Você está na página 1de 36

TECNOLOGIA E MATERIAIS DE

CONSTRUÇÃO I

Cimento Portland

Prof. Davi Fagundes Leal


INTRODUÇÃO

• Cimento Portland: é um aglomerante hidráulico obtido


pela moagem do clínquer Portland com adições de gesso e,
eventualmente, escória básica de alto-forno, pozolana e/ou
filer carbonático, dentro dos limites estabelecidos nas
normas da ABNT.

Prof. Davi Fagundes Leal 2


PROCESSO DE FABRICAÇÃO

Prof. Davi Fagundes Leal 3


PROCESSO DE FABRICAÇÃO

• Extração e transporte da matéria prima:


Calcário
Argila

Prof. Davi Fagundes Leal 4


PROCESSO DE FABRICAÇÃO

• Britagem e transporte do calcário:

Prof. Davi Fagundes Leal 5


PROCESSO DE FABRICAÇÃO

• Armazenagem e alimentação de calcário e argila:

Prof. Davi Fagundes Leal 6


PROCESSO DE FABRICAÇÃO

• Moagem e estocagem da matéria prima - Cru:

Prof. Davi Fagundes Leal 7


PROCESSO DE FABRICAÇÃO

• Pré-calcinador e forno:

Prof. Davi Fagundes Leal 8


PROCESSO DE FABRICAÇÃO

• Moagem do clínquer e estocagem do cimento:

Prof. Davi Fagundes Leal 9


COMPOSIÇÃO QUÍMICA
Clínquer
Calcário Argila
4CaO.Al2O3.Fe2O3
Al2O3
3CaO . Al2O3
900ºC
CaCO3 CO2 + CaO Fe2O3
2CaO . SiO2
SiO2
3CaO . SiO2
Abreviação Composição Denominação
C3S 3 CaO.SiO2 Silicato tricálcico
C2S 2 CaO.SiO2 Silicato dicálcico
C3A 3 CaO.Al2O3 Aluminato tricálcico
C4(AF) 4 CaO. Al2O3. Fe2O3 Ferro aluminato tetracálcico
Outros Ca(A,F), gesso, silicato de cálcio, aluminato de cálcio etc.
C = CaO ; S = SiO2 ; A = Al2O3 ; F = Fe2O3
Prof. Davi Fagundes Leal 10
COMPOSIÇÃO QUÍMICA
• Composição e características:
Componente Quant. Componente Quant.
CaO 61 a 67% C3S 42 a 60%
SiO2 20 a 23% C2S 14 a 35%
Fe2O3 2 a 3,5% C3A 6 a 13%
Al2O3 4,5 a 7% C4(AF) 5 a 10%
MgO 0,8 a 6%
SO3 1 a 2,3%
Álcalis 0,3 a 1,5%

Propriedade C3S C2S C3A C4(AF)


Resistência mecânica Boa Boa Fraca Fraca
Intensidade de reação Média Lenta Rápida Rápida
Calor desenvolvido Médio Pequeno Grande Pequeno
Prof. Davi Fagundes Leal 11
COMPOSIÇÃO QUÍMICA
• Influência dos compostos na resistência:

C3S

Prof. Davi Fagundes Leal 12


HIDRATAÇÃO
• Reação química que resulta no ganho de resistência mecânica da
mistura cimento + água.
• Cimento Portland: sistema de compostos anidros instáveis na
presença de água e, quando hidratados, endurecem e resistem à
C3S
ação da água.

• Portanto: cimento não “seca”, cimento hidrata e endurece!


Prof. Davi Fagundes Leal 13
HIDRATAÇÃO
• Pega: NBR 11581
 Corresponde à fase em que a mistura cimento + água perde a
plasticidade e a capacidade de ser moldável;
 Tempo de início de pegaC(≥S1h) → Tempo de fim de pega (≤ 10h).
3

• Endurecimento:
Aumento progressivo da resistência mecânica com a idade.

