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MF-0514.

R-1 - DETERMINAÇÃO DA UMIDADE DO GÁS, EM CHAMINÉS

Notas:
Aprovado pela Deliberação CECA n. 168, de 02 de abril de 1981
Publicado no DOERJ de 07 de abril de 1981

1. OBJETIVO

Definir método para a determinação do teor de umidade nos gases de


exaustão de uma chaminé como parte integrante do Sistema de
Licenciamento de Atividades Poluidoras.

2. MÉTODO E APLICAÇÃO

2.1 MÉTODO

Uma amostra do gás é extraída da chaminé, sendo a umidade removida,


condensada e determinada volumetricamente ou gravimetricamente.

2.2 APLICAÇÃO

Existem dois métodos para a determinação da umidade. Um é o de


referência, de determinação precisa, utilizado na fixação de fatores de
emissão. O outro, é um método aproximado e visa determinar o teor de
umidade para fixar fluxo de amostragem isocinética. Para este propósito,
várias técnicas podem ser usadas, técnicas de bulbo seco e úmido,
condensação, cálculos estequiométricos e outros.

Estes métodos não são aplicáveis a fluxos gasosos contendo gotas. Neste
caso, considerar o fluxo saturado. Determinar a temperatura média do gás
na chaminé de acordo com os MF-511 e 512, obtendo então a percentagem
de umidade. Utilizar:

a. uma carta psycométrica, fazendo-se as devidas correções no caso de


serem diferentes as pressões na chaminé e na carta.

b. uma tabela característica de pressão de vapor saturado.

3. MÉTODOS DE REFERÊNCIA

O procedimento descrito no, MF-515 e aceitável também como um método


de referência.
3.1 APARELHAGEM

Na aparelhagem utilizada no método de referência (Figura 1) todos os


componentes devem ser mantidos e calibrados de acordo com os
procedimentos descritos no MF-515.

3.1.1 Sonda - aço inox ou tubo de vidro, suficientemente aquecido para evitar
condensação e equipado com filtro (aquecido no interior da chaminé ou
fora), visando à remoção de material particulado.

3.1.2 Condensador - qualquer sistema que, refrigerando a amostra, permita medir


a água condensada. A umidade que passa pelo condensador é
determinada gravimetricamente pela passagem do fluxo gasoso por um
tubo, previamente pesado, contendo sílica-gel mantida a uma temperatura
abaixo de 20 °C.

Caso o esquema descrito neste item seja o utilizado para determinar a


umidade do fluxo que deixa o condensador, a temperatura e a pressão
devem ser tomadas, após o tubo com sílica-gel.

3.1.3 Sistema de refrigeração recipiente com gelo ou equivalente, para permitir a


condensação da umidade.

3.1.4 Tubo "drying" - tubo contendo sílica-gel (6-16 mesh) ou equivalente, para
secar a amostra e proteger a bomba e o medidor de gás. Este tubo pode
ser uma parte integrante do sistema de refrigeração (item 3.1.3), neste caso
o tubo deverá ser imerso no banho do gelo e um termômetro deve ser
colocado na saída do sistema.

3.1.5 Equipamentos de Medições - vacuômetro; bomba livre de vazamentos;


termômetros, capazes de medir temperaturas com precisão de ± 3 ºC;
medidor de gás seco com precisão de ± 2%.

3.1.6 Barômetro - mercúrio ou outro, capaz de medir pressão atmosférica com


precisão de ± 2,5 mmHg. -

3.1.7 Tubo de Pitot - tipo S ou equivalente, acoplado à sonda para permitir uma
monitoragem contínua da velocidade do gás na chaminé, possibilitando
uma regulagem proporcional da taxa de fluxo da análise.

3.1.8 Medidor de pressão diferencial - manômetro inclinado, capaz de medir


carga de velocidade com 10% do valor mínimo medido ou ± 0,013 mmH 2O.
Para pressão diferencial abaixo de 1,3 mm usar micromanômetro com
sensibilidade de 0,013 mm.
3.1.9 Medidor de temperatura - termopar, termômetro ou outro capaz de medir
temperatura com precisão de 1,5% da temperatura absoluta mínima da
chaminé.

3.1.10 Cilindro graduado e balança - para medir a água condensada e a umidade


absorvida na sílica-gel com precisão de ± 1 ml e ± 1 g.

3.1.11 Sílica-gel de 6-16 mesh - Caso tenha sido anteriormente utilizada, secar a
175 ºC por duas horas.

3.2 PROCEDIMENTO

O procedimento descrito é para o caso de um sistema de condensação


como sílica gel incorporada, com determinação gravimétrica da umidade
que deixa o condensador e análise volumétrica da umidade condensada.

3.2.1 Selecionar o local de amostragem e o número mínimo de pontos de acordo,


com o MF-511. Determinar a faixa de carga de velocidade de acordo com o
MF-512 com a finalidade de se calcular a taxa de amostragem. Selecionar
uma carga de velocidade que corresponda aproximadamente a uma vazão
de 0,014 m3/min. Selecionar a sonda conveniente para que todos os pontos
possam ser analisados. Pesar a sílica gel com aproximação de 0,5g.

