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Os circuitos conversores são a alma dos acionamentos eletrônicos. Nesse sentido, eles são responsáveis por
converter sinais nas diversas etapas que são necessárias aos acionamentos eletrônicos de motores elétricos.
Assim, os circuitos retificadores são a primeira etapa desse processo de conversão, quando um motor é
alimentado a partir da rede elétrica os circuitos são responsáveis em converter a tensão que é fornecida pela
concessionária de energia, a qual é alternada em tensão contínua.
Conversores
Os conversores são circuitos essenciais aos acionamentos de motores elétricos, pois tratam de modificar a tensão
no intuito de adequá-la às diversas etapas do sistema de acionamento. Desse modo, as formas de tensão que fazem
parte do acionamento são a tensão contínua (CC) e a tensão alternada (CA), baseando-se nisso, os conversores
modificam tensões de quatro formas:
Conversor Descrição
CA – CC Retificadores
CC – CA Inversores
CC – CC Choppers
CA – CA Cicloconversores
Para controlar o funcionamento de um motor e fazer com que ele opere, por exemplo, com a velocidade desejada,
devemos controlar a tensão que é aplicada ao motor, ora aumentando, ora diminuindo. Mas como fazer isso se a
tensão que a concessionária de energia fornece é fixa?
A seguir, a Figura 1 mostra uma possível solução para esse problema. Nela observa-se como a tensão, que é fornecida
pela concessionária de energia, é modificada. Primeiramente, a tensão alternada da rede elétrica é retificada pelo
conversor CA – CC, que disponibilizada em sua saída uma tensão contínua. Assim, a ligação entre o retificador e o
inversor é chamada de link DC. O sinal contínuo passa ser a entrada do conversor CC - CA, que o transformará em
alternado novamente. A diferença entre a tensão alternada da entrada (rede de alimentação) e a tensão entregue ao
motor pelo inversor está no fato do sinal na saída ser controlado. A tensão que é fornecida pela concessionária de
energia elétrica apresenta tanto o seu valor como a sua frequência, fixas, já a tensão fornecida ao motor é totalmente
controlada, podemos modificar a sua amplitude e a sua frequência como desejarmos.
Os conversores de tensão contínua (CC) em tensão alternada (CA) são extremamente necessários quando se deseja
controlar motores elétricos. Eles são responsáveis por fornecer exatamente a tensão e frequência requisitadas pelo
controle e acionamento do motor, nas mais distintas etapas do seu funcionamento. Os conversores CC – CA são
comumente chamados de inversores de tensão e são a segunda etapa (o segundo módulo) da estrutura de
acionamento de motores de corrente alternada, sendo a primeira etapa o conversor CA – CC (retificador).
Conversores
Os circuitos conversores são responsáveis por fornecer aos motores elétricos as tensões e frequências adequadas ao
seu funcionamento. O tipo de acionamento e, consequentemente, os tipos de conversores utilizados, dependem
principalmente da natureza do sinal de alimentação do motor. Para os motores que são alimentados por corrente
alternada, podemos ligar o motor diretamente na rede elétrica. No entanto, se fizermos isso, estamos impondo ao
motor primeiramente uma variação brusca na tensão sobre ele que antes estava em zero e passa a tensão nominal
repentinamente. Isso pode acarretar alguns problemas como sobredimensionamento de condutores e de dispositivos
de proteção, afundamento na tensão da rede, desgaste prematuro de componentes mecânicos etc. E além dos
problemas inerentes à partida direta de motores, existe ainda a impossibilidade de controlar o sinal de alimentação,
inviabilizando o controle de velocidade, por exemplo.
Para solucionar esse problema, a maioria das aplicações práticas usam as etapas de retificação e inversão para alimentar
e controlar motores elétricos de corrente alternada. A Figura 2 mostra a tensão fornecida pela rede elétrica sendo
retificada e, depois, sendo transformada novamente em tensão alternada, porém controlada e aplicada ao motor.
Um parâmetro importante do circuito inversor é o ganho. Ele mede a relação entre a tensão CA de saída e a tensão
CC de entrada. Esse ganho é um parâmetro que pode ser controlado, basta que sejam feitos os devidos ajustes no
controle de chaveamento do inversor.
A construção dos circuitos inversores leva em consideração quatro formas de operação em relação ao sinal de saída
desejado, vejamos.
Tensão variável: para obter a tensão de saída variável, podemos variar a amplitude da tensão de entrada CC e mantendo
o ganho do inversor constante ou então o contrário, quando não for possível variar a amplitude da tensão CC de entrada
(for uma tensão fixa), então devemos fazer variar o ganho do inversor através do controle.
