Ansiedade Caixa de Ferramentas

ARIANE HÉBERT,psicóloga Para pais
Ediche Drigin
4
Tiio Ani,la be au fgun
pour ge Ta
Texto Ariane Noton
ANSIEDADE
Tos d
Les Editons de Mortagee
Bustracoes
L3R-Andrel Krauchuk,Ron Leisen oogn.com
Edica em portugus
Caixa de Ferramentas
Tiuio Ansiedade
Traducão Rita Carvalhoe Guee
VII-MMXX-Impresso em Portugel
Mu
tismo
seletivo
Tra
Indice nstorno
de
stress
pós-
traumát
ico(TSP
T)
Tra
nstorno
obsessi
vo-
Introdução compul
sivo(TO
Medo,stress e ansiedade C)
O medo e a ansiedade: inimigos a superar?

13 31
33
17 34
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27
44
29 46
Ansiedade-Caixa de Ferramentas
De quem é a culpa? Determinar os culpados

Herdei-al Os fatores genéticos 49
Isto acontece no meu corpo.Os aspetos biológicos 50
Dormir para desdramatizar:o sono 51
Comer para controlar os nervos: a alimentação 51
Mexer para se acalmar:o exercício 53
Repousar para relaxar:abrandar o ritmo 56
Retirar-se para se acalmar: o ambiente 60
sensorial
64
Mostraram-ma! A aprendizagem da ansiedade 66

A aprndizagem da ansiedade por experiência direta
A aprendizagem da ansiedade por condicionamento 66

68
·A aprendizagem da ansiedade por imitação 70

A aprendizagem da ansiedade por transferência de conhecimentos
Sou mesmo assim! A personalidade 75

76
A culpa é dos outros! Relações interpessoais 78
Sempre a discutir! Os conflitos recorrentes 78
Isto acontece em casa! Relações familiares 82
Estou completamente só! A falta de apoio
ou de disponibilidade das pessoas importantes 87
Foi assim que me educaram! O estilo de educação 90
É o exército! Um estilo demasiado rígido e autoritário
90
Tudo é permitido! Um estilo demasiado flexível e imprevisível 92

Tem cuidado! A superproteção
Não temos muito... Uma situação económica precária 94
Àminha volta...O meio ambiente predominante 96

98
Estratégias e técnicas para gerir a ansiedade
O discurso do coach:o que precisa de saber para eliminar

a ansiedade 101
A ansiedade não se resolve sozinha 101
A ansiedade não é banal 102
Vencer a ansiedade exige esforço,assiduidade
e perseverança 103
Vencer a ansiedade demora tempo 105
O objetivo a alcancar deve ser o de progredir 106
Equipado para resistir à ansiedade: as intervenções preventivas 107

Estou muito bem como sou! Alimentar a autoestima 107
Sei quem sou: o conhecimento de si 108
Sou competente: estabelecer objetivos 112
Sou importante para ti:o sentimento de pertença 113
Não sou perfeito e estou muito bem assim:
a benevolência 116
Digo o que quero: a afirmação de si 118
Sei o que irá acontecer. A previsibilidade e o controlo 121
A previsibilidade 121
O controlo 123
Queres ser meu amigo? Desenvolver competências sociais 126
Ao ataque:para se ver livre da ansiedade 133

Bater em retirada,para melhor ajudar 133
O que é a ansiedade? Compreender para se ajudar 138
A intervenção estruturada 145
No meu corpo: a intervenção no plano físico 145
Na minha cabeça:intervenção no plano das crencas e pensamentos
150
Nas minhas ações:a intervenção no plano comportamental

11 158
Será assim que se vai passar: incitar à exposição

Isso vai mudar...expor-se
Como saber se devo procurar ajuda profissional?
Conclusão 1
Introdução
Há uma grande beleza em andar para a frente com a vida

sem ansiedade, nem medo. Metade dos nossos medos não
tem fundamento e a outra metade é pouco razoável.
CHRISTIAN NESTELL BOVEE

A vontade de escrever um pequeno guia relativo à ansiedade re-sulta
de vários motivos.
Antes de mais, a ansiedade encontra-se amplamente dispersa pela

população e é, garantidamente, um dos motivos de consulta mais
frequentes em psicologia, tanto em crianças como em ado-lescentes
ou em adultos. Os serviços de psicologia são demasiado parcos para
fazer face às necessidades da comunidade,tanto no setor privado como
na rede pública e os tempos de espera para uma consulta com um
profissional de saúde mental são, por ve-zes, obscenos. Isso é ainda
mais verdade quando se considera a
clientela pediátrica. Por um lado,creio que,seeurespondesse

odos os pedidos de tratamento da ansiedade que me chegam e
taria de servico durante vinte cincohoras pordia,oitodias po e an
a icar em posse de onee imentos,truques e estrategie quanto
aguarda pelo acesso aos serviços,pode,semdúvida,da uma
mãozinha a várias famílias.
Por outro lado,nem todas as criançaseadolescentes que
apresentam traços de ansiedade têm,necessariamente,neces-
sidadede terapia. É absolutamente normal viveremperíodos mais
stressantes ao longo da sua vida e sentirem,consequente mente,
as suas capacidades de adaptação altamente solicitadas No
entanto, continua a ser útil ter conhecimento dos meios para
facilitar esta passagem obrigatória.
A intenção deste livro é, também, preparar os adultos (pais e

educadores) que trabalham junto de crianças e adolescentes
ansiosos, sem saberem verdadeiramente como fazer face às suas
dificuldades.Muito frequentemente, o seu instinto leva-os a
adotarem estratégias perfeitamente adequadas, mas a neces-
sidade de validação ou de procurarem elementos suplemen-
tares para integrarem as suas ferramentas mantém-se
presente.Espero que as informações contidas neste livro os
possam apoiar.
Por fim, é, também, meu desejo fazer face à vontade dos
adultos que, talvez eles mesmos ansiosos, queiram ser pró-ativos
e preparar os jovens e menos jovens equipando-os com estraté-
gias preventivas para contrariar a ansiedade.
Para compreender a diversidadedasmanifestações que
podem assumir a ansiedade e paraqueasquestões sejam
ilustradas de modo maisconcreto, 0livroé pautado por
Recordacão da psicóloga (!),que são pequenas histórias
14
retiradas da minha vida profissional ou pessoal. Com o intuito de ajudar a

identificar com precisão as dificuldades da criança ou do adolescente
ansioso que gera preocupação e a intervir de modo mais adequado. Várias
caixas intituladas Brainstorming ()também convidam o leitor a questionar-
se a si mesmo.
O que posso garantir, sem sombra de dúvida, é que este guia nāo fará
de si um especialista na matéria, um interveniente altamente qualificado
nem um terapeuta acreditado.Não substi-tuirá, para as criancas e
adolescentes que o exigem, o apoio profissional.Todavia,creio que o
informará, preparará, aumen-tará a sua sensação de competência e dar-
lhe-á a vontade de agir no melhor das suas capacidades. Esperando que
faca, de algum modo,a diferença,desejo-lhe uma boa leitura.
Aiiane
Medo,stress e ansiedade
Na literatura, a abundância de definições dos conceitos de medo,
de stress e de ansiedade indica que não existe consenso universal
quanto à sua distinção. Dito isto, as diferenças se-
guintes são normalmente aceites:
O medo consiste numa sensação de pavor que

acompanha a tomada de consciência de um perigo
imediato ou presente,quer seja real ou
imaginário.
Mamã,tenho medo!!!
Que estalo é este... ou será um rugido, o que ouço quando

desco as escadas para a cave?
Na roda gigante, o meu irmão inocente divrte-se a fazer

abanar a nossa cápsula. Tenho a sensação de ser pulveri-zado
no espaço a cada oscilação..
.Mas paremn,por favor! Estão a ver que este engracadinta

comumfato com cores berrantes, se dirige a mim!
O stress consiste numa reacão do organismo à antecipasin
na ameaca,real ou percecionada Eacompanhado por um des
conforto físico.
Eu sou uma bolha de stress!
A leitura será esta manhã?Talvezdevesseter estudado mais o

meu vocabulário...tenho um nó na garganta.
As minhas pernas ficam moles como gelatina quando me
lanço para fazer a roda à frente de todos os meus amigos
na minha aula de educação física.
Se continuar a tremer assim, corro o risco de morder, sem

querer, o dentista que meta os dedos na minha boca!
A ansiedade é, por seu lado, um estado mental de perturba-

cão e de agitação, acompanhado por um mal-estar físico signifi
-cativo e ligado a preocupações e à antecipação de
consequências negativas. As preocupações são, normalmente,
alimentadas pela nossa vozinha interior e são,
frequentemente, excessivas e, atémesmo,irrealistas.
Estou tão ansioso que ainda morro!
Os meus pais saem à noite e deixam-me sozinho com a

ama.É certo que me vou chatear com eles, achar a
demora angustiante e choramingarincessantemente.E
se eu nunca mais os vir?
18

Já está; é hoje que me vou humilhar publicamente. As outras
crianças irão, certamente, rir-se de mim durante a minha
apresentação oral.
A bicicleta não foi seguramente inventada para os incompe-

tentes como eu. Nunca conseguirei andar sem as rodinhas.
Embora concetualmente defensáveis, as diferencas entre o

stress e aansiedade são, por vezes, difíceis de distinguir na
prática.Uma vez que estes estados podem acarretar ambos uma
sensação de aflição significativa naqueles que a vivem, estes
termos serão utilizados na presente obra para designar tanto
situações e acon-tecimentos stressantes como de
ansiedade,indiscriminadamente.
Registe-se também que, para facilitar a leitura, falaremos ao

longo de todo o livro decrianças, mas que este termo também en-
globa, no meu espírito, pequenos desde os zero...aos vinte cinco
anos e até mais.;)
19
O medo e a ansiedade:
inimigos a superar?
Claro que não. Enfim, não completamente. O medo protege--nos

desencadeando uma reacão intensa do sistema nervoso autónomo
(uma aceleracão do ritmo cardíaco, da respiração e da
transpiração,assim como um aumento da pressão arterial e da taxa
de adrenalina no sangue). Acompanhado pela sensação de pavor,
esta reação física permite-nos fugir ou combater para nos
defendermos, na presença de um perigo.O medo é, portanto,uma
reação absolutamente desejável e adequada. Pode, no entanto, ser
provocado por uma má análise da ameaça eé,preci-samente, nesse
momento que se torna desadequada. A criança,tal como o adulto,
pode, de facto, interpretar um acontecimento ou uma situação
como acarretando um perigo físico ou psicoló-gico,quando a
realidade é completamente diferente.
A ansiedade, por seu lado, orientada para o futuro e carac-

terizada pela apreensão do que poderá acontecer,
impossível,aliás,de prever para os que não são adivinhos. Até certo
ponto,a ansiedade arrasta um aumento da vigilância e uma
melhoria no
desempenho. Alguns teóricos chegam,inclusive,a
defender que sem ela,poucos de nós fariam grande coisa.
Uma criança ligeiramente ansiosa,por exem-
plo, em relação a um futuro teste,estará, certa-
mente, mais inclinada em dedicar-lhe alguns
minutos de preparação ao longo dos dias ime-
diatamente anteriores. Muitas vezes, não con-
seguirá motivar-se a não ser que se encontre
sob a ameaça de obter uma má classificação,o
que acarretaria, por sua vez, consequências para a
sua autoestima,a sua relação com os pais,a sua imagem junto dos
amigos,etc.Senão, para que serve?
O facto de encarar uma festa de amigos com uma ligeira ansie-

dade também pode ter efeitos positivos na capacidade da criança
em adotar comportamentos pró-sociais (tais como as boas ma-
neiras,a partilha, a cooperaçãol e a ser, consequentemente,aceita
pelos seus pares.
A ansiedade também pode levar o indivíduo a demonstrar

comportamentos de prevenção. Uma criança que receia perder--
se num centro comercial permanecerá mais vigilante quanto à
proximidade física dos seus pais e será menos dada a jogar às
escondidas entre os corredores ou a afastar-se. Do mesmo
modo,face à eventualidade de apanhar frio, o jovem
concordarápor si só em calçar as suas botas para ir para a escola e
deixará o seu calçado desportivo...a menos, claro está, que a
opinião dos seus pares configure uma ameaça muito mais
premente do que uma pequena constipação insignificante.
Em si, a ansiedade
no é má. É apenas
quando se torna
mente ansioso
antes do seu teste
corre um grande
risco de
obterexcessiva
que se vê
despontar
dificuldades.Oalun
oextrema-
22
classificações não representativas das suas capacidades ou da sua

preparacao.Chegado o momento, antecipará,provavel-mente,o que
aconteceria se obtivesse uma classificação negativa,em vez de
concentrar a sua atenção nas perguntas realizadas e nas respostas a
dar. Poderá,então,imaginar antecipadamente o desagrado dos seus
pais, o gozo dos irmãos, os olhares de desprezo dos outros alunos e o
desespero do seu professor.
Outra criança será, durante um recital, invadida por sensa-cões de
calor, náuseas,vertigens e tremores, em vez de apreciar o momento e
fazer ouvir a sua voz como nos ensaios.
Aquando da visita de estudo, o aluno ansioso dedicará toda a sua
energia a procurar de pistas de que uma ameaça capaz de
comprometer a sua integridade ou a sua seguranca está presente nas
redondezas, em detrimento, claro está, do prazer que poderia sentir
com as outras crianças.
Inspirado na Lei de Yerkes-Dodson', a figura seguinte estabe-lece
a ligação entre o desempenho e a ansiedade.
1. A Lei de Yerkes-Dodson (1908), que corresponde a uma curva em U invertido,estabe-lece uma ligação
entre desempenho e motivação.
Ansiedade-Calxa de Ferramentas
a ansiedade,Uma determinada
mobilizaçāo e à motivação e causaum aumentonodesempe
favoráyel
A ansiedadeem exces
ug,can
dirigida, os sinals de desorganização multiplicam-se ea exausia

faz-se sentir.
Recordacāo da psicóloga
No meu consultório privado, recebo com uma grande

frequência,da parte dos pais, pedidos para reduzir a ansiedade
dos seus flhos.assim como para a aumentarl De facto, nao é
invulgar que me consultem para encontrarem soluções para a
alienacão escolar ou para a falta de motivaçao da crianca
quanto às suas tarefas.Acreditem,é tao dificil incutir um pouco
de ansiedade a um jovem que nao a sente como atenuar a de
uma criançca que a sente em demasia.
A ausència de antecipacao das consequências dos seus compor-

tamentos leva o individuo a viver no momento presente e a não
prestar atencão ao futuro,Não vislumbra, portanto, a
pertinência,por exemplo,de se preparar para um exame, uma vez
que nao se imagina a matar se a trabalhar para ter sucesso ou
para ter uma classificaçao pessima Evidentemente,ele também
não antecipa as consequencias,a muito longo prazo, que poderão
surgir de uma acumulacao demás notas ou de infracoes do código
de conduta da escola.
a interiorizar a ameaça lpor exemplo,o insucesso escolarl que

nao vislumbra para o tomar suficientementeansiosopara se
esperar que entre em acão
Brainstorming
Será esta criança demasiado ansiosa? A sua ansiedade permite-

lhe,em certos casos ou em determinadas condições, ser mais
produtiva,eficaz,bem-sucedida? Pelo contrário, a sua ansiedade leva-
a a ter um desempenho fraco, a mostrar-se desorganizada, a esgotar-
se?Quais são os impactos positivos e os impactos negativos da sua
ansiedade?
Os tipos de transtornos de ansiedade

A próxima secção descreve os transtornos de ansiedade tais como
são reconhecidos pela quinta edição do Manual de diagnóstico e

estatística das perturbações mentais da Associação Americana
de Psiquiatria(DSM-5).A estes últimos juntam-se,também,breves
descrições do Transtorno de stress pós-trau-
mático (TSPT) assim como o Transtorno
obsessivo-compulsivo(TOC).
Uma vez mais, o objetivo não é levar o

leitor a apresentar diagnósticos, mas antes
fornecer um panorama geral das diferentes
formas que a ansiedade patológica pode assu-
mir.
1. O TSPT e o TOC foram classificados,no DSM-IV, juntamente com os transtornos de ansiedade. No

DSM-5, o TSPT pertence à categoria 《Transtornos ligados ao trau-ma e às fontes de stress»,
enquanto o TOC se encontra integrado na categoria dos 《Transtornos obsessivos-compulsivos
e semelhantes》.
Eimporante reter que, para que possamosfalar de

transtom provoca necessariamente,um
transtornodofuncionamento diário.
quadro seguinte apresenta os medos que
são,geralment observados em diferentes
idades.Fazempartedodesenvolv entonormalda crianca e
são, deste modo,com grande freguit serbanalizado ou que
nāo seja necessária qualquer intervenção.Tudo depend do
nivel de stress daqueles que os vivem.
Idade Medo normal
Medo dos ruídos altos e dos movimentos rápidos

Recém-nascido
(sentidos ou observados em objetos).
A partir dos seis Medo de estranhos (pessoas novas).
meses
Por volta dos Medo do escuro, de ser deixado sozinho, dos animais
18 meses e dos bichos.
Por volta dos Medo do escuro, dos animais e dos bichos
4-5anos desconhecidos e das criaturas imaginárias (monstros,
fantasmas,duendes,etc.).
Por volta dos Medo do escuro, da morte e dos fenómenos naturais
6-7 anos até (relâmpagos,tempestades,etc.).
à adolescência
Por volta dos

11-12 anos Medo da avaliação, do ridículo e do fracasso.
e na adolescência
Perturbação de pânico(PP)
A perturbação de pânico é constituída por preo-cupações
relativamente a consequências ou a possíveis efeitos dos
ataques de pânico, que surgem normalmente sem aviso e
são vividos dolorosamente.
Juliette tem a sensação de que a loucura está à espreita, uma vez que
ela tem ataques de pânico que provocam sensações de vertigem,de
calor e de tontura.
Thomas recusa ir para a cama, uma vez que já teve um ataque de

pânico a meio da noite e acreditou estar a ser afligido por uma doença
grave, pois o seu coração batia a toda a velocidade.
Sandrine explica à psicóloga escolar que se sente depres-siva,uma vez

que já não se compreende a si mesma:sente-se muito mal sem razão e
não sabe como evitar reviver este pesadelo.
Recordacão da psicóloga
Aos doze anos acabados de fazer, Mathis estava convencido de que sofria de um
problema cardíaco. A minha clínica fora indicada pelo seu pediatra, explicou-me
que podia, de repente e sem aviso,sentir o seu coração a bater como se acabasse
de realizar um sprint,ficava todo suado,com a visão desfocada,sentia
formigueiros ao
..CONTINUA NA PÁGINA SEGUINTE
29
Pouco tempo depois de ter iniciado o seu tratamnto,as crises um ano e

a terapia foi, então,interrompida Teria sido excelente para mim que
nunca mais ocorressem,uma vez que eu poderia acreditar que tinha
competências de cura que quase se equiparariam à feiti-caria
©.Todavia, regressaram sem aviso e, nesse momento, Mathis
compreendeu que tinha todo o interesse em encarar
a sua perturbação de ansiedade de frente,
em vez de viver com esta espada de
Dâmocles continuamente sobre a
cabeca Gracas à sua disciplina quase
militar,este jovem comprometeu-
-se plenamente com o processo e
realizou os exercícios propostos assidua-
mente.As suas crises sāo,definitivamente,
coisa do passado.
Brainstorming
A criança já teve uma crise de pânico? Quais são os seus receios? Incidem
mais nos sintomas físicos ou nas suas possí-veis consequências? Os seus
medos provocam uma alteração no comportamento?
Agorafobia
A agorafobia é o medo de passar por uma situação em que seria di-
fícil obter auxílio ou da qual teria dificuldade em escapar, em caso
de ataque de pânico ou de sintomas embaracosos (por exemplo,
medo de vomitar em público) ou incapacitantes (por exemplo, medo
de desmaiar). Este receio desmesurado leva a que tente evitar deter-
minadas situações como utilizar meios de transporte

lautomóveis, autocarros, comboios, aviões), estar
em locais fechados (elevadores, teatros), em lo-
cais muito vastos (parques de estacionamento,
pracas públicas), no meio da multidão ou, ainda,
simplesmente, sair de casa sozinho.
Antoine tem um medo de morte de urinar nas calças na sala de

aula e de ser,consequentemente, objeto de gozo por parte dos
seus colegas, mesmo controlando na perfeição a sua bexiga.
Laurianne já teve um ataque de pânico no
automóvel,duranteum longo trajeto e, apesar dos seus
repetidos pedidos para parar à beira da estrada, os pais
prosseguiram o seu
31
caminha procurando acalmá ta

verbalimente.Agora recse vezmais, a
impossibilidade de fugir da situação.
Mesmo que as saídasdeemergênciasejammuitas
estejam bem assinaladas,Alexrecusa-
seaentrarnuma sala de cinema.
Brainstorming
A criança ja teve um ataque de pânico ou passou por uma situação

embaraçosa em público? Tem medo de que se volte a repetir? Tem
dúvidas acerca dasua capacidade em solicitar ajuda ou da boa
vontade das pessoas? Procura evitar determinados locais? Insiste
sistematica-mente em estar acompanhado quando se encontra
fora de sua casa?Os seus medos provocam uma alteração no seu
comportamento?
Transtorno de ansiedade social(TAS)

O transtorno de ansiedade social é a apreensão excessiva de ser
observado ou de ser centro das atenções e de agir de modo emba-
racoso ou, pior, humilhante. Este medo pode estender-se a
uma variedade de situações ou dizer respeito a ape-
nas uma só.

