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Indice

1. Introdução......................................................................................................................2
1.1. Objectivo geral:..........................................................................................................2
1.2. Objectivos específicos:...............................................................................................2
1.3. Metodologia................................................................................................................2
2. Evolução do Pensamento Geográfico............................................................................3
2.1. Pré-história da geografia.............................................................................................4
2.2. A geografia na Antiguidade Clássica.........................................................................4
2.2.1. Época grega.............................................................................................................5
2.2.2. Época romana..........................................................................................................6
2.3. A geografia na era moderna.......................................................................................6
2.4. Geografia Quantitativa ou Nova Geografia................................................................6
2.5. Geográfia Crítica........................................................................................................7
2.6. Geografia Humanística...............................................................................................8
2.7. A geografia no renascimento......................................................................................9
2.8. A geografia na idade média......................................................................................10
2.8.1. As viagens de pela Asia.........................................................................................10
2.9. Evolucao ds conhecimentos geograficos entre os seculos XV e XVIII...................10
3. Geográfia como um Sistema de Ciências....................................................................11
4. Relação da Geográfia e outras Ciências......................................................................12
4.1. Divisões da Geografia..............................................................................................12
5. Conclusão....................................................................................................................15
6. Referencias Bibliográfica............................................................................................16
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1. Introdução

O desenvolvimento das ciências geográficas desempenha um papel fundamental na


compreensão e interpretação do mundo em que vivemos. A Geografia, como disciplina,
evoluiu ao longo dos séculos, incorporando novas abordagens e teorias para estudar os
fenómenos e processos relacionados à superfície terrestre. Nessa perspectiva, esta
abordagem visa explorar o desenvolvimento das ciências geográficas, destacando sua
evolução histórica e os principais avanços que moldaram o pensamento geográfico.
Além disso, será discutida a relação da Geografia com outras ciências, ressaltando a
importância da interdisciplinaridade na compreensão dos complexos sistemas soca
ambientais.

1.1. Objectivo geral:

 Analisar o desenvolvimento histórico das ciências geográficas, desde suas


origens até as abordagens contemporâneas, a fim de compreender a evolução
do pensamento geográfico.

1.2. Objectivos específicos:

 Explorar as diferentes correntes e teorias geográficas que surgiram ao longo


do tempo, compreendendo suas perspectivas e enfoques.
 Analisar as mudanças conceituais e metodológicas no campo da Geografia,
considerando a influência de factores sociais, políticos e tecnológicos.
 Identificar a relação da Geografia com outras ciências, como Geologia,
Biologia, Sociologia, entre outras, e discutir as contribuições mútuas no
estudo dos sistemas naturais e sociais.

1.3. Metodologia

A pesquisa foi efetuada através de um levantamento bibliográfico. Para tal, foram


utilizados livros e artigos sobre o tema. O conteúdo destes materiais foi registado e
sistematizado para análise. Os pontos considerados mais importantes foram resumidos
no desenvolvimento deste trabalho.
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2. Evolução do Pensamento Geográfico

Desde os tempos mais remotos, no período da Antiguidade, os povos viviam em grupos


os quais se deslocavam em busca de meios de subsistência e assim conheciam o espaço
em que viviam. Tinham conhecimento do mecanismo das estações do ano e, através
dessas migrações, novos caminhos eram percorridos. A partir daí, os primeiros esboços
com representações da superfície terrestre eram construídos, surgindo os primeiros
mapas. O mapa mais antigo já registado foi encontrado na cidade de Ga Sur, na
Babilónia, datado de 2500 a.C. Neste mapa havia representações do vale de um rio que
possivelmente representava o rio Eufrates acompanhado de montanhas, assinalando os
pontos cardeais. As civilizações do Egipto e Mesopotâmia desenvolviam a agricultura, e
por isso, dependiam das irrigações, servindo de grande importância para o estudo
hidrológico da região.

