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PsiMamaFlix: Oficina das Emoções


E-Book – Oficina das Emoções PsiMama

Este é um resumo completo da “Oficina das Emoções PsiMama”.

É bem provável que você encontre aqui alguma dica ou estratégia que vai te ajudar a
1
resolver algum problema que você esteja enfrentando na vida com filhos!

Para buscar por alguma palavra chave basta pressionar ctrl + F e digitar a palavra
desejada.

Fica aqui um grande beijo e bons estudos!


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PsiMamaFlix: Oficina das Emoções


E-Book – Oficina das Emoções PsiMama

A Oficina das Emoções tem como objetivo que você aprenda a fazer a educação
emocional dos seus filhos e a sua também. Afinal, como vamos ensinar para alguém
algo que não sabemos?

Para uma criança, aquilo que falamos não tem tanto peso quanto as nossas ações, ou
seja, as nossas atitudes são levadas muito mais em conta do que as nossas explicações.
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Um exemplo muito comum é quando gritamos com a criança pedindo para ela parar de
gritar, ou bater na criança porque ela está batendo. A sua ação vai de encontro com o
que você está ensinando, você ensina que não pode bater, batendo ou que não pode
gritar, gritando e isso faz uma confusão enorme na cabecinha dela.

Ao entender o conceito de que a criança aprende através do espelhamento, se


espelhando nas nossas ações, entendemos também a importância da educação
emocional dos pais na vida dos filhos.

Antigamente não se tinha acesso às informações que temos hoje, quando nossos pais
mandavam “engolir o choro” e “não chorar por bobeira”, eles realmente acreditavam
que estavam nos ensinando a ser fortes e a lidar com nossas emoções, era a maneira
que eles conheciam e as ferramentas que eles tinham na época. Por isso a maioria de
nós não sabe como lidar com as próprias emoções e muitas vezes, nem identificar aquilo
que estamos sentindo ao certo.

Quando eu comecei o processo de alfabetização emocional dos meus filhos passei por
momentos “interessantes”, quando fizemos a roda das emoções pela primeira vez com
o Théo ele foi nomeando as emoções que estavam desenhadas, até que ele desenhou
um rosto “chateado” ao lado do rosto “bravo” (até então eu havia entendido que eram
dois rostos bravos), mas logo percebi que ele diferenciava o estar chateado com estar
bravo. Eu achei muito interessante essa capacidade que ele começa a desenvolver,
desde muito novo, ao perceber e compreender as próprias emoções. Para ele será mais
fácil identificar quando estiver bravo, chateado ou triste, se ele enxerga claramente
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essas diferenças e foi através do processo de alfabetização emocional do Théo que EU


aprendi muito junto com ele.

Emoções Básicas
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As emoções básicas são as emoções que nascem conosco como a alegria, medo, raiva,
tristeza, surpresa* e nojo*. Essas emoções são mais fáceis de identificar porque já
nascemos com elas.

No filme Divertida Mente os produtores colocaram as cinco emoções básicas na


cabeça da protagonista, a menininha Riley. Outra questão que eu achei muito
interessante nesse filme é que ele mostra que é a alegria quem comanda as emoções
nas crianças, mas nos adultos já se tem uma emoção diferente que faz esse controle.

E o nojo? Por que ele é uma das emoções básicas?

O nojo*, assim como a surpresa*, é uma emoção protetiva. Historicamente essas


emoções salvaram várias crianças exatamente por proteger a vida delas, inclusive
essas duas emoções estão com asterisco porque são emoções “desadaptativas”, e o
que isso significa? As outras emoções se adaptam ao seu contexto de vida, ou seja,
dependendo de como está a sua vida, você sente medo, raiva ou alegria, elas variam
de acordo com o contexto da sua vida naquele momento. O nojo* e a surpresa* não
se adaptam a esse contexto, elas são tão protetivas que não variam de acordo com o
seu momento de vida, por exemplo, independente do que esteja acontecendo ao seu
redor você vai continuar sentindo nojo de barata, independente do que esteja
acontecendo ao seu redor, você se sentirá surpreso com algo inesperado.

Divertida Mente é um filme é superlegal para ensinar sobre emoções para nossos
filhos.
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* Emoções desadaptativas são emoções protetivas que não variam de acordo com o
momento de vida.

Emoções Secundárias

As emoções básicas são chamadas de emoções primárias e existem também as 4

emoções secundárias, que são emoções que nós aprendemos ao longo da vida, como
o ciúme, a culpa, a vergonha. Há inclusive emoções secundárias que existem em
determinadas culturas e que não existem em outras. Até mesmo na cultura familiar
essas emoções fazem uma diferença enorme, por exemplo existem famílias em que o
‘ciúme’ tem uma proporção gigante (assim como a culpa, a vergonha etc.) e esses
termos passam a fazer parte da comunicação da família, enquanto outras famílias não
têm apego à essas emoções então elas praticamente não existem naquele contexto
familiar.

Então é interessante saber que essas emoções vão realmente existir se forem
aprendidas, caso contrário a pessoa não vai dar conotação (sentido) para esses
sentimentos. Claro que não significa que a pessoa não vai sentir essas emoções, porém
ela vai conseguir interpretar de uma maneira diferente.

Soma das Emoções

As emoções secundárias vêm da soma das emoções primárias, por exemplo juntando
a sensação da raiva com a sensação do nojo* vamos ter a sensação de desprezo.
Algumas pessoas consideram que o amor é uma emoção primária, mas outras
entendem que o amor é a soma da confiança com a alegria, ou a soma da confiança
com a segurança e, para que todas essas emoções existam, é preciso da ausência dessa
mesma emoção, assim como o oposto da surpresa é a antecipação, o oposto do nojo
é a confiança e assim por diante.
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E quando você analisar e entender as suas emoções é muito importante que você saiba
se ela é uma emoção primária ou secundária porque ao fazer essa análise, por exemplo
quando você estiver sentindo “ciúmes”, é interessante entender qual realmente é
aquele sentimento (você pode anotar num papel para ficar mais fácil), se é medo de
ser abandonada, ou raiva porque te preteriram (preferiram outra pessoa a você etc.),
logo o “ciúme” é uma série de emoções básicas que juntas foram rotuladas como 5

“ciúmes”. Mas, para entender efetivamente o porquê de estar sentindo isso, é preciso
analisar e para fazer essa análise é importante saber a diferença entre as emoções
primárias e secundárias.

Sentimentos x Emoções

“Emoção é sentida no corpo, sentimento é elaboração”.

Essa frase faz todo sentido porque a emoção é sentida e processada em forma de
sentimento e saber a diferença de ambas é superimportante.

Supondo que você está dando uma bronca na sua criança, muitas emoções estão vindo
ao corpinho dela pela ameaça que você representa naquele momento, como o medo
(onde o corpo dela vai reagir jogando adrenalina para lutar ou fugir dessa ameaça) e
desespero. Dessa forma a criança vai passar a elaborar crenças do tipo “minha mãe
não gosta de mim”, ou “eu sempre faço tudo errado”, o que impacta diretamente na
autoestima da criança e principalmente no seu relacionamento com ela. A emoção é
elaborada em sentimentos e informações e é onde são construídas as crenças.

E por que é importante saber disso?

• Hoje a sua criança está formando crenças sobre você e sobre o seu
relacionamento com ela.
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• Você vai entrar em contato com as crenças que construiu durante toda a
infância e adolescência, quando sentia essas mesmas emoções.

Então precisamos saber identificar e diferenciar todas essas questões, porque no nosso
processo de autoconhecimento e de educação emocional, vamos precisar entrar em
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contato com os nossos sentimentos, nos perguntarmos o que realmente estamos
sentindo e o que determinada emoção nos traz.

Não Existe Emoções Negativas

Não existe emoção positiva e nem negativa! O que pode ser negativa é a resposta à
determinada emoção ou ao sentimento que ela nos traz.

Um exemplo incrível de que não existe emoção negativa é uma pessoa ficar tão feliz e
eufórica que se comporta “igual uma doida”. Todas as emoções terão respostas
positivas e negativas. É preciso desconstruir esse conceito de que existem emoções
negativas porque todas elas são bem-vindas.

Responsabilidade Emocional

É aceitar que as emoções que você sente são de responsabilidade exclusivamente sua.
Na educação tradicional a reação totalmente desequilibrada de um adulto é causada
pela criança, porém hoje estamos aprendendo que a responsabilidade emocional é
somente do adulto que se descontrola.