Remi entra em pânico quando avanca na
direção da paragem de autocarro e sente o
olhar dos outros sobre si.
Charlotte é muito sociável e está sempre rodeada por um bom

grupo de amigos com quem interage à-vontade. No entanto,
quando chega a altura de fazer apresentações orais em frente
da sua turma,o seu medo de corar e de tremer paralisa-a por
completo.
Christophe sente-se de tal modo ansioso com a possibili-dade de
ser julgado negativamente pelos outros que quase nunca fala na
escola.
Brainstorming
A criança tem dificuldade em entrar em contacto com os outros?Passa por

determinadas situações sociais (como os intervalos,os tempos de descanso,
os momentos de transicãol com uma aflição aparente? Procura fugir aos
contactos sociais (recusar-se ir a festas, realizar trabalhos de grupo,etc.)? Fica
desmesurada-mente nervosa quando tem de falar perante um grupo, quer
seja numa situação formal (apresentação oral) ou informal (conversa de
grupo)? Tem amigos? Os seus medos provocam uma alteração no seu
comportamento?
33
Fobias especificas
consistemem
medos exce sinsepesistenmes en relacão a uma
situacão ou aum abjeto aflicao.A fob poroca
inevitavelmente,uma alteração do
funcionamento.
Mathilde tem medo de cães a tal
pontoqueserecusa passar, a pé, em frente da
casaaazul,,porqueouve rosnar no interior.
Sabendo que irá apanhar o aviãodentrode um mês

Nicolas já dorme mal.
Os micróbios preocupam tanto Justine, que evita

aproxi-mar-se dos amigos da turma assim que estes
começama tossir e pediu para mudar de lugar quando
a sua colegade carteira chegou à escola constipada.
Recordação da psicóloga
Nāo basta, para que se fale de fobia, que o objeto ou a situação
provoque medo,repugnância ou uma reação de aversão, Também
deve ser observada uma perturbação do funcionamento diárío.
Assim sendo, quando, no âmbito de uma sessão para jovens do

sétimo ano, interroguei os alunos com o intuito de saber quem,
entre eles, acreditava ter uma ou várias fobias; mais de metade do
grupo levantou a mão. Os medos de aranhas, de locais fechados e
de tempestades estavam entre as principais fobias referidas.Mutto
bem,então agora,entre os que se achavam aracnofóbicos, quantos
perdem vários minutos por dia a olhar para os cantos do teto, para
baixo da cama, por trás dos cortinados e para o fundo do roupeiro
para terem a certeza de que não se encontra ali nenhuma aranha?
Várias mãos desceram. Mesmo cenário quando prossegui: Entre
os que se acham claustrofóbicos, quantos preferem subir cinco
andares pelas escadas em vez de apanharem o elevador? Quantos
serecusam a entrarnas cabines de casas de banho públicas,mesmo
estando aflitos? Quantos se recusam a ir a uma festa, sabendo que
esta será realizada numa cave? E também quando perguntei:Quem,
entre os que se identificaram como tendo brontofobia, medo das
tempestades e dos relâmpagos,a tem a ponto de nao sair de casa
assim que o céu fica encoberto? Se impede de participar numa

viagem de campismo ou em qualquer outra atividade ao ar livre,ou
treme e chora durante toda a duracão da tempestade?
As fobias específicas são uma expressão de medos
tao intensas que desencadeiam uma alteraçāo
do comportamento.Felizmente,nenhum aluno
desta turma tinha,verdadeiramente,uma fobia;

por outro lado,como eles representam perto de
10% da população, não seria de surpreender que
uma ou duas mãos se levantassem...

35
Brainstorming
mente intensa face a um objeto ou a um
acome ou
acontecimento?Osseusmedosprovocam uma
alteracão no seu comportamento?
Transtorno de ansiedade generalizada(TAG)

O transtorno de ansiedade generalizada caracteriza-se
pela pre sença de preocupações desproporcionadas e
muito dificeis d controlar em relação a uma multiplicidade
de acontecimentos.
Béatrice está tão preocupada com tudo e mais

algum coisa que tem imensa dificuldade em
adormecer e acord frequentemente durante a
noite.
Hugo não para de pensar no seu futuro com

angústia apreensão. Teme não
encontrarumaprofissão de qu goste, não ganhar
dinheiro suficiente para viver de mod autónomo e
não encontrar uma mulher que goste dele.
Josiane tem constantemente dor de cabeça ou de
barig está constantemente arrepiada,ficairritadica e
sobre saltada ao minimobarulho.Fazperguntas sem
par repetindo-as uma e outra vez, mesmo que já
selhe tei dado a resposta.
Romy estava no oitavo ano quando comecou a

ter sessoes de terapia, Primogénita de quatro
irmāos, dizia estar constantemente stressada
e preocupada em relacão a tudo e mais alguma

coisa. Quando era pequena,ouvia rádio em casa
da ama para ter a certeza de que não relatavam
acidentes rodoviários que pudessem atingir os seus

pais.Durante o ensino primário,preocupava-se com os seus
resultados escolares, mesmo que as suas notas fossem excelentes,
preocupava-se com o que os outros pensavam dela,mesmo sendo
muito popular, supervisionava estreitamente os seus irmãos e irmãs,
mesmo sendo eles responsáveis e questionava constantemente os
seus pais em relação às suas finanças, mesmo não lhes faltando nada.
Quando entrou no ensino secundário, ia diariamente à enfermaria
com o intuito de verificar se os seus gânglios não tinham inchado e
entrava em pânico quando a chuva comecava a cair, uma vez que
estava convencida de que os autocarros escolares andavam com
pneus demasiado gastos para serem seguros.
Após algumas sessões,quando determinámos várias consequências nefasta

que essas preocupações excessivas tinham no seu bem-estar e no se
funcionamento, perguntei a Romy:E se eu te pudesse dar um comprimid
milagroso que fizesse desaparecer todas as tuas inquietudes e preocupaçõe
tomavas? Não fiquei muito espantada ao ouvi-la responder:Não. Para Romy,
pensar nas piores eventuali-dades era um modo de se proteger; as suas
preocupações levavam--na a desenvolver esforcos de prevenção e de resolução
de problemas
CONTINUA NA PÁGINA SEGUINTE
37
Ansledade-Caixa de Ferramentas
do seu pontodevista,reduziam OSriscos de

constantes os quais,
catistrofe. Do seu ponto de vista, a sua ansiedade erauitl.
Foi necessário muitotrabalho,perseverança e paciênciapara que ea e
quereconhecesse que os seus proprios receios nao tintea muito
frequentemente,qualquerimpacto nosacontecimentos.e e sam
ocasionalmente, por periodos.Estando agora consciente funcional e
emocionalmente equilibrada.
Brainstorming
A criança anda preocupada por tudo e por nada? Faz muitas perguntas
repetidas? Procura, insistentemente, ser tranquilizada? Consegue ser
tranquilizada ou,pelo contrário, transmite a sensação de necessitar
sempre de mais consolo? Tem medos que não são,
em geral, fonte de assombrações para as outras

criancas da sua idade? Os seus medos provocam
uma alteração ao seu comportamento?
Transtorno de ansiedade de separação

O transtorno de ansiedade de separação diz respeito ao medo de
ser separado das pessoas a que o indivíduo se encontra ligado.Este
medo é gerado pela ideia de que possa ocorrer um infortúnio e,por
conseguinte, a separação seria permanente e definitiva.
Desde a infância, Pascale sente dificuldades em adormecer

sozinha e insiste para que um adulto permaneça no quarto
com ela, até que ela adormeca. Quando acorda durante a
noite, encontra, sistematicamente, refúgio na cama dos
seus pais.
Eve é bastante funcional na creche, mas recusa ficar

àguarda de uma pessoa qualquer quando os pais têm um
jantar social. Comeca a choramingar mal vê que eles se
preparam para sair e tem, literalmente, uma crise quando
eles atravessam a soleira da porta de casa. Os seus vómitos
e os surtos de febre repentina têm levado, aliás, os pais a
encurtarem a sua saída algumas vezes.
sesten proaun ns an ea na peien caiae e -o por

todas as ele,nemque se pânico sentir que se
encontra noexterior sem an terido deitar o lixo fora
ou limpar a entrada.
Brainstorming
Reagedemodo intenso, no plano

comportamental,chorando,tendo
ataques,agarrando-se ao adulto antes de o deixar?Tem reações
fisicas como dores de todo o tipo, cefaleias, dores de

barriga, surtos
de febre,náuseas ouvómitos? Procuraentrarem contacto
com as pessoas importantes quando estas se
encontram ausentes, telefonando-lhes, por

exemplo? Resiste à vontade de participar
em atividades que exigem que se separe das
pessoas importantes, como ir brincar para outra
divisão, ir a uma festa com amigos, dormir fora de
casa,etc.?Vive a separação com grande aflição?
Mutismo seletivo
determinadas situações sociais,emboraconsigafazê-lo nou tras.
Frédéric é uma crianca alegre e faladora em

casa, mas não fala senão em ocasiões muito
raras no seu meio escolar e apenas com a
professora.
Louis exprime-se nas aulas, com os seus pares. Recusa-se, no

entanto, a dirigir a palavra ou a responder às perguntas de
qualquer pessoa de idade adulta com exceção dos pais e avós.
Carolane é uma adolescente introvertida que é incapaz de

comunicar com estranhos; não consegue pedir sozinha no
restaurante, responder às perguntas dos empre-gados de lojas de
roupa ou indicar ao dentista que os seus movimentos a magoam.
Philippe era um rapazinho de oito anos muito ansioso no seu meio

escolar. Recusava-se a falar com os adultos,mesmo com a profes-
sora,assim como com os seus colegas de turma, exceção feita a duas
amigas. Também se isolava voluntariamente, não entrava em contacto
com os outros e mostrava poucas expressões faciais.
Fui procurada com o intuito de proceder à avaliação desta criança,em
relação à qual a equipa escolar colocava em causa o contacto com a
realidade. Estaria ela tão embrenhada no seu mundo que não
compreendia verdadeiramente o que se passava à sua volta? Também
eram observados com regularidade comportamentos estranhos,como
roer os colarinhos, arrancar as pequenas imperfeições da pele,puxar as
sobrancelhas e fazer bolas de saliva.
CONTINUA NA PAGINA SEGUINTE
era faladon ensiosos traduziaen se ne eneanto po r ea ae de e

e e e e e e e e e e e e e e anga adoera assim o momento e
dormia sempre com os pais.
que a crianca esperou passivamente na sua carteira que a
atividace o trabelho Nāo procurou participar numa nova
atividade nem interagir com quem quer que fosse
durante, pelo menos,quinze minutos Tambémi nāo reagiu
perante uma situação peculiar que provocou oriso das
outras crianças e pareceu, simultaneamente subreativa e
desligada do mundo à sua volta.
Norecreia,foipara um local pouco frequentado e manteve-se de

pé,imóvel,como uma estaca.Os únicos movimentos percetiveis
eram dos seus dedos e do seu colarinho,levado à boca. Nāo
observava as brincadeiras dos jovens à sua volta e, quando os
grupos de infan-tário desfilaram para entrarem no autocarro,deitou
alguns olhares furtivos as criancas
Para criar uma

primeira abordagem
com Philippe, no
regresso às aulas,levei
o meu ipad e propus
mostrar fotografias
dos meus gatos à sua
colega de carteira;a
mãe tinha-me
relatado que ele era
muito próximo do seu
gato e esperava,deste
modo,provocar uma
reaçãn.Ele interessou-
se pelas imagens, mas
permaneeu retraido
durante longos
minutos,acabando
depois por me
dizer:Omeugato que
cor é o Rocket?,mas
esta abordagem foi
demasiado direta e
ele a fastou-
serapidamente,baixan
do o olhar.-
CONTINUA NA
PAGINA SECUINTE
No dia seguinte,foi levado pela mae ao meu gabinete para que eu

pudesse avaliar a sua inteligencia. Quando abri a porta,vi nos seus
olhos que me tinha reconhecido. Acitou seguir-me sem grande
hesitacao,o que me surpreendeu.Depois,uma vez sozinho
comigo,comecou a falar comigo muito baixo,a sussurrar...e
parecia nāo querer pararl Tive de o interromper para que
pudéssemos proceder aos testes cognitivos,mas,mesmo a meio do
teste,contou o que lhe passava na cabeca,como se o facto de ter
retido as suas palavras durante tanto tempo tivesse criado uma
necessidade urgente de dizer tudo!
Philippe era um jovem muito inteligente, que apresentava um

bom contacto com a realidade,mas,simultaneamente, era
terrivelmente ansioso e oposicionista. Foi direcionado para uma
turma com reduzido numero de alunos para criancas afligidas com
perturba-cões de saúde mental e pôde evoluir normalmente,
gracas às inter-venções dos professores e educadores que a
compunham.
Brainstorming
A criança conseguefalar emdeterminadassituações, mas incapaz de
o fazer noutras, alternadamente?O seu mutismo observável
apenas nocontacto comdeterminadaspessoas Faz-se compreender
de outromodopara além das palavra latravés de gestos,
mímicas,comunicaçõesnãoverbais,,língu escrital? O seu
comportamentotem um impactoconsideravel sua funcionalidade?
Transtorno de stress pós-traumático(TSPT)

O transtorno de stress pós-traumático resulta de um acont
mento que tenha provocado a morte de outrem ou ferimen
graves ou que tenha, no mínimo, representado um grande ris
para a vida ou para a integridade física de alguém.A pessoa tr
matizada pode ter sido vítima do acontecimento, ter sido tes
munha direta (ter assistido) ou indireta lo acontecimento ter-
sido contado).
Jonathanédeorigem haitiana e chegou

ao país na sequência do sismo de 2010
que destruiu a sua aldeia.Desde então,
os pesadelos e revivescências
(flashbacks) nunca o deixaram.
Rose é híper-vigilante emtodas as circunstâncias e
sobressalta-se exagerada- assalt mente desde que
ouviu os pais falaremdeum mão armada ocorrido
na oficina do tio.
Clémence é uma jovem adolescente que multiplica os

comportamentos de risco (consumo de álcool e de
drogas,promiscuidade sexual, faltar às aulas) desde que foi
violada aquando de uma festa.
Brainstorming
A criança foi vítima ou testemunha direta ou indireta de um aconte-

cimento que pudesse provocar TSPT? Alterou radicalmente ou de modo
brusco as suas atitudes ou comportamentos? A sua capaci-dade de
funcionar diariamente foi alterada?
Transtorno obsessivo-compulsivo(TOC)
O transtorno obsessivo-compulsivo prevêduas vertentes: a
ob.sessão,que se caracterizaatravesde
pensamentosrecorrentes mudes que sdo atos repetitivos e
infexiveis lcuia duracan e aflição e as com minutoslque o in.e
a li a de acordo com umna necessidade premente,come
intuito de reduzir a ansiedade.
dente dez vezes e regressa ao início se a sua sequencia
for dia e acontece que, frequentemente, isso leva a que
chegue atrasada.
Nathan submete se a rituais rigidos e repetitivos quando sai

de casa; a sua mãe diz-lhe: Bom dia, trabalha muito e não te
esquecas de te divertir, depois ele sai pela porta da
garagem, vem até à entrada gritar: Gosto muito de
ti,mama, bom dia! E vai-se novamente embora, desce os
degraus dois a dois saltando o último patamar e evita virar-
se para trás. O regresso a casa, os preparativos dos
trabalhos de casa, a rotina de higiene e a de ir para a cama
são igualmente regulamentadas e nada o consegue afastar.
Felix passa os seus dias a contar. Os tijolos na

parede,as linhas no passeio, os buracos do teto
falso,as ripas das persianas verti-cais, etc. É
quase impossível manter uma conversa contínua
com ele, uma vez que ele tem de a interromper a
todo o momento para não se perder na sua
contagem.
Brainstorming
A crianca tem pensamentos recorrentes e sente que não os consegue

controlar? Tem comportamentos repetitivos que executa de modo rígido,
sem variação? É exageradamente invadida pelas emocões,caso se veja na
impossibilidade de se submeter aos seus rituais? Estes comportamentos
prejudicam de modo significativo a sua capacidade de funcionar?
47
De quem é a culpa?
Determinar os culpados
Os elementos que causam a ansiedade variam de

uma pessoa para outra. Uma coisa é certa, vá-rios
fatores promovem o surgimento, no mi-nimo,de
um certo desequilibrio afetivo nos individuos.
Com demasiada frequência, a incidência

da-se unicamente na pessoa que vive a ansiedade:
porque reage deste modo aos estímulos e como se pode ajudar a
controlar a sua ansiedade ou os seus sintomas? Os aspetos bioló-
gicos,ambientais e sistémicos são, normalmente,negligenciados.
Como tal,teriamos nós a ideia de apostar apenas no ensino de
técnicas de gestão do stress a uma criança que vive num país em
guerra onde os bombardeamentos são diários? Ou a uma mulher
cujo marido é agressivo e violento? É essencial, portanto,olhar
para o panorama geral e intervir não apenas diretamente junto
da criança,mas também noutros aspetos que promovem o desen
-
volvimento ou a permanência da ansiedade.
A
Ainicaformna de ansiedade para a gual a heredit

Herdei-a! Os fatores genéticos pânico.Alguns dados atestam,de facto,que os contributos bio
distúrbios mentais,nãoexisteum gene Como para a maioria dos
comosendo o《culpado》ou o res.único claramente para o pânico e para a ansiedade sãodiferentes, como e
concebido Por outrolado,váriosgenes parecem ponsável pela
ansiedade.indivíduo sensível àa ansiedade e é a sua contribuir arbiosdepen dessen de en es deferentes.Mea vulnera
para tornar o interação que fragiliza determinadas
pessoas.Seránecessario contudo, para que um com distúurbios biológica não pode ser considerada como uma
fatorespsicológicosassimcomoelementos de ansiedade,que
particulares no ambiente estejam presentes.Ainteraçãodestes
ansiedadee não a torná-la sistematicamente ansiosa.
causa única direta e a interação entre os componentes ambien-tais e

psicológicos também entra em cena noutros distúrbios de ansiedade.
A investigação não estabelece, portanto, para além de qual-quer

dúvida, uma ligação direta entre os distúrbios de ansiedade e a
genética. No entanto, sabe-se que os gémeos idênticos (mo-
nozigóticos) têm uma correspondência de sintomas da ansieda-de na
casa dos 85% dos casos, enquanto os irmãos
《ordinários》(dizigóticos)apresentam uma magra taxa de
concordância de 15%.No mesmo sentido,as crianças criadas numa
família em que um dos progenitores (ou os dois) é ansioso, correm um
risco cinco vezes superior de apresentar esses sintomas do que as
criancas que provêm de famílias mais zen.
So
Brainstorming
Esta criança encontra-se exposta a proge-
nitores ansiosos? O que se passa com os
outros membros da sua família ou pessoas
que se desenvolvem no seu ambiente?
Isto acontece no meu corpo.
Os aspetos biológicos
Dormir para desdramatizar:o sono

