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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA


ENGENHARIA ELÉTRICA

Mario Lucas Lima de Souza Ribeiro - RA: 118654


Murilo Galdino Zannin - RA: 117513

Experimento 2
6675/03 - Laboratório de Circuitos Eletrônicos 2

Atividade de Laboratório de Circuitos Eletrônicos


2 apresentada ao 3º ano do curso de
Engenharia Elétrica como parte dos critérios
avaliativos do 2º semestre do ano letivo.

Professor: Carlos Alexandre Ferri

Maringá
2022
Sumário
1 INTRODUÇÃO 1

2 OBJETIVOS 1

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 1
3.1 Realimentação negativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
3.2 TL071 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

4 METODOLOGIA 6
4.1 Materiais utilizados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
4.1.1 Amplificador como inversor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
4.1.2 Amplificador como não-inversor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
4.2 Montagem e realização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
4.2.1 Amplificador como inversor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
4.2.2 Amplificador como não-inversor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
4.3 Simulação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES 10
5.1 Amplificador como inversor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
5.2 Amplificador como não-inversor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

6 CONCLUSÃO 12

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 13
1 INTRODUÇÃO

Amplificadores operacionais são dispositivos eletrônicos com inúmeras aplicações e


utilidades em diversas áreas das engenharias elétrica e eletrônica. Osciladores, filtros
e circuitos de instrumentação são exemplos de dispositivos que utilizam de Amp Op’s.
Trabalham com ganho de tensão, elevada impedância de entrada e baixa impedância de
saı́da (BOYLESTAD; NASHELSKY, 2013).

Este trabalho apresenta o que é um amplificador operacional, suas caracterı́sticas e


dados de práticas. Mostra o conceito de realimentação negativa e utiliza do amplifica-
dor operacional TL071 atuando tanto com entrada inversora quanto com entrada não-
inversora para estudar o comportamento prático e teórico das configurações ditas.

2 OBJETIVOS

O objetivo desse experimento é entender as conexões do TL071, suas caracterı́sticas


elétricas e principalmente observar seu ganho. Operando com realimentação negativa de
forma inversora e não-inversora, anotar as tensões obtidas e comparar com os resultados
teóricos de um simulador. Por fim, verificar se foram obtidos valores próximos do que o
fabricante garante.

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O amplificador operacional, também chamado de Amp Op, é um dispositivo de ex-


trema importância na área da eletrônica. Sua função, de forma simplificada, é realizar
operações matemáticas que vão das mais simples às mais complexas, como soma, mul-
tiplicação, diferenciação e integração. Um detalhe importante é que o Amp Op não é
um componente isolado e sim um conjunto de componentes como resistores e transistores
(BOYLESTAD; NASHELSKY, 2013). Abaixo, mostrados a representação circuital de
um Amp Op e seu circuito interno, respectivamente nas figuras 1 e 2:

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Figura 1: Representação de um amplificador operacional. Fonte: Sedra et al., 2004.

Figura 2: Circuito interno de um amplificador diferencial elementar. Fonte: Wendling,


2010.

O terminal positivo é dito entrada não-inversora e o terminal negativo é dito entrada


inversora. Quando há alimentação pela inversora, a saı́da fica defasada em 180°. Quando a
alimentação pelo outro terminal não há diferença de fase (SEDRA et al., 2004). Seguindo
Boylestad e Nashelsky (2013), esse tipo de componente é utilizado na confecção de filtros,
osciladores e em instrumentação eletrônica e de acordo com Welding (2010), é possı́vel
encontrar os Amp Op’s nas áreas de telecomunicações, sistemas de áudio, engenharia
médica e em controle industrial.

O ponto principal do amplificador é o ganho AV , a razão entre a saı́da e a entrada.

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Entretanto, não significa que o Amp Op com maior valor de AV é o melhor. O que deve ser
analisado é o comportamento do ganho quando submetido a determinadas frequências, se
está dentro da faixa de ganho desejada, se o sinal de entrada multiplicado por AV satisfaz
o sinal de saı́da que se procura etc (SEDRA et al., 2004).

Vout
AV = (1)
Vin

Onde Vin representa a tensão de entrada do amplificador operacional e Vout sua tensão
de saı́da. Para adentrarmos mais afundo no estudo desse componente, vamos considerar
apenas um amplificador operacional ideal. Um Amp Op ideal possui uma impedância
de entrada infinita em seu terminais + e - e um impedância nula no seu terminal de
saı́da. Seu ganho é infinito também, não varia conforme a temperatura, tem velocidade
de operação infinita e possui resposta de frequência infinita (JUNIOR, 2003). Abaixo, a
representação ideal de um amplificador na figura 3.

Figura 3: Representação interna de um amplificador operacional ideal. Fonte: Sedra et


al., 2004.

De acordo com Boylestad e Nashelsky (2013), uma outra equação que rege o estudo
desse dispositivo é a seguinte:

Vout = A(V+ − V− ) (2)

Que relaciona a tensão de saı́da com o ganho pré-estabelecido do amplificador com


a diferença de tensão em seus terminais (BOYLESTAD; NASHELSKY, 2013). Veremos

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em seguida circuitos com realimentação negativa.