FIG: mapa encontrado em GA SUR, Meopotanea, e datado de 2.500 a.c

Segundo Andrade (1992), deve-se ressaltar a importante contribuição de Aristóteles


para o desenvolvimento do conhecimento geográfico. Este filósofo admitiu a
esfericidade da Terra, mas não apenas tratou deste tema, fez também relações aos
aspectos físicos e humanos, como a variação do clima com a latitude e a relação entre as
raças humanas. Os gregos na costa do Mediterrâneo instauraram colónias em que
desenvolviam o comércio e o conhecimento dos lugares.

Entre os romanos pode-se destacar a expansão do Cristianismo, religião oficial de


Roma no século IV. Neste período, estudiosos afirmavam que os princípios religiosos
sobrepunham às ideias científicas já estabelecidas pelos gregos, como por exemplo, a
negação aos estudos feitos sobre a esfericidade da Terra, dificultando assim o avanço do
conhecimento científico. Ferreira e Simões (1994) relatam que na Idade Média a
reorganização do espaço vem com a queda do Império Romano no Ocidente, já que
mudanças territoriais foram ocorrendo, pois por meio das invasões bárbaras, guerras
foram acontecendo e novas fronteiras foram sendo consolidadas. O pensamento
geográfico passa a não ser formalizado em termos científicos. “Neste ambiente, a Igreja
torna-se o maior poder, já que é o único poder central europeu. As respostas às questões
colocadas passam a ser dadas a partir de interpretações bíblicas.” (FERREIRA E
SIMÕES, 1994, p. 45).
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2.1. Pré-história da geografia

Com o aparecimento da humanidade, surgiram os primeiros sinais de preocupação


quanto distribuição dos fenómenos. Cruz (1990) e Ferreira e Simões (1992) referem que
as migrações dos antigos nómadas, motivadas pelas alterações climáticas, pela procura
de alimentos ou pelas actividades guerreiras, motivada pela curiosidade de obtenção
lucro.
A história da exploração da superfície terrestre iniciou-se muito antes da Grécia Antiga.
Com efeito, os achados pré-históricos, como, por exemplo, as pinturas rupestres,
utensílios diversos, esqueletos, entre outros, indiciam vestígios da presença humana em
todas as partes do globo.
O mapa mais antigo que se conhece data de 2500 a.C. e foi desenhado numa placa de
argila. Foi descoberto durante as escavações da cidade de Ga Sur, a 300 quilómetros a
norte da Babilónia.
Foram ainda encontradas outras placas com a representação de povoações ou de toda a
babilónia, o que sugere a importância da cartografia na Antiguidade Clássica.
2.2. A geografia na Antiguidade Clássica

Apesar dos diversos trabalhos geográficos elaborados ao longo de séculos, somente


no século XIX a geografia ganhou reconhecimento e passou a ser considerada como
ciência e ser estudada nas universidades. A primeira cadeira geográfica foi criada na
Alemanha, graças aos trabalhos de CarlRittler.AlexanderVonHumboldt também se torna
uma grande influência no que tange a análise das paisagens naturais. Posteriormente, no
final do século XIX, a França também ganhou uma cadeira geográfica na Universidade
de Nancy, ocupada por Paul Vidal de LaBlache, e partir daí difundiu-se para outros
países. (CHRISTOFOLETTI, 1982).

De acordo com Andrade (1987) na França, a geografia ganhou reconhecimento como


uma ciência importante para o ensino, após a perda da França na guerra contra a
Alemanha, no final do séc. XIX. Tal perda foi justificada pela implantação da cátedra de
Geografia na Alemanha o que teria influenciado na criação de uma melhor consciência
espacial por parte dos alemães. Com isso o governo francês buscou voltar sua atenção
ao desenvolvimento da Geografia na França, recorrendo inclusive ao ensino da mesma
para além da universidade.