Existe uma ligacão cientificamente estabelecida entre a privação de
sono e a hiperatividade emocional. Esta relacão é clara para
51
masa inlouie gue atendan esade umanolen lrae Essa ligacao também de
nāo seja tão fácil de observarnascriancas com
crianças de porcionals de choro, de desacordo ou de ataquesque
semanifes.despro maisidade,esta correlacão também existeeau de
significativo a ativdade de antecipa ção no cérebro.Por
conseguinte,os cenários de malor reatividade emocional, Sem A National Sleep Foundation emite as seguintes recomenda-cões
relativamente à qualidade de horas de sono necessárias con-soante as
contar que a fal e ae ticn e consequentemente, reenquadrar os
idades.
seus proprios qualidade, com duração adequada, é,
18-25 26-64
14-17
portanto,essencial. Idade 3-5 anos 6-13 anos
anos anos anos
Horas de sono De l1 a 14 De 10 a De7a9

13 De9a11 De 8 a 10
recomendadas horas horas
horas horas
horas
Horas de sono De8a9 De7a8 7 horas 6horas 6horas
possivelmente horas horas
adequadas em
14 horas 12 horas Ilhoras De 10 a 10 horas
11
determinados
horas
casos
Brainstorming
A criança dorme o suficiente? O seu sono é de qualidade? As suas

manifestações ansiosas ocorrem com maior frequéncia quando
parece estar cansada?
Comer para controlar os nervos: a alimentação
Determinados alimentos, é bem conhecido, provocam uma ati

vacão fisica comparável a sintomas de ansiedade. É o caso, em
particular, da cafeina e do acúcar,que são esti-mulantes para o
cérebro e para o organismo.Ao aumentar o ritmo
metabólico,provocam reaçoes (ritmo cardiaco acelerado,aumento
da temperatura do corpo e da transpiração,tremores musculares)
assemelhando-se a reações vividas em situações de stress, que
podem ser interpretadas peloindivíduocomosendo de origem
psicológica.
Os tremores que sentira inicialmente podiam estar ligados à sua
Naturalmente,raras são as crianças que iiniciamo seu ddia com ansiedade, mas também podiam muito bem resultar da sobredo-sagem
de cafeína. O jovem tinha, no entanto,interpretado estes sintomas
te?Domesmo modo,os adolescentes são, fre-quentemente,
como sendo indicadores de nervosismo, o que tinha aumentado a sua
atraídos pelos refrigerantes ou pelas bebidas chamadas ansiedade e conduzido ao que ele chamava de derradeira humilhacão.
《energéticas》,que contêm uma grande quantidade de ca- Evidentemente, entre todas as estratégias postas em práticapara ajudar
feina e de açúcar, mistura, possivelmente,explosiva para jovens Jacob a ultrapassar a sua ansiedade, a fuga à cafeína ocupa um lugar de
destaque. Desde então,prefere salpicar o rosto com água fria quando se
ansiosos.
quer manter desperto..
A carências alimentares também têm uma ligacão com diferentes

Recordacao da psicóloga
distúrbios do humor. A título de exemplo, a escassez de vitamina B6
Jacob sempre teve, segundo ele, um temperamento nervoso,mas temuma incidência acentuada na depressão, enquan-to a escassez de
nāo estava presente senão desde háalgumas semanas. Estudavano aminoácidos pode provocar reações de pânico.
secundario no agrpamento de ciências da natureza e tentava,na
medidado possivel, passar despercebido no seio do corpo
estudantil.Um dos acontecimentos que tivera maior dificuldade em
gerir fora ter de se erguer perante a turma para fazer uma
apresentação oral numa disciplina: paralisou, literalmente, a ponto
de o professor lhe sugerir que voltasse a sentar-se.
Ao regressar ao incidente e realizando a autópsia dos sinais e sensa-

cões ocorridos na hora que antecedeu o momento fatídico,Jacob
revelou ter-se sentido extremamente febril e de ter sentido um
tremor por todo o seu corpo.Confessou também candidamente ter
bebido duas latas grandes lou seja, aproximadamente,970 mll de
uma bebida energética durante a sua hora de almoco,porque estava
cansado e receava ter falta de energia para a apresentaçāo.
Paralelamente,determinadosalimentos《antisstress seusefeitosprecisos sobre o nível de ansiedade

»pare cem ter uma notoriedade crescente,mas os sentida,ainda nãoforamdemonstra dos. O chocolate
negro (Oh,sim!l, o salmão,as nozes,OSmirtilos e e e area Estratégias e técnicas para gerir a ansiedade
deite e varios frutos e leumes,para referir aon o ses n

sane sea n reforco do e mona do bem-estar). um verdadeiro potencial de cura, a par das diversas abordagens
psicoterapêuticas e farmacológicas.
Basicamente, sem se lancar num
O exercício físico tem repercussões no plano fisológico,au-
regime alimentar muito restritivo ou
mentando a secreção natural das hormonas da felicidade (seroto-
analisar à lupa tudo o que é ingerido pela
nina,dopamina e endorfinal e diminuindo a secreção do cortisol
criança,convém reter que uma (hormona do stress).
alimentação saudável é o prin-cipal para
manter um bom equilíbrio de vida,tanto No plano psicológico, o prazer e a satisfação sentidos aquando do
física como psicológica. exercício são fonte de benefícios não negligenciáveis. Um pas-seio no
bosque proporciona,por exemplo, uma sensação de ar fres-co que
entra nos pulmões,cheiros e cores magníficas, um contacto com a
natureza, etc. Evidentemente, estes benefícios serão senti-dos
apenas se a atividade for,para o indivíduo,agradável.Arrastar o seu
Brainstorming filho para uma caminhada enquanto ele treme ao longo do trajeto ou
convencer a sua filha a remar em correntes quando ela tem medo da
Esta criança consome grandes quantidades de acúcar? Cafeína?Tem
água, terá pouca probabilidade de gerar um estado de
uma alimentação equilibrada?
apaziguamento psicológico la não ser por exaustão...).
Mexer para se acalmar: o exercício

As vantagens da prática de atividade física são
reconhecidas, na documentação científica, tanto no plano
fisiológico como de um ponto de vista psicológico.Estudos
demonstram que se encontra associada a uma redução
significativa dos estados depressivos e de ansiedade,na
populacão geral como em indivíduos que te-nham sido
objeto de diagnósticos formais. Está, aliás, em vias de ser
considerada como uma
intervençãoterapêutica,,contendo
S6
Além disso, a sensaçãode se estaremplena posse dos pelapratica de enl sio imndnimo de beneficios no
seu recursos é muito frequentementeenaltecida plano da autoestin
No entanto, há um desporto suscita uma maior ao seu peso pena e à sua pequena estatura,conseguia sempre
propensão a comparando-seaosoutros, oquepode, pelo realizar acrobacias que impressionavam os juízes e colocavam a
contrário,prejudicar a confiança em si mesmo,em
sua equipa em boa posição aquando das competiçōes.
particular,se acriançaforcanhota ou fisicamente menos
favorecida no quadro de uma atividade precisa. No espaco de apenas três meses,a jovem tinha,
contudo,crescido dez centímetros e ganho cerca de dez quilos, o
que exigia ajustes significativos no seio do grupo que a
carregava. Este ritmo de crescimento frenético também tinha
Recordação da psicóloga tido repercussōes significa-tivas na sua coordenacāo e no
controlo dos seus movimentos,de tal modo que fora convidada a
e e e a ma jovem com treze anos que veio a uma consulta
ocupar uma nova posiçāo no chāo após algumas semanas de
devido a tracos de ansiedade social.. Ela,que treino. A atividade que fora, para ela.fonte de prazer e de
anteriormente era calorosa e atenciosa com os que a realização,era agora vivida com uma sensaçāo de insucesso
rodeavam tinha, agora, uma constante. Por acréscimo, os seus colegas de equipa
alimentavam por ela um rancor injustificado, pois a sua estrela
jánão tinha calibre... tinha sobre os ombros o peso dos
insucessos vividos pela equipa e tinha vergonha do seu
tamanho,do seu peso e de si mesma.
Tinham ocorrido vários acontecimentosaolongodos últimos Entre as intervenções escolhidas para lidar com a sua ansiedade, foi
meses que acarretavam desafios em termos de adaptação. A abordada a aceitacãodo seu corpo e das suas alterações físicas.Maéva
familia mudara de casa, passara a frequentar uma nova escola terminou o ano no seio da equipa,em seguida escolheu explorar uma
secundáriae a irmā mais velha saíra de casa, entre outras nova atividade que lhe gerava uma sensação de competência mais
elevada.Devo dizer que o seu crescimento não parou tão cedo e ela
alterações,mas,ainda mais importante, Maéva tinha passado por
atingiu a altura respeitável de um metro e oitenta,o que faz dela,
um grande pulo no crescimento.
agora,uma adver-
Praticavacheerleading de competição desde os sete anos e
sária temível no voleibol!!!
evoluíra sempre no seio da mesma equipa. Devido às mudanças
ocorridasna sua vida,aquele grupo de colegas representava uma
estabilidade reconfortante.Muito valorizada pelos treinadores e
pelos outros membros, Maéva ocupava a posição de acrobacias
aéreas e, gracas
CONTINUA NA PÁGINA SEGUINTE )
Ansiedade-Caixa de Ferramentas e ade sica an i e e ade c catali sociais;jovensjuntam-separapratical

sador de contactos uma atividade que lhesinteressa,envolvem-senum
coletivo r as suas relaçõesinterpessoais.Estes grupol aprendem a
gerir 0 isolamento dos menol formais ou informaisquebram
encontros que,,de outro modo,nunci populares e provocam Estratégias e técnicas para gerir a ansiedade
liberta0seu horário n inuto passado a o ar hogue na ru a e un ein ut e
e que se encontramcolados na cave:tramarem alguma.
Brainstorming Justine é uma jovem cineasta em formaçāo, atualmente aluna do

ensino universitário. No quadro de uma das suas disciplinas, foi a uma
Esta criança faz exercício suficiente?Tem,diariamente, ocasiões
frequentes para se mexer? Participa em atividades fisicas pelas escola primária, com o intuito de captar com a sua câmara todo o
quais tenha interesse e que a façam sentir-se motivada? desenrolar de um dia nas aulas de um grupo selecionado,como se
estivesse a rodar um reality show.Ao visionar o fruto do seu
trabalho,divertiu-sea contar o número de vezes em que os alunos
tinham recebido instruções para se despacharem. Quer fosse no
Repousar para relaxar:abrandar o ritmo
momento de entrar na sala de aula,de ir arrumar os seus pertences no
Sem sombra de dúvida que dormir bem é essencial, já o local indicado,de fazer fila,vestir o casaco, de terminar o seu lanche, de
abordámos.Mas descansar não se limita às horas passadas nos se juntar ao grupo, de regressar da casa de banho ou por uma
bracosde Morfeu.Encontrar momentos de descanso e de calma para multiplicidade de outras razões, as instruções coletivas ldespachem-
fazer uma pausa e recarregar as baterias também é indispensável a se!) ou individuais mais depressa!) que sugeriam um acelerar do ritmo
longo do dia. tinhamsido ouvidas, num único dia... cento e quarenta e três vezes!
Para um dia de escola com a duração de nove horas, incluindo o tempo
passado no pátio, isso representa uma média de cerca de dezasseis
Os nossos ritmos de vida frenéticos
vezes por hora! lsso é que é tornar ansiosa a mais zen das crianças..
xam dei-com muita frequência pouco
àespaço
desaceleraçāo e ainda menos aos
de inatividade. As criancas são
tempos
arrastadas,
apesar de tudo, para este turbilhão
sante e sofrem,por vezes, as
inces-
repercussões.
é,porisso,e s ast un rereia
una pause para iantar ou na ee dotern de automóvel em que se estáO
descansodesperto impl para que a criança fique descansada.uma
refeiçãotensa en tre dois amigos agitados ou uma batalha Recordacão da psicóloga

entre iirmãosno bana Semtambémdormit e e e e ee gulhar
Aquando do meu primeiro ano na universidade de psicologia,tive uma disciplina
num banho de espuma ate duirocasidesparase
de psicopatologia lestudo das doencas mentais e suas causas).O nosso
demorar,tomaroseu tempo,ficarsem faze
professor,um homem de aparencia forte e de grande renome, arrancou a sua
primeira aula com esta afirmaçao:
Paradoxalmente, devido a um
A doença mental tem a sua ongem numa mulnphcidade de fatores.No
horáriomuitocarregado,falta de tempo para descansar, o
entanta,duas condicoes na vida do individuo produzem,de modo quase
facto de estar constantemen nivel de stress,outros jovens, inevitável, danos no plano psicológica sao eles o aumento do stress e a ausência
pelo contrário, ficarão apaziguado com este estilo de vida que de stress.
deixa pouco espaço ao surgimento d reflexões e de cenários Trabalhando mais tarde junto de diversas populacões,compreendi o impacto
que a ausencia de stress na vida de uma pessoa pode ter no seu bem-estar
de catástrofe.
psicológico Nāo é, de facta, raro ver pessoas para quem o quotidiano é
relativamente pouco ocupado,preocupar-se com pormenores, negligenciaveis
aos alhos de muitos,de modo exagerado.
Eu mesma senti, até certo ponto,este fenómena: quando recebo

convidados,fico muito mais ansiosa se, nos dias imediatamente antes, tiver
tempo para refletir sobre a minha ementa e a minha decoracāo de modo mais
elaborada.pelo contrario, se tiver de preparar à pressa a minha receção porque
o meu trabalho ou os meus filhos nāo me dāo outra escolha, sou obrigada a
colocar de lado pormenores insignificantes, preocupando-me apenas com o
prazer que terei ao estar rodeada por pessoas de quem gosto..
Uma vez mais, torna-se aleatório ditar uma linha de conduta

partindo de generalidades ltanto mais que elas podem ir num
sentido ou noutroll,masa ideia a reter,é que.por vezes
énecessário reorganizar o horario para ter em consideração as
necessidades particulares do jovem ansiosa.
Esta crianca tem ocasioes para descansar durante o dia? Pode
avançar lentamente, tomar o seu tempo, passear? Exige-se
conti-nuamente que ele funcione num modo acelerado? O
Brainstorming seu horário édemasiado carregado?
Retirar-se para se acalmar:o ambiente sensorial
O ruído dos autocarros, os gritos das crianças, o apito que assinala o

As crianças são submetidas, no âmbito do seu dia, a estímulos
início do jogo, as instruções dadas em voz alta, as pernas das
incessantes que podem, de modo insidioso,colocá-las em estado
cadeiras que se arrastam no chão, as luzes deslumbrantes, as cores
vivas a cada piscar de olhos, o cheiro a botas molhadas, as de «sobrecarga». O processo complexo que permite
escaramuças involuntárias, os espacos restritos, a proximidade organizar e controlar a resposta do indivíduo às
fisica, a temperatra demasiado baixa ou demasiado elevada,as diferentes solicitações sensoriais provenien-tes do
superfícies rugosas, granulosas, pegajosas e a total ausência de ambiente é, assim, consideravelmente posto à prova.
silêncio... Como tal, a hipersensibilidade emotiva, a grande fadiga,a
inaptidão, os tra-cos de ansiedade, etc., podem resultar
de um meio demasiado estimulante.
Ainda que seja difícil, até mesmo impossível,reduzir os

estímulos visuais,auditivos,olfativos ou táteis em vários contex-tos,
algumas ferramentas não deixam de ser eficazes.É o caso par-ticular
dos auscultadores que abafam o som ou dos tampões para os
ouvidos, cabines para a realização de trabalhos escolares,cantos
《zen》por vezes concebidos na sala para garantir um local de des-
canso,reguladores de luz, bolas de ténis nos pés das
cadeiras,etc.Estratégias, como enviar as crianças para os vestiários
em subgru-pos em vez de irem todos ao mesmo tempo, dar banho
aos peque-nos em sistema de rotação em vez de os meter a todos na
banheira,deixar um braco de distância entre cada amigo na fila ou
colocar um progenitor entre as crianças à mesa, também são
suscetíveis de contribuir para a diminuição da quantidade e
intensidade dos estímulos. E,claro, o facto de reduzir a luminosidade
uma vez os trabalhos de casa concluídos, diminuir os ruídos
apagando a televisão, atrasando os ciclos dos eletrodomésticos
(máquina de lavar a loica, máquina de lavar a roupa) ou hipnotizando
o
Ansiedade-Caixa de Ferramentas Estratégias e técnicas para gerir a ansiedade

Brainstorming Recordacão da psicóloga
Esta criança encontra-se exposta a estímulos constantes ou agres-sores? Élisabeth era uma crianca com um temperamento nervoso desde o seu
Exibe uma sensibilidade particular a determinados estímulos auditivos, nascimento, mas nunca tinha exibido reacões demasiado receosas ou de
visuais,táteis ou olfativos? medo fóbico. Isso mudou no dia em que, de visita a casa do seu primo,
aceitou pegar no pequeno gerbo que o rapaz tinha tirado da sua gaiola.
Sentada com as pernas cruzadas, com a sua longa camisola e as suas pernas
disfarcadas por baixo da saia estendeu, candidamente, as mãos para receber
o roedor. Talvez este estivesse muito nervoso ou talvez ela lhe tenha
apertado o corpo com demasiada força, nunca o saberemos... Mas a verdade
éque,mal foi pousadona mão de Élisabeth, o animal ferrou os dentes na sua
Mostraram-ma!A aprendizagem da ansiedade
carne, provocando um grito de surpresa e de dor. Foi espon-taneamente
projetado pelo ar e aterrou nas pernas cruzadas, antes de encontrar
A aprendizagem da ansiedade por experiência direta rapidamente refúgio por baixo da saia. Tentando levantar a saia para libertar
A ansiedade pode surgir, num indivíduo, porque tem a experiên.cia o animal, a pequena criou espaco suficiente para que o roedor se
direta de uma situação em que o perigo se encontra presentee de que esgueirasse, em seguida, para a sua camisola, utilizando a suas garras finas e
tem medo. Estando este acontecimento gravado nas suas afiadas para se agarrar à sua pele. Para piorar ainda mais as coisas, Élisabeth
levantou-se rapidamente para o fazer cair,mas, com a pressa,esmagou
recordações, a antecipação de uma situação semelhante pode
aciden-talmente o animal!
provocar um aumento da ansiedade.
A má experiência da crianca foi marcante para ela e suscitou reações
ansiosas que duraram vários meses. Élisabeth verificava minuciosamente os
fundos dos roupeiros e por baixo da cama com a sua lanterna de bolso várias
vezes por dia e temia dormir sozinha,com medo de que um roedor tivesse
escapado à sua inspeção e entrasse no seu quarto.O mínimo estalido era
interpretado como o sinal da presenca de um pequeno animal e a criança
entrava imedia-tamente em pânico e começava a chorar. Os despertares
noturnos,provocados frequentemente por pesadelos, geravam mau-humor,
67
Simon,dez anos, foi levado para uma consulta pelos pais,porque lhe tinha sido
prescrito um medicamento para o transtoro de deficit de atençāo que ele se
recusava,vigorosamente,a tomar. Não aguentando mais, a mae explicou ter
tentado argumentar,num primeiro tempo,depois ter tentado prometer
recompensas,mas depressa se apercebeu que a recusa não se devia a apenas
Brainstorming um simples capricho. De facto.a criança recusava-se mesmo a levar o
Esta criança passou por experien- comprimido à boca e mostrava sinais evidentes de
cias desagradáveis, ameaça- desespero,chorava,gritava,lutava fisicamente se se tentasse aproximar dele ou
doras ou aterrorizadoras que a fugia para se esconder algures na casa
poderiam ter marcado e ter
No seguimento das interrogações acerca das experiências anteriores da
provocado a sua ansiedade?
crianca relativamente à medicaçaa, foi revelado que fora receitado a Simon
penicilina em comprimidos (vá-se lá saber porque razāo nāo a recebeu sob a
forma liquidall,e o rapaz, entāo com seis ou sete anos.tinha muita dificuldade
A aprendizagem da ansiedade por condicionamento em engoli-los O comprimido ficava,com grande frequência demasiado tempo
O condicionamento diz respeito à associaçāo que é criada entre um na boca e derretia,parcialmente O sabor amargo do medicamento tinha como
estimulo neutro e uma resposta que nāo teria induzido natu-ralmente efeito deixá-lo indisposto e tinha provocado vómitos por várias vezes, de tal
Quem ainda nāo ouviu falar do famoso cāo de Pavlov,o qual reagia modo que o tratamento inicialmente previsto para dez dias, fora prolongado
salivando quando soava uma campainha?O cāozinho tinha sido
por mais uma semana Simon tinha, nesse momento e à revelia dos seus
<programado> para reagir desse modo,sem esforco voluntário da sua
pais,sido condicionado a ter reações de vómito quando se imaginava engolir
parte,através da repetiçāo contínua do som de uma campainha
imediatamente antes da apresen-taçāo da sua tigela com comida. um comprimida A sua recusa disfarcava,portanto,um medo de sentir
novamente este mal-estar. Foram necessárias inter-venções estruturadas com
A ansiedade pode, do mesmo modo,tor-nar- vista a desprogramar a ligaçao estabelecida entre o medicamento e os reflexos
se numa resposta condicionada,quando a desagradaveis para que ele conseguisse uma vez mais tomar medicamentos
ocorrência de dois estímulos, um neutro e outro em comprimida
ameacador,desagradável ou perigoso,se tornam
repetitivos.
Ansiedade-Caixa de Ferramentas Brainstorming

