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A
prendemos nas aulas de ciências humanas que a história se conta em ciclos,
por meio de parâmetros temporais que ajudam a compreendê-la. A morte de
Iris Rezende Machado, aos 87 anos de idade, no dia 9 de novembro de 2021,
depois de mais de 90 dias de internação hospitalar, encerra um ciclo político no
Estado. Para melhor entender esse processo faz-se necessário um pequeno retorno ao
passado.
Iris iniciou sua carreira no final da década de 50, quando se iniciava o grande fluxo
migratório da zona rural para as cidades brasileiras. Como boa parte da população
que vivia em Goiânia naqueles anos, ele e sua família migraram atrás de educação
e melhores condições de vida. Aquela década, em especial depois do golpe de 1964,
completava a era pós-Revolução de 1930.
As construções de Goiânia, a partir de 1933, e de Brasília em marcha naqueles
anos, criaram as bases socioeconômicas em Goiás para um passo adiante, a busca da
tão almejada “modernidade” ou o “progresso econômico”, pois Goiás ainda estava
com os pés fincados na economia de subsistência. As novas capitais abriram um
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caminho para o futuro naqueles barulhentos anos 60, mas as barreiras para seguir
adiante continuavam gigantescas. Apesar de ser quase balzaquiana, Goiânia era uma
grande obra inacabada.
A cidade crescia mais que os planos de seus idealizadores, com destaque para
Pedro Ludovico Teixeira, e não oferecia a infraestrutura para quem nela escolheu
viver. Como já dissera Monteiro Lobato em sua passagem pela cidade anos antes,
por aqui de dia faltava água e de noite faltava luz. Iris Rezende estreou na política em
meio a essa realidade e se entrincheirou ao lado do ludoviquismo que tomara para si
a bandeira do progresso por meio de investimentos em grandes obras públicas.
Em uma entrevista que me concedeu em outubro de 2020, quando comemorou o
último aniversário de Goiânia como seu prefeito, Iris me disse que de todas as suas
administrações, incluindo as de governador, a de maior destaque foi o primeiro mandato
de prefeito (1966/1969). “Foi o que mais me marcou e tenho na memória os mínimos
detalhes. E por quê? Eu assumi a prefeitura numa situação inexplicável, a cidade
estava entregue ao lixo e à inércia”. Ali foi seu primeiro laboratório administrativo,
onde criou seu modelo de gestão com controle absoluto das contas (ninguém tem
autorização para fazer gastos sem seu conhecimento), incremento das receitas públicas,
inclusive aumento de impostos, corte de despesas e formação de uma poupança para
investimentos em obras públicas, com o tempero de seu carisma político.
Q
uais traços e ações mais marcantes na trajetória de Iris Rezende Machado
ajudam a definir sua importância como liderança política em Goiás e no
Brasil? Dois cientistas políticos, Itami Campos, doutor em Ciência Política
pela USP, professor titular da UFG, aposentado, e Pedro Célio Alves Borges,
sociólogo, professor aposentado na FCS/UFG, fazem, a pedido do POPULAR, um
resumo dessa história. Eles falam da atuação e qualidades que levaram o governador
em dois mandatos, prefeito de Goiânia em quatro oportunidades, senador e
ministro de Estado em dois governos diferentes a despedir-se da política cercado de
homenagens e reconhecimento. Também comentam críticas feitas por ex-aliados,
adversários e mesmo inimigos, que o consideravam populista, coronel, cacique,
acusando-o de barrar outros líderes, até em seu próprio partido, o MDB, ao qual
permaneceu fiel ao longo de quase toda sua carreira política.
PEDRO CÉLIO - Iris Rezende se dedicou com intensidade à política. Desde o início
da carreira, fez da luta pelo poder a prioridade na ocupação de seu tempo. Dormia
pouco, levantava muito cedo para obter mais rendimentos em conversas, reuniões,
negociações e elaboração de estratégias para as disputas nas quais se lançava.
Além disso, desenvolveu cedo uma habilidade incomum para fugir de posições
conceitualmente extremas. Essa foi sua marca na época da ditadura, quando ele
conviveu muito bem com os militares, mesmo sendo da oposição. Era hábil para
articular e conciliar interesses divergentes. Outra qualidade política de Iris esteve na
acuidade para conduzir a administração pública, em geral nos momentos de recursos
escassos. Em várias ocasiões ele mostrou competência para efetuar obras marcantes
com pouca disponibilidade orçamentária e sob a vigilância ferrenha dos órgãos de
controle. Nesse plano, poucos alcançaram o êxito que ele obteve.