3.1 Realimentação negativa

O conceito de realimentação negativa (RN) consiste em ’puxar’ um resistor do terminal


negativo do amplificador e ligá-lo à saı́da, fazendo com que surja uma corrente que vai da
saı́da para a entrada negativa, ilustrado melhor abaixo na figura 4 (JUNIOR, 2003):

Figura 4: Realimentação negativa de um Amp Op. Fonte: Junior, 2003.

Muitos amplificadores operacionais oferecem ganhos muito elevados, tornando a vida


da eletrônica mais complicada pois altos sinais podem danificar componentes. Uma alter-
nativa para diminuir esse ganho elevado é justamente a RN. Além disso, torna o ganho
mais estável e aumenta a faixa de frequência que se pode trabalhar. Para realizar essa
operação é necessário que consideremos V+ = V− e i+ = i− = 0, como mostra a figura 5
(SEDRA et al., 2004):

Figura 5: Análise da malha de uma RN com entrada inversora. Fonte: Sedra et al., 2004.

Tendo a entrada Vin representada por VI e a saı́da Vout por VO , chegamos na seguinte

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relação de acordo com a imagem acima:

Vout R2
=− = AV (3)
Vin R1

Obtemos o ganho. Além disso, a impedância de entrada é definida pela razão entre
a a tensão de entrada (nesse caso, no terminal negativo) e a corrente de entrada no
terra virtual, mostrado também na figura 5, sendo a própria impedância R1. Quando
realimentamos negativamente com uma entrada não-inversora, acontece o que é mostrado
na figura 6 (SEDRA et al., 2004):

Figura 6: Análise de malha de uma RN com entrada não-inversora. Fonte: Sedra et al.,
2004.

Ganho:

 
Vout R2
= 1+ = AV (4)
Vin R1

A impedância de entrada, analisada no terminal positivo, não é possı́vel de ser calcu-


lada pois depende das caracterı́sticas de construção do amplificador operacional (SEDRA
et al., 2004).

3.2 TL071

O amplificador operacional TL071 tem uma tensão máxima de alimentação VCC de


±18 V e uma voltagem máxima de entrada Vin de ± 15 V. Quanto a sua temperatura,
pode trabalhar entre -40°C e +105°C e ser armazenado entre -65°C e 150°C. Além disso, a

5
corrente máxima de offset é de 100 pA (STMICROELECTRONICS, 2008). O componente
pode ser observado na fotografia mostrada na figura 7:

Figura 7: Amp Op TL071. Fonte: autoral.

4 METODOLOGIA

Realizamos dois experimentos, em um utilizamos o amplificador como inversor e no


outro como não-inversor.

4.1 Materiais utilizados

4.1.1 Amplificador como inversor

• 1 x Resistor de 5374 Ω;

• 1 x Resistor de 1471 Ω;

• 1 x Amplificador operacional TL071;

• 1 x Kit regulador e limitador de corrente, mostrado na figura 8;

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Figura 8: Regulador e limitador. Fonte: autoral.

• 1 x Kit para amplificador, mostrado na figura 9;

Figura 9: Kit para amplificador. Fonte: autoral.

• 1 x Osciloscópio Tektronix TBS 1102;

• 1 x Gerador de funções Politerm POL-40;

• Jumpers e cabos para conexões;

• 1 x Fonte simétrica de 12 V.

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4.1.2 Amplificador como não-inversor

• 1 x Resistor de 5374 Ω;

• 1 x Resistor de 2118 Ω;

• 1 x Amplificador operacional TL071;

• 1 x Kit regulador e limitador de corrente;

• 1 x Osciloscópio Tektronix TBS 1102;

• 1 x Gerador de funções Politerm POL-40;

• Jumpers e cabos para conexões;

• 1 x Fonte simétrica de 12 V.

4.2 Montagem e realização

4.2.1 Amplificador como inversor

Pegamos nossa fonte simétrica e conectamos ela ao nosso regulador para que ob-
tivéssemos uma tensão próxima de 8 V, obtendo 7,97 V. No kit para o amplificador,
utilizamos R1 como 5374 Ω e R2 como 1471 Ω, conectamos as entradas V- e V+ às saı́das
a -7,97 V e +7,97 V do regulador, respectivamente. Fechamos o lugar do resistor R3 com
um jumper e fizemos o teste de circuito aberto aferindo a DDP entre o terra e a saı́da do
TL071 para conferir se media 0 V. Devido ao offset, tensão de desvio de um dispositivo
real, achamos o valor de -0,011 V. Foi necessário mexer no trimpot do kit, localizado entre
os bornes de conexão da fonte CC e o amplificador, para reduzir a tensão para 0 V.

Depois, ajustamos o gerador de funções para as tensões pico-a-pico de 0,25 V, 0,5 V e


1 V a 1 kHz, conectando sua saı́da positiva ao borne ligado ao resistor R2 e a negativa ao
terra, assim como o regulador. Para cada tensão regulada, medimos a voltagem de saı́da
e calculamos o ganho.