A geografia clássica repercutiu a partir de um período que o avanço industrial e o


capitalismo já se encontravam em auge na Europa, em meados do século XIX e início
do XX. Os cientistas viram a necessidade de conhecer melhor o espaço para o avanço
das explorações e produção, realizando estudos e análises da paisagem em seus aspectos
naturais, inicialmente e, posteriormente, preocupou-se com a acção antrópica no
mesmo. Mas devido às dificuldades metodológicas para tratar a acção do homem no
espaço, a princípio, os geógrafos o trabalharam de modo superficial, focando seus
estudos na descrição e caracterização da paisagem. Ao relacionar as características do
espaço com a acção do homem no mesmo, originou-se a Geografia Regional, sendo
uma das principais características desta escola (ANDRADE, 1987).
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2.2.1. Época grega

É igualmente justo afirmar que a geografia surgiu logo após o nascimento do homem.
Com efeito, considera-se que os gregos foram os organizadores e sistematizadores de
um conjunto de informações e anotações de carácter geográfico que ainda hoje tem
impacto na vida da humanidade.

Este era mais pequeno e estava confinado às regiões litorais dos três continentes, que se
encontravam bordejadas pelo mar mediterrâneo, nomeadamente, a parte meridional da
Europa, o Sudoeste da Ásia e a zona setentrional de África.

Um dos factores que contribuíram largamente para que os gregos da antiguidade


clássica se impusessem foi sua localização geográfica privilegiada no mundo de então, o
que permitiu a sua expansão politica, militar e comercial para outros territórios.
Estes conhecimentos foram registados nos périplos, antigos documentos de natureza
geográfica contendo relatos, itinerários e esquemas onde se descreve de forma
pormenorizada o trajecto das viagens efectuadas a um cabo, a um porto ou a outro local
qualquer da costa, no mundo anteriormente conhecido.
Foi então que surgiram e se desenvolveram duas vias no que se refere à maneira de
pensar e de estudar a geografia, nomeadamente:

 A via descritiva, regional, que assenta nas características das paisagens, nas
particularidades dos habitantes e nas respectivas civilizações;
 A via matemática, que se baseia na localização precisa dos lugares e que
conduziu àprodução de cartas geográficas e à busca de explicações para a
influencia que a forma da terra exerça nos diferentes climas (cruz, 1990).

Os primeiros pensadores gregos foram determinantes para o surgimento do espírito


geográfico. Destacam-se os seguintes:

 Heródoto (482-425 a.C.) – natural de Halicarnasso, é considerado o pai da


história, contextualizando sempre geograficamente os conhecimentos históricos
adquiridos.
 Eratóstenes (276-196 a.C.) – foi o primeiro filósofo a autonomizar-se geógrafo,
alem de poeta, foi matemático e geómetra;
 Hiparco (190-126 a.C.) – é o astrónomo mais notável da Antiguidade.
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2.2.2. Época romana

Os romanos compilaram e desenvolveram os conhecimentos geográficos dos gregos, de


entre os quais podemos destacar:

 Estragão (64 a.C-21 d.C.) – historiador e viajante, elaborou a obra geografia;


 Ptolomeu (90-168bd.C) – considerado o último dos grandes geógrafos da
Antiguidade, foi também astrónomo e matemático e autor de várias obras,
destacando-se de entre estas Geographike Syntaxis.

2.3. A geografia na era moderna

Na era moderna, a geografia deixou de ser descritiva e começou a apresentar


explicações para os fenómenos e favos geográficos. Os principais fundadores da
geografia moderna são:

 Alexandre von Humboldt (1769-159) – naturalista e geógrafo alemão, era


dotado de um excelente sentido de observação e foi autor da obra Cosmos;
 Karl Ritter (1779-1859) – professor universitário, relacionou a história e a
geografia.
Com Humboldt e Ritter foram fixados os objectivos da geografia moderna,
nomeadamente:

 Determinar as relações entre os três estados da matéria: gasoso, líquido e sólido


e a sua evolução;
 Localizar fenómenos na sua extensão e dimensão espacial;
 Encarar a natureza e os seus fenómenos na sua diversidade, realidade, extensão e
conexão, e não como algo morto.

2.4. Geografia Quantitativa ou Nova Geografia

A Nova Geografia representa o surgimento de uma nova forma de trabalhar e pensar a


geografia. Esta mudança se deve às drásticas transformações que o mundo passou após
o 2aGuerra Mundial, que gerou grande impacto económico e social em todo o mundo.
Foi preciso reconstruir as cidades não só em seus aspectos físicos, mas também sociais,
económicos e a moral também (ANDRADE, 1987).