Desregulação Emocional

Na sua infância quantas vezes ouviu as frases tipo “ah, nem doeu” ou “isso não é motivo
para chorar”? Ao fazer isso, estamos promovendo a Desregulação Emocional. Que é
basicamente quando sentimos vontade de chorar e alguém nos diz que “não precisa”
ou que isso é “drama”, o nosso corpo passa a dissociar a vontade de chorar da reação
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de chorar, mas isso não significa que não precisamos chorar. O choro libera cortisol,
é uma forma do nosso corpo de buscar homeostase, voltar ao equilíbrio. Então a
desregulação emocional nada mais é do que a repetição dessa invalidação. Muitas
vezes estamos tristes e não sabemos o porquê, a razão da nossa tristeza. Isso significa
que você está desregulada emocionalmente.
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E se você é um adulto desregulado emocionalmente é preciso fazer a sua educação
emocional junto com a da criança, pois a regulação emocional da criança começa
através da corregulação (a corregulação é o processo em que você ajuda a criança a
aprender a se autorregular), por isso é tão importante fazer o seu processo de
educação emocional para que, quando a criança precisar de ajuda, você tenha
condições emocionais de ajudá-la a se regular.

Educação Emocional

A educação emocional não é apenas autoconhecimento, é sobre você identificar


organicamente no seu corpo detalhes importantes e específicos, conhecer sua história,
gatilhos, medos, ansiedades, enfim, saber mais sobre você mesma, mas não é só isso!
É preciso exercitar e aprimorar habilidades para aprender a lidar com todas essas
questões para você se autorregular.

Medo

Medo x Apego

O medo é uma emoção inata e dá origem a várias outras emoções, inclusive a raiva. E
essa é a primeira emoção que sentimos ao nascer, graças ao medo existe o apego
seguro. Quando estamos na maternidade e escutamos um bebê chorar, ele está
sentindo medo. Aliás um ponto curioso é que quando o bebê nasce, as primeiras
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sensações, e mais assustadoras para ele, são respirar oxigênio e sentir fome, e a reação
dele vai ser chorar desesperadamente, pois o choro é a forma de comunicação do
bebê, é como ele expressa seus sentimentos e como pede “socorro”. Se cada vez que
esse bebê chorar, ele for atendido, aos poucos vai se construindo a relação do apego
seguro, que é a relação de confiança entre o bebê e o seu cuidador primário. O medo
é o que torna possível o bebê se apegar à mãe e, responder a um bebê que chora, não 8

o deixa mal-acostumado, mas sim torna possível que esse vínculo de confiança seja
construído.

O Medo Evolui com a Gente: Criança x Adulto

Ao sentir medo de algo a criança vai buscar uma forma de proteção, por exemplo se
ela tem medo do escuro não vai querer ficar em lugares onde não haja luz. Já o adulto
quando está com medo consegue lidar de uma forma “teoricamente madura”, porque
ele já passou por um processo de elaboração, onde ele conhece os seus medos,
entendê-los e encontrar uma forma de lidar com eles.

Quando uma criança chama pelos pais ao sentir medo e esses pais invalidam esse
sentimento falando para “parar de besteira” ou que “ela tem que aprender a se virar
sozinha”, o que eles estão fazendo (mesmo sem intenção) é alimentar ainda mais esse
medo, pois a criança não sabe se virar sozinha. Ela ainda não aprendeu a lidar com esse
medo.

O que podemos fazer é ajudá-la a ser mais autônoma. E a autonomia que me refiro é
a criança se alimentar sozinha, se vestir sozinha, ter a liberdade de ir para o escuro e
enfrentar esse medo, mas jamais ser mandada para o escuro para “aprender a se virar
sozinha”. A criança precisa primeiro confiar nos cuidadores dela (mesmo as crianças
maiores e os adolescentes), ela precisa confiar na responsividade de quem cuida e a
protege.
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Se a criança não confia nesse adulto porque ele a coloca para correr riscos, ela não vai
acreditar na opinião dele. Quanto mais você permitir que ela desenvolva essa
segurança nos seus braços maiores serão as chances de ela desenvolver a segurança
necessária para conseguir eventualmente viver sem você.

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O Medo do Medo: Ensinando a Travessia

Muitas vezes acabamos educando a criança na base do medo, temos medo de que se
não batermos na criança, ela eventualmente nos bata, se não castigarmos a criança ela
não tenha limites no futuro, e a educação toda acontece na base do medo.

Outras vezes ficamos com medo de que a criança sinta medo. Não precisa sentir medo
do escuro, não pode ter medo do escuro, não precisa sentir medo do exame de sangue,
é bobagem ter medo de altura. Acabamos proibindo o medo e chamando isso de
coragem, no entanto coragem não é a ausência do medo, mas sim enfrentar o medo.

Ensinar a travessia é ajudar a criança a lidar com o próprio medo, dando ferramentas
para que ela tenha condições de enfrentar esse medo.

Educação Emocional do Medo

• Nomear os sentimentos;

• Explicar a importância da Rotina;

• Ensinar a Depender/Confiar em você;

• Abrir mão do Controle.


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Nomear os sentimentos é muito importante afinal, não tem como identificar àquilo
que não tem nome, você pode inclusive sugerir que a criança nomeie o que ela está
sentindo (se é um pouco de medo, medo médio, medo grande) e, dessa forma, a
criança também aprende a desenvolver a coragem enfrentando esse medo, frisando
que essa é uma questão que depende única e exclusivamente da criança. O que nós
podemos fazer é ajudá-la a passar por esse processo. 10

Na educação emocional além de aprendermos a enfrentar nossos medos podemos


aproveitar as oportunidades para ensinar a criança sobre esses processos de
desenvolvimento. Falando para a criança quando você está com medo no seu dia a dia,
por exemplo, quando você precisa fazer uma apresentação, porém ainda não tem um
bom domínio sobre o tema, mas que apesar disso você vai respirar fundo, se preparar
(estudando o tema), manter a calma e dar o seu melhor.

Dessa forma além de ensinar a criança a se autoestimular, pontuando as coisas


positivas de si mesma, você também mostrará sobre a importância da rotina,
mostrando como foi necessário toda uma organização e preparo para fazer a
apresentação e que ter essa rotina foi essencial para que isso acontecesse.

E qual a relação entre a confiança que a criança tem em você e a confiança que ela
tem nela mesma? Ao permitir que a criança dependa de você, sendo o porto seguro
dela para que ela confie nos seus cuidados e se sinta segura com você ao lado dela, aos
poucos ela vai desenvolvendo a autoconfiança, a partir dos cuidados que você tem
com ela. A relação de confiança que a criança tem em você, possibilita o
desenvolvimento da confiança nela mesma. Supondo que a criança tenha medo de
dormir sozinha, você pode se deitar ao lado dela, deixando claro que está ali para
cuidar e protegê-la, e quando ela dormir você vai para o seu quarto, mas caso ela
precise, pode te chamar. E quando ela te chamar porque está com algum medo, por
exemplo da sombra na parede, você vai ajudá-la a trabalhar e a desconstruir esse
medo, iluminando com uma lanterna e mostrando as formas que as coisas fazem na
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parede. À medida que a criança passa a ter confiança naquele ambiente, ela vai se
tornando mais segura e menos dependente de você. Aos poucos ela vai se tornando
uma criança com autonomia emocional, a partir do momento em que ela confiou na
corregulação que teve com você, se tornou possível que ela confiasse na própria
capacidade de desconstruir esses medos.
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Sobre o controle, uma pesquisa de Harvard mostrou que quando estamos com medo
uma das coisas que ajuda é ter controle sobre as situações, e muitas vezes, ao tentar
promover a educação emocional, acabamos tentando, nós, os adultos, a ter esse
controle, sendo que esse controle precisa ser da criança. Os pais precisam parar de
tentar controlar as situações e emoções dos seus filhos, permitindo que eles
desenvolvam esse controle.

Há um tempo o Gael ficou muito assustado com um barulho vindo do banheiro, então
nós dois fomos juntos olhar o que estava acontecendo, olhamos na banheira, debaixo
da pia, nas paredes, para ele realmente se certificar que não havia nada de anormal lá.
Mas quem estava no controle da situação era o Gael. Ele quem decidiu quando queria
entrar no banheiro, onde queria olhar e se a porta iria ficar aberta ou fechada.

Se eu passo a controlar o ambiente para que ele não tenha contato com esse medo,
estou mais atrapalhando do que ensinando a lidar com esse sentimento.

