan .............................................................48
e) Hajj (peregrinação a Meca) ........................................................................49
11. O Significado da Oração no Islam .......................................................................50
12. O Sistema Moral no Islam ...................................................................................50
12.1 Relação com o Senhor ...........................................................................50
12.2 Relacionamento entre as Pessoas no Geral ............................................51
12.3 Relação com os Pais ...............................................................................51
12.4 Relação com os Familiares .....................................................................52
12.5 Relação com Vizinhos ............................................................................53
12.6 Alimentação – Regras Básicas ................................................................54
12.7 Higiene – Conduta Moral Islâmica .........................................................54
12.8 Pureza Espiritual – A Conduta Moral Islâmica ......................................54
12.9 Direitos e Estrutura Familiares ...............................................................55
12. 10 Decência e Cobrimento ........................................................................55
12. 11 Direitos de uma Esposa .......................................................................56
12.12 Poligamia .............................................................................................56
12.13 Regras para o Divórcio .........................................................................57
12.14 Proteção da Vida ...................................................................................57
12.15 Proteção de Propriedade .......................................................................58
12.16 Manutenção de Saúde ...........................................................................58
12.17 Direitos dos Animais ............................................................................60
12. 18 Direitos do Defunto .............................................................................60
13. O Islam e Outras Religiões ...................................................................................61
14. Os Onze Fatos sobre Jesus (que a paz esteja com ele) e Sua Mãe (Maria) nos
Ensinamentos Islâmicos .............................................................................................61
14.1 O Estatuto de Jesus (que a paz esteja com ele) no Islam ........................61
14.2 O Início da Linhagem de Jesus ...............................................................62
14.3 O Estatuto de Maria ……………………………………………………63
14.4 Os Relatos sobre Jesus (que a paz esteja com ele) .................................64
14.5 O Nascimento de Jesus (que a paz esteja com ele) ................................64
14.6 Milagres Subsequentes de Jesus (que a paz esteja com ele) ..................65

4
Uma nota importante ......................................................................................67
14.7 Qualidades Humanas de Jesus (que a paz esteja com ele) .....................67
14.8 A Profecia de Jesus .................................................................................69
14.9 Missão de Jesus (que a paz esteja com ele) ............................................69
14.10 Ascensão de Jesus ................................................................................70
14.11 A Segunda Vinda de Jesus (que a paz esteja com ele) ........................70
15. A Incrível Profecia de Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam
com ele) na Bíblia: Vinte e Oito Provas Extraídas da Bíblia sobre a Profecia
de Muhammad ..........................................................................................72
Os Principais Atributos no Perfil do Profeta Muhammad na Bíblia..............74
15.1 Seus Nomes ...........................................................................................74
15.2 Suas Características ...............................................................................74
Outras Características Bíblicas do Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos
de Allah estejam com ele) .............................................................................86
15.3 O Local da sua Origem .........................................................................92
15.4 A Mensagem por Ser Revelada através Dele .......................................93
15.5 O Cumprimento das Profecias que ele Predisse....................................95
15.6 A Hora pela qual ele Apareceria ..........................................................97
15.7 A Única Prova ....................................................................................100
15.8 A Falta de Advertência dos Profetas Anteriores ................................100
15.9 A Consistência entre os Ensinamentos de Muhammad e de Jesus ....100
16. Os Fatos sobre o Pecado Original ....................................................................102
Antecedentes ..............................................................................................102
Análise ......................................................................................................103
O Pecado Original e Expiação na Perspectiva Islâmica ............................108
Conclusão ..................................................................................................110
17. Revitalização dos Ensinamentos Básicos de Jesus no Islam (que a paz
esteja com ele)...........................................................................................111
Introdução .................................................................................................111
17.1 Revitalização da Essência da Unicidade de Allah ............................111
17.2 Revitalização da Supremacia de Allah em Termos dos Seus
Atributos e Qualidades .............................................................................114
17.3 Revitalização da Doutrina do Monoteísmo (Adoração somente a Allah) ...115
17.4 Revitalização da Crença na Profecia de Jesus ...................................117

5
17.5 Revitalização da Crença da Humanidade de Jesus ............................180
17.6 Revitalização da Doutrina da Ascensão de Jesus
(negação da crucificação) .............................................................................122
17.7 Revitalização da Proibição de Augúrio ................................................123
17.8 Revitalização da Proibição da Bruxaria ...............................................124
17.9 Revitalização da Proibição da Cobrança de Juros ................................125
17.10 Revitalização da Proibição do Consumo da Carne de suíno ..............128
17.11 Revitalização da Proibição do Consumo de Sangue ..........................127
17.12 Revitalização da Proibição do Adultério ............................................127
17.13 Revitalização da Ablução antes da Oração .......................................128
17.14 Revitalização da Realização de Orações Fisicamente ........................129
17.15 Revitalização da Caridade Obrigatória (Zakah) ..................................130
17.16 Revitalização do Jejum .......................................................................131
17.17 Revitalização da Saudação com a Súplica de Paz ..............................131
17.18 Revitalização do véu (hijab) para Mulheres .......................................132
17.19 Revitalização da Poligamia ................................................................133
17.20 Revitalização da Circuncisão Masculina ............................................134
18. Características dos Ensinamentos Islâmicos ................................................136
18.1 Racionalidade .......................................................................................136
18.2 Perfeição ...............................................................................................136
18.3 Clareza ..................................................................................................137
18.4 Validade Científica e Precisão .............................................................137
18.5 Cumprimento da Profecia .....................................................................137
18.6 Moderação ............................................................................................138
18.7 Abrangência ..........................................................................................138
18.8 Unicidade ..............................................................................................138
18.9 Justiça ....................................................................................................138
19. Islam, a Religião Universal ...........................................................................139
20. Por que Islam? ...............................................................................................139
21. O Último Convite à Razão.............................................................................141
22. O Fato é o Seguinte .......................................................................................142

23. Sussurro .........................................................................................................143


24. O que Está a Motivar as Pessoas a voltarem para o Islam? ..........................144

6
25. Como se Tornar um Muçulmano ..................................................................146
26. A Melhor Decisão Por Ela ‘Já’ Tomada .......................................................150
27. Resumo ..........................................................................................................155
28. Conclusão .....................................................................................................156
Lembre-te Disto ............................................................................................160
Bibliografia ...................................................................................................162

Apêndice .......................................................................................................163

Glossário dos Termos Islâmicos ...................................................................165

Índice .............................................................................................................167

7
EXPRESSÕES HONORÍFICAS USADAS NESTE LIVRO

(o Exaltado): usada depois da menção de Deus/Allah para expressar:


Glorificado e Exaltado seja Ele

(pbece): que a paz e bênçãos estejam com ele; usada depois da menção do Profeta
Muhammad

(pece): que a paz esteja com ele; usada depois da menção de qualquer profeta ou
depois da menção do Anjo Gabriel

(que Allah esteja satisfeito com ele) usada depois da menção de um Companheiro do
Profeta

(que Allah esteja satisfeito com ela): usada depois da menção de uma Companheira do
Profeta

(que Allah esteja satisfeito com ambos): usada depois da menção de dois
Companheiros do Profeta

(que Allah esteja satisfeito com todos eles): usada depois da menção de três ou mais
Companheiros do Profeta

8
O termo ‘Senhor’

O termo senhor, em português, é usado em vários contextos diferentes. O


significado original é ‘mestre’ ou ‘dominador’, e neste sentido, é frequentemente
usado para se referir aos seres humanos: ‘o senhor da mansão’ ou ‘Senhor Fulano’
(em Portugal e Brasil, por exemplo). O termo Senhor com o S maiúsculo é usado no
léxico do Islam para se referir apenas a Deus (Allah). No Islam, não há ambiguidade
quanto ao significado desta palavra. Embora, eventualmente, alguém, mesmo no
contexto Islâmico, possa usá-la (quer com a inicial maiúscula ou não) para se referir
ao ser humano, no entanto, a sua referência é sempre contextualmente clara. Enquanto
que para os Cristãos, Hindús e outros politeístas, o termo Senhor com o S maiúsculo
pode se referir a Allah, a Jesus ou a algumas divindades imaginárias, para os
Muçulmanos, não há nenhuma pluralidade do seu significado. Só Allah é o Senhor, e
o Senhor é Allah – não Jesus, não Rama, ou qualquer outro ser.

O Editor

9
O termo ‘Allah’

Embora os termos ‘Deus’ e Allah sejam usados alternadamente neste livro, há


uma diferença entre eles. ‘Allah’ é um termo Árabe, que é traduzido para ‘Deus’ (em
português). No entanto, o termo ‘Allah’ tem um significado mais específico do que o
‘Deus’. ‘Allah’ não significa simplesmente ‘Deus’. Na verdade, o étimo da palavra
‘Allah’ é ilah, que significa ‘Único Deus’. Há incontáveis ‘deuses’ inventados, mas
apenas Um Verdadeiro Deus, cujo nome é Allah. A palavra ‘Allah’ literalmente
significa ‘o Adorado’, ou ‘Deus’. Allah é, portanto, o nome conveniente para o único
Ser digno de adoração, o Verdadeiro Criador do universo. Ao dizerem ‘Allah’, os
Muçulmanos estão, essencialmente, a negar todas as outras entidades a que algumas
pessoas erradamente adoram. ‘Allah’ é a forma como Deus, o Todo-Poderoso, referiu-
se a Si próprio no Alcorão, 1
e a forma como o Profeta Muhammad (que a paz e
bênçãos estejam com ele) também se referiu a Ele. Portanto, no presente livro, o
termo ‘Allah’ será frequentemente usado para se referir a este Único Deus Que é
digno de adoração.

________________________________________________
1
O Alcorão é um livro ou escritura sagrada revelada ao Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de
Allah estejam com ele). Uma explanação pormenorizada do Alcorão foi dada no Capítulo 9: Os Seis
Artigos da Fé Islâmica.

10
Nota do Editor

Somente Allah é digno de todo louvor e gratidão, o Omnipotente, o


Misericordioso. Paz e bênçãos estejam com o Profeta Muhammad, o último
mensageiro, e com a sua família, seus Companheiros, e todos aqueles que seguem o
seu exemplo até o fim dos tempos.
Allah, o Misericordiosíssimo, criou todos os seres humanos no estado de total
submissão a Ele. A palavra que descreve este estado é ‘Islam’. Os recém-nascidos
geralmente herdam a religião dos seus pais, porém, muitas vezes, estes não os
ensinam sobre o Criador desde cedo. As vezes, os próprios pais são, no fundo,
agnósticos, pois deixam essa missão na responsabilidade da comunidade e do
ambiente que os rodeia. No entanto, estudos recentemente feitos em crianças dos 3 a 5
anos de idade mostram que independentemente do que elas tiverem sido ensinadas, as
crianças acreditam num Único Criador. Allah, o Sapientíssimo, que lhes deu um
intelecto e uma consciência e, portanto, elas (as crianças) têm uma capacidade própria
de reflexão. Assim que elas crescem e tornam-se maduras, a sua forma de pensar
condu-las a contemplar o universo, com todos os seus componentes movendo-se
numa perfeita harmonia, levando-as para a compreensão de que este sistema
firmemente estabelecido não pode ter sido criado do nada. Deve haver um Criador
que aperfeiçoou tudo: os céus, a terra, o sol, a lua, as estrelas, os rios, as montanhas,
os oceanos, os mares e, claro, o ser humano. O Islam é uma religião de disposição
natural. Portanto, os ‘recém-nascidos’, agora adultos, retornam para a religião da sua
disposição natural – a crença em Um e Único Criador, Allah, o Altíssimo, e na sua
religião – Islam.
Nesta nova edição de Islam é teu Direito Natural, o autor trouxe trabalhos de
vários outros autores e estudiosos em forma de debate aprofundado da natureza do
Islam, conforme pregado por Abraão, Moisés, Jesus e Muhammad. Ele documentou a
sua discussão com versículos da Bíblia e do Alcorão, juntamente com as declarações
do Profeta Jesus e do Mensageiro de Allah, Muhammad – que a paz e bênçãos de
Allah estejam com ambos.

11
Que Allah, o Misericordiosíssimo, abençoe o autor, e torne este livro benéfico
para todos os que buscam a verdade. Que Ele recompense também os esforços de
todos aqueles que contribuíram para a sua produção.

Muhammad Abdul Mohsin Al-Tuwaijri


Diretor Executivo
Editora Islâmica Internacional
Riyadh, Arabia Saudita

12
Prefácio

Pessoas instruídas sabem que a sua existência tem um propósito e que (elas)
têm um destino final, cientes ou não da natureza desse destino. Elas sabem também
que se não souberem para onde vão, nunca esforçar-se-ão para lá chegar. Este livro
esclarece as seguintes questões:
 Por que é que os seres humanos foram criados?
 Qual é o seu destino final?
 Como é que eles podem alcançar esse destino?

Gostaria de agradecer aos estudiosos que me deram a oportunidade de


aprender e citar suas obras, especialmente ao Dr. Jamal Badawi, Dr. Bilal Philips,
Sheik Ahmed Deedat (que Allah tenha misericórdia dele), Dr. Naji Arfaj e ao Irmão
Muhammad bin Abdullah Caraballo. As suas maravilhosas obras foram-me bastante
importantes na produção desta obra.
Com este breve prefácio, deixo o livro ao vosso dispor para a devida
apreciação.

Melhores cumprimentos,
Majed S. Al-Rassi
Tel. 966 50 5906761
E-mail: majed.alrassi@gmail.com

13
Introdução

Todo o indivíduo é nascido num ambiente religioso, que, muitas vezes, não é
necessariamente de acordo com a sua preferência; os filhos seguem a religião ou a
ideologia dos seus pais, da sua sociedade ou cultura. Ainda cedo, são inculcados a
religião da sua família ou a ideologia do estado; em alguns países, a religião inculcada
aos filhos vem registada até na certidão do nascimento. Quando atingem a
adolescência, geralmente professam as crenças dos seus pais ou da sociedade em que
se encontram inseridos. Uma vez que estas crenças tornam-se normais para eles, não
pensam na possibilidade de refletir sobre elas ou de mudar as suas convicções.
Entretanto, ao longo das suas vidas, as pessoas deparam-se, ou são expostas às
várias convicções religiosas e ideologias, que as levam a refletir sobre crenças,
tradições e correntes filosóficas. Começam a questionar a eficácia das suas próprias
convicções. Os que buscam a verdade, muitas vezes, atingem um ponto de confusão
ao perceber que os crentes de todas as religiões, seitas, ideologias e filosofias afirmam
professar uma e única verdade.
Existem apenas três possibilidades: 1) todos estão corretos, 2) todos estão
errados, ou 3) só um grupo está correto e os restantes estão errados. É impossível que
todos eles estejam a professar a verdadeira religião, porque os princípios básicos de
todas as religiões são diferentes. Por outro lado, afirmar que são todas incorretas é
negar que Allah (o Exaltado) revelou Sua vontade à humanidade. Esta proposição
parecerá absurda para aqueles que acreditam num Criador Mais Sábio. Afinal, por que
é que Allah criaria seres humanos sem que lhes revelasse um caminho para a verdade?
Afinal de contas, qual é a verdadeira religião, e como é que o que busca a verdade
pode conhecê-la? Esta questão é o tema principal deste trabalho.
Ao começar a busca pela verdadeira religião, a pessoa deve ter em mente
os seguintes quatro aspectos:

14
Primeiro, Allah, o Exaltado, deu-nos habilidade e intelecto para descobrirmos
a resposta a esta pergunta crucial, que é também uma decisão que pode mudar a vida
da pessoa: Qual é a verdadeira religião?
Segundo, Allah, o Mais Compassivo, não nos deixou sem nenhuma
orientação. Ele enviou-nos profetas com escrituras para nos mostrarem o caminho
certo.
Terceiro, devemos sempre nos lembrar da razão subjacente a esta pesquisa: a
vida eterna depende de adopção da religião verdadeira nesta vida. Isto deve ser a
nossa motivação e força motriz para mantermo-nos em constante busca até que
estejamos completamente satisfeitos.2
Quarto, só podemos encontrar o verdadeiro caminho e tomarmos a decisão
correta e racional se, voluntariamente, pusermos a mão na consciência e afastarmo-
nos de todas as emoções prejudiciais, que nos vedam a realidade.

1. Prova da Existência de Allah


Este universo maravilhoso e tudo que nele existe não pode ser um produto do
acaso, e nem se pode ter auto-criado. Os sinais que testemunham que Allah é o Único
Criador podem ser vistos por toda a terra e na alma de cada um de nós. Allah disse no
Alcorão: 3
“Allah foi Quem criou os céus e a terra e é Quem enviou a água do céu, com a
qual produz os frutos para o vosso sustento! Pôs à vossa disposição os navios que,
com a Sua anuência, singram os mares, e pôs à vossa disposição os rios. Pôs a
vossa disposição o sol e a lua, que seguem os seus cursos; pôs à vossa disposição a
noite e o dia. E vos agraciou com tudo quanto Lhe pedistes. E se contardes as
mercês de Allah, não podereis enumerá-las...” (Alcorão 14:32-34) 4
No Alcorão, Allah falou sobre a busca da verdade feita pelo Profeta Abraão.
Este é um exemplo de como os que seguem os sinais de Allah podem ser corretamente
guiados para a Sua adoração.

_____________________________________________________________
2
A Bíblia, na sua forma atual, confirma que a busca da verdade é o principal fator para a salvação. Em
João 8:32, está escrito, “e conhecereis a verdade, e a verdade vos livrará.” Os Muçulmanos

15
acreditam que a versão existente da Bíblia contém elementos da mensagem original verdadeira, embora
tenha sido alterada substancialmente ao longo dos tempos.
3
O Alcorão é um livro ou escritura sagrada revelada ao Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de
Allah estejam com ele). Detalhes sobre o Alcorão são dados no Capitulo 9: Os Seis Artigos sobre a Fé
Islâmica.
4
A tradução dos significados dos versículos do Alcorão, neste livro, foi extraída de Saheeh
Internacional, o Alcorão: texto em Árabe com os respectivos significados em Inglês. Note-se que o que
aparece entre aspas, neste livro, extraído do Alcorão, é a tradução que julgamos ter o significado mais
próximo do texto original, em Árabe. A tradução não é propriamente o Alcorão.

“E foi como mostramos a Abraão o reino dos céus e da terra, para que se
contasse entre os persuadidos. Quando a noite o envolveu, viu uma estrela e
disse: Eis aqui meu Senhor! Porém, quando esta desapareceu, disse: Não adoro
os que desaparecem. Quando viu despontar a lua, disse: Eis aqui meu Senhor!
Porém, quando esta desapareceu, disse: Se meu Senhor não me iluminar, contar-
me-ei entre os extraviados. E quando viu despontar o sol, exclamou: Eis aqui
meu Senhor! Este é maior! Porém, quando este se pôs, disse: Ó povo meu, não
faço parte da vossa idolatria! Eu consagro-me a Quem criou os céus e a terra;
sou monoteísta e não me conto entre os idólatras.” (Alcorão 6: 75-79)

A prova mais forte da existência de Allah é a própria criação. Segundo as leis


da natureza, como é bem sabido, nada vem do acaso; portanto, o nosso mundo natural
deve ter sido originado pelo sobrenatural. Allah, permanentemente, instrui a
humanidade a observar o universo, pois este, por si, irá confirmar a verdade divina da
Sua existência, Sua grandeza, e que só Ele é digno de adoração.
Um outro fato óbvio: Ele responde às nossas orações. Quando um indivíduo
ora (suplica) a Allah, Ele responde à sua oração; esta é mais uma prova da Sua
existência. Assim disse Allah no Alcorão:
“E o vosso Senhor disse: Invocai-Me, que vos atenderei!” (Alcorão 40:60)

2. O Propósito da Criação
Alguma vez já te perguntaste sobre o porquê da nossa existência? Qual é a
razão da nossa existência? Já te perguntaste porquê morremos, e para onde iremos
após a morte? O que acontecerá connosco no fim? Já te perguntaste por que Allah fez
a terra, e tudo que nela existe, sob controlo dos seres humanos? Por que é que a noite
e o dia, e o sol e a lua foram criados? O que devemos fazer no curso das nossas vidas?

16
Será que fomos criados apenas para comer, beber e nos divertir até que a morte
chegue? Um poeta resumiu este questionário sem fim, com as seguintes palavras:

Não sei de onde venho.


Apenas senti os meus pés percorrendo um caminho.
Assim que quiseram (os pés), interromperam a caminhada.
Perguntei-me: o que faço eu aqui!?
Como é que o caminho me alcançou!?
Nada entendo! Nada entendo! Nada entendo!

Allah reiterou, em muitos versículos do Alcorão, que Ele não criou os


humanos sem propósito. Assim disse Ele:
“Pensais, porventura, que vos criamos por diversão e que jamais retornareis a
Nós? (Alcorão 23:115)
“Não foi a sua origem uma gota de esperma ejaculada? (Alcorão 75:36)
“Porventura, pensam os humanos que serão deixados em paz, só porque dizem:
Cremos! Sem serem postos à prova?” (Alcorão 29:2)

Fica claro, a partir destes versículos, que os humanos não foram criados sem
propósito. Este propósito foi perfeitamente mencionado num outro versículo que diz:
“Não criei os gênios5 e os humanos, senão para Me adorarem.” (Alcorão 51:56)
Logo, o principal propósito da criação dos humanos é de adorar somente ao
Criador. Isto chama-se monoteísmo.
O Islam orienta o Homem de forma simples e lógica. Aliás, por que o Criador
do universo tornaria misteriosa a principal mensagem que Ele quer que os humanos
compreendam, a sua única forma para alcançar o Paraíso? Como, então, Ele esperaria
que estes alcançassem a verdade? É evidente que os seres humanos devem voltar para
os seus instintos naturais relativamente ao Criador do universo; devem se distanciar
das ideologias doutrinárias e ensinamentos humanos que revestem esse instinto. A
humanidade deve reivindicar o seu direito natural; deve reivindicar o Islam.

17
_____________________________________
5
Gênio: não-humano, seres racionais criados por Allah através do fogo.
Nota: sempre que possível, os termos Árabes foram traduzidos para português. Nos casos em que
optamos em manter o Árabe, a palavra ou expressão transliterada é destacada em itálico na primeira
vez que aparece no texto; a palavra é também definida no glossário no fim deste livro. (O editor)

3. Monoteísmo: a Mensagem de Todos os Profetas


Todos os profetas instruíram os seus povos a adorarem somente a Allah
(monoteísmo), e não à Sua criação (paganismo).
Allah disse:
“Em verdade, enviamos para cada povo um mensageiro (com a ordem): Adorai a
Allah e afastai-vos do sedutor…”6 (Alcorão 16:36)
O Profeta Abraão (que a paz esteja com ele), 7 por exemplo, acreditava em Um
Deus (Allah), que não tem igual. O Alcorão explicou:
“E recorda-te de Abraão, quando disse ao seu povo: Adorai a Allah e temei-O!
Isso será melhor para vós, se o compreendeis!” (Alcorão 29:16)
Allah disse o seguinte sobre ele:
“Recorda-te de quando Abraão disse ao seu pai e ao seu povo: Em verdade, estou
isento de tudo quanto adorais. (Adoro) somente Quem me criou, porque Ele me
encaminhará.” (Alcorão 43: 26-27)
Embora a Bíblia tenha sido alterada significativamente, o Profeta Jesus (que a
paz esteja com ele) foi citado nos Evangelhos como tendo dito: “Ao Senhor teu Deus
adorarás, e só a ele servirás.” (Lucas 4:8) 8
É também mencionado que Deus disse, “Eu sou o primeiro, e Eu sou o
último, e fora de Mim não há Deus” (Isaías 44:6)
De acordo com o Evangelho de Marcos, quando Jesus (que a paz esteja com
ele) foi perguntado sobre qual era o mandamento mais importante, ele respondeu: “o
Senhor nosso Deus é o único Senhor” (Marcos 12:29)
O Livro de Atos 3:13 diz, “O Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, o Deus
de nossos pais, glorificou a seu Servo Jesus...”9

_____________________________________________
6
Sedutor: ídolos; qualquer coisa que é adorada que não seja Allah.
7
Esta é uma expressão que demonstra respeito, que o Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de
Allah estejam com ele) recomendou que disséssemos sempre que mencionarmos o nome de um profeta.

18
8
As traduções dos versículos da Bíblia foram extraídas da Versão Padrão em Inglês (VPI). Em poucos
casos, houve necessidade de se discutir terminologias específicas que são encontradas na Versão do Rei
James; isto é indicado por (VRJ).
9
O uso do termo ‘servo’ não implica que Deus (Allah) necessita de ajuda. O significado do termo
‘servo’ que se pretende aqui transmitir equipara-se a um escravo ou escrava devotado/a a adoração,
obediência, mandamentos e proibições de Allah. Veja Capítulo 11: O Significado de Adoração no
Islam.

O Alcorão diz-nos que o Profeta José (que a paz esteja com ele) disse o
seguinte ao seu povo:
“Não adorais a Ele, mas a nomes que inventastes, vós e vossos pais, para o que
Allah não vos investiu de autoridade alguma. O juízo somente pertence a Allah,
que vos ordenou não adorásseis senão a Ele. Tal é a verdadeira religião; porém, a
maioria dos humanos o ignora.” (Alcorão 12:40)
Foi por isso que Allah, o Altíssimo, descreveu aqueles que se desviam da
mensagem de Abraão (monoteísmo) como sendo insensatos.” Assim disse ele:
“E quem rejeitaria o credo de Abraão, a não ser o insensato...? (Alcorão 2:130)

4. A Mensagem Básica do Islam


A mensagem básica do Islam é a mesma que a de todos os outros profetas
anteriores: Adorar somente a Allah em detrimento de todas as coisas, direta ou
indiretamente, discreta ou indiscretamente. Este princípio básico de monoteísmo está
contido no quinto versículo dos capítulos iniciais do Alcorão, conhecidos como ‘Os
Iniciais’:
“Guia-nos à senda reta” (Alcorão 1:5)
Allah disse também:
“Adorai a Allah e não Lhe atribuais parceiros.” (Alcorão 4:36)
“... Quem negar o sedutor e crer em Allah, ter-se-á apegado a um firme e
inquebrável sustentáculo.” (Alcorão 2:256)
Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele), o último Profeta,
é relatado como tendo dito:
“Qualquer um que afirmar até o seu último dia de vida, que não há outra divindade
além de Allah, herdará o Paraíso.” (Registado pelos Imams Bukhari e Muslim) 10

19
______________________________________
10
Sahih al-Bukhari e Sahih Muslim são duas coleções das tradições autênticas documentadas e ditos do
Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele), registados pelos Imams Bukhari e
Muslim respectivamente. Outras coleções foram também usadas como referência neste livro.

5. Provas de que só Allah é Digno de Adoração

Eis um fato óbvio: Allah é o único Criador e o Sustentador de tudo. Isto


torna-O no único digno da nossa adoração. A súplica, por exemplo, é um gesto de
adoração, onde as pessoas direcionam as suas orações a Allah e especificam os seus
pedidos. Allah instruiu-nos a invocá-Lo:
“E o vosso Senhor disse: Invocai-Me, que vos atenderei!” (Alcorão 40:60)
Em torno disso, surge a seguinte questão: Por que é que as pessoas adoram
ídolos? O fato é que os ídolos não possuem o poder próprio; qualquer coisa que
resulta do ato da sua adoração acontece apenas com a permissão de Allah. Quando
alguém adorar a um ídolo e as suas orações forem respondidas, na verdade, não é o
ídolo que responde a essas orações, mas sim Allah. Igualmente, as súplicas feitas a
Jesus Cristo (que a paz esteja com ele), a Buda, a Krishna, a São Cristóvão, ao Profeta
Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) não são necessariamente
respondidas por eles; são, sim, respondidas por Allah. Portanto, as orações
direcionadas a alguém ou a algo senão a Allah de nada servem. E o mesmo aplica-se
em relação a todos os outros atos de adoração, incluindo caridade e jejum. Os profetas
foram bastante explícitos nos seus ensinamentos ao dizerem que Allah é o Único
digno de adoração. Ao disseminarem esta mensagem, não tinham intenção de ganhar
fama nem de elevar os seus status, tampouco instruíram os seus povos para lhes
adorarem; pelo contrário, alertaram-nos para não cometer esse erro. Por exemplo, o
Islam ensina que o Profeta Jesus (que a paz esteja com ele) foi um humano criado por
Allah duma forma milagrosa. Ele nasceu de uma mulher, Maria, mas sem pai. Jesus
não era nem Deus (Allah) nem filho de Deus, e adorava a Allah. Ele não era nenhuma
das manifestações de Deus, como os Cristãos acreditam; nem era filho de uma
prostituta, tal como alguns Judeus afirmaram. Ele disse ao seu povo (às tribos de
Israel) para adorarem somente a Allah, e não adorarem nem a ele nem a sua mãe.
Além disso, ele não direcionava suas orações a si próprio, mais sim a Allah.

20
Aqueles que se dizem ser seguidores de Jesus, na verdade, fazem exatamente o
contrário do que ele ensinou; adoram o próprio Jesus. Alguns adoram a Maria,
alegando que é por ser a mãe de Deus. Se o próprio Jesus não os instruiu (em
nenhuma passagem da Bíblia) para o adorarem, nem para adorarem a sua mãe (muito
menos às suas estátuas ou suas figuras, ou à cruz), como é que podem agir desta
forma e ainda afirmarem que seguem a sua mensagem?
Assim disse Allah no Alcorão:
“São blasfemos aqueles que dizem: Allah é o Messias, filho de Maria, ainda
quando o mesmo Messias disse: Ó israelitas, adorai a Allah, Que é meu Senhor e
vosso. A quem atribuir parceiros a Allah, ser-lhe-á vedada o Paraíso e sua
morada será o fogo infernal! Os injustos jamais terão socorredores.” (Alcorão
5:72)
Allah disse também, no Alcorão, que interrogará ao Profeta Jesus (que a paz
esteja com ele) no Dia do Juízo Final pelo fato de os Cristãos adorarem a ele e a sua
mãe:
“E recorda-te de que quando Allah disse: Ó Jesus, filho de Maria! Foste tu que
disseste aos homens: Tomai a mim e a minha mãe por duas divindades, ao invés
de Allah? Respondeu: Glorificado sejas! É inconcebível que eu tenha dito o que
por direito não me corresponde. Se o tivesse dito, tê-lo-ias sabido, porque Tu
conheces a natureza da minha mente, ao passo que ignoro o que encerra a Tua.
Somente Tu és Conhecedor do desconhecido. Não lhes disse, senão o que me
ordenaste: Adorai a Allah, meu Senhor e vosso! E enquanto permaneci entre
eles, fui testemunha contra eles; e quando quiseste encerrar os meus dias na
terra, foste Tu o seu Único observador, porque és Testemunha de tudo.”
(Alcorão 5: 116-117)
O Profeta Jesus (que a paz esteja com ele) foi dado a vida, nascido do ventre
de uma mulher, foi circuncidado e sentia fome, dor e cansaço. Visto que todas estas
características são dos seres humanos e não de Deus (Allah), fica claro que Jesus não
era Deus (Allah).
Igualmente, Buda foi um reformador que introduziu uma série de princípios
humanitários na religião Hindú, praticada na Índia. Ele não se afirmou ser Deus, nem
recomendou aos seus seguidores para que o adorassem. No entanto, hoje, muitos
Budistas transformaram-no em seu Deus e prostram-se diante de estátuas
representando a sua imagem. Ademais, ao longo da história, nas supostas religiões

21
monoteístas como, Judaísmo e Cristianismo, os seguidores elevaram alguns humanos
a nível de Legisladores, proclamando leis que estão em direta contradição com as leis
trazidas pelos seus profetas; isto foi assim com os seus rabinos e seus líderes
religiosos. Esta é uma forma de adorar a criação ao invés do Criador:

“Tomaram por senhores seus rabinos e seus monges ao invés de Allah...”


(Alcorão 9:31)
O Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele)
explicou este versículo como tendo o seguinte significado: pela cega obediência às
coisas que eles tornaram lícitas ou ilícitas, de acordo com os seus desejos, sem
nenhuma sanção de Allah, tomaram estes rabinos e sacerdotes por divindades.
Resumidamente, na perspectiva de objecto-de-adoração, todas as religiões, hoje,
(excepto o Islam) conduzem pessoas a praticarem idolatria, duma ou d’outra forma!
Note-se que alguns não-Muçulmanos, incorretamente, ‘etiquetam’ Islam como
‘Maometanismo’. Este fenómeno existe porque, de fato, é tentador elevar Muhammad
(que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) ao estatuto acima dos seus
ensinamentos, como acontece no caso de todas as outras religiões. Isto é irónico, visto
que a sua própria mensagem era uma negação a equiparação de humanos (qualquer
ser humano) com Allah. O Islam ensina que Muhammad (que a paz e bênçãos de
Allah estejam com ele) foi um mensageiro humano que, como todos os outros
humanos, era exigido a adorar a Allah, e não a ser elevado ao status de Allah.
Muhammad foi um mensageiro e servo de Allah; 11 e mais nada!

Os atributos de Allah provam que Ele é o único digno de


adoração.
Ele é o Único sem parentes; Ele não tem pai, filho, mãe ou esposa. Ele é o
Eterno Absoluto. Jamais gerou ou foi gerado; realmente, não há nada que se pareça
com Ele. Ele é perfeito na Sua sabedoria, no Seu poder, no Seu desejo, na Sua
misericórdia e em todos os Seus atributos. Allah é o Todo-Poderoso e perfeito, ao
passo que os humanos são fracos e imperfeitos. Foi desta forma que Ele se descreveu,
e todos os profetas O descreveram.12 Portanto, todo o ato de adoração só é válido
quando direcionado a Quem se qualifica com esta descrição. Adorar qualquer outra
coisa é fútil.

22
______________________________________
11
O status de um ‘servo’ de Allah é a posição mais estimada e mais honrada perante Allah, e este
status aplica-se para todos os Seus profetas e seus verdadeiros seguidores. Para mais detalhes, veja o
Capítulo 11: O Significado de Adoração no Islam.
12
Isto corresponde ao que está mencionado no Evangelho de Barnabé. Capítulo 17, onde Jesus disse:
Ele é o único sem parceiros; a sua origem não teve início, nem terá o fim, mas a tudo que Ele
criou decretou início e fim. Ele não tem pai nem mãe, não tem filhos, nem irmãos nem
companheiros.
A outra prova são os ensinamentos do Islam em que toda a alma foi incutida,
com consciência de Allah e uma tendência natural de adorar somente a Ele. No
Alcorão, Allah explicou que quando criou Adão (que a paz esteja com ele), criou
também todos os seus descendentes; e, de seguida, fê-los testemunhar contra si
próprios, dizendo:
“...não é verdade que sou o vosso Senhor? Disseram: Sim! Testemunhamo-lo...”
(Alcorão 7:172)

Allah explicou a razão da necessidade de os humanos terem dado testemunho


de que Ele é o seu Criador e o único Deus verdadeiro digno de adoração:
“...fizemos isto com o fim de que no Dia da Ressurreição não dissésseis: Não
estávamos cientes.” (Alcorão 7:172)
Sobre este ponto, Allah acrescentou:
“Ou não dissésseis: Anteriormente nossos pais idolatravam, e nós sua
descendência, seguimo-los. Exterminar-nos-ias, acaso, pelo que cometeram os
fúteis?” (Alcorão 7:173)
Portanto, aqueles que atribuem parceiros a Allah não se devem queixar no Dia
do Juízo Final, alegando que não estavam cientes de que Allah é o único digno de
adoração, (se alguém nunca conheceu a verdadeira religião, será dado a oportunidade
de aceitá-la nesse dia)
(O Evangelho de Barnabé não está incluso na Bíblia atual, mas está disponível
na Internet – O editor.)
O Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) disse
que Allah revelou:
“Criei os meus servos para seguirem a verdadeira religião, mas satanás os
desviou.” (Registado por Imam Muslim)
Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) disse
também:

23
“Toda a criança nasce Muçulmana. Mas depois, os seus pais tornam-na, ou um
Judeu ou Judia, ou um Cristão ou Cristã, ou um Zoroastra ou uma Zoroastra.”
(Registado pelos Imams Bukhari e Muslim)
Portanto, o Islam é o direito natural de todos os seres humanos, visto que
toda a criança vem à luz com uma crença natural da existência de Allah e tendência
natural de adorar somente a Ele. Tal como as crianças sujeitam-se às leis físicas que
Allah impôs no mundo físico, as suas almas sujeitam-se, naturalmente, ao fato de que
Allah é o único Senhor e Criador. No entanto, se os seus pais seguirem um caminho
diferente, elas tornam-se, geralmente, incapazes de reconhecerem a verdade; caso
reconheçam, não podem ir contra o desejo dos seus pais. Em tais casos, a religião que
elas finalmente seguem fica em conformidade com os seus costumes e educação.
Contudo, Allah, o Compassivo e Misericordiosíssimo, não as irá responsabilizar ou
punir por seguirem uma religião falsa antes de atingirem a idade da razão, ou caso
(atinjam a idade da razão) sem que tenham tido oportunidade de ouvir sobre Islam.
Em suma, um indivíduo pode naturalmente, sem auxílio de outros humanos,
chegar à conclusão de que só Allah é digno de adoração. Esta mensagem é nítida,
portanto, pode ser percebida até pelos menos instruídos. O que acontece, porém, é que
a influência humana muitas vezes desvia as pessoas desta convicção natural, havendo,
por isso, necessidade de se explicar este fato.

6. A Mensagem das Falsas Religiões


Na íntegra, todas as falsas religiões ensinam a adoração da criatura
(paganismo) de uma forma ou de outra. Algumas religiões praticam a idolatria
indiretamente, enquanto, por outro lado, proclamam a Unicidade de Allah; outras,
abertamente, convidam pessoas a adorarem outros deuses paralelamente com Allah,
ao invés de adorar somente a Allah (monoteísmo puro). A idolatria é o maior pecado
que um ser humano pode cometer, pois desvia a adoração ao Criador para a Sua
criatura. Isso implica elevar a criatura ao nível do Criador, Allah. Aquele que morre
idólatra selou a sua sorte no outro mundo.
“Allah jamais perdoará a quem Lhe atribuir parceiros; porém, fora disso,
perdoa a quem Lhe apraz.” (Alcorão 4: 48) 13

24
Os humanos não devem adorar senão a Allah. Isto porque não faz nenhum
sentido adorar a criatura, que é fraca por natureza, e negligenciar o Criador, Que
controla esta mesma criatura e todo o universo! Este ato não só é fútil, mas é também
uma manifestação de ingratidão em relação a Quem criou tudo. Assim disse Allah no
Alcorão:
__________________________________________
13
O mesmo enunciado é também encontrado no Alcorão 4:116

“Atribuíram-Lhe parceiros que nada podem criar, uma vez que eles mesmos são
criados. Nem tampouco poderão socorrê-los, nem poderão socorrer a si mesmos.
Se os convocardes para a Orientação, não vos ouvirão, pois para eles é mesmo se
os convocardes ou permanecerdes mudos. Aqueles que invocais em vez de Allah
são servos, como vós. Suplicai-lhes, pois que vos atendam, se estiverdes certos!
Têm, acaso, pés para andar, mãos para castigar, olhos para ver, ou ouvidos para
ouvir?” (Alcorão 7:191-195)
Alguns idólatras tentam justificar os seus atos dizendo, “Nós tratamos ídolos
como intermediários e intercessores entre Allah e nós.” Esta convicção é baseada na
falsa comparação entre Allah e reis, que muitas vezes usam intermediários entre eles e
seus povos. Esta é uma convicção errada, pois Allah não precisa de intermediários
entre Ele e Sua criatura. Sendo Omnisciente e não limitado por fronteiras naturais, Ele
ouve e vê tudo, e pode responder diretamente a todas as necessidades da Sua criatura.
Em centenas de versículos do Alcorão, Allah convida a todos os homens a terem uma
relação direta com Ele, sem nenhuns intermediários ou intercessores; ele proibiu a
adoração de qualquer ser além d’Ele.

A prática da idolatria como meio de intercessão ou intermediário data desde a


antiguidade. Muitos não-Muçulmanos, antes da era do Profeta Muhammad (que a paz
e bênçãos de Allah estejam com ele), alegavam acreditar em Allah como sendo o
Criador e Sustentador, todavia, usavam ídolos como meios de se manterem mais
próximos a Allah, ou como meio de garantir que as suas orações fossem respondidas.
Esta é uma prática comum até nos dias de hoje; muitas pessoas dizem que acreditam
num único Deus, no entanto, invocam estátuas, superstições e outros símbolos (ou
tradições) como uma forma de adorar e invocar a Deus para as suas necessidades.
Allah, o Altíssimo, disse que aquele que Lhe atribuir parceiros, será deixado
com essas falsas divindades no Dia do Juízo Final. Algumas pessoas, erradamente,

25
crêem que essas entidades irão, de alguma forma, ajudá-las quando precisarem. Na
verdade, essa esperança é vã, pois elas desassociar-se-ão dos seus adoradores nesse
dia, quando as pessoas mais precisarem da sua ajuda). Essas pessoas serão
interrogadas:
“... Onde estão aqueles que invocáveis, em vez de Allah? Dirão: Desvaneceram-
se! Com isso, confessarão que haviam sido incrédulos.” (Alcorão 7:37)

Allah disse:
“Dize-lhes: Invocai os que pretendeis, em vez de Allah! Eles não possuem coisa
alguma, nem mesmo do peso de um átomo, no céu ou na terra, nem tampouco
têm neles participação, nem Ele os tem como ajudantes.” (Alcorão 34:22)
Portanto, se estas entidades “não têm nenhum valor na terra nem nos céus.”
Como é que podem ajudar a pessoa que a elas invoca? Ademais, Allah reiterou:
“Aqueles que invocais além d’Ele não podem socorrer-vos, nem socorrer a si
mesmos.” (Alcorão 7:197)
Allah, o Prudentíssimo, não prescreveu a nenhuma religião convicções ou ritos
que pudessem afetar a Sua relação direta com os humanos, todavia, religiões como
Hinduísmo ou Budismo acreditam em humano como salvador ou intermediário, e
rituais como batismo e confissão são praticados com essa convicção.

