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OS TRABALHADORES EM FACE DA SITUAÇÃO

Diante das circunstâncias fáticas de um sistema liberal – burguês compreende-se a


existência de fatores positivos e negativos relativos ao agronegócio que visa,
primariamente, o ganho de capital.
Desta feita, é necessário analisar a posição dos trabalhadores em face desta
situação.
Conforme aduz LOYOLA R. G. Paulo
A força de trabalho, como as matérias primas, também é consumida no processo de produção,
sendo mais uma mercadoria colocada à venda no mercado. Possui, todavia, uma peculiaridade que
a diferencia das demais mercadorias, pois a força de trabalho é consumida, logicamente, por meio
do próprio trabalho. E este, como já se disse, possui a propriedade de adicionar valor. (...)

O processo produtivo gera um excedente que é apropriado pelo capitalista, pois a este pertence o
produto resultante – a mercadoria que será colocada à venda (...) Marx diria que o trabalho
socialmente necessário para a produção de uma mercadoria é superior ao trabalho socialmente
necessário para a reprodução da força de trabalho. Para ele, trabalho socialmente necessário é o
trabalho considerado em suas condições normais, de acordo com graus medianos de habilidade e
intensidade. (LOYOLA R. G. Paulo, 2009)

Essa situação é possível ser vista no Brasil, vide tabela abaixo

No Brasil, a exploração da mais-valia ocorre de diversas formas, como a


terceirização, a informalidade e a flexibilização das leis trabalhistas. Essas práticas
visam reduzir os custos de produção e aumentar a lucratividade, em detrimento
dos direitos e da dignidade dos trabalhadores, ocorrendo, por conseguinte, uma
precariedade das funções laborativas dos trabalhadores, que culmina, por
exemplo, em aumentos de acidentes de trabalho
3.1) Desigualdades socioespaciais e os impactos aos proletariados
As desigualdades socioespaciais se referem às diferenças econômicas, sociais e
culturais que existem entre as diferentes áreas geográficas de uma região ou país.
Essas desigualdades podem afetar desproporcionalmente os proletariados, que são
os trabalhadores assalariados que não possuem propriedade dos meios de
produção.
Nesse sentido, podemos verificar a problemática da desigualdade socioespacial na
Inglaterra no Séc. XVIII relativo aos trabalhadores (Pereira, 2012 APUD
COUTINHO e GONÇALVES, 2014)
Engels, em seu clássico A situação da classe trabalhadora na Inglaterra, datado do século XVIII,
demonstra como o processo de exclusão social, relações de poder socioeconômicas desiguais e o
fenômeno (então) recente da urbanização capitalista se expressam em condições ecológicas
desiguais, numa visão de extrema vanguarda, uma vez que a “questão ambiental” só surge duzentos
anos depois. Ele mostra como as relações de classe são formadas e definidas a partir das relações de
acesso e controle sobre a natureza (terra, água, energia), resultando na produção de ecologias
urbanas distintas e num processo ambiental-urbano bastante desigual na distribuição dos
benefícios e malefícios ambientais. As narrativas de Engels são mesmo estarrecedoras e é bastante
famoso esse seu relato acerca das péssimas condições de vida dos trabalhadores de Londres na
época: excrementos, esgoto e lixo a céu aberto, a famosa smog no ar, a divisão de “banheiros” por
10, 12 famílias, a convivência de pessoas doentes e saudáveis no mesmo ambiente, assim como com
animais: porcos, cavalos, cachorros. O autor consegue vincular a urbanização ao aparecimento do
que chamaríamos hoje de problemas socioambientais.

As desigualdades socioespaciais podem resultar em uma série de impactos


negativos para os proletariados, incluindo falta de acesso a empregos bem
remunerados, serviços de saúde e educação de qualidade, moradia adequada e
transporte público confiável. Além disso, os proletariados podem ser submetidos a
condições de trabalho precárias e inseguras, o que pode resultar em lesões e
doenças ocupacionais.
Essas desigualdades também podem afetar negativamente a mobilidade social dos
proletariados, impedindo que eles possam ascender economicamente e melhorar
sua qualidade de vida. Por exemplo, áreas com altos níveis de pobreza e
desemprego podem limitar as oportunidades educacionais e de emprego
disponíveis para os jovens, perpetuando a desigualdade intergeracional.
REFERÊNCIAS
COUTINHO Ronaldo, PEREIRA G. C. Tatiana. Justiça ambiental nas cidades.
Revista Direito e justiça ambiental: diálogos interdisciplinares sobre a crise
ecológica, p, 271-291, Educs, 2014. Disponível em: >>
https://fundacao.ucs.br/site/midia/arquivos/direito_justica_ambiental.pdf <<
BESSA, R.I Leonardo. Justiça ambiental e o trabalho. Revista Direito e justiça
ambiental: diálogos interdisciplinares sobre a crise ecológica, p, 253-270, Educs,
2014. Disponível em: >>
https://fundacao.ucs.br/site/midia/arquivos/direito_justica_ambiental.pdf<<
LOYOLA, R. G. Paulo. Valor e mais-valia: examinando a atualidade do
pensamento econômico de Marx. Revista de filosofia Argumentos, Ano 1, N°. 2 –
2009. Disponível em >>
https://repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/3519/1/2009_Art_PRGLoyola.pdf <<

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