Os três passos para lidar com o Medo

1. Ajudar a criança a Entender

2. Abraçar

3. Respirar Fundo

4. Storytelling
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Na hora do medo, você vai ajudar a criança a entender, abraçar, respirar fundo e
exercitar o Storytelling. Quando aconteceu a situação com o Gael nós dois fomos olhar
o banheiro, para ele ter certeza de que não tinha absolutamente nada lá. Eu o ajudei
a entender e a elaborar, abracei, cuidei e respirei calmamente para ajudá-lo a se
acalmar (o ritmo da nossa respiração ajuda o outro a se acalmar antes e na hora do
medo). 12

E colocamos em prática o STORYTELLING, que é maravilhoso porque ajuda a criança a


trabalhar os próprios medos, essa técnica consiste em você contar histórias
(inventadas ou de livros) que envolvam o assunto abordado. O importante da história,
é mostrar que no desfecho, a personagem principal supera aquilo que você está
querendo trabalhar, usando técnicas para superar os próprios medos, como os
exemplos abaixo.

Conversa interna: a criança estava sentindo muito medo então disse para si mesma
“eu tenho certeza de que vou conseguir porque no banheiro não tem nada, somente
uma banheira cheia de água nada além disso”. Nessa técnica da narrativa interior você
precisa se convencer que está tudo bem, respirando devagar para que primeiro seu
corpo se acalme e, dessa forma, sua mente consiga processar essa calma.

Também é interessante criar mantras. Aqui em casa criamos um mantra para ajudar o
Gael na questão do medo do barulho que vinha do banheiro “a água do chuveiro cai e
faz barulho, mas eu não preciso ter medo”, e aqui é interessante frisar que não sou eu
falando para o Gael que ele não precisa ter medo, e sim ele mesmo, através das
percepções que teve quando fomos ao banheiro e ele verificou que não havia nada ali.
E com o Théo também criamos um mantra porque ele estava tendo muitos pesadelos,
e criar um mantra para isso ajudou bastante.

Uma pesquisa da Universidade de Miami mostra que frente ao medo, ABRAÇOS


liberaram ocitocina o que ajuda muito a se autorregular.
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A Ativação Reticular Positiva também é uma opção superbacana, que significa reforçar
diariamente com a criança a ver o lado bom das coisas.

E criar o hábito de falar sobre as emoções com a criança, tornar esse tema parte da
rotina dela, dessa forma, quando o medo chegar, ela terá muitas informações sobre
ele, evitando que ela seja pega de surpresa. Saberá o que é medo, como é sentir essa
13
emoção, quais são os tipos de crenças que podem vir junto com esse medo, como fazer
a respiração, como falar com ela mesma, que ela pode confiar e se apoiar em você.

Enfim, ela se sentirá mais preparada e isso faz toda a diferença.

Raiva

Antes de começar a falar sobre a Educação Emocional da Raiva, quero reforçar para
todos que estão começando a sua educação emocional hoje que é preciso assumir e
aceitar com a maior humildade que estamos no lugar de quem está aprendendo sobre
as nossas emoções. Não é porque somos pais que precisamos nos colocar em um
pedestal onde “nós sabemos de tudo, estamos aqui só para ensinar e os nossos filhos
só para aprender”, como se fossemos os especialistas emocionais. É fundamental que
você internalize isso: “A minha educação emocional está começando agora e eu aceito
ser uma pessoa que está aprendendo a lidar com as suas emoções e que vai errar por
estar no processo de aprendizado”.

O melhor momento para começar a sua educação emocional é justamente no


começo da educação emocional dos seus filhos. É uma oportunidade incrível de viver
essa experiência em família e mostrar para os seus filhos como você é humano, erra, é
vulnerável, sente medo, raiva (inclusive das pessoas que você ama e que te fazem bem)
e muitas vezes não sabe lidar com isso. A criança vai aprender na prática porque ela
vai te ver aprendendo.
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Com o convívio muito intenso nesse momento de pandemia e lockdown, a raiva tem
aparecido com muita frequência com nossos filhos, seja por disputa de brinquedos,
por cada um querer assistir um programa diferente na televisão ou só porque estão
muito cansados e estressados e acabam arranjando confusão um com o outro o tempo
todo. Por um lado, toda essa situação e esses conflitos são super cansativos, mas por
outro é uma ótima oportunidade de se educar e educar emocionalmente seus filhos 14

sobre a raiva.

Quando você está com raiva, você se incomoda quando alguém tenta te ajudar a se
acalmar ou você prefere ter ajuda para isso?

O Gael tem muita dificuldade em aceitar qualquer tipo de ajuda no momento da raiva
e o que encontramos de ferramenta para substituir isso foi fazer a dramatização.

“Dramatização”

Quando meus dois filhos estão implicando tanto um com o outro a ponto de tirar eu e
meu marido do sério, nós falamos em voz alta o que estamos sentindo. Eu falo que
estou com muita raiva porque eles estão brigando e eu me preocupo porque em algum
momento eles podem se machucar. Meu marido fala que toda aquela situação está
impedindo que nós façamos outras coisas juntos e por isso ele sente raiva. Depois de
falarmos, perguntamos a eles porque eles estão sentindo raiva e geralmente eles
também acabam falando.

Nós continuamos falando em voz alta o que precisamos fazer para nos acalmar. Eu falo
que preciso respirar fundo e meu marido repete que precisa respirar fundo também e
começamos os dois a respirar fundo. As crianças, ao nos verem fazendo isso, começam
a fazer também. Logo em seguida o pico da raiva passa e continuamos a vida
normalmente.
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Foi dessa forma que vimos que funciona para eles, guiando todo o processo e eles nos
usando como exemplo.

A Raiva vem do Medo


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A raiva é uma forma do nosso corpo se proteger. Sempre que nos sentimos vulneráveis
ou ameaçados, a raiva vem para nos proteger do que quer que esteja nos ameaçando.
Necessariamente, quando sentimos raiva há algum medo envolvido. Isso é
interessante porque quando paramos para analisar que estamos sentindo raiva, já
estamos em uma crise ou explosão e não sabemos nem o porquê. Com os nossos filhos
é a mesma coisa. Entender que a raiva vem do medo nos ajuda a descobrir como essa
crise pode ter começado.

Quando falamos de medo, geralmente relacionamos com medo do escuro, monstro,


de ser mordido/atacado, etc., mas existem medos muito mais abstratos que esses,
como o medo de ser esquecido, rejeitado, de não estar sendo visto, não se sentir
amado, estar se sentindo humilhado. Todos esses gatilhos são medos.

Por exemplo: quando falamos de ciúmes (que é um dos rótulos emocionais que eu
mais detesto), na realidade a criança está sentindo algum medo, está vivendo algum
gatilho como a rejeição, o abandono, está se sentindo preterida de alguma forma e
isso causa medo. Não é que naquele momento, aquela criança começou a competir
com a outra. Ela não quer ter mais amor do que a outra criança, ela quer ter amor
também.

O ciúme é construído culturalmente e socialmente. Como falei anteriormente, muitas


famílias “cultivam” a cultura do ciúme, mas a partir do momento que você passa a
enxergar esse "ciúme" enquanto medo, percebe que esse medo não é uma
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competição com outra pessoa (primo, irmão, amigo), e sim com relação àquele
adulto.

Quando realmente passamos a entender que a raiva vem do medo, começamos a


enxergar o “medo” em coisas que antes dávamos outro nome. Por isso é tão
importante falarmos de gatilhos, porque quando falamos do gatilho da rejeição, por
16
exemplo, entendemos que o ciúmes não existe. O que existe é o medo, e o medo de
várias coisas diferentes.

A partir de agora, analise todo o contexto em relação ao seu filho. Pode ser que você
não esteja considerando as emoções e os sentimentos e pode estar misturando tudo.

O que é a raiva?

É seu cérebro identificando uma ameaça e reagindo a isso colocando a parte do


cérebro primitivo para funcionar. O cérebro primitivo (o que costumo chamar de
“dinossauro”), toma decisões muito mais rápido, por isso ele é o comandante do medo.
A parte do nosso cérebro lógico cria hipóteses e pensa em alternativas, mas no
momento que você precisa se proteger, tem que agir rápido (correr ou lutar). O nosso
cérebro identifica a ameaça e a amígdala (do cérebro) “sequestra” a parte lógica,
colocando em ação o cérebro primitivo.