A criança reage com ansiedade a objetos ou a acontecimentos Estratégias e técnicas para gerir aansiedade
que,aparentemente,não deveriam provocar uma tal

reação?Passou por experiências anteriores que a possam ter Várias facetas do nosso modo de ser e de agir enquanto indiví-
condicionado? duos e em sociedade são adquiridos através da observação das pes-
soas que nos rodeiam.Determinados estudos concluem que cerca de
um quarto dos indivíduos que apresentam uma ansiedade
social,adquiriu o seu medo através da observação de uma pessoa do
seu círculo que manifestava ansiedade na presença de outros.
A aprendizagem da ansiedade por imitação É verdade que o ser humano tem um sexto sentido no que respeita
à capacidade de dete-tar o medo nos outros. Este instinto deriva,na
A observação dos outros e a imitação espontânea estão no centro de
realidade, de uma estratégia inata de sobrevivên-cia; se alguém emite
uma grande parte das aprendizagens. Lembra-se, por exem-plo, de
repentinamente sinais de medo,os outros terão,presumivelmente, todo
lhe terem ensinado a rodar a macaneta da porta? De lhe terem
o interesse em compreender o mais depressa possível qual a natureza
ensinado a utilizar uma chave de parafusos? De lhe terem informado
da ameaca com o intuito de reagir o mais depressa possível. Assim
acerca do significado de um polegar levantado? De lhe terem dito
sendo, a ansiedade trans-mite-se facilmente através da imitação.
explicitamente para olhar para o céu para demonstrar o seu
desânimo? Provavelmente, aprendeu a ter estes comporta-mentos
através da observação, sem ter verdadeiramente cons-ciência disso.
O meu marido e eu fomos patinar juntos pela primeira vez quando éramos
jovens estudantes acabados de sair do ninho familiar. De regresso ao meu
apartamento, tive o cuidado de limpar os meus patins e coloquei-os ao
contrário,com as lâminas para cima. Omeu marido perguntou-me porque os
arrumava assim e fiquei alguns minutos sem palavras, antes de afirmar: Porque,
de outro modo,estraga as lâminas. Ele desatou a rir e perguntou-me onde tinha
eu desencantado aquela ideia. Fui obrigada a constatar que repetia um
comportamento observado no meu meio familiar, sem,no
entanto,compreender o motivo.
Aquando da minha visita seguinte, perguntei, então, aos meus pais

porque razāo era preferivel arrumar os patins colocando as lâminas
para cima. É melhor para as laminas, respondeu o meu pai de
imediato.Desta vez,achei piada por ele também não saber quais as
razões que ditavam uma tal disposição, mas, dado que os seus pais
sempre haviam feito o mesmo,tinha repetido o
compulsivamente a
comportamento.Perante a minha insistência,
arranjarumaexplicação,depois de falar com os meus avós.
prometeu
casaembusca de
Acontece que, na casa de família do meu pai, os patins estavam
arrumados na garagem adjacente à casa, sobre uma longa
objetos que
prateleira em metal concebida com esse propósito. Colocada
relativamente alto,era dificil para a minha avó,baixinha, lá chegar. poderiam estar
Ela tinha adqui-rido o hábito de arrumar os patins com as lâminas
para cima, para não se cortar na lâmina quando estendia a mão e, semana,tambemn
era
com a ponta dos dedos,agarrava a base do patim.
Este exemplo ilustra bem a aprendizagem através da imita-ção. meticulosamente

Neste caso, as consequências negativas da nossa propensão para
arrumar os patins ao contrárioeram... inexistentes. Mas veja-se
como, no caso da minha jovem paciente Audrey, era di-ferente.
seguido assm como
a vertfica eo e e a en
e e e e a quarta fera
d tarde ds iB horas
sexta felra co meio-
dia ficarei com a tua
guarda a partr das
tle so
quantoàseparação,
os seus apoderar-se dela
comportamentos nas horas que do
indicavama Audrey pai.
que A rapariga Quando foi levada pela mãe para a consulta, o objetivo
era rduzir a sua ansiedade relativamente ao pai. Normal;
sentia, alias, a como ela só ficava ansiosa em casa dele, toda a gente
ansiedade a deduzira que a sua relaçāo devia estar na origem
da tensão. Foi a própria Audrey que me
encaminhou para a origem da sua

ansiedade, explicando-me até que
ponto a atmosfera era descontraída
em casa do seu pai,em compa-
Audrey é a filha única de pais separados.Vive em guarda partilhada
em casa da mãe e do pai desde os seis anos. Desde as primeiras
semanas após a separação do casal, a mudança de guarda foi fonte
de stress para esta crianca,atualmente com onze anos.Quando
chegavaa altura
ração com a tensão em casa da

mãe e como eram vividas as
..CONTINUA NA PAGINA SEGUINTE
72

transiçōes. Uma vez que o pai tinha uma atitude absolutamente casa da māe,
Audrey tinha registado que não havia qualquer risco em A aprendizagem da ansiedade por transferencia
«abandonar>o pai durante uma semana. Por imitação,ela torna-
plícito,através e e e e um dane oal incenti ar e se e e e e ro fogo.
va-se,no entanto,nervosa quando deixavaa sua mãe. Afirmações perigoso,podes-te queimar e magoares-te, vi-
O trabalho terapêutico exigia, assim, que a mãe participasse sam,emparte,suscitar receios suficientes para
intima-mente no processo, para conseguir controlar também ela queacriançasintauma ansiedade inibidora.《Falsas》fontes
a sua ansiedade. Inicialmente reticente, colaborou, como é de ansiedade também podem, contudo, ser transmitidas
natural, o melhor que pôde quando percebeu que estava a através de transferência de conhecimentos.
transmitir os seus medos e os seus mal-estares à filha e que
podia, pelo contrário,tornar-se um modelo de confiança e de
seguranca.
Brainstorming
Quais são os comportamentos ansiosos que a criança poderia Recordacão da psicóloga

presenciar? Os adultos que a rodeiam têm interesse em
Jules só aprendeu a nadar já tinha trinta anos, porque lhe fora
trabalhar algumas das suas atitudes ou dos seus
ensinado,desde a sua mais tenra idade, a ter medo da água. A mãe tinha
comportamentos? Estarão eles involuntariamente a
um medo avassalador de se afogar e repetia, portanto, aos filhos que a
contaminar a crianca com a sua própria ansiedade?
água era perigosa e que, em caso algum,se deveriam aproximar de uma
massa de água.Muito teatral, aliás,na sua maneira de ser, gritava de
angústia agitando as mãos no ar,se os pequenos tivessem a infelicidade
de andar à volta de uma piscina ou perto de um cais. Mesmo nunca tendo
ele passado por uma experiência negativa com a água, esta doutrina tinha
invadido a sua mente e ele sentia-se exageradamente ansioso quando se
encontrava nas proxi-midades de um tanque, de um lago ou até de um
riacho. Foí muito dificil para ele vencer os seus medos,bem enraizados
desde há
-CONTINUA NA PAGINASEGUINTE
váriosanos para,finalmente,seinscrever em aulas de natacão. Tive Recordação da psicóloga
sua história aquando de uma expedição de mergulho em que ele foi
o meu guia.
a e e oraveisecons esta visão do mundo gerava em simuita
ansiedade,umavezque ela lembrava-se da abelha que a tinha
fitado durante alguns minutos.afesta de amigos seria divertida,

Brainstorming
quandolhe era possivel pensar que ela se iria fartar dos seus pais?
Será que esta criança é alvo de avisos excessivos,
relativamente a um objeto ou a uma situação, que constitua
O trabalhoterapêuticocomMahée consistia não apenas em
uma ameaça real ou nāo? Os medos das pessoas ue a rodeiam
confrontar as suas crenças,como também em suscitar nela um
têm um efeito contaminante?
reflexo de otimismo. Ao aprender a questionar a sua visão das
coisas, a pequena desenvolveu a capacidade de reenquadrar
rapida-mente os seus pensamentos, de modo a dirigir a sua
atenção para os elementos agradáveis da sua vivência ou a
antecipar os aconteci-mentos com maior ligeireza.
Sou mesmo assim!A personalidade
A ansiedade pode dever-se à perso-nalidade própria do

indivíduo.Uma tendência a ser negativo e pessimis-ta no seu Brainstorming
modo de lidar com o mundo e de compreender os
acontecimentos, pre-dispõe a sentir sintomas de ansiedade.A A crianca tem tendência para encarar ou ver o pior das
falta de confiança em si mesmo também é situações?É negativa na interpretação que faz dos
acontecimentos? Tem falta de confiança nos seus próprios
recursos? Sente-se competente numa ou em várias esferas da
sua vida?
77
Ansiedade-Caixa de Ferramentas Estratégias e técnicas para gerir a ansiedade
A culpa é dos outros!

Relações interpessoais
As causas da ansiedade podem ser de ordem relacional, ou
seja,que se encontram nas interações entre criança e as pessoas colérico eimpulsivo,,de acordo com os seus pais, que
do seu círculo,ou que são exacerbadas por elas.
também se encontravamà minhafrente com o intuito de
Sempre a discutir! Os conflitos recorrentes
A atmosfera crispada, os olhares imbuídos de agressividade, a

obterem estraté-gas para que as manhas decoressem em
precipitação verbal (nas pa-lavras ou, simplesmente, no tom), os
gestos ameaçadores, a intimidação,etc., podem criar nos
indivíduos que passam por estes momen-tos ou que hermania Dia apo da amse, embora a relacao entre a
testemunham uma tensão interna que provoca ou aumenta a
ansiedade. As disputas abertas são, naturalmente, fonte de
stress, mas os «confrontos》frequen-tes, por jovem e os seus pais estivesse tava os acessos dehumor da
vezes,aparentemente anódinos,também podem deixar marcas.
sua filhia,estes üitimos esperavam que eu
fornecesseinstruçõesfacilmente aplicáveis para que
Florence mantivesse o sorriso até que o autocarro da
escola a viesse buscar.
Uma vez que esta familia vivia prto do meu consultório, propus aos
bidanumcanto da cozinha.Acordaram Florence,como habitualmente,o
que, na minha opinião, era um intervalo de tempo muito curto para uma
criança que tinha dificuldades, obviamente, em manter o ritmo ao sair
da cama. Assim que chegou à cozinha, a pequena foi incitada a escolher
o seu pequeno-almoço e a comê-lo sem demoras; os olhos reviraram-se
mal a rapariga fez uma pausa para falar, uma vez que o tempo era
apertado. O indicador a bater num relógio de pulso imagi-nário, para
relembrar os minutos que passavam,foi utilizado várias
os suspiros ruidosos que visavamlevar Floren- durante longos segundos para o
ce reagir, enquanto esta olhava interior do frigorífico, à procura
de complementos para adicionar

Absolutamente em linha com a minha leitura, Florence

admitiu que se sentia maltratada com os gestos dos
paistressado. pais,que sabia que tinham boas inten-cões e compreendia
ao seu pequeno-almoco preparado à pressa por um Os que a sua ansie-dade aumentava rapidamente assim que
lembretes verbais ldepressa, nāo vaisconseguirapanhar se levantava. As estratégias que ela sugeriu suscitaram,
0autocarrol, os gestos nervosos (como os degrau da escada em primeira CONTINUA NA PAGINA SEGUINTE
subidos taçāo lo caderno enrolado num cilindro
introduzidopela pequena abertura do fecho da sua mochilal
contavam-se às dezenas. Quando se
enfureceu,finalmente,gritando coma luva sem dedos que se
recusava a ser calcada, nāo me consegui impedir de pensar
que Florence era claramente mais tolerante do que eu mesma
teriasido.
Oencontro emretrospetivacoma familia permitiu,emprimeiro
lugar,desconstruir a crença segundo a qual Florence era iritável e
realçar a ansiedade que podia ser suscitada pelas incitações para
se despa-char.O clima e as interações negativas que decorriam
pelas manhãs,levavam a jovem a compreender que ela era
incorreta, incapaz de dar resposta ao que era esperado e que
corria constantemente o risco de um insucesso (chegar atrasada e
não apanhar o autocarro).
Os pais alegaram que Florence tinha necessidade de várias

horas de sono lde onde vinha a importância de acordá-la o
mais tarde possívell e que,mesmo que lhe dessem mais três
horas para se arranjar, ela corria o sério risco de chegar
atrasada.A solução surgiu com uma conversa com a
jovem,que manifestou a sua opinião quanto à situação.
EauEISu dos seus pais, a
resistênciada quem ela tinha
partecdos pedido oque os
pais,mas,após obrigava a
enfrentar a sua
umas negocia-e própria
e ere e e e orde ansiedade Ficou
e coesarama entao estar
experime unasi prontaa tempo e
ee aules nas que se, por
consentiu beter infelicidade, ela
un ete ie o em não
protene e e e ,
CTUEue Ou
conseguise.não
foi a desistência apanhasse o
autocarro, seria roupas
obrigada a desemparelhada
caminhar até à s.. implicavam
escola e obrigá-la um pequeno
-ia a ter de beliscão no
desembolsar orgulho de uma
dinheiro para pré-adolescente
poder ter capaz de o
umarefeição assumir!
Quanto ao cabelo
emaranhado, aos Brainstorming
dentes por
Esta criança tem relações sociais harmoniosas? Vive num
ambiente propício aos conflitos? É testemunha direta ou
indireta de discus-sões frequentes? Vive da intimidação?
escovar ou às 81
Isto acontece em casa!Relações familiares anb o sa/sa nãofazia senão agravar a
apEpalsuE E/s maisnova,natural-LLoS aiuau
muitobom desempe-E/oyse PU
As relações entre os membros da familia estão, O4tinha,pessoalmente,preocupações
evidentemente,tes podem muito bem suscitarstress, como invasivas no que repei-os ingredientes
abordámos anterior-mente,mas outros fatores mais subtis detudoo queingeria,contava
angustiosamenteOSminutoss de inatividade
também podem desempenhar o seu papel. Uma rivali-dade
omnipresente entre irmãos,expecta-tivas elevadas da parte dos dos seus dias treinava ate à exaustiao e isolava-se socialmente
adultos ou um ciúme doentio entre os pais são exemplos de
elementos propícios para provocarem ansiedade nas crianças. ospais tinham plena consciencia de quo seu sucesso tinha uma incidência
nasperceções dasfilhas e, mesmo que achassem que nāo
colocavamdeliberadamente pressão sobre elas, os numerosos de
valorizacao e de apreço que afluiam de todo o lado encarrega-vam-se
Maria era māe de duas jovens adolescentes quando nos conhe- disso.
cemos. Ela e o marido eram profissionais de renome nas suas
Nāo me vou colocar numa posição de insucesso porque as minhas filhas
respetivas áreas (medicina e arquitetura), para além de serem dois
sāo ansiosas! Dizia-me Maria com um tom de voz dsespe-rado.Uma
atletas de biatlo aguerridos. Levantando-se às 5 da
madrugada,Maria cozinhava o seu próprio pão à base de vez,sentou-se com as suas filhas, com as melhores inten-ções do mundo,
alimentos biológicos,mantinha oseujardimcomonenhum outro ea para elaborar a lista dos pontos fortes e fracos de cada membro da
casa revelava uma tal limpeza que se tinha vontade de comer no família, com a intenção de demonstrar às jovens que todos tinham
chāo. O marido conduzia um automovel reluzente,vestia roupas limites.Mas bem,Maria e o seu marido eram invul-garmente dotados em
sempre bem engomadas e nunca ninguém o tinha visto zangado. tantas áreas que o exercício se revelou,no final de contas,negativo.
Maria pedia-me,frequentemente,conselhos para superar a ansie-
Sabes,Maria, fazer comparacões para observar os seus pontos fortes
dade que sentia nas suas adolescentes. A mais velha era terrivel-
pessoais pode, de facto, ser muito recompensador e diminuir a
mente ansiosa em relacão ao dominio escolar e tinha tendência a
preparar-se em excesso tendo em mente as notas, a tal ponto que ansiedade,uma vez que a impressāo de reduzir as expectativaslas
os seus estudos se tinham transformado na sua obsessão.Para nossas ou as dos outros) provoca uma sensação de competência.
além disso,tinha tendência a ter um desempenho baixo aquando
dos
CONTINUA NA PAGNA SEGUINTE
filhas A melhor estratégia visava,antes, rea
diferenças,valorizando a diversidade como
Comparar-se a algum «mnelhor> pode suscitar uma pequena dose
apresenta no nosso mundo.
dade desencorajadoral Expliquei. No caso das filhas de Maria, não
Quer seja no plano dos resultados escolares
fracositinham.de facto.mas digamos claramente que eram menos de forma fisica,as tuas filhas procuram o desemp
sucesso dizia respeito apenas a si mesmos, independentemente das Elas comparam-se,esponta-neamente.a voce
sao,para elas,modelos e desejam funda-mentalmente,agradar- Etrategiase fenics Parna geftaansectdnse
vos.Mostrem-lhes que serem apenas elas mesmas chega e sobra
Que ordem tao grande e vaga,diria o leitorl No entanto,Maria e o e e e e e enim folha depape.desejavamdedicar desenharem pontos
marido dedicaram-seaabracaro desafio.A sua primeira intervençāo foi gue representassen te m e en e pedi as duashvens para amigos,
emoldurar uma citacão de Oscar Wilde que dizia:Se tu mesmo.os saúde,estudos,atividades constatourapidamenteque a sua Culturais
outros jd estão ocupados, para lembrar às filhas que cada ser etc. A mais Yehha e e e e e e s e restavam the poucas posibilidade
éunico.Também tiveram muita atencão em sublinhar os seus pontos
tarte era auase totalmente A mais jovem fez a mesma constatação
fortes pessoais sempre que a ocasião se apresentava.
quanto às suas atividades nao só a reduzir a sua ansiedade, mas
Pelo meu lado,retomei a lista dos pontos fortes e dos pontos fracos,nao também a tomar decisoes
tendo como objetivo fazer comparacões,mas antes a intencao
de levar as adolescentes a descreverem-se
a si mesmas. Elas não se deveriam
posicionar como sendo <melhores
do ques ou «piores do que»,mas
apenas manifestar o que viam