Os geógrafos passaram a realizar levantamentos sobre a distribuição das actividades


económicas e populacional por vários países, daí veio a possibilidade de planejar uma
melhor distribuição e localização das indústrias, da agricultura e da comunicação. Com
isso intensificaram as pesquisas em dados estatísticos que também contribuiu para os
economistas e planeadores (ANDRADE, 1987).

Diante das transformações espaciais, dos meios naturais, o desenvolvimento urbano e


industrial, contribuiu para um novo olhar sobre a noção de paisagem, não sendo mais
tratada como na geografia tradicional. Neste novo paradigma contemporâneo, ela
passou a ser tratada com sistema espacial ou organização espacial. As organizações
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espaciais se ligam com as actividades relacionadas entre o homem e o meio


(CHRISTOFOLETTI, 1976).

As relações entre o homem e o meio estão consideradas mais no conjunto dos


processos responsáveis pela elaboração das organizações espaciais que na
observação do visível. Deslocou-se o ponto central de considerar a paisagem
como elemento concreto e objectivo que expressava essa relação, para salientar
essa relação humana (CHRISTOFOLETTI, 1976, p. 82).

2.5. Geográfia Crítica

A partir da década de 60, geógrafos expressaram suas preocupações com a questão


social, fazendo fortes críticas ao modo de produção capitalista, resultando na Geografia
Crítica ou Radical. Estes geógrafos que tecem fortes críticas às injustiças sociais,
tendem a buscar as causas e resolução destes problemas. A denominação crítica se deve
por assumirem esta posição com compromisso, sem “esconder-se sob falsas
neutralidades” (ANDRADE, 1987, p.22).

A influência do modo de produção na formação e caracterização do espaço exerce forte


influência na história e na sociedade, que Santos (1996) chama de determinação
histórica. Este processo de produção pede uma nova disposição dos objectos espaciais
geográficos, bem diferentes da que existia anteriormente. A acção do modo de produção
no espaço resulta em

(...) arranjo espacial dos modos de produção particulares. O <valor> de cada


local depende de níveis qualitativos e quantitativos dos modos de produção e da
maneira como eles se combinam. Assim, a organização local da sociedade e do
espaço reproduz a ordem internacional (SANTOS, 1974 apud CASTRO, 2002,
s.p.).

As transformações espaciais provocadas pelo modo de produção capitalista,


aumentaram a diferenciação dos lugares, se fazendo dinâmico, capaz de se transformar
com mais frequênciae velocidade, isso faz com que a configuração regional anterior
perder sua validade. Como aponta Santos

o espaço se torna mundial, o acúmen se redefine, com a extensão a todo ele do


fenómeno de região (...) as regiões são o suporte e a condição de relações
globais que de outra forma não se realizaram, (...) o que faz a região não é a
longevidade do edifício, mas a coerência funcional que a distingue das outras
entidades vizinhas ou não (SANTOS 1996 apud CASTRO, 2002, s.p.).

A geografia crítica analisa e trabalha a região, de modo bem diferente nas escolas
geográficas que a antecedem, rompendo com o naturalismo da geografia clássica. “Na
realidade, por todos os impasses conceituais e metodológicos da dimensão regional dos
fenómenos, a região deixou de ser um problema para uma parte importante da
comunidade geográfica” (CASTRO, 1993 apud CASTRO, 2002, s.p.).
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2.6. Geografia Humanística

A geografia Humanística se caracteriza pelo modo de analisar a relação do ser humano


com a natureza, entender o sentimento e ideias que as pessoas têm do lugar e do espaço.
O humanismo é definido como:

Uma visão ampla do que a pessoa humana é e do que pode fazer. (...) O
humanismo luta por uma visão mais abrangente. (...) A geografia Humanística,
tenta especificamente entender como as actividades e os fenómenos geográficos
revelam a qualidade da conscientização humana (TUAN, 1976, p. 144 -146).

Esta geografia realiza estudos a cerca da percepção que as pessoas têm do lugar,
observando que há diferença de percepção entre os indivíduos, com isso pode-se dizer
que cada sujeito age de forma diferente nos lugares, de acordo com os valores sobre o
mesmo, acções tais que reflectem no espaço social.