3.2.2 Selecionar o tempo total de amostragem, não menor do que 1 hora, de tal
modo que o volume total do gás amostrado seja no mínimo de 0,6 m3 nas
condições padronizadas e que o tempo em cada ponto na seção
transversal não seja menor que 2 min.

3.2.3 Montar um conjunto como mostra a figura 1. Aquecer 2 sonda a uma


temperatura de aproximadamente 120 ºC, a fim de prevenir a condensação
e aguardar até estabilizar. Colocar o gelo e verificar se existe vazamento no
sistema.

3.2.4 Durante a amostragem manter a taxa de fluxo não variando mais que 20%
do fluxo calculado. Para cada corrida, anotar no formulário da figura 2, os
dados necessários aos cálculos.

3.2.5 Para iniciar a amostragem, colocar a sonda no primeiro ponto transverso.


Ligar a bomba imediatamente e ajustar a taxa de fluxo. Adicionar gelo ao
banho e caso necessário, juntar sal a fim de manter a temperatura inferior a
20 ºC na saída do tubo de sílica gel, para editar perda de unidade.
3.2.6 Após coleta da amostra, medir o aumento de volume do líquido nos
borbulhadores com aproximação de 1 ml. Determinar o aumento de peso
no tubo de sílica gel com aproximação de 0,5 g. Registrar esses dados nos
formulário da Figura 3 e efetuar os cálculos para determinação do teor de
umidade. O volume inicial de água em cada borbulhador deve ser de
aproximadamente 20%, de sua capacidade.
COMPRIMENTO DA SONDA _____________________________

TEMPERATURA AMBIENTE _____________________________

PRESSÃO BAROMÉTRICA _____________________________

ESQUEMA DA SEÇÃO
TRANSVERSAL

TEMPERATURA DO
MEDIDOR DE GÁS TEMPERATU
PRESSÃO
PONTO TEMPO DE TEMPERATURA CARGA DE VOLUME DE SECO, DO GÁS DO GÁS QU
DIF. NO
TRANSVERSO AMOSTAGEM NA CHAMINÉ VELOCIDADE GÁS AMOSTRADO DEIXA O
o MEDIDOR
NÚMERO min C mm H2O AMOSTRADO m3 ENTRADA SAÍDA CONDENSAD
mm H2O O
( Tm) in O ( Tm) out C
O
C C

TOTAL MÉDIA MÉDIA


MÉDIA MÉDIA

FIGURA 2 - DADOS PARA DETERMINAÇÃO DA UMIDADE – MÉTODO DE


REFERÊNCIA.
BORBULHADOR SÍLICA GEL
VOLUME PESO
ml g

FINAL

INICIAL

DIFERENÇA

FIGURA 3 - DADOS ANALÍTICOS - MÉTODO DE REFERÊNCIA


3.3 CÁLCULOS

3.3.1 Volume de Vapor d'água condensado:

(V f Vi ) w RTstd
Vwc (std) =
std PM w

= K Vf Vi

onde K = 0,00134 m3/mL para o sistema métrico.

3.3.2 Volume de Vapor d’água coletada na sílica gel:

(W f Wi ) RTstd
Vwg(std) =
Pstd PM w

= K Wf Wi

onde K = 0,00134 m3/g para o sistema métrico.

3.3.3 Volume de Gás:

( m )(Tstd )
Vstd = Vm
( std )(Tm )

Vm Pm
= K
Tm

onde K = 0,3855 ºK/mm Hg para o sistema métrico.

3.3.4 Teor de Umidade nas condições padronizadas:

Vwc( std ) Vwg ( std )


Bw( std )
Vwc( std ) Vwg ( std ) V( std )
3.3.5 Simbologia

Bw = teor de umidade, proporção por volume;

PM w = peso molecular da água, 18 g/g-mol;

Pm = pressão absoluta (para este método, pressão barométrica) no


medidor de gás seco, mm Hg;

Pstd = pressão absoluta padrão, 760 mm Hg;

R = constante universal dos gases


R = 0,06236 (mm Hg).(m3)/(g-mol)(ºK) para o sistema métrico

Tm = temperatura absoluta no medidor, °K

Tstd = temperatura padrão absoluta, 293 ºK

Vm = volume do gás seco medido pelo medidor de gás, m3.

V(std) = volume de gás seco medido, corrigido para as condições padrões,


m3 .

Vwc(std) = volume de vapor d'água condensada, corrigido para as condições


padrões, m3.

Vwg(std) = volume de vapor disque coletado na sílica gel, corrigido para as


condições padrões, m3.

Vf = volume final do líquido no condensador, ml.

Vi = volume inicial do líquido no condensador, ml.

Wf = peso final do tubo de sílica gel, g.

Wi = peso inicial do tubo de sílica gel, g.

w = densidade da água, 1 g/ml.