Prof. Davi Fagundes Leal 14


HIDRATAÇÃO
• Calor de hidratação
 O processo de hidratação do cimento ocorre mediante reações
EXOTÉRMICAS
C3S
 Portanto, liberam calor durante a pega e o endurecimento.

Composto C3S C2S C3A C4AF


Calor de hidratação (cal/g) 120 62 207 100

 Obras com grande volume de concreto (Concreto-massa):


O calor gerado é proporcional ao volume da peça.
A dissipação do calor se faz pela superfície.
Utilização de aditivos, cimentos especiais e água gelada na mistura.
Prof. Davi Fagundes Leal 15
ENSAIOS E PROPRIEDADES DO CIMENTO
• Massa específica:

 NBR 6474 – MB 346

 Cimentos comuns: g ≈ 3000


CS
kg/m³
3

 Não representa indicativo de qualidade


do cimento.

 É útil para o cálculo de outras


propriedades e para a dosagem de
concretos e argamassas.

 Frasco de Le Chatelier
https://www.youtube.com/watch?v=-ZKWJZqkeJI

Prof. Davi Fagundes Leal 16


ENSAIOS E PROPRIEDADES DO CIMENTO
• Índice de Finura:
 NBR 11579 – MB 3432
 Percentual retido na peneira #200 (0,075mm)
C3S
R
F = × 100 (%) https://www.youtube.com/watch?v=6VWeq8_mKkQ
M
 Cimentos comuns: F ≤ 15%
 Cimento ARI: F ≤ 6%
 Influência no calor de hidratação, na retração, na exsudação e na
resistência.
 Quanto mais fino for o cimento  melhor a qualidade.
Prof. Davi Fagundes Leal 17
ENSAIOS E PROPRIEDADES DO CIMENTO
• Área específica:

 NBR 7224 – MB 348

 Permeabilímetro de Blaine
CS 3

 PETRUCCI: A ≥ 280 m²/kg


https://www.youtube.com/watch?v=o9Zzoaph2CA
https://www.youtube.com/watch?v=InsGYhikczk

• Água da pasta de consistência normal:


 NBR 11580 – MB 3433
 Utilizado para determinação dos tempos de início e fim de pega
e para a expansibilidade do cimento.
Prof. Davi Fagundes Leal 18
ENSAIOS E PROPRIEDADES DO CIMENTO
• Tempos de Pega:

 NBR 11581 – MB 3434

 Aparelho de Vicat. C3S

https://www.youtube.com/watch?v=Wo5qHd3-qLg

• Expansibilidade:
 NBR 11582 – MB 3435
 Expansão causada pela hidratação do CaO e do MgO.
 Agulha de Le Chatelier
Prof. Davi Fagundes Leal 19
ENSAIOS E PROPRIEDADES DO CIMENTO
• Resistência à compressão:
 NBR 7215 – MB 1
 Argamassa na proporção de 1 : 3 : 0,48 (com “Areia Normal”)
C3Sf 5 x 10 cm
 Corpos de prova cilíndricos
 Idades dos ensaios: 3, 7 e 28 dias

Prof. Davi Fagundes Leal 20


CIMENTOS COM ADIÇÕES
• Na fabricação do cimento, podem ser adicionados:
 Escória granulada de alto-forno
 Subproduto do tratamento de minério de ferro em alto-forno.
 Pozolana C3S

 Pozolanas naturais (terras, rochas ou cinzas vulcânicas)


 Pozolanas artificiais (calcinação de argilas e xistos argilosos)
 Cinzas volantes (combustão do carvão mineral – termelétricas)
 Fíler carbonático
• As adições ajudam reduzir o % de Ca(OH)2  único composto
solúvel resultante da hidratação.
https://www.blok.com.br/blog/eflorescencia
Prof. Davi Fagundes Leal 21
TIPOS DE CIMENTO
• Tipos de cimento (NBR 16697:2018):
 CP I – Cimento Portland Simples.
Classes 25, 32 e 40
 CP II – Cimento Portland
C3Composto
S
CP II - E Classes 25, 32 e 40  6 a 34% de escória
CP II - Z Classes 25, 32 e 40  6 a 14% de pozolana
CP II - F Classes 25, 32 e 40  6 a 10% de fíler
 CP III – Cimento Portland de Alto-forno
Classes 25, 32 e 40  35 a 70% de escória
 CP IV – Cimento Portland Pozolânico
Classes 25, 32 e 40  15 a 50% de pozolana
 CP V – Cimento Portland de Alta Resistência Inicial (ARI)