A percepção de cada lugar será realizada de forma diferente entre indivíduos,


sobretudo quando oriundos de classes diferentes – os valores sociais variam de
uma classe a outra – de origens diferentes – se oriundos do campo ou da cidade
– e de nações e culturas diferentes. Não haveria assim uma concepção de
espaço, quando se passasse do individual ao social, mas uma superposição de
espaços para o mesmo lugar (ANDRADE, 1987, p.113).

A denominação geografia humanista se deve ao fato dos geógrafos que seguem esta
perspectiva estudarem os sentimentos, valores, significados e propósitos do homem com
o espaço em que vive. Já o lugar é caracterizado como aquele em que o sujeito se
familiariza e integra, ele faz parte do seu mundo e relaciona-se com as afinidades
afectivas que a pessoa possui pelo lugar,

aGeográfia Humanística procura valorizar a experiência do indivíduo ou do


grupo, visando compreender o comportamento e as maneiras de sentir das
pessoas em relação aos seus lugares. Para cada indivíduo, para cada grupo
humano, existe uma visão do mundo, que se expressa através das suas
actividades e valores para com o quadro ambiente. É o contexto pelo qual a
pessoa valoriza e organiza o seu espaço e o seu mundo, e nele se relaciona. (...)
O lugar não é toda e qualquer localidade, mas aquela que tem significância
afectiva para uma pessoa ou grupo de pessoas (CHRISTOFOLETTI, 1982, p.
22).

2.7. A geografia no renascimento

As grandes descobertas marítimas realizadas entre os séculos XV e XVI, os


descobrimentos, contribuíram para a recuperação do pensamento geográfico clássico.
Tais descobertas deveram-se essencialmente à utilização da bússola e do astrolábio.
Assim os factores de natureza cientifica, motivados pela influencia da ciência grega e
por Ptolemeu, existiram outros que contribuíram para que os descobrimentos se
concretizassem e que passaremos a enunciar:
Factores de natureza técnica – estão relacionados com o desenvolvimento da navegação
marítima e da astronomia, nomeadamente a navegação em alto-mar com a utilização da
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caravela, pois a vela triangular permitia navegar contra o vento, da bússola, do


astrolábio e dos portulanos, que substituíram os périplos;
Factores de natureza comercial – a procura de novas rotas ou caminhos para a
promoção de trocas comerciais;
Factores de natureza religiosa – a propagação do cristianismo.
Os descobrimentos são essencialmente obra de povos costeiros europeus, destacando-se
inicialmente os Portugueses e os Espanhóis, em seguida os Franceses, os Ingleses e os
Holandeses. Os mais notáveis dos descobrimentos foram:

 Cristóvão Colombo que descobriu um novo continente – a América (1492);


 Vasco da Gama, que descobriu o caminho marítimo para Índia, contornando o
continente africano 1479-1498);
 Pedro Alvares Cabral, que descobriu o Brasil (1500);
 Fernão de Magalhães, que fez a primeira viagem de circum-navegação à volta da
terra (1519-1522).

Considera-se que obra de Ptolemeu encerra a primeira etapa do desenvolvimento da


geografia, uma vez que a execução de mapas entrou em declínio até ao século XIV.
Bernardo Vrenio (1620-1658), em 1650, através da sua obra geografia geral, apresenta a
estrutura da geografia como disciplina científica. Distingue claramente dois ramos da
geografia: a geografia geral e humana.
Entre os séculos XVII e XIX, observa-se um amplo movimento de exploração dos
oceanos, de produção de material cartográfico, de desenvolvimento das ciências físicas
e naturais e das ciências do homem, que vão preparando o caminho para a emergência e
desenvolvimento da geografia moderna.
No século XVIII, destacam-se as viagens de James Cook e a expedição de La Perousse
no oceano Pacifico. O século XIX é considerado o século das expedições ao interior dos
continentes, marcando profundamente o desenvolvimento do conhecimento geográfico.
Kant (1724-1804) foi um filósofo na ciência contemporânea e também foi professor de
geografia. Ao estudar a classificação e a separação das ciências, apresentou a divisão
das mesmas da seguinte forma: ciências sistemáticas (biologia, geologia e outras),
ciências históricas e ciências geograficas.
2.8. A geografia na idade média

