A INFLUÊNCIA DOS FEMINISMOS NAS POLÍTICAS DE ENFRENTAMENTO DA

VIOLÊNCIA CONTRA MULHERES EM NAVEGANTES, SANTA CATARINA:

AVANÇOS, DESAFIOS E RETROCESSOS
THE INFLUENCE OF FEMINISMS IN THE POLICIES TO ADDRESS VIOLENCE
AGAINST WOMEN IN NAVEGANTES, SANTA CATARINA: ADVANCES,
CHALLENGES, AND SETBACKS
LA INFLUENCIA DE LOS FEMINISMOS EN LAS POLÍTICAS PARA ENFRENTAR
LA VIOLENCIA CONTRA LAS MUJERES EN NAVEGANTES, SANTA CATARINA:
AVANCES, DESAFÍOS Y RETROCESOS

Autores: Guilherme Cezar Sousa Vieira; Pedro Henrique Silva Ferreira

Instituição: Universidade Regional de Blumenau (FURB)

Palavras-Chave: Violência Doméstica; segurança pública e direitos humanos.

INTRODUÇÃO

A luta pelos direitos das mulheres e o enfrentamento à violência de gênero

são questões cruciais em todo o mundo, e Navegantes, cidade localizada no
estado de Santa Catarina, não está imune a esses desafios. Diariamente,
mulheres enfrentam agressões físicas, psicológicas, sexuais e até mesmo
feminicídios. Diante dessa realidade, torna-se fundamental compreender a relação
entre os feminismos e as políticas de enfrentamento da violência contra mulheres
nessa localidade, buscando identificar como as ações feministas têm contribuído
para a construção dessas políticas, bem como os desafios enfrentados e os
eventuais retrocessos que impactam a proteção das mulheres Navegantinas.

Objetivo Geral

O objetivo geral deste artigo é analisar a influência dos feminismos nas

políticas de enfrentamento da violência contra mulheres em Navegantes, Santa
Catarina, explorando os avanços, desafios e retrocessos nesse processo.

Fundamentação Teórica

A violência contra mulheres é uma expressão da desigualdade de gênero

enraizada em estruturas sociais, culturais e políticas. Para entender a relação entre
os feminismos e as políticas de enfrentamento dessa violência, é fundamental
explorar alguns referenciais teóricos centrais. Uma das correntes teóricas do
feminismo é o feminismo interseccional, que destaca a importância de considerar as
interseções entre gênero, raça, classe e outras identidades. Como afirma Crenshaw
(1991), "o feminismo interseccional explora como as mulheres experimentam a
opressão de maneiras complexas, que não podem ser compreendidas apenas por
meio de uma análise única do gênero". Outra abordagem relevante é o feminismo
radical, que analisa as estruturas patriarcais subjacentes à violência de gênero.
Segundo MacKinnon (1989), "a violência sexual contra as mulheres é uma forma de
opressão sexuada e uma manifestação de desigualdade de gênero". Entre outros.
A Lei Maria da Penha é uma legislação brasileira que busca proteger as
mulheres contra a violência doméstica. Como destaca Basso (2012), "a Lei Maria da
Penha representa um importante avanço para a proteção das mulheres, abrangendo
medidas de prevenção, assistência às vítimas e punição aos agressores". A criação
de redes de atendimento integradas também é uma estratégia relevante no
enfrentamento da violência contra mulheres. De acordo com Strega e O'Connor
(2005), "a coordenação efetiva entre serviços de saúde, justiça, assistência social e
organizações da sociedade civil é fundamental para oferecer um suporte abrangente
e garantir a segurança das mulheres".

METODOLOGIA

Este estudo será conduzido por meio de uma abordagem qualitativa,

utilizando-se de revisão bibliográfica e análise documental como principais métodos
de coleta de dados. Serão consultadas fontes acadêmicas, legislação pertinente,
relatórios de instituições especializadas e documentos oficiais relacionados às
políticas de enfrentamento da violência contra mulheres em Navegantes, Santa
Catarina. A partir dessa análise, será possível traçar um panorama das contribuições
dos feminismos, bem como dos desafios e retrocessos encontrados na
implementação dessas políticas.

RESULTADOS

Os resultados obtidos revelaram que, apesar dos esforços dos movimentos

feministas e da implementação de políticas de enfrentamento da violência contra
mulheres em Navegantes, Santa Catarina, ainda há desafios significativos a serem
superados. A seguir analisaremos os dados referente aos principais crimes que
estão em destaque na cidade, mas isso não anula o fato de buscar compreender as
demais formas de violência.
Ameaças (426 casos): O alto número de casos de ameaças registrados é
preocupante, pois indica a existência de situações em que pessoas estão sendo
intimidadas e correm risco de sofrer danos físicos ou psicológicos.
Lesão leve (278 casos): O número relativamente alto de casos de lesão leve
sugere a ocorrência de agressões físicas que resultam em danos menores à
integridade física das vítimas.
Injúria (119 casos): A injúria envolve ofensas verbais ou gestuais que atingem
a honra e dignidade das pessoas. É importante abordar esse tipo de crime, pois
afeta negativamente o bem-estar emocional das vítimas e pode contribuir para a
perpetuação de estereótipos e preconceitos.
Lesão grave (7 casos): Embora o número de casos de lesão grave seja
relativamente baixo, a gravidade dessas agressões não pode ser subestimada
É importante ressaltar que esses dados representam apenas uma parte do
quadro geral e não levam em conta todos os casos que possam ter ocorrido. No
entanto, eles indicam a necessidade de medidas concretas para combater esses
crimes, promover a conscientização sobre os direitos humanos e garantir a
segurança e o bem-estar das pessoas afetadas.
Referência
Crenshaw, K. (1991). Mapping the Margins: Intersectionality, Identity Politics,
and Violence against Women of Color. Stanford Law Review, 43(6), 1241-
1299.

MacKinnon, C. A. (1989). Toward a Feminist Theory of the State. Harvard

University Press.

Walker, L. E. (1979). The Battered Woman. Harper & Row.

Radford, J., & Russell, D. (1992). Femicide: The Politics of Woman Killing.
Twayne Publishers.

Basso, M. (2012). A Lei Maria da Penha: Avanços e Desafios na Proteção das

Mulheres contra a Violência Doméstica. Revista Brasileira de Direito, 8(2), 221-
238.

Strega, S., & O'Connor, C. (2005). The Role of Women's Organizations in the
Provision of Services for Battered Women. Journal of Interpersonal Violence,
20(12), 1478-1498.