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ESTATUTO DO DESARMAMENTO

PARTE GERAL: OS tipos penais, ao fazerem menção a arma de fogo, munição ou acessório de
uso permitido ou de uso restrito, devem ser complementados por decreto.

CRIMES DE PERIGO ABSTRATO  Todos os crimes do Estatuto do Desarmamento são de


perigo abstrato.
(Crime de dano: ex: homicídio; Crime de perigo concreto: Exige que exponha bem a perigo pra
que haja consumação, mesmo sem ser atingido; Crime de perigo abstrato: Basta conduta, não
precisa demonstrar que bem foi exposto a perigo. Ex: teor alcoólico no bafômetro mesmo sem
estar bêbado.

DOLOSOS Todos os crimes do Estatuto são punidos à título de dolo, com exceção do crime
de omissão de cautela, que prevê uma conduta culposa.

PARTE ESPECIAL:

ART 12: POSSE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO: Crime possuir arma sem
certificado de registro de arma de fogo expedida pela PF, após anuência do SINARM.
 Arma de chumbinho= não é de fogo, posse é fato atípico.
 Para que haja o crime em comento, é necessário que a posse seja de arma de fogo de uso
permitido, caso contrário, o crime será aquele previsto no art.16.
(POSSE= INTRA MURROS: Residência/ área rural ou no local de trabalho)
 Registro vencido: não configura crime em si.

ART 13: OMISSÃO DE CAUTELA: Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que
menor de 18 anos ou deficiente mental se apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse.
 Trata-se de crime omissivo e culposo.
 Este tipo penal, não menciona acessório ou munição.

ART 13 PARAG ÚNICO: OMISSÃO DE COMUNICAÇÃO: Crime traz dupla obrigação, deixar de
registrar a ocorrência policial e também deixar de comunicar a PF acerca de eventual extravio
ou furto/roubo da arma de fogo, munição e acessório.
 Crime a prazo: haverá crime somente se transcorrer 24h.

ART 14: PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO:


 Tipo misto alternativo: a realização de uma ou mais condutas gerará um único crime;
 duas ou mais armas, único crime.
 ARMA QUEBRADA: Se incapacidade for relativa (com funcionamento imperfeito), há crime.
Se for absoluta (efetua disparos), crime será impossível, não haverá perigo a bem tutelado.
 Informativo 544 do STJ: Para que haja condenação pelo crime de posse ou porte não é
necessário que a arma de fogo tenha sido apreendida e periciada;
 informativo 688 do STF: A posse ou porte de munição (desacompanhada da arma) configura
crime, pois consiste em crime de perigo abstrato, cuja caracterização não importa o resultado
concreto da ação.
 Informativo 540 do STJ: Pratica o crime do art. 14, o praticante de tiro desportivo que
transporta, municiada, arma de fogo de uso permitido em desacordo com os termos de sua
guia de tráfego, qual autorizava apenas o transporte de arma desmuniciada.
 PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA: Aceito como uso de munição como pingente.
- PORTE DE ARMA DE FOGO EM LEGÍTIMA DEFESA: Pessoa se utiliza da arma no único intuito
de defender a si próprio ou a terceiro. Utilizada como defesa, não haverá crime. (legitima
defesa potencial não existe) *legitima defesa imaginária: acha que pessoa vai sacar arma e ela
saca uma banana*

ART 15 DISPARO DE ARMA DE FOGO:


Crime subsidiário;
 Princípio da consunção: o disparo fica absorvido pelo crime de homicídio, por ser este um
crime fim e aquele um crime meio.
 Local desabitado: O disparo ou acionamento de munição em lugar desabitado não configura
crime.

ART 16 POSSE OU PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO RESTRITO:


 PUNIDOS COM A MESMA PENA.
Numeração raspada – parag. Único traz equiparação: na posse de arma de fogo de uso
permitido e com numeração raspada, agente pratica art16. (não tem como regularizar arma
raspada)
 Venda para criança: inciso V do parág único do art 16, pune a venda, entrega ou
fornecimento, ainda que gratuitamente, de arma de fogo, acessório ou munição para criança
ou adolescente. Esse dispositivo derrogou parcialmente o artigo 242 do ECA.

ART 17 COMÉRCIO ILEGAL DE ARMA DE FOGO: Crime próprio, pois se pune o comerciante ou o
industrial.

ART 18 TRÁFICO INTERNACIONAL DE ARMAS DE FOGO: Crime mais grave do EdD.

CRIMES CONTRA ORDEM TRIBUTÁRIA

-COMPETÊNCIA: determinada pelo ente tributante. Se é imposto Estadual responde na Justiça


Estadual.
-Só se pune a título de dolo.
-Suspensão: quando há parcelamento da dívida, o processo penal ficara suspenso, assim como,
o prazo prescricional.
- PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA: Até 20 mil reais, o fato pode ser tido como insignificante.
- DIFICULDADES FINANCEIRAS: Causa de inexigibilidade de conduta diversa que possui
aplicabilidade nos crimes contra ordem tributária, no delito de apropriação indébita
previdenciária (168ª CP) e no crime de descaminho. – Súmula 68 TRF 4ª região: “A prova de
dificuldades financeiras e, consequente inexigibilidade de outra conduta, nos crimes de
omissão do recolhimento de contribuições previdenciárias, pode ser feita através de
documentos, sendo desnecessária a realização de perícia.”

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