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O uso do pó Cardiff no Brasil e outras

tecnologias para sanidade do acabamento


superficial das peças fundidas
CONAF 2022
O molde em areia verde
● Componentes básicos : areia, bentonita, carvão ou gcv, aditivos inorgânicos e
orgânicos além do grande catalizador, a ÁGUA.

Cada fundição exige características próprias da moldagem

Stress Térmico
5
4 Custos de prevenção e
Intensidade de Preparação
3 reciclagem de resíduos
2
1 Tipo e intensidade de
FUNDIÇÃO A Estabilidade requerida 0
desembalagem,…
FUNDIÇÃO B
Tendência de defeito 2 -
Dificuldade do Molde
características da areia…
Tendência de defeito 1 -
características da areia…
2
O molde em areia verde

Tomografia de uma amostra microscópica de areia verde

Volk, Pozin & Schumaker - Umfassend Charakterisierung von Formstoffen mit einer neuen Prüfmethode
Geressei, 2009, publicado na F&S, 2013 - tradução Themistocles Rodrigues Jr. 3
Pó Cardiff
e outros geradores
de carbono vítreo

Produto moído fino produzido a partir dos


rochas sedimentares passíveis de usos como
combustíveis (carvões) com altos teores de
carbono e presença de hidrocarbonetos
pesados. Seu uso é indicado como inibidores
da oxidação em fundição de ferro fundido
durante o processo de vazamento do metal
líquido nos moldes de areia verde.
GCV efeitos combinados na moldagem e durante o
vazamento

Teoria do Filme de Carbono Teoria do Bolsão de amortecimento a gás

Teoria da Atmosfera Redutora Teoria do Carbono Vítreo (Lustous Carbon)

> 650°C
5
Descrição detalhada ao longo do processo
Atmosfera reduzida.
A 650° C voláteis são soltos pelo GCV, sobre um atmosfera Gás sendo liberado pelo
reduzida, ira criar pequenas camadas do conhecido Carbono produto C
Vítreo, que vai evitar que o ferro líquido invada o molde de
areia.
Radição de calor do metal
Zonas de Condesação

Metal líquido
vazado no
molde

Água vaporizada ira se


mover alguns mm
para dentro

Uma camada
umida é formada
Zonas de Condensação

O gás não consegue vazar essa


camada úmida, reduzindo assim a 6
atmosfera dentro do molde
Carbono Vítreo é algo especial

• Imagem do molde de areia verde em um microscópio

CAMPBELL & NARO – Lustrous Carbon in Gray Iron


AFS Proceedings 2010 ® American Foundry Society, Schamburg, IL, USA
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8

Decomposição dos gases formados dentro do


molde pós-vazamento do metal líquido

40 – 60 % Hidrogênio - H2

15 – 30 % Monóxido de Carbono - CO

3 – 10 % Dióxido de Carbono - CO2

1 – 20 % Hidrocarbonetos Pesados

1 – 10 % Oxigênio - O2

5 – 20 % Nitrogênio - N2
GCV – Funções adicionais na areia

I. Formação de coque residual (age como esponja para água livre).

O coque residual fixará a chamada água livre na areia e trará flexibilidade ao molde.
O coque fixa a água da fase de vapor na areia de retorno quente após a agitação e durante o
processo de resfriamento. Isso ajuda a bentonita a absorver água durante esse processo e a se
desenvolver propriedades mecânicas de areia verde antes da fase de mistura.
II. Efeitos endotérmicos.

O processo de resfriamento da areia verde será feito pelo processo de vaporização


de água. Desta forma, como o coque absorve e flexibiliza o molde, ajudará neste
processo de adsorção da água vaporizada.
Durante o vazamento, o GCV ira absorver e transferir a energia calorífica para fora
do molde compensando o ponto fraco da areia de sílica (a areia de sílica tem uma
baixa condutividade térmica).
III. Diluição de areia de sílica.
Como parte da composição de areia verde GCV quando a queima, deixa espaço
entre grãos de areia de sílica para compensar a expansão da areia de sílica após a
exposição em altas temperaturas

IV. Compensação de expansão de areia de sílica

Durante as fases de subida de temperatura, o pó de carvão passa por uma fase


semi-plástica. Este é um papel adicional para compensar a expansão da areia
de sílica a 573 ° C 9
Testes de Inspeção e Qualidade para GCV

Características Recomendações CEMP

1.Aspecto visual N/D


2.Granulometria 201
3.Umidade 205
4.Quantidade de Voláteis 141
5.Voláteis na Areia verde 141
6.Teor de Cinzas 138
7.LOI in green sand 120
8.Quantidade de Carbono Vítreo 120
9.Quantidade de Enxofre 142
10.Quantidade de Nitrogenuo 135/136
11.TGA Thermo Gravimetric Analysis N/D
12.Total de Carbono N/D
13.Cálculo de Carbono Fixo (=100 – (MV+Cendres+soufre) 145
14.Flexibilidade N/D
15.Densidade Relativa 111
16.Controle de temperatura para previnir auto-ignição N/D
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Quantidade de Voláteis

• Um cadinho específico é necessário

• Uma pequena quantidade de produto será aquecida a 950 ° C


durante 7 min. Após arrefecimento em equipamento dessecante
o laboratório medirá a quantidade restante

• O formato do cadinho permitirá criar uma atmosfera redutora.


Um pequeno orifício especial na parte superior permitirá que o
gás de pressão seja liberado fora do cadinho. Apenas uma forma
precisa do cadinho permitirá testes precisos.