A raiva é o nosso cérebro no modo primitivo. Nesse modo, o seu cérebro vai querer
correr ou lutar e, para isso, o corpo precisa de energia (jogar sangue para os braços ou
para as pernas) e adrenalina. Esse movimento que a amígdala faz de “sequestrar” o
cérebro lógico é exercitável, ou seja, quanto mais vezes você fizer isso, melhor você vai
ficando nisso. A amígdala aciona esse processo cada vez mais rápido, portanto, se você
sente que perde o controle muito rápido e o tempo inteiro, isso acontece porque sua
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amígdala do cerebelo está extremamente trabalhada na musculatura para ficar


sequestrando a parte lógica do seu cérebro.

O que fazer para melhorar isso?

• Entender;
17
• Reconhecer;

• Começar (conscientemente) a trazer o cérebro lógico de volta.

Quando estamos lidando com uma criança, você precisa saber que quando o cérebro
racional sai de cena e o “dinossauro” toma conta, falar para ela “parar de fazer aquilo”
no momento que estiver acontecendo a crise, é o mesmo que não falar nada. Ela não
vai entender e nem vai aprender nada, justamente porque o cérebro lógico (racional)
não está ali, por isso não adianta dar bronca.

Pior, se você ficar falando sem parar e estressando ainda mais a criança, vai demorar
cada vez mais para o cérebro racional voltar, porque ela vai continuar se sentindo
ameaçada.

Se você tem o costume de dizer para a criança que você está brava com ela porque ela
está tendo uma crise de raiva, ela não consegue se acalmar justamente por estar se
sentindo ameaçado pelo que você está falando. Se a raiva vem do medo, enquanto
você fizer sua criança sentir medo, ela vai continuar com raiva.

Primeiro você precisa colocar o seu dinossauro de volta na jaula para que a criança
consiga colocar o dinossauro dela. Se você não colocar seu dinossauro na jaula antes,
ela só vai continuar se protegendo de você e você dela, e a situação nunca vai acabar.

Por isso que eu digo que a nossa educação emocional é extremamente importante para
a educação emocional da criança.
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Eu escrevi um livro chamado “Dino Davissauro”, que ilustra de uma forma bem
didática para as crianças de todas as idades entenderem todo o processo para lidar
com uma crise de raiva.

Zonas de regulação 18

No material de apoio dessa oficina, entre outras várias coisas muito interessantes, tem
uma imagem com as Zonas de regulação que parece um semáforo. É uma forma muito
interessante de mostrar e ensinar para as crianças que as nossas emoções não
acontecem de repente. Existem fases (zonas) de construção, e essas fases são:

Verde → Está bem, tranquilo, feliz;

Azul → Está chateado, entediado ou se sentindo mal (não está mal, mas também não
está bem);

Amarelo → Está frustrado, preocupado, empolgado ou cheio de energia (sentindo que


está ficando mal);

Vermelho → Está muito bravo, eufórico, quer machucar alguém.

Construir com a criança cada uma dessas fases vai ajudá-la a identificar os seus
próprios níveis. Se nunca falarmos que existem essas variações, a criança pode achar
que só existe o feliz e o bravo, e isso não é verdade. Ao começar a identificar que a
criança está em uma dessas zonas, temos a oportunidade de prevenir chegar no
vermelho. Vamos ensinar a criança a perceber no corpinho dela o amarelo chegando
ou, quando estiver no azul, ela irá te chamar e pedir sua ajuda.

Vocês irão conversar sobre as formas de lidar com cada uma das zonas. Na fase verde,
a criança vai se divertir, aprender, fazer o que quiser. Na azul e na amarela, você e a
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sua criança vão definir o que funciona melhor quando ela não está em um dia bom.
Por exemplo: para mim, funciona muito conversar. Ligar para alguém ou mandar um
áudio bem longo faz eu tirar aquele peso do meu ombro e me faz um bem danado.
Tem pessoas que melhoram se saem para correr, andar de bicicleta, por isso é muito
importante você saber os seus processos, o que funciona e o que não funciona com
você e com a sua criança. 19

O nosso corpo dá sinais de que vai explodir e precisamos identificar esses sinais: aperto
no peito, dor no estômago, rosto queimando, coração acelerado, mãos trêmulas e/ou
suadas e várias outras coisas. Cada pessoa sente isso de uma forma diferente.

Manual das emoções

Esse manual também está no material de apoio. Nós, adultos, criamos um manual mais
mental e abstrato, mas para as crianças é muito importante ter isso fisicamente. Sente
com a sua criança, converse com ela e preencha tudo que está ali.

Gatilhos

Como falei anteriormente, a raiva vem do medo e temos que analisar quais são os
gatilhos que nos fazem sentir raiva.

Os tipos de gatilhos:

Internos: ficar se cobrando, se criticando, falar coisas negativas, ter pensamentos


ruins, etc.;

Externos: barulhos, coisas que te falam, o que você vive de estresse, etc.;
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Contexto: macro (exemplo: pandemia mundial) ou micro (exemplo: meu filho estar
dormindo mal há 3 dias e consequentemente eu também estar dormindo mal há 3
dias);

Momento: O estopim, o que fez “o copo transbordar”. Exemplo: alguém bebeu no meu
copo sendo que eu não gosto disso.
20

“O que me fez explodir não foi beberem no meu copo, e sim, no meio de uma
pandemia, meu filho está há 3 dias sem dormir direito e ainda por cima beberam no
meu copo.” O copo foi só o gatilho do momento, não a causa.

Por isso eu insisto tanto em dizer que você precisa se conhecer e entender os seus
gatilhos para saber prevenir as suas grandes explosões.

Emocionais: de feridas antigas. Uma criança que se sentia rejeitada na infância, no


casamento acontece uma coisa muito parecida com o que acontecia na infância e ela
explode. Esse é um gatilho emocional, um gatilho da rejeição que historicamente é
dolorido na vida dessa pessoa e ela acaba explodindo no momento que ela sentiu isso.

Sensoriais: gatilhos de questões do seu processamento sensorial. Todos temos


processamentos sensoriais diferentes: audição, visão, tato, paladar e olfato. Além
dessas, ainda temos o proprioceptivo e o vestibular. Eu, por exemplo, sou
extremamente sensível na minha audição e por conta disso, vários tipos de barulho me
irritam profundamente. A minha tolerância para sons é muito pequena.

Ao ter consciência de como esses gatilhos nos afetam e quais são os gatilhos dos nossos
filhos, conseguimos saber no que somos mais sensíveis para evitar.

Gatilho da calma: é o que vai te ajudar a trazer seu cérebro mamífero (lógico, racional)
de volta. É o que você precisa descobrir que funciona com você e com seu filho e que
ajuda vocês a se acalmarem.
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Interno: Imagina um lugar que te traz paz. Esse é um gatilho da calma interno, ele está
dentro de você.

Externo: o que tem fora de você que pode te ajudar a se acalmar?

O gatilho da calma interno é algo seu, que você puxa, cria, conta até 10. E o externo é
algo de fora, alguém vir te ajudar, te abraçar. A forma mais madura é você ter gatilhos 21

da calma internos para não depender de nada ou de ninguém para se acalmar. As


crianças, em geral, precisam de gatilhos da calma externos, que somos nós.
Começamos ajudando a criança a ter informação suficiente para ter seus gatilhos da
calma e devagar ir desenvolvendo os gatilhos da calma interno dela.

Corregulação é ajudar a criança a se regular. Não é você regular a criança ou começar


a fazer coisas para acalmar ela. É você acalmar junto com ela. É respirar fundo e deixar
ela te acompanhar. É você se manter calma(o) e transmitir a calma e a paz que você
quer que essa criança absorva.

E não existe idade certa para começar a fazer isso, vai depender muito de como foi o
processo de alfabetização emocional dessa criança, vão ter adolescentes precisando
disso. Pode ter certeza que existem muitos adultos que até hoje sentem dificuldade de
autorregular e precisam de ajuda de corregulação. E isso não é um problema, a maioria
de nós está começando a sua educação emocional hoje.

Toda vez que você corregular com a sua criança, ela vai estar corregulando com você
e vocês vão estar aprendendo juntos. Por isso eu falei que no processo de educação
emocional da família não existe professor.

A educação emocional é autoconhecimento. Todas essas informações que estamos


vendo agora de analisar qual é o nosso medo, os nossos gatilhos, de entender o nosso
momento, o nosso contexto, nosso processamento sensorial, nossas feridas
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emocionais e quais coisas nos acalmam, é tudo autoconhecimento. Entendendo de


onde vem todas essas emoções, você vai fazer um exercício para aprimorar essas
habilidades. E nesse processo de exercitar, vamos repetir muito e errar. A repetição e
o erro levam à perfeição.