7. Allah e Sua Criação


O Islam reitera que Allah e a Sua criação são entidades distintas. Allah não faz
parte da Sua criação, nem se mistura com ela. A sua criação não é, de modo algum,
igual a Ele, tanto em Seus atributos assim com na Sua constituição. Realmente, Allah
é o Altíssimo; Ele está acima de toda a sua criação, acima dos céus e acima do seu
Trono, conforme disse no Alcorão e nas escrituras anteriores.
Isto pode não parecer óbvio, mas as pessoas que adoram a criatura ao invés do
Criador, geralmente o fazem por ignorância ou por negligência deste fato. A
convicção errada de que a essência de Allah está por toda a parte na Sua criatura, ou
que Ele faz parte desta, é usada para justificar a idolatria. Os adoradores de ídolos
filosóficos justificam a sua prática da idolatria alegando que não adoram às pedras ou
aos objetos metálicos como tal, mas sim a Allah, Que se instala em tais objetos
durante os seus rituais ou orações. Eles afirmam que esses ídolos são apenas um ponto

26
focal para a adoração de Allah, e não que sejam necessariamente considerados como
substituto de Allah! Aquele que acredita que Allah possa estar incorporado na sua
criação, será obrigado a aceitar o argumento abaixo:
Afastando a possibilidade de essas convicções terem motivações de ganhos
financeiros ou fama, os que têm estas convicções, assumem que Allah está

mais presente neles do que em outros, e consequentemente, os outros deviam


submeter-se a eles e adorá-los, uma vez que, obviamente, acreditam que Allah
encontra-se incorporado neles, ou instalado em seus corpos. Igualmente,
aqueles que acreditam que os humanos podem ser deuses têm aqui, um terreno
fértil entre os que têm a convicção da presença de Allah em seres humanos.
A doutrina da encarnação seguida pelos Cristãos foi estabelecida após a
partida de Jesus, e foi inserida no Cristianismo pelo Paganismo. Na mitologia que
precedeu Cristianismo, pode se perceber como alguns heróis foram elevados ao
estatuto de deuses.
A vasta maioria de Cristãos, hoje, adora a Jesus, alegando que ele é Deus
(Allah). Os filósofos afirmam que não adoram a Jesus humano, mas a Deus (Allah),
Que se manifestou em Jesus humano. Esta é a convicção dos pagãos que se curvam
diante dos ídolos. Conforme dito anteriormente, quando um filósofo pagão é
perguntado sobre o porquê dele adorar aos ídolos, que foram feitos pelas mãos
humanas, em resposta diz que não adora necessariamente ao ídolo. Além disso, ele ou
ela pode afirmar que o ídolo é apenas um ponto focal para a adoração de Allah,
estando assim a adorar a Allah que se manifesta no ídolo, e não propriamente ao
ídolo. Há pouca ou mesmo nenhuma diferença entre essa explicação e a resposta dada
pelos Cristãos ao adorarem a Jesus. A origem deste desvio assenta-se na falsa
convicção de que Allah está presente na Sua criação. Tal convicção justifica a
adoração da criatura de Allah.14
O Islam libertou os seus seguidores de tais convicções, rejeitando a doutrina
de encarnação.15 A divindade de Jesus foi rejeitada no Nobre Alcorão em vários
versículos. Como é o caso dos dois a seguir:
“São blasfemos aqueles que dizem: Allah é o Messias, filho de Allah...) (Alcorão
5:72)
“Dize: Ele é Allah, o Único, Allah, o Absoluto. Ele jamais gerou ou foi gerado, E
ninguém é comparável a Ele.” (Alcorão 112:1-4)

27
Estes dois versículos elucidam que nem Jesus nem um outro profeta é
comparável a Allah, seja em relação às Suas características ou em relação à Sua
essência e, por conseguinte, nada pode ser Sua encarnação.
____________________________________
14
Philips, The True Message of Jesus Christ, 69.
15
Encarnação: a convicção de que Deus veio à terra na forma humana e que Jesus foi nascido Deus e
humano. (As seitas Cristãs diferem-se em alguns destes detalhes desta teoria.)
Ora vejamos, no sudeste da Floresta Amazónica, no Brasil, América do Sul,
uma tribo primitiva ergueu uma cabana para abrigar o seu principal ídolo designado
Skwatoo, que para eles representa Deus (Allah) supremo de toda a criação. No dia
seguinte, um jovem entrou na cabana para prestar homenagem ao seu deus. Enquanto
se prostrava ao que tinha sido ensinado que era o seu criador e sustentador, um cão
velho, sarnento e cheio de pulgas saltou e entrou na cabana. O jovem olhou para cima
a tempo de ver o cão levantar a pata e urinar sobre o ídolo. Revoltado, o jovem
perseguiu o cão até fora do templo, mas quando a sua ira diminuiu, percebeu que o
ídolo não poderia ser o Senhor do Universo. Chegou à conclusão de que o Deus só
podia estar algures e não naquela cabana. Por mais estranho que pareça, o cão que
urinou sobre o ídolo foi um sinal de Deus para aquele jovem, informando-o que o seu
ídolo não era digno de adoração. Este sinal continha uma mensagem divina alertando
o jovem sobre a falsa divindade a que adorava. A mensagem liberou-o de seguir as
suas tradições cegamente, tradições essas que por si provam ser erradas. Desta forma,
o jovem foi dado uma oportunidade: ou procurar o verdadeiro Deus ou continuar na
ignorância. Este exemplo ilustra o fato de que as pessoas são capazes de alcançar a
verdade individualmente, independente das crenças da sociedade em que se
encontram inseridas, etc.16
Evidentemente, se a pessoa seguir a lógica desta história, perceberá duas
premissas nela contidas: ou Deus não tem os atributos que afirma ter, ou Ele não é
diferente da Sua própria criação. Ambas as conclusões negam a ideia da existência de
Deus Todo-Poderoso, portanto, ambas devem ser falsas. O Islam ensina que Deus é
perfeito e grande demais para se baixar ao nível da Sua criatura ou misturar-se com
ela.
Para concluir, todas as falsas religiões partilham um conceito básico em
relação a Deus: não há uma distinção clara entre Deus e Sua criatura. Elas chegam a
afirmar que todos os humanos são Deus, que indivíduos específicos são Deus, que a
natureza é Deus, que Deus é fruto da imaginação do Homem, ou que uma pessoa ou

28
entidade pode ser intermediário entre as pessoas e Deus (conforme mencionado no
capítulo anterior). Ao equiparar os seres humanos com Deus, pode-se dizer que as
falsas religiões convidam as pessoas a adorarem a criatura ao invés do Criador.

_______________________________________
16
Philips, The True Religion of God

8. O Significado do Nome da Religião: ‘Islam’


A outra prova de que o Islam é a verdadeira religião vem do próprio
significado da palavra ‘Islam’. Basicamente, ‘Islam’ é uma palavra de origem Árabe
que significa submissão e obediência. Como uma religião, o Islam tem dois
significados, um geral e outro específico.
Islam, no geral, refere-se à religião que Deus revelou a todos os profetas: a
adoração de Deus somente (monoteísmo) e a rejeição do paganismo. Isto explica o
porquê de, no Alcorão, todos os profetas terem sido chamados de Muçulmanos. Todos
os profetas ensinaram a mensagem básica do Islam (monoteísmo), diferem-se apenas
na mensagem pormenorizada do Islam (Sharia, ou “ensinamentos canónicos”).
Os seus seguidores leais eram também Muçulmanos, 17
por conseguinte, a
pessoa não deve olhar para o Islam como uma inovação que foi trazida pelo Profeta
Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele). Pelo contrário, deve ser
considerado como a mensagem original de Allah revelada a todos os profetas ao longo
da história.
Especificamente, o termo ‘Islam’ refere-se à religião que foi revelada ao
Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele). Não há nenhuma
outra religião que tenha sido especificamente atribuída o nome por Allah.
O Islam não foi denominado por uma pessoa ou grupo de pessoas, nem o seu
nome foi atribuído pelas gerações posteriores (humanos). O nome ‘Islam’ foi
atribuído pelo próprio Allah, conforme claramente mencionado em vários versículos
do Alcorão, por exemplo:
“Para Allah a religião é o Islam...” (Alcorão 3:19)
Por outro lado, o nome Cristianismo foi dado (por seus seguidores) depois de
Jesus Cristo, e Judaísmo em referência a tribo de Judá. Não está mencionado em
nenhuma passagem da Bíblia que a religião dos seguidores dos Profetas Isaac e
Moisés (que a paz esteja com eles) e seus descendentes é chamada Judaísmo, ou que a

29
______________________________________________
17
Jesus foi citado como tendo dito:
Não penseis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim destruir, mas cumprir. Porque em
verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, de modo nenhum passará da lei um só i ou
um só til, até que tudo seja cumprido.
religião dos seguidores de Cristo18 é chamada Cristianismo. Por outras palavras, os
nomes ‘Judaísmo’ e ‘Cristianismo’ não têm origem nem aprovação divinas. Não
durou muito tempo depois da ascensão19 de Jesus que o nome ‘Cristianismo’ foi
atribuído à religião daqueles que afirmam serem seus seguidores. O mesmo acontece
com Budismo, que foi designado em referência a Gautama Buda; Confucionismo,
designado em referência a Confúcio; Hinduísmo, designado em referência a ‘Hind’ (a
palavra persa para Índia); e ai por diante.
Os seguidores do Cristianismo e Budismo são chamados ‘Cristãos’ e
‘Budistas’, respectivamente, porque adoram ao Cristo e a Buda. Contudo, os
Muçulmanos não podem ser ‘Maometanos’, porque não adoram a Muhammad (que a
paz e bênçãos de Allah estejam com ele); eles adoram a Allah, e submetem-se apenas
a Ele. De fato, este fenómeno de designar uma ideologia depois da pessoa ter se
tornado popular tornou-se tão comum que muitos, erradamente, designaram Islam de
‘Maometanismo’, embora os Muçulmanos nunca tenham usado nem aceite este termo.

9. Os Seis Artigos da Fé Islâmica


A crença Islâmica é baseada em seis artigos fundamentais da fé.

9.1 Crença em Allah


Isto inclui as seguintes crenças:
 A crença na existência de Allah: a existência da humanidade e de todo o
universo não é produto do acaso. O universo e tudo que nele existe provam a
existência de um Criador.
 A crença de que Allah é o Criador, o Sustentador, o Dono do universo e de
tudo quanto nele há, o Provedor de tudo, a Fonte da Vida e Causador da
Morte.
 A crença de que Allah é Único digno de adoração.

30
______________________________________
18
Ambos os nomes ‘Jesus’ e ‘Cristo’ são derivados de palavras hebraicas, através do grego e latim.
Jesus é um equivalente do Inglês e da forma Latim da palavra grega ‘Iesous’, que em hebraico é ‘
Yeshua’. ‘Cristo’ é uma tradução do Grego da palavra Hebraica ‘messiah’ e da palavra Árabe masaha,
que significa esfregar, massagear, ungir.
19
O Alcorão mencionou que Jesus nem foi assassinado nem crucificado; outrossim, Allah elevou-o aos
céus, e ele voltará para este mundo antes do seu fim. Esta matéria será discutida com pormenores na
secção 14.11: A Segunda Vinda de Jesus (que a paz esteja com ele).
 Allah revelou, tanto na Sua última revelação, o Alcorão, como através dos
ensinamentos do seu Profeta, seus noventa e nove nomes e atributos. Estes
nomes proporcionam uma melhor compreensão sobre a natureza
absolutamente única, maravilhosa e perfeita de Allah. O nome mais usado é
Allah, que significa ‘o Adorado’. Alguns destes atributos são: O Eterno, o
Todo-Poderoso, o Omnisciente, o Oniouvinte, o Onipresente. Allah está acima
de toda a lógica, e Ele não se assemelha à Sua criação, conforme Ele disse no
Alcorão:
“... Nada se assemelha a Ele...” (Alcorão 42:11)
Assim disse também:
“Dize: Ele é Allah, o Único! Allah, O Absoluto! Jamais gerou ou foi gerado!
Ninguém é comparável a Ele!” (Alcorão 112:1-4)
Ele é o mais Rico, livre de quaisquer necessidades. Ele disse no Alcorão:
“Não criei os génios e os humanos, senão para Me adorarem. Não lhes peço
sustento algum, nem quero que Me alimentem. Sabei que Allah é o Sustentáculo
por excelência, potente, inquebrantável.” (Alcorão 51:56-58)
Os noventa e noves nomes e atributos de Allah foram todos mencionados no
Alcorão e nas declarações do Profeta (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele).

9.2 Crença nos Anjos


Anjos são seres criados por Allah para funções específicas. Geralmente são
invisíveis e não têm desejo próprio; apenas fazem o que são orientados por Allah. Não
devem ser adorados. O Anjo Gabriel (que a paz esteja com ele) era responsável por
transmitir as revelações aos profetas. Ao nascer, o homem é atribuído dois anjos para
registarem as suas boas e más ações, e um outro que o orienta a praticar o bem. Uns
sopram o espírito humano no embrião, quatro meses depois da concepção; outros
levam o espírito humano depois da sua morte, com a anuência de Allah. Outros anjos
(ainda) têm outras missões, inúmeras para serem mencionadas neste livro tão
pequeno.20

31
Há dois pontos principais que diferenciam a visão Islâmica da Cristã no que
concerne aos anjos. Nos ensinamentos Islâmicos, os anjos são nobres e livres do
pecado.
_____________________________________
20
Para mais detalhes, veja al-Uthaymin, Explanation of the Three Fundamental Principles of Islam.
Os anjos foram recomendados a se curvarem diante de Adão (que a paz esteja
com ele), devido a sua rica sabedoria, e assim todos obedeceram. Os Cristãos, por
outro lado, acreditam que os anjos têm duas características: há os bons/obedientes e os
maus/desobedientes. É a mesma lógica que justifica a sua convicção de que Satanás é
um ‘anjo caído’, um anjo que desobedeceu a Deus.
De acordo com a crença Islâmica, tanto os anjos assim como os humanos são
criaturas de Allah, e ambos são obrigados a adorá-Lo. Os anjos não têm escolha nem
sabedoria; adoram a Allah e nunca O desobedecem, portanto, não cometem nenhum
pecado. O segundo ponto sobre a diferença entre a visão Islâmica e Cristã, em relação
aos anjos, é o do desejo próprio. Enquanto os anjos não têm desejo próprio, segundo a
crença Islâmica, os humanos têm, e dessa forma podem escolher entre desobedecer a
Allah, e serem pecadores, ou seguir alguns mandamentos e desobedecer os outros.

9.3 Crença nas Escrituras


Este artigo da fé refere-se à crença em todas as Escrituras, conforme reveladas
na sua forma original, por Allah, aos seus mensageiros. Todos os livros revelados
recomendam a adoração de Allah somente, e proíbem a adoração de qualquer ser no
lugar de ou paralelamente a Ele; contêm orientação para os humanos em todos os
aspectos da vida; definem o bem e o mal, e oferecem aos humanos um sistema
completo de crenças e práticas para poderem se orientar. Somente o Criador sabe
melhor o que é bom e o que é mau para a Sua criatura. Portanto, as leis divinas
contidas nestas escrituras orientam e proíbem vários atos, a fim de proteger a
sociedade, espírito e corpo humanos do mal. Os seres humanos precisam de obedecer
os mandamentos de Allah, tal como documentado nos Seus livros revelados, de modo
a desenvolverem as suas potencialidades, e levar uma vida justa.
Estes textos não diferem um do outro, em suas doutrinas principais. Porém,
devido às diferenças entre as nações em termos de lugar, tempo e circunstâncias,
houve algumas especificidades nos ensinamentos práticos (leis) das escrituras, no
entanto, a sua mensagem principal é mesma.

32
Os Muçulmanos acreditam nos livros anteriores, conforme mencionado no
Alcorão: a Escritura de Abraão (que a paz esteja com ele), o Tora de Moisés (pece), o
Salmos de David (que a paz esteja com ele) e o Evangelho de Jesus (que a paz esteja
com ele). O versículo seguinte, do Nobre Alcorão, realça o fato de a crença em todas
as escrituras anteriores enviadas por Allah ser uma parte integrante do sistema da
crença Islâmica:
“Dizei: Cremos em Allah, no que nos tem sido revelado, no que foi revelado a
Abraão, a Ismael, a Isaac, a Jacó e às tribos; no que foi concedido a Moisés e a
Jesus e no que foi dado aos profetas por seu Senhor; não fazemos distinção entre
eles, e a Ele nos submetemos.” (Alcorão 2:136)
Muito antes da vinda do Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah
estejam com ele), todas estas escrituras, ou tinham sido perdidas ou tinham sido,
irrevogavelmente, viciadas pelas gerações posteriores ao longo dos séculos, com
(introdução de) mitos, superstições, idolatria e crenças filosóficas irracionais. As
(atuais) formas existentes dessas escrituras contêm contradições e, por conseguinte,
não podem ser consideradas como revelação de Allah.
A Bíblia, por exemplo, é composta por muitos livros escritos por vários
autores. A escritura que foi revelada a Jesus (que a paz esteja com ele) sofreu tantas
modificações que hoje em dia temos quatro Evangelhos ao invés de um.
Estes (evangelhos) foram escritos entre os anos 40 e 115 depois de Jesus (que
a paz esteja com ele) ter partido e estão baseados em documentos que foram
perdidos. O Evangelho segundo Marcos foi o primeiro a ser escrito em Roma,
pelo menos 40 anos depois do desaparecimento de Jesus (que a paz esteja com
ele). O Evangelho segundo Mateus foi escrito em grego cerca de 90 anos
depois do Cristo. O Evangelho segundo Lucas foi escrito em grego
aproximadamente a 80 anos depois do Cristo. Estes três Evangelhos são
chamados Sinópticos, porque têm origem dos mesmos documentos perdidos e
têm muito em comum. O Evangelho segundo João, por outro lado, tem muita
diferença com o Evangelho Sinóptico. É neste Evangelho de João onde a
divindade e a preexistência de Jesus (que a paz esteja com ele) foram
mencionadas, embora o próprio Jesus nunca tenha afirmado isto. Este
Evangelho foi escrito entre os anos 10 e 115 DC.21

As análises destes Evangelhos revelam o seguinte:

33
1. Não existe nenhum documento escrito datado do período de vida de Jesus em
que estão registados estes ditos, ações ou ensinamentos.
__________________________________________
21
Abdul Razak, Study Guide, Comparative Study — Islam and Christianity.

2. Os primeiros registos dos ditos de Jesus (que a paz esteja com ele), feitos
momentos antes do seu desaparecimento, foram perdidos.
3. Os Evangelhos foram escritos entre os anos 40-115 depois do
‘desaparecimento’ de Jesus e foram baseados em documentos que sempre
estiveram perdidos, como consequência, houve manipulações nos seus
conteúdos.
4. Nenhum dos escritores dos Evangelhos conheceu, viu ou ouviu Jesus (que a
paz esteja com ele)
5. Os Evangelhos foram escritos em grego, ao passo que Jesus (que a paz esteja
com ele) falava aramaico, logo, não foram registados no discurso original, e
portanto, estas palavras não podem ser de Allah.
6. Durante pelo menos cem anos depois de os Evangelhos terem sido escritos,
estes não tinham nenhuma autoridade canónica. Durante este tempo, escritores
de diferentes seitas modificaram-nos de modo a adaptarem-nas às suas
agendas.
7. Os Evangelhos atuais, vistos como um todo, estão cheios de contradições.22

Estes fatos foram trazidos, aqui, de modo a demonstrar que o Evangelho de


Jesus (que a paz esteja com ele), a sua mensagem original que foi revelada por Allah,
não chegou a nós na sua forma original. Pode-se afirmar, portanto, que os quatro
Evangelhos inclusos na Bíblia atual não podem ser considerados equivalentes, ou
mesmo similares à mensagem revelada a Jesus (que a paz esteja com ele). Baseando-
se nestes fatos históricos, estes quatro Evangelhos devem ser tratados como livros
históricos que contêm a maior parte do Novo Testamento, e não necessariamente
como escrituras (palavra de Allah) reveladas a Jesus.

Provas Bíblicas da Distorção da Própria Bíblia


1. O Velho Testamento, por si, testemunha claramente que foi alterado pelo
Homem. Deus (Allah) é citado como tendo dito:

34
“Como pois dizeis: Nós somos sábios, e a lei do Senhor está connosco? Mas eis
que a falsa pena dos escribas a converteu em mentira. (Jeremias 8:8)

__________________________________________
22
Fonte para os pontos 1-7: Caraballo, My Great Love for Jesus Led Me to Islam 14-15.

2. O Dr. Bilal Philips explicou:


Aproximadamente cinco anos depois do fim do ministério de Jesus, um jovem
rabino chamado Saulo de Tarso, que dizia ter visto Jesus numa visão, começou
a distorcer o modo de Jesus. Paulo (seu nome romano) tinha um respeito
enorme para com os filósofos romanos e falava orgulhosamente da sua
cidadania romana. A sua convicção era de que os não-Judeus, que se
convertessem ao Cristianismo, não deviam assimilar a mensagem da Tora. 23 O
autor de Atos 13:39 citou Paulo como tendo dito: E de todas as coisas de que
não pudestes ser justificados pela lei de Moisés, por ele é justificado todo o
que crê. Foi, sobretudo, devido às ações de Paulo que a Igreja começou a
assumir a sua natureza não-Judaica. Paulo escreveu a maior parte das cartas do
Novo Testamento (epístolas), cuja Igreja as aceita como doutrina oficial e
Escritura inspiradora. Estas cartas não preservam o Evangelho de Jesus, nem
sequer o representam, pelo contrário, Paulo transformou os ensinamentos de
Cristo em uma filosofia Helénica 24 (Greco-Romana).
A evidência mais clara da distorção bíblica é a edição da Bíblia, na medida em
que, seguramente, pode-se dizer que toda a edição é diferente da anterior.
Baseando-se neste fato, pode-se, finalmente, chegar à conclusão de que a
Bíblia na sua forma atual não é nada mais nada menos que uma coleção de livros
históricos escritos por vários autores, ao longo de muitos anos. Os relatos da vida de
Jesus depois da sua ascensão foram escritos por homens que nunca o conheceram. Tal
é o caso de: Marcos, Mateus, Lucas, e João, embora as suas verdadeiras identidades
não sejam conhecidas.) A(s) versão/versões atual(ais) da Bíblia não espelha(m) a
original, e não pode(m) ser considerada(s) como a palavra de Deus (Allah).

Distorcer revelações é um grande pecado

O Alcorão reiterou, em mais de um versículo, que distorcer a revelação de


Allah é um pecado grave.

35
“Ai daqueles que copiam o Livro (alterando-o) com as suas mãos, e então dizem:
isto emana de Allah, para negocia-lo a vil preço. Ai deles, pelo que as suas mãos
escreveram! E ai deles, pelo que lucraram!” (Alcorão 2:79)

________________________________________
23
Tal como mencionado anteriormente, o Tora é um livro revelado ao Profeta Moisés.
Uma nota importante
Aqueles que seguiram as escrituras, quando estas ainda estavam nas suas
formas puras e inalteradas, estão isentos da ira de Allah no Dia do Juízo Final, não
devendo, por isso, ter com o que se preocuparem.

A Revelação do Alcorão
Mesmo com a distorção das escrituras anteriores, Allah, o Misericordioso, não
permitiu que o Homem vivesse sem uma orientação ou referência pura. Tendo, deste
modo, trazido o Alcorão como a última revelação para a humanidade, e prometido
preservá-la para todos os tempos.
Ele revelou a Sua palavra ao Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de
Allah estejam com ele) através do anjo Gabriel (que a paz esteja com ele). Esta
revelação foi feita em partes (fragmentos), de diferentes tamanhos, durante um
período de vinte e três anos. O Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah
estejam com ele) recitou a revelação aos seus Companheiros, que, por sua vez, a
registaram nas folhas de palmeiras, pergaminho, ossos de animais (as omoplatas de
camelos eram uma superfície privilegiada para escrita), e madeira plana ao longo da
sua vida. Durante a recitação, o Profeta indicava, de forma precisa, o enquadramento
de cada secção revelada, no corpo de toda a revelação. Ademais, o Alcorão foi
memorizado por centenas de Companheiros do Profeta Muhammad. Um ano após a
sua morte), o primeiro califa, Abu Bakr (que Allah esteja satisfeito com ele), instruiu
os Companheiros do Profeta para compilarem o Alcorão inteiro num único volume.
Mais tarde, o terceiro califa, Uthman (que Allah esteja satisfeito com ele), fez várias
cópias do texto original e mandou-as para os maiores centros da civilização Islâmica.
Uma destas sete reproduções ainda pode ser encontrada no Istambul, Turquia.
Desde então, cerca de 1400 anos, o mesmo texto Alcorânico é usado, com as
mesmíssimas palavras, ordem e língua (Árabe). Não há uma palavra sequer dos seus

36
114 capítulos, 6200 versículos, e aproximadamente a 80 000 palavras que tenha sido
mudada.
Allah prometeu preservá-lo para sempre:
“Nós revelamos a Mensagem e somos o seu preservador” (Alcorão 15:9)
Reflitamos também sobre o seguinte fato: o Alcorão, na sua totalidade, é
memorizado por milhões de pessoas, independentemente da idade, sexo, classe social
ou etnia! E é o único livro que foi preservado, não apenas nas estantes, mas também
nos corações dos homens.
O Alcorão preserva todas as escrituras anteriores. Allah disse ao Profeta
Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) o seguinte:
“Em verdade, revelamos-te o Livro corroborante e preservador dos anteriores...”
(Alcorão 5:48)
Um fato essencial a se reter sobre o Alcorão é que ele é um milagre, tanto em
termos da sua revelação, como em termos do seu conteúdo. Desde os tempos da sua
revelação, sempre houve aqueles que negaram a sua natureza divina e milagrosa,
alegando que Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) ou era
ensinado pelos outros, ou escrevia-o com base na sua própria inspiração. Para
contradizer esta afirmação, Allah apresentou um desafio a toda a humanidade:
“E se tendes dúvidas a respeito do que revelamos ao Nosso servo (Muhammad),
componde uma Surata semelhante às dele (o Alcorão), e apresentai as vossas
testemunhas, independentemente de Allah, se estiverdes certos.” (Alcorão 2:23)
Esta é uma das profecias que o Alcorão predisse com muita precisão, pois
ninguém, desde os tempos do Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah
estejam com ele), até hoje, conseguiu produzir um capítulo ou versículo igual ao do
Alcorão. Como tal, os Muçulmanos não precisam de nenhumas outras escrituras para
nelas basearem a sua fé. O Alcorão permanece claro e de fácil compreensão para
qualquer um que tenha um bom domínio da língua Árabe, e onde os significados das
suas palavras tiverem sido traduzidos para qualquer uma outra, todas as suas
injunções e instruções permanecem claras.

O Alcorão inteiro é uma Proclamação do Monoteísmo


1. Alguns dos versículos informam-nos sobre Allah: Seus nomes, atributos, ações
e discursos. Esses versículos indicam a Unicidade de Allah relativamente aos
Seus Excelentes Nomes, à Sua Essência, e aos Seus Perfeitos Atributos.

37
2. Os outros versículos apontam para a necessidade de adoração de somente
Allah, sem atribui-Lo companheiros ou parceiros, e para a necessidade de
renegar toda a adoração que não seja direcionada a Ele. Estes versículos
indicam o foco da adoração (Allah), e a necessidade de as pessoas
considerarem-No seu Único Senhor, ao qual devem prostrar-se humildemente
buscando refúgio. O Alcorão também contém injunções e proibições; seguir as
orientações e abster-se do que foi proibido é a aceitação da Unicidade de
Allah.
3. O Alcorão narra histórias e informações sobre profetas e outros crentes de
verdadeiras e sinceras convicções. Fala sobre as recompensas que tiveram
ainda nesta vida e outras maiores que lhes estão reservadas noutra vida.
4. O Alcorão contém também histórias sobre aqueles que atribuem parceiros a
Allah. Descreve o seu castigo nesta e noutra vida.

Ensinamentos do Profeta
Os ensinamentos do Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah
estejam com ele) são o segundo recurso da sabedoria Islâmica, depois do Nobre
Alcorão. Os mesmos explicam detalhadamente os versículos do Alcorão, bem como a
forma como o Profeta (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) adorava a
Allah. As declarações do Profeta proporcionaram um maior entendimento sobre como
se devem seguir as orientações de Allah e como se abster do que Ele proibiu. Estes
ensinamentos foram meticulosamente recolhidos e relatados pelos Companheiros do
Profeta (que Allah esteja satisfeito com eles).

Preservação dos Ensinamentos Islâmicos


A preservação dos ensinamentos Islâmicos não se limita na preservação do
texto Alcorânico, mas também inclui a proibição de introduzir (oralmente ou por
escrito) qualquer informação que seja contrária a sua premissa, valores ou
ensinamentos.
O Profeta (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) disse:
“Aquele que distorcer esta mensagem (ensinamentos Islâmicos) fá-lo-á em
vão, pois será rejeitada.” (Registado pelos Imams Bukhari e Muslim)

38
Um dos Companheiros do Profeta disse: O Profeta (que a paz e bênçãos de
Allah estejam com ele) deu-nos uma admoestação tão eficaz que até deixou muitos de
nós lacrimejando e com corações amolecidos.
O Profeta (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) disse: exorto-vos a
manter o vosso temor a Allah, e a escutar e obedecer os vossos líderes, mesmo se o

_____________________________________________
24
Philips, The True Message of Jesus Christ, 81.
líder for um servo abissínio. Aquele que viver por muito tempo verá lutas e conflitos,
portanto, sigam o meu caminho e o caminho seguido pelos Califas Bem-Orientados.25
segurem-se firmemente (na religião), e distanciem-se de quaisquer inovações que não
sejam direcionadas a Allah (nos assuntos religiosos e leis), pois estas desviam (da
senda reta.” (Um hadith autêntico registado pelos Imams Ibn Hibban, Abu Dawud e at
Tirmidhi)26
Assim, nos termos da religião, ninguém é permitido alterar os princípios
básicos dos ensinamentos Islâmicos. Qualquer coisa que seja contrária a eles (os
ensinamentos Islâmicos) é errada e inaceitável. Foi com base nesta proteção rigorosa
que o Islam foi mantido na forma como foi revelado, distante de mitos e superstições,
e de alterações motivadas por capricho de povos e líderes religiosos.

9.4 Crença nos Mensageiros de Allah


Allah transmitiu a Sua mensagem através dos profetas e mensageiros (pessoas
que foram selecionadas por Allah para servirem de exemplo de como as escrituras
devem ser interpretadas e implementadas). Os profetas demonstraram aos seus
seguidores a forma correta de viver, de acordo com a lei. O caminho dos profetas é o
único meio para se alcançar a satisfação, pois este foi por Ele recomendado. Sem os
profetas, os povos não conheceriam Allah, Seus atributos nem como o adorarem.
O papel dos profetas pode ser resumido da seguinte maneira:
1. Receber a mensagem de Allah;
2. Transmiti-la aos povos;
3. Exortar as pessoas a temer Allah e a seguir os Seus mandamentos;
4. Encaminhar os desorientados, desobedientes e idólatras para senda reta e para
adoração de Allah.
5. Clarificar os aspectos básicos da fé aos povos.

39
6. Ensinar, detalhadamente, os princípios religiosos e morais aos seus seguidores.
Apresentarem-se como modelo para os seus povos, e orientá-los para o Paraíso
eterno. Allah, o Altíssimo, enviou um profeta ou profetas para todas as nações;
a sua missão era de transmitir a mensagem de que somente Ele é digno de
adoração, e que adorar algo ou alguém senão a Ele, ou em paralelo com Ele
______________________________________________
25
Ele mencionou especificamente quatro califas que vieram depois dele.
26
hadith: uma declaração ou ação do Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com
ele), que foi gravada por seus Companheiros e seguidores.

está errado e é inaceitável. O Alcorão e Hadith mencionaram vinte e sete


profetas apenas (veja Ilustração 1), no entanto, há muitos outros que existiram,
mas que não foram nominalmente mencionados. O primeiro destes profetas foi
Adão, e o último foi Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com
ele). Que a misericórdia de Allah esteja com todos os profetas.

40
ADÃOENOQUENOÉHUDSAL
EHABRAÃOISMAELISAQUE
LOTJACOB
JOSÉJETROJOB
MOISÉS (TORA)
ARÃOJOSUÉAL-
KHIDREZEQUIEL
DAVID (SALMOS) 
SALOMÃO ELIAS ELISEU
JONAS ZACARIAS JOÃO
JESUS (EVANGELHO) 
MUHAMMAD (ALCORÃO)

41
Ilustração 1:
Os profetas nominalmente mencionados no Alcorão. Josué é também
alistado aqui, embora tenha sido nominalmente indicado nos Hadith e não no
Alcorão.
Todo o profeta foi enviado para um povo específico e numa era específica. Por
exemplo, na Bíblia, Jesus diz, “Eu não fui enviado, senão às ovelhas perdidas da
casa de Israel” (Mateus 15:24)
O Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) foi uma
exceção, pois foi enviado como o último e o mensageiro final até o Dia do Juízo
Final. As provas de que Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele)
foi um mensageiro de Allah são inúmeras, e todas foram documentadas em material
bibliográfico. A maior prova é o milagre do Alcorão, que não podia ter sido escrito
nem transmitido por qualquer humano senão por Mensageiro de Allah (que a paz e
bênçãos de Allah estejam com ele).
Certamente, os livros da Bíblia mencionam a vinda do Profeta Muhammad
(que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele), apesar das alterações feitas nos seus
conteúdos.27
O Alcorão e os ditos do Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah
estejam com ele) descrevem, com reverência, as vidas de muitos destes profetas. O
Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele), o último profeta,
continua a ser um exemplo absoluto para os seus seguidores, e os seus ensinamentos
foram posteriormente implementados pelos seguidores do Islam. O Profeta (que a paz
e bênçãos de Allah estejam com ele) sempre encorajou os seus seguidores a seguirem
o caminho dos profetas, e advertiu sobre contradições nos princípios Islâmicos. Isto
era para garantir que os seus seguidores não se desviassem para o caminho errado,
como os seguidores dos profetas anteriores o fizeram.
Os seguidores do Profeta Muhammad devem-lhe duas coisas: obediência e
amor.

Obediência ao Profeta (que a paz e bênçãos de Allah


estejam com ele)

42
A obediência ao Profeta (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) foi
mencionada em trinta versículos diferentes no Alcorão. A mesma, implica seguir os
seus mandamentos e evitar o que é proibido. A obediência ao Profeta (que a paz e
bênçãos de Allah estejam com ele) demonstra um verdadeiro cumprimento da

______________________________________
27
Isto será discutido no Capítulo 15: As Incríveis Profecias de Muhammad (que a paz e bênçãos de
Allah estejam com ele) na Bíblia.

segunda parte da confissão da fé no Islam, “Eu testemunho que Muhammad é


Mensageiro de Allah.”
Quando examinamos o que o Profeta (que a paz e bênçãos de Allah estejam
com ele) encorajou, advertiu ou instruiu, constatamos que tudo resulta da vontade de
Allah, e conduz-nos para o nosso bem-estar ou para o bem da nossa família, do nosso
próximo ou comunidade, seja ela Muçulmana ou não. Ele apenas proibiu o que é
prejudicial ou o que não traz nenhum benefício, como por exemplo, adultério,
consumo de álcool, mentira, desrespeito aos pais, e assim por diante. Muitas vezes, o
Profeta (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) fez menção a esses caminhos
tortuosos, porque desviam a pessoa da senda reta.
Os crentes virtuosos alcançam um status espiritual tal que os seus desejos e
prazeres, nesta vida, mantem-se em consonância com a vontade de Allah. Todos
devem ser obedientes a Allah e ao Seu Profeta (que a paz e bênçãos de Allah estejam
com ele) e devem, rigorosamente, observar as instruções dadas por Allah. A fé da
pessoa desenvolve e cresce através do cumprimento dos ensinamentos Islâmicos, e
através da prática de atos de adoração. Porém, esta mesma fé fica abalada se esses
ensinamentos e atos forem abandonados.28

Amar o Profeta (que a paz e bênçãos de Allah estejam


com ele)
O Islam ensina que amar o Profeta faz parte da fé Islâmica. O Profeta (que a
paz e bênçãos de Allah estejam com ele) foi citado como tendo dito:
“Nenhum de vós é verdadeiro crente, a menos que me tenha como o mais
querido do que os seus pais, seus filhos, e todas as outras pessoas.” (Registado pelos
Imams Bukhari e Muslim)
O Profeta disse também:

43
“Há três coisas que, certamente, proporcionam doçura da fé à pessoa: amar
Allah e o Seu Mensageiro mais do que qualquer outra pessoa ou entidade, amar o seu
próximo sem nenhum propósito senão pela graça de Allah, e, odiar o que Allah
proibiu, da mesma forma que odiaria ser lançado para o fogo.” (Registado pelos
Imams Bukhari e Muslim)

____________________________________________
28
Compilado por Caraballo, My Great Love for Jesus Christ Led Me to Islam.
Somos chamados a amar o Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah
estejam com ele) mais do que todos os outros (excepto Allah), porque foi através dele
que aprendemos sobre Allah e Seus atributos, sobre a nossa posição em relação a Ele
e sobre como adorá-Lo. O Profeta (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele)
orientou-nos, através de exemplos práticos, que ao segui-lo, garantimos a aceitação de
Allah e a felicidade eterna. Ele poupou-nos da pior calamidade que alguém pode
experimentar, que é incorrer a ira e o castigo de Allah. Ele sacrificou tudo: a sua
saúde, a sua riqueza e toda a sua vida para nos transmitir a mensagem de Allah.
Reconhecendo tudo que foi acima mencionado, como é que não podemos amá-lo mais
do que nós mesmos.
Nós amamos o Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com
ele), porque ele foi, tal como descrito no Alcorão, a ‘misericórdia para todas as
nações’. A sua compaixão estende-se para todos, quer sejam amigos ou inimigos.
Seus inimigos, muitas vezes, convertiam-se, tornando-se seus Companheiros e
seguidores; abraçavam o Islam e confessavam que o carácter do Profeta provou-lhes
que, de fato, ele era o Mensageiro de Allah (que a paz e bênçãos de Allah estejam
com ele).
Todavia, devemos amar Allah mais do que amamos o Profeta (que a paz e
bênçãos de Allah estejam com ele); o Profeta (que a paz e bênçãos de Allah estejam
com ele) vem depois de Allah. Amar Allah, o Profeta (que a paz e bênçãos de Allah
estejam com ele) e os seus seguidores é um ato de adoração pelo qual seremos
recompensados. O contrário é também válido: odiar Allah e o Seu Profeta (que a paz e
bênçãos de Allah estejam com ele) irá nos expelir das hostes do Islam. Igualmente,
odiar aqueles que odeiam Allah ou o Profeta (que a paz e bênçãos de Allah estejam
com ele) é uma parte da crença Islâmica, ato pelo qual também seremos
recompensados.

44
O ‘ódio’ aqui referido não é o comummente conhecido, sentimento maligno
resultante da emoção humana imperfeita; pelo contrário, é o tipo de ódio que
aperfeiçoa a fé quando manifestada na medida certa, contra aqueles que tomam
atitudes desafiadoras contra o Criador e Seus mensageiros escolhidos. Esse ódio
assemelha-se ao sentimento negativo que se tem em relação aos atos de uma pessoa
que desafia e abusa dos seus pais idosos, ou em relação a um indivíduo que não se
submete às regras estabelecidas, lutando contra o sistema da justiça e semeando medo
e corrupção na sociedade. É evidente que odiar atos de tais indivíduos é um
sentimento natural, que as pessoas do bem manifestam. Embora o Islam ensine amor
em todas as formas da sua manifestação, ele instrui também aos fiéis a não amarem
aqueles que não amam Allah e Seus mensageiros, até que mudem suas convicções.
Em suma, a manifestação quer do amor quer do ódio em um Muçulmano é orientada
pela vontade de Allah. Aqui está um importante fato sobre o sentimento de ódio: um
Muçulmano é instruído a não odiar por motivações pessoais. Se for insultado por
alguém, é orientado a perdoar; certamente, há diferença entre o ódio em nome de
Allah (um sentimento bem-controlado) versus o ódio para auto-satisfação (um
sentimento destrutivo).
O amor que se deve ter em relação ao Profeta (que a paz e bênçãos de Allah
estejam com ele) deve ser genuíno, não uma mera afirmação verbal. Deve ser apoiado
e comprovado pela nossa obediência: seguindo os seus mandamentos e evitando o que
é ilícito.
A expressão do ódio para com os nossos irmãos descrentes, com intuito de
persuadirmo-los a acreditarem na Unicidade de Allah e a seguirem os ensinamentos
monoteístas dos Seus profetas, deve ser parte da nossa abordagem positiva e proativa.
Nós oramos para que eles sejam guiados para a verdade; e, simultaneamente,
precisamos de envidar esforços em conjunto para esse fim e nesse sentido.

9.5 Crença no Dia do Juízo Final


O Islam ensina que a vida neste mundo é apenas um teste de conduta para cada
um de nós. No além seremos ressuscitados para enfrentarmos um juízo justo pelos
nossos atos na vida terrena. As pessoas com boas ações serão generosamente
recompensadas e (recebidas com) saudações de boas vindas no Paraíso, mas aqueles
cujo livro de registo de ações as suas más ações tiverem maior peso, serão condenados

45
e lançados ao Inferno. Fomos concedidos o discernimento do bem e do mal, cabendo
exclusivamente a nós escolher o nosso caminho nesta vida tão curta. Em última
análise, essa escolha é que determinará o nosso destino no Além. Allah disse no
Alcorão:
“Quem tiver feito o bem, quer seja do peso de um átomo, vê-lo-á, e quem tiver
feito o mal, quer seja do peso de um átomo, vê-lo-á.” (Alcorão 99:7-8)
A crença no Dia do Juízo Final faz com que a pessoa tenha consciência de que
deve implementar os mandamentos de Allah. Isto significa que as pessoas e a
sociedade no geral devem obedecê-Lo francamente, sem nenhuma pressão externa.
Na verdade, a vida após a morte começa a partir do momento que a alma sai
do corpo. Pouco tempo depois do sepultamento, dois anjos vêm ao sepulcro
questionar o seguinte ao defunto: (como um exame final):
Quem é o teu Senhor?
Qual é a tua religião?
Quem é o teu profeta?

O Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) disse
que o crente (aquele que acredita em todos os seis artigos da fé) não terá nenhuma
dificuldade em responder a estas perguntas corretamente, ao passo que os incrédulos
não serão capazes de respondê-las. Dependendo da sua resposta, o defunto gozará
quer de uma estadia catastrófica (onde o túmulo ficará contraído, colocando o
ocupante numa situação desagradável e torturante) ou agradável (onde o túmulo ficará
espaçoso, proporcionando um ambiente confortável ao ocupante) (Conforme narrado
nos hadiths registados pelos Imams Bukhari e Ahmad)

9.6 Crença na Predestinação


Esta inclui as seguintes crenças:
a. Allah é Omnisciente, a Sua sabedoria jamais será abalada com o tempo. Ele
conhece o passado, o presente e o futuro.
b. Todos os acontecimentos que ocorrem estão pré-escritos num Livro chamado a
‘Tábua Preservada’.
c. Todas as coisas foram criadas por Allah, incluindo as nossas ações, tanto as
más como as boas. Ele orientou-nos a praticar o bem e proibiu-nos de praticar

46
o mal, consequentemente, a nossa recompensa ou castigo dependerá da nossa
escolha (de boas ou más ações).
d. Tudo o que acontece neste universo, acontece com a permissão de Allah, e
nada pode acontecer senão com Sua vontade.
Note-se que a previdência de Allah, de tudo quanto fazemos e iremos fazer,
não significa o controlo do homem nem implica que nós humanos não temos livre
arbítrio. Nós fazemos escolhas, mas Allah sabe previamente o tipo de escolhas que
iremos fazer e o tipo de ações em que iremos optar. Ele apenas permite-nos
materializar as nossas escolhas.

10. Os Cinco Pilares do Islam


Adoração no Islam é um termo abrangente que engloba todas as ações e
declarações que Allah ama e aprova. Toda a ação virtuosa que é realizada com a
intenção de cumprir com os Seus mandamentos e buscar a Sua satisfação é
considerada como sendo um ato de adoração. O Islam é baseado em cinco atos de
adoração, que compõem o alicerce a partir do qual todos os outros atos emanam. Estes
cinco pilares têm uma grande importância no Islam; aprendê-los e praticá-los deve ser
prioridade para todo o Muçulmano, sendo que o resto pode ser aprendido de forma
gradual, com paciência e dedicação. Estes cinco pilares funcionam como uma base da
vida espiritual na qual a estrutura do Islam assenta-se:

a) A declaração das duas confissões da fé


"Confesso que não há nenhuma outra divindade 29 além de Allah, e confesso
que Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) é Seu servo e
Mensageiro."30 A declaração sincera desta dupla confissão (também
conhecida como confissão do monoteísmo) e a submissão a este ensinamento,
automaticamente, convertem a pessoa ao Islam, portanto, a pessoa que morre
acreditando nisso tem um lugar garantido no Paraíso. É por isso que esta
confissão é considerada como sendo o principal pilar do Islam. A aceitação
desta crença distingue os Muçulmanos dos não-Muçulmanos, por isso, todas
as ações dependem deste pilar. Por outro lado, há muitas ações que
contradizem esta declaração, afastando, automaticamente, a pessoa das hostes
do Islam. A pior, destas más ações, é a idolatria, quer seja por súplica, oração
ou qualquer outro ato que signifique adoração senão a Ele.

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__________________________________
29
divindade: um objecto de adoração
30
Em Árabe: Ash-hadu al-la ilaha illa Allah, wa ash-hadu anna Muhammadan Abduhu wa Rasooluhu

b) Orações
As orações formais devem ser feitas cinco vezes por dia, como cumprimento
de um dever a Allah, o Altíssimo. Elas devem ser feitas nos seguintes horários: ao
amanhecer, ao meio-dia, à tarde, ao pôr-do-sol e ao cair da noite. Um Muçulmano
pode observar orações em quase todos os lugares, desde que estes estejam limpos. Os
Muçulmanos (homens) são orientados a observar orações em congregação na
mesquita, enquanto as mulheres são recomendadas a observá-las em suas casas. A
oração proporciona às pessoas um contacto regular com Allah, afastando-as, por
conseguinte, do mal. Além disso, constitui a melhor forma de reduzir a distância entre
os ricos e os pobres, entre os letrados e os iletrados, entre diferentes raças, etc. Os
seres humanos de diferentes contextos e proveniências ficam juntos, nas mesmas filas,
lado a lado, prostrando-se diante de Allah. A oração fortalece a crença em Allah e
eleva as pessoas a uma moral superior. Ajuda a purificar o coração e afasta as pessoas
das tentações. Obriga, também, os crentes a se recordarem do seu Senhor dia e noite,
independentemente de onde estiverem, em qualquer canto do mundo.

c) Zakah (caridade obrigatória)


Todo o Muçulmano cuja poupança líquida anual esteja acima de um certo
mínimo especificado deve doar 2.5% dessa poupança anual para os pobres e pessoas
necessitadas na comunidade.31 O zakah promove generosidade, e ajuda a purificar a
alma contra o egoísmo e ganância. O zakah também ajuda a reduzir ressentimento e
inveja entre membros pobres e ricos na sociedade. O Islam é uma religião prática.
Não só salvaguarda a classe média e alta, e os seus direitos, mas também protege os
direitos dos membros mais fracos da comunidade.

d) Jejum durante o Mês de Ramadan

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No Islam, jejuar significa abstinência de comida, bebida e de manter relações
sexuais desde o amanhecer até ao pôr-do-sol. É uma obrigação anual durante o mês de
Ramadan, o nono mês do calendário lunar Islâmico. O jejum foi imposto aos crentes
das religiões divinas anteriores. O Alcorão diz que o principal propósito de jejum é
_______________________________________________
31
Há também diferentes quantias estipuladas para a pecuária, colheita, etc.; os detalhes estão fora do
âmbito deste livro.
ajudar os crentes a estarem mais conscientes de Allah e mais obedientes a Ele. Ensina
a sinceridade e estimula o espírito de devoção. Ensina-nos a desenvolvermos a
consciência social, paciência, auto-contenção, força de vontade e compaixão para com
os membros necessitados na sociedade.
Há quem possa perguntar: Por que Allah recomendou jejum para todas as
nações?
A resposta é que o propósito do jejum é definido como sendo para o
desenvolvimento de consciência de Allah (piedade), no coração do crente, pois, só
Allah sabe quem está realmente em jejum e quem não está. Por isso, aquele que está
em jejum abstém-se de comer e de beber, com base na consciência de Allah. O Jejum
regular aumenta essa consciência, que posteriormente leva à implantação de justiça no
coração do indivíduo.
Como benefício secundário, o jejum é muito bom para a saúde. Purifica o
corpo das toxinas, resíduos inúteis que perturbam o funcionamento normal do corpo;
permite que o corpo se restaure; ‘educa’ o organismo e a mente para funcionarem
apenas com uma quantidade necessária de alimentos. Além disso, as necessidades dos
instintos básicos de sobrevivência são mantidas sob controlo e, quando o indivíduo for
capaz de controlar essas necessidades, as demais ficam mais fáceis de se controlarem.
Em troca deste sacrifício, Allah concede aos crentes grandes recompensas e perdoa os
seus pecados.

e) Hajj (peregrinação a Meca)


O Hajj é obrigatório para todo o Muçulmano que poder arcar financeiramente
e suportá-lo fisicamente. Durante o Hajj, os Muçulmanos de todos os cantos do
mundo reúnem-se em uma congregação internacional dedicada à adoração de Allah. o
Hajj dura dias (sem incluir viagens de ida e volta), durante os quais milhares de
peregrinos realizam certos ritos em locais e horários específicos; como tal, esta é uma
grande lição de paciência, que traz também recompensas espirituais magníficas. As

49
concentrações dos crentes durante o Hajj vislumbram o Dia do Juízo Final, o dia em
que todos os homens estarão congregados diante de Allah para serem julgados. O Hajj
serve também como prova de que todos os Muçulmanos são irmãos,
independentemente das suas origens geográficas, culturais, raciais ou sociais.

11. O Significado de Adoração no Islam


Adoração não significa senão uma obediência plena e submissão total aos
mandamentos de Allah em crença, intenções, afirmações e ações. Isto é alcançado
esforçando-se para fazer o que Allah orientou, abstendo-se do que Ele proibiu, e
adorando apenas a Ele, de acordo com os Seus ensinamentos. Este é o verdadeiro
significado de adoração a Allah ou ‘servidão a Allah’ no Islam, e esta condição
aplica-se a todos os mensageiros de Allah e Seus verdadeiros seguidores. Que Ele
permita que todos os Seus seguidores alcancem este nível de adoração!

12. O Sistema Moral no Islam


O Islam possui ensinamentos morais inigualáveis, que têm como objectivo
fortificar a relação entre os humanos e o seu Senhor, os homens entre si, bem como
corrigir e melhorar as relações sociais.

12.1 Relação com o Senhor


No Alcorão, Allah convida-nos a fortalecermos a nossa relação com Ele, e a
aproximarmo-nos d’Ele através de atos físicos e espirituais de adoração, tais como:
oração, Hajj, súplica e caridade. Além disso, o Alcorão convida-nos a buscarmos
sabedoria sobre Allah através da invocação dos seus Nomes e Atributos. Isso instiga
temor ao Senhor em nossos corações e estabelece a disciplina no cumprimento dos
mandamentos e proibições impostas por Allah.
O Profeta (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) também instruiu-nos
a recordarmo-nos de Allah em todos os momentos, e em todas as situações. Isso
estabelece uma conexão permanente entre nós e o nosso Senhor, e incute estabilidade,
firmeza e tranquilidade nos nossos corações. Constitui também um meio de proteção
contra o mal e o vício, visto que os Muçulmanos serão constantemente lembrados que
Allah está observando todas as suas ações. O Profeta (que a paz e bênçãos de Allah
estejam com ele), por exemplo, ensinou invocações específicas a serem feitas na hora

50
de dormir, antes de entrar na casa de banho, antes de praticar relações sexuais, durante
a viagem, quando estiver com medo, ao entrar ou sair de casa, quando estiver
angustiado, ansioso ou na infelicidade, quando sobrecarregado de dívidas ou pobreza,
ao entrar em um cemitério, ao parar para um descanso, ou montar acampamento, e em
muitas outras situações.

12.2 Relacionamento entre as Pessoas no Geral


O Alcorão promove comportamento que fortalece e reforça as relações sociais,
como por exemplo, na relação familiar. Cuidar dos pais generosamente, manter boas
relações com outros membros da família, zelar pelos direitos e necessidades do
parceiro ou parceira e dos filhos e conviver com eles em paz, amor e misericórdia,
apoiar os órfãos e os membros mais carenciados na sociedade são qualidades humanas
obrigatórias. Por outro lado, desobedecer os pais, romper laços familiares,
negligenciar ou abusar do parceiro ou parceira e/ou dos filhos, e isolar-se de todos são
atos condenáveis.
Além disso, o Alcorão ensina que devemos tratar os outros com elevado
padrão do comportamento moral e com maneiras nobres. Somos orientados a sorrir,
perdoar, retornar o mal belo bem, e a ter paciência quando estivermos a interagir com
os outros. Visto que este comportamento moral é uma virtude, Allah prometeu
enormes recompensas para aqueles que o alcançarem.
O Profeta (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) instruiu-nos a
adoptarmos boas maneiras quando estivermos em reuniões, tais como: não
levantarmos as nossas vozes, respeitar os mais velhos, sermos gentis com os mais
novos, e cumprimentar os presentes dizendo Assalamu alaykum wa rahmatuallah wa
barakatuhu (que a paz, misericórdia e bênçãos de Allah estejam convosco). O Islam
exige também que preservemos as nossas línguas para evitar dizer coisas negativas
sobre os outros, mesmo se o que pretendemos dizer for verdade.
O Islam orienta também que os acordos e contratos devem ser cumpridos, os
artigos emprestados devem ser devolvidos, e que as regras devem ser obedecidas. Ele
orienta-nos a ter uma postura nobre e proíbe a vileza, baixeza, crime, opressão,
hostilidades, agressão e todos os outros atos reprováveis e condenáveis.

12.3 Relações com os Pais

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O Islam recomenda indulgência para com os pais. Este mandamento é
mencionado oito vezes no Alcorão. Em um dos versículos, Allah disse ao Profeta
Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele):
“O decreto do teu Senhor é que não adoreis senão a Ele; que sejais indulgentes
com vossos pais, mesmo que a velhice alcance um deles ou ambos, em vossa
companhia; não lhes dirijais palavras de desrespeito, nem griteis com eles;
outrossim, dirigi-lhes palavras honrosas. E estende sobre eles as asas da
humildade, e dize: Ó Senhor meu, tem misericórdia deles como tiveram pena de
mim, criando-me desde pequenino.” (Alcorão 17:23-24)
Um homem perguntou ao Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah
estejam com ele): “A quem devo honrar mais?”
O Profeta (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) respondeu: À tua
mãe.
O homem questionou: E quem vem a seguir?
O Profeta (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) respondeu: Tua
mãe.
O homem perguntou de novo: E quem vem a seguir?
O Profeta respondeu: Tua mãe.
Insistentemente, de novo, perguntou o homem: E quem vem a seguir?
O profeta respondeu: O teu pai.” (Registado pelos Imams Bukhari e Muslim)

12.4 Relação com os Familiares


A Indulgência para com os familiares é recomendada pela maioria das
religiões, mas o Islam leva este aspeto a uma dimensão maior. Somos obrigados a
ajudar os nossos familiares com meios econômicos e sociais. Os familiares têm
direitos específicos estabelecidos pela Sharia (lei Islâmica); direitos estes que
dependem do grau de parentesco (relação consanguínea). Isto pode facilmente ser
entendido quando confrontado com os direitos dos herdeiros, que são especificamente
estabelecidos no Alcorão. Alguns membros da família recebem uma parte da herança,
e um Muçulmano pode legar até um terço da sua propriedade para familiares que não
estejam contemplados na herança. Quando o assunto é caridade, é preciso cumprir-se
com os direitos dos familiares antes de se doar dinheiro para os terceiros.

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Os Muçulmanos devem tratar todos os familiares, sejam Muçulmanos ou não,
com maior respeito e bondade; não devem boicotar os seus familiares ou romper laços
com eles. São recomendados a manter contato constante com eles. Portanto, a
manutenção de laços familiares tem uma grande importância, e os Muçulmanos são
enormemente recompensados pelos seus esforços em cumpri-la e promovê-la.

12. 5 Relação com Vizinhos


O Islam orienta-nos a tratar os vizinhos com benevolência. Há um versículo no
Alcorão que resume isso.
“Tratai com benevolência os vossos pais e parentes, os órfãos, os necessitados, o
vizinho próximo, o vizinho estranho, o companheiro de lado, o viajante...”
(Alcorão 4:36)
Ainda sobre isso, o Profeta (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele)
disse:
“ (O anjo) Gabriel exortou-me tanto a tratar os vizinhos com generosidade e
condignamente, que cheguei a pensar que (talvez) me fosse ordenar a torná-los meus
herdeiros.” (Registado pelos Imams Bukhari e Muslim)

O Profeta (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) disse também:
“Aquele que acredita em Allah e no Dia do Juízo Final não deve fazer mal ao
seu vizinho, e aquele que acredita em Allah e no Dia do Juízo Final deve entreter os
hóspedes generosamente, e aquele que acredita em Allah e no Dia do Juízo Final deve
dizer apenas o que é bom ou manter-se calado.” “Registado pelos Imams Bukhari e
Muslim)
Uma das vizinhas do Profeta costumava atirar-lhe lixo sempre que passasse
perto da sua residência (residência da vizinha). Certa vez, quando ela não o fez, o
Profeta questionou-se sobre ela, preocupado por pensar que algo (de mal) talvez
tivesse acontecido com ela. Quando entrou em sua casa, o Profeta encontrou-a de
cama e doente, e pensando ela que o Profeta viera retribui-lhe pelo mal que fizera,
surpreendeu-se pelo seu tratamento misericordioso e carinhoso, apesar do seu
comportamento ofensivo contra ele. Depois disso, ela converteu-se ao Islam graças a
atitude do Profeta. Lembrem-se, a simpatia para com os vizinhos é recompensada por
Allah.

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12.6 Alimentação – Regras básicas
O Profeta (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) ensinou boas
maneiras e práticas, incluindo a virtude de adoptar bons modos quando se estiver a
comer ou a beber. Isto inclui comer com a sua mão direita e estar satisfeito com a
refeição, ao invés de procurar falhas nela. Se gostar da comida, então come, mas se a
mesma não te apetecer, simplesmente deixe-a sem precisar de criticar, pois esse
comportamento demonstra falta de respeito, para além de ofender a pessoa que a
preparou ou a ofereceu. É também preferível tomar refeições com os outros, ao invés
de tomá-las sozinho ou sozinha, seja com a família ou convidando um pobre para se
juntar a ti. Diga Bismillah (em nome de Allah) antes de começar a comer, e
Alhamdulillah (Todo o louvor pertence a Allah) depois da refeição, de modo a te
lembrares da bênção que te foi concedido. O Profeta (que a paz e bênçãos de Allah
estejam com ele) proibiu as pessoas de soprarem a comida ou bebida ou respirar sobre
ela, pois esta atitude demonstra desrespeito àqueles que partilham a mesma comida ou
bebida, para além de que pode disseminar doenças contagiosas.

12.7 Higiene – A Conduta Moral Islâmica


O Islam recomenda também a limpeza física e espiritual. Recomenda-nos a
manter os nossos corpos limpos, juntamente com as nossas vestes e calçados. O Islam
instruiu, ao mínimo detalhe, os Muçulmanos para o seu próprio bem. Por exemplo,
somos recomendados a lavarmo-nos bem depois de usarmos a sanita, limparmos a
boca com frequência (especialmente com a siwak, um pau típico que serve de escova
de dentes), e a banharmos depois de relações sexuais.

12.8 Pureza Espiritual – A Conduta Moral Islâmica

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No que concerne a pureza espiritual, o Alcorão instrui-nos a endireitar e
corrigir as nossas almas e a purificar os nossos corações do ódio, malícia, ciúme,
orgulho e desigualdade. O Alcorão apela a integridade do coração e amor, afeição e
humildade perante os outros. Instrui-nos a purificarmos as nossas línguas das
mentiras, ódio, calúnia e insulto. Devemos, sim, substitui-los com veracidade e
suavidade do discurso. Devemos pedir perdão tantas vezes quanto podermos ao
proferirmos palavras ofensivas ou injuriosas ao nosso irmão Muçulmano. A riqueza,
propriedade, e vida de um Muçulmano são consideradas sagradas; ninguém tem o
direito de interferir nisso sem a permissão expressa do proprietário. A gravidade dos
pecados como, calúnia e difamação é reiterada em muitos versículos do Alcorão, e o
Capítulo 104 (o Caluniador) é reservado para este mesmo assunto.
Devemos recatar os nossos olhares quando estivermos diante do que não
somos permitidos olhar (como as partes íntimas de outrem), e devemos desviar os
nossos ouvidos das conversas imorais, incluindo líricas de canções obscenas.
O Alcorão elogia e incentiva a busca do conhecimento e desincentiva a
ignorância, pois (esta) conduz à destruição. Ele orienta as pessoas a serem ativas e
dinâmicas, e por outro lado, proíbe a preguiça e a bisbilhotice.

12.9 Direitos e Estrutura Familiar


O Islam ensina que os filhos devem ser criados dentro do casamento e que o
desejo sexual deve ser controlado e contido dentro destes parâmetros.
Para sustentar a estrutura familiar e o bem-estar da sociedade, o Alcorão
proíbe a fornicação, pois é uma das piores agressões à dignidade e a honra da
humanidade. Ela causa enfermidade e gera crianças que são vistas como ‘ilegítimas’
pela sociedade. Igualmente, o Alcorão proíbe tudo que conduz à fornicação, como por
exemplo, assistir aos filmes pornográficos e estar sozinho com membros do sexo
oposto, que não sejam mahrams.32 Recomenda também que os homens recatem os
seus olhares e não olhem continuamente para as mulheres para as quais não têm
direito de olhar. Assim, as mulheres Muçulmanas gozam de proteção e segurança, e
estão confiantes de que os homens Muçulmanos não as olharão sequer se não for
legítimo que o façam. Igualmente, elas não devem lançar olhares para os homens
ilicitamente.

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12.10 Decência e Cobrimento
Com base nesta mesma linha do pensamento, o Islam recomenda moralidade
no comportamento e na aparência. As modas que reduzem as mulheres a simples
objetos sexuais não são permitidas. O cobrimento Islâmico é um meio de proteção
contra atenções externas indesejadas. Assim diz Allah no Alcorão:
____________________________________________
32
mahram: a mulher com a qual o casamento não é permitido, por exemplo, uma irmã ou uma mãe. As
mulheres não-mahram são aquelas cujo casamento é permitido.
“Ó Profeta, dize às tuas esposas, tuas filhas às mulheres dos crentes que (quando
saírem) se cubram com as suas mantas, isso é mais convenientes, para que se
distingam das demais e não sejam molestadas...” (Alcorão 33:59)
Refira-se que na privacidade das suas casas e na presença dos seus maridos, as
mulheres podem, sim, vestirem-se da forma que quiserem.

12.11 Direitos de uma Esposa


O Islam exorta o homem a ser gentil para com a sua esposa. Allah diz no
Alcorão:
“Entre os Seus sinais está o de haver-vos criado companheiras da vossa mesma
espécie, para que com elas convivais; e colocou amor e piedade entre vós...”
(Alcorão 30:21)
O Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) disse:
“Os melhores dentre vós são aqueles que são os mais gentis para com as suas
esposas.” (Registado pelo Imam Ibn Majah)
Isto deve-se ao fato de a pessoa poder ser gentil em público, onde toda a gente
consegue vê-la, no entanto, ser avarenta e cruel em sua casa.
Este é o verdadeiro teste do comportamento moral.
No Islam, a mulher goza do seu verdadeiro estatuto legal independente e da
(preservação do) nome familiar. Ela não é uma propriedade do seu marido, mas tem
muitos direitos devido a ele, assim como ele tem devido a ela.
O marido deve oferecer à sua esposa um presente valioso na ocasião do
casamento, e este presente pertence unicamente a ela, mesmo que um dia venham a
divorciarem-se. A esposa nunca deve ser obrigada a se tornar num garante do sustento
para a família, embora ela possa voluntariamente (assumir essa responsabilidade).

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Esta é uma responsabilidade exclusivamente do marido. O Islam dá às mulheres (quer
casadas, divorciadas ou solteiras) o direito de herdar, possuir e gerir a propriedade.

12.12 Poligamia
A poligamia (um homem ter mais de uma esposa) é permitida no Islam como
sendo uma solução para problemas sociais tais como, amparar órfãos e viúvas que
precisem de sustento. É também uma forma de salvaguardar a honestidade e confiança
matrimonial (especialmente no seio familiar), para aqueles que têm um desejo ou
necessidade de mais de uma parceira sexual, ao invés de manter relações extra-
conjugais. O Islam limita a poligamia para o máximo de quatro esposas em
simultâneo, e exige que o marido trate as suas esposas de igual modo, que tome conta
delas tanto financeira como emocionalmente da mesmíssima maneira.
Note-se que se uma mulher for infeliz no seu casamento, e temer que não
poderá conseguir cumprir com as suas responsabilidades perante o seu marido e
perante Allah, pode optar pelo divórcio. O homem não é permitido forçá-la a
permanecer casada.

12.13 Regras para o Divórcio


O Islam é uma religião de moderação. Embora o divórcio seja permitido
quando necessário, a união da família é recomendada. Por exemplo, numa situação de
iminência de divórcio, os dois cônjuges são orientados a chamar mediadores dentre os
seus membros familiares para os ajudarem a reconciliarem. O Islam desencoraja o
divórcio, embora reconheça os direitos de ambos os parceiros, de terminarem a sua
relação matrimonial se as circunstâncias o exigirem. O Profeta Muhammad (que a paz
e bênçãos de Allah estejam com ele) disse:
“Um crente não deve odiar uma crente. Se ele não estiver satisfeito com uma
das suas qualidades, certamente, estará satisfeito com outra.” (Registado pelo Imam
Muslim)
Portanto, o Islam é prático em relação ao divórcio, mas também recomenda a
tentativa de resolução de quaisquer conflitos e a manutenção do casamento.
É evidente que as mulheres no Islam são honradas pelos seus papéis como
mães. O Islam reconhece que uma mulher sacrifica a sua vida pelos seus filhos, por
isso, é dada a ela uma honra superior a do homem.

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12.14 Proteção da Vida
O Alcorão exorta também a proteção e a santidade da vida humana, e reitera
que a retirada voluntária da vida de um inocente é um dos maiores e mais repugnantes
crimes que a pessoa pode cometer. O Profeta (que a paz e bênçãos de Allah estejam
com ele) proibiu até mesmo quebrar os ossos de um defunto, e o que dizer da retirada
da vida de um inocente!? O Alcorão estabelece a teoria ‘vida por vida’ e ‘olho por
olho’ para todos os homicídios e ou danos físicos, ligeiros ou graves, salvo se a
família da vítima concordar em aceitar compensações financeiras.

12.15 Proteção de Propriedade


O Alcorão diz que a propriedade e a riqueza de uma pessoa devem estar
seguras e invioláveis; por isso, proíbe o roubo, a corrupção, a usura e a fraude. Alerta
sobre gastos dispendiosos e recomenda gastos com moderação; por isso, proíbe
extravagância, sumptuosidade e esbanjamento de dinheiro, proíbe igualmente o
entesouramento e a acumulação de fortuna. Exige que as pessoas não sejam
gananciosas, avarentas e cobiçosas, extravagantes nem esbanjadoras. Orienta as
pessoas a procurarem o seu sustento e provisão através de atividades lícitas, que
trazem benefícios financeiros e morais para todas as partes envolvidas, tais como
compra, venda e arrendamento. Conforme mencionado anteriormente, o Islam
salvaguarda também os direitos e necessidades dos pobres, especialmente aqueles que
são membros da família ou comunidade dessa pessoa, de modo que estes (pobres) não
sofram, buscando ajuda em outros lugares.

12.16 Manutenção de Saúde


O Islam promove atos que levam à boa saúde, portanto, recomenda o consumo
de alimentos saudáveis e nutritivos, e consumo com moderação. Proíbe o consumo de
todo o alimento e bebida prejudiciais, tais como, a carne de suíno, carniça, tabaco,
álcool e outras intoxicantes (substâncias que alteram a mente da pessoa), e por aí em
diante.
“Ele só vos vedou a carniça, o sangue, a carne de suíno e tudo o que for
sacrificado sob invocação de outro nome que não seja o de Allah. Porém, quem,

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sem intenção nem abuso, for impelido a isso, não será recriminado, porque Allah
é Indulgente, Misericordioso.” (Alcorão 2:173)
No passado, a carne de suíno era conhecida como causadora de triquinoses,
uma doença causada pelos parasitas nemátodes geralmente encontradas na carne de
suíno crua. Hoje em dia, alguns acreditam haver baixo risco de contaminação, uma
vez que os padrões de segurança dos alimentos são mais avançados. Mas na verdade,
a carne de suíno continua a ser prejudicial à saúde. Na sua edição de Janeiro 2013, a
revista Consumer Reports publicou um artigo com o título, “Costeletas de Porco e
Carne de Porco Moída Contaminadas com Bactérias,” que começava da seguinte
maneira:
“Nas análises feitas em costelas de porco e carne moída de porco, cujas
amostras foram colhidas nos EUA, provam haver, neste tipo de carne, yersina
enterocolitica, uma bateria que pode causar febre, diarreias, e dores no
abdómen. Algumas amostras indicaram que estas mesmas bactérias abrigam
outros tipos de bactérias nocivas, incluindo salmonela...”
Algumas bactérias que encontramos em 198 amostras provaram ser
resistentes aos antibióticos comummente usados para o tratamento humano. O
uso frequente de antibióticos em poucas-doses na criação de suínos pode estar
a acelerar o aumento da resistência de super-bactérias, que ameaçam a saúde
humana.
Os riscos resultantes do consumo do tabaco são bem conhecidos. Uma folha
informativa do website da Organização Mundial de Saúde afirma que o tabaco mata
seis milhões de pessoas por ano (incluindo 600,000 efeitos do tabagismo passivo, que
causa “sérios problemas respiratórios e cardiovasculares, incluindo doença coronária e
câncer de pulmão”). Mais que a metade dos consumidores do tabaco morrerão por
doenças relacionadas com tabagismo.
“Ó crentes, as bebidas inebriantes, os jogos de azar, (a cultuação aos) altares de
pedra, e as adivinhações com setas, são manobras abomináveis de Satanás.
Evitai-as, pois, para que prospereis.” (Alcorão 5:90)
Quanto ao álcool, os seus riscos estão também bem documentados. A folha
informativa da Organização Mundial de Saúde explica que, “Em todo o mundo, 3.3
milhões de mortes, todos os anos, resultam do uso nocivo do álcool, o que representa
5.9% de todas as mortes.” O álcool é também descrito como sendo causador de uma
gama de distorções mentais e comportamentais, e doenças infeciosas. A medicina

59
moderna alerta frequentemente sobre “o consumo de álcool com moderação” como
sendo seguro para algumas pessoas, e algumas reportagens de notícias chegam a citar
alguns benefícios do consumo ‘moderado’ de álcool. Allah respondeu a esta
argumentação nos seguintes moldes:
“Interrogam-te a respeito da bebida inebriante e do jogo de azar; dize-lhes: Em
ambos há benefícios e malefícios para o homem; porém, os seus malefícios são
maiores do que os seus benefícios...” (Alcorão 2:219)
O Islam também recomenda a prática de jejum, que tem muitos benefícios
para o corpo, principalmente para o sistema digestivo. O Profeta Muhammad (que a
paz e bênçãos de Allah estejam com ele) advertiu contra o consumo exagerado de
alimentos, dizendo:
Não há pior coisa do que o que a pessoa come ao ponto de ter dificuldades de
se deslocar e ou respirar. Uma pequena porção de comida que a permita exercer as
suas atividades é suficiente, isto é, deve, a pessoa, preencher um terço do seu
estômago com comida, um terço com bebidas, e reservar um terço para respirar. (Um
hadith registado pelo Imam at-Tirmidhi)

12.17 Direitos dos Animais


O Profeta (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) orientou que os
animais devem ser tratados com delicadeza e suavidade; instruiu os fiéis a alimentá-
los e a dá-los de beber; e prometeu que tais atos serão recompensados no Dia da
Ressurreição. Orientou também que os animais de carga, não devem ser submetidos a
trabalhos que estejam acima das suas capacidades; não devem ser submetidos a
infortúnios ou torturas. Nem devem ser mortos (a menos que sejam nocivos). O seu
abate para fins de consumo, deve ser feito longe do alcance dos outros, pois, isto pode
causar apreensão aos outros.

12.18 Direitos do Defunto


O Islam mantém respeito à pessoa mesmo após a morte. Quando um
Muçulmano morre, deve ser enterrado de acordo com os ensinamentos do Profeta
Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele). O corpo da pessoa é
lavado e perfumado. Depois disso, é envolvido numa mortalha de tecido branco sem

60
costuras, e é enterrado em direção a Kaba (a Casa de Allah em Meca, originalmente
construída pelos Profetas Abraão e Ismael).
Somos orientados a segurar o defunto com cuidado de modo a garantir que os
seus ossos não se quebrem. Antes e depois do enterro, as pessoas são encorajadas a
orar para que Allah perdoe o defunto e o aceite no Paraíso. O Islam proíbe os crentes
de pisar túmulos.

13. Islam e Outras Religiões


Há quem questione: “se todas as religiões verdadeiras vieram com a mesma
mensagem, nomeadamente, a adoração de Allah somente, então, por que é que
encontramos tantas diferenças entre elas?” A resposta é que as formas originais das
mensagens anteriores, ou foram perdidas ou distorcidas pelas gerações posteriores.
Como consequência, a mensagem pura de monoteísmo ficou poluída com mitos,
superstições, idolatria e crenças filosóficas irracionais; daí que, essas religiões não
representam mais a materialização das revelações de Allah. No entanto, Allah, o
Compassivo, não deixou a raça humana sem orientação. Por último, enviou o Profeta
Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) para ‘revitalizar’ a
verdadeira mensagem e para exortar o Homem a voltar para o caminho certo,
acreditando na Unicidade de Allah e adorando-O, de acordo com os Seus
ensinamentos, conforme referenciado no Alcorão.
Por conseguinte, o Islam é o selo e a conclusão de todas as religiões, o Alcorão
é o selo e a conclusão de todos os livros revelados, e o Profeta Muhammad (que a paz
e bênçãos de Allah estejam com ele) é o selo de todos os profetas – o último profeta.

14. Onze Fatos sobre Jesus (que a paz esteja com


ele) e sua Mãe (Maria) nos Ensinamentos do Islam

O Alcorão realça os aspetos importantes sobre o nascimento de Jesus,


juntamente com os seus milagres, sua missão e sua ascensão. O relato do Alcorão
sobre o ministério de Jesus confirma a maioria dos seus milagres mencionados na
Bíblia; identifica ainda alguns que não são mencionados na Bíblia. O que sabemos
sobre o Profeta Jesus Cristo (que a paz esteja com ele) pode ser dividido em dois

61
tópicos: a sua personalidade e a sua mensagem. Os seguintes são os onze fatos que se
devem conhecer sobre Jesus (que a paz esteja com ele) nos ensinamentos Islâmicos.

14.1 O Estatuto de Jesus (que a paz esteja com ele) no


Islam
O Islam ensina que o Profeta Jesus (que a paz esteja com ele) é um dos mais
respeitados profetas devido aos seus esforços em disseminar a palavra de Allah. Os
Muçulmanos mostram um verdadeiro espírito de amor em relação a ele e a sua mãe,
Maria. Não existe sequer uma observação depreciativa contra o Profeta Jesus (que a
paz esteja com ele) ou qualquer outro profeta em todo o Alcorão, ou em nenhuma
outra literatura Islâmica. A evidência de elogios a Jesus (que a paz esteja com ele) é o
fato de que a sua estória, assim como a da sua mãe, estarem mencionadas três vezes
no Alcorão: Capítulos 3,4 e 19. Num capítulo completo do Alcorão (Capítulo 19) faz-
se menção a honra de ‘Mariam’ (Maria).33
O outro sinal sobre seu enaltecimento é que o nome do Profeta Jesus (que a
paz esteja com ele) é mencionado vinte e cinco vezes no Alcorão; pelo contrário, o do
Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) é mencionado
apenas quatro vezes. Isto prova que o Islam honra todos os profetas pela mensagem
que (eles) têm em comum; não desconsiderou os profetas anteriores com a vinda de
um outro.
Jesus (que a paz esteja com ele) foi referido no Alcorão por muitos títulos: Ibn
Maryam (filho de Maria), o Messias (o Ungido de Allah), Abdullah (servo de Allah),
e Rasool Allah (Mensageiro de Allah).
Este enaltecimento e glorificação concordam com o que Jesus (que a paz esteja
com ele) é citado como tendo dito sobre o profeta que sucedeu a ele, “Ele me
glorificará.” (João 16:14)

14.2 O Início da Linhagem de Jesus


O relato do Alcorão sobre Jesus (que a paz esteja com ele) começa com a
história da sua avó, a esposa de Imran. Quando ela concebeu Maria, fez um juramento
segundo o qual dedicaria o seu fruto à adoração de Allah e para servir ao (templo de)
Jerusalém.

62
Maria foi educada para ser uma mulher virtuosa. Dedicou-se a adoração de
Allah, o Altíssimo, e recebeu disposição d’Ele. Portanto, não há nenhum mistério por
ter sido escolhida para ser a mãe de Jesus (que a paz esteja com ele). Os versículos do
Alcorão informam-nos:
“Recorda-te quando a mulher de Imran, disse: Ó Senhor meu, é certo que
consagrei a ti, integralmente, o fruto do meu ventre; aceita-o, porque és o
_____________________________________________________________
33
Caro leitor, note que esta honra atribuída a Maria pelo Islam não acontece no Cristianismo, nem em
nenhum dos seus livros no Novo Testamento. Nenhum livro do Novo Testamento é intitulado Maria ou
Jesus, enquanto que no Islam, há todo um Capítulo que se debruça sobre Maria, e que é igualmente
intitulado: Maria. Contrariamente, não há nenhum capítulo no Alcorão que tenha sido dado o nome
quer das esposas ou das filhas do Profeta Muhammad.

Oniouvinte, o Sapientíssimo. E quando concebeu, disse: Ó Senhor meu, concebi


uma menina – mas Allah bem sabia o que ela tinha concebido – e um macho não
é o mesmo que uma mulher. Eis que a chamo Maria; ponho-a, bem como à sua
descendência, sob a Tua proteção, contra o maldito Satanás. Seu Senhor a
aceitou benevolentemente e a educou esmeradamente, confiando-a a Zacarias.
Cada vez que Zacarias a visitava, no oratório, encontrava-a provida de
alimentos, e lhe perguntava: Ó Maria, de onde te vem isto? Ela respondia: De
Allah! Porque Allah agracia imensuravelmente a quem Lhe apraz.” (Alcorão
3:35-37)

Refira-se que quando a mãe de Maria deu à luz, ficou desapontada ao constatar
que não era um varão, pois este, segundo ela, dedicar-se-ia mais à adoração de Allah.
Não lhe passava pela cabeça que a filha que acabava de ter seria virtuosa e seria a mãe
de Jesus. Isto foi melhor para ela do que se tivesse tido um filho, daí as palavras de
Allah:
“... e Allah sabia muito bem o que ela tinha trazido à terra...”.

14.3 O Estatuto de Maria


Maria, mãe de Jesus, é muito respeitada no Islam. A sua história é tão
importante que até foi mencionada inúmeras vezes no Alcorão. O seu nome é
mencionado trinta e uma vezes no Alcorão, e um capítulo inteiro do Alcorão é
intitulado Mariam, seu nome. Esta é uma honra que até mesmo as mulheres na família
do Profeta Muhammad não foram concedidas. Embora existam histórias e narrativas,

63
no Alcorão, sobre as outras mulheres de fé forte, e outras de importância na história
das três religiões Abraâmicas, nenhuma senão Maria é mencionada pelo nome.
Allah disse:
“Recorda-te de quando os anjos disseram: Ó Maria, Allah te elegeu e te
purificou, e te preferiu a todas as mulheres da humanidade! Ó Maria, consagra-
te ao Senhor. Prostra-te e ajoelha-te com os que se ajoelham! Estes são alguns
relatos do desconhecido, que te revelamos (Ó Mensageiro)...” (Alcorão 3:42-44)

___________________________________________
34
Significando serviço para Jerusalém

14.4 Os Relatos sobre Jesus (que a paz esteja com ele)

Quando Maria chegou à fase adulta, foi informada, antes do nascimento de


Jesus, o quão privilegiada ela era ao dar à luz a esse nobre filho. O anjo Gabriel (que a
paz esteja com ele) foi até junto dela, e ambos tiveram o seguinte diálogo:
“Ó Maria, Allah te anuncia o Seu Verbo, cujo nome será o Messias, Jesus, filho
de Maria, nobre neste mundo e no outro, e que se contará entre os próximos de
Allah. Falará aos homens, ainda no berço, bem como na maturidade, e se
contará entre os virtuosos. Perguntou: Ó Senhor meu, como poderei ter um filho,
se mortal algum me tocou? Disse-lhe o anjo: Assim será. Allah cria o que deseja,
posto que quando decreta algo, basta dizer: Seja! E é.” (Alcorão 3:45-47)

14.5 O Nascimento de Jesus (que a paz esteja com ele)

Maria concebeu de uma forma muito milagrosa (o primeiro milagre), e foi a


um lugar distante e seguro onde o filho nasceria. Esta história incrível foi narrada para
nós no Capitulo 19 do Alcorão, intitulada Mariam (Maria):
“E quando concebeu, retirou-se com o seu rebento, para um lugar afastado. As
dores do parto a constrangeram a refugiar-se junto a sombra de uma tamareira.
E disse: Oxalá eu tivesse morrido antes disto, ficando completamente esquecida!
Porém, chamou-a uma voz, junto a ela: Não te atormentes, porque teu Senhor
fez correr um riacho a teus pés! E sacode o tronco da tamareira, de onde cairão
sobre ti tâmaras maduras e frescas. Come, pois, bebe e consola-te; e se vires

64
algum humano, faze-o saber que fizeste um voto de jejum ao Clemente, e que
hoje não poderás falar com pessoa alguma” (Alcorão 19: 22-26)
Allah não criou Adão nem do homem nem da mulher, ao passo que criou a
Eva da costela de um homem (Adão). Criou o resto da humanidade, tanto homens
como mulheres, através da união do homem e da mulher. Através da união do homem
e da mulher, Ele cria apenas homens, apenas mulheres, tanto homens e mulheres, ou
nenhum descendente (se um deles ou ambos for/em estéril/eis). Ele é o Criador e
Todo-Poderoso. A criação de Jesus a partir do ventre de uma mulher, sem intervenção
de um homem, está de acordo com a noção de que Allah cria quem quer que seja e
como quer que seja, segundo o seu desejo; portanto, não é difícil acreditar e aceitar.
“O exemplo de Jesus, ante Allah, é idêntico ao de Adão, que Ele criou do pó;
então lhe disse: Seja! E foi.” (Alcorão 3:59)

14.6 Milagres Subsequentes de Jesus (que a paz esteja


com ele)

O Profeta Jesus (que a paz esteja com ele) foi abençoado com a habilidade de
fazer muitos milagres. Isto é prova de que ele era um profeta enviado por Allah Todo-
Poderoso, Que disse:
“... e concedemos a Jesus, filho de Maria, as evidências, e o fortalecimento com o
Espírito de Santidade...” (Alcorão 2:87)
Os Muçulmanos não duvidam que Jesus (que a paz esteja com ele) fez
milagres. No entanto, eles não o elevam a posição de Allah ou considerá-lo como o
‘filho de Deus’. Não o consideram nada mais do que um homem divinamente-
inspirado: um mensageiro e profeta de Allah.
O mesmo acontece com todos os outros profetas, visto que muitos deles foram
abençoados com diferentes milagres também.
O primeiro milagre associado a Jesus (que a paz esteja com ele) é o fato de ter
nascido de uma mãe sem intervenção de um homem (pai). Allah deu uma ordem
divina “Seja” e assim foi criado.
O Alcorão mencionou a criação milagrosa de ambos, Adão e Jesus no
versículo seguinte (que foi mencionado na secção anterior):

65
“O exemplo de Jesus, ante Allah, é idêntico ao de Adão, que Ele criou do pó;
então lhe disse: Seja! E foi.” (Alcorão 3:59)
O Alcorão mencionou que o nascimento milagroso de Jesus não mudou o seu
estatuto como humano; em outras palavras, ele não evoluiu de um ser humano para se
tornar Allah ou Seu filho. Se esse tivesse sido o caso, então, Adão teria tido maior
direito para tal honra, visto que foi criado sem pai nem mãe humanos.
Um outro milagre foi o fato de Allah ter dado a Jesus (que a paz esteja com
ele) a habilidade de falar ainda bebé, uma bênção que ajudou a salvar sua mãe da
calúnia dura da sua própria comunidade. Esta história notável foi narrada no Alcorão:
“Regressou ao seu povo levando-o (o filho) nos braços. E lhe disseram: Ó Maria,
eis que trouxeste algo extraordinário! Ó irmã de Aarão, teu pai jamais foi um
homem do mal, nem tua mãe uma (mulher) sem castidade! Então ela lhes indicou
que interrogassem o menino. Disseram: Como falaremos a uma criança que
ainda está no berço? Ele lhes disse: Sou o servo de Allah, o Qual me concedeu o
Livro e me designou como profeta. Fez-me abençoado, onde quer que eu esteja, e
me recomendou a oração e (a paga do) zakat enquanto eu viver. E me fez gentil
para com a minha mãe, não permitindo que eu seja arrogante ou rebelde. A paz
está comigo, desde o dia em que nasci; está comigo no dia em que eu morrer,
bem como no dia em que eu for ressuscitado.”35 (Alcorão 19:27-33)

Outros milagres subsequentes realizados por Jesus (que a paz esteja com ele)
também foram mencionados no Alcorão:
“Então, Allah dirá: Ó Jesus, filho de Maria, recorda-te de Minhas Mercês para
contigo e para com tua mãe; de quando te fortaleci com o Espírito da Santidade;
de quando falavas aos homens, tanto na infância, como na maturidade; 36 de
quando te ensinei o Livro, a sabedoria, 37 a Tora e o Evangelho; 38 de quando, com
o Meu beneplácito, plasmaste de barro algo semelhante a um pássaro e,
alentando-o, eis que se transformou, com o Meu beneplácito, em um pássaro
vivente; de quando, com o Meu beneplácito, ressuscitaste os mortos; de quando
contive os israelitas, pois quando lhes apresentastes as evidencias, os incrédulos,
dentre eles, disseram: Isto não é mais do que pura magia! (Alcorão 5:110)

Na verdade, a narrativa Islâmica dos milagres concedidos a Jesus (que a paz


esteja com ele) descreve mais milagres do que aqueles conhecidos por Cristãos. Os

66
pontos 14.10 e 14.11 abaixo descrevem mais dois milagres associados a Jesus (que a
paz esteja com ele) e seu papel como o Messias.