Frequência fixa: basta fixar o tempo de operação das chaves, deixar fixo o tempo que elas passam abertas e fechadas.
Frequência variável: para variar a frequência, basta variar a frequência com que as chaves abrem e fecham. Se elas
operam mais rápido, o tempo para completar o ciclo de tensão será menor, então a frequência é maior. O contrário
também, fazendo com que as chaves operem mais lentamente, então a frequência diminui.
Cada uma dessas aplicações requer um circuito e uma estratégia de controle que propiciem o sinal desejado na saída.
Na bibliografia existem diversas estratégias conhecidas de controle das chaves, bem como de topologias para a
disposição dos componentes.
Inversor com modulação por largura de pulso
O inversor modulado por largura de pulso é o tipo mais comum
utilizado no mercado, pois ele apresenta uma saída mais
aproximada de um sinal senoidal.
Os sinais indicados por Q1, Q2, Q3, Q4, Q5 e Q6 indicam os instantes em que as
respectivas chaves estão fechadas (nível alto) e abertas (nível baixo). A
composição das tensões sobre as chaves resulta em uma forma de onda nas fases
a, b e c. Normalmente, na saída do inversor existem filtros que melhoram ainda
mais a qualidade do sinal de saída.
Os conversores de tensão contínua em tensão contínua são chamados de choppers e são requeridos em muitas
aplicações. Normalmente o que se faz é converter uma tensão de entrada fixa em uma tensão de saída variável, fazendo
com que essa tensão adapte-se à aplicação proporcionando um controle ajustável. Quanto à variação de tensão, pode
ser elevadora ou abaixadora, dependendo da necessidade. Esse tipo de circuito também é conhecido como um
transformador CC, fazendo uma analogia ao transformador convencional que modifica amplitudes de tensões
alternadas.
Conversores CC-CC
As fontes de alimentação fornecem quase sempre um valor fixo, sejam elas alternadas sejam contínuas, e muitas
aplicações requerem um controle da quantidade de energia a ser transferida para a carga e isso é feito essencialmente
se controlando a tensão fornecida. No caso de tensão alternada, vimos que os inversores de frequência tratam de
adaptar a tensão alternada de entrada fixa em uma tensão alternada com amplitude variável na saída. Já quando a
aplicação exige tensão contínua, o dispositivo capaz de transformar uma tensão contínua fixa em uma tensão contínua
controlável (ajustável) é o chopper, o conversor CC-CC. A Figura mostra o diagrama envolvendo um chopper, em que
evidencia a relação da tensão de entrada contínua fixa e da saída contínua variável.
Como os demais conversores, o chopper também tem seu funcionamento baseado em chaveamento. As chaves,
juntamente com dispositivos armazenadores de energia, como indutores, por exemplo, são utilizados para reduzir ou
aumentar a tensão contínua de entrada. A topologia e o controle das chaves do conversor definirá como será o seu
funcionamento.
Tipos e classificação de choppers
Na conversão de tensão contínua fixa em tensão contínua controlada é natural que em algumas situações seja
necessário aumentar essa tensão e, em outras, abaixá-la. O princípio de funcionamento dos choppers depende dessa
informação, se será abaixador (step-down) ou elevador (step-up).
As principais topologias de conversores CC-CC, em função da relação entre a tensão de entrada e de saída, são descritas
no Quadro 1 e podem ser observadas na Figura.
O tipo de conversor deve ser escolhido em função da necessidade da aplicação. A topologia Buck apenas converte uma
tensão de entrada em uma tensão menor, é um abaixador. A topologia Boost faz o contrário, transforma a tensão de
entrada em uma tensão maior na saída. No entanto, existem também topologias que permitem, com o mesmo circuito,
elevar ou abaixar a tensão de entrada, combinando características do elevador e do abaixador. O que define se esses
conversores irão operar como abaixador ou elevador é o controle das chaves.
Circuitos conversores: CA em CA - Cicloconversores
A conversão de tensão alternada em outra tensão alternada pode ser feita de várias maneiras, dependendo da
aplicação. Essa conversão pode ser realizada, como vimos anteriormente, utilizando-se o circuito retificador juntamente
com o circuito inversor. Nesse caso, a tensão alternada é transformada em tensão contínua e depois novamente em
alternada. Essa pode ser feita utilizando-se tiristores, os quais modificam o valor eficaz da tensão de entrada fornecida,
que pode ser feita por meio dos cicloconversores que fazem essa conversão CA – CA em apenas um módulo, sem
circuitos intermediários.