Prof. Davi Fagundes Leal 22


TIPOS DE CIMENTO
• Tipos de cimento (NBR 16697:2018):
 CP-RS – Cimento Portland Resistente a Sulfatos.
 CP-BC – Cimento Portland de Baixo Calor de Hidratação.
 CPB – Cimento Portland CBranco.
3S

 Cimento Aluminoso
• Os tipos de cimento estão relacionados com as propriedades
dos concretos e argamassas:
 Resistência à compressão;
 Impermeabilidade;
 Resistência aos agentes agressivos;
 Calor de hidratação.

Prof. Davi Fagundes Leal 23


TIPOS DE CIMENTO
• Tipos de cimento:

C3S

Prof. Davi Fagundes Leal 24


TIPOS DE CIMENTO
• Normas ABNT:
 Cimento Portland Comum CP I e CP I-S  NBR 5732
 Cimento Portland CP II  NBR 11578
 Cimento Portland de Alto
C3SForno CP III  NBR 5735

 Cimento Portland CP IV  NBR 5736


 Cimento Portland CP V ARI  NBR 5733
 Cimento Portland CP (RS)  NBR 5737
 Cimento Portland de Baixo Calor de Hidratação (BC)  NBR
13116
 Cimento Portland Branco (CPB)  NBR 12989
Obs.: essas normas foram unificadas e substituídas, em 2018, pela NBR 16697
Prof. Davi Fagundes Leal 25
TIPOS DE CIMENTO
• Qual cimento utilizar?
 Em princípio, pode-se utilizar qualquer cimento, em qualquer tipo
de obra.
 No entanto, alguns tipos de cimento são mais apropriados em
determinadas situações.

Prof. Davi Fagundes Leal 26


TIPOS DE CIMENTO
• Em resumo:

Prof. Davi Fagundes Leal 27


APLICAÇÕES
• As principais aplicações são em:
 Pastas  cimento + água

 Argamassas  cimento + agregado miúdo + água

 Concretos  cimento + agregado miúdo + agregado graúdo + água

 Solo-cimento  cimento + solo + água

 Compósitos

 Outros....

Prof. Davi Fagundes Leal 28


APLICAÇÕES
• Estruturas de Concreto (armado):
Vigas
Pilares
Lajes

Cascas
Prof. Davi Fagundes Leal 29
APLICAÇÕES
• Estruturas de Concreto (armado):

Pontes
Passarelas Silos
Prof. Davi Fagundes Leal 30
APLICAÇÕES
• Fundações e estruturas de contenção:

Sapatas
Cortinas atirantadas
Blocos
Muros de arrimo
Estacas
Solo grampeado
Tubulões, etc...
Paredes diafragma, etc...
Prof. Davi Fagundes Leal 31
APLICAÇÕES
• Pisos, alvenarias e revestimentos:

Chapisco, emboço
Rejuntes, argamassas colantes
Blocos
Peças pré-moldadas
Prof. Davi Fagundes Leal 32
APLICAÇÕES
• Rodovias e túneis:

Prof. Davi Fagundes Leal 33


APLICAÇÕES
• Barragens e galerias:

Prof. Davi Fagundes Leal 34


APLICAÇÕES
• Artefatos de concreto:

Bancos, mesas, cobogó,


Vasos, meio fio, bloquetes,
Placas cimentíceas, manilhas,
etc...
Prof. Davi Fagundes Leal 35
APLICAÇÕES
• Solo-cimento e reforço de solos moles para fundações:

Prof. Davi Fagundes Leal 36

Você também pode gostar