______________________________________________
35
Note-se que este incrível milagre não foi mencionado em nenhuma passagem do Novo Testamento.
36
Isto significa que Jesus exortou as pessoas a adorarem a Allah, tanto quando ainda estava no berço
assim como quando era adulto.
37
‘Sabedoria’ aqui refere-se a um entendimento correto e profundo da religião.
38
Neste texto, ‘Evangelho’ refere-se a forma original de revelação feita a Jesus, e não aos Evangelhos
existentes na Bíblia hoje. De acordo com a exegese do Alcorão, Jesus tinha memorizado esta revelação,
bem como a Tora (a escritura revelada a Moisés).
Uma nota importante
Conforme mostrado no versículo anterior, foi reiterado depois de se mencionar
cada milagre, que sempre que Jesus (que a paz esteja com ele) realizasse um milagre,
informava as pessoas que o poder com o qual conseguia realizar tais milagres advinha
de Allah, isto é, realizava os milagres sob a permissão do seu Senhor. Ele deixou bem
claro, aos seus seguidores, que não realizava os milagres sob o seu poder. Como o Dr.
Philips salienta: Há textos do Novo Testamento que confirmam que Jesus não agia
com a sua própria autoridade. Jesus é citado em João 5:30 dizendo:
Eu não posso, com a minha autoridade própria, fazer coisa alguma... Em Atos
2:22, Paulo escreve: Homens de Israel, ouvi estas palavras: Jesus de Nazaré, um
homem aprovado por Deus com milagres, prodígios e sinais, que Deus através
dele fez, no meio de vós, como vós mesmos sabeis...39

14.7 Qualidades Humanas de Jesus (que a paz esteja


com ele)
O Islam proíbe a divinização de humanos. Abordando a ambos Judeus e
Cristãos, Allah disse o seguinte no Alcorão:
“Ó adeptos do Livro, 40
não exagereis em vossa religião e não digais de Allah
senão a verdade. O Messias, Jesus, filho de Maria, foi tão-somente um
mensageiro de Allah e o Seu Verbo, com o qual Ele agraciou Maria por
intermédio do Seu Espírito. Crede, pois, em Allah e em Seus mensageiros e não
digais: Trindade! Abstende-vos disso, que será melhor para vós; sabei que Allah

67
é Uno. Glorificado seja! Longe está a hipótese de ter tido um filho. A Ele
pertence tudo quanto há nos céus e na terra, e Allah é mais do que suficiente
Guardião. O Messias não nega ser um servo de Allah, assim como tampouco o
fizeram os anjos próximos (de Allah). Mas (quanto) àqueles que desdenharam
adoração a Ele e se ensoberbeceram, Ele os congregará a todos ante Si. Quanto
aos crentes que praticarem o bem, Allah lhes retribuirá com recompensas e os
acrescentará da Sua graça; quanto àqueles que desdenharem a adoração a Ele e

_____________________________________
39
Philips, The True Message of Jesus Christ, 45.
40
Allah inicia este versículo sagrado com uma palavra de respeito; os Judeus e os Cristãos são tratados
como pessoas cultas que receberam revelação na forma de escritura.

se ensoberbecerem, Ele os castigará dolorosamente e não acharão, além de Allah,


protetor, nem defensor algum. Ó humanos, já vos chegou uma prova
convincente, do vosso Senhor, e vos enviamos uma translúcida Luz. Àqueles que
crêem em Allah, e a Ele se apegam, introduzi-los-á em Sua misericórdia e Sua
graça, e os encaminhará até Ele, por meio da senda reta.” (Alcorão 4:171-175)

O Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) também
advertiu sobre a divinização de humanos, dizendo:
“Ó meu povo, tenham cuidado de não cometer excessos na religião, pois, em
verdade, os povos antes de vós foram destruídos por isso” (Registado pelos Imams
Ibn Majah e an-Nasai)
Sendo um humano, Jesus (que a paz esteja com ele) não pediu que as pessoas
o adorassem, e não há evidência na Bíblia de que ele fez isso. Allah informou-nos no
Alcorão que no Dia do Juízo Final, Ele reunirá todas as nações diante de Si, e
questionará os mensageiros sobre como foram recebidos pelos seus povos e o que lhes
transmitiram. Dentre aqueles que serão questionados, Jesus está (que a paz esteja com
ele):
“E recorda-te de que quando Allah disse: Ó Jesus, filho de Maria! Foste tu que
disseste aos homens: Tomai a mim e a minha mãe por duas divindades, em vez
de Allah? Respondeu: Glorificado sejas! É inconcebível que eu o tenha tido, tê-
lo-ias sabido, porque Tu conheces a natureza da minha mente, ao passo que
ignoro o que encerra a Tua. Somente Tu és Conhecedor do desconhecido. Não
lhes disse, senão o que me ordenaste: Adorai a Allah, meu Senhor e vosso! E

68
enquanto permaneci entre eles, fui testemunha contra eles; e quando quiseste
encerrar os meus dias na terra, foste Tu o seu Único observador, porque és
Testemunha de tudo. Se tu os castigas é porque são Teus servos; e se os perdoas,
é porque Tu és o Poderoso, o Prudentíssimo. Allah dirá: Este é o dia em que a
lealdade dos verazes ser-lhes-á profícua. Terão jardins, abaixo dos quais correm
rios, onde morarão eternamente. Allah se comprazerá com eles e eles se
comprazerão n’Ele. Tal será o magnífico benefício. (Alcorão 5:116-119)

14.8 A Profecia de Jesus


A visão Islâmica sobre Jesus (que a paz esteja com ele) é moderada, uma vez
que situa-se entre dois extremos. Os Judeus rejeitaram-no em relação ao seu papel
como um profeta de Allah, e chamaram-no de impostor. Os Cristãos, por seu turno,
consideraram-no o filho de Deus (Allah) e 'encarnação de Deus', em alguns casos,
começaram a adorá-lo. O Islam considera Jesus (que a paz esteja com ele) como
sendo um dos maiores profetas de Allah, Que disse:
“O Messias, filho de Maria, não é mais do que um mensageiro, do nível dos
mensageiros que o precederam; e sua mãe era sinceríssima.41 Ambos se
sustentavam de alimentos terrenos, como todos. Observa como lhes elucidamos
os versículos e observa como se desviam.” (Alcorão 5:75)

14.9 A Missão de Jesus (que a paz esteja com ele)

Agora, pode-se levantar a seguinte pergunta: Qual era a real missão de Jesus
(que a paz esteja com ele), segundo o Alcorão?
A resposta é que Jesus (que a paz esteja com ele) disseminou a mensagem do
monoteísmo: adoração a Allah somente, conforme prescrito nos Evangelhos. Ele
trabalhou arduamente para disseminar esta mensagem, convidando todas as pessoas
de Israel a praticar o monoteísmo. No Dia do Juízo Final, quando Allah perguntar a
Jesus se teria instruído aos Cristãos para adorarem a ele e a sua mãe, ele responderá:
“Não lhes disse, senão o que me ordenaste: Adorai a Allah, meu Senhor e
vosso...” (Alcorão 5:117)

69
Consultar para obter informações mais aprofundadas, na Seção 17.3,
Revitalização da Doutrina Monoteísta.
A profecia de Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele)
como um sucessor de Cristo constitui uma parte da mensagem de Jesus. Assim disse
Allah:
“E de quando Jesus, filho de Maria, disse: Ó israelitas, em verdade, sou o
mensageiro de Allah, enviado a vós, corroborante de tudo quanto a Tora
antecipou no tocante às predições, e alvissareiro de um Mensageiro que virá

________________________________________
41
Maria foi uma mulher piedosa, virtuosa que nunca afirmou que (ela) era a mãe de Deus ou que o seu
filho era Deus
depois de mim, cujo nome será Ahmad! Entretanto, quando lhes foram
apresentadas as evidências, disseram: Isto é pura magia!” (Alcorão 61:6)
Embora a Bíblia tenha sido alterada substancialmente, ao longo dos tempos,
ainda contém passagens da verdadeira mensagem original revelada ao Profeta Jesus
(que a paz esteja com ele). A este respeito, o mensageiro do qual Jesus trouxe relatos
e profecias é ainda referido tanto no Antigo assim como no Novo Testamento da
Bíblia.
Jesus foi um elo de uma longa linhagem de profetas e mensageiros que Allah
enviou para várias civilizações e nações sempre que precisassem de orientação, ou
sempre que estivessem desviadas dos Seus ensinamentos. Jesus foi enviado por Allah
especialmente para pregar aos Judeus, que se tinham desviados dos ensinamentos de
Moisés e dos outros mensageiros. Assim como ele (Jesus) foi abençoado por Allah
milagrosamente em sua concepção, nascimento e infância, estava também repleto de
numerosos milagres com vista a provarem que era realmente um mensageiro de Allah.
No entanto, a maioria dos Judeus rejeitaram o seu ministério.
Deve-se notar que Jesus Cristo (que a paz esteja com ele), filho de Maria, foi o
último na linha de profetas enviados exclusivamente ao povo Judeu.

14.10 Ascensão de Jesus


A ascensão de Jesus é o último milagre que lhe foi concedido enquanto na
terra. Os Judeus e Romanos tentaram matá-lo, mas Allah substituiu-o com um outro
homem que se parecia com ele, e este homem é que foi morto. Jesus (que a paz esteja
com ele) não foi nem morto nem crucificado; pelo contrário, ele foi ascendido por

70
Allah. Até aos dias de hoje, os Cristãos acreditam que é o próprio Jesus que foi morto.
Allah disse:
“E por dizerem: Matamos o Messias, Jesus, filho de Maria, o Mensageiro de
Allah, embora não sendo, na realidade, certo que o mataram, nem o
crucificaram, mas o confundiram com outro. E aqueles que discordam quanto a
isso estão na dúvida, porque não possuem conhecimento algum, mas apenas
conjecturas para seguir; porém, o fato é que não o mataram. Outrossim, Allah
fê-lo ascender até Ele, porque é Poderoso, Prudentíssimo. (Alcorão 4:157-158)

14.11 A Segunda Vinda de Jesus (que a paz esteja com


ele)
Nos ensinamentos Islâmicos, há claras evidências indicando a segunda vinda
de Jesus (que a paz esteja com ele) antes da hora final; este será o seu último milagre.
Ele não voltará como Deus, tal como os Cristãos acreditam, mas como Jesus,
mensageiro e servo de Allah, tal como ele sempre foi. Um dos propósitos da sua vinda
será de corrigir os equívocos em torno da sua mensagem e missão. Segundo uma
declaração do Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele), ele
permanecerá por quarenta anos, e estes serão os mais felizes anos de vida nesta terra.
Durante esse tempo, aqueles que tinham ideias erradas sobre ele corrigir-se-ão e
acreditarão nele como um mensageiro, e não como o filho de Deus (Allah).
Foi narrado por Abu Hurairah (que Allah esteja satisfeito com ele) 42 que o
Mensageiro de Allah (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) disse:
“Por Aquele em cujas mãos está minha alma, não levará muito tempo até que
o filho de Maria desça entre vós, como um governante e juiz justo. Ele quebrará a
cruz, matará os porcos e abolirá o jizyah.43 O dinheiro será tão abundante que ninguém
vai aceitá-lo (como caridade). Nessa altura, uma única prostração será melhor do que
este mundo e tudo que nele existe.44
Abu Hurairah (que Allah esteja satisfeito com ele) disse: Leia o seguinte
versículo do Alcorão, se quiser:
“Nenhum dos adeptos do Livro45 deixará de acreditar nele (Jesus), antes da sua
morte, e, no Dia da Ressurreição, testemunhará contra eles.” (Alcorão 4:159)
(Registado pelo Imam Bukhari)

71
Numa outra narração, Abu Hurayrah (que Allah esteja satisfeito com ele)
disse:
“Dentre as coisas que o Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah
estejam com ele) foi citado como tendo dito, concernentes a segunda vinda do Profeta
Jesus, consta o seguinte:
_______________________________________
42
Abu Hurairah (que Allah esteja satisfeito com ele) foi um dos Companheiros mais próximos do Profeta
Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele). Note-se que as palavras, ações e aprovações tácitas
do Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) foram narradas pelos Companheiros e
posteriormente registadas.
43
jiziah: um imposto pago pelos Cristãos e Judeus vivendo sob a proteção dos Muçulmanos. (Os Muçulmanos não
pagam jiziah, mas devem dar uma percentagem da riqueza pessoal como caridade obrigatória aos pobres e
necessitados.)
44
Isto porque com a vinda de Jesus, as pessoas vão saber com certeza que a hora final está muito próxima.
45
Adeptos do Livro: Judeus e Cristãos.
Não haverá nenhum profeta entre eu e Jesus, e Jesus voltará. Quando voltar,
vocês reconhecê-lo-ão. Ele será um homem com uma boa postura, de pele
avermelhada, e descerá trajado de vestimentas de duas peças. Seu cabelo parecerá
molhado, embora nenhuma água o terá tocado. Ele vai exortar as pessoas para se
converterem ao Islam, e quebrará a cruz, matará os suínos e vai abolir o jizyah. Deus
destruirá todas as religiões, exceto o Islam, e o Anticristo será morto. 46 Jesus
permanecerá na Terra por quarenta anos, e quando ele morrer, os Muçulmanos
realizarão a oração fúnebre para ele.» (Um hadith registado por Imam Abu Dawood)
A segunda vinda de Jesus será um dos sinais do Dia do Juízo Final. Será o
último milagre concedido a ele antes da sua morte.

15. As Incríveis Profecias de Muhammad (que a paz


e bênçãos de Allah estejam com ele) na Bíblia:
Vinte e Oito Provas na Bíblia da profecia de
Muhammad47

As profecias Bíblicas sobre a vinda do Profeta Muhammad (que a paz e


bênçãos de Allah estejam com ele) provam a veracidade do Islam para as pessoas que
acreditam na Bíblia. Antes de abordar estas profecias, os leitores devem considerar os
seguintes aspetos:
Os ensinamentos Islâmicos estabelecem um critério segundo o qual partes ou
passagens da Bíblia podem ser aceites ou rejeitadas. Este critério foi descrito no
seguinte versículo do Alcorão:

72
“Em verdade, revelamos-te o Livro corroborante e preservador dos anteriores...”
(Alcorão 5:48)
Este versículo destaca dois aspetos principais do Alcorão:
a. O Alcorão apenas confirma aqueles ensinamentos ou passagens das escrituras
anteriores que permaneceram inalteradas.
b. O Alcorão é a revelação final, completa, autoritária e autêntica de Allah. É o
árbitro final e a única norma para sanar qualquer dúvida ou má interpretação
que possa ter ocorrido na transmissão de escrituras ao longo dos tempos. Ele
_____________________________________
46
O Anticristo também é chamado de ‘falso Cristo’; é um homem que vai reivindicar que ele é Allah, e será
seguido por pessoas não esclarecidas, mas o Profeta Jesus vai encontrá-lo e matá-lo.
47
O conteúdo deste capítulo foi extraído de um dos ditos de Muhammad pelo Dr. Jamal Badawi e What the Bible
says about Muhammad por Ahmed Deedat.
ajuda a descobrir, expor e divulgar adições ou interpolações humanas
anteriores. Um dos nomes do Alcorão é al-Furqan (a norma que distingue o
errado do certo, a verdade da falsidade).
Por conseguinte, os Muçulmanos não têm razão alguma para rejeitar a
essência de qualquer passagem da Bíblia, se tal passagem for confirmada pelo
Alcorão. Por exemplo, lemos no Novo Testamento uma reafirmação de um
dos Dez Mandamentos:
Respondeu Jesus: “O primeiro é: Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o
único Senhor. (Marcos 12:29)
Os Muçulmanos que lêem esta passagem no Alcorão não podem encontrar
objecção alguma à sua essência, pois, o Alcorão confirma:
“Dize: Ele é Allah, o Único!” (Alcorão 112:1)

Se, no entanto, os Muçulmanos lerem na Bíblia (ou em outras escrituras


anteriores, sobre esse assunto) acusações que constituem pecados morais, levantadas
contra profetas, ou doutrinas que são totalmente negadas no Alcorão, podem aceitar
apenas a versão do Alcorão como sendo a verdade pura revelada por Allah.
Da mesma forma, se a Bíblia (ou outras escrituras) contiver profecias sobre a
vinda do Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele), e se o
Alcorão confirmar esse fato, então não há nada de incomum ou censurável ao se
referir a essas profecias.
Descrevendo verdadeiros crentes, o Alcorão disse:
“São aqueles que seguem o Mensageiro, o Profeta iletrado, 48 o qual encontram

73
mencionado em sua Tora e seu Evangelho, o qual lhes recomenda o bem e lhes
proíbe o ilícito, prescreve-lhes todo o bem e veda-lhes o imundo, alivia-os dos
seus fardos e livra-os dos grilhões que os deprimem. Aqueles que nele crerem,
honraram-no, defendem-no e seguiram a luz que com ele foi enviada, são os bem-
aventurados.” (Alcorão 7:157)
_____________________________________________
48
O Profeta Muhammad (que a paz esteja com ele) era iletrado; ele não sabia ler nem escrever. Nenhum
ser humano jamais lhe ensinou uma palavra sequer. A sabedoria por detrás do seu status de analfabeto
visa repelir as falsas acusações de que o Alcorão foi escrito ou elaborado pelo próprio Profeta
Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele). Deve ser sabido que não existiam Bíblias
em língua-Árabe no século 7 da Era Comum, quando Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah
estejam com ele) viveu e pregou. Na verdade, o Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah
estejam com ele) foi instruído através do Alcorão, que foi revelado a ele pelo Criador e que continha
coisas que nenhum outro ser humano poderia saber. Além disso, o Mensageiro de Allah (que a paz e
bênçãos de Allah estejam com ele) foi o melhor da humanidade em todos os aspectos do seu carácter,
incluindo as suas habilidades intelectuais.
A Bíblia original concedida aos Profetas Moisés e Jesus (que a paz esteja com
eles) continha um perfil completo e claro sobre a vinda do Profeta Muhammad (que a
paz e bênçãos de Allah estejam com ele). Mesmo na(s) sua(s) forma(s) atual(is), a
Bíblia ainda contém várias dessas profecias, conforme será mostrado nos próximos
capítulos. Citando Profeta Jesus (que a paz esteja com ele), o Alcorão diz:
“E quando Jesus, filho de Maria, disse: Ó israelitas, em verdade, sou o
mensageiro de Allah, enviado a vós, corroborante de tudo quanto a Tora
antecipou no tocante às predições, e alvissareiro de um Mensageiro que virá
depois de mim, cujo nome será Ahmad! Entretanto, quando lhes foram
apresentadas as evidências, disseram: isto é pura magia!” (Alcorão 61:6)

Os Principais Atributos do Perfil do Profeta


Muhammad na Bíblia

Os principais elementos do perfil do Profeta Muhammad, conforme


descritos na Bíblia, são os seguintes sete:
1. Seu nome
2. Suas características
3. A localização da sua origem
4. A mensagem a ser revelada através dele
5. O cumprimento das suas profecias

74
6. O período/ época do seu surgimento
7. A única prova
8. A consistência entre os ensinamentos de Muhammad e de Jesus

15.1 Seu Nome


Prova 1: O Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam
com ele) é mencionado pelo nome em dez passagens no Evangelho de
Barnabé.

O Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) é


mencionado pelo nome em dez passagens no Evangelho de Barnabé, nos

Capítulos 39, 41, 44, 54, 55, 97, 112, 136, 165, e 220.49

Considere a seguinte citação explícita do Capítulo 165:


Os discípulos responderam: Ó Mestre, quem será esse homem de quem falas,
que virá ao mundo? Jesus respondeu com alegria de coração: É Muhammad; o
Mensageiro de Deus, e quando ele vier ao mundo, mudará as convicções até daqueles
que contém as mentes fossilizadas com crenças ilícitas, através da misericórdia
abundante que ele trará. Porque ele é uma nuvem branca cheia de misericórdia de
Deus, misericórdia essa que Deus fará descer como chuva sobre os fiéis.

É um fato que a igreja Trinitária tem feito o seu máximo para destruir todas as
cópias existentes do Evangelho de Barnabé. Esconde-o das massas ou etiqueta-o uma
falsificação.

15.2 Suas Características


Moisés (que a paz esteja com ele) reportou que Deus lhe disse:

Do meio de seus irmãos50 lhes suscitarei um profeta semelhante a ti; e porei as


minhas palavras na sua boca, e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar. E de
qualquer que não ouvir as minhas palavras, que ele falar em meu nome, eu
exigirei contas. (Deuteronómio 18:18-19)

Assim, o próximo profeta terá três características, que são discutidas com

75
detalhes a baixo:

__ Parecerá com Moisés (que a paz esteja com ele);

__ Será descendente dos Ismaelitas, os irmãos dos Israelitas;

__ Falará o que Deus lhe instruir para falar (pois Deus colocará palavras na sua boca).

Prova 2: Semelhança com Moisés (que a paz esteja com ele).


Tal como explicado em A Brief Illustrated Guide to Understanding:

Praticamente, não houve profeta algum que se igualou aos profetas Moisés e
Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele). Ambos foram dados uma
lei abrangente e código da vida. Ambos enfrentaram seus inimigos e foram

______________________________________
49
O Evangelho de Barnabé não está incluso nem na Bíblia Protestante nem na Católica.

vitoriosos de formas milagrosas. Ambos foram aceites como profetas e estadistas.


Ambos migraram devido a conspirações de que seriam assassinados. Analogias entre
Moisés e Muhammad não se limitam apenas nas semelhanças acima, há outras
cruciais também. Estas incluem o nascimento natural, a vida familiar, e a morte de
Moisés e de Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele), mas não a
de Jesus. Além disso, Jesus era considerado, por seus seguidores, como o Filho de
Deus, e não necessariamente como um profeta de Deus. Então, esta profecia refere-se
a Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) e não a Jesus, porque
Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) é que se parece mais com
Moisés do que Jesus.51

Algumas pessoas acreditam que esta profecia refere-se ao Profeta Jesus (que a
paz esteja com ele), mas isso não pode ser verdade. Os oito seguintes pontos de
comparação entre os Profetas Moisés (que a paz esteja com ele), Muhammad (que a
paz e bênçãos de Allah estejam com ele) e Jesus (que a paz esteja com ele)
demonstram que o Profeta Jesus (que a paz esteja com ele) não se encaixa nesta
profecia específica. Esta comparação é autoevidente; esclarece a identidade do profeta
que viria depois de Moisés (que a paz esteja com ele).

Nascimento
O nascimento de Jesus (que a paz esteja com ele) foi milagroso. Segundo

76
crenças Cristãs e Muçulmanas, ele nasceu milagrosamente da virgem Maria. 52 No
entanto, tanto Moisés (que a paz esteja com ele) como Muhammad (que a paz e
bênçãos de Allah estejam com ele) nasceram da maneira comum, resultado da união
física entre o homem e a mulher. Portanto, Jesus não se parece com Moisés; mas
Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) sim.
Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, Sua mãe, desposada com
José, antes de se juntarem, ela se achou ter concebido do Espírito Santo.

___________________________________________
50
Quando estas palavras foram proferidas, eram dirigidas aos Israelitas. Os "irmãos" mais notáveis de
Israel (descendentes de Abraão através do seu segundo filho Isaac) são os Ismaelitas (descendentes de
Abraão, através do seu primeiro filho Ismael).
51
Ibrahim, A Brief Illustrated Guide to Understanding Islam, 34.
52
No Evangelho de Mateus 1:18
Pais
Moisés teve pai a mãe; tal como foi o caso de Muhammad (que a paz e
bênçãos de Allah estejam com ele). Jesus, porém, apenas teve uma mãe e nenhum pai
humano. Consequentemente, Jesus não se parece com Moisés, mas Muhammad (que a
paz e bênçãos de Allah estejam com ele) sim.
Lucas diz-nos que quando o relato do nascimento de um filho santo foi
anunciado a ela:

Perguntou Maria ao anjo: “Como acontecerá isso se sou virgem?” O anjo


respondeu: O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Altíssimo a cobrirá
com a sua sombra;” (Lucas 1:34-35)

O Nobre Alcorão confirma o nascimento milagroso de Jesus em termos nobres


e sublimes. Veja o Capitulo 14 deste livro: Onze Fatos Sobre Jesus (que a paz esteja
com ele) e sua Mãe (Maria) nos Ensinamentos Islâmicos.

Note-se que não é necessário, para Allah, plantar uma semente em qualquer
ser humano ou animal. Ele simplesmente deseja e a coisa acontece. Esta é a visão
correta da concepção e nascimento de Jesus.

Estado civil

Tanto Moisés (que a paz esteja com ele) como Muhammad (que a paz e
bênçãos de Allah estejam com ele) casaram-se e tiveram filhos. Não há registo de um
casamento e filhos, para o caso de Jesus (que a paz esteja com ele). Portanto, Jesus

77
não se parece com Moisés, mas Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam
com ele) sim.

Morte

Tanto Moisés (que a paz esteja com ele) como Muhammad (que a paz e
bênçãos estejam com ele) morreram devido a causas naturais e foram enterrados. O
fim da missão de Jesus (que a paz esteja com ele) na terra foi incomum; tendo sido
ascendido para os céus, segundo a crença Islâmica, e crucificado, segundo a crença
Cristã.53 Segundo os cristãos, Jesus morreu pelos pecados do mundo, mas Moisés não

_____________________________________________
53
Este assunto será discutido no Capitulo 16: Os Fatos sobre o Pecado Original

teve que morrer pelos pecados do mundo. Ele e Muhammad (que a paz e bênçãos de
Allah estejam com ele) morreram devido a causas naturais. Portanto, Jesus não se
parece com Moisés, mas Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele)
sim.

Profecia

Jesus foi considerado pelos Cristãos posteriores como o Filho de Deus e não
como um profeta de Deus (Allah), diferentemente do caso de Moisés e Muhammad
(que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele). Portanto, Jesus não se parece com
Moisés, mas Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) sim.

Aceitação/ rejeição da profecia


Moisés e Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele)
inicialmente depararam-se com focos de resistência e ceticismo nos seus ministérios,
mas ambos acabaram sendo aceites pelos seus povos, durante suas vidas, como
profetas e líderes. Este não foi o caso de Jesus.
Quando Moisés apercebeu-se de uma conspiração de que seria morto, saiu do
Egito e foi a Madian, onde foi recebido e tranquilizado por Jethro. Quando voltou
para o Egito, mais tarde, libertou o Povo de Israel do Egito e das atrocidades do Faraó
e seus soldados. Não há dúvida de que os Judeus causaram problemas intermináveis
para Moisés enquanto vagavam no deserto – um lapso significativo foi a sua adoração
(adoração dos Judeus) ao bezerro de ouro, mas por último, os Judeus, como nação,

78
reconheceram Moisés como Mensageiro de Allah que havia sido enviado para eles.

Os Árabes tornaram a vida de Muhammad terrivelmente difícil durante os


primeiros dez anos da sua missão, e sofreu muito em suas mãos, Após 13 anos de
pregação em Meca, ele deixou sua cidade natal, ao tomar conhecimento de um plano
para o seu assassinato. Foi a Yathrib, que mais tarde passou a chamar-se Medina e,
antes da sua morte, a nação Árabe em geral reconheceu-o como um Mensageiro de
Allah (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele).
Contrariamente, os Evangelhos Cristãos confirmam claramente que, com a
exceção de alguns poucos seguidores, Jesus (que a paz esteja com ele) foi rejeitado
pelo seu próprio povo (os Israelitas) ao longo da sua vida. Segundo a Bíblia, "Ele
[Jesus] veio para o que era seu, e os seus não o receberam." (João 1:11) Ainda
hoje, depois de dois mil anos, o seu próprio povo, os Judeus, no seu todo, ainda o
rejeitam. Portanto, com base neste fato, Jesus não se parece com Moisés, mas
Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) sim.

Confrontação com o Inimigo


Moisés encontrou seus inimigos (o exército do Faraó), que procuravam matá-
lo junto com seus seguidores antes que pudessem escapar para o Mar Vermelho.
Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) também encontrou seus
inimigos (os Árabes pagãos), que procuravam matá-lo e seus seguidores em várias
batalhas. Nenhum acontecimento do género foi relatado para o caso de Jesus. Pelo
contrário, Jesus foi relatado como tendo ordenado seu discípulo Simão Pedro para
baixar a sua espada quando ele (Simão Pedro) tentava defendê-lo no momento da sua
prisão. Com base neste fato também, Jesus não se parece com Moisés, mas
Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) sim.

79
Moisés Muhammad Jesus

Nascimento Normal Normal Milagroso

Pais Mãe e pai Mãe e pai Mãe, sem pai


humano
Estado Civil Casado com filhos Casado com filhos Solteiro, sem filhos

Morte Normal e enterrado Normal e enterrado Ascendeu aos céus,


voltará a terra
Profecia (aos Visto como profeta Visto como profeta Visto como filho de
olhos dos Deus
seguidores)
Aceite pelo povo
para o qual foi Sim Sim Maioritariamente
enviado? não
Confrontou Sim Sim Não
inimigos
Vitórias morais e Sim Sim Não
militares?

80
Tabela 1: Comparação de características entre os profetas Moisés, Muhammad e
Jesus (que a paz esteja sobre todos eles)

Vitórias Morais e Militares


O confronto de Moisés contra seus inimigos terminou com uma vitória militar
e moral. Seus inimigos afogaram-se, e Moisés e seus seguidores foram salvos.
O confronto de Muhammad contra seus inimigos também terminou com a sua
última vitória militar e moral. Ele e seus seguidores reentraram na cidade de Meca, o
centro de conspiração contra ele. Impressionados com a sua veracidade e
magnanimidade, a grande maioria de seus antigos inimigos converteram-se ao Islam
e tornaram-se seus colaboradores fervorosos. A vitória de Jesus contra os seus
inimigos foi apenas moral, não envolveu um confronto militar imediato. Portanto,
Jesus não se parece com Moisés, mas Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah
estejam com ele) sim.
Tendo em conta estes oito aspectos de comparação entre Moisés (que a paz
esteja com ele), Jesus (que a paz esteja com ele) e Muhammad (que a paz e bênçãos
de Allah estejam com ele), a conclusão racional é de que Muhammad (que a paz e
bênçãos de Allah estejam com ele) é o profeta referido em Deuteronómio 18:18, "...
como tu (Moisés)."

Prova 3: Descende dos Ismaelitas, os irmãos dos Israelitas


Os dois profetas, Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele)
e Moisés (que a paz esteja com ele) foram ambos descendentes dos irmãos dos
Israelitas. Eis uma breve cronologia, Abraão (que a paz esteja com ele) tinha duas
esposas: Sara e Agar. Agar deu a Abraão seu primeiro filho, Ismael (que a paz esteja

81
com ele),54 e, em seguida, Sara deu à luz Isaac (que a paz esteja com ele). 55 Ismael
tornou-se o pai da nação Árabe, e Isaac tornou-se o pai da nação Judaica. O profeta
que foi predito não surgiu dos Judeus (os Israelitas), mas de seus irmãos, os
Ismaelitas.56 O Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) é
um descendente de Ismael; portanto, ele é o profeta.

____________________________________________
54
Veja Géneses 16:15
55
Veja Géneses 21; 2-3
56
Segundo dicionário hebraico da Bíblia, 'irmãos' é a "personificação de um grupo de tribos que eram
considerados parentes próximos dos israelitas." A Bíblia refere-se aos israelitas como os irmãos dos
Ismaelitas (por exemplo, ver Gênesis 16: 11-12, VRJ, e Géneses 25: 17-18, VRJ).

Isaías 42 refere-se ao "servo" de Deus (42: 1), Seu "escolhido" (42: 1), e Seu
"mensageiro" (42:19). "Não faltará nem será quebrantado, até que ponha na terra
a justiça; e as ilhas aguardarão a sua lei" (Isaías 42:4). Jesus não trouxe uma nova
lei, mas Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) sim.
Isaías 42:11 menciona que o "escolhido" era dos descendentes de Quedar.
Quem foi Quedar?
Estes são os nomes dos filhos de Ismael, nomeados segundo a ordem de
nascimento: Nebaiote, o primogênito de Ismael; e Quedar, Abdeel, Mibsão. (Gênesis
25:13)
Então, Quedar foi o segundo filho de Ismael, e os ensinamentos Islâmicos
dizem-nos que ambos eram ancestrais do Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de
Allah estejam com ele). 57
Isaías 42 profetiza o 'escolhido' (Isaías 42: 1), cuja missão da profecia seria
para todas as nações; isso só se encaixa para o caso do Profeta Muhammad (que a paz
e bênçãos de Allah estejam com ele), cuja missão era para todas as nações, ao
contrário dos profetas Hebreus, cujas missões foram limitadas a Israel:
... A cana trilhada, não a quebrará, nem apagará o pavio que fumega; em
verdade trará justiça; não faltará nem será quebrantado, até que ponha na terra
a justiça; e as ilhas aguardarão a sua lei. (Isaías 42:3-4)
Alcem a voz o deserto e as suas cidades, com as aldeias que Quedar habita;
exultem os que habitam nos penhascos, e clamem do cume dos montes (Isaías
42:11)

82
______________________________________
57
Isaías 42:1-8 diz:
Eis aqui o meu servo, a quem sustenho, o meu escolhido, em quem se compraz a minha
alma; pus o meu espírito sobre ele. Ele trará justiça às nações. Não clamará, não se
exaltará, nem fará ouvir a sua voz na rua. A cana trilhada, não a quebrará, nem apagará
o pavio que fumega; em verdade trará a justiça; não faltará nem será quebrantado, até
que ponha na terra a justiça; e as ilhas aguardarão a sua lei. Assim diz Deus, o Senhor,
que criou os céus e os desenrolou, e estendeu a terra e o que dela procede; que dá a
respiração ao povo que nela está, e o espírito aos que andam nela. Eu o Senhor te chamei
em justiça; tomei-te pela mão, e te guardei; e te dei por pacto ao povo, e para luz das
nações; para abrir os olhos dos cegos, para tirar da prisão os presos, e do cárcere os que
jazem em trevas. Eu sou o Senhor; este é meu nome; a minha glória, pois, a outrem não
darei, nem o meu louvor às imagens esculpidas.

Prova 4: diz o que Deus instruiu-o a dizer

Allah, o Todo-Poderoso, colocou as suas palavras na boca de Muhammad (que


a paz e bênçãos de Allah estejam com ele), mandando o anjo Gabriel (que a paz esteja
com ele) para transmitir as palavras exatas que ele devia repetir aos povos. As
palavras não são suas, visto que não provinham dos seus próprios pensamentos. Para
clarificar, no âmbito de ensinar uma língua, quando o professor pede a um aluno para
ler ou repetir depois dele, não estará, o professor, a pôr essas palavras estrangeiras na
boca do aluno?
As palavras do Nobre Alcorão foram reveladas duma maneira similar.
A história diz-nos que Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com
ele) tinha quarenta anos de idade naquele momento. Numa noite, durante o mês de
Ramadan, ele estava numa cave, umas três milhas a norte da cidade de Meca. Na
cave, o arcanjo Gabriel (que a paz esteja com ele) ordenou-o na sua língua materna:
Iqra (que se pode traduzir para: leia, proclame, ou recite)!
Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) ficou
aterrorizado; na sua perplexidade, respondeu que era iletrado. O anjo ordenou-o pela
segunda vez; pela terceira vez, o anjo proferiu a mesma orientação. Desta vez,
Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) compreendeu que o que
se estava a exigir dele era repetir e recitar, assim, ele repetiu as palavras conforme
foram colocadas na sua boca:
“Lê, em nome do teu Senhor Que criou; Criou o homem de algo que se agarra
(coágulo). Lê, que o teu Senhor é o mais Generoso, Que ensinou ao homem o que

83
este não sabia.” (Alcorão 96:1-5)
Assim que o anjo inspirador partiu, Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah
estejam com ele) voltou correndo para casa, tremendo de medo e todo transpirado.
Pediu à sua querida esposa, Khadijah (que Allah esteja satisfeito com ela), para o
cobrir. Deitou-se, e ela permaneceu ao seu lado, acalmando e confortando-o. Quando
ele recuperou o seu fôlego, explicou à sua esposa o que tinha visto e ouvido. Ela
garantiu-o que Allah, o Exaltado, não podia permitir que algo prejudicial acontecesse
com ele. Vinte e três anos depois de ter sido concedido a profecia, as palavras eram
‘colocadas na sua boca’ de igual forma, e ele proferia-as. Estas palavras (versículos)
criaram uma impressão inesquecível no seu coração e mente, e assim que os volumes
da escritura sagrada (o Nobre Alcorão) cresciam, eram registados nas folhas de
palmeiras, nas peles dos animais, e nas omoplatas dos animais mortos – assim como
nos corações dos seus devotos discípulos.
As palavras (revelação) foram realmente colocadas na sua boca exatamente
como foi predito na profecia em análise, “...e porei as minhas palavras na sua
boca...” (Deut. 18:18) numa citação similar, Jesus (que a paz esteja com ele) diz do
‘Paráclito’, que veio depois dele:
Quando vier, porém, aquele, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a
verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá o que tiver ouvido, e vos
anunciará as coisas vindouras. (João 16:13)
Conforme um estudioso da religião comparada disse:
Nem o conteúdo da revelação, nem a sua forma, eram da concepção de
Muhammad. Ambos foram trazidos pelo anjo, e a tarefa de Muhammad era
apenas repetir o que ele ouvia.58

Prova 5: O Profeta Iletrado


A experiência de Muhammad na caverna de Hira (mais tarde conhecida como
Jabal an-Nur, a Montanha de Luz), e sua resposta a essa primeira revelação, é o
cumprimento exato de uma outra profecia Bíblica. Em Isaías 29:12, lemos: "Ou dá-se
o livro ao que não sabe ler, dizendo: Ora lê isto; e ele responde: Não sei ler."
É um fato bem conhecido que Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de
Allah estejam com ele) não sabia ler nem escrever. 59 Ele foi descrito no Alcorão como
o profeta iletrado.60 Allah disse também:

84
“Nem fala por capricho. Isto não é senão a inspiração que lhe foi revelada. Que
lhe transmitiu o fortíssimo.” (Alcorão 53:3-5)

Prova 6: Uma Nova Música


Cantai ao Senhor um cântico novo, e o seu louvor desde a extremidade da terra...
alcem a voz o deserto e as suas cidades com as aldeias que Quedar habita...
(Isaías 42: 10-11)

________________________________________________
58
Parrinder, World Religions, 472
59
A sabedoria por detrás disto foi discutida numa nota de rodapé anterior.
60
São aqueles que seguem o Mensageiro, o Profeta iletrado, o qual encontram mencionado em
sua Tora e seu Evangelho ... crede, pois, em Allah e em Seu Mensageiro, o Profeta iletrado, que
crê em Allah e nas Suas palavras; segui-o, para que vos encaminheis.” (Alcorão 7:157-158)
Mais explicitamente, o Livro de Isaías menciona, “Na verdade por lábios
estranhos e por outra língua falará a este povo” (Isaías 28:11, VRJ) Este versículo
posterior descreve corretamente os lábios estranhos "do Profeta Muhammad (que a
paz e bênçãos de Allah estejam com ele) refletindo o estado de tensão e concentração,
bem como a falta de familiaridade, que ele experimentou no momento da revelação.