Objetivos
Identificar os tipos de circuitos que são capazes de controlar o fluxo de potência de um circuito CA para outro também
CA.
Descrever as características dos cicloconversores.
Saber definir a forma de operação dos cicloconversores.
Cicloconversores
Os circuitos conversores de tensão CA em tensão CA são necessários, pois a tensão da rede de alimentação, que é
alternada, apresenta amplitude e frequência fixas, e nós já vimos que para algumas aplicações, especialmente as
industriais, é necessário que se tenha o controle sobre esses parâmetros da tensão que alimenta os equipamentos.
Os cicloconversores são circuitos capazes de converter tensão alternada fixa em tensão alternada controlada, porém
existem outras formas de fazer isso: por meio dos circuitos variadores de tensão CA e dos inversores de frequência. Então,
será que todos são iguais? Na verdade, existe diferença entre eles.
Os circuitos variadores de tensão são baseados em tiristores e permitem apenas que a tensão na saída seja menor que a
tensão na entrada, não havendo controle sobre a frequência do sinal. A forma da variação de tensão foi mostrada na aula
03, no exemplo da tensão aplicada a uma lâmpada, lembram?
Os inversores de frequência são constituídos de dois módulos, primeiro o retificador, que transforma a tensão CA em
tensão CC, e depois o inversor, que transforma a tensão CC em tensão CA. Essas duas etapas permitem que a tensão CA na
saída tenha tanto a sua amplitude quanto a sua frequência controladas.
Já o cicloconversor também permite que haja o controle de frequência e amplitude da tensão CA, porém, é capaz de
realizar essa tarefa com apenas um circuito. A comparação entre as três formas de converter tensão CA em tensão CA pode
ser observada na Figura.
Quando comparamos a aplicação dos cicloconversores com as dos inversores de frequência, temos de levar em
consideração algumas informações relevantes, como, por exemplo, a frequência da tensão de entrada que pode ser
modificada pelo circuito e as potências em que os circuitos podem operar. O Quadro 1 mostra uma comparação entre
os cicloconversores e os inversores de frequência.
Os cicloconversores apresentam conversão direta por serem caracterizados por apenas um circuito, já no inversor de
frequência a conversão é indireta por apresentar dois módulos, o retificador e o inversor de tensão, apresentando uma
etapa CC entre os dois módulos. Assim, os cicloconversores têm a capacidade de operar com alto torque e velocidades
baixas, porém, operam com redução na frequência do sinal de entrada, enquanto que os inversores de frequência
dispõem na saída sinais com a frequência desejada dentro da capacidade das chaves.
A Figura mostra a forma de onda na saída do cicloconversor monofásico/monofásico. Quando é aplicada uma tensão
alternada V com amplitude e frequência fixas, os dois conversores atuam de forma a gerar um sinal com amplitude e
frequência diferentes. Quanto ao ciclo de trabalho, é controlado para que apenas o conversor 1 trabalhe durante um
determinado período, gerando assim a parte positiva do sinal de saída. O mesmo procedimento ocorre para a obtenção da
parte negativa. Dessa forma, é possível, ajustando-se os tempos de cada conversor, controlar a frequência do sinal de
saída, uma vez que o período do sinal da tensão de saída é dado por um ciclo do sinal, indicando o tempo que ele fica
positivo somado ao tempo que ele permanece negativo.
Quanto à amplitude do sinal, os tiristores cortam um pouco da onda e isso acarreta um valor médio da tensão menor na
saída. Então é possível observar que o cicloconversor convencional não é capaz de fornecer na saída uma tensão maior
que a tensão de entrada. Portanto, ele controla a amplitude da tensão de zero até o valor da tensão de entrada.
Cicloconversor Trifásico/Monofásico
O cicloconversor monofásico com entrada monofásica é composto por retificadores monofásicos em ponte. Portanto, o
mesmo processo ocorre com o cicloconversor monofásico com entrada trifásica, a diferença é que os retificadores que o
compõem são trifásicos. Um cicloconversor que apresenta entrada trifásica e saída monofásica para uma carga resistiva
é mostrado na Figura.
A seguir, a Figura mostra o circuito de um cicloconversor com entrada trifásica e saída trifásica a partir da combinação de
conversores monofásicos para uma carga resistiva.
Referências
IMD Metrópole Digital
https://materialpublic.imd.ufrn.br/curso/disciplina/2/44
https://eletronicadepotencia.com/introducao-aos-conversores-estaticos/