A composiçāo da família também pode remeter para elementos
em si mesmas. Realcámos,em
que provocam ansiedade; uma família numerosa lem que cada um
dispõe de pouca atenção, recursos ou espaçol,monoparental lem que o
seguida,que,por cada ponto
progenitor tem de assumir sozinho todos os papéis: figura de
forte e por cada ponto fraco, autoridade,fonte de conforto, enfer-meiro,cozinheiro, motorista,
porteiro e animador),reconstituída lem que o filho único se transforma
CONTINUANA T
no mais velho dos irmãos
aniedade
0 monopoli
zada pelo novo coniuge,multigeracional lem que a autoridade
tativas diferentes)ou composta por uma ou várias pessoas com ou
que apresentem uma perturbaçãomédical podeexigir um
0elevado nível deadaptacão por parte da criança
provocar,consequentemente,uma certa dose de ansiedade.
Brainstorming
Esta imprevisiveis
criançaencon no núcles a
tra-se lida outras
com pessoas mais
pessoasansio exigentes? A
sas,coléricas crianga
ou passou por
aleracbe
Otranstorno de personalidadeborderline ltambém conhecido lidar com a minha mãe.Quando está de bom-humor, é divertida,
como TPB) leva o indivíduo que sofre deste transtorno a ser sorridente,calorosa e por aí em diante. Mas,quando acorda com os pés
instável nas suas emoções e a reagir de modo desproporcional de fora, torna-se mordaz nas suas palavras e utiliza o sarcasmo para
ou imprevisível.As pessoas qu convivem com esse indivíduo rebaixar os outros. Estas alterações de atitude repentinas, provocam
dirão, com elevada frequência,que é ncessário,com ele,andar uma boa dose de ansiedade às três crianças da casa,que a vivem cada
com paninhos quentes.Este traco de caráter gera muita uma do seu modo.
ansiedade nas crianças le mesmo nos adultos!) presentes no seu
círculo,uma vez que, ora, idolatra os outros vendo apenas as
suas qualidades,ora, os denigre de repente,fixando mais a sua
atenção nas suas lacunas.
Era isso mesmo que me relatava a filha de Annie,apresentando

esta última este transtorno da perso-nalidade.Nunca sei como
ou de disponibilidade das pessoas importantes
e tinham sido revelados, estar demasiado tempo

sozinha, sen-peso, de ser «demais», são
perceções e sensações quecontribuem para a
ansiedade.
familiar,para reduzir a ansiedade e aumentar
a sensaçāo de competência. O pai foi
Recordacão da psicóloga chamado a colaborar,revendo o seu modo

Os pais de William separaram-se quando
de vida e as suas prioridades, algo
eletinhacincoanos.durantevários anosem guarda exclusiva em casa
que
da mae,visitando a escolha de escola levou o jovem a mudar-se para
casa do pai,que nunca tinha,ate então, vivido a tempointeirocom o estava pronto para fazer com
filho,fora do periodo das ferias. Habituado à sua vida de solteiro
social-mente muito ativa, o pai saia várias noites por um pouco de ajuda. Os
semana,deixando Willam a preparar sozinho as suas refeicões, a avós
lavar a roupa e a fazer os trabalhos de casa e projetos.Se decidisse
levá-lo consigo nas suas saidas, o jovem seria o único adolescente também contribuiram e
sentado com um grupo de homens que conversava sem se
envolveram-se mais na
preocupar com a sua opinião e que nāo tinha qualquer preocupação
relativamente aos assuntos que abordava à sua frente. William, a vida deste neto que mal
quem se pedia que envelhecesse de repente e ganhasse autonomia
rapida-mente,tornou-se muito ansioso no seu novo meio e tinham conhecido até
manifestou a vontade de regressar a casa da māe, ao fim de apenas
entāo. A ajuda também
algumas semanas. Consequentemente, foi necessária uma
intervenção chegou da parte da māe
-CONTINUA NA PAGINA SEGUINTE que decidiuinstalar-seduranteduassemanas em casa do seu
ensinarWilliam a cozinhar.Cheio de recursos e de ex l!!!) para
adolescenteficou rapidamente muito mais à-vontade talentos, o
facto,que ,com dezasseis anos,para prosse-e e e e e e uando
aqui
Brainstorming
Esta criança tem pessoas presentes e disponiveis para si no seu
relaçāo à sua autonomia são demasiado elevadas para si? Sente-
se aceite e desejada pelo seu círculo?
Foi assim que me educaram!

O estilo de educação
Éo exército! Um estilo demasiado rígido e autoritário
eremn impostas regras e limites e coisa normal e esperada,em teral em

todas as circunstâncias e que dão poucas explicaçōes provocar
ansiedadecriando a perceção «de ausência de controlo》nas suas
crianças. De facto, se a criança tem a sensação de que as suas opiniões,
desejos e vontades não são ouvidos, que não tem poder relativamente
ao que lhe é destinado e que não pode fazer nada para alterar o modo
como as coisas se desenrolam, poderásentir-se frustrada, mas também
inquieta, uma vez que o que for escolhido para ela não corresponderá,
talvez, ao que necessitaria ou teria desejado.
A minha amiga Isabelle saúide. Asrelacoes
bem-estardos seus か uma de
da
mulher muito peoc듭ada CGom o amizadetambém
gestãodiária da casa. flhos e sao escrutinadas
dadia a repararnGs mhimnas deaihes Eae muito ansiosa e regda àos seus amigos
prefere tratar da
exerce oseU nas redes sociais,
roupa sozinha do que sob o pretexto de
aceitar as talhas que efetua verif-
debrede dos seus flhos do seu lar, um
ingira alimentos de amigo que prefere
apenas tres grupos que os seus filhos
alimentares stnto. As deixem de ver.
atividades o mais novo dos irmãos também é muito ansioso, o que,
surpreen-dentemente (pelo menos, da minha perspetiva de
extracuriculares e psicólogal, deixa lsabelle perplexa.Charles é incapaz de tomar

qualquer decisão que seja. Este sábado, quando nos
desportivas das encontrávamos no restaurante para almoçar,demorou quinze

minutos a decidir se ina comer espar-guete ou hambúrguer,
contou-me ela,enquanto falávamos dos nossos fins de
criançassão para a sua semana.Então o que escolheu? Perguntei.Escolheu,
finalmente, esparguete, mas,como eu tinha decidido
previamente comer lasanha ao jantar,pedi-lhe frango.
③
Estratégias e técnicas para
Recordação da psicólog
coma mae e o irmão mais novo,nnu
Brainstorming
E/02sa EU Qlauu alanbEp e e e e
minhaprimeirea
derisdes ou fazerescolas que esteiam ao seualcance7 Temo poder
exprimiras suas necessidades e os seus desejos.. e ser ouvida? Ao questionar Kevinacercados moti
comportamentosautodestrutivos d
respondiaatravésdoseu grupo de a
Tudo é permitido!Um estilo demasiado
como a necessidade de acalmar a su
flexivel e imprevisivel do irmão mais novo,casa eram um fa
os seus jovens ombros.sentia
pelo contrário, um estilo de educação sem regras nem ansiedade, que procurava acalmar d
enquadra-dade Não conhecer os limtes,desconhecer o que é -Eu gostania de ir para as forç

permitido ou não munida das ferramentas para fazer face às tarde,quando se aproximava da idad
situações da vida nem adaptar o seu comportamento em -Mas porquê essa escolha?
função das expectativas dos seus pais, dos seus próximos ou -Porque nao voltarei a ter de
aquilo que me disserem para faze
das pessoas em situação de autoridade.
pelo que venha a acontecer.
93
Ansiedade-Caixa de Ferramentas edade
desenvolveruma
concecão do mundo Para o jovemtem de

passar por como local seguro,e eas e e e e e e e e que por encontrana
posse tirão adaptar-se a exploracão,na sua tomada ele.se,de modo
repetitivo,for travado na deiniciativa ou na sua busca de
autonomia,podera duvidar da sua e e erel e ue o ten oee e e e e e pe e
Aminha amiga Daphnée deu aluzo seu primeiro bebé aos quarenta e um
Brainstorming anos. Aidade nāo tem, provavelmente, nada a ver com a tendência para ser
Esta criança evolui num enquadramento estruturante e superprotetora,mas,no seu caso em particular,concluí que foi o facto de ter
seguro?Conhece os limites? Tem adultos à sua volta em quem esperado pelo seu pequeno durante tanto tempo que a tinha tornado
se possa apoiar, quando se sente hesitante? Tem a convicção alarmista. Olivier nunca teve a possibilidade de trepar sem ter por trás uns
de que uma pessoa <mais forte do que ela» está em condições braços, preparados para o apanhar, de se sujar sem ter uma toalhita
de a parar e de a enquadrar,se se sentir descontrolada? preparada para o limpar ou de espirrar sem ter por perto lenços e
desinfetante.Nunca pôde debater-se com a embalagem do queijo sem que
lhe fosse tirada das mãos para a abrir, enganar-se no sapato porque preferia
Tem cuidado!A superproteção
calçá-los ela mesma ou pensar no que fazer,uma vez que lhe animavam
Ter uma mãe-galinha ou um pai-galinha que se preocupam ex- constantemente os dias. Foi na sua entrada no
cessivamente e tomam precauções exageradas pode provocar a CONTINUANA PA SETE
sua dose de ansiedade.A criança superprotegida corre o risco

Estratégias e téenicas pra gerir x ansiedude
tanben comprar
Recordacão da psicóloga laprs novos, Anne
公F a SagtrsaU
Sophie tinha,
apreensao,contec portanto,
e que a peguena deduzido que
tinha ouido a sua consequencia
eu ade e er laps na disso mesmo, de
es se a , a mae de deixar o infantário,
Anne Sophie
Verificou-se,apósinvestigacao,que a educadora do
infantário estava a falar com um educando com o objetivo
de acabar com o as suas canetas de feltro,que se
tornavam imprópriase inutilizáveis.A intervençao
Não temos muito...Uma situacão tinha,portanto como objetivo incitá-lo a cuidar do seu
económica precária material, No que se refere à māe, ela tinha, muito
Ter dúvidas quanto à possibilidade de
simplesmente respondido a um pedido do seu filho que
comer o que lhe apetece, de ter um
telhado para a família ou de poder
julgou ser exagerado, considerando que ele já tinha todos
comprar lápis para o próximo regresso às os lápis de que necessitava.
aulas, pode gerar muita ansiedade a uma
Neste caso, em que a falta de dinheiro
criança,mesmo que estas preocupacōes
de-vam estar normalmente reservadas
era ilusória,a convicção de Anne-
aos adultos. Sophie tinha sido suficiente para
desencadear em si uma ansiedade bem
real.
97
Estratégias e téenicas para gerir a ansiedade
Ansiedade-Calxa de Ferramentas
JdP PZaa das grandes 三RO ta er ricoethete no telo malto ale e o e
e de e e ao barulho ambiente.
Brainstorming
alimentar,deter casa ou de responder as suas necessidades básicas?para poroutrolada,para

si?
reresara cass
opeaene tineade
À minha volta...O meio ambiente predominante
O ambiente fisico, tal como uma residencia muito exigua que
eande e e com
albergue uma família numerosa,um apartamento sem acesso a um
espaço exterior, uma creche localizada num bairro turbulento, um
apenas uma
trajeto casa-escola extenuante ou uma sala de aula mal mantida e
pouco iluminada também são exemplos de meios que podem divisão que divedia
facilitar a aparição de sintomas de ansiedade.
con e a d a e as
Pediram-me para ir a uma aula observar uma criança que apresen-

criangas e os pals
tava,acreditava-se, sintomas de deficit de atenção com hiperativi-
dade. Funcionando num modo escolar de descompartimentação,a
desdobravam o
turma do segundo ano tinha cinquenta e quatro alunos para dois
professores. As janelas que permitiam uma iluminacão natural estavam
localizadas no cimo das paredes e as paredes em betão estavam
sofa cam a note
pintadas de azul escuro, o que dava uma sensação de
alimentados ou
que lhes
mudassem a fralda
com reglaridade
compreender que o facto de se refugiar ocasionalmente
na sua mente ou de se agitarnoutros momentos nao se
devia a um distúrbio
dedesenvolvimentoneurológico,mas
Estratégias e téenicas para gerir a ansiedade
correspondia,sim,aummodo de se acalmar ou de libertar as parecer inade-quados, eram, de facto,as melhores

tensoes provocadas por um ambiente demasiado exigente no estratégias de adaptacão que o pequeno
plano sensorial e devorador de energia.Mesmo se, do ponto de tinha,inconscientemente.encontrado para responder às
vista exterior,alguns dos seus comportamentos pudessem suas necessídades.
Brainstorming
Esta crianca encontra-sesubmetidaa um ambientefisico stres-

sante? Pode refugiar-se numlocalouficarsozinhose sentir
necessidade?
OSJmasyP O docoach: o que precisa pensaremabordar a an-Cpepa5
Jeaesap paraeliminar a ansiedade A ansiedade não se resolve sozinha
De acordo com a investigação, a ansiedade pode,
todavia,trans-formar-se,manifestar-sede diferentes modos,
estar tempora-desnvolverem estratégias nem fazerem um
esforço consciente,bem estabelecido que ela se apresenta
frequen-temente em simultâneo com outros distúr-
bios,sendo os mais frequentes os distúrbios de humor. É, por
isso, primordial,intervir rapidamente, antes que os sintomas
ga-nhem dimensão, se repercutam ou deem origem a outras
Antesdeirmais longe, sinto a necessidade defalar muito
dificuldades.
aserio e ro rimoselementos, antes sequer de
A ansiedade não é banal

sim, é correto dizer que todos sentirão, umdia e com
intensidar e e e e e ede de e e e enterior Gar-nos
tamentos vigilantes e seguros,para realizar o que deve
102
ser feito,sendo, deveriamos compreender que, uma vez
que todos a senti-te,necessário deixar andar as coisas?
Bem, por acaso, não é por-normal sentir tristeza no luto
que nos impedimos de oferecer as-sistência àqueles que
o sentem; e não é por ser comum ter limita-ções físicas
ao envelhecer que nos devemos resignar e tornar-nos
caseiros e inativos com a idade.
ou quatro frases chave que deve repetir
vencer a ansiedade exige esforco,assiduidade e para beneficiar das vantagens das técnicas, métodos e
perseverança es-tratégias, o jovem tem de aprendê-las.O lei-tor servirá,
então, de professor, de tutor,de modelo. Reportemo-nos
para,finalmente,as repetir
a outro con-texto;se quiser mostrar a esta pessoa como
re-gular,frequente e incansavelmente.
se patina, como se toca flauta ou a dançarhip-
Eé precisamente aí que reside o maior desafio. hop,quantas sessões seriam necessárias,segundo a sua
opinião? En-tão, quantas sessões serão necessárias para
As técnicas, métodos e estratégias funcionam. Não há a mi- que perceba perfeitamente o que lhes vai explicar desta
vez?
didos, realizados, aplicados, reinvestidos e revistos varias vere
Respirar pelo abdómen pode parecer simples em
ajudar quem quer que seja a reduzir ou fornecendo-the trés si...então de-safio-o a fazê-lo, aí, agora. Dez longas
respirações completamente
alfabeto escrito?Quantas vezes um jovem deve lancar a sua
bola na direção do cesto antes de conseguir atingir o seu alvo?
controladas.Então?Nāo é assim tão fácil, não
Quantos bolos um pasteleiro de-cora antes de ser um
é?Não subestime as dificuldades que podem
ser encontradas aquando destas árduas especialista na matéria?
apren-dizagens. É o erro que muitos Conhecer bem e dominar as intervenções dar-lhe-á a pos-
educadores,profissionais ou nao,cometem. sibilidade de utilizá-las em contexto. Não é, de facto,quando
Além disso, para poder dominá-las e apli-ca-las, a criança tem
de se exercitar.Compreen-
deroquetem de fazer euma coisa, conseguir faze -lo

coretamen-arigir quando necessario a sua tecnica, mas
tamem para ga-outras situações de aprendizagem. Quantas
vezes uma profes-avaliar o seu conhecimento perfeito do
s no mar ilto que

Sot/Pbun
e allura de
aperieleoar a nosea
irando
SuaOP 음o2en
parido do ue sabe
ura des on s tna a
queter
desenvolndo e de
que dispuae onan
ie naesre 2eg opoua
inalmente, as tecnicas, metodos e estralégjias proder ser SopoyysS

ouseja,personalizados,em certa medida, Se,olduax d euu lhe
propuser ao longo das páginas seguintes aula nao terão o efeito
esperado no seu jovem, e ele quise tivas, então que sejal Deem
rédea livre à criatividadel
Vencer a ansiedade demora tempo
Mesmo que o jovem tenha aprendido as técni-cas, métodos e

estratégias e que sinta vonta-de de as pôr em prática, a
gestão da ansie-dade necessitará de tempo. Tal como não período de tempo. Quanto tempo, exatamente? São
nos podemos transformar em Mr. Músculo levantando pesos demasiados os fatores intervenientes para o dizer com
durante um dia inteiro,nem perder dez quilos parando de exatidao,
comer du-rante algumas horas,os resultados só se farão 105
sentir apó várias repeticões estendidas ao longo de um bom
106
mas dreio com um muito bom nie deconfansa que ser ente
o objetivo a alcançar deve ser o de progredir
eel Mas para la deste ponto o eti e in te encoes seusdesafios Se

forem sentidas melhorias no plano da gestão do mantido.
Opedmnba pararesistir à ansiedade:as Estou muito bem como sou!
intervenções preventivas Alimentar a autoestima
A autoestima constitui um verdadeiro escudo contra a

ansieda-acontecimento considerado como ameaçador
ou de preocupa-tivas. Ou seja, quanto mais o indivíduo
achar que dispõe dos recursos, conhecimentos e compe
-tências necessárias para fazer face ao que sur-gir no
seu percurso, menos ansioso será.
O aluno que, por exemplo, sabe que se en-
contra bem preparado para o teste porque co-
nhece a matéria na ponta da língua corre o
sério
o bebé continua sem saber que os seres e o

fora de si, quer se trate do mobile em que e
da pessoa que o segura nos seus bracos p
desco-berta progressiva da existência autó
leva a criança a tomar consciência da sua.
sequencias nefastas devido à sua nota,

atribuin-de ansiedade sentido também
poderá ser fraco.
Em suma, quanto mais um indivíduo con-

adaptar a todas as situações, menos ansioso será.
Sei quem sou:o conhecimento de si

Estratégias e técnicas para gerir a ansiedade A formação do conceito de si,leva a criança não só a reconhe
-cer-se, como também a pensar acerca de si mesma. Adquire a
Recordação da psicóloga ca-pacidade de se observar,bem como de planear,orientar e
e e e e e selhio,o pequiero con coean Sasau Sas apUaasduo〕que o avaliar o seu próprio comportamento. Depara-se,de certo
relflexo não é uma pessoa real mas procura 2uaDEuA e a t a o seu
modo,com um 《ator em si》 que se observa e se avalia. Mas
refiexo se se colocar um ponto ver ete JbuE a
não é menos verdade que a sua perceção de si mesma será
aproximadamente,2idade de dezoito meses para se reconhecer a si
mesmo no espelho e tocar noseupróprio nariz para apagar o ponto modelada em grande parte pelo seu ambiente social. Como
vermelho. Também se reconheceráasi mesmo, nesta etapa da sua saber, por exemplo, se sou amá-vel,gentil,agradável, calorosa
vida, numa fotografia ou numa gravação. ou egoísta, a não ser ao tomar cons-ciência das reações dos
outros?
109
de aente potetor
Quanto melhor for o conhecimento de uma c crianca