Prova 7: Revelada por partes


Um fato relacionado é que o Alcorão foi revelado por partes durante um
período de vinte e três anos. É importante comparar isto com Isaías 28, que fala sobre
a mesma coisa:
Pois é preceito sobre preceito, sobre preceito, preceito sobre preceito; regra
sobre regra, regra sobre regra; um pouco aqui, um pouco ali. (Isaías 28:10)

Prova 8: Nome de Deus


Deuteronómio 18: 19 diz, “E de qualquer que não ouvir as minhas palavras,
que ele falar em meu nome, eu exigirei contas.” Esta profecia em Deuteronómio
menciona que este profeta falará as palavras de Deus, começando do nome de Deus.
Se observarmos para o Alcorão, iremos perceber que todo o capítulo, com a exceção
do Capítulo 9, é precedido por, ou começa com a seguinte expressão “em nome de
Deus (Allah), o Clemente, o Misericordiosíssimo.”
A mesma passagem do Alcorão que foi revelada ao Profeta Muhammad (que a
paz e bênçãos de Allah estejam com ele) diz:

85
“Lê, em nome do teu Senhor Que criou.” (Alcorão 96:1)
Além disso, o Islam também ensina as pessoas a iniciarem quase toda a ação,
no seu dia-a-dia, com as palavras, “Em nome de Allah, o Clemente, o
Misericordiosíssimo,” o que está de acordo com os ensinamentos do Profeta
Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele).
Conforme mencionado anteriormente, o nome ‘Allah’ é como Ele refere-se a
Si próprio no Alcorão, e como o Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah
estejam com ele) sempre se referiu a Ele. Dizer: "Em nome de Allah" é um
cumprimento muito mais claro da profecia "ele falará em meu nome" do que outras
expressões comuns como "Em nome de Deus" ou

"Em nome do Pai . "61

Outras Características Bíblicas do Profeta


Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam
com ele)
Um perfil igualmente interessante e mais revelador do Profeta Muhammad
(que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) pode ser encontrado no capítulo 42
do Livro de Isaías. Vamos examinar algumas dessas características:

Prova 9: "aquele em quem a alma de Deus se compraz" é


chamado de ‘servo’ de Deus (42: 1,19), Seu ‘mensageiro’
(42:19) e seu ‘escolhido’ (42: 1)
Traduzidos para o Árabe, estes títulos leem-se: Abduhu, rassuluhu, e al-
mustafa. Todos os profetas eram, de fato, servos e escolhidos de Allah, embora,
nenhum profeta, na história, tenha sido universalmente chamado por esses títulos
específicos, como Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) foi. O
testemunho da fé pelo qual uma pessoa entra nas hostes do Islam diz: "Eu testemunho
que não há ninguém digno de adoração senão Allah, e eu presto testemunho de que
Muhammad é Seu servo e mensageiro."
Praticamente, a mesma fórmula é repetida cinco vezes por dia durante a
chamada para as orações, cinco vezes por dia imediatamente antes do início das
orações, nove vezes por dia, durante as orações mínimas obrigatórios, e várias vezes

86
mais quando o Muçulmano estiver a prestar outras orações recomendadas. O título
mais comum usado para o Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam
com ele), desde o início da sua missão até hoje, é Rassul Allah (o Mensageiro de
Allah [que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele]). O Alcorão atribuiu-lhe este
título, e durante a sua vida, ele foi abordado desta mesma forma por seus seguidores.
As coleções volumosas de hadiths foram narradas normalmente nestas formas: "Eu
ouvi o Mensageiro de Allah (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele)

_____________________________________________
61
Chamar Allah (Deus) como ‘o Pai’ é um exemplo de distorções sérias na Bíblia.
Allah falou o seguinte sobre Ele mesmo:
“Jamais gerou ou foi gerado, e ninguém é comparável a Ele!” (Alcorão 112:3-4)
dizendo..." ou "O Mensageiro de Allah (que a paz e bênçãos de Allah estejam com
ele) disse..." Ele foi descrito no Alcorão como "servo de Allah" e "Mensageiro de
Allah."

Prova 10: Não faltará nem será quebrantado, até que ponha na
terra a justiça" (42:4); "Ele mostrar-se-á valente contra os seus
inimigos," (42:13) e ele "trará justiça às nações" (42:1)

No âmbito de comparação das vidas e missões de Jesus (que a paz esteja com
ele) e Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele), é evidente que este
versículo fala sobre o Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com
ele). Em mais de uma ocasião, Jesus expressou o quão decepcionado estava com a sua
rejeição pelos Israelitas. Além disso, Jesus não viveu o tempo suficiente para
prevalecer sobre seus inimigos (além da vitória moral, que era comum para todos os
profetas).
Por outro lado, não encontramos nenhum vestígio do Profeta Muhammad (que
a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) sendo desencorajado, mesmo nos
momentos mais críticos da sua missão. No espaço de um ano, a sua esposa amada e
encorajadora, Khadija (que Allah esteja satisfeito com ela) morreu após vinte e cinco
anos de um casamento bem-sucedido; seu tio Abu Talib, que foi fundamental na sua
proteção (proteção do Profeta) contra a fúria dos Árabes pagãos (em Meca), também
morreu. Estas duas tragédias conjugavam-se com o fato de que seus seguidores
constituíam apenas um pequeno grupo perseguido e torturado. Sob tais circunstâncias
difíceis, Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) foi à cidade de

87
Taif convidar as pessoas para o Islam e buscar apoio na luta contra o paganismo. Mas
infelizmente foi rejeitado, escarnecido e apedrejado até que seus joelhos e pés
sangraram. Apesar de tudo isso, ele nunca ficou ‘desanimado’.
Quando o anjo das montanhas ofereceu-lhe a oportunidade de retaliar,
destruindo a sua cidade (cidade dos inimigos), ele recusou-se, na esperança de que
alguns dos descendentes desses povos desorientados adorariam a Allah e, de fato,
alguns deles o fizeram!
Depois dessa luta renhida, Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam
com ele) "prevaleceu sobre os seus inimigos", estabelecendo uma comunidade forte
de crentes que, de fato, trouxe "justiça às nações",62 especialmente nos Impérios persa
_________________________________________
62
Ver Isaías 42:1.

e Bizantino. Muitos membros destas nações foram guiados para o Islam, e aqueles que
recusaram-se (de se converter) sofreram derrotas. Como tal, foi uma verdadeira “luz
para as nações” assim como para todo o mundo.63

Prova 11: “Não clamará, não se exaltará, nem fará ouvir a sua
voz na rua; (42:2)

Da história da vida do Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah


estejam com ele) é sabido que ele foi descrito como possuindo estas características, e
o Alcorão também ensina estas mesmas características, dizendo:
“E modera o teu andar e baixa a tua voz, porque o mais desagradável dos sons é
o zurro dos asnos.” (Alcorão 31:19)

Prova 12: "As ilhas aguardarão a sua lei" (42:4)

O único profeta que veio depois desta profecia (feita no tempo de Isaías) com
um código completo e abrangente da lei foi Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah
estejam com ele). A lei que foi revelada a ele difundiu-se para todos os cantos da
terra, mesmo para as ilhas remotas e desertos mais distantes.

Prova 13: “Minha glória, pois, a outrem não a darei” (42:8)

A maior glória que uma pessoa recebe de Deus (Allah) é ser confiada como

88
Seu mensageiro para a humanidade e receber a Sua gloriosa revelação. Este fato não
só se aplica a Muhammad como profeta (que a paz e bênçãos de Allah estejam com
ele), mas aplica-se a ele exclusivamente como o último e o final mensageiro e profeta
de Allah. Em verdade, a glória de Allah (revelação de escrituras) não foi concedida e
não será concedida a nenhum outro profeta depois de Muhammad (que a paz e
bênçãos de Allah estejam com ele); ele é o ‘selo’ de todos os profetas. Depois que
uma carta ou uma mensagem tiver sido escrita, dobrada e selada, nada mais pode ser
adicionada a ela. Há mais de 1400 anos desde que Muhammad (que a paz e bênçãos
de Allah estejam com ele) foi enviado e o Alcorão foi lhe revelado. No entanto, nunca
ouvimos falar de nenhum profeta genuíno que tenha tido a magnitude e influência
______________________________________
63
Ver Isaías 49: 6

sobre a humanidade e que possa ser comparado com figuras como Abraão (que a paz
esteja com ele), Moisés (que a paz esteja com ele), Jesus (que a paz esteja com ele) e
Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele); e nunca ouvimos falar de
outra glória pós-corânica ou livro sagrado que tenha influenciado tanto a humanidade.

Prova 14: Um descendente de Ismael (que a paz esteja com ele)


A pessoa que estava por vir era ligada aos Árabes, especificamente aos
descendentes de Ismael (que a paz esteja com ele), que se estabeleceram em Meca e
seus arredores. Isaías 42:11 não deixa absolutamente dúvida nenhuma sobre a
identidade do tal profeta.
Alcem a voz o deserto e as suas cidades, com as aldeias que Quedar
habita; exultem os que habitam nos penhascos, e clamem do cume dos montes.
De acordo com o Livro de Gênesis (25:13), Quedar era o segundo filho de
Ismael. O melhor dos profetas dos descendentes de Ismael é Muhammad (que a paz e
bênçãos de Allah estejam com ele). Seus inimigos (do seu próprio clã), que foram
enganados por seus líderes ou ‘homens poderosos’ (como descrito em Isaías 21:17),
em última análise, abraçaram o Islam e foram abraçados pelo Islam. De fato, eles
tinham razões para ‘levantarem as suas vozes’, para ‘cantarem ’ o louvor de Deus, e
para ‘gritarem do topo das montanhas.’ Considere agora esta chamada diária para
oração, ouvida em todos os cantos do mundo, a partir de todas as mesquitas: Allahu
Akbar! (Allah é o Maior!)

89
Este ‘grito’ é entoado anualmente, por multidões de Muçulmanos de todo o
mundo, no Monte Arafah e em outros lugares, como parte dos rituais anuais do Hajj
(peregrinação):
Aqui estou [no seu comando] Ó Allah. Aqui estou. Aqui estou. Não há
nenhum parceiro que se atribua a Ti [em nossa adoração]. Aqui estou ao Teu
comando. Em verdade, o Teu é o Louvor, as Bênçãos e Soberania. Não há
Deus além de Ti [em nossa adoração].

Prova 15: Ele será enviado "para abrir os olhos dos cegos, para
tirar da prisão os presos, e do cárcere os que jazem em trevas."
(42:7)

Muitos dos que se opunham à verdade, e que combateram Muhammad (que a


paz e bênçãos de Allah estejam com ele), por fim, tornaram-se os crentes mais
devotados. Aqueles que viviam na escuridão de uma vida profana vieram à luz da
verdade, trazida por Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele).
Descrevendo o Alcorão, Allah abordou o Profeta Muhammad (que a paz e
bênçãos de Allah estejam com ele) nos seguintes moldes:
“... um Livro que te temos revelado para que retires os humanos das trevas (e os
transportes) para a luz, com a anuência de seu Senhor, e os encaminhes até à
senda do Poderoso, Laudabilíssimo.” (Alcorão 14:1)

Prova 16: "Cantai ao Senhor um cântico novo, seu louvor


desde a extremidade da terra..." (42:10)

Uma nova canção pode ser uma referência a uma nova escritura em um idioma
diferente do idioma das escrituras Israelitas. Esta interpretação parece ser consistente
com uma menção mais explícita de alguém que falará aos povos (incluindo os
Israelitas) em "uma língua estrangeira." (Isaías 28:11)
Esta explicação parece ajustar-se rigorosamente ao versículo que fala da glória
de Deus "dos confins da terra." (Isaías 24:16) É apenas no caso do Islam que
encontramos esta profecia materializada numa precisão incrível. Em todos os cantos

90
da terra, cinco vezes por dia, o louvor de Allah e Seu último mensageiro, Muhammad
(que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele), é entoado a partir dos minaretes de
centenas de milhares, talvez milhões, de mesquitas em todo o mundo. Além disso,
milhões de Muçulmanos devotados louvam a Allah e a Muhammad (que a paz e
bênçãos de Allah estejam com ele) diariamente. Elogiar Abraão e seus descendentes,
juntamente com Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) e seus
descendentes, constitui também uma parte das cinco orações obrigatórias diárias.
O 42 capítulo de Isaías é realmente fascinante. Não é uma referência casual
ou ambígua em relação ao Mensageiro de Allah (que a paz e bênçãos de Allah estejam
com ele), que veio séculos mais tarde. É, antes, um perfil abrangente cabendo apenas
uma pessoa: O Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele).
Afinal, o capítulo relaciona este perfil com Quedar, filho de Ismael, e nenhum outro
descendente de Ismael se encaixa nesta descrição, exceto Muhammad (que a paz e
bênçãos de Allah estejam com ele).

Prova 17: Montar o Camelo


O Profeta Isaías (que a paz esteja com ele) profetizou a vinda de dois líderes a
quem metaforicamente chamou de 'carruagens', um montando em um jumento e o
outro montando em um camelo. "Quando vir uma tropa de cavaleiros de dois a
dois, uma tropa de jumentos, ou uma tropa de camelos, escute a sentinela
atentamente e com grande cuidado." (Isaías 21: 7, VRJ).
Quem são os 'tropa de cavaleiros'?
São Jesus (que a paz esteja com ele) e Muhammad (que a paz e bênçãos de
Allah estejam com ele). Vamos examinar a prova:
Jesus cumpriu a profecia de montar em jumento, que diz: "E achou Jesus um
jumento e montou nele, conforme está escrito." (João 12:14)
A citação “tal como está escrita" refere-se a Isaías 21: 7. É importante saber
que em nenhuma passagem do Novo Testamento vemos Jesus (que a paz esteja com
ele) montando em um camelo.
Quando olhamos para Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com
ele), ele montou em camelos, muitas vezes, ao longo da sua vida. Talvez o incidente
mais conhecido é quando ele migrou de Meca para Medina para escapar da tortura dos
pagãos. Quando Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) chegou

91
a Medina, os Muçulmanos em Medina discutiam sobre onde construir a primeira
mesquita Islâmica e casa modesta para o Profeta. Os membros de cada tribo
desejavam que ele morasse no seu bairro. De modo a evitar ferir quaisquer
sensibilidades, o Profeta (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) libertou as
rédeas do seu camelo para que este pudesse andar livremente, e onde ele parasse seria
aí o local escolhido por Allah. Esta sabedoria do Profeta Muhammad (que a paz e
bênçãos de Allah estejam com ele) resolveu o problema.
Agora, as perguntas abertas para qualquer rabino Judeu, ou sacerdote Cristão,
são as seguintes:
• Aonde, na Bíblia, vemos o cumprimento da profecia sobre a montada no camelo?
• Na Bíblia, quem foi o profeta que montou no camelo, cumprindo assim a profecia de
Isaías 21:7? O Novo Testamento cumpre a profecia de montar no jumento (João
12:14), e, de fato, o Novo Testamento, reivindica apenas o cumprimento daquela
profecia. Portanto, há ainda uma profecia não cumprida no Novo Testamento, que
concerne a montada no camelo.

• Se o Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) não foi
quem cumpriu o restante da profecia de Isaías 21:7, então quem foi esse profeta?
Estas profecias no Antigo e Novo Testamentos prevêem, em termos
inequívocos, a vinda do Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam

com ele) e a genuinidade da sua missão profética.

15.3 A localização da sua origem


Prova 18: Deuteronómio 33:1-2
Deuteronómio 33:1-2 associa referências ao Moisés (que a paz esteja com ele),
Jesus (que a paz esteja com ele) e Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam
com ele). Fala sobre a revelação de Deus vinda de Sinai, emergindo em Seir
(provavelmente a aldeia de Sair perto de Jerusalém) e resplandecendo em Parã.
Segundo Géneses 21:21, o deserto de Parã era o lugar onde Ismael (que a paz esteja
com ele) estabeleceu-se. Em outras palavras, foi na Arábia Saudita, e,
especificamente, em Meca.
O outro sinal do profeta por vir, de Parã (Meca) foi que ele viria com "dez

92
milhares de miríades de santos." (Deuteronómio 33: 2) Esse foi o mesmo número de
fiéis que acompanharam o Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam
com ele) a Meca no seu vitorioso retorno à sua terra natal, para destruir os símbolos
remanescentes da idolatria no Kaba. O texto diz, "ele resplandeceu desde o monte
Parã; ele veio com dez milhares de miríades santos, com fogo flamejante 64 à sua mão
direita".
Segundo a história Islâmica, a cidade de Meca (Parã) foi libertada por 10.000
soldados do Profeta Muhammad.
Se Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele), que libertou a
cidade de Parã com 10.000 crentes não foi quem cumpriu esta profecia Bíblica, e
_____________________________________________
64
O significado da palavra hebraica usada aqui é incerto.

acabou com o culto dos 365 deuses (na forma de ídolos), então, quem foi esse
profeta? Existe um outro profeta que marchou para Meca com este mesmo número de
homens? A resposta histórica é: o Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah
estejam com ele) é o único profeta em cuja profecia se encaixa perfeitamente.

Prova 19: Habacuque 3:3


Habacuque 3:3 fala de Deus (ajuda de Deus) como vindo de Temã (um oásis a
norte de Medina, segundo o Dicionário Hastings da Bíblia), 65 e o "Santo" vindo de
Parã. Esse ‘Santo’, que, sob perseguição, migrou de Parã (Meca) e foi recebido
entusiasticamente em Medina não era outro senão o Muhammad (que a paz e bênçãos
de Allah estejam com ele).
Certamente, o incidente da migração do Profeta (que a paz e bênçãos de Allah
estejam com ele) e seus discípulos perseguidos é vividamente e profeticamente
descrito em Isaías 21:13-17. Essa seção anunciou também a batalha de Badr, em que
os poucos fiéis mal armados derrotaram milagrosamente os ‘poderosos homens’ de
Quedar, que tentaram destruir o Islam e intimidaram os seus próprios povos que se
tinham convertido ao Islam.
O texto diz:
“Oráculo contra a Arábia. Nos bosques da Arábia passareis a noite, Ó caravanas
de dedanitas. Saí com água ao encontro dos sedentos; Ó moradores da terra de
Tema, saí com pão ao encontro dos fugitivos, pois fogem diante das espadas,

93
diante da espada desembainhada, e diante do arco armado, e diante da pressão
da guerra. Porque assim disse a Senhor: Dentro de um ano, tal como os anos de
jornaleiro, toda a glória de Quedar esvaecerá. E os restantes do número dos
frecheiros, os valentes dos filhos de Quedar, serão diminuídos, porque assim o
disse o Senhor, Deus de Israel.” (Isaías 21:13-17)

15.4 A Mensagem por ser Revelada através dele


A Bíblia prediz a história da revelação.
Prova 20: O Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah
estejam com ele) era iletrado.

_________________________________
65
Hastings, James, entrada para 'Tema', Dicionário Hastings da Bíblia, acedidos aos 04 de Maio de
2015, http://www.studylight.org/dictionaries/hdb/view.cgi? n = 5416.
Durante toda a sua vida, Profeta Muhammad nunca aprendeu a ler ou a
escrever. As circunstâncias exatas da primeira revelação já foram descritas: era hábito
de Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) distanciar-se dos seus
concidadãos Árabes e dos seus modos pagãos e passar muitos dias isolado na caverna
de Hira nas montanhas de Meca. Lá, ele adorava a Allah, o Altíssimo, de acordo com
a prática de Abraão (que a paz esteja com ele). Quando atingiu a idade dos quarenta
(em 610 DC), um dia, o anjo Gabriel (que a paz esteja com ele) apareceu diante dele,
naquela caverna, e ordenou-o a recitar. Aterrorizado, pensou que estivesse a ser
solicitado para ler, gaguejou dizendo que era analfabeto. O anjo Gabriel (que a paz
esteja com ele), novamente, deu-lhe a mesma instrução, mas Muhammad (que a paz e
bênçãos de Allah estejam com ele), novamente, informou-o que ele era analfabeto. O
anjo Gabriel (que a paz esteja com ele) segurou-o com firmeza e ordenou-o: "Recite
em nome do teu Senhor, o Criador!" Logo, Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah
estejam com ele) começou a perceber que não estava a ser convidado a ler, mas a
recitar e repetir. Ele começou a repetir depois dele (o anjo), e Gabriel (que a paz esteja
com ele) revelou-o os primeiros versículos do Alcorão:
“Lê em nome do teu Senhor Que criou; Criou o homem de algo que se agarra
(coágulo). Lê, que o teu Senhor é o mais Generoso, Que ensinou através da pena,
ensinou ao homem o que este não sabia.” (Alcorão 96:1-5)
Conforme foi mencionado acima, a expressão real que o anjo Gabriel (que a
paz esteja com ele) usou para abordar a Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah

94
estejam com ele) é a palavra Árabe iqra, que significa ler, recitar, ou proclamar. É
derivada da palavra de origem Árabe qara. No entanto, se fosse para voltarmos à
forma original hebraica dos versículos de Isaías 29:11, encontraríamos que a palavra
real que é traduzida para o Português como "Ler" é a palavra hebraica qara [kaw-
raw]. Será uma mera coincidência que o texto Hebraico use não apenas uma palavra
com o mesmo significado, mas também com a mesma ortografia? Isaías 29: 11-18
diz:
11. Pelo que toda visão vos é como as palavras dum livro selado que se dá ao
que sabe ler, dizendo: Ora lê isto; e ele responde: Não posso, porque está
selado.
12. Ou dá-se o livro ao que não sabe ler, dizendo: Ora lê isto; e ele responde:
Não sei ler.
13. Por isso o Senhor disse: Pois que este povo se aproxima de mim, e com a
sua boca e com os seus lábios me honra, mas tem afastado para longe de
mim o seu coração, e o seu temor para comigo consiste em mandamentos
de homens, aprendidos de cor.
14. Portanto eis que continuarei a fazer uma obra maravilhosa com este povo,
sim uma obra maravilhosa e um assombro; e a sabedoria dos seus sábios
perecerá, e o entendimento dos seus entendidos se esconderá.
15. Ai dos que escondem profundamente o seu propósito do Senhor, e fazem
as suas obras às escuras, e dizem: Quem nos vê? E quem nos conhece?
16. Vós tudo perverteis! Acaso o oleiro há-de ser reputado como barro, de
modo que a obra diga do seu artífice: Ele não me fez; e o vaso formado
diga de quem o formou: Ele não tem entendimento?
17. Porventura dentro ainda de muito pouco tempo não se converterá o
Líbano em campo fértil? E o campo fértil não se reputará por um
bosque?
18. Naquele dia os surdos ouvirão as palavras do livro, e dentre a escuridão e
dentre as trevas os olhos dos cegos a verão.
Lembre-se que quando uma afirmação nas escrituras anteriores é também
encontrada no Alcorão, então, esta é a prova da sua validade. Isto porque se for
confirmada pela escritura posterior, é claramente um remanescente da revelação
original, que não foi apagada ou alterada ao longo dos tempos por aqueles que
reescreveram a Bíblia.

95
15. 5 O Cumprimento de Profecias que ele Predisse

Prova 21: Alguém pode questionar sobre o critério que deve ser
usado para distinguir um profeta genuíno dos (profetas) falsos
(que eventualmente também podem alegar que falam em nome
Allah)

A resposta para esta questão é claramente dada no versículo final do Capítulo


18 do Livro de Deuteronómio:
E se disseres no teu coração: Como conheceremos qual seja a palavra que o
Senhor falou? Quando o profeta falar em nome do Senhor e tal palavra não se
cumprir, nem suceder assim, esta é a palavra que o Senhor não falou; com
presunção falou o profeta; não o temerás. (Deuteronómio 18:21-22)
Jesus (que a paz esteja com ele) é citado como tendo dito o seguinte, sobre o
seu sucessor, “...ele vos anunciarás as coisas vindouras” (João 16:13)
É um fato que nenhuma profecia feita pelo Alcorão ou pelo Profeta
Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) mostrou-se imprecisa.
Toda a profecia feita sobre o futuro próximo durante o seu tempo, veio a acontecer.
Por exemplo:
 A profecia de que os Muçulmanos conquistariam as duas "superpotências" do
seu tempo, 66 os impérios persa e bizantino: Esta profecia foi feita quando os
Muçulmanos eram poucos e fracos, quando profetizar a sua sobrevivência
sequer soava otimismo demais!
A outra profecia foi que Suraqah, o homem que queria matar o Profeta
Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele), se tornaria
Muçulmano. Não apenas que se tornaria Muçulmano, mas também que iria
ajudar o exército Muçulmano a conquistar o Império Persa, e que ele teria
acesso a coroa do Imperador, que seria colocada em sua cabeça! Não só esta
profecia pareceu uma impossibilidade virtual, quando ela foi feita, mas era
como se o Profeta (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) fosse
aparecer como um herói de cinemas em uma cena real. Os fatos de que
Suraqah tornou-se Muçulmano e viveu o tempo suficiente para participar na
conquista da Pérsia, onde os Muçulmanos saíram vitoriosos, e onde Suraqah
teve acesso à coroa do Imperador e realmente usou-a, dificilmente pode ser

96
considerado coincidência ou profecia auto-cumprida.
Certamente, não é mera coincidência que muitas das profecias que foram
descritas pelo Profeta (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) realmente
aconteceram, e ao menor detalhe. (Alguns dos eventos que ele predisse ainda não
sucederam.) Nem poderia tal precisão em cada profecia emanar de qualquer outro
indivíduo que não fosse um verdadeiro e genuíno profeta, de acordo com o critério
estipulado em Deuteronómio 18: 21-22.

___________________________________________
66
Encontrado no capítulo intitulado "Os romanos" (Alcorão 30:2-5)

Prova 22: Teste de profecia


O próprio Jesus (que a paz esteja com ele) providenciou uma espécie de
‘teste’, se tu quiseres, para qualquer um que duvidasse da profecia:
Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros, ou
figos dos abrolhos? Assim, toda árvore boa produz bons frutos; porém a árvore
má produz frutos maus. Uma árvore boa não pode dar maus frutos; nem uma
árvore má dar frutos bons. Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e
lançada no fogo. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis. (Mateus 7:16-20)
Qualquer um que aplicar este teste aos ensinamentos de Muhammad (que a
paz e bênçãos de Allah estejam com ele) encontrará no último testamento de Allah, o
nobre Alcorão, os ensinamentos que trarão, ao mundo, a paz e a felicidade que são
tanto almejados. (Veja o Capítulo 12: O Sistema Moral no Islam)
"O critério último de um verdadeiro profeta é o caráter moral dos seus
ensinamentos."67
George Bernard Shaw disse o seguinte sobre Muhammad (que a paz e bênçãos
de Allah estejam com ele):
Eu acredito que se um homem como ele assumisse a ditadura do mundo
moderno, conseguiria resolver os seus problemas, e traria a paz e felicidade que são
tanto desejados.68

15.6 A Hora Pela qual ele Apareceria


Prova 23: A promessa de Deus, de tornar Ismael (que a paz

97
esteja com ele) uma grande nação

É bem sabido que dos descendentes de Ismael (que a paz esteja com ele) veio
o último grande profeta do monoteísmo, Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de
Allah estejam com ele), cujos seguidores constituem uma grande nação que compõe
aproximadamente um quinto da população mundial.
“Mas também do filho desta serva farei uma nação, porquanto ele é da tua
linhagem.” (Géneses 21:13)
Géneses 21:18 diz sobre Ismael (que a paz esteja com ele), “Ergue-te, levanta
o menino e toma-o pela mão, porque dele farei uma grande nação.”
_____________________________________________
67
Dummelow, Commentary on the Holy Bible.
68
Shaw, The Genuine Islam, 1:8.
Em Mateus 21:19-21, Jesus (que a paz esteja com ele) amaldiçoou uma árvore
de figo (figueira), tornando-a infrutífera (árvore esta que é um símbolo Bíblico de
herança dos profetas), que imediatamente murchou e morreu. Num versículo
posterior, no mesmo capítulo, Jesus (que a paz esteja com ele) disse: “Portanto eu
vos digo que vos será tirado o reino de Deus, e será dado a um povo que dê os
seus frutos" (Mateus 21:43). Essa nação é composta por descendentes de Ismael (a
pedra rejeitada em Mateus 21:42).69 Foi vitoriosa contra todas as superpotências da
época, tal como foi profetizado por Jesus (que a paz esteja com ele), quando disse: "E
quem cair sobre esta pedra será despedaçado; mas aquele sobre quem ela cair
será reduzido a pó" (Mateus 21:44)
Além disso, no Antigo Testamento, Gênesis 12: 1-3, pode-se testemunhar que
Deus Todo-Poderoso prometeu criar "uma grande nação" através de Ismael (que a paz
esteja com ele), o primeiro filho de Abraão, o ancestral dos Muçulmanos:
Ora, o Senhor disse a Abrão: "Sai-te da tua terra, da tua parentela, e da
casa do teu pai, para a terra que eu te mostrarei. Eu farei de ti uma grande
nação; abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome; e tu, sê uma bênção.
Abençoarei aos que te abençoarem, e amaldiçoarei aqueles que te amaldiçoarem;
e em ti serão benditas todas as famílias da terra.” (Géneses 12: 1-3)
A citação "ir ... para a terra que te mostrarei" refere-se à cidade de Parã
(Meca). A citação "Farei de ti uma grande nação" é bastante interessante; descreve
perfeitamente os seguidores do Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah
estejam com ele), nomeadamente, os Muçulmanos.

98
Como provavelmente devem saber, os Muçulmanos adoram a Allah, o Todo-
Poderoso, e prostram-se diante d’Ele. Toda a vez que eles prostram e oram, terminam
a sua oração sentados sobre os seus joelhos, e proferem a seguinte citação (traduzida
do Árabe), "... e abençoa o Profeta Muhammad e a sua família, da mesma forma que
abençoaste o Profeta Abraão e a sua família ..."
Conforme pode-se notar, os Muçulmanos abençoam o Profeta Abraão (que a
paz esteja com ele) todos os dias das suas vidas, quando adoram a Allah, o Todo-
Poderoso. Dizem também, "que a paz esteja com ele" ou "que a paz e bênçãos estejam
com ele" quando mencionam o seu nome ou o nome de qualquer outro profeta.

_______________________________________
69
“...A pedra que os edificadores rejeitaram, essa foi posta como pedra angular...” (Mateus 21:42)
Realmente, os Muçulmanos são a "grande nação" sobre qual Allah, o Todo-
Poderoso, falou; são abençoados por Ele, porque adoram somente a Ele, e abençoam
Abraham (que a paz esteja com ele) todos os dias (não menos de nove vezes) em suas
orações.
Prova 24: Segundo o Evangelho de João, os Judeus estavam a
espera do cumprimento de três profecias distintas.

A primeira foi a vinda do Cristo. A segunda foi a vinda de Elias. A terceira foi
a vinda do profeta.
E este foi o testemunho de João, quando os Judeus lhe enviaram de Jerusalém
sacerdotes e levitas para que lhe perguntassem: Quem és tu? Ele, pois, confessou
e não negou; sim, confessou: Eu não sou o Cristo. Ao que lhe perguntaram: Pois
que? És tu Elias? Respondeu ele: Não sou. És tu o Profeta? E respondeu: Não.
(João 1:19-21)
Se olharmos para uma Bíblia com referências cruzadas, 70 encontraremos, nas
notas de rodapé, onde as palavras "o Profeta" ocorrem em João 1:21, e essas palavras
referem-se à profecia do Deuteronómio 18:15 e 18:18 (sobre o surgimento de um
profeta do meio dos seus irmãos). Pode-se concluir daí que Muhammad (que a paz e
bênçãos de Allah estejam com ele) é o profeta lá mencionado, porque é o único
profeta que veio depois de Jesus (que a paz esteja com ele). Além disso, é óbvio que
os Judeus assim como João sabiam que "o Profeta" e o Cristo eram duas entidades
diferentes, uma vez que cada uma foi referida distintamente.

99
Prova 25: João 16:7
Jesus (que a paz esteja com ele) é citado como tendo dito:
Todavia, digo-vos a verdade, convém-vos que eu vá; pois se eu não for, o
Ajudador não virá a vós; mas, se eu for, vo-lo enviarei. (João 16:7)
Alguns comentaristas da Bíblia explicam que o termo ‘Ajudador’ (que às
vezes é traduzido para ‘Confortador’ ou ‘Advogado’) refere-se ao Espírito Santo. Isto
não faria sentido, porque de acordo com os Evangelhos, o Espírito Santo já estava
presente no mundo, antes do nascimento de Jesus, bem como durante o seu ministério.
Lucas 03:22 mencionou que o Espírito Santo desceu sobre Jesus (que a paz esteja com
_______________________________________
70
Hoje em dia, podemos fazer isto facilmente online.

ele) na forma de uma pomba. No entanto, este versículo (João 16:7) implica que o
‘Ajudador’ ainda está por vir e não poderia vir até que Jesus deixasse a terra.

15.7 A Única Prova


Prova 26: Uma das provas de que Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah
estejam com ele) era o profeta mencionado na Bíblia, é o fato de que a mensagem
com a qual ele veio chegou de Este e Oeste, e a sua comunidade agora encontra-se em
todos os cantos do mundo, algo que não teria acontecido se ele não tivesse sido um
profeta.

15.8 A Falta de Advertência dos Profetas Anteriores

Prova 27: Se Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) não
fosse o profeta mencionado, então, os profetas que vieram antes dele, especialmente
Moisés (que a paz esteja com ele) e Jesus (pese), teriam feito duas coisas: primeira,
teriam mencionado quem eles realmente se referiam e, segundo, teriam advertido os
seus povos com veemência sobre Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam
com ele), pois todos os profetas alertaram sobre falsos profetas e advertiram seus
povos para não segui-los e para não aceitarem ser guiados por eles. Por exemplo, os
profetas anteriores mencionaram o Anti-cristo pelo nome, e até mesmo Noah (que a
paz esteja com ele), que foi o primeiro mensageiro, alertou o seu povo sobre ele (o
Anticristo). No entanto, nenhum dos profetas alertou sobre Muhammad (que a paz e
bênçãos de Allah estejam com ele). Na verdade, muito pelo contrário: Jesus deu

100
relatos de Muhammad (que a paz esteja com ele), elogiou-o, ordenou que as pessoas o
seguissem, e proibiu-as de se oporem ou desobedecê-lo.

15. 9 A Consistência entre os Ensinamentos de


Muhammad e de Jesus

Prova 28: Uma importante prova de que Muhammad (que a paz e bênçãos de
Allah estejam com ele) é o profeta predito nas referências Bíblicas é a consistência
absoluta entre o ensinamento original (não distorcido) com o qual Jesus e outros
profetas foram enviados, e aqueles com os quais Muhammad (que a paz e bênçãos de
Allah estejam com ele) veio. Para clarificar, são os seguintes: seguir o monoteísmo,
glorificar Allah em Seus supremos atributos, crer na Unicidade de Allah e na Sua
essência, proibir as pessoas de atribuirem os atributos de Allah a humanos, e muitos
outros.71 Isto não é uma surpresa, porque todo o profeta revitalizou as crenças básicas
que tinham sido distorcidas ao longo do tempo, após a partida do profeta anterior. O
Islam, sendo a mensagem final, revitalizou as crenças e práticas fundamentais de
todas as mensagens anteriores, incluindo a mensagem de Jesus (que a paz esteja com
ele). Clarificou e eliminou os equívocos que haviam sido associados a crença pura
com a qual Jesus foi enviado, para que as pessoas a encontrassem clara e fácil de
segui-la.
Como o renomado estudioso e comentarista do Alcorão, Abdur-Rahman ibn
Nassir as-Sadi, escreveu:
Se o Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) não
fosse um profeta verdadeiro, então a sua mensagem teria contrariado a mensagem
comum de Jesus e dos outros profetas anteriores. Pelo contrário, revitalizou-a e
restabeleceu-a.

Deve, agora, ficar claro que as profecias Bíblicas não falam de nenhum nome
diferente de Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele). Graças a
Allah Que iluminou o nosso caminho. Refira-se que no ano 571 DC, a profecia de
Jesus foi cumprida. Muhammad nasceu numa comunidade de Árabes Ismaelitas que
se haviam tornado politeístas e idólatras; quando ele atingiu a maturidade e foi dado a
revelação começou a pregar a sua mensagem de adoração somente a Allah.
No ano 632 DC, ele partiu deste mundo; no entanto, a sua brilhante mensagem

101
permanecerá nos povos até ao fim dos tempos.
Sendo um verdadeiro seguidor de Jesus (que a paz esteja com ele), o crente
deve envolver mais do que uma mera afirmação retórica, em que diz apenas que segue
ou ama Jesus (que a paz esteja com ele) a fim de alcançar o Paraíso e ser salvo do
fogo do inferno. Os verdadeiros seguidores de Cristo devem aceitar a sua profecia
sobre o Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) e seguir
os ensinamentos do Islam: submissão e dedicação total ao único Deus: Allah.
Nota: O Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele)
não só testemunhou a profecia de Jesus e Moisés, mas também de todos os
______________________________________________
71
Ver Capitulo 17: A Revitalização dos Ensinamentos Básicos de Jesus no Islam (que a paz esteja com
ele).
verdadeiros profetas que haviam sido enviados antes dele. Ele não rejeitou nenhum
deles, nem profanou contra eles. Esta atitude é exatamente oposta a dos reis em
exercício contra os reis que reinaram antes deles. Acaso Muhammad terá sido (que a
paz e bênçãos de Allah estejam com ele) um mentiroso ou um fabricante da sua
mensagem (Islam)? Se esse fosse o caso, então, não teria falado das veracidades dos
outros profetas, ou elogiá-los da maneira que o fez. Ele teria mentido sobre eles, tal
como era a prática dos inimigos dos mensageiros de Deus ao longo da história!
Realmente, Deus, Todo-Poderoso, mencionou este mesmo fato sobre o Profeta
Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) no Alcorão:
“Qual! Mas (o Mensageiro) apresentou-lhes a Verdade e confirmou os
mensageiros anteriores.” (Alcorão 37:37)

16. Os Fatos sobre o Pecado Original72


20 Argumentos sobre a doutrina do pecado original

Antecedentes

Segundo a explicação desta doutrina, Adão pecou quando desobedeceu a


Allah, o Altíssimo, comendo da árvore proibida. Segundo a teologia Cristã, 73 as
seguintes oito doutrinas ramificam-se a partir do princípio do pecado original:

1. Todos os descendentes de Adão herdam o seu pecado, o que significa que


todos os seres humanos (com exceção de Maria) nascem com esse pecado

102
original.
2. Para a justiça de Deus ser alcançada, um preço deve ser pago como uma
penalidade para cada pecado que foi cometido, de modo que esse pecado seja
eliminado, e para que o indivíduo seja perdoado.
3. A única maneira de eliminar o pecado é derramar sangue; segundo Paulo,
"sem derramamento de sangue não há remissão." (Hebreus 9:22)

__________________________________________
72
Compilado de Caraballo, My Great Love for Jesus Led Me to Islam.
73
Esta secção é baseada na visão do pecado original e expiação conforme concebido pelos católicos
romanos e protestantes. Note-se que alguns cristãos têm outros pontos de vista; as igrejas ortodoxas
orientais, em particular, não ensinam que toda a humanidade herdou a culpa do pecado de Adão. Uma
discussão detalhada das várias crenças está além do escopo deste livro.

4. Este sangue deve ser perfeito, sem pecado, e incorruptível.


5. Somente Jesus (que a paz esteja com ele) pode pagar o preço infinito do
pecado, porque seu sangue é perfeito, sem pecado, e incorruptível, e ele é o
(alegado) filho de Deus, o Deus infinito.
6. Jesus sofreu agonia indescritível e morreu para pagar pelos pecados dos povos.
Este conceito é conhecido como "expiação".
7. Ninguém pode ser salvo (alcançar a salvação) sem aceitar Jesus Cristo como
seu Redentor. Em outras palavras, a salvação é restrita àqueles que acreditam
que Jesus foi voluntariamente crucificado, que morreu na cruz e derramou o
seu sangue como um preço desse pecado. A aceitação desta doutrina é a única
forma de alcançar a "salvação".
8. Caso contrário, toda a humanidade está condenada a sofrer eternamente no
inferno por causa da sua natureza pecaminosa e do pecado original herdado do
pai da humanidade, Adão.

A doutrina do pecado original pode ser dividida em seis partes distintas:


1. A factualidade da existência do pecado original.
2. Herança do pecado original pela humanidade.
3. A crença de que a justiça de Deus exige uma pena de sangue, que deve ser
paga contra esse pecado.
4. A crença de que Jesus pagou o preço pelos pecados de toda a humanidade,
sacrificando seu sangue e morrendo na cruz.
5. A racionalidade do dogma "sacrifício de Deus".

103
6. A salvação do pecado (original e recém-atingido) só é possível para aqueles
que acreditam em seu sacrifício vicário.

Análise
Os Argumentos contra as seis partes da doutrina do pecado original são os
seguintes:
Argumento contra a primeira parte: a factualidade do pecado
original
1. Não há divergência entre os versículos do Alcorão e a teologia Cristã no que
diz respeito ao fato de que Adão cometeu um pecado quando comeu da árvore
proibida. No entanto, Allah disse no Alcorão que depois disso, o Profeta Adão
arrependeu-se e submeteu-se completamente ao seu Senhor; Por isso, Allah
perdoou-o o pecado que cometera. Este é um princípio da crença Islâmica, e
foi mencionado em três capítulos distintos no Alcorão (nos versículos 2: 37, 7:
24 e 20: 122). Com base no arrependimento de Adão, e aceitação de Allah em
relação ao seu arrependimento, o pecado de Adão não foi herdado pelos seus
filhos. Portanto, não precisou do sofrimento e da morte de Jesus Cristo (ou de
qualquer outra pessoa), para que fosse perdoado.

Argumentos contra a segunda parte: "Todo o Ser Humano Herdou


o Pecado de Adão"

2. A doutrina do pecado herdado não tem suporte nos ensinamentos de Jesus.


3. Na verdade, o próprio Jesus considerava as crianças como sendo inocentes e
puras, e não como nascidas no pecado. Isso está claro num dos seus dizeres:
Deixai vir a mim as crianças, e não as impeçais, porque de tais é o reino
de Deus. Em verdade vos digo que qualquer que não receber o reino de
Deus como criança, de maneira nenhuma entrará nele. (Marcos 10:14-15)
4. A doutrina do pecado herdado implica que todas as pessoas que vieram depois
de Adão, mas antes de Jesus nasceram com pecado original e morreram com o
mesmo; portanto, todos eles serão lançados no fogo do Inferno, e porque não
sabiam desta doutrina não poderiam professá-la! E se isso fosse verdade, qual
teria sido o propósito de todos os profetas que vieram antes de Jesus? Se fosse

104
verdade, por que todos eles teriam escondido isso dos seus povos?
5. A doutrina do pecado herdado não tem suporte nas palavras, tanto dos profetas
que vieram antes como depois de Jesus. Se tivesse sido exigida por Deus,
então eles teriam dito aos seus povos e os teriam orientado a acreditar nela,
porque todos os profetas foram enviados para orientar os povos para o Paraíso
e afastá-los do pecado e do fogo do inferno.
6. Todos os profetas ensinaram que todo o ser humano é culpado pelos seus
próprios pecados, portanto, os filhos não serão punidos pelos pecados dos seus
progenitores. Allah disse no Alcorão:
“ nenhum pecador arcará com culpa alheira” (Alcorão 53:38)
assim disse também:
“Toda a alma é depositária das suas ações” (Alcorão 74:38)
7. O pecado, conforme foi dito, não é herdado; é algo que as pessoas adquirem
por conta própria ao fazerem o que não deviam ou por absterem-se das suas
obrigações. Analisado racionalmente, seria o cúmulo da injustiça condenar
toda a raça humana por conta de um pecado cometido há milhares de anos
pelos primeiros progenitores. Pecado é uma transgressão voluntária da lei de
Allah. A responsabilidade ou culpa por isso deve ser apenas da pessoa que o
cometeu, e não dos seus descendentes. É até mesmo pior pensar na tal
possibilidade. Quão irracional e insensível a pessoa pode ser ao acreditar que
todo o bebê é pecador assim que vier à luz!
8. Dizer que o pecado original cometido por nosso pai, Adão (que a paz esteja
com ele), foi herdado por toda a humanidade vai contra o atributo da
misericórdia, que Deus atribui a Si mesmo. Está claro que a crença da herança
do pecado original não tem campo nos ensinamentos Islâmicos.