“Mesmo tendendo
ao liberalismo e ao
conservadorismo,
sempre se apresentou
como um político
popular, caminhando
para o populista na sua
forma de fazer política
ou, pelo menos, no seu
discurso político”
ITAMI CAMPOS,
cientista político
Em 1986, Iris em solenidade como ministro da
agricultura do governo José Sarney
Homenagens
ITAMI CAMPOS - Sua atuação e carreira tornaram-no um político diferente, popular,
atuante. Ele sempre se apresentava como líder de massa e com vínculo com o povo.
PEDRO CÉLIO - Vou arriscar três elementos fortes na trajetória de Iris. Primeiro a
constância. Se tirarmos o período de afastamento devido à cassação, a ação de Iris esteve
presente nas principais instâncias institucionais de Goiás, de maneira direta como governo
ou como referência de oposição. De maneira indireta em vários municípios das diferentes
sub-regiões. Em segundo lugar, a tipificação histórica de suas gestões, em que sobressai
a instalação de infraestrutura no Estado. É uma história que só pode ser contada com
lisura, se estiverem registrados os números de expansão das estradas asfaltadas e da rede
hidrelétrica no território goiano. Em terceiro, o estilo centralizador que Iris manteve em
sua atuação, tanto no governo, como no partido. Daí se originou a coleção de adversários
de Iris, que cresceu em paralelo com o crescimento de sua base fiel.
Críticas de adversários
ITAMI CAMPOS - Recebeu críticas por pouco investir em educação, em saúde
pública, em cultura. Também foi criticado por fechar espaços a políticos e lideranças
que se destacavam, especialmente filiados ao PMDB, veja-se o ‘caso Henrique
Santillo’, senador, desfilia-se do PMDB, filia-se temporariamente ao PT, retorna
ao PMDB, após acordo regional. Também houve críticas de formação “panelinha
política” (Marconi Perillo, na campanha de 1998).
PEDRO CÉLIO - É necessário distinguir as críticas a Iris. Vejo aí um bom campo
de pesquisas e tematizações. Há registros à direita e à esquerda com conteúdos
totalmente diferentes. E há as acusações de ex-aliados, postados no mesmo campo (e
estilo) ideológico-institucional de Iris. Pela esquerda, a grande reclamação define Iris
como adversário dos movimentos sociais, avesso às suas demandas de autonomia
e respeito a conquistas das categorias profissionais e ações coletivas. Tenho comigo
que essa crítica procede em boa medida, podendo ser confirmada nas vezes em que
Iris nega-se a negociar com sindicatos e movimentos por moradia e terra em Goiás.
Por muitas vezes ele acaba acusado de agir como coronel, cacique e que só sabe se
relacionar com demandas coletivas se exercer a cooptação. Pela direita, criou-se
a “má-fama” de ser um político populista, que inclusive justificou a cassação em
1969. Para estes ele seria tendente a desorganizar as finanças públicas, a não honrar
compromissos, a esmerar o culto à personalidade. Misturadas a estes dois grupos
de crítica vieram os reptos de efeitos mais contundentes a Iris, desferidos por seus
próprios parceiros transformados em desafetos. O de Iris ser ultracentralizador,
autoritário na essência de suas concepções, narcisista, intolerante diante de
discordâncias. De fato, podemos elencar com facilidade defecções fundamentais, no
apoio a Iris, de lideranças marcantes, desde 1982: Mauro Borges e Derval de Paiva,
Iram Saraiva, Irapuã Costa Jr., Daniel Antônio, Henrique Santillo e Nion Albernaz.
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Atuação no PMDB/MDB
ITAMI CAMPOS - A política goiana sempre foi expressão de dois partidos – da
situação e da oposição; do pós-Guerra (1945) até 1965, intervenção militar e fim
do governo Mauro Borges, PSD e UDN rivalizavam-se e tinham seus convenientes
partidos aliados. Na redemocratização (1983) e até 1999, a polarização vai se dar
entre MDB/PMDB versus Arena/PDS/PFL, também com composição de aliados.
Nesta perspectiva, tanto Pedro Ludovico como Iris Rezende lideraram a política
regional, com forte controle.
PEDRO CÉLIO - A história de Iris traduz a história do MDB ou PMDB em Goiás. Ele
nunca mudou de legenda, algo comum aos maiores nomes da política regional. Poucos
sabem, mas na verdade sua origem é no PTB. Como vereador e depois prefeito eleito
em 1965. O PMDB passou por muitas fases, transfigurando-se no sentido do partido
da democracia, talvez até 1984/85, a um partido pragmático que a partir das eleições
de 1986 passa a acomodar-se aos padrões da política tradicional brasileira, em que
a construção de maiorias subordina os requisitos programáticos e ideológicos. Mais
adiante, já no século 21, o PMDB mantém-se graças à força dos seus caciques regionais
para sustentar estratégias fisiológicas no cenário nacional. O perfil de Iris Rezende
acopla-se com exatidão a cada uma dessas fases.