4. MÉTODO APROXIMADO

O método aproximado deve ser utilizado somente com a aprovação da


FEEMA.
4.1 APARELHAGEM

4.1.1 Sonda de aço inox ou tubo de vidro suficientemente aquecido para evitar
condensação e equipado com um filtro para remover material particulado.

4.1.2 Dois tubos borbulhadores com capacidade para 30 ml cada.

4.1.3 Banho de gelo para permitir a condensação do vapor d'água do gás da


chaminé nos borbulhadores.

4.1.4 Tubo com sílica gel de 6-16 mesh, para secar o gás que sai do
condensador e proteger os medidores e a bomba.

4.1.5 Válvula de agulha, para regular o fluxo na taxa desejada.

4.1.6 Bomba de diafragma ou similar, livre de vazamento, para succionar o gás.

4.1.7 Medidor de volume de gás seco, para medir o volume da amostra com
precisão de ± 2%.

4.1.8 Medidor de fluxo tipo rotâmetro, para medir fluxos na faixa de 0-3 l/min.

4.19 Cilindro graduado - 25 ml.

4.1.10 Barômetro para medir pressão atmosférica com precisão de ± 2,5 mm Hg.

4.1.11 Medidor de vácuo para medir pelo menos 760 mm Hg, para ser usado
como indicador de vazamentos.

4.2 PROCEDIMENTOS

4.2.1 Colocar exatamente 5 ml de água destilada em cada um dos


borbulhadores. Montar a aparelhagem mostrada na figura 4 sem a sonda.
Verificar vazamentos colocando o medidor de vácuo na entrada do primeiro
borbulhador e fazer vácuo no sistema de pelo menos 250 mmHg. Fechar a
saída do rotâmetro e em seguida desligar a bomba. O vácuo deve
permanecer constante pelo menos um minuto. A fim de quebrar o vácuo,
afrouxar cuidadosamente o medidor de vácuo antes de afrouxar a saída do
rotâmetro.

4.2.2 Conectar a sonda e coletor amostra a uma taxa constante de 2 l/min.


Continuar a amostragem até que o medidor de gás seco registre cerca de
30 litros ou até que gotas de líquidos comecem a passar do primeiro para o
segundo borbulhados. Registrar a temperatura, a pressão e a leitura no
medidor de gás seco, anotando no formulário da Figura 5.
4.2.3 Após coleta da amostra, combinar o conteúdo dos dois borbulhadores e
medir o volume com aproximação de 0,5 ml.

PRESSÃO __________________
BAROMÉTRICA
VOLUME DE GÁS
TAXA DE TEMEPERATURA
QUE PASSA PELO
TEMPO FLUXO DO MEDIDOR
MEDIDOR
m3/min °C
m3

FIGURA – 5 - DADOS PARA DETERMINAÇÃO DA UMIDADE


4.3 CÁLCULOS

Os cálculos apresentados são para simples estimativa do teor de umidade


do gás da chaminé.

4.3.1 Volume de vapor d'água coletado:

(V f Vi ) w RTstd
Vwc std =
Pstd PM

Vwc std = K (V f Vi )

onde:

K = 0,00134 m /ml para o sistema métrico.

4.3.2 Volume de Gás.

P Tstd
Vstd V
Pstd T

VP
Vstd K
T

onde:

K = 0,3855 ºK/mm Hg para o sistema métrico.

4.3.3 Teor aproximado de umidade

Vwc std
Bw Bwm
Vwc std Vstd

Vwc std
Bw 0,025
Vwc std Vstd
4.3.4 Simbologia

Bwm = Vapor d'água que deixa o borbulhador, valor aproximado, 0,025


proporção por volume.

Bw = Vapor d'água no fluxo gasoso, proporção por volume.

PM = Peso molecular da água, 18 g/g-mol.

P = Pressão absoluta (para este método é a pressão barométrica) no


medidor de gás seco, mm Hg.

R = Constante Universal dos gases:


0,06236 (mmHg) (m3)/(g-mol) (ºK) para o sistema métrico.

T = Temperatura absoluta no medidor, ºK

Tstd = Temperatura padrão absoluta, 293 ºK.

Vf = Volume final do líquido nos borbulhadores, ml.

Vi = Volume inicial do líquido nos borbulhadores, ml.

V = volume de gás seco medido no medidor de gás seco, m3.

Vstd = volume de gás seco, medido no medidor de gás seco, corrigido para
as condições padrões, m3.

Vwcstd = volume de vapor d’água coletado nos borbulhadores, corrigido


para as condições padrões, m3.

w = densidade da água, 1 g/ml

5. BIBLIOGRAFIA

MESQUITA, ARMANDO L.S. et alii. Amostragem em Chaminé: São Paulo,


CETESB, 1977. 78 p.

EPA - ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY. Industrial guide for air


pollution control. Washington D.C., 1978. 1 v.

FEDERAL REGISTER. Washington D. C., 41 (111) : 23060 - 76 Jun, 8,


1976.

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