Argumento contra a terceira parte: Pena de Sangue


A terceira parte da doutrina do pecado original diz que a justiça de Deus exige
que um preço seja pago, devido aos pecados da humanidade, e que se Deus perdoasse
um pecador, sem punição, seria uma negação da Sua justiça.
A resposta para isso tem dois pontos:
9. Esta visão reflete uma completa ignorância em relação a dois dos atributos de
Allah, nomeadamente, a misericórdia e o perdão. Vejamos! se Allah vir, em ti,
que estás realmente arrependido, e com uma grande vontade de vencer o mal

105
dentro de ti, então Ele perdoará as tuas falhas e pecados, pois Ele é
Misericordioso e Clemente.
10. O Deus que adoramos (Allah) é o mais forte e mais rico; ninguém pode
prejudicá-Lo. Por conseguinte, se Ele prescreve uma lei e exige obediência,
não é para o Seu próprio benefício, mas sim para o benefício da humanidade.
Se O desobedecermos, nós é que somos os perdedores, e não Ele. Se Ele punir
alguém por suas falhas e pecados não é para Sua própria satisfação ou
compensação, mas sim para verificar o mal e purificar o pecador, com Sua
misericórdia. Tendo estes fatos em mente, não é válida a alegação de que a
justiça de Allah exige que um preço seja pago devido aos pecados de outrem.

Argumento contra a quarta parte da doutrina do pecado original:


Jesus (que a paz esteja com ele) foi sacrificado em prol da
humanidade
A quarta parte da doutrina do pecado original diz que Jesus (que a paz esteja
com ele) pagou o preço de todos os pecados (pecados originais e quaisquer outros),
sacrificando seu sangue na cruz do Calvário. A resposta para esta proposição tem dez
pontos:
11. O conceito Cristão sobre a salvação não tem suporte nas palavras de Jesus
(que a paz esteja com ele). Não é historicamente correto dizer que Jesus (que a
paz esteja com ele) veio a morrer por vontade própria e deliberadamente pelos
pecados de toda a humanidade. Na verdade, a forma atual da Bíblia atesta que
ele não quis morrer na Cuz.74
12. De fato, a Bíblia aponta para o fato de que Deus (Allah), e não Jesus (que a
paz esteja com ele), é o salvador final:
...e me creiais e entendais que eu sou o mesmo; antes de mim Deus nenhum se
formou, e depois de mim nenhum haverá. Eu, eu sou o Senhor, e fora de mim
não há salvador. (Isaías 43:10-11)
13. Punir um homem que não é culpado pelos pecados de outrem é o cúmulo da
injustiça, crueldade e falta de misericórdia, e esta qualidade não pode ser
atribuída ao Todo-Poderoso.
14. Racionalmente, não podemos aceitar que o sofrimento e morte de um homem
possa acabar com os pecados dos outros. Observemos para o seguinte
exemplo: a remoção dos dentes bons de um pai não pode aliviar a dor do dente

106
ruim do seu filho. Portanto, a ideia da crucificação é falsa e ilógica.
15. Jesus (como todos os outros profetas) foi enviado para transmitir uma
mensagem e para ser um exemplo para os seus seguidores, durante o seu
tempo de vida na terra. Ele não foi enviado para morrer deliberadamente por
eles na cruz, ou oferecer seu sangue para absolver os seus pecados.
16. Allah mencionou no Alcorão que Ele é o Misericordioso e Compassivo; Ele
perdoa pecadores, não importa quantos e quão ruins seus pecados forem, desde
que a pessoa se arrependa. Ele pode perdoar até os pecadores que não se
tenham arrependido, apenas com a sua vontade, misericórdia e favor.
__________________________________________
74
E dizia: Aba, Pai, tudo Te é possível; afasta de mim este cálice; todavia não seja o
que eu quero, mas o que Tu queres. "(Marcos 14:36)
17. O conceito de expiação é falso, porque indiretamente incentiva as pessoas a
pecarem, pensando que seus pecados serão incumbidos a uma outra pessoa,
uma vez que acreditam nisso! Além disso, se alguém morreu pelos pecados de
outrem, qual é a razão de aderir ao bem e proibir o mal?
Argumento contra a quinta parte: o "sacrifício" de Jesus (que a paz
esteja com ele)
18. A doutrina Cristã afirma que Jesus (que a paz esteja com ele) foi crucificado
pela administração do governador romano de Jerusalém, Pôncio Pilatos, com a
cooperação de alguns líderes Judaicos.75 No entanto, o Alcorão já explicou que
Jesus não morreu; contrariamente, Allah fê-lo ascender quando o tentaram
matar. Allah substituiu-o com uma outra pessoa parecida com ele, e é esta
outra pessoa que foi morta. Até aos dias de hoje, os Cristãos acreditam que
Jesus é a pessoa que foi morta na cruz, mas Allah disse no Alcorão:
“E por dizerem: Matamos o Messias, Jesus, filho de Maria, o Mensageiro de
Allah, embora não sendo, na realidade, certo que o mataram, nem o
crucificaram, mas o confundiram com outro. E aqueles que discordam quanto a
isso estão na dúvida, porque não possuem conhecimento algum, mas apenas
conjecturas para seguir; porém, o fato e que não o mataram. Outrossim, Allah
fê-lo ascender até Ele, porque é Poderoso, Prudentíssimo.” (Alcorão 4:157-158)
19. Eis aqui a outra prova de que Jesus não foi morto. Nos ensinamentos
Islâmicos, há uma evidência clara indicando a segunda vinda de Jesus antes da
hora final; este será o último milagre de Jesus. Ele voltará mas não como
Deus, tal como os Cristãos acreditam, mas como próprio Jesus, o Mensageiro

107
e servo de Allah, tal como sempre foi. Um dos propósitos da sua vinda será de
corrigir os equívocos sobre a sua missão. Segundo a afirmação do Profeta
Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) ele (Jesus)
permanecerá por quarenta anos, e estes serão os dias mais felizes nesta terra.
Durante esse tempo, aqueles que equivocaram-no, corrigirão a sua concepção
e acreditarão nele como um mensageiro, e não como o filho de Deus (Allah).
“Foi narrado por Abu Hurairah (que Allah esteja satisfeito com ele) que o
Mensageiro (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) de Allah disse:

____________________________________________
75
Harrington, "Who Killed Jesus?
Por Aquele em Cujas Mãos está minha alma, não levará muito tempo antes
que o filho de Maria desça entre vós, um juiz e governante justo. Ele quebrará a cruz,
matará os suínos e abolirá o imposto pago por Judeus e Cristãos. O dinheiro será tão
abundante que ninguém o aceitará. Nessa altura, uma única prostração será melhor do
que este mundo e tudo que nele existe.
Abu Hurairah (que Allah esteja satisfeito com ele) disse: Leia se quiser (o
seguinte versículo do Alcorão):
“Nenhum dos adeptos do Livro deixará de acreditar nele (Jesus), antes da sua
morte, e, no Dia da Ressurreição, testemunhará contra eles.” (Alcorão 4:159)
(Registado pelo Imam Bukhari)
Isto marca o fim da resposta da quinta parte da doutrina.

Argumento contra a sexta parte: A Salvação só é Possível


através da Crença em "Sacrifício" Vicário do Cristo

20. A própria Bíblia contradiz a noção do pecado original. A este respeito, a Bíblia
fala sobre as divergências relativas ao pecado original:
Ora, uma só coisa é o que planta e o que rega; e cada um receberá o seu galardão
segundo o seu trabalho. (I Coríntios 3: 8)
Diz também:
A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a iniquidade do pai, nem o
pai levará a iniquidade do filho, A justiça do justo ficará sobre ele, e a impiedade
do ímpio cairá sobre ele. (Ezequiel 18:20)

108
O pecado original e expiação na perspectiva Islâmica

O Islam declara que:


 As pessoas não podem transferir suas responsabilidades para salvadores ou
santos. A redenção e salvação de cada um depende das suas próprias ações.
 O perdão dos pecados (salvação) só pode ser alcançado através do
arrependimento perante Allah e esforços sinceros e persistentes para lutar
contra o mal, e fazer o bem. Allah perdoa as falhas e os pecados daqueles em
quem Ele vê bondade real e aqueles que se afastaram dos seus pecados – sem
puni-los ou qualquer outra pessoa no seu lugar.
Em muitos versículos do Alcorão e afirmações do Profeta Muhammad (que a
paz e bênçãos de Allah estejam com ele), menciona-se que aqueles que se arrependem
são concedidos o perdão dos pecados; Além disso, seus pecados são substituídos com
uma recompensa.
“... E não serão presas do temor, nem se angustiarão.” (Alcorão 2:112)
Em muitos versículos do Nobre Alcorão, Allah Todo-Poderoso convida as
pessoas a se arrependerem sinceramente.
“Notifica Meus servos de que sou o Indulgente, o Misericordiosíssimo, e que Meu
castigo será o dolorosíssimo castigo!” (Alcorão 15:49-50)
Aqui, Allah está a convidar os pecadores a se arrependerem;
independentemente da magnitude dos seus pecados, Ele perdoá-los-á. Ao mesmo
tempo, Ele está a alertar àqueles que se não querem arrepender dizendo que nenhuma
punição pode ser comparada com a Sua.
Disse também:
“Dize: Ó servos Meus, que se excederam contra si próprias, não desespereis da
misericórdia de Allah; certamente, Ele perdoa todos os pecados, porque Ele é o
Indulgente, o Misericordiosíssimo. E voltai, contritos, ao vosso Senhor, e
submetei-vos a Ele, antes que vos açoite o castigo, porque, então, não sereis
socorridos.” (Alcorão 39:53-54)
Veja quão perfeito, sadio e lógico é o Livro de Deus, o Alcorão, aborda a
questão do pecado e expiação. Refira-se que o Islam confirma que a abordagem
Islâmica sobre esse assunto foi feita em todas as mensagens divinas, incluindo a
mensagem de Jesus Cristo. Que a paz e as bênçãos estejam com ele e com todos os

109
profetas!

Conclusão
Ao manter o conceito do pecado original, toda a noção de justiça na teologia
Cristã torna-se fútil. A análise dos seis princípios desta doutrina, juntamente com os
argumentos contra (estes princípios), prova que a estrutura de todo o princípio do
pecado original e da expiação é falso, uma vez que não tem qualquer suporte, quer nas
escrituras reveladas, quer pela lógica; pelo contrário, é evidentemente uma doutrina
desenvolvida pelo homem na Igreja Cristã.

110
17. Revitalização dos Ensinamentos Básicos de
Jesus no Islam76

Introdução
Todos os profetas foram enviados com a mesma mensagem: monoteísmo na
adoração de Allah, o Altíssimo, e para testemunhar a supremacia dos Seus atributos,
bem como a Unicidade de Sua essência. No entanto, as suas mensagens podem se
diferir em termos de legislação (Sharia), por exemplo, em relação à forma de fazer
orações, jejuar, tipos de caridade e assim por diante. Isso depende de características
próprias de cada nação, de acordo com a sabedoria de Allah, pois Ele conhece as Suas
criaturas melhor que elas mesmas.
Todo o profeta revitalizou as crenças básicas que haviam sido distorcidas
desde a partida do anterior profeta. O Islam, sendo a mensagem final, revitalizou as
crenças básicas e práticas de todas as mensagens anteriores, incluindo a mensagem de
Jesus. Fê-lo de modo que os povos as percebessem com facilidade e as seguissem.
A seguir apresentam-se alguns ensinamentos básicos que foram estabelecidos
pelo Profeta Jesus e que mais tarde foram revitalizados na mensagem do Islam:

17.1 Revitalização da Crença da Unicidade da Essência


de Allah

Este princípio fundamental foi ensinado por Jesus (que a paz esteja com ele),
conforme citado abaixo, porém, posteriormente, foi abandonado pela maioria dos

111
Cristãos. No entanto, foi revitalizado na mensagem do Islam. Todas as graças e
louvores são para Allah pela Sua orientação.

Aqui, estão as catorze provas da Bíblia e pensamento racional


sobre a Unicidade de Allah em Sua essência, negando a doutrina da
Trindade:

1. Ouve, Ó Israel: O Senhor nosso Deus, é o único Senhor. (Deuteronómio


6:4)

_________________________________________
76
Compilado de Philips, The True Message of Jesus Christ and Caraballo, My Great Love for Jesus Led
Me to Islam.

2. ...para que o saibais, e me creiais e entendais que Eu sou o mesmo; antes


de Mim Deus nenhum se formou, e depois de Mim nenhum haverá. Eu,
Eu sou o Senhor, e fora de Mim não haverá salvador. (Isaías 43:10-11)
3. sou o primeiro, e eu sou o último, e fora de Mim não há Deus. Quem há
como eu? (Isaías 44:6-7)
4. ...pois não há além de Mim, Deus justo e Salvador não há além de Mim.
Olhai para Mim, e sereis salvos... (Isaías 45:21-23)
5. E a vida eterna é esta: que te conheçam a Ti, como o Deus verdadeiro, e a
Jesus Cristo, aquele que Tu enviaste.77 (João 17:3)
6. Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a Ele servirás. (Mateus 4:10)
7. Ouve, Israel: O Senhor nosso Deus é o Único Senhor. (Marcos 12:29)
8. Eu sou o Senhor, e não há outro. Não falei em segredo, nalgum lugar
tenebroso da terra... Eu, o Senhor, falo a justiça, e proclamo o que é reto.
(Isaías 45:18-19)
9. Uma outra prova importante, na Bíblia, de que Deus (Allah), Jesus (que a paz
esteja com ele), e o Espírito Santo são, na sua essência, todos distintos: a
Bíblia (Antigo e Novo Testamentos) não afirma, em nenhuma passagem, que
Allah, Jesus (que a paz esteja com ele) e o Espírito Santo compreendem uma
entidade chamada Deus, ou uma das três. Este é mero produto do homem,
pensamento pagão que as pessoas herdaram cegamente de seus progenitores e
avós ao longo dos anos e gerações, sem qualquer avaliação racional.
10. Os seguintes versículos Bíblicos referentes a Deus (Allah), contradizem o
credo da Trindade duma forma indireta:

112
 Vós nunca ouvistes a sua voz, nem vistes a sua forma. (João 5:37)
 ... a quem nenhum dos homens tem visto nem pode ver. (Timóteo
6:16)
 ... não poderás ver minha face, porquanto homem nenhum pode
ver a minha face e viver. (Êxodos 33:20)
Segundo estes versículos Bíblicos, nenhum homem pode ver ou ouvir Deus,
no entanto, a crença Cristã supõe que Jesus seja Deus. Neste caso, estes versículos não
fariam nenhum sentido, porque a família e seguidores de Jesus, os Judeus e tantos
outros contemporâneos viram e ouviram Jesus quando em vida. Obviamente, estes
_______________________________________
77
O versículo indica claramente a distinção entre Allah como Deus e Jesus como um profeta.
versículos não podem estar a falar sobre Jesus; devem estar a se referir a uma outra
entidade: a Deus (Allah), o Altíssimo, Quem pessoa alguma pode ver ou ouvir.
11. É curioso, também, que o próprio Jesus nunca mencionou a Trindade. Ele não
disse nada a respeito de entidades divinas que formam uma trindade. Se
houvesse uma trindade, ele teria dito muito claramente ao seu povo, porque os
profetas vieram para transmitir a verdade, e não para escondê-la.
12. A noção que Jesus (que a paz esteja com ele) tinha sobre Allah não tinha
nenhuma diferença daquela que todos os outros profetas anteriores tinham.
Todos eles pregavam a Unicidade de Allah ao invés do conceito de ‘Trindade’.
Jesus ensinou a mesma mensagem monoteísta e unitária que foi revelada para
todos os profetas que vieram antes dele.
13. A doutrina da Trindade é simplesmente irracional, porque nada que vem Dele
ou criado por Ele pode ser igual a Ele ou ser Seu parceiro.
14. O Alcorão rejeita a ideia da Trindade tão fortemente quanto rejeita a ideia de
que Allah tem um filho. Isto porque Allah informou-nos que é Uno. Este é o
princípio fundamental de todas as revelações. O número 3 (três), tanto
segundo a lógica assim como segundo a aritmética, não pode ser número 1
(um). Sobre este assunto, o Alcorão diz o seguinte aos Cristãos:
“Ó adeptos do Livro, não exagereis em vossa religião e não digas de Allah senão
a verdade. O Messias, Jesus, filho de Maria, foi tão-somente um mensageiro de
Allah e o Seu Verbo, com o qual Ele agraciou Maria por intermédio do Seu
Espírito. Crede, pois, em Allah e em Seus mensageiros e não digais: Trindade!
Abstende-vos disso, que será melhor para vós; sabei que Allah é Uno. Glorificado

113
seja! Longe está a hipótese de ter tido um filho. A Ele pertence tudo quanto há
nos céus e na terra, e Allah é mais do que suficiente Guardião. (Alcorão 4:171)
O Islam revitalizou a noção da Unicidade de Allah na sua essência. Negou
absolutamente a doutrina de filiação (de que Jesus é o filho de Deus e, como tal, é
tanto humano e divino) e sobre a doutrina que diz que Allah é Jesus (que a paz esteja
com ele), Allah disse:
“São blasfemos aqueles que dizem: Allah é o Messias, filho de Maria ...” (Alcorão
5:72)
Assim também disse no Nobre Alcorão:
“Dize: Ele é Allah, o Único, Allah! O Absoluto! Jamais gerou ou foi gerado! E
ninguém é comparável a Ele!” (Alcorão 112:1-4)

17.2 Revitalização da supremacia de Allah em termos


de Seus atributos e qualidades

Allah tem múltiplos e supremos atributos. Ele é o Mais Gracioso e o Mais


Misericordioso. Ele foi louvado em todos os livros revelados e através de palavras de
todos Seus profetas. Segundo a Bíblia, Jesus (que a paz esteja com ele) ensinou que
Allah é supremo em Seus atributos.
E eis que se aproximou dele um jovem, e disse-lhe: “Mestre, que bem farei para
conseguir a vida eterna? Respondeu-lhe ele: Por que me perguntas sobre o que é
bom? Um só é bom; mas se é que queres entrar na vida, guarda os
mandamentos. (Mateus 19:16-17)
Ele negou a atribuição da ‘bondade infinita’ ou ‘bondade perfeita' para si
mesmo, e afirmou que este atributo pertence a Deus somente.
Em Isaías (44:6-7, RSV), foi relatado que Deus (Allah), disse: " Eu sou o primeiro, e
Eu sou o último, e fora de Mim não há Deus. Quem há como Eu?.
O Islam efetivamente revitalizou esta noção básica. Numerosos versículos do
Alcorão e ditos do Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com
ele) afirmam que Allah:
 Não tem parceiros nem semelhantes;
 É invisível porque está por cima do Seu trono, e acima dos céus, e nenhum
homem o pode ver nesta vida;

114
 Não se manifesta fisicamente ou encarnar-se em outras formas.
 É eterno; Não morre.
 Não gera, nem é gerado; Não precisa de ninguém como mãe, esposa ou filho.
 Não tem parceiros na sua divindade.
 É auto-suficiente; todos dependem d’Ele e d’Ele precisam, mas Ele não
depende de ninguém, nem precisa de algo (como comida, bebida ou ajuda).
Por exemplo, Deus disse no Alcorão:
“...Nada se assemelha a Ele...” (Alcorão 42:11)
“Não compareis ninguém a Allah, porque Ele sabe e vós ignorais” (Alcorão
16:74)
“...A Allah, aplica-se o mais sublime exemplo, porque Ele é o Poderoso, o
Prudentíssimo.” (Alcorão 16:60)
Esta parte básica de crença (que Deus merece os melhores nomes e atributos)
foi reiterada repetidamente no Nobre Alcorão. Isto é evidente para o leitor do Alcorão,
que percebe que numerosos versículos do Alcorão terminam com uma referência a um
atributo divino, tal como Omniouvinte, Omnipresente, o Mais-Indulgente, o Todo-
Compassivo, o Altíssimo e o Grandioso.

17.3 Revitalização da doutrina de monoteísmo


(adoração a Allah apenas)

Conforme mencionado anteriormente, a exortação para crer somente em Allah


(monoteísmo), sem nenhum intermediário, foi a mensagem de todos os profetas;
portanto, qualquer ato de adoração deve ser direcionado apenas a Allah. Por causa do
desvio persistente nesta doutrina, teve de ser reafirmada por todos os profetas de
Allah ao longo dos tempos. A mensagem monoteísta do Islam diz claramente às
pessoas que devem adorar somente a Allah, e que não devem adorar a nenhuma coisa
senão a Ele.
No entanto, os Cristãos agora invocam (suplicam) a Jesus (e aos outros) ao
invés de Allah. Além disso, eles endereçam todos os tipos de adoração a Jesus.
Associar ou atribuir parceiros a Allah não passa de prática de politeísmo.
Surpreendentemente, embora o texto da Bíblia tenha sido alterado significativamente,
ainda contém evidências de que Jesus exortou aos outros para o monoteísmo:

115
 Em Lucas 4:5-7, Então o Diabo, levando-o a um lugar elevado, mostrou-
lhe num relance todos os reinos do mundo. E disse-lhe: dar-te-ei toda a
autoridade e glória destes reinos, porque me foi entregue, e a dou a quem
eu quiser; se tu me adorares, será toda tua.
Respondeu-lhe Jesus: está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a Ele
servirás.
 ...pois não há outro Deus senão Eu; Deus justo e Salvador não há além de
Mim. Olhai para Mim, e sereis salvos... Diante de Mim se dobrará todo
joelho, e jurará toda a língua. (Isaías 45:21-23)
 Olhai para Mim, e sereis salvos, vós, todos os confins da terra; porque eu
sou Deus, e não há outro. (Isaías 45:22)
 Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a Ele servirás. (Mateus 4:10)
 Porque assim diz o Senhor, Que criou os céus,... Eu sou o Senhor e não há
outro. Não falei em segredo, nalgum lugar tenebroso da terra... Eu, o Senhor
falo a justiça, e proclamo o que é reto.
Assim, a essência da mensagem de Jesus era de que somente Allah é digno de
adoração; a adoração de qualquer que seja a pessoa ou coisa além de Allah ou
paralelamente a Ele é falsa. É importante saber que adorar a outros senão a Allah é
a maior alteração na mensagem de Jesus, pois nunca foi dito, na Bíblia, que Jesus
(que a paz esteja com ele) quis que alguém o adorasse, direta ou indiretamente
através de ídolos, estátuas ou cruz.
Depois de Jesus ter partido, a chamada para o monoteísmo foi distorcida por
seguidores posteriores, começando com Paulo, que distorceu aquela mensagem pura e
simples para uma filosofia trinitária complicada que justificou a adoração a Jesus,
seguido por aquilo que alguns consideram ser o culto da mãe de Jesus, Maria, os anjos
e os santos. Os católicos têm uma longa lista de santos a quem recorrerem em
momentos de necessidade.
Adorar a outros além de Allah é irracional e em vão, porque tanto os vivos
como os mortos não podem responder às orações (súplicas) da humanidade. A
adoração de Allah não deve ser compartilhada com a Sua criação, porque são pessoas
como nós; não são criadores. São criaturas fracas como nós; precisam de comida,
bebida, abrigo e ajuda, e depois da sua morte (ou ascensão, no caso de Jesus), não
podem ouvir sequer os que por eles chamam!

116
O Islam revitalizou a doutrina do monoteísmo. Por exemplo, Allah disse o
seguinte no Alcorão:
“São blasfemos aqueles que dizem: Allah é o Messias, filho de Maria, ainda
quando o mesmo Messias disse: Ó israelitas, adorai a Allah, Que é meu Senhor e
vosso. A quem atribuir parceiros a Allah, ser-lhe-á vedada a entrada no Paraíso
e sua morada será o fogo infernal! Os injustos jamais terão socorredores.”
(Alcorão 5:72)
“Aqueles que invocais em vez de Allah são servos, como vós...” (Alcorão 7:194)
“...Haverá outra divindade em parceria com Allah? Exaltado seja Allah de
quanto Lhe associam!” (Alcorão 27:63)
“...poderá haver outra divindade em parceria com Allah? Dize-lhes: Apresentai
as vossas provas, se estiverdes certos.” (Alcorão 27:64)
“Não criei os génios e os humanos, senão para Me adorarem.” (Alcorão 51:56)
O Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) disse:
«A súplica é um ato essencial de adoração» (Um hadith autêntico narrado por
Imams at-Tirmidhi e Abu Dawood)
Consequentemente, se alguém afirmar ser um Muçulmano, mas a adorar a um
profeta, santo, estátua ou qualquer outra coisa, então, ele ou ela está fora dos limites
do Islam.
Assim, de acordo com estas afirmações, todos os outros supostos deuses e
divindades a quem as pessoas adoram e invocam, como por exemplo, Jesus, o Espírito
Santo, Brahma, Shiva, Krishna ou Buda não são deuses; nem são manifestações do
Único e verdadeiro Deus (Allah). Mesmo se alguém fosse para adorar ao Profeta
Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele), o mesmo castigo
mencionado acima aplicar-se-ia a esse indivíduo.

17.4 Revitalização da Crença da Profecia de Jesus

As nove provas Bíblicas da profecia de Jesus


Há muitos versículos do Novo Testamento afirmando a profecia de Jesus e não
a sua divindade.
1. E a vida eterna é esta: que te conheçam a Ti, como o Único Deus
verdadeiro, e a Jesus Cristo, aquele que Tu enviaste.78 (João 17:3)
2. Os povos do seu tempo são mencionados como tendo se referido a

117
Jesus como um profeta. “E as multidões respondiam: Este é o
profeta Jesus, de Nazaré da Galileia.” (Mateus 21:11)
3. Jesus referiu-se a si mesmo como profeta. “Então Jesus lhes dizia:
Um profeta não fica sem honra senão na sua terra, entre os seus
parentes, e na sua própria casa.” (Marcos 6:4)
4. Nos versículos anteriores, Jesus é referido como tendo sido enviado
como mensageiro. Em Mateus 10: 40. Jesus foi citado como tendo dito,
“Quem vos recebe, a mim me recebe, e quem me recebe a mim,
recebe aquele que me enviou.”

_____________________________________________
78
Este versículo indica muito claramente a distinção entre Deus, a divindade, Jesus, e o profeta. Veja
também João 4:34, 05:30, 07:16, 07:28, 11:42, 13:16 e 14:24.
5. Foi narrado que Jesus também disse:
Eu não posso de mim mesmo fazer coisa alguma; como ouço, assim julgo;
e o meu juízo é justo, porque não procuro a minha vontade, mas a
vontade daquele que me enviou. (João 5:30)
6. Jesus foi também citado como tendo se referido como um ‘Mestre’, o
papel de todos os profetas.
E eis que se aproximou dele um jovem, e lhe disse: Mestre, que bem farei
para conseguir a vida eterna? (Mateus 19:16)
7. Em Mateus 19:17, Jesus respondeu a pessoa que se referiu dele como
‘Mestre’, dizendo, “Por que me perguntas sobre o que é bom? Um
só é bom; mas se é que queres entrar na vida, guarda os
mandamentos” Jesus aqui rejeita ser chamado de ‘bom’ e reafirma
que só Deus é bom. Igualmente, rejeita ser chamado de ‘perfeitamente
bom’, porque a perfeição pertence apenas a Deus (Allah).
8. Em Mateus 5:17, Jesus disse:
Não pensais que vim destruir a lei ou os profetas; não vim destruir, mas cumprir.
Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, de modo
nenhum passará da lei um só i ou um só til, até que tudo seja cumprido.
9. Em Mateus 5:19, Jesus Cristo, em consonância com o papel de
qualquer profeta, foi relatado como tendo insistido na obediência
rigorosa aos mandamentos de Allah:

118
Portanto, qualquer um que relaxar o mínimo destes mandamentos e ensinar
outros, mesmo com a essência similar, será amenizado no reino dos céus,
mas aquele que os cumprir e os ensinar será engrandecido no reino dos
céus.

17.5 A Revitalização da Doutrina da Humanidade de


Jesus
Não há evidência alguma na Bíblia que dá conta da divindade de Jesus (que a
paz esteja com ele), em passagem alguma, nos Evangelhos, foi reportado Jesus como
tendo se chamado de ‘Deus’ ou de uma das três (divindades). Se este fosse o caso,
então teria sido mencionado claramente na Bíblia, pelo menos uma vez, porque Jesus,
assim como todos os outros profetas foi enviado para esclarecer aos seus povos sobre
a verdade, e sanar suas dúvidas, e não para os confundir ainda mais.
Na verdade, a Bíblia, mesmo na sua forma atual, aponta para a humanidade de
Jesus. Em algumas das escrituras de Paulo, cuja igreja considera-as sagradas, Jesus é
tratado como um homem, distinto e diferente de Deus (Allah). Em 1 Timóteo 2:5,
Paulo escreve, “Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os
homens, Cristo Jesus, homem...”79
Nos dias de hoje, muitos estudiosos Cristãos modernos seguram que Jesus
Cristo não foi ‘Deus’.
Em 1977, um grupo de sete estudiosos da bíblia, incluindo a leading Anglican
the ologians e outros estudiosos do Novo Testamento, publicaram um livro intitulado
O Mistério de Deus Incarnado, que causou muita polémica no Sínodo Geral da Igreja
de Inglaterra. No prefácio, o editor, John Hick, escreveu:

Os escritores deste livro estão convencidos que um maior desenvolvimento


teológico é exigido nesta última parte do século vinte. A necessidade surge do
conhecimento crescente das origens do Cristianismo, e envolve o
reconhecimento de que Jesus foi (conforme é apresentado em Atos 2.21) ‘um
homem aprovado por Deus devido o papel especial, que desempenhou no
propósito divino, e defendem que a concepção posterior de que Deus
encarnou-se nele é simplesmente uma forma poética e mitológica de expressar
esta significância para nós.80

119
Note-se que a noção da humanidade de Jesus não é defendida apenas pelos
Muçulmanos, mas também pelos Judeus e algumas seitas atuais do Cristianismo, tais
como: o Ebionismo (Nazarenos), coríntios, Basilidianos e Gogos. Algumas seitas
sustentaram que Jesus foi um querido profeta de Deus, e estas não o elevaram para
acima do seu estatuto legítimo. Até hoje há igrejas na Asia e na África, para além da
Igreja Unitária e Testemunhas de Jeová, que não adoram a Jesus como Deus. É
importante salientar que negar a divindade de Jesus não é suficiente para a sua
salvação no Dia do Juízo Final, salvo se também aceitares o Islam, o Profeta
Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele), e a última revelação de
Allah.

______________________________________________
79
Todos os mensageiros são mediadores entre Deus e os povos.
80
Philips,The True Message of Jesus Christ, 61.

A Verdade sobre a Questão da Filiação81


Na Bíblia, a expressão ‘filho’ foi usada para se referir a muitos dos profetas
anteriores. Israel, por exemplo, era chamado de ‘Filho de Deus’ num dos livros de
Moisés, “Então dirás a Faraó: Assim diz o Senhor: Israel é Meu filho, Meu
primogénito.” (Êxodo 4:22)

O mesmo título é atribuído a David.

Falarei do decreto do Senhor; ele me disse: Tu és Meu Filho, hoje te gerei.


(Salmos 2:7)

Da mesma forma, o Profeta Salomão foi chamado de ‘Filho de Deus’.

Ele edificará uma casa ao Meu nome. Ele Me será por filho, e Eu lhe serei por
pai, e confirmarei o trono de seu reino sobre Israel para sempre. (1 Crónicas
22:10)

Ao longo da Bíblia, a palavra ‘filho’ é usada para se referir a ‘proximidade de


Deus em amor’. Isto é certificado quando vemos o próprio Jesus a dizer que todo o
homem que fez a vontade do Pai, era Filho de Deus nos céus.

Jesus é citado como tendo dito o seguinte nos seguintes versículos:

Amai aos vossos inimigos... para que vos torneis filhos do vosso Pai que está nos
céus. (Mateus 5:44-45)

120
Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus.
(Mateus 5:9)

Portanto, o que fez com que o homem fosse digno de ser chamado de ‘Filho de
Deus’ foi uma vida devotada e gentil, comportamento misericordioso.

A Bíblia prova que Jesus rejeitou ser chamado de ‘Filho de Deus’:

Também de muitos saíam demônios, gritando e dizendo: Tu és o Filho de Deus.


Ele, porém, os reprendia, e não os deixava falar; pois sabiam que ele era o Cristo.
(Lucas 4:41)

___________________________________________
81
Compilado de Caraballo, My Great Love for Jesus Led Me to Islam

Considerando o supra dito, não há justificação para chamar Jesus de Filho


de Deus, num sentido exclusivo e único. Quando Jesus usou a expressão ‘Filho de
Deus’, esta expressão tinha exatamente o mesmo significado de quando foi usada para
se referir a Adão, Israel, David e Salomão (que a paz esteja com eles), isto é, o mais
próximo em amor ao Deus.

A humanidade e a profecia de Jesus (que a paz esteja com ele) são


confirmados em muitos versículos do Alcorão, para corrigir o grave erro de elevá-lo
ao estatuto de Deus (Allah) ou de considerá-lo Filho de Deus (Allah), num sentido
exclusivo.

Em onze passagens diferentes do Alcorão, encontradas em nove capítulos


diferentes, Allah negou ter um filho: 2:116, 10:68, 11:117, 18:4, 19:77, 19:88, 19:91-
92, 21:26, 25: 2, 39:4, e 72:3: por exemplo, diz Ele:

“Afirmam: O Clemente teve um filho! Sem dúvida que hão proferido uma
heresia. Por isso, pouco faltou para que os céus se fundissem, a terra se fendesse
e as montanhas, desmoronassem. Isso, por terem atribuído um filho ao
Clemente, Quando é inadmissível que o Clemente houvesse tido um filho. Sabei
que tudo quanto existe nos céus e na terra comparecerá, como servo, ante o
Clemente. Ele já os destacou e os enumerou com exatidão. Cada um deles
comparecerá, solitário, ante Ele, no Dia da Ressurreição.” Alcorão 19:88-95)

Allah, o Altíssimo, assim disse também:

121
“O Messias, filho de Maria, não é mais do que um mensageiro, do nível dos
mensageiros que o precederam; e sua mãe era sinceríssima. Ambos se
sustentavam de alimentos terrenos, como todos. Observa como lhes elucidamos
os versículos e observa como se desviam.” (Alcorão 5:75)

Claramente, a ideia de que Jesus era Deus ou de que era filho de Deus é
textualmente fraca e logicamente impossível.

Notas importantes

1. Em nenhuma das escrituras Cristãs ou Muçulmanas Maria disse que era


mãe de Deus ou que o seu filho era Deus. Conforme dito no Alcorão, ela
era uma mulher devotada, virtuosa que adorava a Deus. Nunca foi dito na
Bíblia que Jesus (que a paz esteja com ele) instruiu alguém para adorar a
figuras ou estátuas dela, e nunca, ele mesmo, o fez.

2. Como medida de precaução, há muitos versículos no Alcorão que também


confirmam os atributos humanos do Profeta Muhammad, de modo a
prevenir os seus seguidores de o elevar para o estatuto de divindade ou de
semidivindade, tal como aconteceu no caso do Profeta Jesus (que a paz
esteja com ele).

Por exemplo, no Capítulo 18, Allah instrui o Profeta Muhammad (que a paz e
bênçãos de Allah estejam com ele) para informar a todos que ouvem a sua mensagem:

“Dize: Sou tão-somente um mortal como vós, a quem tem sido revelado que o
vosso Deus é o Deus Único. Por conseguinte, quem espera o comparecimento ante
seu Senhor que pratique o bem e não associe ninguém ao culto d’Ele.” (Alcorão
18:110)

17. 6 Revitalização da Doutrina de Ascensão de Jesus


(negação de crucificação)

Algumas das alterações feitas na mensagem do profeta Jesus, depois da sua


ascensão, são tão sérias que confundem a própria origem do Cristianismo. Por
exemplo, as duas únicas referências à ascensão de Jesus, que foram encontradas nos

122
Evangelhos de Marcos e Lucas na Versão de Rei James (VRJ) foram retirados da
Versão Padrão Revista 1952 (VPR). Antes da retirada dessas passagens, os
respectivos versículos são os seguintes:

“Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu, e assentou-se à
direita de Deus. (Marcos 16:19, VRJ)

“E aconteceu que, enquanto os abençoava, apartou-se deles; e foi elevado ao


céu.” (Lucas 24:51, VRJ)

O Versículo em causa no Evangelho de Marcos foi removido, juntamente com


uma série de outros versículos que imediatamente precediam e sucediam, são
dezasseis versículos no total.

No 1952 RSV, Lucas 24:51 diz, “Aconteceu que, enquanto os abençoava,


apartou-se deles” As palavras ‘elevado ao céu’ foram removidas.82

O Islam revitalizou a crença da ascensão de Jesus. O Alcorão confirma as


primeiras escrituras, que nos informam que Allah o ascendeu quando os seus inimigos
tentaram crucificá-lo. Allah substituiu Jesus por uma outra pessoa que se parecia com
ele, e, na realidade, essa pessoa é que foi crucificada. No entanto, a partir desse dia, os
Cristãos passaram a acreditar que Jesus foi morto, e para celebrar isso, muitos usam
cruzes ou crucifixos ou penduram-nos em suas casas, apesar de Jesus (que a paz esteja
com ele) nunca ter-lhes dito para o fazer.

Allah disse no Alcorão:

“E por dizerem: Matamos o Messias, Jesus, filho de Maria, o Mensageiro de


Allah, embora não sendo, na realidade, certo que o mataram, nem o
crucificaram, mas o confundiram com outro. E aqueles que discordam quanto a
isso estão na dúvida, porque não possuem conhecimento algum, mas apenas
conjecturas para seguir; porém, o fato é que não o mataram. Outrossim, Allah
fê-lo ascender até Ele, porque é Poderoso, Prudentíssimo. (Alcorão 4:157-158)

17.7 Revitalização da Proibição de Augúrio83


O conhecimento do que vai acontecer no futuro é um atributo somente de
Allah. Ninguém sabe o que vai acontecer no futuro próximo ou distante, exceto Ele.

123
As escrituras reveladas proibiram o augúrio e a bruxaria, porque aqueles que se
dedicam a estas práticas tentam elevar-se ao nível de Allah, em termos de assumir um
dos seus atributos divinos.
A previsão do tempo não é considerada parte de augúrio e bruxaria, porque
meteorologistas dependem de medições físicas e cálculos matemáticos. Isso é
diferente de augúrio e bruxaria, onde a pessoa tenta saber o que vai acontecer no
futuro, assim como Allah sabe. Em verdade, só Ele é Onisciente.

______________________________________________
82
Os versículos em Marcos 16:9-20, assim como as palavras "elevado ao céu", em Lucas 24:51, foram
restauradas em 1971, e são encontrados em VPR de hoje com uma nota de rodapé explicando que
alguns destes versículos não eram encontrado em manuscritos anteriores. (Editor)
83
Augúrio tem muitos significados, alguns dos quais são: prognóstico, profecia e adivinhação. Claro, a
profecia é um dom que Allah deu somente aos profetas
Jesus proibiu augúrio e bruxaria. Levítico 19:26 diz, “Não comereis coisa
alguma com o sangue; não usareis de encantamentos, nem de agouros.”
O Islam revitalizou esta doutrina, de que só Allah conhece o futuro. Allah
disse:
“...o desconhecido só a Allah pertence...” (Alcorão 10:20)
“Dize: Ninguém, além de Allah, conhece o mistério dos céus e da terra. Eles não
se apercebem de quando serão ressuscitados.” (Alcorão 27:65)
Com base nisso, o Islam proíbe estritamente a consulta aos videntes ou a algo
similar. O Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) disse:

“Se alguém consulta um vidente ou adivinho e acreditar no que ele (ou ela)
disser, então, (essa pessoa) não crê no que foi revelado a Muhammad (que a paz e
bênçãos de Allah estejam com ele).” (Registado por Imams Bukhari e Abu Dawood)

17.8 Revitalização da Proibição da Bruxaria


Referindo-se a citação do Antigo Testamento acima (Levítico 19:26), a
feitiçaria é proibida nos ensinamentos de Moisés, Jesus e de todos os profetas (que a
paz esteja com todos eles). A razão para isso é que os feiticeiros e praticantes do
ocultismo procuram assistência satânica para fazer a sua magia, e isso é contra os
ensinamentos de todos os profetas.

O Islam revitaliza a Proibição de Bruxaria.


«O Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) disse:

124
Evitai os sete grandes pecados destrutivos.
Seus Companheiros perguntaram: Ó Mensageiro de Allah, quais são eles?
Assim respondeu Ele: adorar a outros senão a Allah, praticar a feitiçaria...”
(registado por Imams Bukhari e Muslim)

Revitalização da Proibição de Práticas Maléficas


Sem dúvida, os ensinamentos doutrinários sobre a natureza de Deus e Jesus
foram revitalizados pela religião Islâmica. Ao mesmo tempo, algumas das proibições
(relacionadas com práticas maléficas para o indivíduo e/ou a sociedade) ensinadas por
Jesus e por anteriores profetas foram também revitalizadas.