“P
ra mim é um prazer, uai. Político anda longe pra dar motivo de notícia,
e vocês querem escrever de mim no jornal. Mas depois seleciona, né?
Porque eu gosto de brincar também. Eu sempre falo: é preciso levar a vida
um pouco na brincadeira.” Foi assim que Iris Rezende começou uma das últimas
entrevistas exclusivas que concedeu ao POPULAR, já no fim de seu quarto mandato
como prefeito de Goiânia. Era 9 de dezembro de 2020 e passava pouco das 8h,
quando entramos em uma van com o objetivo de andar pela cidade e ver a capital sob
o seu olhar.
Iris dizia ter uma relação de simbiose com a cidade. Tanto que nasceram no
mesmo ano: 1933, sendo o município de 24 de outubro e ele de 22 de dezembro.
Em 2021, Goiânia completou seus 88 anos; Iris, não. O político com a carreira mais
longeva da história de Goiás morreu na madrugada do dia 9 de novembro de 2021,
depois de ficar 95 dias internado em decorrência de um AVC sofrido em 6 de agosto.
Naquele dia, Iris estava em seu escritório político, na Avenida T-9, onde “batia
ponto” sempre que estava em Goiânia. Passou mal no local, enquanto recebia aliados
políticos e empresários, e foi amparado pelas filhas Ana Paula e Adriana, que o
levaram ao hospital.
Sua presença no escritório demonstrava que Iris continuava trabalhando, apesar
de aposentado, uma característica que herdou do pai, Filostro Carneiro Machado.
“Papai cuidava de três, quatro fazendas”, contou Iris. “Ele saía de casa segunda cedo
e não aceitava que peão aplicasse uma vacina em bezerro. Era ele”, disse de maneira
enfática e fazendo o gesto da vacina com as mãos. Filostro morreu em 1991, aos 84
anos. Quatro anos antes, também tinha sofrido um AVC.
Iris chegou a Goiânia em 1949 vindo de Cristianópolis, onde nasceu, e aqui se
tornou conhecido pelo movimento estudantil do qual participou, partindo daí para
ocupar, pelas urnas, as principais cadeiras nos espaços políticos de Goiás ao longo
de 62 anos. Foi eleito o vereador mais votado da capital no pleito de 1958 e, em 1962,
trocou a Câmara Municipal pela Assembleia Legislativa.
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Também disse que, mesmo internado, ele cativou a equipe médica e, falando com Iris,
disse: “E você lá, deitado. E eu te vendo ir embora. Você não tinha que ir embora.”
O tempo que passou sem direitos políticos foi dedicado à advocacia, profissão na
qual nunca havia atuado. “Tinha o diploma, mas não tinha experiência”, dizia. Mas
tinha contatos e isso já bastava para começar. A década que passou advogando lhe
propiciou, segundo ele, “a oportunidade de fazer a vida, ganhar dinheiro”. Alegava
que foi daí que conseguiu comprar suas fazendas.
Uma delas, a de Canarana (MT), era seu “refúgio”. Passou lá boa parte do tempo
entre janeiro e agosto de 2021. Era sua outra profissão, dizia, algo que o “capacitou”,
por exemplo, a ser ministro da Agricultura durante o governo de José Sarney —
depois foi senador e voltou a ser ministro, desta vez da Justiça, no governo de
Fernando Henrique Cardoso.
Em entrevista ao Jornal do Campo, em maio deste ano, Iris disse: “Eu vivi praticamente
até os 15 anos de idade na roça, de forma que tudo o que você possa imaginar de serviço
grosseiro de roça eu sei fazer”. A matéria deixa clara ainda outra característica de Iris: o
gosto de demonstrar que, apesar de idade, ainda tinha força física.
Um dos takes da reportagem, feito com um drone, o mostra, por exemplo, subindo
numa porteira. A cena me fez lembrar de outra, ocorrida em 2017, durante o então
tradicional desfile de 7 de setembro. As autoridades estavam em um palco de metal
na Avenida Tocantins, a quase dois metros do chão, cujo acesso era por uma escada.
Enquanto os outros políticos, todos na faixa de 40, 50 anos, subiam amparados
pelo corrimão, Iris, à época com 83, subia sem encostar na estrutura, e rápido. “Ele
gosta de mostrar que sua força física está intacta. Ele faz esteira todo dia, sabia?”,
disse-me uma auxiliar na ocasião.
Eu sabia e, por isso, naquele 9 de dezembro de 2020, perguntei a ele se ainda
mantinha a rotina de exercícios. Ele respondeu que fazia a sua “ginástica” no prédio
onde passou a morar, a poucos metros de seu escritório político, no Setor Marista.