PatiNar tente será às criticas e às reações negativas.
ontra a sencias
Naturalmente, as negativas
criancas mais experimentou na
jovens,tendo os amazenado
sua infancia senão o
aea delas mess A futebol definirá as
medida ue infoa eo suas
era muito boa, terá tendència a achar que é um mau basebol, Estratégias e técnicas para gerir a ansiedade
nataçāo, bicicleta e karaté poderá inte-grar mais elementos
na sua sintese. que a rodeiamquanto as suas perceções dela mesma.
P Pl-ene1descrever-se,propondoo exercício de modo criativo

ou lúdico.
para incitar as minhas filhas a tomarem consciência das suas quall-

quando eram pequenas, que se descrevessem através do jogo a que
chamámos A loja do bebé. Expliquei às minhas filhas que, se a
oportunidade se apresentasse para escolher uma boneca nesta
loja,talvez eu ficasse um pouco hesitante em escolhê-las, uma vez que
nāo sei nada delas. Elas tinham de, consequentemente, explicar-me
claramente porque razão seri preferivel que as tirasse do expositor e as
levasse para casa.
Para ajudar a criançaa conhecer-se melhor e a

aumentar a sua autoestima, poderá: Este exercicio comecava, logo, muito sério: elas realcavam os
elementos positivos de que tivessem consciência em relação
·Fazer eco dos seus sucessos e associá-los a quali- a si mesmas (Eu sou muito inteligente, porque sel fazer
dades intrinsecas: Emprestaste este brinquedo, puzzles de vinte pecasl) e eu reforcaria também a sua
porisso vejo que és generoso! perceção lÉ verdade e eu também vi que já sabes contar até
cinquenta.. és verdadeiramente muito inteligente), mas
Relacionar os seus erros a elementos
acabaria,devo confessar,invariavelmente,por uma sessão de
inconstantes,portanto,alteráveis:Es suficientemente
autocrítica(Eu espalho esparguete por todo o lado quando
inteligente para ter sucesso,mas nao te esforcaste o
suficiente durante a preparaçao deste teste. como. Se me escolheres, também terás de comprar um
esfregāo!),por vezes até de modo muito surpreendente
Chamar a sua atenção para os seus sucessos, Mamā, tu nāo me devenas escolher. Eu, irel para uma famiha
mantendo,por exemplo,um Diário das coisas boas, ou que tenha um caoll.
realcando,simplesmente, os seus pontos positivos
aquando do seu regresso no fim do dia.
tomar consciência do seu potencial, ainda e necessario

Sou competente:estabelecer objetivos
ser te aege se de colocar no amin ee e crianca uma
multiplic toestima O alcancar um fim fornece valoriza
Festejarosseus feitos.Acriança podenãotomar consciência de
çoes mais ou menos sensação de competência. que atingiu um objetivo e passar ao lado de uma oportu-
nidade de valorização.
Claro, para que a criança possa viver de sucessos, os desafios
siado altos, que nāo têm em consideração as suas sou importante para ti: o sentimento de pertenca
competências,os corajarão o jovem e prejudicarāo a sua imagem
de si mesmo. para confiar nas suas próprias capacidades e ter autoestima, as
Do mesmo modo,os sucessos da criança contribuirão para crianças devem sentir-se importantes, amadas, aceites e respei-
a sua sensaçāo de competência,autoestima e motivaçāo, em tadas pelos outros. Os pais, evidentemente, mas tambémos adul-
parti-cular se forem sublinhados por pessoas importantes tos presentes no ambiente (família alargada,amigos da
para si. Ob-ter uma classificação de 100% num teste terá pou- família,educador,etc.) e os pares (irmãos, colegas de turma,
cos impactos positivos se nem o professor nem o progenitor amigos, etc.)têm,portanto,cada um, um papel primordial a
assinalarem este feito, ao passo que será tudo bem diferente
desempenhar na autoestima dos jovens. Mesmo que, por
se a classificação estiver rodeada de Parabéns!, e se o progeni
exemplo, um pequeno re-conheça que a mãe o ama mais do que
-tor exclamar alegria abracando o seu pequeno genio...
tudo no mundo, poderá ter uma autoestima muito frágil se sentir
Para ajudar a crianca a melhor abracar os desafios que que é rejeitado pelas outras criancas e posto de lado pelos
sejam da sua conveniência, poderá: professores.
Propor-lhe um desafio! Tendo em atenção que avalia

previamente a dificuldade, de modo a que esteja ao seu
alcance.
e n ra o e pessoas co m quem se convive e de quers
aprende a gostar.
Recordação da psicóloga Estratégias e técnicas para gerir a ansiedade
A pertença a um grupo pode provocar um aumento da autoestima

quando este é valorizado coletivamente ou, pelo contrário, preju- aansledade mpulsividadeou ou ras podem, lemn diseo to
dicar a confianca em si se for visto negativamente pela comuni-
dade.A título de exemplo, ser mulher, ter a pele de cor, ser idoso sequenterente,nao se integrarem bem no seu meio Por exen
ou corpulento são estados valorizados ou depreciados,,consoante
ountariamente ro o a ndo,deste modo,a rejeição dos seus pa-
os grupos sociais.
Foi, aliás, o que levou a minha amiga Érika a remos a este tema um pouco mais à frente, na secção que abordar
passar por grandes episódios de ansiedade
durante os três meses que passou com o estas competências sociais.
marido na Ásia,enquanto ele vagueava por
vários países em trabalho.Estando ela Para ajudar a criança a aumentar a sua sensação de
habituadaa funcionarde modo
pertença,poderá:
independente,sem esperar pela autori-zação
fosse do que fosse, a realidade ao longo da sua
Ajudá-la a estabelecer e a manter uma ligação com
estadia foi outra completamente diferente.Era
pessoas da família ou da comunidade (visitar parentes,
mal visto que saísse sem estar acompanhada
por um homem e os seus cabelos ruivos flame- telefonar a amigos, incitá-la a cuidar dos mais novos
jantes atraíam olhares de desprezo. Érika que ela, etc.).
temia constantemente pela sua seguranca e
Levá-la a envolver-se de diversos modos (conselho de
preferiu regressar ao seu país do que sentir que
estudantes, voluntariado, escuteiros, etc.) junto da sua
a sua femini-dade era uma barreira aos seus
direitos. comunidade.
115
Informá-la acerca das suas origensfamiliares,da sua

cultura.etnicas ou
Incentivá-la a participar em atividades tivas,culturais,

artísticas).deeouipaldtespor
parajiudar a criança a ter uma melhor imagem de si

mesma,2apod
pedir-lheque se avalie a simesma como se fosse umobser-

tu fizeste natuaintervenção na aula,o que terias pensado
da tua melhor lançamento,como tu, também acharias que
o teu irmão não vale nada? Seeu próprio tivesse entor-
nado o meu copo de leite na toalhg,ficarias zangado
comigo?
Utilizo este exercício frequentemente em terapia com osadultos

que têm muitas vezes um olhar intransigente sobre as suas
próprias ações e exigem muito de si mesmos. Para levar os meus
pacientes a tomar consciência do que impõem a si mesmos,
proponho, por vezes, o jogo do Rei Manda..
Não sou perfeito e estou muito bem assim: Durante a próxima semana, serás o teu própro rei. Deverás,
então,definir as tarefas que pensas atnbuir a ti
a benevolência mesmo,estabelecer os teus objetivos de produtividade e
avaliar o teu rendimento.O objetivo éfornecer ao indivíduo um
Aprender a aceitar os nossos defeitos,erros e imperfeições é o
reflexo das exigências desproporcionais que tem em relação a
tra-balho de uma vida inteira. Mesmo assim, o afastamento si memo.Enquanto rel,acharás sāo e equilibrado exigir de ti
existente entre o Eu ideal laquele que desejaríamos ser) e o Eu mesmo que trabalhes doze horas por dia,antes mesmo de
real laquele que pensamos serl é determinante, na considerar a carga de trabalho que te espera em casa?Se te
autoestima.Mas,uma vez que se trata de perceções, as duas tivesses de supervisionar a ti mesmo,exiginas que servisses na
imagens podem ser modeladas. tua receçao seis tipos diferentes de aperitivos?Conseguinas
tolerar,enquanto rel do teu reino, que o teu súbdito estivesse
O juízo que uma criança faz acerca dos atos, concretizações e
constantemente cansado porque corta nas horas de sono para
modos de ser dos outros é, aliás, por vezes, muito mais indulgente do
conseguir fazer tudo?
que aquele que faz em relação a si mesma.
117
e e taben en si enane na peee crevi no livro TDA/H: caixa de Estratégias e técnicas para gerir a ansiedade
ferramentas,ninguém hnsulta o
seu filho, nem sequer o seu próprio filhol Incite
presto,Não sou bom, sou parvol por palavras realistas
(Tenho dificuldades,ndo Compreen-do,sinto-me alpoey contou-me,aquando do nosso encontro
desanimadol e benevolentes (Da próxima vez
mais recente,agressivos e comportamentos
fareimelhor,creioconseguir melhorar, o meu erro é
inconsequentel. desrespeltosos relativamente a ela
Depois de uma mudanca de escola no inicio do 12° ano, Mélodie

Digo o que quero:a afirmação de si semanas,ganho confiança nas suas capacidades. Com o contacto
Afirmar-se significa obter o direito de pensar, de querer, de sen para se afirmar e fazer-se ouvir mais, prometendo a si mesma
-tir e de exprimir as suas vontades ou necessidades diferentes que
das dos outros. É, portanto, reconhecer-se, na sua Recentemente, tinha estalado uma altercação entre ela e um
singularidade. Por outro lado, escolher calar-se significa jovem do seu grupo,mesmo no meio do refeitório e o rapaz tinha
implicitamente para con-siderar que os outros são mais gritado àfrente de todos:Tem calma, miúda! Mélodie tinha-
importantes, prioritários e que as suas necessidades são selancado para a frente para anular a distância que os separava
legitimas. e tinha esbofeteado o colega no rosto,sob o olhar siderado dos
outros.
A afirmacāo de si pode ser dificil, para uma crianca cuja con-fianca
é incerta. No entanto, o facto de estabelecer os seus limites,levará o Claro,este tipo de afirmaçāo de si mesma nāo pode ser
seu círculo a respeitá-las mais, a responder às suas ne-cessidades e a valorizado.Embora ela se tenha sentido, naquele momento,
orgulhosa da sua capacidade para se defender,tomar uma
estar mais atento às suas vontades, o que, por sua vez,aumentará a
posição e proteger-se,Mélodie arrependeu-se profundamente
sua sensação de confianca e, em última análise,o protegerá contra a
do seu gesto e sentia uma grande culpa. Todavia,registou,na
ansiedade.
sequência desta experiência,que ela era,agora,para si mesma a
Claro,afirmar-se não significa, de modo algum,obter tudo o que se prioridade e que o seu bem-estar estaria doravante à frente do
quer;no entanto,tomar uma posição restringe as intrusões nos nossos dos outros, nāo de modo egoista ou em seu detrimento, mas no
limites pessoais e permite proteger-se dos abusos. respeito dos seus limites.
Permitam-me sublinhar que Mélodie nāo sofreu nenhuma

conse-quência,no plano escolar, pelo gesto agressivo,porque o
adoles-cente reconheceu a sua culpa no conflito e que, após
pedidos mútuos de desculpas, os dois jovens se uniram para
evitar qualquer puniçāo.Sāo, atualmente,bons amigos...
119
Ansiedade-Caixa de Ferramentas Questiona la para levar aoferecera sua opiniao a

toma e an a de ageo noite se nao disseres nada
Para ajudar a criança a afirmar-se mais, poderá: comemos!l.
Valorizar as opiniões ou pontos de vista diferentes. Estratégias e técnicas para gerir a ansiedade
Preparar com ela respostas que poderá utilizar em situa- Sei o que irá acontecer.
exemplo:Se o teu amigo te convidarpara i ir brincar a
casa dele, mas não tiveres vontade, podes responder- A previsibilidade e o controlo
lhe:tempo,porque já tenho coisas para fazer»).
A previsibilidade
Conforta-la acecado facto de que tem o direito de dizer
que nāo e que nāo serávista como uma criança menos CsSTSpxe as no Imercado uma bola de cristal que permitisse
ver o Q70Eua QN paraquê?Acabarão por descobrir o vosso
afável.. futuro CTp Souau ETp Su
Saberoquehádevir,preverospróximos acon-
tecimentos e saber ao que se cingir é tranquili-os
livros que incidem na infância estão cheios de
conselhos que dizem respeito ao estabelecimento de
rotinas previsíveis e repetitivas, sublinhando o seu
efeito calmante. Quando é colocado num quadro em
que pode ante-cipar as próximas etapas, a criança fica
menos stressada.
As grandes alterações provocam, por seu lado, uma boa dose de

ansiedade, uma vez que exigem adaptação e implicam a sua dose
de imprevistos. Por outro lado, sāo, com muita
frequência,desencadeadoras de dificuldades de ordem psicológica;
mudan-ças,troca de escola ou de emprego, separações, a chegada
de um recém-nascido ou a perda de um parente próximo estão
entre as causas evocadas com maior frequência para explicar o
surgimen-to de sintomas depressivos ou ansiosos.
O facto de ser informada acerca do desenvolvimento dos
acontecimentos, dá à crianca, a oportunidade de se preparar
psicologicamente e anula o efeito desestabilizador da surpresa.A
planificação é, em simultâneo, calmante, porque permite orga-
nizar as atividades e controlar o seu desenvolvimento.
121
tempo disponivela consagrar à sua prep

disciplinas,em função das estimativas
Periodos o que permitiu ao jovem tranq
compreender. No entanto,
para não a afogar em
atenção
informações
com as quais a criança não
saberá o
que fazer.
Estratégias e técnicas para gerir a ansiedade Ajudá-la a planear o seu horário e as suas atividades.
para ajudar a criança a antecipar, poderá: O controlo
o controlo diz respeito à capacidade de alterar o curso dos acon-

Avisá-lado quee se aproxima
poder escapar a condiçoes desconfortáveis le não a propensão
(por exemplo,Amanhā à
quando seerfala de indivíduos
uma pequena controladores).
compra a
Acreditar que
fazer se tem
antes um bom nível de controlo sobre o que
de regressar
casa).
acontece na nossa vida reduz a ansiedade, enquanto sentir-se
im-potente perante o curso das coisas pode, pelo contrário,
aumen-tá-la. A impotência não está,no entanto,invaravelmente
ligada à ansiedade; por exemplo, sentir-se impotente perante a
tristeza de um ser que nos é querido pode provocar desconcerto
em vez de stress.Ainda assim, a incapacidade em fazer ou em
obter qual-quer coisa,coloca o indivíduo numa posição de
submissão que pode gerar muita ansiedade.
123
Estratégias e técnicas para gerira ansiedade

do desenvolvimentoensina-nos gbolo2Isd P e
modopositivo e previsívela e 0s pais ap uafeal amb filhos
promovem neles o CxDressao Qag Snas SOp SapEpISSaCau
Surgjimnento QloJuo〕ap Ogiesuas E O
pequenocompreende (dos seus pais e, por entao ue100 as-
OpueSaJTe日吕edo ambientel a respostadesejada(por
exemplo,extrapolacrao - choro- sou alimentadol. O inverso,
pais in-tenlhno fome disponíveis ou demasiadoprotetores
não permitem à criança deduzir que tem o po-der de
alterar o seu ambiente nem de sus-citar a reação
esperada. Resulta daí uma sensaçāo de impotência que
fragiliza a criança e a torna vulnerável à ansiedade.
para ajudar a criança a sentir-se em controlo, poderá:

e ar e a ten ao e ser sensivel as suas necessdades,sem a
proteger em demasia.
Solicitar a sua opinião e convidá-la a fazer escolhas.
Evidenciar as suas capacidades e provocar alterações no
ou no seu ambiente.
por Martin Seligman, professor de psicologia experimental,ilustra pouco controlo na sua via.
A experiência na base desta teoria incluía cães presos a um arnês.Infigia

-seaumprimeiro grupode cāesumchoque,quepudessemparar
pressionando uma alavanca. Outro grupo sofria também um
choque,sem possibilidade de, no entanto, ter como pará-lo.
Impotentes face ao seu sofrimento,os animais sem controlo mostraram
rapidamente sintomas semelhantes à depressāo crónica.
Ainda por cima, estes mesmos animais foram submetidos a uma

segunda experiência, em que bastava, desta vez, saltar por cima de um
muro para evitar o choque. Os cachorrinhosque tinham
Queres ser meu amigo?
Desenvolver competências sociais
e etian des en ei e e e ese e e -sep pelos eteitos edeo pode

pear em aso denecesidade an e e 2e um nasaide infuencia
consideravelmente o bem-estar Social dos ndividuoseten e
ar estres A manuenao de un a relacao de con a e de poio
social revelaram ue o facto de se esta i olad o ontri quando o
casamento não é dos mais felizes!
Estratégias e técnicas para gerir a ansiedade No entanto,nem todas as pessoas são naturalmente
sociáveis eorientadas no plano das competências interpessoais.
diminuição dos sintomasde ansiedade. Aliás, não é o que Uma vez que os beneficios de estar em linha com os outros são
2n Somos0 claramente substanciais,conclui-se que estas aptidões devem
ser desenvol-vidas.
O contrário,sentir-seisolado,mal vestido ou
As competências sociais englobam vários tipos de savoir-
impróprionos contactos
fai-re e podem ser separadas como se segue:
SOUeun4provoca,inevitavelmente,um determinadonívelde
ansiedade.Ver-se como sendo incapaz de abordar os As competências interpessoais permitem criar ligacões e
outros amigos da festa,ser demasiado timido para fazer fazer amizades. Apresentar-se, distribuir elogios,
perguntas ao adulto responsávelou ter a sensação de não oferecer e solicitar ajuda e desculpar-se, são bons
apresentar qualquer interesse pelos pares exemplos.
127
Regra geral, estas aptidoes são aprendidas ao longo das expe-