Também aumentamos a amplitude do sinal até que a saı́da fosse saturada, anotando
os valores positivos e negativos de saturação. Por fim, calculamos a impedância de entrada
do circuito medindo a queda de tensão do resistor R2 e a corrente que passa por ele.

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4.2.2 Amplificador como não-inversor

Montagem e realização bem semelhante ao circuito acima, substituı́mos R1 por 2118


Ω e conectamos o positivo do gerador de função em VP e o negativo é aterrado. Os
mesmos valores de tensão e frequência são utilizados. Obtivemos os valores de saturação
e os outros procedimentos não foram necessários.

4.3 Simulação

Utilizando o software Falstad, simulamos os dois circuitos e montamos como mostram


as figuras 10 e 11 abaixo:

Figura 10: Simulação do circuito inversor. Fonte: autoral.

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Figura 11: Simulação do circuito não-inversor. Fonte: autoral.

Foram adicionados resistores de 1 kΩ na saı́da para poder mensurar a tensão de saı́da.


Os amplificadores estão alimentados com ± 8 V e a onda senoidal de entrada tem sua
tensão pico-a-pico alterada, assim como no experimento.

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1 Amplificador como inversor

Vin (Vpp) Vout (Vpp) Ganho


0,25 0,82 3,28
0,5 1,5 3
1 3,8 3,8

Tabela 1: Tensão e ganho para a configuração inversora experimental.

A tabela 1 mostra que o ganho experimental do nosso amplificador variou de 3 a 3,8,


sendo em média 3,36 e a tabela 2 mostra que o ganho ficou estável em 3,72. Calculando
o erro percentual por meio da fórmula abaixo:

10
Vin (Vpp) Vout (Vpp) Ganho
0,25 0,93 3,72
0,5 1,86 3,72
1 3,72 3,72

Tabela 2: Tensão e ganho para a configuração inversora no simulador.

|teórico − experimental|
Erro = · 100% (5)
|teórico|

Obtemos um erro de 9,6 %, possivelmente causado por mal encaixe dos resistores com
a placa de montagem e por mal contato dos cabos que ligaram a bateria com o circuito.

A saturação foi obtida em -7 V e +7 V experimentalmente enquanto que no simulador


chegamos a -8 V e +8 V. Essa diferença se dá por eventuais quedas de tensão e dissipação
de potência desde o gerador de funções até o circuito e seus componentes. Erro de 12,5
%.

5.2 Amplificador como não-inversor

Vin (Vpp) Vout (Vpp) Ganho


0,25 0,77 3,08
0,5 1,66 3,32
1 3,70 3,70

Tabela 3: Tensão e ganho para a configuração não-inversora experimental.

Vin (Vpp) Vout (Vpp) Ganho


0,25 0,89 3,54
0,5 1,77 3,54
1 3,54 3,54

Tabela 4: Tensão e ganho para a configuração não-inversora no simulador.

As tabelas 3 e 4 mostram que encontramos uma média de ganho experimental de 3,36


e simulada de 3,54. Utilizando a equação 5, o erro calculado é de 5,08 %. Um erro baixo,
até mesmo se comparado com o exercı́cio anterior. Como possı́vel causa, uma melhor

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montagem do circuito com melhor encaixe dos resistores e melhor contato entre terminais
e cabos.

A saturação foi obtida em -7,2 V e +7,2 V experimentalmente enquanto que no si-


mulador chegamos a -8 V e +8 V. Essa diferença, assim como no experimento anterior, é
dada por eventuais quedas de tensão e dissipação de potência que vão desde o gerador de
funções até o circuito e seus componentes. Erro de 10 %.

6 CONCLUSÃO

Apesar do erro obtido não ser tão elevado, é notável que a utilização de kits para
amplificadores reduz o erro que protoboards causariam. Além disso, é visto na prática
que as resistências de entradas não são infinitas e muito menos o ganho, havendo queda
de tensão e dissipação de potência. Num próximo experimento, é interessante levar em
conta os erros experimentais e tentar reduzir tanto o mal contato quanto o mal encaixe.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOYLESTAD, R.; NASHELSKY, L. a. , Dispositivos eletrônicos e teoria de circuitos.


São Paulo, Brasil: Prentice Hall, 2013.

JUNIOR, A. P. Eletrônica Analógica: Amplificadores operacionais e filtros ativos. 6. ed.


Porto Alegre, Brasil: Bookman, 2003.

SEDRA, A. S. et al. Microelectronic circuits. Nova Iorque, EUA: Oxford University


Press, 2004.

STMICROELECTRONICS. Low noise JFET single operational amplifier. [S.l.], 2008.


Disponı́vel em: <https://www.st.com/resource/en/datasheet/tl071.pdf>. Acesso em: 19
dez. 2022.

WENDLING, M. Amplificadores Operacionais. 2010. Disponı́vel em: <https://www.feg-


.unesp.br/Home/PaginasPessoais/ProfMarceloWendling/3—amplificadores-operacionais-
v2.0.pdf>. Acesso em: 18 dez. 2022.

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