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Esta postura passou a ser cada vez mais alvo de críticas de movimentos
sociais – como os movimentos negro, indígena e sem-terra –, em relação às
insuficientes, atrasadas ou desiguais respostas jurisdicionais às suas
demandas. Dentre os questionamentos realizados por estes movimentos,
estão a falta de reflexão teórica e social a respeito de inovações e
refinamentos nos debates políticos e jurídicos acerca de políticas e
conceitos como as cotas raciais, a função social da propriedade e aos
direitos dos povos originários. Isso leva à morosidade ou ao desinteresse
em proferir decisões liminares ou definitivas em tempo hábil; ou o tácito ou
explícito favorecimento ao lado econômica e socialmente favorecido das
demandas pela reprodução, no processo, de assimetrias e desigualdades
entre as partes.
Situação parecida foi observada por Santos (2011) após reforma similar
ocorrida em Portugal. Nesse país, os pesquisadores captaram outro aspecto
relevante que influía na baixa aplicação da medida de cumprimento de
serviços à comunidade: o escasso diálogo e articulação do Judiciário luso
com os programas de assistência social e organizações da sociedade civil.
Nesse sentido, o sociólogo português conclui: “(...) A nossa meta deve ser a
criação de uma cultura jurídica que leve os cidadãos a sentirem-se mais
próximos da justiça. Não haverá justiça mais próxima dos cidadãos, se os
cidadãos não se sentirem mais próximos da justiça. ” (SANTOS, 2011, p.
84).
É ISSO AÍ!