Costumamos exigir que as crianças evoluam com rapidez e tenham uma habilidade
22
emocional que nem nós temos ainda, principalmente, não exercitamos isso na frente
da criança. Nossa primeira meta precisa ser nós conseguirmos! Exercitar e errar até
começar a ficar bom nisso. Vamos errar muito e está tudo bem. Se você erra no seu
processo de alfabetização emocional e percebe que errou, já valeu a pena porque
antes você nem percebia, não sabia nem qual análise fazer e não sabia nem que aquilo
era um gatilho. Agora, cada explosão emocional que você tem é uma excelente
oportunidade de analisar como estava seu contexto, seu momento e que tipo de
gatilho te tirou do sério. Cada erro seu é uma oportunidade de aprender.

Educação Emocional do Adulto

O neurônio-espelho da sua criança vai espelhar tudo que está em sua volta, isso
significa que se o seu dinossauro sai da jaula, automaticamente o da criança vai sair
também. A sua educação emocional é fundamental exatamente para que você seja a
pessoa que não atrapalha a educação emocional da sua criança.

Isso não é uma cobrança e você não precisa ser perfeito nisso tendo que aprender a
ser assim rapidamente. O que estou dizendo é que você estar nesse processo é
extremamente importante. Não adianta você só ensinar a sua criança, educar ela
emocionalmente não é o suficiente. Se você faz o maior esforço para ensinar formas
positivas de lidar com a raiva, mas quando você fica com raiva lida da pior forma
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possível, a sua criança aprende muito mais com o que você faz do que o que você
fala.

Nós temos que fazer bem o nosso processo emocional para reagirmos bem as nossas
emoções e a criança, ao assistir isso, conseguir aprender. Se você está explodindo de
raiva e de repente lembra e fala em voz alta esse processo: “Espera, eu estou com
23
muita raiva e preciso lembrar o que tenho que fazer. Qual é o meu gatilho da calma,
eu tenho que lembrar!” ou “Eu estou com muita raiva, mas eu não vou bater em
ninguém porque eu amo muito essas pessoas que estão em minha volta, então o que
eu tenho que fazer para me acalmar, qual é o meu gatilho da calma?” Deixe a criança
acompanhar o seu raciocínio, lembrando juntos de cada coisa que precisa ser feita
para se acalmar. Permita que a sua criança passe por esse processo com você. Ela vai
aprender muito mais com o seu processo de aprendizado. E mais que isso, ela aprende
com a sua humanidade, é maravilhoso para a criança entrar em contato com o quão
humanos seus pais são.

Quando nossos pais sentiam raiva, explodiam e nos batiam, a culpa era sempre nossa
(da criança). Agora, nós temos a oportunidade de ensinar para os nossos filhos que
isso não é verdade, nós também erramos. Então, se você explodir e acabar gritando
com a sua criança quando não deveria, peça desculpa por esse descontrole, explica que
não deveria ter gritado com ela, que você não soube lidar com a sua raiva, que você
também está aprendendo e que você também erra.

Precisamos parar de ter medo da raiva, ela não é uma emoção ruim, ela nos protege e
é extremamente necessária. Só temos que aprender a lidar com ela, a fazer a travessia
e esperar o cérebro lógico voltar. A raiva tem um pico e depois desce de novo, é como
uma onda e precisamos tomar cuidado para não deixar ela tomar conta. Você vai
explicar exatamente isso para a sua criança: a raiva vem, você precisa respirar fundo
e depois ela passa.
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A sugestão que eu dou é o canto da calma (nada de canto do pensamento com a


criança virada para a parede, isso não existe!). A criança escolhe um cantinho na casa,
que pode ser o lugar preferido dela, escolhe o que vai ter nesse cantinho (livros, uma
cobertinha que ela gosta, bichos de pelúcia, etc.) e ela aprende a ir sozinha para esse
canto quando estiver brava. É ela que decide quando vai e quando volta. Abra mão do
controle! Não tem como sua criança se acalmar se você estiver ameaçando a 24

autonomia emocional dela sempre. O canto da calma é da criança, não seu.

Passo a passo para lidar com a Raiva

Antes:

• Nomear os sentimentos: você vai conversar e explicar o que é a raiva, o que é


estar chateado, triste e todas essas coisas;

• Explicar a importância da Rotina: saber como o dia começa, quais horários faz
cada coisa, ela ter garantido o tempo com você, não se sentir rejeitada,
abandonada, esquecida;

• Gatilhos: saber quais são os gatilhos e os processamentos sensoriais dela;

• Gatilhos da calma: saber o que a acalma.

É muito importante a criança saber todos esses detalhes, pois isso é a educação
emocional da sua criança.

Na hora:

• Corregular: você vai exercitar a corregulação;


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• Gatilho da calma: exercitar o gatilho da calma da criança;

• Respiração;

• Resolução dos conflitos: depois que ela se acalmar.

25

Felicidade e Surpresa

Muita gente fica chocada quando descobre que surpresa é uma emoção. Essas
variantes das emoções são formas de entendermos o que acontece na nossa rotina.
Não é só entender emoções para saber lidar com explosão de raiva ou de felicidade, é
também para saber lidar com essas emoções no dia a dia.

Você vai descobrir que as crianças se sentem surpresas ao longo do dia e isso não é
uma coisa positiva e mais uma vez vou aproveitar para reforçar que precisamos
lembrar de sempre fazer análises para entender o contexto geral.

Vou dar um exemplo sobre isso: meus filhos não estão mexendo muito no celular,
conseguimos reduzir drasticamente o uso de telas e da última vez que usaram, antes
de tocar os alarmes avisando que estava quase na hora de desligar, a bateria do celular
que o Gael estava usando acabou. Ele chorou por 40 minutos, sendo que quando o
alarme de estar acabando o tempo de tela toca, ele sempre entrega o celular super
bem.

Cheguei à conclusão junto ao meu marido que o sofrimento não foi porque era hora de
desligar, e sim porque ele foi pego de surpresa. Foi o fato dele não ter tido tempo para
processar que precisaria finalizar aquele momento de uma forma completa, então ele
ficou com a sensação de que estava inacabado. É como se você estivesse assistindo um
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filme muito bom e de repente acabasse a luz, você iria ficar angustiado para tentar
resolver e conseguir terminar.

O motivo que eu quis estudar para fazer essa Oficina das Emoções foi porque um dia
desses eu me dei conta que o Theo não se sente à vontade para me dizer como ele
realmente está se sentindo. Por conta disso, eu fiquei pensando o que ele já construiu
26
de crenças sobre o mundo ou sobre a relação dele comigo que faz com que ele não se
sinta à vontade ou simplesmente não sinta vontade de realmente expressar felicidade
em um dia super divertido para a nossa família.

Surpresa

É um estado do nosso corpo quando acontece algo que não estávamos esperando, é
uma resposta orgânica. Nosso corpo responde a isso se assustando/se protegendo.
Nosso coração começa a bater acelerado, você se trava ou corre, seja para cima de
alguém ou para longe dessa pessoa e por algum tempo você não sabe e não entende
o que está acontecendo. Depois deste processamento, seu corpo vai definir se aquilo
é um motivo para sentir medo ou raiva (lembra que falamos que a raiva vem do medo?)
O nosso corpo vai decidir nesse momento se é hora de sentir medo/raiva ou se é hora
de sentir felicidade.

Quando nos sentimos surpresos, nosso corpo faz o mesmo processo da raiva, que é
colocar o cérebro primitivo para funcionar. Pode ser que algumas pessoas tomem um
susto e empurre ou bata. Tem pessoas que choram, outras que gritam. Essa reação,
que é irracional, é uma reação de proteção, onde o cérebro primitivo reage
“primitivamente” para proteger o seu corpo.
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Compreender a surpresa nos ajuda a prevenir os momentos onde a criança tem crises
de choro a todo momento justamente por não saber o que vai acontecer.

Surpresa e a Infância
27
A criança precisa de previsibilidade (rotina e avisos), que nada mais é do que uma
forma de você não a pegar de surpresa. Não conseguimos ter o controle de tudo (e
nem devemos tentar), mas muitas vezes conseguimos prevenir isso.