A idade média, também conhecida por idade das trevas, é marcada pelo recuo do
conhecimento científico na Europa. Isto deveu-se à influência e predominância das
explicações religiosas sobre as explicações científicas, de tal modo que as respostas às
questões colocadas pelos estudiosos deixaram de ser dadas pela ciência e passaram a ser
dadas pela bíblia.
Embora na idade média o conhecimento geográfico tenha conhecido uma relativa
estagnação na Europa ocidental, confinado ao domínio eclesiástico, foram produzidos
os mapas OT (orbis terrarum).
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O povo árabe adoptou os conhecimentos greco-romanos e aperfeiçoou-os, traduzindo do


grego a obra de Ptolemeu. Destacam-se também os viajantes árabes Al-Idrisi e Ibn-
Batutha que contribuíram para o desenvolvimento do conhecimento geográfico e da
cartografia.
O desenvolvimento da navegação marítima conduziu ao abandono da cartografia
religiosa e ao regresso à cartografia, real e utilitária. Surgiram, então, os mapas
portulanos, que introduziram a rosa-dos-ventos, onde se procurava assinalar com
exactidão os acidentes geográficos, como, por exemplo, cabos, baias e rios.
2.8.1. As viagens de pela Asia

As viagens atraves do continentes aiaticos que deram a conhecera Europa novas regioes
e povos, assim como as civilizacoes muito antigas, ficaram celebres devido aos relatos
escritos deixados por alguns daqueles que a realizamː Plano Carpinio, Guilherme
Rubrouck e Marco Polo.

As famosas cruzadas da idade media,levadas ao cabo por quase todos os reis europeios
com o falso argumento de libertar a Terra Santa ( Jesrusalem), nao trouxeram nenhuma
nova descobertageografica, mas merito de reativarem o comercio do mundo
merititeranico com o oriente, que durante muito tempo teve partes encerradas,
particularmente para Veneza e Génova, os dois potentados comerciais na altura, de toda
Europa.

2.9. Evolucao ds conhecimentos geograficos entre os seculos XV e XVIII

Foi durane os primeiros anos do seculo XV que influencienciaaa da religiao sobre o


conhencimento da terra, que marcou toda a idade media, começou a perder terreno e a
ser, gradualmente abandonada. Um dos primeiros sintomas desta nova tentencia
revelou-se pela traduçao,do arabepara o latim, da obra do Ptolomeu (1406),na qual foi
difundida, graças as descoberta da imprensa, por toda a Europa.

A ideia sobre a forma da terra e sua cartolografia sofreram uma profunda alteraçao, pois
foi uma retomada a esfericidade, ja defendida e provocada na Antiguidade, mas
abandonada na idade Media por imposiçao religiosa.

Nos finais do seculos XIV e XV, sao os das grandes viagens por mar. Ao mesmo
temopo que se vao descrevendoas novas regioes, aprefeçoam-se os mapas, tornando-os
cada vez mais exactos, o que veio permitir navegar em pleno alto mar. A concpcao
geografica ao mundo mudou mais rapidamente no primr«eiro quartel do seculo XVI do
que em quelqueroutra epoca.

Para as medicoes de latitudes surfe um novo instrumento: astrolabios. Contudo,para a


medida da longitude continuam a persistir os erros da Ptolomeu.
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3. Geográfia como um Sistema de Ciências

A Geografia é uma ciência que foi construída, ou desconstruída, ao longo dos anos. Isso
ocorreu pelo fato de que, ao longo do tempo, essa ciência passou por diversas alterações
em relação às correntes filosóficas e aos processos históricos vividos pelas sociedades.
Ao longo de toda essa transformação, os conceitos-chaves que norteavam o estudo da
Geografia renovaram-se, alterando a abrangência dessa área de estudo. Região,
território, lugar, paisagem e espaço são os principais conceitos-chaves que fizeram parte
dessa (des)construção.