“Tem lá uma sala de exercícios e eu tinha o meu técnico para auxiliar nas ginásticas
diárias.”
Ressalta, entretanto, que o personal não pôde mais entrar no prédio devido à
pandemia de Covid-19, declarada em março daquele ano. “O síndico decidiu proibir
a entrada de pessoas estranhas no prédio e, consequentemente, o personal ficou
impossibilitado de entrar. Mas eu sempre gosto de praticar exercícios. O corpo
humano está a exigir, de cada um, exercícios permanentes.”
Exercitava-se pela manhã, antes do horário comercial. “Quer dizer, eu nunca
levantei depois das 5 horas da manhã. Toda vida.” Hábito adquirido da infância
passada na fazenda em Cristianópolis. Filostro Machado acostumou os filhos a
acordarem ainda de madrugada para trabalhar na lida rural. Saiu da roça, mas os
hábitos ficaram. “A gente tem um tempo pra pensar, pra refletir, pra decidir. Chega
num determinado momento do dia, que você não tem”, dizia.
Iris praticamente não viajava quando estava exercendo algum mandato, nem
para suas fazendas em Britânia (GO) e no Mato Grosso, ou mesmo para conhecer
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“Quando eu pego
o poder, não posso
viajar porque
centralizo, uai. Como
viajo, se, pra comprar
um parafuso, tem
que ter a minha
autorização? Não
posso”
IRIS REZENDE
N
os anos 1960, um jovem prefeito ganhou destaque nacional com um regime de
trabalho diferente em suas obras. Ele reunia uma multidão e fazia com que todo
mundo pegasse no pesado. Os mutirões levaram Iris Rezende Machado, então
com cerca de 30 anos de idade, a se transformar em uma das mais influentes lideranças
políticas do Estado. “Quando os militares me cassaram em 1969, eu já estava com a
campanha para governador na rua. A eleição seria no ano seguinte e eu já tinha até
slogan: ‘Bom Pra 70’”, recorda ele, ocupando o mesmo cargo em que estava 50 anos atrás.
Com uma energia incomum em um homem de 84 anos de idade, Iris Rezende
relembra em detalhes um passado que se confunde com a história de Goiás no
último meio século. Governador em dois mandatos, prefeito de Goiânia em quatro
oportunidades, senador, ministro de Estado em dois governos diferentes, homem
que já despertou paixões e ódios, suas vivências são detalhadas com gestos largos,
inflexões na voz e frases de efeito. “Quando fui governador, asfaltei quase 5 vezes
mais estradas que todos os outros que me antecederam. Fiz as máquinas roncarem.”
A carreira política de Iris Rezende é marcada por vitórias e derrotas, mas nunca
por ostracismo. Seu maior hiato na vida pública foram os 10 anos em que teve
seus direitos políticos cassados, entre 1969 e 1979. “Eles não tinham motivos.
Eu não era dado a subversão. O ato causou incômodo até nos meios militares”,
confidencia. Formado em Direito, Iris dedicou-se nesse período à advocacia, atuando
constantemente em tribunais de júri, onde sua verve não passou despercebida.
“Eu convidei dois desembargadores que haviam sido aposentados pelo golpe para
montarmos o escritório.”
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Trajetória política
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Não só aquele comício foi feito, como um outro, quando Tancredo Neves e todas
as lideranças que apoiavam sua eleição para o Planalto vieram a Goiânia. Filho do
dono de uma olaria na pequena Cristianópolis, menino criado na roça e que chegou
a Goiânia com 15 anos de idade, Iris teve um percurso improvável. “Nove anos
depois de chegar, fui eleito vereador no mesmo pleito que Jaime Câmara era eleito
prefeito.” A relação com um dos fundadores de O POPULAR, em sua avaliação,
foi fundamental. “Jaime Câmara foi uma das pessoas que me deram norte na vida
pública.”
Norte que precisou ser reencontrado após a surpreendente derrota para o governo
em 1998. Iris precisou se reerguer, depois de perder também uma vaga no Senado
em 2002, voltando às origens, à Prefeitura de Goiânia, em 2004. Desde então, já são
três mandatos. E em sua sala, não falta um tradicional pão de queijo. “Ele é feito com
leite das vacas da raça gir que crio em Guapó. É uma beleza”, garante. “Sei fazer tudo
na roça, de tirar leite a manejar machado, a ferramenta mais exigente que tem.” Iris
Rezende provou sua destreza, com o machado ou com a política.
ORGANIZAÇÃO:
Silvana Bittencourt
Fabrício Cardoso
EDIÇÃO:
Elaine Jesus
TEXTOS:
Cileide Alves
Marcos Nunes Carreiro
Karla Jaime
Rogério Borges
FOTOS:
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ARTE:
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