Mesmo estando em lockdown, você vai pegar um papelão (pode ser uma caixa de
pizza) e organizar o que está acontecendo na vida de vocês nesse momento. Nessa
Roda da Rotina, você vai colocar as atividades que você não pode esquecer e as que
são mais difíceis, as coisas que você não quer pegar seu filho de surpresa (tomar
banho, jantar, escovar os dentes, brincar sozinho porque você trabalhar, brincar com
os pais, etc.). Eu sugiro fazer da forma mais simples possível porque essa rotina sempre
pode mudar. Além disso, você pode fazer várias Rodas: uma para os dias da semana,
outra para o fim de semana, outra para as férias, outra para a casa dos avós e por aí
vai.

Além da rotina ajudar que a criança não seja pega de surpresa, também é
extremamente necessário fazer avisos, ou seja, informar as próximas etapas e dar
tempo para ela elaborar cada uma dessas etapas. Quando você avisa e mesmo assim
a criança fica frustrada, significa que o aviso e a rotina estão funcionando, porque ela
ficaria frustrada de qualquer forma, mas quando é pega de surpresa é pior por não ter
tempo de elaborar.
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Portanto, a previsibilidade, a rotina e os avisos servem exatamente para a criança


não passar pela frustração no momento da surpresa, pois nesse momento de
surpresa o cérebro primitivo toma conta e ela não vai conseguir elaborar nada.

Quanto mais rápido percebermos que pegar a criança de surpresa é desrespeitoso,


mais vezes conseguimos evitar. Não costumamos fazer isso com outros adultos, de
28
avisar algum evento ou compromisso importante somente na hora que ele vai
acontecer, porque fazer isso com as crianças?

E não é só falar uma vez e pronto, “tá avisado”. Precisamos fazer esse processo de
forma que a criança realmente consiga elaborar a informação que estamos dando para
ela.

Você tem medo da felicidade?

Quando você fica feliz, logo pensa que vai acontecer algo ruim porque “está bom
demais para ser verdade”? Ou você sente culpa por estar feliz quando tanta gente está
passando necessidade e sofrendo? Você tem coragem de falar para as pessoas
próximas quando acontece algo bom na sua vida e você está muito feliz por isso? Você
sente vergonha de dizer que está feliz por coisa boba ou pequena?

Começamos a ter medo de ser feliz porque estamos acostumados a ver nos filmes e
novelas que ser feliz significa que nosso casamento vai acabar ou que nossos amigos
vão nos abandonar. Na vida real isso acontece, não é só um medo ilógico, é um medo
que faz sentido.

Um dos pontos mais importantes da educação emocional da felicidade para nós é que
precisamos buscar o que nos faz feliz. O que te faz feliz, te deixa bem, te deixaria
orgulhosa de si mesmo e te daria a sensação de plenitude e conquista? Se você
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descobre o que te faz feliz, quem se incomodar que lide com isso, não é um problema
seu. As pessoas que te amam de verdade podem até sumir da sua vida por um tempo,
mas vão sentir a sua falta. Vão refletir porque estão incomodadas com a sua felicidade
e o que precisam mudar na própria vida para voltar a conviver com você.

A educação emocional dos nossos filhos começa na nossa. Muitos de nós não
29
aprendemos a ser felizes, não tivemos essa oportunidade, mas a felicidade
(principalmente para nós que passamos muitos anos sem aprender sobre isso) é uma
escolha.

Crenças Equivocadas

Primeiro você precisa identificar e ter consciência de quais são as crenças equivocadas
que você tem com relação à felicidade para você não passar elas para frente ensinando
isso para a sua criança.

Quando assistimos filmes infantis antigos, onde o foco era a beleza e existia muito
machismo, temos que aproveitar a oportunidade para desconstruir esses valores
ultrapassados.

Não é deixar de assistir, é assistir sabendo exatamente o que você quer passar para os
seus filhos.

A educação democrática não blinda a criança de tudo, ela prepara para o mundo que
a criança vai encontrar no futuro, usa tudo como oportunidade de aprendizado. Mas
não dá para usar essas oportunidades de aprendizado se você não tiver consciência do
que quer ensinar.
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Ativação Reticular

É a capacidade da sua mente focar a atenção, ativar a sua retina para enxergar o que
você quer enxergar. Temos muitos estímulos e várias coisas acontecendo ao nosso
redor, não dá para o nosso corpo prestar atenção em absolutamente tudo que
acontece, então para conseguirmos focar, nosso corpo vai ativar a retina para umas 30
coisas e não vai ativar para todo o resto.

Ativação reticular é você decidir o que os olhos vão ver. A análise que você vai fazer
nesse momento e também para ensinar para a sua criança é: Qual é a sua ativação
reticular (o que sua mente está treinando para enxergar)? Seu corpo está programado
para ver coisas boas ou coisas ruins?

A ativação reticular é um músculo que você precisa exercitar, então se você se deu
conta que é negativo, só olha o lado ruim das coisas, está sempre reclamando de tudo
que acontece e falando mal das pessoas ao seu redor, 100% são as chances que a sua
criança esteja aprendendo esses mesmos padrões. Se é uma atmosfera de
pensamentos e comentários negativos, essa criança vai aprender a buscar o lado
negativo das coisas porque é o que ela vai aprender a prestar atenção.

A felicidade é um estado de espírito, um hábito, uma decisão que você toma ao passar
a buscar olhar o lado bom das coisas.

Não estou falando da Positividade Tóxica, precisa ter cuidado com isso. Não é para
pintar um mundo em que tudo está lindo e maravilhoso e que a criança não tem
motivos para ficar triste. Não é para colocar a criança em uma bolha, mentir e fingir
uma positividade extrema. O objetivo é (se fizer sentido para você) começar a abrir seu
coração para olhar o lado bom das coisas, porque tudo sempre tem um lado bom. Da
mesma forma que não vamos forçar que tudo está maravilhoso, também não vamos
ficar dando foco só para as coisas ruins.
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Não deslegitime a dor da criança para ser positivo.

“Não foi nada, olha o lado bom” → Imagino que foi difícil, como podemos melhorar?”

Quando você reclama que a sua criança só reclama, você está ensinando-a a reclamar.
Precisamos prestar atenção nos nossos padrões e melhorar isso.
31
Se você percebeu que é negativa e sua ativação reticular não está boa:

Passo 1: Exercite ver o lado bom das coisas. Pegue um papel e uma caneta e escreva
qual foi o lado bom do seu dia hoje. No começo, todo novo habito é esquisito, então
“force” pensar o lado bom das coisas até isso virar um hábito.

Passo 2: Ter uma rotina saudável ajuda e faz muito bem. O que você precisa fazer para
dormir bem? Assistir uma série, ler um livro, fazer atividade física... Tente organizar
sua rotina de forma que o que te faz bem esteja incluído e seja prioritário para você. A
sua saúde emocional precisa ser prioridade e a sua felicidade também.

Passo 3: Cuidar da sua autoestima e apreciar a si mesmo. É você conseguir enxergar o


que você tem de bom. Essa ativação reticular positiva não é só para o mundo a sua
volta, é para você também. O que você tem de legal? Como está a sua voz interior?
Você se trata com respeito e carinho?

A forma como falamos com nossos filhos vai se tornar a voz interior deles, então temos
que tomar muito cuidado porque agora é a hora que vamos ajudar ou atrapalhar a
criança a ter essa oportunidade de se tratar com respeito e ter uma rotina boa.

As Zonas de regulação que falamos na parte da raiva também serve para a felicidade.

Você sabia que existe explosão de todas as emoções? Você já se arrependeu de ter
convidado vários amigos para jantar na sua casa em um dia de empolgação ou uma
viagem que você marcou no calor do momento, mas não tinha nem dinheiro para ir?
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Isso é uma explosão de felicidade. Da mesma forma que temos explosão de raiva,
temos explosão de tristeza, felicidade, nojo.

Mas quando nos referimos às crianças, juntamos todas essas explosões e damos um
nome só: mal educada, mimada, birrenta, etc. Ao fazer isso, perdemos a oportunidade
de conhecer a nossa criança e ensinar as emoções para ela, explicando que aquilo é
32
uma explosão e que ela precisa se acalmar.

Crianças têm habilidade natural de ver o lado bom das coisas e ser feliz. Nosso
trabalho é não desensinar isso, mas aprender com isso!

Quantas broncas você já deu na sua criança em momentos que ela estava
extremamente eufórica querendo te mostrar alguma coisa insistentemente? Esses são
os momentos que acabamos desensinando a felicidade natural da criança.

Lembrando mais uma vez que o objetivo não é você se sentir culpado, é você ter
consciência. Culpa é você achar que tem que dar conta de fazer isso toda hora, e isso
não é verdade. Consciência é você perceber, na hora que for dar a bronca, que isso
pode acabar atrapalhando a criança.

