Relação entre abordagem e componente temporal

Perceber a relação existente entre abordagem histórica e componente temporal, é de extrema

importância, antes de tudo lembrar que a contagem do tempo na história varia com as
mudanças e evolução de cada povo, sociedade e época.

Todos sabem que a história se dedica ao estudo de ocorrências em um determinado tempo e

espaço. No entanto no acto de reconstrução histórica, os historiadores recorrem no tempo,
para evitar que a história se torne um conjunto de acções confusas.

Os antepassados contavam o tempo usando métodos diferentes aos usados na actualidade,

variando de pais para pais, de nações para nações, região para região.

Para Braudel (1997) o tempo é uma das bases fundamentais da história. O homem junto com
o tempo em sociedade compõe a própria história e o historiador se apropriar do tempo para
datar as suas pesquisas e acontecimentos neles estudados.

Bloch (2001) sendo ainda a temporalidade, como produção humana, é uma ferramenta da
história, mais visível expressa em calendário e cronologias, demarcando os anos e séculos, e
situando os acontecimentos ajudando a organizar as narrativas históricas para facilitar o
entendimento da passagem do homem pelo tempo

Braudel propôs teorizações fundamentais quanto à percepção temporal e cronológica da

história, propondo uma tripartição que estabelecia:

 O factual, como sendo o que possui curta duração, e que ocorre a experiências de
indivíduos, insurreições, levantes;
 Conjuntural cíclico, factos e fenómenos que transcorrem em média duração; tais
como ciclos económicos, ditaduras, regimes políticos; e
 Longa duração: o que praticamente não se percebe mudar, que é imóvel, que é
arcado por permanências e continuidades, o tempo da natureza. 

Em diante, propôs a percepção de três temporalidades históricas:

 Curta duração: o evento, efémero que se circunscrevia no campo da política do

indivíduo;
 Média duração: a conjuntura, que diz respeito à temporalidade das relações e
instituições sociais;
  Longa duração: se refere ao ambiente geográfico, aos ciclos da natureza, e a lentidão
dos processos geológicos, pela qual o autor reclamava prioridade.

Referencia

Baudel, F. (s/d). Escritos sobre história.