Ansiedade-Caixa de Ferramentas riências repetidas de contactos com diferentes pessoas, relações
diversas, assim como através da observação dos outros e das suas
2S0pnQy SEpoueiadtuo S8missão,permitem moS OEjeuadoo〕日e otos
acetando as idelas o o 담abalhar Sag1sains OpuenE pedindo
reações. Determinadas crianças, adquirem estas competências
mfiormafao etc. sendo explicitamente ensinadas. As escolas primárias e secun-
As competênciasdecomunicação dárias proporcionam, frequentemente,grupos de trabalho de de-
implicam estar atento à mensagem senvolvimento das competências sociais, muito frequentemente
do outro,manter o olhar, responder orientados pelo pessoal de apoio (trabalhador social,técnico em
respeitando a sua vez e dar uma res- educacāo especializado, psicopedagogo, etc.). Em suma, o alvo
posta ao interlocutor.
As competências de afirmação incluem os comportamentos

que permitem exprimir se e ser ouvi e e e oe eitar ourecusar
prpostas,explicaro que pensa ou sente, por exemplo.
Ascompetênciaspessoais são as que exigem maior sen
sentimentos, fazer prova de empatia e de solicitude de
raiva, de stress, de desilusāo) e avaliar se estes compor
-cular.
Estratégias e técnicas para gerir a ansiedade Valérie é, frequentemente, brusca nas suas exigên-cias.
Sem más intenções e mesmo sem se apereber,ela utiliza
uma entoação diretiva que dá a sensação ao interlocutor
que o seu pedido é, de facto, uma ordem.Para que ela se
corrija, a sua mãe mostrou-lhe o exemplo fazendo-a
pard uma redução da sua ansiedade ouvir o seu pedido com um tom de voz mais melodioso e
incitando-a a reproduzir a cena em seguida.
es o raeteneias sociais pode se realizado de die
Sopou Salue/
Através de cenários sociais. São histórias breves cujo
aervésdejogos derepresentação e modelagem como 0JPa 0u objetivo é descrever uma situação social com informa-
ções claras e precisase o comportamento esperado.Para
ou quase!salientando um arianca a opotunidade de e e e ção
desdramatizar uma situação socialmente ansiosa,OS
direta e e o s e de marionetes,para permitir acriancarepetir cenários estão bem identificados.
em determinadas situações.
128 129
0recreio.O pai
SEatauEAAesOpExES-optPe2ut explica:2/ouse D
mpd Saen Opum/t
anodentrode irás entrarpor esta
alguns dias. Qeuuud O PE2u
nosolhasesornr
Leuando de um
0e】
Tambem podes
passelo de dizersbom dras
bricicieta o pai e com
ele vao salaetuirásencontr
ar atua
cartera.Nessemo
mento,diz-lhe
«olá, chamo-me
Léo» sorrindo.
Também lhe
podesperguntar:
«E tu,como te
chamas?》
Através de testemunho.Deixaroutrapessoacontar o que
lhe aconteceunumasituaçãovivida,,de modo
adficientemente detalhado para compreender as subti-
foram as adequadas para ajudar uma criança a integrar
estratégias comportamentais.
Estratégias e téchicas para gerira ansiedade
que de um pedido de
2ns e adolescente:Totucy PG de nm ae e me dereando me
uen ero e 2cyuas R书DD7s muito mais longe quando eu desculpa.
cheguer,윤ar Cuuue
a7uaLUaE/D〕《Bem,lamento,sinceramente. Nao uma vez que respondeu,simplesmente
Autdsaa/ S Q24bem antes de vir para esta fila e nao a vi
a1CnEs0
《Nao, está tudo bem,eu também nao
tenho muita pressa, Creio que reagir com
Nāo tenho assim calma quando uma pessoa está furiosa

desarma,muitas vezes,os sentimentos
tanta pressa a agressivos.
ponto de lhe faltar e a res de e iestorias, metaforas ou narrações.Contos,alegorias,
ao respeito etc., são tudo boas ferramentas para o ensino de

comportamentos pró-sociais, em particular se forem
paramedespachar, reinvestidos numa conversa com o jovem.
por isso, faça ara fazer Emma compreender como respeitar o espaço pessoal
favor,pode dos outros, a professora utiliza a metáfora do ourico.As
pessoas são como os ouriços; embora gostem da companhia
passar.》Creio dos outros, têm de manter uma certa distância entre si,
porque se nao, picam--se. Quando se picam, zangam-se e
que estava à deixam de ter vontade de estar juntos.
espera de uma 131
discussāo mais do
intervém diretamente pedindo àcriança para recolocar
Ansiedade-Caixa de Ferramentas ojogoe encontrar opções que lhe permitam libertar a
raiva,como pedir
Atraves deiogos de tabuleiro, divertinenteo s e u tea nrlvem
aos amigos um tempo de
atraves dos jogos de tabuleiro,atividade daes de reaca pausa com o intuito de
imediatas e eitem ajustar diretamente os comportamentos. poder solicitar a ajuda de
um adulto para se
Quando Nathalia se zanga e atira os peoes do jogo de tabuleiro acalmar.
que está a perder, a ttécnica em educaçãoespecializada
Em suma, lembre-se que todos os modos de ação são bons,desde
Ao ataque:
que o objetivo de fornecer ferramentas à criança relativa-mente aos
modos de comportamento seja atingido.
as Bred verlivre da ansiedade
Bater em retirada, para melhor ajudar
sodesconfortável, mas que, alem disso, suscita em nós uma

rea-gidos para a procura das palavras calmantes, evocaçōes
que aju-também procuramos frequentemente oferecer
gestos de confor-festa quando a ansiedade é vivida por
crian-cas.É difícil ser testemunha da sensação de
aflição,numa criança, e manter-se impassí-vel perante o seu
desespero. Tentamos, en-tão, naturalmente, confortá-la e
consolá-la.Porém, deste modo, contribuímos insidiosa-
mente para a manutenção da sua ansiedade.
Para que a reacão de medo diminua no indivíduo, este último não tem outra escolha senão expor-se à
ameaca sentida,com o
132
intuito de poder,eventualmente,registar que oobjetodos seus

receios não constitui,de facto,um perigoouque,nomínimo,tenha os
recursos para o poder enfrentar.Viver a ansiedade e ontecimentos
Ansiedade-Caixa de Ferramentas ue surjiam na sua vida. o progenitor bem inten cionado que procura
acalmar o seufilho stressadoabrandando o o mo intuito defa er Estratégias e técnicas para gerir a ansiedade
dimin e n sed e e e ea ansie e ganhar confiança. Pelo contrário,,a
criança poderáconcluir que socorrol, que depende do adulto para e reconhecer o seu difícil para til. É sempre ade-
se acalmar e que, sozinho,não consegue superar as suas nervoso,deve ser favoravelmente aos seus quado responder
dificuldades. física,quando o pedios de proximidade convém dei-
dela.Noentanto,pedido vem estratégias para se acal-xá-la
mente imperurbável, como se nada fosse, fugir a correr quando descobrir issoimplique que tenha mar,mesmo que
consolo? Claro que não. Basta, simplesmente, não assumir o con- desconforto, durante um de tolerar o seu
trolo,não colocar em cima dos nossos ombros a responsabilidade tempo.e e e e isoio e e e e e e oabor-delhefaltar a
contenção? Sabe, pertinentemente, que,ao ponto lem
por acalmar e reduzir a ansiedade.
particular,mudando-lhe as ideias para a acalmar), consegue
omprar a paz de modo temporário, mas que a longo prazo,
nem a criança nem Então, espera que ela regressar'ao
que acaba de acontecer.
Utilize a mesma abordagem com a criança ansiosa. Guarde

terão, de qualquer modo,pouco efeito na gestão emotiva do
jo-vem.Espere que esteja calmo para com ele trabalhar os
seus pen-samentos ansiosos. Não procure evitar todas as
situações que provoquem medo à criança e também não a
afaste rapidamente quando a sentir a ficar nervosa. Confie
nela, valorize a sua capaci-dade para se acalmar por si mesma
e mostre-lhe que é sensível ao que está a passar, mas que ela
é o único agente de mudança capaz de contrariar a sua
ansiedade.
135
baixo,preparava as lanche
progenitor faz à noitel Qu
sozinho no andar de cima m
de lágrimas do rapaz e um
raras ocasioes em que el
Logan tinhamedo deficar sozinho no quarto que ficava no primeiro
ansiedade suscitada Snas SO ue〕pais nomomentode ir para a cama,foi dcidido
experimentadaumaintervençāo em várias etapas. Os Euas an
pela distância fisica portanto,inicialmente, esperar trinta minutos Seo LEuaap B.ou E s0de de
deitar, depois descer. Uma vez no piso de baixo,Epre5ns Q 24uz0〕 2a.
podes voltar para a come Boa note,meu anjoll e tEvap emseguida,eSsQy
a}eter comeles,deveriamacomanha o o seuquato u os trinta minutos
transformar se tam em breve en vinte depe anb aie Zap fonte de
ansiedade para Logan.
e e ei an o te o an horou muito fo a en ontrodos seus pais no sofa da

sala quando deixaram de reagir aos seus protestos Na segunda
noite,varios minutos de choro, para se deitar. Pareceu não ter
gostado da das almofadas para as retirar. © Na terceira noite, estava
tão cansado que adormeceu antes mesmo de o adulto deixar o
primeiro andar. Foram necessárias cerca de quatro semanas para
que Logan deixasse de ter qualquer reacão na altura de ir para a
cama. Quando,no meu consultório, lhe coloquei a questāo para
saber se deter-minados medostinhamdesaparecido por completo,
respondeu rapidamente 《nāo》olhando para os seus pais, para
ver a sua reação.Mas eles mantiveram-se impassiveis e a criança
cmpreendeu,ao longo do tempo,que era capaz de ultrapassar as
suas dificuldades.
-CONTINUA NA PAGINA SEGUNTE
137
Amde de logan relatou maistarde terachao o ee iecio
cansativo.devido ao choro da criança mas nāotinha
sentido,pessoalmente,aficao durante o processo. O pai tinha,
de
por seu lado,vivido com muita dificuldade estas poucas
semanas no plano emotiva.Ele tinha tido a sensação de ter
umperigo,fornec
entregue o seu filho ao desespero, de ser um mau pai e
receava ter suscitado no pequeno ainda mais angustia Por
acaso, tinha confiado na minha estratégia de exposicão e
endo ao corpo o
via,agora,os beneficios que todos dai tiraram.De facto,tinha
controlado a sua ansiedade
que este recesita
presença
paragarantir a
O que é a ansiedade?
Compreender para se ajudar
sua segurança A
A pedagogia da ansiedade está na base de uma das primeiras in
-permite compreender o que a criança está a passar e
ansiedadeé,porta
relativizar a sua experiência.
A inquietude perante uma ameaca que comprometa a
sobre-vivência ou a integridade fisica é, não só, normal, mas
nto, um
essencial,
pois apela à prudência e implica comportamen-tos de

sinal de
proteção. O nosso cérebro está dotado de reflexos localizados
na parte reptiliana lou seja, na parte mais primitival, que
alarme espontáneo
desenca-deia o alarme assim que uma ameaca sur-ge. Porém,
o cérebro reptiliano é incapaz de analise e de reflexāo, reage
emiti-
simplesmente na adequada,tamente
138
hipótesesde
sobrevivencia,torna-se
desadequada quan-
um elemento essencial a reter é que esta reação
asnossas e aae corporal,em-e e dade que,a longo prazo,o stress crónico pode
gerar proble provocará uma paragem cardiaca,desmaio ou
renienaouaegee noutra asfixia.

Todavia,uma vez que a ansiedade é desencadeada por uma
Numaou situacāo, todo o sistema a ndieiduo é convocado para se má leitura de uma situaçāo lo cérebro ve um perigo onde nāo
mobiliza para combaterou hormona que constitui um contributo há perigo nenhum), a criança também deve saber que é funda-
de energia aumentaa tensão arterial,diretollibertada no sangue mental uma alteração dos seus pensamentos edas suas
acele-ra a pulsação,gera uma maior oxigenação e uma circulacào crenças.Dito de outro modo, tem de 《reeducar》o
fisicos taiscomotremores,transpiraçāo excessiva e sensaçāo de
vertigem. cérebro,ensinando-lhe que determinadas situações que sente
como sendo ameaçadoras,
139
Estrtégias e técnicas para gerir a ans
Ansiedade-Caixa de Ferramentas apm6as explique-lheque Pu7a resposta psico

talampltude.uaan
entao. ／Eiug司T tuadireção umabola de algoda, é p
respostas(bracos à frente do rosto e olhos SP a
por fmacriansatem de con prender gue com e nete ri 0lqayegnaO corre o sériorisco de dizer ao coração
musculos parae Jemnl apuaU irás sentirum desc
ean ortomanterão a ansiedade e vee deadestruir de ei grande.
e e e e a um perigo sentido.A titulo sugest Também poderáinformá-ladas sensa

O cérebro do ser humano é muitoeficaz e tem a capacidade de o possivel-mente geradas pela descarga de ad
proteger contra uma multi-perigos. Por vezes, chega mesmo a Tremores;
funcionar reações de alarmeimediatas e involuntárias.Por exemplo, se Mãos suadas, transpiração excessiva;
eu lançar uma pedra na tua direçāo, o teu cérebro reagirá bruscamente
Respiração acelerada,sensação de asfix
eordenaráaos bracos que se coloquem à frente dorosto e aos olhos para
Calores ou arrepios;
se fecharem, para evitar ferimentos. Do mesmo modo, se vires um
meteorito que atravessa o céu e que se dirige a ti, o teu cérebro dará a Coração que bate a toda a velocidade;
ordem ao coração para bater

Borboletas na barriga, cãibras,
SEauauEJat ep EXIEC-apepPUSAY Estratégias e técnicas para gerir a ansiedade
os pensamentos e
SEaTee〕
S0aDpJa1
JeETaME
os seussintomasde ansieda-ajueJed Pueuo Ep SagfeaI SY de

anben ganham ao serem definidas, para que haja
repercus.Sa9s dar um pequeno
Quando te prega este tipo de partidas,devesensinar ao teu tens
necessidade de correr para te salvar, nem de utilizar a força até que
ele compreenda que não tem de enviar uma mensagem de alarme
ao teu corpo. Se fugires,acharáque ttinha razāo em manterse em

incentivo Bed SE
estado de alerta. Se, pelo contrário, aceitares próxima vez. De
situaçāo em situaçao, dará menos ordens de reaçāo ao teu corpo,
até que deixes de sentir seja o que for.
Quando era apenas um bebé, a pediatra tinha

filha mais na
detetado nova uma anomalia num músculo
minha
no lado esquerdo
da face que necessitava de vários exames
chamaram-nos a Sainte-Justine para debater
médicos. Em seguida,
os resultados das
avaliações.
143
nsiedade
e e e e e e e suor a correr
hegar ao da nuca
hospital,aperc mnuito mais
e omes nervosa com a
desetemboro ideia de obter
eo dia estava estes
muito resultados do
agradavel, que tinha
embora ligeira antecipado.
e dean emente No entanto, o mesmo calor voltou a surgir no trajeto de
no veiculo, regresso,interpretação em dúvida, para, por fim, descobrir a origem
do meu durante alguns dias, a minha simpática mãe tinha-me empres-
tinha gotas de portanto, a causa dos sintomas fisicos; eu tinha atribuído um caráter
ameaçador ao meu encontro com os médicos, para dar um

sentido ao que eu achava ser stress. Desta A intervenção estruturada
vez,nāo fora o meu cérebro que me tinha
incide nasintervenções que visam a ansiedade
pregado uma partida ao iniciar o alarme, mas eu CBias 巴demonstradas rnadocumentação científica. são
mesma que me tinha iludido nas minhas uaTgr am com oobjetivodeforneceras ferramentas para
interpretações. SepEuESue Qun da criançaansiosaae validar as açoes que
possa TJE indicadas.No eentanto,repito; este guia não fará
(Agora que o meu automóvel também tem de si 20auE TYauOIssgord un Se sesentirpoucoà-vontade
com a aplicação Serda7atnSe 也
bancos aquecidos, é uma partida que tenho duvidaseriamentedas suas competências ou uma
prazer em pregar a todos os que ousam qualquer razão,a melhor ideia continua Jod aluanua E卷
sentar-se do lado do passageiro.) acompanhado na sua aabordagem por um profissional
JE7Se Jasg QpeHE己
No meu corpo: a intervenção no plano fisico

Eusei o que sinto: reconhecer sensações físicas
una vez que ja apresentou a crianea algumas ensa es isi

as LIapadanb resultar pedir-lhe que defina as suas.
Acontece,,no entanto, que é muito difícil, para a criança, di-

zero que se passa no seu corpo. Algumas não prestarão atenção
tenham consciência de estarem,
globalmente,《mal》.Outras vi-
consequentemente,dificuldades em distinguir entre um estado
normal e um estado ansioso.
Para ajudar o jovem a definir as suas sen-sações, poderá:

Tracar o contorno do seu corpo numa folha grande ou a giz no
asfalto da en-
144
145
Também poderá desenhar personagens ou esquemas cor-

porais, consoante a idade da criança.
As marionetas, cachorrinhos, bonecos ou outros também
irmão mais velho ou o do avô!
음ualauer
ache ser possivel limpar ②e pedir the que marque as e É comum!:normalizar as sensações físicas
Que que se passa na tua bariga? Nas tuas mãos? Nas tuas
pernas?..
As sensações fisicas geralmente sentidas na ansiedadepodem Estrateglasa genr a ansiedade
húmidas é bastante banal, ter o peito oprimido,
2}-e2e JETldsa1atravésdeuma palhinha, para que que tera respiração
perturbada não implica Epuaarduo〕
sentir falta de ar ou o coração a bater como
um Para
tambor é, estas
que por vezes, preocupante.
reações se revelem me- 21
nos horríveis, a criança deve controlá-

Pode levá-la a habituar-se a estes
las. matben te pode suent as fases chave para repetir
sintomas
ao:
quand o
Pedir-lhe que faca jumping jacks até que oseu coração bata Tau O sistemadealarme ffoi ativado,embora no haja obiad
a toda a velocidade,fazendo-o ver que não é
e e en a oes são desagradaveis mas nao sao perigosas.Consigo
perigoso,ligeiramente desagradável no máximo.
suportá-las.
Pedir-lhe que coloque um objeto pesado no abdómen (como uma seeuas tolerar, estas sensações acabarão por se ir embora.Consigo
mochila cheia de livros, uma tigela cheia de água ou o gato obeso fazê-lo.
da família) para lhe mostrar que esta sensação de peso é
suportável.
Ansiedade-Caixa de Ferramentas e e e a e e vezes,

Isto vai mudar..:técnicas de reaxamento
dificeis de doni e
ates mesmo de Este exercicio pode ser introduzido,primeiro, num momento de
outros momentos durante o dia, quando for bem dominado.Para as
sentirem os seus crianças, cinco minutos pordia trazem,, geralmente, benefi-

cios.Seguem-se as etapas:
beneficios eo en ta De boca fechada, inspire pelo nariz enchendo o abdómen como

um balão lo ar penetra nos pulmões e o diafragma desce para
permitir a abertura máxima da caixa torácica).
t o de e e e edade De boca fechada, mantenha o ar alguns segundos(bastam três a

cinco segundos).
bem como a Expire pela boca despejando o balão los músculos abdomi-nais
empurram o diafragma para cima e expulsam o ar).
melhoria da De boca fechada,mantenha os pulmões vazios durante alguns

segundos (bastam três a cinco segundos).
qualidade de vidal Poderá utilizar a imaginacāo para realizar este exercício com os
mais pequenos,com o intuito de os manter motivados e empe-
por e e s elhor se
nhados.Também pode, por exemplo,utilizar os dedos das
mãos,pedindo às criancas que soprem dez velas, uma a uma,ou
colocá-
adequa ao nosso 148
estilo pessoal e às
nossas
preferências.Não
obstante, seguem-
se algumas:
Respiração lenta e profunda
consiste em refugiar-se mentalmente num local calmo e se-
calmo, depois que imagine um local onde se sinta bem.
Solicite o
Cudos nas0ue)
A contração muscular
QpuBXrEeJ ue seguida suspirando exageradamente. Repita
uma SeZan ap EUe2Ee
O local calmante
Ouuue Oau F entrea auto-hipnose e a meditação,este exercí-do
Ororebo11au digno de uma investigaçāo cri-Otanbad a8uLaAolo

2ultrapassar a sua primeira ideia lte-1edr apoulRu de mim)ete
da de en se dingioe a do se Sreu eficácia e revelar-se mais
Ansiedade-Caixa de Ferramentas adequadas.uoSepAo3e
cheira? Qual é a temperatura? O que vés? O que ouves?). Refor-criança

a acalmar-se numa situação em que perde a compostura.
é a prevenção das sensações fisicas de excitação e o domínio por
Na minha cabeça:
intervenção no plano das crenças e pensamentos

leva, por
Eu sei o que penso: reconhecer as suas crenças erradas
Localizar os seus pensamentos trágicos, as suas ideias exageradas e as
suas crenças trágicas é, certamente, fundamental, mas tão dificil! Pede
vezes, a
um trabalho de reflexão e de introspeção exigente.Também é
necessário, por vezes, investigar para ir mais longe do que a afirmação
espontânea.Não só é conveniente, então,ques-tionar a criança
conclusões
relativamente às suas reflexões, com0 também énecessário segui-la.
Por exemplo: surpreen-do
detetive 2dluud uma menina
O e e esese a se crescida 2sPC Ps
uando Ariane:Em que pensas quando estás no bosque?
opau o4uE E
questionei eve Ariane:lsso éuma emoção. O que dizes a ti mesmana tua mente?
Eve:Que um bicho me poderia picar.