Educação emocional: autoconhecimento e exercício para aprimorar essas


habilidades.

É você perceber se tem uma observação mais positiva ou negativa com relação a vida,
se você decide no seu dia a dia que vai tentar fazer o melhor ou que não consegue
fazer isso ainda e precisa exercitar. É sempre lembrar que isso é um músculo e que
você pode exercitar até conseguir.

A repetição e o erro levam à perfeição. Perceber é a primeira etapa.


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Educação Emocional do Adulto

O neurônio-espelho da sua criança vai espelhar tudo que acontece à sua volta. Agindo
no seu dia a dia, tentando falar e apreciar coisas legais e exercitando todo esse
processo interno na frente da criança vai fazer com que ela aprenda muito mais.

33
Se você percebeu que falou: “que saco, estou muito cansada hoje”, logo em seguida
fale em voz alta: “Filho, estou vendo só o lado negativo das coisas de novo, preciso
aprender a ver o lado positivo. Você me ajuda? Vamos pensar em coisas boas? Estou
gostando muito da temperatura de hoje e eu também gostei muito do que almoçamos,
estava uma delícia”.

Se ela fizer parte do seu processo, ela vai enxergar você fazendo esse esforço e ela vai
aprender a seguir nessa mesma linha.

A atmosfera da casa é a música que você toca. Hoje em dia, quando vou fazer algo
ouvindo música, escolho músicas alto astral e que enaltecem o lado bom das coisas.
Ouvir coisas boas também é uma forma de você exercitar a repetição de coisas boas.

Passo a passo para lidar com a Felicidade

• Nomear os sentimentos;

• Rotina;

• Pensamentos;

• Comentários;

• Relacionamento.
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O seu relacionamento com a criança está baseado em críticas, broncas, chateações,


raiva, cobrança ou "você vai conseguir, vai dar tudo certo, não tem problema, tenta de
novo”? O relacionamento é um resultado desses exercícios todos.

Tristeza e Nojo 34

Se a emoção começa no nosso corpo a partir da percepção neurológica do que está


acontecendo à nossa volta, qual é a emoção que o universo pandêmico está trazendo
para nós? Trancados dentro de casa, sentindo que isso não vai acabar nunca, quando
achamos que está melhorando, piora. Esse contexto (ambiente) está passando
informações para o nosso corpo de desespero, que precisamos ficar em extremo alerta
e nos sentimos constantemente frustrados. Se você está sem energia, impaciente,
angustiado e comendo muito, isso não quer dizer que você está sendo uma pessoa
desregulada, é todo um contexto ao seu redor que alimenta isso para o seu corpo.

Não se culpe, não é algo que você está decidindo fazer na sua vida, é só o que o seu
corpo está dando conta. Esse não é o momento de se comparar, se cobrar e de
colocarmos mais carga nas nossas costas porque seremos soterrados com a
quantidade de carga que estamos carregando hoje em dia.

Hoje, tivemos uma noite muito difícil porque o Gael parece ter tido uma crise de terror
noturno, o Theo acabou acordando por conta disso e eu e meu marido demoramos
muito para conseguir dormir, tentando entender o que estava acontecendo com ele.
Todos dormimos pouco e mal, então o dia começou com todos com um déficit de sono
muito grande e já conversamos com os meninos muitas vezes sobre isso.

Em um certo momento do dia, meu marido já tinha se esgotado completamente


porque os meninos estavam brigando demais por estarem muito estressados e o Theo
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começou a chorar e gritar muito, parecia que ele estava com raiva, mas na verdade ele
estava triste. E o Gael estava tão sensível que começou a chorar com o choro do Theo.
Meu marido, com muita dor de cabeça, chegou no seu limite. Eu, quando vi aquilo
acontecendo com a minha família, também comecei a chorar porque foi minha
primeira reação e naquele momento eu não conseguia pensar em nenhuma das coisas
que eu ensino aqui para tentar resolver a situação. 35

A sensação que eu tive é que todos esgotaram na mesma hora. Pensei muito e lembrei
de uma coisa que é completamente o oposto do que eu ensino e do que faço na minha
vida. Eu falei para eles que eu ia pegar um ovo de páscoa que estava guardado e na
mesma hora os meninos sorriram. Depois que entreguei o chocolate para eles,
expliquei porque eu estava fazendo aquilo, que os quatro chegaram em um ponto
onde ninguém estava conseguindo conversar e que isso se chama “burnout”. Todos
nós queimamos todo o nosso pavio, não sobrou nada e naquele momento, não tinha
nenhum recurso que eu conseguisse raciocinar.

A minha intenção não é que meus filhos aprendam a guiar as emoções deles com
comida, aliás, isso é um dos meus maiores medos. Nunca relacionamos comida com
momentos de regulação emocional e hoje eu tive que fazer isso.

A culpa foi a primeira coisa que veio na minha cabeça, e na mesma hora eu falei para
mim mesmo: “não é isso que você vive, isso não é a sua vida”. Estamos em um nível
tão alto de estresse que não tem como lidar com as coisas de uma forma tranquila o
tempo inteiro.

Quando conseguimos perceber que isso não é uma decisão, é algo que nos atinge vindo
até nós, entendemos a importância que tem nos perdoarmos. Ao enxergar a nossa
humanidade, nossos filhos vão aprender a serem cada vez mais humanos todos os dias
na rotina deles.
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Quando a situação melhorou e eu conversei com o Theo de onde estava vindo toda
aquela raiva que ele sentiu, ele disse que achava que estava vindo da tristeza. Por isso,
é muito importante a sua criança saber que as emoções não são singulares, ou seja,
nem sempre a emoção vem sozinha.

No material de apoio, eu não coloquei nome em nenhuma das emoções porque é


36
fundamental as crianças entenderem que tristeza, raiva, medo não tem cara, e as vezes
uma criança pode expressar tristeza de uma forma raivosa, ou expressa raiva de uma
forma quieta, por isso precisamos entender que as emoções não tem uma única forma
de se apresentarem.

O que é a tristeza?

Ela pode vir de outras emoções e pode também levar a outras emoções. Mais do que
isso, a tristeza pode se expressar como outras emoções. Existem inúmeras crianças que
são vistas como crianças mal educadas e desrespeitosas e que, na verdade, são
crianças tristes, deprimidas e estão colocando isso para fora em forma de raiva. Da
mesma forma, a criança boazinha (que a educação tradicional almeja) que não corre,
não grita, está sempre calma, não chora e dorme sozinha, muitas vezes é uma criança
que também está triste, e de tanto tentar te chamar e você ignorar, desistiu de se
expressar.

A educação tradicional quer uma criança silenciosa, que não dependa de ninguém e
que não busque por atenção o tempo inteiro, ou seja, a educação tradicional está
buscando uma criança triste. A tristeza pode se manifestar muito semelhante a várias
outras emoções como o medo, surpresa e raiva. É muito comum a tristeza se
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manifestar em forma de raiva. A raiva é uma forma do corpo se proteger da tristeza


que ele está sentindo.

A tristeza traz um movimento interior e “solitário” de processamento. Ela nos faz


perder energia, nos chama para olhar para dentro. Já a felicidade é expansão. A tristeza
pode ser um momento muito importante de autoconhecimento e desenvolvimento
37
pessoal, então quando você enxerga a tristeza enquanto uma necessidade de
elaboração, olhar para si e ser a sua melhor companhia, você percebe (1.) como esse
momento é importante na nossa relação consigo mesmo e (2.) como viver a tristeza
tendo filhos que dependem de você é difícil.

Como você vai mergulhar em si, se trancar em um quarto o dia inteiro, ter essa
conversa interior e ser seu melhor amigo quando você tem que cuidar de uma criança?
Por isso que muitos de nós acaba surtando. No momento que deveríamos estar
elaborando, lidando e processando tudo isso, estamos cuidando dos nossos filhos.

Por isso recorremos ao que tivermos de recurso. Não é o momento de se martirizar


por conta de as crianças estarem usando telas mais tempo que o normal, por exemplo.
Quando necessário, use o recurso que estiver ao seu alcance para tirar um tempo para
você, porque se nesse momento você ainda se colocar peso e se cobrar, você só vai
estar alimentando a tristeza, a ansiedade, seus medos e toda a angústia que está
vivendo.