17.9 Revitalização da Proibição de Cobrança de Juros


Em respeito a lei, o Profeta Jesus opôs-se à entrega ou aceitação de juros,
porque os textos do Antigo Testamento proíbem expressamente os juros.
Do teu irmão não exigiras juros, nem de dinheiro, nem de comida, nem de
qualquer outra coisa que se empresta a juros. (Deuteronómio 23:19)
O Islam revitaliza o que Jesus ensinou sobre a proibição de juros:
“Ó crentes, temei a Allah e abandonai o que ainda vos resta da usura, se sois
crentes! (Alcorão 2:278)
Há grande sabedoria por detrás da proibição de juros. Em primeiro lugar,
aquele que obtém rendimentos através de juros faz isso sem trabalhar para tal
(rendimento); em contraste, o Islam encoraja fortemente a pessoa a trabalhar para
ganhar a vida. Em segundo lugar, aquele que pede emprestado, o faz porque não tem
recursos financeiros, e os juros criam um fardo ainda maior para ele ou ela, pois o
montante a ser reembolsado é ainda maior que o concedido. Em terceiro lugar, um
sistema baseado em juros pode conduzir para inflação, recessão e até mesmo para um
colapso completo dos mercados financeiros, conforme temos testemunhado nos
últimos dias. Muitos países, tanto desenvolvidos como em desenvolvimento,
tornaram-se escravizados pelo sistema de usura e juros.
É indiscutível que a recessão econômico mundial entre os anos 2008-2009 (e o
possível colapso de muitas economias mundiais), que começou nos Estados Unidos e
se alastrou para Europa e Ásia, foi causada diretamente pelo crédito excessivo muito
maior do que o valor real dos ativos em empréstimos. As taxas de juros foram
espalhadas ao longo de muitos créditos revendidos, resultando em uma inflação

125
exagerada e irrealista do valor efetivamente emprestado. Esta falsa representação do
valor conduziu para uma situação em que a maioria dos devedores fosse incapaz de
sanar as suas dívidas.
Allah, o Todo-Poderoso, proibiu a usura em três passagens no Alcorão (2:
275-278; 3: 130; e 4:161).
“Os que praticam a usura serão ressuscitados como aquele que foi perturbado
por Satanás; isso, porque disseram que a usura é o mesmo que o comércio; no
entanto, Allah consente o comércio e veda a usura. Mas, quem tiver recebido
uma exortação do seu Senhor e se abstiver, será absolvido quanto ao passado, e
seu julgamento só caberá a Allah. Por outro lado, aqueles que reincidirem, serão
condenados ao inferno, onde permanecerão eternamente.” (Alcorão 2:275)
No Islam, a distinção entre práticas legítimas (permitidas) e proibidas é muito
clara. O Islam permite empréstimos e pedidos de empréstimos de dinheiro, mas sem
cobrança de juros. Na verdade, o Alcorão incentiva o perdão da dívida a fim de
diminuir as dificuldades do devedor, especialmente se ele ou ela estiver em
dificuldades financeiras. Allah prometeu uma grande recompensa para aquele que for
capaz de fazer esse sacrifício.
Os Muçulmanos que obedecerem a estas regras, consequentemente, nunca
sofrerão repercussões negativas, mas quando os humanos desobedecerem a Allah, o
Todo-Poderoso, sofrerão consequências dolorosas. Estas podem vir em seguintes
formas: ameaças a saúde, colapso financeiro, dissolução do tecido social, e muito
mais. Portanto, é evidente que o Islam adverte as pessoas sobre muitas doenças graves
que afligem nossas sociedades; é igualmente evidente que estas doenças são
reconhecidas pela comunidade internacional como prejudicial. Este é um poderoso
sinal de que o Islam é a religião verdadeira e que Allah (Santificado seja Ele) é o
verdadeiro Deus, o único Senhor divino e salvador.

17.10 Revitalização da Proibição de Consumo da Carne


de Suíno
Jesus seguiu as leis de Moisés e, portanto, não comia a carne de suíno.

“E o porco, porque tem a unha fendida, de sorte que se divide em duas, mas não
rumina, esse vos será imundo. Da sua carne não comereis, nem tocareis nos seus
cadáveres; esses vos serão imundos.” (Levítico 11:7-8)

126
No entanto, a maioria dos Cristãos, hoje, come a carne de suíno. O Islam
revitalizou a proibição do consumo desta carne. Assim disse Allah:

“Ele só vos vedou a carniça, o sangue, a carne de suíno e tudo o que for
sacrificado sob invocação de outro nome que não seja o de Allah. Porém, quem,
sem intenção nem abuso, for impelido a isso, não será recriminado, porque Allah
é Indulgente, Misericordioso.” (Alcorão 2:173)

17.11 Revitalização da Proibição do Consumo de


Sangue

Igualmente, Jesus não comia nada que contivesse sangue. Deus (Allah) é
citado como tendo instruído o Profeta Moisés na Tora:

Tão-somente não comerás do sangue; sobre a terra o derramarás como água.


(Deuteronómio 12:16)

Não comereis coisa alguma com sangue; não usareis de encantamentos, nem de
agouros. (Levítico 19:26)

Esta proibição foi revitalizada em muitos versículos do Alcorão, um dos quais


diz:

“Dize: De tudo o que me tem sido revelado, nada acho proibido para quem
necessita alimentar-se, nada, além da carniça, do sangue fluente ou da carne de
suíno – uma vez que isso é abominável...”84 (Alcorão 6:145)

17.12 Revitalização da Proibição do Adultério

A Bíblia diz o seguinte sobre o adultério:

Ouvistes o que foi dito: Não adulterarás. Eu, porém, vos digo que todo aquele
que olhar para uma mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério
com ela. Se o teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o de ti; pois te é
melhor que se perca um dos teus membros do que seja todo o teu corpo lançado
no inferno. E, se a tua mão direita te faz tropeçar, corta-a e lança-a de ti; pois te

127
é melhor que se perca um dos teus membros do que vá todo o teu corpo para o
inferno. (Mateus 5:27-30)

O Islam revitalizou a proibição de adultério por considerar fornicação como


estando entre os atos mais rigorosamente proibidos. Allah, o Altíssimo, disse:

___________________________________________
84
Alcorão 2:173 (mencionado anteriormente), proíbe o consumo de suíno (carne de porco, presunto,
etc.), bem como o sangue de qualquer animal (mesmo se o animal for lícito para o consumo). O sangue
deve ser retirado do animal abatido antes de se preparar a sua carne para o consumo.

(Igualmente o são) aqueles que não invocam, com Allah, outra divindade, nem
matam nenhum ser que Allah proibiu matar, senão legitimamente, nem
fornicam; (pois sabem que) aqueles que assim procedem, receberão a sua
punição.” (Alcorão 25:68)

Allah disse também:

Evitai a fornicação, porque é uma obscenidade e um péssimo exemplo! (Alcorão


17:32)

Como precaução contra o adultério e a fornicação, todos os atos que possam


conduzir para esses males também são proibidos. Por isso, o Islam proibiu
estritamente que os homens fiquem a sós com mulheres não-mahram, de se
misturarem com elas livremente, ou mesmo apertarem as mãos com elas. Ao mesmo
tempo, encoraja os homens e as mulheres a se vestirem modestamente e a falarem
com mahrams com uma voz firme e profissional, e não insinuante.
Neste ponto, a pessoa pode-se questionar sobre a sabedoria por detrás da
proibição do adultério. A resposta é que os relacionamentos conjugais pré-maritais e
extramaritais são destrutivos para o sistema familiar, que é muito privilegiado no
Islam. As relações íntimas fora do vínculo sagrado do matrimônio têm inúmeros
efeitos prejudiciais. Alguns deles incluem doenças como o HIV/SIDA, e crianças que
são mal vistas na sociedade e consideradas sem uma linhagem.

Revitalização de Várias Práticas Benéficas


O Islam revitalizou também os ensinamentos doutrinários sobre a natureza de
Allah e Jesus, assim como algumas das práticas referentes à vida do dia-a-dia, que
Jesus e profetas anteriores tinham ensinado.

128
17.13 Revitalização da Ablução antes da Oração
A importância da ablução é evidente, pois é uma forma de preparação para a
oração, onde os fiéis purificam-se antes de se fazerem diante de Allah, o Criador.
Jesus costumava lavar seus membros antes de realizar uma oração, de acordo
com os ensinamentos do Antigo Testamento. Moisés e Arão foram citados como
tendo feito o mesmo:
Depois: colocou a pia entre a tenda da revelação e o altar, e nela deitou água
para as abluções. E junto dela, Moisés, e Arão e seus filhos lavaram as mãos e os
pés...como o Senhor ordenou a Moisés. (Êxodo 40:30-32)
O Islam revitalizou a ablução para oração; o Alcorão instruiu:
“Ó crentes, sempre que vos dispuserdes a observar a oração, lavai o rosto, as
mãos e os antebraços até aos cotovelos...” (Alcorão 5:6)
O Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) ensinou
seus seguidores (através da sua palavra e atos) que a ablução inclui lavar as mãos, a
boca, o rosto, os braços, a cabeça, e, finalmente, os pés.

17.14 Revitalização de Realização de Orações


Fisicamente
Jesus realizava suas orações fisicamente, não apenas através de súplica.
Marcos 14:32 diz "Então chegaram a um lugar chamado Getsémani, e disse Jesus
a seus discípulos: Sentai-vos aqui, enquanto eu oro."
Lucas 5:16 diz: "Mas ele se retirava para os desertos, e ali orava."
O Islam revitalizou orações como ato principal do culto. Em numerosos
versículos do Alcorão, Allah, o Altíssimo, instruiu os crentes para realizarem
orações. Por exemplo:
“Praticai a oração, pagai o zakat e inclinai-vos, juntamente com os que se
inclinam” (Alcorão 2:43)
O Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) ensinou
aos seus seguidores (através de palavras e atos) que a realização de orações inclui
ficar de pé, curvando-se para baixo e prostrar. Curiosamente, a forma de orar que
Jesus ensinou está mais de acordo com a forma como os Muçulmanos oram do que
como os Cristãos o fazem hoje. De acordo com Isaías 45:23, Deus é relatado como
tendo dito: "Diante de mim dobrar-se-á todo joelho."
Jesus é descrito nos Evangelhos prostrando durante a oração. O método de

129
prostração durante a oração seguido por Jesus não era da ideia própria, era também o
modo de oração dos profetas que antecederam a ele. No Antigo Testamento, no
Gênesis 17:3, o Profeta Abraão é citado como tendo realizado orações com o rosto em
terra; nos Números 16:22 e 20:6, tanto Moisés como Arão são citados como tendo
realizado orações com o rosto em terra; em Josué 5:14 & 7:6, Josué realizou orações
com o seu rosto em terra; em 1 Reis 18:42, Elias inclinou-se por terra, meteu o rosto
entre os joelhos. Esta foi a forma dos profetas.85
"Os Cristãos, hoje, ajoelham-se, apertando as mãos, numa postura que não
pode ser atribuída a Jesus ou aos outros profetas."86
Em muitas das suas declarações, o Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos
de Allah estejam com ele) ensinou os seus seguidores a forma de orar, incluindo
curvar-se e prostrar-se diante Allah.

17.15 Revitalização da Caridade Obrigatória (zakat)


Jesus (que a paz esteja com ele) confirmou a instituição de caridade
compulsória conhecida como ‘o dízimo (décima)’, que era exigido da colheita anual.
"Certamente darás os dízimos de todo o produto da tua semente que cada ano se
recolher do campo." (Deuteronómio14:22)
O Alcorão é uma revitalização dos ensinamentos de Jesus. Ensina os
Muçulmanos a pagar caridade no momento da colheita. Allah disse:
“Ele foi Quem vos criou pomares com plantas trepadeiras ou não, assim como as
tamareiras, as sementes, com frutos de vários sabores, as oliveiras e as
romãzeiras, sementes (em espécie) e diferentes (em verdade). Comei de seus
frutos, quando frutificarem, e pagai seu tributo, no dia da colheita, 87
e não vos
excedais, porque Allah não ama os desperdiçadores. (Alcorão 6:141)
O sistema de caridade está bem organizado; define taxas diferentes para o
dinheiro, metais preciosos, diversos produtos comerciais, produtos agrícolas e gado. 88
O objetivo da caridade está muito bem definido; é de fornecer apoio social às pessoas
carentes no seio da comunidade, e não para proporcionar uma vida confortável aos
clérigos.89
As categorias daqueles que são elegíveis para receber tal caridade, também
foram claramente definidas no Alcorão. (Ver 9:60)
No Islam, o zakat é obrigatório, mas a caridade voluntária também é altamente

130
privilegiada e incentivada. Muitas vezes, os Muçulmanos, voluntariamente, dão muito

__________________________________________________
85
Philips, The True Message of Jesus, 87-88.
86
Philips, The True Message of Jesus Christ, 87.
87
O tributo é uma décima, se o campo agrícola for irrigado naturalmente (por exemplo, pela chuva) e
uma-vigésima se for irrigada artificialmente (por esforços próprios do agricultor). Esta caridade
obrigatória incide sobre outros recursos materiais, como o comércio e pecuária.
88
Por exemplo, a quantia de zakat para o dinheiro que foi estabelecido durante pelo menos um ano é de
2,5%.
89
Philips, The True Message of Jesus Christ, 92.
mais das suas riquezas do que o mínimo obrigatório estabelecido. Allah promete
grandes recompensas para doadores que dão caridade com intenções sinceras. Na
história do Islam, há muitos relatos de pessoas que deram toda a sua fortuna aos
pobres, na busca do agrado de Allah através deste notável ato de caridade.

17.16 Revitalização de Jejum


De acordo com os Evangelhos, Jesus jejuou durante quarenta dias. Mateus 4:2
diz:
E tendo jejuado quarente dias e quarenta noites, depois teve fome. 90 Isto
foi de acordo com a prática dos profetas anteriores. Moisés também é citado em
Êxodo 34:28 ter jejuado. Ele diz: E Moisés esteve ali com o Senhor quarenta dias e
quarenta noites; não comeu pão, nem bebeu água, e escreveu nas tabuas as
palavras do pacto, os dez mandamentos.91
O Alcorão é a revitalização de muitos dos ensinamentos de Jesus e Moisés.
Ele ensina os crentes a jejuarem durante o mês do Ramadan.
Allah disse, no Alcorão, que o jejum é prescrito aos Muçulmanos tal como foi
prescrito às anteriores nações.
“Ó crentes, está-vos prescrito o jejum, tal como foi prescrito aos vossos
antepassados, para que temais a Allah.” (Alcorão 2:183)
Além disso, o Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com
ele) afirmou que o Profeta David costumava jejuar regularmente; disse ele:
“A melhor maneira de jejum (voluntário) é a do meu irmão David, que
costumava jejuar em dias alternados.” (registado por Imams Bukhari e Muslim)

17.17 Revitalização da Saudação com a Súplica de Paz

131
De acordo com Dr. Bilal Philips, Jesus cumprimentava seus seguidores,
dizendo: "que a paz esteja convosco".92 Esta saudação é a mesma que a mencionada
nos livros do Antigo Testamento. O Profeta David instruiu emissários que enviou para
Nabal, "Assim lhe direis: Paz seja contigo, e com a tua casa, e com tudo o que
tens" (1 Samuel 25:6)
______________________________________________
90
Veja também Mateus 06:16.
91
Philips, The True Message of Jesus Christ, 92.
92
Philips, The True Message of Jesus Christ, 92.

Como uma religião de paz e respeito pelos outros, o Islam revitalizou este
ensinamento moral nobre.
O Alcorão instrui a todos aqueles que entram nas casas para darem saudações
de paz; Allah instruiu os crentes a se cumprimentarem com a súplica de paz também.
“Quando te forem apresentados aqueles que crêem nos nossos Versículos, dize-
lhes: Que a paz esteja convosco” (Alcorão 6:54)
O Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) também
ensinou os seus seguidores a dar esta saudação sempre que eles se encontrarem. A
saudação de paz estende-se até mesmo para os céus; os anjos saudarão aqueles que
receberem no Paraíso com a mesma saudação de paz.

17.18 Revitalização do véu (hijab) para mulheres


As mulheres em torno de Jesus velavam-se de acordo com a prática das
mulheres em torno dos profetas anteriores. As suas vestes eram largas e cobriam seus
corpos completamente, e usavam lenços que cobriam seus cabelos.93
Rabeca também levantou os olhos e, vendo a Isaque, saltou do camelo e
perguntou ao servo: Quem é aquele homem que vem pelo campo ao nosso
encontro? Respondeu o servo: É meu Senhor. Então ela tomou o véu e se cobriu.
(Gênesis 24:64-65)
O Islam recomenda decência e vestuário modesto para homens e mulheres. As
mulheres Muçulmanas são instruídas a cobrir seus corpos e a usar véus que cubram as
suas cabeças e peitos. Allah disse:
“Dize às crentes que recatem os seus olhares, conservem os seus pudores e não
mostrem os seus atrativos, além dos que (normalmente) aparecem; que cubram o
colo com seus véus e não mostrem os seus atrativos...” (Alcorão 24:31)

132
A sabedoria por detrás do velamento é explicada no Alcorão 33:59, que diz
que protege as mulheres contra possíveis males sociais. 94 Além disso, o uso do véu
desencoraja os homens de se aproximarem de mulheres com intenções desonrosas.
Na sociedade atual, o desrespeito ao hijab e à modéstia no geral, é um fator
que levou as mulheres a serem tratadas como objetos, onde os seus corpos são usados

__________________________________________
93
Philips, The True Message of Jesus Christ, 88.

como matérias-primas para aquisição do prazer. Não é, portanto, nenhuma surpresa


que muitas empresas usam as mulheres como suportes publicitários com vista a atrair
clientes para comprar seus produtos. O fato engraçado é que, mesmo aos olhos
daqueles que usam as mulheres como objetos, apenas aquelas (mulheres) que mantém
seus corpos cobertos dos olhos do público são consideradas modestas.

17.19 Revitalização da Poligamia


Não há registos em que o Profeta Jesus opõe-se a poligamia. O Antigo
Testamento cita uma série de exemplos de casamentos poligâmicos entre os profetas,
incluindo estes:
Assim Sarai, mulher de Abrãao, tomou a Agar a Egípcia, sua serva, e a deu por
mulher a Abrão seu marido, depois de Abrãao ter habitado dez anos na terra de
Canaã. (Gênesis 16:3)
E David ficou com Áquis em Gate, ele e os seus homens, cada um com a sua
família, e Davi com as suas duas mulheres, Ainoã, a Jizreelita, e Abigal, que fora
mulher de Nabal, a carmelita. (1 Samuel 27:3) Salomão é citado como tendo tido
“... tinha ele 700 mulheres, princesas, e 300 concubinas...” (1 Reis 11:3).
O filho de Salomão Roboão "tomou dezoito mulheres e sessenta
concubinas." (2 Crônicas 11:21)
O Antigo Testamento especifica até as leis relativas à divisão da herança em
circunstâncias poligâmicas, o que indica que era uma prática normal naquela
sociedade.95 (Ver Deuteronómio 21:15-16). A lei Judaica recorre a poligamia em
algumas situações. Se um homem morre sem filhos, a sua esposa é obrigada a se casar
com seu irmão (com o irmão do falecido), mesmo se este estiver casado; a razão é

133
produzir um herdeiro para o seu falecido marido, e o primeiro filho por ela gerado é o
herdeiro.
O Islam revitalizou a poligamia, a prática dos anteriores profetas, mas impôs
restrições rigorosas. Permite o casamento com até quatro mulheres, com condições
estritas que visam promover a justiça e igualdade de tratamento entre as esposas,
como condição básica para a poligamia. Allah disse:

__________________________________________
94
Philips, The True Message of Jesus Christ, 89-90.
95
Philips, The True Message of Jesus Christ, 94.

... Mas se temerdes não poder ser equitativos para com elas, casai, então, com
uma só, ou conformai-vos com o que tendes à mão...” (Alcorão 4:3)

A única restrição à poligamia referenciada no ensino Bíblico anterior era a


proibição (em Levítico 18:18) de tomar uma irmã da esposa como uma esposa rival. 96
Esta lei é também aplicada no Islam, conforme é dito no Alcorão 4:23.

17.20 Revitalização da Circuncisão Masculina


Jesus foi circuncidado. De acordo com Lucas 2:21:
Quando se completou os oito dias para ser circuncidado o menino, foi lhe
dado o nome de Jesus, que pelo anjo lhe fora posto antes de ser concebido.
Segundo Antigo Testamento, o profeta Abraão (que a paz esteja com ele), que
não era nem Judeu nem Cristão, foi o primeiro a ser circuncidado.
“Disse mais Deus a Abraão: Ora, quanto a ti, guardarás o meu pacto, tu e a tua
descendência depois de ti, nas suas gerações. Este é o meu pacto, que guardareis
entre mim e vós, e a tua descendência depois de ti: todo varão dentre vugar para
aquele que me circuncidar-vos-eis na carne do prepúcio; e isto será por sinal de
pacto entre mim e vós. À idade de oito dias, todo varão dentre vós será
circuncidado... (Gênesis 17:9-12)
Nos dias de hoje, a circuncisão não é amplamente tratada como uma exigência
religiosa ou jurídica entre os Cristãos, e o nível do seu cumprimento vária de país para
país. Embora seja um tema controverso para alguns, os benefícios médicos foram
documentados. Em 2012, o website da Academia Americana de Pediatria publicou a
sua "Declaração da Política de Circuncisão,” que dizia:

134
A avaliação de evidências atuais indica que os benefícios da circuncisão
masculina para saúde, em recém-nascidos, superam os riscos. Os benefícios
específicos identificados incluem a prevenção de infecções do trato urinário,
câncer de pênis, e transmissão de algumas infecções sexualmente
transmissíveis, incluindo o HIV.

________________________________________
96
Philips, The True Message of Jesus Christ, 95.

Segundo o site da Organização Mundial de Saúde:


Há provas convincentes de que a circuncisão masculina reduz o risco de
infecção do HIV contraído em relações heterossexuais nos homens em
aproximadamente a 60%.
O Islam revitaliza a circuncisão masculina e a torna obrigatória. 97 Abu
Hurairah (que Allah esteja satisfeito com ele) relatou que o Profeta Muhammad (que a
paz e bênçãos de Allah estejam com ele) disse:
“Há cinco práticas que correspondem à inclinação natural do ser humano:
Barbear pêlos púbicos e pêlos nas axilas, circuncisão (masculina), cortar o bigode e as
unhas” (registado por Imams Bukhari, Muslim e outros)

Conclusão
O Islam revitalizou a fé dos profetas, que se baseia na crença em um Deus
(Allah). Para além da crença, eles revitalizaram muitas regras e práticas relativas a
moralidade, justiça e vida pura. Assim, o modo de vida Islâmico é muito mais similar
ao de Jesus e ao dos anteriores profetas (que a paz esteja com todos eles) do que ao de
qualquer outro grupo de pessoas que se dizem ser seus seguidores.

135
________________________________________
97
Embora a circuncisão seja altamente recomendada para um homem que se converte ao Muçulmano,
estudiosos Islâmicos dizem que, se ele for incapaz de fazê-lo, não se deve insistir, e isso não afeta a
validade da sua crença no Islam.

18.Características dos Ensinamentos Islâmicos


Allah tornou a mensagem do Islam fácil de compreender e de seguir. Baniu
alguns ritos prescritos anteriormente, e por outro lado, trouxe outros, de acordo com a
Sua sabedoria. Como resultado, a lei e crença Islâmicas são apropriadas para as
necessidades espirituais, psicológicas, sociais e económicas das pessoas, para toda a
humanidade e para todas as eras. Os ensinamentos Islâmicos têm as seguintes
características peculiares:

18.1 Racionalidade
A verdade deve ser clara e óbvia. Deve ser muito simples para que qualquer
pessoa seja capaz de vê-la, e essa clareza é a característica mais fascinante do Islam.
Não se deve ter que analisar uma série de provas lógicas complicadas para se obter
um princípio fundamental, apenas para obter algo de que ele ou ela não tem certeza.
No entanto, este é o caso de outras religiões ou filosofias.

18.2 Perfeição
Visto que Allah é perfeito, os Seus ensinamentos também devem ser perfeitos
e livres de qualquer contradição ou erro. O Alcorão lança um desafio aos seus leitores,

para encontrarem um erro sequer nele (o Alcorão), se eles não acreditarem que é
realmente uma obra de Allah:
“Não meditam, acaso, no Alcorão? Se fosse de outra origem que não de Allah,
haveria nele muitas disparidades. (Alcorão 4:82)
Dr. Maurice Bucaille, um cirurgião Cristão francês, encontrou muitos fatos

136
científicos que foram mencionados no Alcorão, mas que não eram do conhecimento
dos homens no momento em que os versículos do Alcorão estavam sendo
transmitidos pelo Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele)
aos seus Companheiros e àqueles que estavam a sua volta. Bucaille escreveu: "Não
encontrei, sequer, um único erro no Alcorão."98

_________________________________________
98
Bucaille, The Quran and Modern Science.
18.3 Clareza
Allah é o Mais Compassivo. Ele, portanto, orienta as pessoas através de
revelações claras e simples, e livres de mitos, superstições e mistérios.

18.4 Validade científica e precisão


Não é surpreendente encontrar no Alcorão e nas declarações do Profeta
Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) informação que só
recentemente foi descoberta pela ciência moderna. Isso prova que o Alcorão é a
palavra de Allah, e que Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) é
Seu Mensageiro. Por outro lado, os pontos de vista religiosos que a igreja apresentou
a respeito de Deus, Bíblia, e a relação do indivíduo com Deus obrigaram as pessoas a
fazer uma escolha infeliz: seja sobre a ciência ou sobre Deus. As pessoas mais
esclarecidas chegaram à conclusão de que não se pode ser, ao mesmo tempo, um
cientista e um verdadeiro Cristão. Muitos filósofos e cientistas, e a maioria dos leigos
perderam a esperança de reconciliar a religião e a ciência; consequentemente, a
ideologia do secularismo foi desenvolvida e, desde então, floresceu. Esta dicotomia
não teria surgido se a escritura original, que foi revelada a Jesus (que a paz esteja com
ele) não tivesse sido distorcida. O Islam, a religião pura, não levanta contradição
alguma entre a religião e a ciência. Isto é naturalmente óbvio, porque tanto a religião
como o verdadeiro conhecimento científico provêm da mesma fonte: Allah, o
Altíssimo, que não se contradiz.99

18.5 Cumprimento das profecias


Muitos acontecimentos profetizados no Alcorão e nas declarações do Profeta
(que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) têm vindo a acontecer. Esta é mais
uma prova de que o Islam não é uma religião inventada pelo Homem, pois é

137
impossível que uma pessoa iletrada, que vivia isolada das outras civilizações tivesse
elaborado tais profecias.

____________________________________
99
Para mais informações sobre os vários fatos científicos que são referenciados no Alcorão, consulte
The Quran and Modern Science por Dr. Maurice Bucaille e A Brief Illustrated Guide to Understanding
Islam por I. A. Ibrahim (disponível online em www.islam-guide.com ).

18.6 Moderação
No Islam, não há divergências entre a vida espiritual e prática, pelo contrário,
providencia um equilíbrio entre todos os aspetos da vida, tomando em consideração as
necessidades e desejos individuais e da sociedade no geral. Portanto, o laicismo,
materialismo, monasticismo, e asceticismo extremo são todos rejeitados no Islam. Por
outro lado, o Islam providencia um meio termo para se alcançar a harmonia e

equilíbrio entre as necessidades espirituais e matérias das pessoas. Esta é a razão pela
qual Allah designou a nação Muçulmana de uma:
“... nação de centro...” (Alcorão 2:143)

18.7 Abrangência
Os ensinamentos Islâmicos providenciam às pessoas uma orientação definida
em todos os aspetos da vida: espiritual, social, moral, política, económica, etc.

18.8 Unicidade
Alguns afirmam que o Alcorão foi feito pelo homem; Allah desafia a essas
pessoas:
“...componde uma Surata semelhante às dele (o Alcorão)...” (Alcorão 2:23)
Na verdade, todo o Alcorão, sua linguagem, sua elegância, sua milagrosa
natureza são incomparáveis. Os antigos Árabes não-Muçulmanos tentaram compor
um versículo, mas sem sucesso, apesar de que a sua linguagem e poesia estavam
altamente desenvolvidas naquela época. Até mesmo muitos estudiosos não-
Muçulmanos da atualidade admitem que o Alcorão é um dos maiores livros
conhecidos pelo Homem. Este ponto converge com o fato de que Muhammad (que a

138
paz e bênçãos de Allah estejam com ele), o iletrado, foi um verdadeiro profeta a quem
o Alcorão foi revelado.

18.9 Justiça
Toda a humanidade descende de um homem e uma mulher (Adão e Eva). O
Islam ensina que o critério segundo o qual todos os seres humanos são julgados é a
justiça, não pela cor da pele ou status sociais. Na visão de Allah, a melhor pessoa é a
mais justa. Um versículo do glorioso Alcorão diz:
“... Sabei que o mais honrado, dentre vós, ante Allah, é o mais temente...”
(Alcorão 49:13)

19. Islam, a Religião Universal


O Islam é uma mensagem universal para toda a humanidade, para todos os
tempos até o Dia do Juízo Final, enquanto que todos os outros profetas foram
enviados para os seus povos, e por um período de tempo limitado, Muhammad (que a
paz e bênçãos de Allah estejam com ele) foi enviado para todos: sejam homens ou
mulheres, ricos ou pobres, Árabes ou não-Árabes, escravos ou não. O Islam pode ser
praticado em qualquer lugar da terra; não está preso a nenhum lugar ou cultura. A
missão do Profeta Jesus limitou-se às "ovelhas perdidas da casa de Israel" (Mateus
15:24). Portanto, se não fores das tribos de Israel (os descendentes dos doze filhos do
Profeta Jacob) – tal como é o caso dos índios, outros asiáticos, africanos, indígenas e
europeus – e fores um Cristão, então estás a seguir um profeta (Jesus) e uma
mensagem que não foram destinadas para ti. Logo, não estás no caminho certo!

20. Por que Islam?


Toda a pessoa deve-se converter ao Islam, porque é o direito natural de toda
a pessoa, e cópia original de toda a alma humana no nascimento.
Toda a pessoa deve-se converter ao Islam, porque Allah selou e substituiu
todas as mensagens anteriores pelo Islam. Allah disse a todas as pessoas:
“...Hoje, completei a religião para vós; tenho-vos agraciado generosamente, e
vos apontado o Islam por religião...” (Alcorão 5:3)
Toda a pessoa deve se converter ao Islam, porque as pessoas em todas as
eras devem adorar ao seu Senhor (Allah), de acordo com a lei por Ele prescrita,

139
conforme revelado ao Seu Profeta (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele). As
tribos de Israel, por exemplo, foram orientadas a adorarem a Allah de acordo com a
lei de Moisés. Quando o Profeta Jesus foi enviado a ele (o povo), este foi obrigado a
adorar a Allah de acordo com o que foi prescrito no Evangelho. Então, quando Allah
enviou o Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) com a
mensagem do Islam para todos os povos, tornou-se obrigatório que todos os povos,
sejam eles tribos de Israel ou não, professassem o Islam.
Afinal, o que poderia ser mais grave do que a rejeição da religião que o
Criador e o Sustentador de tudo orientou para todas as pessoas? Na verdade, esta é a
maior injustiça cometida pelos seres humanos. É triste mas é verdade que, se uma
pessoa morre neste estado, será punida e lançada ao fogo do inferno para lá viver
eternamente. Este fato foi reiterado várias vezes no Alcorão e nas demonstrações do
Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele). Assim disse
Allah:
“Se alguém almejar (impingir) outra religião, que não seja o Islam, (ele ou ela)
jamais será aceite e, no Outro Mundo, essa pessoa contar-se-á entre os
desventurados.” (Alcorão 3:85)

O Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) disse
também:
“E quem, dentre os Cristãos e Judeus, ouvir de mim, e não seguir o que eu
trouxe, e morrer neste estado, estará entre os habitantes do inferno.” (Registado pelo
Imam Muslim)
Note-se que Allah foi citado como tendo dito o seguinte numa profecia: "E de
qualquer um que não ouvir as minhas palavras, que ele falar em meu nome, eu
exigirei contas." (Deuteronómio 18:19)
Visto que foi provado que o profeta aqui referido é Muhammad (que a paz e
bênçãos de Allah estejam com ele), isso significa que todo aquele que crê na Bíblia
deve crer neste profeta e no que ele diz; caso contrário, será chamado a prestar contas
por isso.
Há aqueles que podem não aceitar o Islam, porque acham que tornar-se
Muçulmano significa virar as costas para todos os profetas anteriores enviados por
Allah. Esta é uma concepção errada pois:
Primeiro, a crença em todos os profetas de Allah é um dos pilares da fé

140
Islâmica; portanto, a pessoa não será crente Muçulmana a menos que ele ou ela
acredite em Jesus, Moisés e em todos os outros profetas.
Segundo, a crença em profetas é uma parte do que cada profeta ensinou. (Em
outras palavras, cada profeta exortou o seu povo a acreditar no profeta que viria
depois dele e a segui-lo assim que aparecesse). Logo, rejeitar um profeta equivale a
rejeitar o seu antecessor.
Terceiro, rejeitar qualquer profeta equivale a rejeição daquele que o enviou:
Allah.
Quarto, o Islam promete grandes recompensas para os seguidores de religiões
anteriores se eles acreditam no Islam.
O Mensageiro de Allah (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) disse:
“Três pessoas têm uma dupla recompensa: os Adeptos do Livro (os Judeus e
os Cristãos), que acreditam em seu profeta (Jesus ou Moisés) e de seguida creem no
Profeta Muhammad (Seguindo o Islam)...” (registado por Imam Bukhari)
A primeira recompensa é por acreditarem em sua religião anterior (antes de
saber sobre o Islam); a segunda recompensa é por reconhecerem a verdade do Islam e
segui-lo.
Do ponto de vista Islâmico, a relação que existe entre os profetas é como a
relação entre os elos de uma cadeia; rejeitar um deles corresponde rejeitar a todos
eles. Da mesma forma, tornar-se Muçulmano significa ter a honra de crer em todos os
profetas que vieram antes do Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah
estejam com ele) e não, como alguns pensam, virar as costas para quaisquer anteriores
profetas.
Por último, temos que aceitar o Islam, porque o Islam revitaliza os
ensinamentos divinos eternos que tinham sido quer esquecidos, perdidos ou
distorcidos nas mensagens anteriores. O Islam retém e mantém os ensinamentos
práticos mencionados nas escrituras anteriores (como originalmente revelados), que
constituem o direito natural de todas as pessoas até o final deste mundo.

21. O Último Convite à Razão


Uma sugestão final: considerar o que todos têm em comum. Raciocinemos
juntos:
“Dize-lhes: Ó Adeptos do Livro, vinde, para chegarmos a um termo comum,
entre nós e vós: Comprometamo-nos, formalmente, a não adorarmos senão a

141
Allah, a não Lhe atribuirmos parceiros e a não tomarmos uns aos outros por
senhores, em vez de Allah. Porém, caso se recusem, dize-lhes: Testemunhai que
somos Muçulmanos.” (Alcorão 3:64)
No nobre Alcorão, “Adeptos do Livro” é o título respeitoso dado aos Judeus e
Cristãos. Os Muçulmanos são orientados a convidá-los com palavras nobres e
respeitosas: Ó Adeptos do Livro, Ó pessoas esclarecidas, Ó povos que reivindicam ser
os destinatários da revelação divina de uma escritura sagrada, vamo-nos juntar numa
plataforma comum: que adoremos senão a Allah, porque ninguém fora d’Ele é digno
de adoração, e porque Ele é o nosso Senhor e Acolhedor, o nosso Sustentador, digno
de todo louvor, oração e devoção.
Estas verdades básicas constituem a parte integrante do intelecto de qualquer
ser humano. Em essência, cada ser humano concorda que há um só Deus digno de
adoração, um Deus que é livre de parceiros, ajudantes, e de tudo o que Lhe é atribuído
falsamente.

22. O Fato é o Seguinte...


Neste livro, foste mostrado o caminho certo, e Allah deu-te a capacidade de
distinguir o certo do errado. Deu-te também a liberdade de escolher se queres ou não
aceitar a mensagem do Islam. Se aceitares o Seu chamamento, serás muito bem
recebido no Paraíso. Se rejeitá-lo, acabarás na maior perda: a perda do Paraíso e a
garantia de habitares no inferno por toda a eternidade. Reserve um momento para
compreenderes o que realmente significa eternidade. É uma realidade assustadora até
de (nela) se pensar.
Para aqueles que foram Cristãos fiéis, são acolhidos com grande satisfação
no Islam, porque:
• Jesus convidou os seus seguidores a seguir Muhammad (que a paz e bênçãos
de Allah estejam com ele). (Veja Capítulo 15: As incríveis Profecias de
Muhammad [que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele] na Bíblia.)
• Quando Jesus voltar antes do final deste mundo, seguirá Muhammad (que a
paz e bênçãos de Allah estejam com ele) e abraçará os seus ensinamentos.
Sim, uma vez que Jesus convidou os seus verdadeiros seguidores a seguirem o
Islam, enquanto estava na terra, e segui-lo-á quando voltar, todos os fiéis Cristãos
devem seguir o Islam também.

142
Para aqueles que foram crentes Judeus, lembrem-se que Abraão e Moisés
entregaram-se completamente ao seu Senhor, queira tenham chamado a Ele de
Elohenu, de Deus ou Allah. Todo o orgulho (baseado) na etnia ou ancestralidade é em
vão; O que importará no final é a tua relação individual com o teu Criador. Isto
significa, submissão total: Islam.
Para aqueles de outras religiões ou aqueles que, até agora, não sentiram
que tem fé alguma, considerem esta mensagem agora, sem qualquer relutância ou
hesitação, antes que seja tarde de mais – antes que a morte vos surpreenda – talvez
ainda vão a tempo. Quem sabe?

23. Sussurro
Algumas pessoas não são capazes de buscar a verdade devido ao seu
comprometimento cego com as suas crenças. A Sua adesão tenaz normalmente não é
baseada numa compreensão intelectual dos ensinamentos, mas sim em poderosas
influências culturais e emocionais. Porque foram educadas numa família ou sociedade
particular, e firmemente agarraram-se às crenças desse grupo, e acreditam que essas
crenças constituem uma verdade incontentável.
Há outros que estão convencidos com a religião Islâmica e estão mentalmente
prontos para professá-la. No entanto, quando pensam nas mudanças drásticas que a
nova religião vai trazer às suas vidas (que podem não agradar a suas famílias e
comunidades) hesitam, e mesmo depois de tomar a decisão, às vezes recuam.
É sussurrado em seus ouvidos que não importa quanto dinheiro, prestígio,
status e poder um incrédulo possa ter possuído nesta vida, ele ou ela nunca terá o
suficiente para comprar a entrada no Paraíso. No outro mundo, o habitante mais pobre
da Terra, que tenha dado testemunho da verdade do Islam será muito mais feliz e mais
digno do que a pessoa que era a mais rica, mas que não aceitou a mensagem do Islam.

Rejeitar a mensagem de Allah é o maior pecado que uma pessoa pode


cometer. Por essa razão, enquanto a alma ainda estiver em seu corpo, o indivíduo
sábio deve aproveitar esta oportunidade; ele ou ela ainda está vivo para aceitar a
mensagem de Allah antes que seja tarde demais. O tempo para o arrependimento é
limitado, porque uma vez que a morte chega, já não é mais possível obter o perdão.100
Assim disse Allah:
“ (Quanto a eles, seguirão sendo idolatras) até que, quando a morte surpreender

143
algum deles, este dirá: Ó Senhor meu, manda-me de volta (à terra), a fim de eu
praticar o bem que negligenciei! Pois sim! Tal será a frase que dirá...” 101 (Alcorão
23:99-100)

________________________________________
100
Compilado de Caraballo , My Great Love for Jesus Led Me to Islam.
101
Os incrédulos pedirão uma "segunda oportunidade" quando virem os anjos prontos para puni-los,
mas será tarde demais; foi-lhes dado o tempo, o intelecto e a orientação, mas negligenciam durante
anos até que o tempo acabou.
A religião é, sem dúvida, o aspeto mais importante da vida de uma pessoa,
pois ela determina se a pessoa está bem encaminhada ou não. Segue-se, portanto, que
a escolha da verdadeira fé é a decisão mais importante que um indivíduo pode tomar,
e esta decisão deve ser baseada na clareza e convicção totais. Quando se trata de
questões de religião ou crença, nada deve ser deixado ao acaso. Isto é porque a pessoa
que está verdadeiramente orientada, contrariamente daquela que não está, vai
certamente encontrar a felicidade eterna no além.
Tendo sido apresentada as provas anteriores, a pessoa deve usar o seu intelecto
para analisar e razão. Allah (Glorificado seja Ele) convida a todas as pessoas a
seguirem o caminho claro e direto, e a evitar todos os caminhos duvidosos e sombrios.
O caminho certo tornou-se distinto do errado, conforme Allah disse:
“Não há imposição quanto à religião, porque já se destacou a verdade do erro.
Quem renegar o sedutor e crer em Allah, ter-se-á apegado a um firme e
inquebrantável sustentáculo, porque Allah é Oniouvinte, Sapientíssimo. (Alcorão
2:256)

É meu dever e responsabilidade, como um residente deste maravilhoso


planeta, e como aquele que submeteu o seu livre arbítrio à lei e aos mandamentos do
Ser Supremo, instar todos os seres humanos a: absterem-se de adorar falsas
divindades, pararem de colocar sua fé em estátuas, esfinges, figuras, amuletos,
talismãs, ferraduras, e quaisquer outros objetos que tenham sido fabricados pelo
homem ou criados por Deus. Após o primeiro arrependimento, a pessoa deve-se
submeter totalmente à vontade de Allah, o Único Deus do universo.

24. O que Está a Motivar as Pessoas a Voltarem


para o Islam?

144
É um fato que o Islam está a crescer rapidamente no Ocidente e em todo o
mundo. Só nos EUA, o número de Muçulmanos aumentou consideravelmente, de
cerca de 10.000 em 1900 para, pelo menos, muitos milhões de pessoas hoje. Aqui
estão quatro principais razões que atraíram os não-Muçulmanos a se converterem para
Muçulmanos:
1. O Islam ensina que todos os crentes são iguais perante a Deus, e proíbe
qualquer forma de racismo ou discriminação com base na cor, terra de origem,
tribo, etc.
2. O Islam não tem uma hierarquia religiosa; não há sacerdócio no Islam, por
isso as pessoas têm uma relação direta com Allah, sem intermediários. Todos
os Muçulmanos são ensinados a praticar o bem e a evitar o mal, e a se
informar cada vez mais sobre a sua religião.
3. O Islam ensina que todos os seus seguidores são considerados seres humanos
normais. Ninguém está autorizado a se exaltar perante os outros, reivindicando
a divindade, ou a enganar a comunidade, alegando ter uma aliança direta com
Deus, ou ter falado com Deus. Ninguém deve fazer uma falsa alegação de que
Deus tomou-o como um filho e que, como resultado disso, as pessoas o devem
seguir cegamente!
Infelizmente, alguns membros do clero usam este conceito para enganar seus
seguidores para seus próprios benefícios. Um exemplo é quando eles
convencem os seus seguidores que eles não podem ser questionados e estão
além da lógica; alguns chegam a exigir relações sexuais aos indivíduos
vulneráveis que vão para lhes fazer perguntas e/ou buscar perdão dos pecados
por seu intermédio.

