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NO DIA 09/02/1920 NASCIA PE ALFREDINHO: 100 anos

Fredy Kunz, Alfredinho, nasceu na Suíça, no dia 09 /02/1920. De família pobre, começou a trabalhar ainda criança, com 13 anos
se tornou cozinheiro. Aos 19 anos, surgiu nele, uma ideia “clara e luminosa”: tornar-se padre. Com a chegada da guerra mundial,
foi servir no exército. Foi feito prisioneiro. No campo de concentração se preparou para ser padre com o capelão da prisão.
NO CAMPO DE CONCENTRAÇÃO Na prisão, ficou marcado pelo exemplo do Padre Maximiliano Kolbe que se ofereceu para pegar
o lugar de um pai de família que tinha sido sorteado para ser morto, como castigo depois da fuga de um grupo de prisioneiros.
Alfredinho depois da guerra, entrou para a Congregação dos Filhos da Caridade e foi ordenado padre em 1954.
NO BRASIL, EM CRATEÚS POR 20 ANOS Em 1968 Alfredinho chega em Crateús, atraído pela caminhada de uma igreja popular e
libertadora que nascia no meio dos mais pobres, comprometida com as CEBs e com os trabalhadores/as.
NA ZONA DE PROSTITUIÇÃO Pouco depois de sua chegada, dona Juliana, levou pe. Alfredinho a visitar Antonieta, uma jovem
vítima da prostituição que estava morrendo de tuberculose. Alfredinho conta essa visita: “Ela se confessou, comungou e recebeu
a unção dos doentes. Eu vi, então, em seu rosto, um reflexo da presença do Cristo. Uma expressão de paz e de alegria” Quando,
15 dias mais tarde, ela morreu, Alfredinho alugou o barraco onde ela morava na zona de prostituição: “se foi bom para ela morar
lá, deve ser bom para mim também”. Morou neste bairro por mais de três anos: “Foi aí que comecei a partilhar a existência dos
pobres. Foi aí também que eu descobri que, para viver com os pobres, é melhor não ter dinheiro. Um dia, Dom Fragoso veio
almoçar comigo. Eu lhe disse que esse bairro era um santuário e lhe contei as maravilhas das quais era testemunha”.
NA BARRA DO VENTO – TAUÁ Quando os militares da ditadura em 1971 expulsaram de Tauá o Pe. José Pedandola que denunciava
os maus tratos com os trabalhadores da seca, dom Fragoso enviou para Tauá como pároco Pe. Alfredinho, que em 1974 pediu ao
Bispo para ir morar na comunidade mais isolada na serra e fez sua casinha de taipa na Barra do Vento. Aqui os seminaristas iam
fazer seu ano de preparação, antes da ordenação, aqui nasceram muitas das CEBs, muitos animadores e ministros do Batismo.
IRMANDADE DO SERVO SOFREDOR
Alfredinho, inspirando-se nos cânticos bíblicos do profeta Isaias, criou em 1977 a Irmandade do Servo Sofredor (ISSO) a partir de
grupinhos de sete pessoas sofredoras e pobres. A missão da Irmandade é restaurar o rosto desfigurado e machucado do ser
humano. Se uma pessoa humana está desfigurada, toda a humanidade está desfigurada. Se um ser humano for rejeitado, toda
humanidade é rejeitada.
VAI EMBORA COCA COLA
Alfredinho tinha o dom de motivar os mais empobrecidos. No tempo da quaresma criava campanhas de conscientização. A
primeira foi para trocar os refrigerantes pelos sucos naturais que dão mais vida. “Vai embora COCA e leve sua Fanta, deixe de nos
explorar”.
PORTA ABERTA AOS FAMINTOS De 1979 a 1983, o sertão sofreu uma grande seca, com milhares de vítimas. “Vi três crianças
mortas a 50 metros de minha casa”, contava Alfredinho. No dia 07 de março de 81, a cidade foi tomada por centenas de flagelados,
em busca de comida e trabalho. Alfredinho começou um jejum. Ele propôs aos habitantes de Crateús, abrir suas casas para acolher
os flagelados. Foram distribuídos cartões verdes com a inscrição “Porta Aberta aos Famintos” - PAF. Assim se abriram as portas
de dois mil casas, onde os trabalhadores podiam encontrar um prato de comida, água e respeito.
TIRAR O LIXO “Fraternidade Sim, Violência Não!” foi o tema da CF em 83. Alfredinho convocou para uma operação limpeza: o
“Lixbrás” que mobilizou, a cada domingo, entre 1.000 a 1.500 pessoas para retirar o lixo das ruas das periferias e do coração.
NO BOLSÃO DA SECA No mesmo ano, Alfredinho foi trabalhar por 11 meses, no bolsão da seca, no açude Santa Fé. Aí tirava a
empreita no lugar das pessoas que ficavam doentes. Passava o dia todo empurrando seu carrinho de barro e dizia estar ali em
nome da Diocese.
NO MEIO DOS POBRES Alfredinho tinha um jeito todo especial e único de chegar para morar no meio dos pobres, trazendo o
mínimo possível. Ele sabia aceitar a ajuda dos outros. “As pessoas tem bom coração, mas é preciso dar a elas a ocasião para revelar
isso”.
MORADOR DE RUA EM SÃO PAULO Alfredinho deixou sua Crateús e emigrou para São Paulo em 1988. se mudou para a favela
Lamartine de Santo André por um tempo e, na busca de um compromisso ainda mais radical, decidiu se tornar morador de rua,
deitando a noite em cima de um papelão.
12 DE AGOSTO DE 2000 Alfredinho partiu para a casa do Pai no dia 12 de agosto de 2000, em Santo André - São Paulo.

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