A Geografia ficou conhecida como Geografia Tradicional do período que se estendeu de


1870, quando essa ciência foi institucionalizada nas universidades europeias, até 1950.
Nesse período, foram privilegiados os conceitos “região” e “paisagem” como objeto de
estudo da Geografia. Portanto, o espaço, nesse momento, não era um conceito-chave
para o estudo geográfico.

Em meados dos anos 50, no período pós-guerra, no qual o mundo experimentava o


aparecimento de diversos avanços tecnológicos, surgiu uma nova geografia. Nesse
período, o conceito-chave “espaço” passou a orientar o pensamento geográfico. Todo o
estudo geográfico anterior a essa época pregava a neutralidade, sem se preocupar com
os problemas sociais, pois acreditavam que esses problemas não deveriam ser estudados
por geógrafos.

Surgiu, então, o que ficou conhecido como Geografia Crítica, que acreditava que os
geógrafos deveriam engajar-se politicamente, ou seja, não desvincular a produção
científica do contexto histórico. O espaço, então, passou a ser visto como espaço social,
no qual se estabelecem as relações entre a sociedade e o meio. "

4. Relação da Geográfia e outras Ciências

A Geografia estuda e partilha matérias que são do domínio de outras ciências naturais e
humanas ou sociais, das quais se diferencia pelos objectivos de estudo.

Deste modo, mantém relações estreitas com a Meteorologia para obter explicações
sobre o comportamento da atmosfera e dos climas; com a Biologia pode colher
informações sobre os seres vivos; com a Pedologia, obtém conteúdos sobre a origem
dos solos, sua composição e características; com a Hidrologia permite entender a génese
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dos recursos hídricos, rios, lagos, mares, oceanos e a sua distribuição geográfica; e em
relação à Geologia, obtém conhecimentos sobre estruturas geológicas, rochas e relevo.

Com a Geografia Económica estabelece relações económicas que lhe fornecem matérias
para o seu estudo do ponto de vista espacial dos fenómenos económicos. Por isso, os
geógrafos falam simultaneamente da Geologia, da Sociologia, da Climatologia, da
Economia, da Demografia, da Hidrologia, da Etnologia e da Botânica, mas este facto
não retira à Geografia o seu carácter espacial e de síntese.

Ao geógrafo interessa saber onde se localizam os fenómenos, a razão da sua


localização; que consequências dai derivam e como pode encontrar, as alternativas
espaciais a ser tomadas nas decisões políticas e económico-sociais para o benefício da
humanidade.

Resumindo a Geografia é uma ciência de síntese que estuda os fenómenos físicos e


humanos do ponto de vista espacial ou de distribuição territorial, tomando em conta as
diversas correlações com outras ciências.

4.1. Divisões da Geografia

A Geografia é a ciência que estuda o espaço geográfico, isto é, aquele espaço o qual o
ser humano transforma e se relaciona. Ela se preocupa também em estudar a relação
entre as atividades humanas e o meio natural.

Ao longo de sua história, a Geografia dividiu-se em duas frentes principais, aquela que
se preocupa em estudar o espaço em sua totalidade – também chamada de Geografia
Geral – e aquela interessada em estudar os eventos particulares – conhecida
por Geografia Regional.

Apesar de os mais diferentes autores dividirem a Geografia com base em outros


critérios, a distinção acima é atualmente a mais aceita no meio acadêmico, de forma que
as demais divisões estariam inseridas dentro dessa mais genérica. Assim, a Geografia
Geral estaria subdividida em Geografia Humana e Geografia Física, enquanto a
Regional, em tese, não entraria nessa divisão, pois ela teria o método de abordar os
conhecimentos naturais e os humanos ao mesmo tempo.

Foi preocupação para os geógrafos estabelecer a divisão da Geografia em ramos de


estudo específicos, tendo em conta a multiplicidade das matérias de estudo desta
ciência. Observe o organograma a seguir:
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Climatogeografia

Geomorfologia

Física Hidrogeografia

Biogeografia

Pedogeografia
Geografia
Geografia da População

Geografia Agrária

Humana Geografia da Indústria

Geografia dos Transportes

Geografia Urbana

Dos vários tipos de classificação e divisão da Geografia merecem destaque os trabalhos


de: Fenneman (1919); Chorlley (1942).