Falei com uma jovem que se converteu ao Islam, depois de se ter despertado
do sono e descobrir esta grande mentira e engano... finalmente percebeu que
havia desperdiçado a sua modéstia e decência na cama de um clérigo bêbado!
4. O Islam ensina os seus seguidores a estabelecerem e reforçar a sua relação
direta com Allah, não havendo necessidade de intervenção de uma outra
pessoa como mediador. No Islam, não há igreja para agir como intermediário
entre o indivíduo e Allah. Ele (o Islam) rejeita o conceito de busca do perdão
dos pecados através da confissão a um padre, um ser humano comum, que não
tem autoridade nenhuma para absolver ninguém do pecado.

145
Os Muçulmanos devem seguir a orientação da lei de Deus, tal como foi
revelado, e isso levar-lhes-á ao sucesso. Se as pessoas erram, têm de recorrer a
Allah, porque Ele é o Indulgente, o Misericordiosíssimo. O Islam liberta a
mente de barreiras e bloqueios, concedendo, desta forma, aos seus seguidores,
livre acesso a Allah. Ensina que Allah é o Único de quem as pessoas devem
buscar o perdão. Ele não precisa de intermediários (de forma alguma), entre
Ele e os crentes, apresentando-se como porteiros para Allah e afirmando que
só através deles é que as pessoas podem ter acesso a Ele. O Islam rejeita
estritamente o conceito elaborado pelo homem, de que se deve confessar um
pecado a um ser humano, por exemplo, um "padre", e rejeita o ato de busca da
salvação através desta pessoa. Allah é Oniouvinte, Sapientíssimo,
Misericordioso. Ele é Auto-Suficiente, não precisa de intermediários para
transmitir as necessidades das pessoas para Ele. A pessoa só precisa levantar
as mãos e dizer: “Allah, por favor perdoe-me; Prometo arrepender-me”, e
Allah a perdoará.
No geral, esta relação direta é um meio de acesso à misericórdia e ao
perdão de Allah. Este conceito é lógico e simples; toda a pessoa naturalmente
teria o prazer de ouvir e acreditar nisto.

No entanto, Allah (Deus) avisa a humanidade que Ele se recusa a perdoar


quem Lhe atribui parceiros:
“Allah jamais perdoará quem Lhe atribuir parceiros, conquanto perdoe outros
pecados a quem Lhe apraz. Quem atribuir parceiros a Allah desviar-se-á
profundamente” (Alcorão 4:116)

25. Como se Tornar um Muçulmano


Cada religião tem suas próprias exigências para a conversão. Alguém que
queira se tornar Judeu, por exemplo, deve se comprometer a:
1. Entrar na "aliança eterna" entre Deus e o povo de Israel e converter-se ao
Judaísmo pela sua própria vontade;
2. Aceitar o Judaísmo com a exclusão de todas as outras religiões e práticas
religiosas, o que significa negar a profecia de Jesus e Muhammad (que a paz e
bênçãos de Allah estejam com ele) e negar as revelações que Allah enviou
para a humanidade através deles;

146
3. Ter uma lealdade total ao Judaísmo e ao povo judeu em todas as
circunstâncias;
4. Comprometer-se a aprender a Tora e outros ensinamentos Judaicos; e
5. Educar os seus filhos como Judeus.

Para ser um Cristão, a pessoa deve:


1. Acreditar que Deus (Allah) tem um parceiro, uma mãe e um filho;
2. Acreditar que todo o recém-nascido nasce com pecado;
3. Acreditar que Deus tornou-se homem e desceu para terra para morrer pelos
pecados do Homem;
4. Recusar-se da profecia de Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam
com ele) publicamente; e
5. Negar que o Alcorão é a revelação de Allah, o Altíssimo.

No entanto, para se tornar Muçulmano é simples. Basta:


1. Dar testemunho de que não há ninguém digno de adoração além de Allah (em
outras palavras, repudiar todos os falsos deuses),
2. Dar testemunho de que Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam
com ele) é Seu mensageiro,
3. Acreditar em todos os seis artigos da fé, e
4. Adorar a Allah tal como foi ensinado pelo Profeta Muhammad (que a paz e
bênçãos de Allah estejam com ele).
Portanto, para se tornar Muçulmano é um processo simples e fácil. Se alguém
tiver um desejo real de se converter ao Islam e tiver plena convicção de que o Islam é
a verdadeira religião de Deus, tudo o que ele ou ela precisa fazer é pronunciar o
shahadah, o testemunho da fé.102 A pronunciação deste testemunho com um coração
sincero traz a pessoa para as hostes do Islam. É a principal porta de entrada para o
Islam.
O Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) disse:
“Quem testemunha que não há ninguém digno de adoração senão Allah, Que
não tem parceiro; que Muhammad é Seu servo e profeta; que Jesus é o servo de Allah,
Seu profeta, e Seu Verbo103 que Ele agraciou em Maria; que o Paraíso (Céu) é

147
verdadeiro; e que o fogo do inferno é real – Allah acabará admitindo-o ao Paraíso,
segundo suas obras.” (Registado por Imam Bukhari)

_________________________________________
102
As palavras do shahadah são: Ash-Hadu al-la ilaha illa Allah, wa ash- Hadu anna Muhammadan
Abduhu wa Rassuluhu. (Testemunho que não há divindade digna de adoração senão Allah, e eu
testemunho que Muhammad é Seu servo e mensageiro.)
103
Isso significa que Jesus foi criado quando Allah proferiu a palavra "seja"; quando Ele disse isso,
Jesus foi criado no ventre de sua mãe, Maria.
A primeira parte do testemunho consiste na palavra mais importante da
verdade, que Allah alguma vez revelou aos Seus nobres profetas: "Não há nada divino
ou digno de adoração senão Allah." Disse Ele:
“Jamais enviamos mensageiro algum, antes de ti, sem que lhe tivéssemos revelado
que: Não há outra divindade além de Mim. Adora-Me, e serve-Me!” (Alcorão 21:25)
Prestar este testemunho implica que todas as formas de adoração – seja oração,
jejum, súplica, busca de refúgio, ou oferta de um animal como sacrifício, deve ser
dirigida a Allah e somente a Ele. Dirigir qualquer forma de adoração para além de
Allah (seja para um anjo, um profeta, um santo, um ídolo, uma estátua, o sol, a lua,
uma árvore, uma cruz ou qualquer outra coisa) contradiz a mensagem fundamental
não só do Islam, mas de todos os profetas; é um pecado imperdoável, por isso é
preciso arrepender-se antes da morte.
A segunda parte do testemunho significa que o Profeta Muhammad (que a paz
e bênçãos de Allah estejam com ele) é o servo e o mensageiro escolhido de Allah.104
Isto implica que um verdadeiro Muçulmano obedece e segue as orientações do Profeta
(que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele), tal como mencionado nas coleções
dos seus hadiths. Deve acreditar no que ele disse, praticar os seus ensinamentos e
evitar o que ele proibiu, porque os hadiths foram de fato revelações e inspiração
transmitida a ele por Allah.
Conforme mencionado anteriormente, o Profeta Muhammad (que a paz e
bênçãos de Allah estejam com ele) foi enviado, a fim de implementar o Alcorão de
uma forma prática, através de suas palavras, ações e legislação, bem como dar
orientações em todas as outras facetas da vida. Quando a sua esposa Aishah (que
Allah esteja satisfeito com ela) foi questionada sobre o seu carácter (carácter de
Muhammad), ela respondeu:
“O seu caráter era a do Alcorão.” (Registado por Imams Muslim e Abu
Dawood)
Isto implica que para aderir verdadeiramente à segunda parte da shahadah é

148
necessário seguir o seu exemplo em todas as esferas da vida. Allah disse:
“Dize: Se verdadeiramente amais a Allah, segui-me; Allah vos amará e perdoará
as vossas faltas, porque Allah é Indulgente, Misericordioso. (Alcorão 3:31)
Um verdadeiro Muçulmano deve se esforçar no máximo para ter um carácter
________________________________________
104
O significado de ‘servidão a Allah’ foi explicado no Capitulo 11: O significado de Adoração no
Islam.
similar ao que o Profeta (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) tinha, pois ele
foi um exemplo vivo para todos os seres humanos seguirem. Deus disse ao Seu
Profeta (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele):
“Porque és de nobilíssimo carácter” (Alcorão 68:4)
Allah disse também a todos os povos:
“Realmente, tendes no Mensageiro de Allah um excelente exemplo para aqueles
que têm esperança em Allah e no Dia do Juízo Final, e invocam Allah
frequentemente.” (Alcorão 33:21)
Quando se entra nas hostes do Islam, todos os pecados anteriores são
perdoados; a pessoa começa uma nova vida de santidade e justiça, uma vez que ele ou
ela, na essência, arrependeu-se das maneiras e crenças da vida anterior. Um homem
disse ao Profeta (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) que aceitaria o Islam
sob a condição de Allah perdoar os seus pecados; o Profeta (que a paz e bênçãos de
Allah estejam com ele) perguntou-o:
“Não sabeis que aceitar o Islam destrói todos os pecados cometidos antes”
(Registado pelo Imam Muslim)
Assim que uma pessoa aceita o Islam é livre de todos os pecados anteriores. O
registo da pessoa é passado a limpo como se estivesse a nascer de novo. A partir daí, a
pessoa deve tentar, tanto quanto possível, manter os seus registos limpos e se esforçar
em praticar o bem, o máximo possível; quanto mais a pessoa praticar o bem, mais será
elevada no Paraíso.
Refira-se, mais uma vez, que aceitar o Islam não significa virar as costas para
as mensagens dos profetas anteriores (que a paz esteja com todos eles), pois, em
verdade, aceitar a mensagem de todos os anteriores profetas de Allah é uma das
condições importantes para se ser Muçulmano. Portanto, se fores um Judeu ou
Cristão, ao aceitar o Islam e seguir o Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de
Allah estejam com ele) estarás a cumprir as mensagens que Moisés e Jesus (que a paz
esteja com eles) trouxeram, tal como foi claramente descrito e comprovado no

149
Capítulo 15: As Incríveis Profecias de Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah
estejam com ele) na Bíblia: Vinte e oito Provas da Bíblia sobre a Missão Profética de
Muhammad.
Por outro lado, rejeitar o Islam significa virar as costas, não só para o Profeta
Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele), mas também para os
profetas, Moisés e Jesus. Se o fizeres, é na verdade, uma clara violação das suas
mensagens, e isso diminui a tua esperança de alcançar o Paraíso na vida após a morte.
Agora, cabe a ti decidir sobre o teu destino. Desejo o melhor para todos.

26. A Melhor Decisão por ela ‘Já’ Tomada


O Islam é muitas vezes chamado: a religião que mais rapidamente cresce, e
toda a pessoa que abraça o Islam tem uma história e razões únicas. Apesar de
equívocos generalizados sobre as mulheres no Islam, um número considerável de
mulheres vai descobrindo que o Islam é a religião verdadeira e o melhor modo de
vida. Eis abaixo a história de Ann Ronayne; ela recebe e-mails de leitores e pode ser
acedida em ann.ronayne1@gmail.com.
"Eu? Ir viver no Kuwait? De jeito nenhum! "Essa foi a minha reação quando o
meu gestor tentou convencer-me a assumir uma posição no Kuwait. Mas
estava por aprender que “...os desígnios de Allah são de ordem
irrevogável...” (Alcorão 33:38) 105
Nasci e cresci nos subúrbios de Washington, DC numa família católica, e
estudei em escolas Católicas. Na década de 1960, a Igreja Católica fez grandes
mudanças nos seus ensinamentos numa tentativa de ser mais moderna; Tentou
focalizar-se mais em aspectos positivos e não tocar muito no que era considerado
negativo: punição, regulamentos, a abstinência de certos alimentos em determinados
momentos, etc. (Mesmo assim, os Católicos no Ocidente rotineiramente ignoravam
muitas das regras que ainda existiam, tais como a proibição de contraceptivos.) A
missa, que sempre foi dirigida em latim, era, contrariamente, dirigida em Inglês. As
freiras que nos ensinavam mudaram os seus hábitos (traje modesto), com roupas
modernas. As nossas aulas de religião nunca tinham incluído a leitura da Bíblia, mas
agora, ao invés de se centrar em crenças religiosas, incluíam discussões de questões
sociais e entoavam muitas canções populares contemporâneas. Parecia estranho que
muito do que nos tinha sido ensinado como a verdade estava, agora, completamente

150
mudado. Entretanto, quando nos preparávamos para a nossa primeira Sagrada
Comunhão, fomos ditos que o pão que o padre iria colocando em nossas bocas era o
corpo real de Jesus (e que iria sangrar assim que o mastigássemos). Por estas e muitas
outras razões, passei a duvidar da minha religião e rejeitei-a ainda criança.
____________________________________________________________
105
Esta tradução foi extraída de Hammad, The Gracious Quran.

A minha decisão ia sendo confirmada à medida que aprendia cada vez mais.
Se a trindade fosse um conceito tão importante, por que Jesus não a explicou
claramente (e repeti-la várias vezes)? Se Deus quisesse nos perdoar, Ele o poderia ter
feito sem precisar de vir à Terra. Se Ele enviou o seu Filho (que também era Deus)
para a Terra, para nos orientar, por que ele não nos deu a mensagem durante os seus
trinta e três anos, para que a verdade fosse descoberta, verdade essa que só nos foi
dada mais tarde por Paulo, que nunca sequer conheceu Jesus?! Se o Cristianismo
fosse a verdadeira religião, por que é que o próprio Jesus não viveu para ensiná-lo?
Por muitos anos, considerei-me ateu ou agnóstica, mas nunca estive
preocupada em escolher uma denominação. Achava que bastava tentar ser uma boa
pessoa, e senti que os não-crentes, na verdade, fazem mais boas obras, porque não
dependem de qualquer ser sobrenatural para obterem ajuda. Nunca me apercebi que
estava à busca de respostas sobre o propósito da vida ou sobre as crenças religiosas.
Após a Guerra do Golfo, trabalhei como uma consultora de informática,
quando a minha empresa ganhou um concurso no Kuwait, que foi perfeito para mim.
A minha primeira reação era de receio, achava que num lugar como Kuwait, as
mulheres fossem tratadas como cidadãs de segunda classe; afinal de contas, tinha
apenas estereótipos comuns em relação às mulheres num lugar como aquele. O
responsável local garantiu-me que o ambiente de trabalho era profissional e que havia
muitas mulheres brilhantes na organização, incluindo aquelas que seriam minhas
supervisoras e gerentes. Estava, finalmente, convencida a aceitar o contrato de um
ano, também porque achava que seria uma aventura.
Logo apercebi-me que todos os estereótipos que trazia comigo eram errados.
Os meus colegas foram sempre amigáveis e respeitosos, e ocorreu-me que era
praticamente o único ambiente em que havia trabalhado, onde não notei evidência
alguma de assédio sexual, nem mesmo uma piada sobre a cor da pele ou calendários
enérgicos pendurados em cúbicos. (Foi certamente diferente do ambiente que
experimentei nas forças armadas dos Estados Unidos.) As mulheres com quem

151
trabalhava tinham nível (académico) superior, não eram tímidas e falavam
abertamente, e a maior parte delas optava em usar vestimentas Islâmicas. As empresas
não faziam publicidades com o corpo feminino para vender seus produtos.
Fiquei impressionada em ver os laços familiares tão fortes e coesão entre os
membros da sociedade no geral. Entre os colegas, havia cooperação e espírito de
crescimento mútuo. As pessoas no geral, também ajudavam os necessitados
generosamente, tanto local como globalmente.
Quando a mãe de alguém chamasse e dissesse que precisava de algo, a pessoa
parava de trabalhar para levá-la ao médico ou conseguir o que ela precisasse. Se o tio
de um homem morresse, todos os homens participavam da oração fúnebre; Se a tia de
uma mulher morresse, todas as mulheres iam visitá-la para dar suas condolências.
Quando alguém se casasse ou tivesse um bebê ou estivesse a recuperado de uma
operação, uma extensa rede de familiares, amigos e colegas partilhavam esse
momento. Os quartos de hospitais eram grandes e estavam decorados, com sofás e
cadeiras para acomodar todos os visitantes.
A atitude para com os idosos era diferente do que eu estava acostumada, visto
que as famílias extensas viviam juntas, com várias gerações na mesma casa; as
crianças que não vivessem na mesma casa vinham visitar com frequência, se não
diariamente. Avós tinham filhos e netos que viviam com eles e não eram deixados
viver sozinhos até a sua morte, ou enviados para lares de idosos (que nem sequer
existiam). As mulheres mais velhas eram muito respeitadas; elas não sentiam a
necessidade de se fazerem parecer jovens e bonitas, a fim de ganhar autoestima.
Cuidar de seus pais idosos era visto como uma bênção e uma oportunidade
para fazer o bem, e não como um fardo, pois tomar conta dos pais é reiterado no
sistema moral Islâmico. (Isso não quer dizer que os não-Muçulmanos no Ocidente não
cuidem dos seus pais, mas existem diferentes prioridades e expectativas. Geralmente,
dão mais ênfase nas famílias nucleares e na independência, onde o próprio idoso não
quer se tornar um fardo para suas famílias.) No geral, lidar com situações difíceis era
visto como sendo um teste e não um motivo para desespero. Suicídios eram casos
raríssimos e proibidos, porque só Allah tem o direito de tomar a vida de alguém.
Quando o mês do Ramadan se aproximava, ficava impressionada com a ideia
de que um bilhão de Muçulmanos, em todo o mundo, estaria em jejum ao mesmo
tempo, abstendo-se de comida e bebida, todos os dias, desde a alvorada até ao pôr-do-
sol. Juntava-me a eles em jejum o mês inteiro, embora não tivesse a intenção de me

152
converter ao Islam. Na altura, sabia pouco sobre o Islam, e estou envergonhada,
agora, em dizer que considerava-o uma religião atrasada, que só iria atrair as massas
ignorantes. Assim que, aos poucos, apercebia-me que os estereótipos que trazia
comigo estavam todos errados, fiquei curiosa sobre a religião. Cada vez mais que
aprendia, ia descobrindo que o Islam era a razão para o sistema moral que tinha
testemunhado, e que aqueles aspetos sociais positivos tinham feito parte das
sociedades Islâmicas ao longo dos séculos. Mesmo as pequenas coisas que me tinham
impressionado, tais como, saudações dadas aos estranhos, no elevador ou num outro
lugar público, tinham suas bases nos ensinamentos Islâmicos.
Obtive um Alcorão traduzido e alguns outros livros e comecei a lê-los. Fi-lo
repetitivamente, fiquei surpresa com o que encontrei, e talvez mais por aquilo que não
encontrei. Encontrei um sistema de crença que era racional e organizado, e não
encontrei a opressão das mulheres ou terrorismo de que estava a espera. Fui atraída
pela ênfase na justiça social e distanciamento em relação a opressão.
Fiquei impressionada com a precisão científica do Alcorão, demonstrada pelas
declarações que descrevem fenómenos científicos, que não tinham sido descobertos
até muito recentemente. Aprendi que o mundo Islâmico tinha feito grandes
contribuições para o conhecimento científico, e que foi o berço da civilização e da
aprendizagem, enquanto a Europa estava na Idade das Trevas. Logicamente, sabia que
um Árabe iletrado do século VII não poderia ter escrito este livro por si. Comecei a
questionar a minha ideia de que não havia Criador, que os sistemas intrincados que
compunham o universo e suas formas de vida poderiam ter se desenvolvido de forma
aleatória ou que nascemos, vivemos e morremos sem propósito algum.
Fiquei impressionada ao saber que o Alcorão nunca foi alterado, e que o
Alcorão que lemos hoje (na sua língua original Árabe) é exatamente o mesmo
revelado há 1400 anos atrás. Fiquei surpresa ao descobrir que o Islam teve as mesmas
raízes que o Judaísmo e o Cristianismo, e que os Muçulmanos acreditam nos mesmos
profetas, incluindo Abraão, Moisés e Jesus (que a paz esteja com todos eles).
Comecei a entender a razão de os Muçulmanos amarem o Profeta Muhammad
(que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) tanto, e perguntei-me o porquê de
nunca não ter sabido sobre ele... nem sequer sabido que ele era uma figura histórica de
quem muito foi conhecido. Narrações autênticas extraídas daqueles que estavam mais
próximos a ele descrevem-no como um homem modesto, verdadeiro, que se levantou
pela justiça e contra a opressão.

153
Costumava caminhar pela praia à noite, observando a lua e as estrelas e
refletindo sobre a criação de Allah, tal como o Alcorão recomendou. Fiquei
convencida de que o Alcorão deve ter sido uma mensagem de Allah, mas levou-me
um tempo para realmente aceitar o Islam... embora fosse racional e simples na sua
essência. Claro, haviam aspetos que me fizeram relutante em fazer uma mudança tão
importante na minha vida. Por exemplo, embora entendesse o propósito e os
benefícios das vestimentas Islâmicas, não me imaginava trajada delas, até que
participei de uma festa de Ramadan em uma organização para Muçulmanos falantes
da língua Inglesa e encontrei dezenas de mulheres ocidentais, que se tinham
convertido ao Islam, e que se sentiam orgulhosas em se vestirem daquela maneira.
No dia em que decidi, estava pronta para declarar oficialmente a minha fé
Islâmica, pedi a uma colega de trabalho para que me ajudasse a fazê-lo. Na verdade,
não há necessidade de dizer isto publicamente ou de obter qualquer tipo de
certificado; a declaração de fé é simplesmente uma questão de testemunhar que não há
nenhum deus além de Allah, e que Muhammad (que a paz e bênçãos estejam com ele)
é o Seu Mensageiro. Foi uma experiência muito emocionante, uma vez que estava
essencialmente a começar uma nova vida, com uma ardósia limpa. Foi, sem dúvida, a
melhor decisão por mim tomada em toda minha vida.
Quando voltamos ao escritório, fui à minha mesa e retomei o trabalho. Não me
ocorreu que isto fosse algo diferente de uma decisão pessoal... mas a minha amiga
informou a todos, e para minha surpresa, recebi congratulações de pessoas bem-
intencionadas pelo resto do dia. Naquela noite, ela convidou-me para a casa da sua tia
e, em pouco tempo, a sua mãe, irmãs, tias e primas (que eu nunca as tinha visto antes)
fizeram uma festa para mim, com presentes de Alcorões, ouro, etc. Nos dias e
semanas seguintes, recebi dezenas de presentes de colegas de trabalho, amigas e
conhecidos. Fui muito abençoada, e sei que outras pessoas que abraçam o Islam, por
vezes, enfrentam várias dificuldades.
Em meus anos feministas, falamos de 'irmandade feminina', mas este foi o
meu começo a verdadeira irmandade. As mulheres Muçulmanas consideravam-me sua
irmã, simplesmente pela proximidade com Allah (Deus). Ao longo dos anos, conheci
muitas mulheres Muçulmanas maravilhosas, de todas as nacionalidades e formações
académicas, e em nossas reuniões, muitas vezes falávamos sobre o quão abençoadas
éramos e o quão diferentes nossas vidas eram após termo-nos convertido ao Islam. É
difícil descrever o sentimento de estar a praticar uma oração, ombro-a-ombro com

154
tantas mulheres diferentes, sabendo que somos irmãs no Islam, queira conheçamo-nos
ou não.
Levou-me um tempo para ter a coragem de usar o hijab (véu Islâmico), mas
achei-o libertador de uma forma que não esperava. Estava preocupada com quando
fosse viajar para os EUA vestida de hijab, logo depois de me tornar Muçulmana, mas
não precisava ter estado (preocupada). Em todos os lugares que eu fosse, fui
cumprimentada por outras Muçulmanas com Assalamu alaykum, saudação Islâmica,
(a paz esteja contigo). Senti-me acolhida como membro da comunidade Muçulmana
em todo o mundo, e o hijab foi o que tornou isso possível, pois se não o tivesse
vestido, os outros Muçulmanos não me teriam reconhecido como sendo Muçulmana
também, logo, não teriam oferecido aqueles cumprimentos.
Não pretendo dizer que a comunidade Muçulmana é uma espécie de utopia. É
certo que existem problemas, mas os problemas não são do Islam; pelo contrário,
surgem devido à ignorância e rejeição de crenças e práticas Islâmicas. O fato é que o
Islam não precisa de uma reformulação; mas sim os Muçulmanos.

27. Resumo
A criação e a existência de tudo neste mundo têm um propósito e sabedoria
por detrás delas. Os seres humanos são a criação mais superior, porque Allah deu-lhes
o intelecto, criou tudo para eles, e deu-lhes poder e conhecimento sobre a maior parte
da criação. Há obviamente um propósito específico por detrás da sua existência, e este
foi elaborado neste livro.
Os sábios devem comportar-se e agir em conformidade com o propósito da sua
existência; não devem permanecer alheios ao destino final, a que chegarão a qualquer
momento.

155
28. Conclusão

Este livro discutiu os seguintes vinte e cinco fatos:


Primeiro, o propósito da criação é adorar somente a Allah.
Segundo, a mensagem fundamental do Islam é adorar somente a Allah, sem
qualquer intercessor ou mediador. Qualquer forma de adoração que não seja dedicada
a Allah será rejeitada por ser uma forma de politeísmo, o que equivale a apostasia, sob
o ponto de vista Islâmico.
Terceira, a evidência de que só Allah é digno de adoração foi elaborada.
Quarto, o Islam é uma reafirmação da mensagem fundamental de todas as
religiões: adorar somente a Allah. Islam é a última religião para todos os povos e
todos os tempos, portanto, todas as pessoas, quer tenham sido educadas como Judeus,
Cristãos, Hindus, Ateus, ou como qualquer outro credo, devem seguir o Islam assim
que ouvirem falar sobre ele, e fazer a confissão da fé imediatamente, de modo a se
tornarem Muçulmanos. Quem rejeitar o Islam estará a rejeitar a mensagem de Allah e,
consequentemente, será lançado no Inferno. Tais pessoas não podem esperar
orientação depois de a terem deliberadamente renunciada.
Quinto, o sistema de crença Islâmica é extraordinariamente racional, simples
e nítido. Rejeita todas as formas de politeísmo e crenças falsas.
Sexto, Tanto a origem divina do nome da religião "Islam" assim como a
abrangência do seu significado apontam para a sua verdade.
Sétimos, a mensagem de falsas religiões é paganismo (adoração de criação, ao
invés do Criador).
Oitavo, o Islam é a única religião, hoje, que ensina o conceito correto de
Allah, livre de qualquer confusão ou fatos ilógicos.
Nono, Os princípios e características básicos do Islam apontam para a sua
verdade.

156
Décimo, Na verdade, o Islam é a única religião que combate o extremismo,
quer venha do secularismo e materialismo ou do espiritualismo excessivo. O Islam
garante um equilíbrio entre as necessidades espirituais, morais e materiais. É
certamente um meio-termo, e uma forma perfeitamente equilibrada da vida. Isso não
deve constituir surpresa, porque os ensinamentos Islâmicos não foram feitos pelo
homem; foram revelados à humanidade por Allah, o Criador, o Sapiente,
Prudentíssimo.

Décimo primeiro, a veracidade de toda a religião depende da sua revelação


original de Allah ter sido preservada com precisão. Esta regra só é satisfeita com os
ensinamentos Islâmicos. O Alcorão é a palavra final de Allah, que foi preservada ao
longo dos anos; portanto, substitui todas as escrituras anteriores.
Décimo segundo, O Islam é a religião final, destinada a toda a humanidade.
Portanto, toda a gente tem a obrigação de abraçá-la.
Décimo terceiro, Allah e Sua criação são entidades totalmente diferentes. Ele
é Uno, distinto da sua criação.
Décimo quarto, O Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam
com ele) foi enviado para todos os povos. Ele é o último profeta, e o seu ensinamento,
Islamismo, permanecerá o único (ensinamento) correto e autenticamente revelado, até
o Dia do Juízo Final.
Décimo quinto, os profetas foram seres humanos escolhidos e enviados por
Allah para transmitirem e revitalizarem a mensagem original: adoração de Allah
somente (monoteísmo) e chamarem a atenção para que os outros humanos se
distanciem da adoração de outras entidades (que não sejam Ele). Os Profetas foram
exemplos vivos de como as escrituras devem ser compreendidas e implementadas.
Décimo sexto, a realidade dos profetas, a sua mensagem uniforme, e seus
modos de vida estão revitalizados e só podem ser encontrados preservados nos
ensinamentos Islâmicos, que se manifestam no Alcorão e nas declarações e ações do
Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele). São as únicas
fontes autênticas e comprovadas, hoje, que preservam os fatos sobre Jesus, Moisés e
suas mensagens. Guiam aqueles que seguem essas fontes para um modo de vida que é
mais similar ao de Jesus e Moisés, e não aquele praticado pela maioria dos Cristãos e
Judeus hoje. Orientam para o amor e respeito a Jesus, Moisés e a todos os outros
profetas (que as bênçãos de Allah esteja com todos eles).

157
Décimo sétimo, o Islam considera que o desrespeito a qualquer profeta
significa pisar fora dos seus limites.
Décimo oitavo, Maria, mãe de Jesus, era uma mulher virtuosa, a mais honrada
dentre as mulheres de todas as nações naquele tempo.
Décimo nono, Foi provado que a Bíblia está amplamente distorcida; isto
significa que o Cristianismo também foi distorcido, como é evidente em várias
doutrinas introduzidas pelo homem no Cristianismo, que resultaram no seu desvio do
monoteísmo puro para triteísmo, nos primeiros 400 anos após a ascensão de Jesus.
Note-se que aqueles que seguiram as escrituras antes de serem adulteradas não terão
nada que temer no Dia do Juízo Final.
Vigésimo, as tradições orais transmitidas para as gerações foram
substancialmente alteradas. Pessoas que nunca viram Jesus começaram a escrever
livros com mais foco na sua personalidade do que na sua mensagem. Esses artigos
tornaram-se excessivamente exagerados, perdendo, assim, a verdadeira essência da
sua existência e mensagem. Exaltaram-no a níveis extremos. Isto, mais tarde, criou
um problema para o Cristianismo, uma vez que surgiram divergências na doutrina,
onde cada grupo defendia suas próprias teorias e concepções. Isto resultou em noções
variantes de crucificação, Trindade, divindade de Jesus, filiação divina de Cristo, o
pecado original e expiação. As seguintes doutrinas cardiais do Cristianismo são
rejeitadas pelo Islam:
 A Trindade
 A divindade de Jesus
 A noção de que Jesus é o filho de Deus
 O pecado original
 Expiação (reconciliação entre Deus e a humanidade, pela vida e morte
de Jesus)
 Resgate (salvação do pecado através do sacrifício de Jesus)
Vigésimo primeiro, o conceito popular Cristão da salvação é incoerente. O
verdadeiro caminho para alcançar a salvação é praticar o bem, evitar e arrepender-se
dos seus pecados, e seguir os mandamentos mencionados nas escrituras seladas e
substituídas pelo Alcorão. O Islam ensina que o pecado não pode ser transferido de
uma pessoa para outra, e não pode ser herdado. Cada pessoa é responsável pelas suas
próprias ações e será recompensada segundo as mesmas.

158
Allah disse:
“Aqueles que praticarem o bem, sejam homens ou mulheres, e forem crentes, 106
entrarão no Paraíso e não serão prejudicados, no mínimo que seja. (Alcorão
4:124)

_________________________________________
Crer nos seis pilares da fé mencionados no Capítulo 9: Os Seis Artigos da Fé Islâmica.
106

Vigésimo segundo, Há evidência, em passagens do Antigo e Novo


Testamento (na sua forma atual), de que o Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos
de Allah estejam com ele) foi mencionado por seus ilustres predecessores,
nomeadamente, profetas Jesus e Moisés (que as bênçãos de Allah estejam com eles).
Com esta evidência decisiva e fatual, é somente adequado que os Cristãos e Judeus
sinceros aceitem o Islam como uma continuação do legado deixado por todos os
mensageiros e profetas. A pessoa não pode ser Muçulmana até que ele ou ela acredite
em Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) e em todos os
profetas enviados antes dele. Ninguém é um verdadeiro Judeu ou Cristão sem
acreditar em Muhammad, o profeta predito tanto no Antigo como no Novo
Testamento; Assim, os Judeus e os Cristãos devem entrar nas hostes do Islam com
todo o coração.
Vigésimo Terceiro, a forma de agradar a Allah foi-nos detalhada. O Alcorão
define claramente, e o Profeta (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) dá-nos
detalhes sobre cada ponto.
Vigésimo quarto, Deus (Allah) é Um, a Sua mensagem é uma, e o caminho
para Ele é um: nomeadamente, Islam. Allah especificou no Alcorão:
“E (o Senhor ordenou-vos, ao dizer): Esta é a Minha senda reta. Segui-a e não
sigais as demais, para que estas não vos desviem da Sua. Eis o que Ele vos
prescreve, para que O temais. (Alcorão 6:153)

Vigésimo Quinto – o último, mas não menos importante – O Islam é o teu


direito natural. Sim, estás a ler corretamente. O Islam é teu direito. Todo o ser
humano nasce na religião do Islam, e os seres humanos são naturalmente atraídos para
o que já sabemos. Portanto, se tu aceitares o Islam, não estás a virar as costas para
qualquer revelação anterior, mas sim voltar para a crença pura original com a qual
foste criado. Assim sendo, o Islam é o teu direito natural, ao passo que os outros

159
sistemas religiosos ou ideológicos ensinam-te a te desviares da crença pura com a qual
foste criado.
Estes são os vinte e cinco componentes básicos que logicamente e
racionalmente ditam que o Islam deve ser considerado a última e verdadeira religião
de Allah.

Lembre-te disso
Para identificar a verdadeira religião com precisão, deves manter um ponto de
vista objetivo, que não permite que as tuas emoções nublem a tua visão e,
consequentemente, cegam-te da verdade. Deves olhar para todas as questões de forma
racional para que possas separar a verdade da mentira; e depois fazer uma avaliação e
segui-la com sinceridade, pedindo ao Todo-Poderoso para te guiar ao caminho certo.
Agora que lestes este livro Islam é Teu Direito Natural e examinaste as
evidências sobre a veracidade do Islam, peço a Deus Todo-Poderoso para que possas
fazer a escolha certa! Convido-te a escolher o Islam como o teu modo de vida. La
ilaha illa Allah (Não há ninguém digno de adoração além de Allah), Muhammadan
Rassul Allah (Muhammad é o Mensageiro de Allah).
Que a luz da verdade brilhe em nossas mentes e em nossos corações. Que ela
nos guie para paz e certeza nesta vida, e para a felicidade eterna no além.

Atenciosamente,
Majed S. Al-Rassi
Telefone: 966 50 5906761
e-mail: majed.alrassi@gmail.com

160
Bibliografia
Abdul Razak, Imam Jamil. Study Guide, Comparative Study — Islam and
Christianity. Washington, EUA: Centro de Seattle, 1978.

Arfaj, Dr. Naji I. Seeking The Truth Series. Distribuido pelo autor (seekkfu.edu.sa).

Badawi, Dr. Jamal. Muhammad in the Bible. Halifax, Canada: Fundação sobre a
Informação Islâmica (FII).

Caraballo, Simon (Muhammad bin Abdullah Caraballo). My Great Love for Jesus Led
Me to Islam. Jubail, KSA: Dawah & Guidance Centre.

______. What the Bible says about Muhammad.Dummelow, John R. Commentary on


the Holy Bible. Reino Unido: Macmillan Publishers Limited, 1970.

Hammad, Ahmad Zaki. The Gracious Quran. Lisle, IL: Lucent Interpretations, LLC,
2008.

Harrington, Daniel. “Who Killed Jesus?” in Scriptures from Scratch. St. Anthony
Messenger Press. Accessed online at http://www.
americancatholic.org/Newsletters/SFS/an0399.asp.

Ibrahim, I. A. A Brief Illustrated Guide to Understanding Islam. Houston, TX:


Darussalam, 1997.

al-Johani, Dr. Manee H. The Truth about Jesus. World Assembly of Muslim Youth
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Parrinder, Geoffrey. World Religions: From Ancient History to the Present. New
York: Checkmark Books, 1985.

Philips, Dr. Abu Ameenah Bilal. The True Message of Jesus Christ.

161
Riyadh: Editora Internacional Islâmica

______. The True Religion. Riyadh: Editora Internacional Islâmica.

Pickthall, Muhammad M. The Glorious Quran.Saheeh International. O alcorão: Texto


árabe com correspondente

English Meanings. Jeddah: Abul Qasim Publishing House, 1997.

Shaw, George Bernard. The Genuine Islam. Singapura, 1936.

al-Uthaymeen, Shaykh Muhammad ibn Saalih. Explanation of the Three Fundamental


Principles of Islaam. UK: Al-Hidaayah Publishing and Distribution, 1997.

162
Apêndice
Para mais informação sobre Islam

1. O Glorioso Alcorão, tradução do significado para o Inglês por M. Marmaduke


Pickthall.

2. Ata ur-Rahim, Muhammad e Ahmad Thomson. Jesus: Prophet of Islam. Riyadh:


International Islamic Publishing House, 2008.

3. Baagil, M. Christian-Muslim Dialogue. Riyadh: Editora internacional Islâmica.

4. Bucaille, Maurice. The Quran and Modern Science. Riyadh: Editora internacional
Islâmica.

5. Caraballo, Simon (Muhammad bin Abdullah Caraballo). My Great Love for Jesus
Led Me to Islam. Jubail, Saudi Arabia: Dawah & Guidance Centre.

6. Ibrahim, I. A. A Brief Illustrated Guide to Understanding Islam. Houston, TX:


Darussalam, 1997. Also available at www.islam- guide.com.

7. Khan, Maulana Wahiduddin. God Arises. Riyadh: International Islamic Publishing


House, 2005.

8. Khan, Abdul Waheed. The Personality of Allah’s Last Messenger, 2nd ed. Riyadh:
International Islamic Publishing House, 2007.

9. LeBlanc, Abdul-Malik. The Bible Led Me to Islam. Toronto: Al-Attique Editora.

10. Philips, Dr. Abu Ameenah Bilal. The Purpose of Creation. Riyadh: Editora
internacional Islâmica.

11. Philips, Dr. Abu Ameenah Bilal. The True Message of Jesus

Christ. Riyadh: International Islamic Publishing House, 2006.

12. al-Uthaymeen, Shaykh Muhammad ibn Saalih. Explanation of the Three


Fundamental Principles of Islaam. UK: Al-Hidaayah Publishing and Distribution,
1997.

163
Informação Online sobre Islam

Pode-se visitar também os seguintes sites para informações atualizadas e para


mais material de leitura:

www.islamfortoday.com

www.islam-guide.com

www.islamonline.net

www.islamtomorrow.com

www.missionislam.com

www.islamqa.info/ar

Livros Online

www.iiph.com

www.islamicbookstore.com

www.al-hidaayah.co.uk

www.dar-us-salam.com

www.soundvision.com

164
Glossário dos termos Islâmicos*

abu (or abi) Pai de…

Allahu akbar Allah é o Altíssimo

Arafah(or Arafat) Planície fora de Meca onde os peregrinos reúnem-


se no cume do Hajj; O Monte Arafah situa-se
nessa planície. É a montanha ao lado da qual o
Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah
estejam com ele) sentou-se quando fez seu Hajj

bismillah Em nome de Allah

Hadith Os depoimentos colhidos e ações do Profeta


Muhammad (que a paz e bênçãos de Allah estejam
com ele) que com o Alcorão formam a base da lei
Islâmica
hadith Uma declaração ou ação do Profeta Muhammad
(que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele)
que foi lembrado e registado por seus
Companheiros e seguidores

Hajj A maior peregrinação à Mesquita Sagrada, local


da Kaaba em Meca, a ser realizada por todo
Muçulmano capaz, durante o seu período de vida

Hijab Véu ordenado por Allah para as crentes

____________________________________________
* Se uma palavra fizer parte do idioma português (ou seja, se for encontrada em um dicionário de
português padrão), então, essa ortografia é usada neste livro e aparece neste glossário, com a forma

165
transliterada entre parênteses após ela.

Jinn (plural de jinni) Não-humanos, seres racionais criados por Allah


a partir do fogo, muitas vezes referidos como
"demônios" ou "satanás"; Eles têm livre arbítrio
como os seres humanos: alguns são
Muçulmanos, outros descrentes; alguns são
obedientes a Allah, e outros desobedientes.
Satanás é um gênio. Algumas pessoas tentam
‘prever’ o futuro em contato com um gênio.
Alguns gênios desobedientes enganam as
pessoas fazendo-as pensar que eles podem dizer-
lhes o que vai acontecer no futuro, próximo ou
distante, ou que eles podem proporcionar às
pessoas riqueza ou algum tipo de poder.

Jizyah Um imposto pago pelos Cristãos e Judeus que


vivem sob a proteção Muçulmana. (Os
Muçulmanos não pagam jizyah, mas devem dar
uma percentagem de riqueza pessoal como
caridade obrigatória a categorias designadas de
destinatários, por exemplos, os pobres e os
necessitados.)

Kaaba A Casa de Allah em Meca, construída


originalmente pelos Profetas Abraão e Ismael

Mahram Grau de parentesco excluindo casamento; um


homem com quem uma mulher não é permitida
casar, devido à estreita relação de sangue, por
exemplo, seu pai, irmão, filho, tio, ou o sogro.

Ramadan O nono mês do calendário Islâmico; o mês de


jejum obrigatório

Sharia A lei Islâmica derivada do Alcorão e as


declarações e ações do Profeta (que a paz e
bênçãos de Allah estejam com ele)

Siwak (or miswak) Um pequeno galho (usu. da árvore arak),


utilizado como uma escova de dentes natural

Taghoot Ídolos; todo o mal que é adorado

Zakah Caridade obrigatória paga pelos Muçulmanos,


para ser distribuída aos Muçulmanos pobres que
se qualificam como beneficiários

166
167

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