Ariane:E o que acontecena se um bicho te picasse?
P: Em que pensas quando estás em frente da tua

turma e sentes a ansiedade crescer? Eve:Eu tena de ir para o hospital.
R: Tenho medo de que os outros se riam de mim.
Ariane:Al sim? Mas porquê?
P: E o que aconteceria se os outros se rissem de
ti? Eve:Porque quando um bicho nos pica,Inchamos como um balão.
R: Eu seria rejeitado.
O tio da pequena, alérgico às abelhas,tinha contado que um dia teve de
P:E o que aconteceria se fosses rejeitado? ir
R: Ficaria sozinho e sofreria.
151
Pedir-lhe que coloque em palavras os pensamentos de o

pessoas.
Para ajudar a criança a definir as suas reflexões, poderá:
Utilizar os jogos de representação.

enan enaserades hnde ecesiriesie ,na mente do jovem,com o

intuito de reduzir o seu nível aue 2aale号
JEpnle BIE a criançaa enfrentar as suas reflexöes,

poderáproporthea seguinte lista de questões:
É verdade? Estou convencido disso?
Terei a certeza de que isso irá acontecer?
No passado, o que aconteceu na mesma situação?
Tenho provas de que isto irá acontecer? Quais são as pro-

Propor-lhe que conclua os pensamentos de personagens de banda babilidades de isto acontecer?
desenhada.
Olha para esta imagem. Vês, uma abelha

anda à volta no balão o que achas que ele
de Eli...Escreve
diz a si
mesmo.
152
Ansiedade-Caixa de Ferramentas o que poderia acontecer de pior? O pior seria assim «tão
mau》?
Hà elementos que apontem em sentido contrário do que penso que Tenho tendência para exagerar ou para ver as coisas pio-
acontecerá? res do que realmente são?
Será mesmo importante, o que os outros irão pensar ou dizer? Estratégias e técnicas para gerir a ansiedade
O que pensaria eu, se isto acontecesse a outra pessoa? o que será alterado no universo,
Se outra pessoa pensasse assim, o que lhe diria eu? se tiveres má nota no teu teste?
Se eu quisesse convencer alguém de que este pensamento é 20E eubaur Elaloe BagEsOan .Terás, simplesmente,dde trabalhar com
errado,quais seriam os meus argumentos? mais afinco oupedir ajuda da próxima vez.
Espero ser sempre perfeito em tudo? n a e sera alterado no universo, se caires de bicicleta?
O que aprendi eu no passado que me

e o desagradável,mas sobreviverias, como ia sobreviveste a velmente
poderia ajudar agora?
os outros nem querem saber se és ou não capaz de te manter em
Posso olhar para a situação de uma
perspetiva diferente? cimadeuma bicicleta.A úúnica pessoa que será pena-lizada, se te
Posso mudar alguma coisa nesta si- recusares a tentar, és tu.

tuação ou está fora do meu controlo?
E a minha preferida entre todas...
o que será alterado no universo se...?

... que concluo, frequentemente, eu mesma, para modelar.Por exemplo:
154
Nada. Irás achar o teu serão longo e penoso e

seráuma pena. A tua mãe, quanto a ela, irá divertir
--se com os seus amigos no restaurante,depois
O que será alterado no universo, se sentires regressará a casa para dormir. O teu pai
irátrabalhar, depois também ele regressará a
falta da tua mãe?
casa.O céu não irá cair, o telhado não irá de-passado Estratégias e técnicas para gerir a ansiedade
apenas um mau bocado,em vez de aproveitar a visita da
tua ama.
A ideia nāo é culpabilizar a criança em relação à sua ansieda-de, mas

sim salientar o facto de ser ela a primeira vítima dos seus pensamentos
e e e e hos po a
desagradáveis.
Isto irá mudar...:desenvolver pensamentos de auxílio
2ovauf osTDS
Os pensamentos de auxílio são muito úteis para contrariar a an-
siedade;permitem alterar crenças cheias de negativismo no pla-no Isto nao é uma ameaça, não corro perigo.
emotivo para reforcar outras, mais agradáveis,atenuando as
apreensões.Ao suscitar dúvidas sobre as certezas da criança atra-vés do e
confronto das suas ideias, gera-se um espaco para a cria-cão de Esta situação é desagradável, mas não é peigosa.
pensamentos mais racionais.
Para ajudar a crianca a adotar pensamentos de auxílio,poderá: memtos catastróficos por pensamentos positivos irrealistas u e e
Substituir os pensamentos padrão por palavras encoraja-doras.Nunca a e ineto da separação dos seus pais que repete para cusa sentir
conseguirei pode,então,transformar-se em:Aos poucos,vou
stress resulante da sua expulsão da meio era demasiado snob
avancando,mas avanco.
para mim, é fugir àquestāo. Em vez de enfrentarem a ansiedade e
Reformular os seus pensamentos exagerados para fazer deles
pensamentos mais realistas.Sou um inútil pode, en- os sentimentos negativos que se aglomeram,negam as
tāo,transformar-se em:Sinto dificuldade. dificuldades, o que os pode levar a outros problemas emocionais.
156 Também é necessário ter em atenção as estratégias engana-
doras com os muitonovos,tais como pó mágico que faz desapare-
cer os monstros, os radares contra ladrões ou os infravermelhos
pulverizadores de aranhas. Estas mentiras queridas podem fun-
cionar durante uns tempos, mas constituem, de facto, meios de
fuga que,para além de não prepararem a criança,têm um período
de vida muito limitado...
157
a intervenção no plano comportamental

O que eu faco:reconhecer os seus comportamentos
É absolutamente normal querer evitar as situações desconfortá-
veis e dolorosas. É por essa razão qe as pessoas que sentem an-
Nas minhas acões:
B
ziguam rapidamente, fugindo, assim que possível. No entanto,o facto de
lutar aumenta a ansiedade, primeiro que tudo,porque o perigo visto não
tem hipótese de ser reavaliado como não sendo ameaçador, mas
também porque o fenómeno de habituação não tem a oportunidade de
ocorrer. O corpo continua, portanto,a rea-gir espontaneamente dando o e e e e e e e sntia o
famoso sinal de alarme. Além dis-so,quando uma reaçāo de ansiedade é Bauenbe4uLO〕seguiamno por todo o
desmontada enquanto os sintomas atingem o seu pico,a antecipação da lado,a todo o momento.
próxima situação que provoca o mesmo tipo de reação será vivida com
uma dificul-dade ainda maior. oESSas u Pns B māeexplicou-me que ele era capaz de pegar
na a sempre uma embalagem na mesa de cab e ce e e e e e e
A evasão pode abranger determina-das situações e cabelos peganhentos pela manha Tambem 2rnbasuO
particulares,como falar àfrente de um grupo, descer sozinho àcave ou beber um de banho.o seu peso era constantemente vigiado
manter-se à distância dos ani-mais, mas também pode ser aplicada a pelo médico de elemal comia, com medo de ter a sensação
atividades que oferecem as mesmas sensações físicas que a
de estar 《cheio》.
ansiedade,como correr, nadar debaixo de água ou balancar--
se.Ocasionalmente,a evasão passará por objetos ou pessoas se- opai via um aspeto positivo nesta fobia; o jovem nunca
guras,como ter constantemente o seu cãozinho consigo para se tinha entanto, recentemente encontrara o miúdo no
tranquilizar, ter sempre à mão uma garrafa de água para não sen-tir a exterior, com trinta graus negativos,mal vestido,porque
boca seca, ser incapaz de se separar do adulto mesmo quando se tinha sentido vómitos e correra a apanhar uma lufada de ar
exige,etc.
fresco..
158 Evitando, deste modo, enfrentar os seus sintomas de ansiedade e
recusando, à custa de inúmeros esforcos, tolerar as suas náuseas,Lucas
alimentava os seus medos. No entanto, o jovem conseguiu esquecer as
pastilhas elásticas e a garrafa de água após uma terapia
estruturada,durante a qual aprendeu que as suas sensações
fisicas,embora desagradáveis, não constituíam,em nada,perigos e
eram, por vezes, mal interpretadas.
159
Há situações que evitas ou coisas que te

impedes de fazer porque te fazem sentir
ansioso?
Quais são os meios que adotas para te acalmares?
Antes mesmo de poder trabalhar os comportamentos, é con-

comporta perante a ansiedade, poderá perguntar-lhe:
O que fazes quando te sentes a ficar nervoso ou ansioso?

e e e e e e e e edurar tempo sufi-o
Pun exposiçãoaa uma situação que incute 10d as-ebau0〕oEiPar
medo,area/ Pun7TEIAPu 07uord a enfrentar oEue E81enpaude
dia de un atague e pi e de trin ta min
to s 221goa18d
Finalmente, a repeticão é necessária até que esta situaçāo
Quais são as coisas, pessoas ou acões que te
confortam e te permi-
tem,paralelamente,evitar a ansiedade?
Será assim que se vai passar:
incitar à exposicão
A exposição, em si, é desagradável, por isso seránecessário ser

convincente para levar a criança a aderir. Bem estruturada,pode,no
entanto,ser vivida com uma determinada serenidade.
Para motivar a crianca a submeter-se à exposicão, pode ser

necessário realcar os elementos negativos da ansiedade.A tua
ansiedade impede-te de...A tua ansiedade faz-te vi-ver...A tua
ansiedade prejudica a...são frases para concluir com a sua ajuda.
Poderá,em seguida,explicar-lhe que,para que diminua, não há

outra solução senão enfrentar a reaçāo da ansiedade. Esta fal-sa
reacāo de alarme não pode ser desarmada a não ser através de
aprendizagem in vivo,na realidade. A exposicão gradual,pro-longada
e repetitiva é a chave.
160
Ansiedade-Caixa de Ferramentas Isto vai mudar...expor-se
Digamos que é bastante tímido e nervoso quando chega a altura da

empresa para a qual trabalha, corre o sério risco de se sentir em panico
nos minutos que antecedem a sua apresentação. No entanto, se ele
Para ajudar os pais a compreenderembem 0funcionamento da exigir que faça duas apresentações por dia ao seu depois três por
exposiçāo gradual, prolongada e repetitiva,por vezes, dou o
seguinte exemplo: semana a todos os seus colegas lcinquenta funcio-náriosl e, finalmente,
uma apresentacao semanal aos cento e cinquenta No inicio, pode-se permitir à criança manter o amb compreenda
que poderá ultrapassar a sua an-B1Ed OTB ae masapEPaS
acionistas,terá, certamente mais confiança em relação às suas
nD n n
capacidades no fim de alguns meses, nāo é? No entanto, não é Seguem-seCpECSa
dois exemplos de exposição em escada:
E
menos verdade que, se ele confiar em seguida esta ordem a menosameasadora para a mais dificil Podem
mo sOssF
um colega durante um ano, antes de o reintegrar nas suas phélie vive com ansiedade de separacão. Ela tem dificul-dade
tarefas,é provável que tenha de comecar tudo de novo..
em separar-se dos seus pais e noutras ocasiões que nāo a ida
à escola.
Também gosto de dizer regularmente: Degrau 1Ophélie irá brincar para a casa da sua
vizinha,durante uma hora. Os pais irão buscá-la e depois
Nāo se ensina uma cnanca como nadar
ficarão em casa.
Degrau 2Ophélie irá brincar para casa da sua vizinha durante uma
hora e depois regressará a casa sozinha. Os seus pais ficarão em
casa.
lancando-a para o centro da pisci- Degrau 3 Ophélie irá brincar para casa da sua vizinha,durante
uma hora, e regressará a sua casa sozinha. Os pais sairão de
na, mas, se nos mantivermos casa durante essa hora.
sentados no pnmeiro degrau, Degrau 4 Ophélie irá brincar para casa da sua vizinha,um
serão inteiro e regressará a casa sozinha.Os pais sairão de
nunca se poderá molhar...:
casa até à hora do seu regresso.
Ansiedade-Caixa de Ferramentas Degrau 7Ophélie irá dormir em casade uma amiga.Os pais i
levá-la e depois irão desejar-lhe boa noite.
Degrau 5Ophélie irá brincar para casade que vive mais longe, um Degrau 8Ophélie irá dormir em casa de uma amiga.
serão inteiro. Os pais umna amniga Ophélie poderá telefonar poderá telefonar para casa antes de se deitar.
uma vez durante a sua ausência.
Degrau 9 Ophélie irá dormir em casa de uma amiga,s
Degrau 6Ophélie irá brincar para casa de umna amniga irāo levá-
contactar os pais.
la e depois buscá-la de automóvel.
Théo tem uma fobia de aranhas.

Degrau1 Théo desenhará numa folha uma aranha.
Snedfad Théo afagará uma aranha de peluche.

Degrau 2 Théo olhará para imagens de aranhas num livro.
Degrau 3 Théo procurará informa-cões 9 neafad Théo pegará com a suas mãos em aranhas
acerca de aranhas em livros ou na falsas (do género que se encontram no Halloween).
Internet.
Lnedfad Théo irá a uma loja de animais observar uma aranha
Degrau 4 Théo olhará para aranhas em movimento em gravações (tarântula).
encontradas na Internet.
Degrau 8Théo irá a uma loja de animais e tocará com o dedo
na aranha
para registar toda a evasao que venha a contraria os

resultado e e e di uldade es e e uir em absoluto com
a ex incapaz de ultrapassar a situação.
demodo a valorizar a criança, a aumentar a sua sensação de con-

seu orgulho aos quatro ventos e a repetir-lhe de modo incessante
que acredita nas suas capacidades.
uma vez mais, é absolutamente normal, tanto para uma criança
se deve, certamente, aniquilá-la nem evitá-la. No entanto,se o
modo intenso, frequente ou constante, funcionar dificilmente no
co preparado para poder ir em seu auxílio e tiver, o próprio leitor,
necessidade de ser tranquilizado no seu estado,éa
altura de fazer uma consulta.
E a medicação no meio disto tudo? O fac-
to de tomar um medicamento para tratar a
ansiedade pode ser equivalente a tomar um
analgésico para atenuar a dor, sem, no entan-
to, ter identificado o que provoca o mal-estar.
Em geral, os medicamentos para tratar a ansiedade
raramente são prescritos aos jovens e a terapia é, com maior fre-
quencia,o caminho indica
ponto de ser incapaz

medicamentos deverá ser sempre escrupulosamente avaliada pelo médico de familia.
Conclusão
torna ainda mais dificil, é que ela se manifesta, por vezes, sem vezes transitória,torna-
se uma inimiga de envergadura conside-rável quando se instala e cresce.
Espero que algumas nocões que tenha adqui-
rido através da leitura deste livro tenham ser
vido para vos ajudar a abordá-la e a geri-la
melhor.Nāo se esqueça de que a ansiedade
pode ser alimentada por uma multiplici-
dade de fatores ambientais e que mesmo a
pessoa mais motivada e melhor intencionada
deve evoluir num ambiente propicio para a ven-
cer. Nāo dedique todas as suas energias a sondar a criança ou o
adolescente que o preocupa sem antes dar uma volta completa
ao jardim, para ver o que poderá canalizar as energias e tornar os
seus esforcos vãos

®
Ansiedade-Caixa de Ferramentas Nāo hesite sobretudo em pedir ajuda,
quer seja ao seu grupo de apoio ou aos
Lembre-se, também, que superar a ansiedade é um trabalho progresso profissionais de saúde. Converse com os seus
passado pouco tempo. Roma nãofoi Continue,vale a pena.feita num dia. co-legas, com a sua família, os seus amigos...
tratando de se manter crítico quanto a todas
as soluções milagrosas que possa ouvir.Confie um pouco no seu instinto e Se tiver perguntas ou comentários,
não deixe de se informar.
visite a página na Internet da autora:
Desejo-lhe,portanto,uma pequena dose de coragem, uma boa dose de
perseveranca e uma dose gigantesca de motivação. Dei-xo-o com as sábias
boiteapsy.com
palavras do meu bebé,agoa com treze anos:
Quando estou ansiosa,não quero que me ajudes. Quero apenas que estejas
presente, para que eu possa,por mim mesma,aprender a ajudar-me. E
depois, quando eu conseguir,podes
comprar-me bombons...
Boa
viagem!
Consulte também a página de Facebook:

La boîte à psy
Da mesma autora
Descontia que o seu filho
possa ter TDA/H?

Então este lkTo
é para si!
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ARIANE HÉBERT,psicóloga Para pais

Texto Ariane Noton

L3R-Andrel Krauchuk,Ron Leisen oogn.com

Traducão Rita Carvalhoe Guee

O medo e a ansiedade: inimigos a superar?

De quem é a culpa? Determinar os culpados

Mostraram-ma! A aprendizagem da ansiedade 66

A aprendizagem da ansiedade por condicionamento 66

·A aprendizagem da ansiedade por imitação 70

Sou mesmo assim! A personalidade 75

Tudo é permitido! Um estilo demasiado flexível e imprevisível 92

Àminha volta...O meio ambiente predominante 96

Estratégias e técnicas para gerir a ansiedade

O discurso do coach:o que precisa de saber para eliminar

Equipado para resistir à ansiedade: as intervenções preventivas 107

Ao ataque:para se ver livre da ansiedade 133

Nas minhas ações:a intervenção no plano comportamental

Será assim que se vai passar: incitar à exposição

Como saber se devo procurar ajuda profissional?

Há uma grande beleza em andar para a frente com a vida

CHRISTIAN NESTELL BOVEE

Antes de mais, a ansiedade encontra-se amplamente dispersa pela

clientela pediátrica. Por um lado,creio que,seeurespondesse

A intenção deste livro é, também, preparar os adultos (pais e

Estratégias e técnicas para gerir a ansiedade

retiradas da minha vida profissional ou pessoal. Com o intuito de ajudar a

quanto à sua distinção. Dito isto, as diferenças se-

guintes são normalmente aceites:

O medo consiste numa sensação de pavor que

Que estalo é este... ou será um rugido, o que ouço quando

Na roda gigante, o meu irmão inocente divrte-se a fazer

.Mas paremn,por favor! Estão a ver que este engracadinta

A leitura será esta manhã?Talvezdevesseter estudado mais o

Se continuar a tremer assim, corro o risco de morder, sem

A ansiedade é, por seu lado, um estado mental de perturba-

Estou tão ansioso que ainda morro!

Os meus pais saem à noite e deixam-me sozinho com a

Estratégias e técnicas para gerir a ansiedade

A bicicleta não foi seguramente inventada para os incompe-

Embora concetualmente defensáveis, as diferencas entre o

Registe-se também que, para facilitar a leitura, falaremos ao

Claro que não. Enfim, não completamente. O medo protege--nos

A ansiedade, por seu lado, orientada para o futuro e carac-

O facto de encarar uma festa de amigos com uma ligeira ansie-

A ansiedade também pode levar o indivíduo a demonstrar

Estratégias e técnicas para gerir a ansiedade

classificações não representativas das suas capacidades ou da sua

mobilizaçāo e à motivação e causaum aumentonodesempe

dirigida, os sinals de desorganização multiplicam-se ea exausia

No meu consultório privado, recebo com uma grande

A ausència de antecipacao das consequências dos seus compor-

a interiorizar a ameaça lpor exemplo,o insucesso escolarl que

Será esta criança demasiado ansiosa? A sua ansiedade permite-

Os tipos de transtornos de ansiedade

são reconhecidos pela quinta edição do Manual de diagnóstico e

Uma vez mais, o objetivo não é levar o

1. O TSPT e o TOC foram classificados,no DSM-IV, juntamente com os transtornos de ansiedade. No

Eimporante reter que, para que possamosfalar de

Medo dos ruídos altos e dos movimentos rápidos

A partir dos seis Medo de estranhos (pessoas novas).

18 meses e dos bichos.

Por volta dos Medo do escuro, dos animais e dos bichos

4-5anos desconhecidos e das criaturas imaginárias (monstros,

Por volta dos Medo do escuro, da morte e dos fenómenos naturais