Geralmente, os adultos têm mais facilidade em fazer essa regulação internamente


(senão sempre dependeríamos de outras pessoas cuidando de nós para ficarmos bem),
mas as crianças não. Quando você fizer a educação emocional da tristeza da sua
criança, você precisa entender que esse processo começa externo, ou seja, conosco
olhando para a criança e legitimando a dor dela.
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Foi o que eu fiz hoje. Ao conversar com o Theo, eu falei: “Percebi como te deixou triste
isso que aconteceu. Eu estou aqui. Você quer um abraço ou quer espaço? Eu estou aqui
para você”. Então, a parte da criança conseguir lidar com essa tristeza e com todas as
outras emoções, sempre vai começar com você. Só depois que isso vai se
interiorizando, e esse processo de interiorização acontece com a experiência da
criança com a nossa regulação. Se a sua criança tem uma ajuda carinhosa e respeitosa 38

sua, quando ela estiver se regulando, ela vai se respeitar e ser carinhosa com ela.

Tristeza na pandemia

É exatamente esses lutos coletivos e individuais que estamos vivendo. Já estávamos


nos alegrando que as crianças estavam voltando para escola, voltando a encontrar os
amigos e o resto da família e de repente começou tudo de novo. É um processo de luto
porque você achou que a sua vida estava voltando ao normal quando na verdade você
vai perder novamente o pouco convívio que estava tendo com outras pessoas e o pior,
vendo cada dia mais pessoas morrendo por conta da doença.

As 5 etapas do luto

1. Negação: se recusa a acreditar que aquilo efetivamente está acontecendo;

2. Raiva: nesse momento, muitas pessoas vão expressar a tristeza com raiva. É
quando você se dá conta de que aquilo realmente está acontecendo;

3. Barganha: você tenta dar um jeito de reverter a situação a todo custo;

4. Depressão: quando você percebe que não tem jeito, você fica muito triste;

5. Aceitação: depois de um tempo, você entende que as coisas não vão voltar a
ser como eram e aceita essa nova realidade.
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Muitas vezes, você está passando por essas etapas e nem se dá conta disso.

A diferença da tristeza para a depressão

A tristeza é um sentimento que vem e vai embora. Até mesmo essa depressão dos 39

passos do luto, tem um motivo, é elaborada e eventualmente se torna uma aceitação.


A dor continua, a falta e a saudade também, mas a pessoa não fica mais sem energia
para viver.

Já a depressão, nem sempre tem uma causa específica, não tem começo, meio e fim,
é constante e é muito importante que se tenha atenção e cuidado porque é uma
doença que se torna um buraco negro dentro da pessoa e vai ficando cada vez maior.

Emoção primária: Tristeza

Emoções secundárias: amor, tédio, melancolia, nostalgia, desânimo… Essas são outras
formas que a tristeza se apresenta e, muitas vezes, até associadas a outras emoções.
Se você está triste e foi tomado no choque por essa tristeza, é muito diferente de você
estar triste e estar com raiva. Não existe só uma forma dessa tristeza de se expressar,
ela vai se expressar de formas diferentes dependendo de cada pessoa (e da forma que
essa pessoa aprendeu a reagir) e também o que causou essa tristeza. Foi uma
frustração muito grande? Um medo? Uma decepção?

É interessante entender que vamos ter que fazer o raciocínio de trás para frente
quando formos analisar o porquê. Pode parecer que a criança está com raiva, mas
analise dessa forma para entender todo o contexto. Ela pode estar triste se sentindo
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preterida por um bebê que chegou, abandonada porque os pais estão trabalhando
muito, rejeitada porque toda vez que ela tenta fazer algo, brigam. A criança pode estar
agindo de uma forma, mas o sentimento vem através da tristeza.

Como falamos nas outras emoções, não existe emoção negativa, existem expressões
negativas dessas emoções, então não podemos fugir da tristeza. Quando sua criança
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está triste, não tente distraí-la mudando o assunto por achar que “já, já vai passar”.
Ao invés disso, aprenda a usar esse momento de elaboração de forma positiva e
saudável. Vamos ensinar nossos filhos a fazerem esse momento introspectivo e
aceitarem o convite para ouvirem o corpo falando. Você não deve nem fingir que não
está acontecendo nada demais e nem ficar alimentando essa tristeza deixando-a tomar
conta da sua vida. É o equilíbrio: aceitar, reconhecer, elaborar e deixar a tristeza ir
embora.

Pode chorar na frente da criança?

O que você acha que isso ensina para ela? Quem segue a PsiMama sabe que eu sou
totalmente a favor de você chorar, sofrer e sentir raiva na frente da criança. Viva,
mostre toda a sua humanidade e mais do que isso, aproveite essa oportunidade para
se educar emocionalmente e exercitar a sua própria regulação emocional.

Para se acalmar de uma explosão de tristeza, assim como a raiva, felicidade e o medo,
você precisa respirar fundo e voltar para o seu centro para enxergar a situação com
clareza. Uma coisa que vai te ajudar muito quando você tiver uma explosão de tristeza
é chorar. O choro libera cortisol e desestressa o seu corpo, é uma forma orgânica de
equilíbrio.

Passo a passo para lidar com a tristeza


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• Acolher e legitimar: Não importa se parece uma besteira para você, que é um
adulto e tem vários problemas muito maiores. Para a criança que ainda está
aprendendo a lidar com problemas, aquilo pode ser um grande problema.
Quando a criança aprende a lidar com problemas pequenos, ajuda ela a lidar
com problemas maiores futuramente.
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• Entender e elaborar;

• Não negar (fugir) nem deixar tomar conta da energia vital: A criança precisa
elaborar, sentir raiva. Vamos ensinar a criança a entender a diferença de um
probleminha para um problemão. Seu filho vai levar bem mais tempo para
elaborar uma grande mudança.

Existem algumas formas de trabalharmos essa tristeza

Alimentar: a criança e o adulto comerem coisas saudáveis, se alimentarem bem.


Hormonal: as crianças saírem para brincar, tomar sol. Vitamina D influencia muito
nisso, produção de serotonina, endorfina, ter momentos divertidos de gargalhada,
fazer atividade física e gastar energia. É fazer o seu corpo estar pronto, preparado para
se sentir bem.

Nojo

É a aversão a estímulos que possam significar perigo. Nos faz buscar a higiene.
Existem nojos naturais e adquiridos.
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Lembra que falamos que a regulação da criança começa externamente até se tornar
interna? Nesse processo, o nojo entra quando a criança começa a ficar seletiva. A
criança passa a desenvolver conceitos do mundo e da vida, e vai começando a ter cada
vez mais nojos.

Eu acho isso interessante demais (apesar do estresse), pois é quando a criança passa a
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depender menos dos pais. Evolutivamente, essa seletividade faz todo sentido.

Nojo natural: são os nojos de coisas nojentas mesmo e de cheiro ruim.

Nojos adquiridos: você pode não ter nojo de um determinado bicho, mas se você vê
uma pessoa apavorada, que sai correndo e morre de medo de forma que você
consegue ver na expressão dela o nojo que ela sente, com o tempo você vai adquirindo
aquele nojo também.

Na fase da seletividade alimentar, a criança vê você comendo coisas verdes, por


exemplo, e se deliciando com um brócolis, o corpo dela vai aprender que brócolis não
é nojento. Não é da noite para o dia, mas se você nunca come brócolis na frente da
criança, quando ela olhar para um pode ser que ache nojento.

A criança vai passar a ter nojo de consistências também. Por isso sugerem que você
apresente o mesmo alimento de diversas formas para a criança. Pode ser que ela não
goste da forma pastosa, mas come tranquilamente em pedaços.

É no processamento sensorial que a criança vai ter ou não nojo de certas coisas.
Exemplo: eu tenho dois filhos e um deles tem um tato muito sensível. Quando ele era
pequeno, não gostava de pisar em grama, areia e até a água do banho o incomodava.
Fomos devagar, apresentando esses estímulos até ele não ter mais essa agonia.

O nojo vai ser processado diferentemente em cada pessoa justamente porque o


processamento sensorial é diferente. Mas você precisa ensinar a criança o que é e o
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que não é nojento, ou seja, a diferença entre ser nojento e ela só não gostar de alguma
coisa. Isso é a educação emocional.

O que a sua criança pode estar vivenciando ao sentir nojo é um mecanismo de defesa
e ela pode estar identificando nojo como coisas que ela não gosta.

Explicar para a criança que ela tem todo o direito de sentir nojo, que a emoção é bem 43

vinda e sentir nojo é normal, faz parte. Atacar a comida no chão não é aceitável. A
reação a esse nojo que precisa ser ensinada.

Espero que tenham amado!

Com carinho,

Nanda Perim

nandaperim@psimama.com.br

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