Como podemos notar, existem subáreas tanto no aspecto humano da ciência geográfica
quanto no aspecto físico. A seguir, tentaremos fazer uma breve explanação sobre cada
uma dessas subáreas.

Geografia Urbana: estuda a formação e crescimento das cidades e aglomerações


urbanas, em suas inter-relações hierárquicas e em rede.

Geografia Agrária: preocupa-se com a produção e a transformação, sejam através das


práticas de uso do solo, sejam através das relações comerciais e sociais que interferem e
modificam as relações entre campo e cidade.

Geoeconomia: estuda a produção do espaço causada por transformações econômicas,


como a adoção de um modelo de desenvolvimento, a industrialização e outros
processos.

Geografia Política: estuda as transformações políticas no espaço geográfico, tanto em


âmbito nacional quanto em âmbito inter-regional.

Geografia Cultural: preocupa-se em identificar e compreender as práticas culturais,


bem como a relação entre essas e o espaço geográfico.

Geografia da População ou Demografia: estuda a distribuição, crescimento e


condições de vida das populações humanas.
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Geomorfologia: é área da Geografia que estuda as formas de relevo e suas dinâmicas. É


uma área interdisciplinar, sendo também uma filiação da Geologia.

Climatologia: estuda as transformações climáticas e seus impactos sobre o meio ao


longo do tempo. Diferente da meteorologia, não se restringe a estudar somente o tempo,
mas o clima como um todo.  

Biogeografia: é uma subárea da Geografia que se relaciona à Biologia. Estuda a


distribuição e regionalização das formas de vida natural no espaço.

Hidrogeografia: estuda a dinâmica superficial das águas, procurando entender a sua


distribuição, a dinâmica dos cursos d’água e as técnicas de aproveitamento e
conservação dos recursos hídricos.

Geocartografia: é a área da Geografia tangente à Cartografia. Preocupa-se em produzir


ou modificar mapas cartográficos a partir de estudos temáticos, geralmente vinculados a
uma ou mais áreas acima mencionadas.
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5. Conclusão

O desenvolvimento das ciências geográficas ao longo dos séculos tem sido fundamental
para compreendermos e interpretarmos o mundo em que vivemos. A Geografia evoluiu
desde suas origens, passando por diversas correntes e teorias, e incorporou avanços
conceituais e metodológicos que moldaram o pensamento geográfico. A
interdisciplinaridade desempenha um papel importante na Geografia, estabelecendo
conexões e diálogos com outras ciências, como Geologia, Biologia e Sociologia, para
abordar os complexos sistemas soca ambientais.

Ao analisar o desenvolvimento das ciências geográficas, percebemos como as


contribuições de pensadores e estudiosos ao longo da história enriqueceram o campo,
trazendo novas perspectivas e abordagens para compreender o espaço geográfico. A
evolução do pensamento geográfico reflecte não apenas mudanças conceituais, mas
também transformações sociais, políticas e tecnológicas que influenciaram a forma
como estudamos e interpretamos o mundo.

Em conclusão, o desenvolvimento das ciências geográficas nos oferece uma base sólida
para analisar e interpretar o mundo ao nosso redor. Através do estudo da evolução do
pensamento geográfico e da relação da Geografia com outras ciências, somos capazes
de compreender os desafios e oportunidades do mundo contemporâneo, contribuindo
para a construção de um futuro mais sustentável e equitativo. A Geografia, como
disciplina interdisciplinar, continua a desempenhar um papel crucial na busca por
respostas e soluções para os problemas que enfrentamos globalmente.
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6. Referencias Bibliográfica

ANDRADE, Manuel Correia de. Geografia, ciência da sociedade: uma introdução à

análise do pensamento geográfico. 2.ed.São Paulo: Atlas, 1992.

ADAS, Melhem. Geografia: Noções Básicas de Geografia. Volume 1. 3º ed. – São


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análise do pensamento geográfico. São Paulo: Atlas, 1987. P.143.

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Nacional. 1971.

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