• Controle de °C durante os ensaios

• Cadinho deve medir: altura: 30 mm a 35 mm; diametro inferior =


20 mm ;diametro superior = 35 mm; capacidade = 10 ml a 20 ml.
Tampa apropriada par saída de voláteis e não permitir entrada de
Oxigênio. (norma CEMP 141).
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Teor de Voláteis e Inchamento

• Um Cadinho específico é necessário

ASTM Standard D-720 determina elevar uma pequena quantidade de carvão a


800 °C por 2,5 min e avaliar a leitura numa régua própria

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Quantidade de Carbono Vítreo

• Um equipamento específico é
necessário
• Dentro do tubo, uma lã de quartzo
será colocada
• Uma quantidade muito pequena será colocada.
• A amostra é queimada a 900 ° C
• Uma pequena parte do material liberado
cobrirá a lã
• Este teste tem baixa reprodutibilidade e margem
respeitável de erro

Aqui também um pequeno orifício permitirá que o gás saia do tubo


(As partes voláteis que não criam o Carbono Vítreo).
.

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Especificações de Geradores de Carbono Vítreo

Resina Resina Carvão Cardiff Carvão


Propriedades Unidade Lignita
Sintética Natural (sea coal) (brown coal)
Teor de Carbono % 90,1 87,5 79,5 60,3 46,4
Teor de Cinzas % 0,15 0,8 7,2 4,2 15,3
Perda ao Fogo % 99,85 99,2 92,8 95,8 84,7
Teor de Materiais Voláteis % 93,9 85,3 36,2 48,76 63
Teor de Carbono Vítreo % 56 35 12,0 4,4 8,6
Teor de Enxofre % < 0,1 0,4 0,81 0,8 < 0,1
Teor de Nitrogênio % < 0,1 2,7 1,27 0,7 1,4
Temperatura da Ignição dos voláteis C° 250 - 350 °C 300 - 400 °C 400 - 500 °C 400 - 500 °C 250 - 350 °C
Fase de Amolecimento C° < 100 °C 150 - 250 °C 300 - 400 °C 300 - 400 °C 150 - 250 °C
Emissão de Aromáticos Alto Médio Baixo Baixo Alto
Emissão de cheiros específicos Alto Médio Baixo Baixo Alto
Relação de Voláteis/ Carbono Vítreo 2,7/1 1,7 2,4 3,0 11,1 7,3

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Questão ambiental e Segurança do Trabalhador

Mg Aromat./ kg Fe/¨% materiais voláteis Emissão de Atomáticos por Compostos Volatéis

94% Materiais
Voláteis

85% Materiais
Voláteis

36% Materiais
Voláteis 63% Materiais 43% Materiais 44% Materiais
Voláteis Voláteis Voláteis

Pó cardiff Resina nat. Resina Sintética Lignita Carvão vapor Celulose

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Outras experiências no mundo

● Resinas Artificias – Muito usado na Europa até 2010


○ Gerador de Carbono Vítreo – padrão europeu com resinas artificiais
○ Melhora significativa na qualidade do acabamento superficial das peças – excelentes filmes protetivos do molde
○ Enorme dificuldade de uso e gestão no sistema de areia
○ Alto índice de emissão de poluentes

● Pó de carvão aditivado com hidrocarbonetos solúveis em água (patente)


○ Pó de carvão adicionado de siltita e açúcar
○ Grande aderência de areia nas peças, porém com ganho significativo na qualidade do acabamento das peças
○ Grau de maior dificuldade no uso e gestão no sistema de areia
○ Médio indice de emissão de poluentes

● GEKO LE (patente)
○ Bentonita com grafite e agente dispersante
○ Reduz a adição de bentonita em até 13% - menor umidade de trabalho, maior fluidez da areia e maior adensamento do molde
○ Baixo emissão de poluentes
○ Reduz em até 80% a necessidade do uso do po de carvão (depende muito da aplicação do fundido)

● LIGNITAS Causticas
○ Melhora significativa na qualidade do acabamentos superficial das peças
○ Reduz a emissão de poluentes
○ Auxilia na performance da bentonita
○ Reduz o consumo da bentonita
○ Lignitas brasileiras são pobres para essa aplicação – importadas

● Carvão aditivado com geradores de carbono vitreo


○ Melhora a qualidade no acabamento superficial das peças
○ Aumenta a emissão de poluentes
○ Pode reduzir o consumo de bentonita – depende muito do tipo de bentonita
○ Facilita o controle da umidade no sistema de areia.

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Conclusões

• A fundição brasileira sabe controlar o uso do pó de carvão Cardiff;

• A qualidade do acabamento superficial das peças pode ser boa, mas depende muito da performance da(s)
bentonita(s), sua capacidade de ativação com água, sua dispersabilidade e sua performance de estabilidade
térmica e retenção de água;

• Elevados custos e uma falta de metodologias de gestão que incorporem cálculos matemáticos de
reabastecimento e tempos de regeneração dos sistemas de areia verde dificultam a credibilidade da
execução de testes de novos produtos e novas tecnologias substitutivas ao pó de carvão cardiff;

• Existe uma tendência mundial de redução de poluentes;

• O uso de tecnologia a base de grafite e outros geradores de carbono vítreo são bem interessantes e trazem
ganhos qualitativos bem significativos para a sanidade do acabamento superficial dos fundidos;

• O fundidor brasileiro pouco acostumado a esses novos produtos e tecnologia deve sempre focar na
aplicação do seu fundido, quais as exigências do seu mercado consumidor e qual o nível de qualidade
exigida para nortear essa decisão..

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O estoque dos GCVs devem ser
superisionados
• Produtos podem entrar em ignição sozinhos
• Produtos sensível a explosão

18
Obrigado!

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