Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
contexto de produção do
romance Pedro Páramo, de Juan Rulfo
Ana Paula Cantarelli
UFSM
Rosani Úrsula Ketzer Umbach
UFSM
RESUMO: Este trabalho propõe uma análise do romance Pedro Páramo, de Juan
Rulfo, destacando sua estrutura narrativa e seu contexto de produção. Para tanto,
busca-se aporte teórico nos estudos de Walter Benjamin sobre o autor, e de Ángel
Rama sobre o processo de transculturação.
PALAVRAS-CHAVE: Narrativa mexicana moderna. Juan Rulfo – Pedro Páramo.
Pedro Páramo – Crítica e interpretação.
ABSTRACT: This paper proposes an analysis of the novel Pedro Paramo, of Juan
Rulfo, emphasizing its narrative structure and its context of production. Therefore,
we seek theoretical support in the studies of Walter Benjamin about the author
and Angel Rama on the process of transculturation.
KEYWORDS: Modern Mexican Narrative. Juan Rulfo – Pedro Páramo. Pedro
Páramo – Critic and Interpretation.
1 “no pensé en cumplir mi promesa. Hasta ahora pronto que comencé a llenarme de sueños, a
6“No había aire. Tuve de sorber el mismo aire que salía de mi boca, deteniéndolo con las manos
antes que se fuera. Lo sentí ir y venir, cada vez menos; hasta que se hizo tan delgado que se filtró
entre mis dedos para siempre”.
7 “Dio um golpe seco contra la tierra y se fue desmoronando como si fuera um montón de piedras”.
8 “efectos negativos de una Revolución Mexicana que no logró verdaderas reformas en el reparo
agrario”.
9“Me encontré con una serie de pueblos fantasmas, donde no sólo no había habitantes, sino que
nada vivía, y en mi obra ese abandono lo achaqué a un cacique, el cacicazgo, que aún persiste
en México y que también ha obligado a la gente a abandonar sus lugares de origen. Esto fue lo
que me dio la clave”.
10 “Los años de 1921 a 1924 tuvieron por rasgo mayor la “exaltación nacionalista”, como la ha
llamado Monsiváis, y fueron seguidos de un “Período de decantación revolucionaria” (1925-
1934): asesinado Carranza en Tlaxcalantongo en 1920, el país entró, con el general Obregón y
poco después con Plutarco Elías Calles, en un sendero de afirmación e institucionalización que
no implicó, sin embargo, la inmediata rendición de las armas; al contrario, fueron múltiples,
sucesivos y sangrientos los levantamientos militares, y fue durante el período presidencial de
Calles que tuvo lugar la ‘rebelión cristera’. Esta se extendió como un verdadero levantamiento
popular instigado por la iglesia, cuyos intereses tan mal parados habían salido del proceso
revolucionario y de la Constitución de 1917”.
Considerações Finais
A partir das considerações tecidas ao longo deste trabalho, reto-
memos a pergunta que nos norteou: Como Pedro Páramo constitui-se
em um ato de produção humana vinculado a um contexto social?
Pedro Páramo enquanto ato de produção humana é uma obra literária
e, portanto, possui uma estrutura particular que propicia a construção
de uma significação. A fragmentação desse romance e a presença do
Realismo Mágico são elementos que permitiram, ao longo de mais de
cinco décadas desde a sua publicação, novas leituras e a atribuição
de novos significados. Assim, podemos afirmar que essa obra de Rulfo
possui o que Benjamin (1994) chama de “tendência literária”, ou seja,
sua rica estrutura permite que significação e valor lhe sejam conferi-
dos através do tempo.
Enquanto ato de produção humana, Pedro Páramo está vinculado a
um contexto específico de produção, e por isso assume “tendência po-
lítica” (BENJAMIN, 1994). Nesse romance, podemos observar essa ten-
dência em dois níveis. O primeiro diz respeito ao emprego do Realismo
Mágico como uma solução para o confronto entre regionalismo e uni-
versalismo que era vivenciado por toda a América Latina, mesclando e
aproximando os dois, encontrando um equilíbrio, sem permitir que o
primeiro saísse prejudicado. O segundo nível diz respeito às vivências
Referências
BENJAMIN, Walter. O autor como produtor (1934). In: ______. Obras escolhidas
I: Magia e técnica, arte e política: Ensaios sobre literatura e história da cultura.
Tradução de Sérgio Paulo Rouanet. 7. ed. São Paulo: Brasiliense, 1994. p. 120-136.
RAMA, Ángel. Os processos de transculturação na narrativa latino-americana.
In: AGUIAR, Flávio; VASCONCELOS, Sandra Guardini T. (Org.). Ángel Rama:
Literatura e cultura na América Latina. Tradução de Raquel la Corte dos Santos e
Elza Gasparotto. São Paulo: Edusp, 2001.
RUFFINELLI, Jorge. Prólogo. In: RULFO, Juan. Pedro Paramo & El llano en llamas.
Caracas: Biblioteca Aycucho, 1977. p. ix-xxxvii.
RULFO, Juan. Juan Rulfo: retrato de un exnovelista. Entrevista con Ernesto Parra. In:
______. Toda la obra. Edición crítica coordenada por Claude Fell. Madrid: ALLCA
XX, 1997. p. 477-484.
RULFO, Juan. Pedro Páramo y El llano en llamas. Barcelona: Planeta, 1980.