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27/03/2019 Entrevista > Ubiraci Espinelli Lemes de Souza | Construção Mercado

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Edição 84 - Julho/2008 Cadastre-se e escolha os informes
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Produtividade no canteiro APLICATIVOS


Para Ubiraci Espinelli, professor da Poli-USP, ter um Marcelo
canteiro produtivo é uma das principais formas de as Scandaroli
construtoras se diferenciarem na acirrada competição
do setor. Ubiraci Espinelli
Produtividade no canteiro Lemes de Souza é
Como lidar com custos de construção crescentes e doutor em
margens ainda mais apertadas? engenharia pela
Conhecendo a produtividade! Se o custo por homem- Pennsylvania State
hora e os preços dos insumos estão subindo, tenho que University e
diminuir o indicador de uso da unidade, sendo professor da Epusp
produtivo. Quanto você acha que a Cytec ou a Cyrela (Escola Politécnica
economiza por comprar grandes volumes de materiais? da Universidade de
Quase nada. Mas quantas horas uma ou outra gasta São Paulo) desde
para fazer o revestimento de fachada pode variar de 1984. Pesquisador
0,4% a 2,5%. A produtividade é o que faz a diferença no na área de gestão
mercado hoje. E para conhecê-la é preciso medir. dos recursos físicos,
presta consultoria
Quais os principais aspectos das metodologias de sobre produtividade
análise da produtividade?
Pode-se utilizar indicadores de produtividade de
revestimento, de fachada com argamassa, e então tratar esses números
estatisticamente para entender que detalhes de projetos levam a uma melhor ou pior
produtividade. Com um indicador de perda de concreto, o gestor terá um gráfico que
mostra se a sua perda está diminuindo ou aumentando. Aí, é só investigar o que foi
feito de bom e de ruim e tomar a decisão. O importante é saber interpretar os dados
coletados.

E quem faz essa interpretação?


A análise da produtividade tem que estar na mão de gente que sabe usar fortemente
essa ferramenta e transformá-la em decisões na obra. Há empresas que chegam a ter
departamentos que lidam estatisticamente com isso. Dou consultoria à Cytec, que
montou um departamento de planejamento, produtividade e pesquisa. Eles estão
estudando muito o segmento supereconômico e avaliam o terreno com base em
indicadores que medem o que eles podem construir e com qual produtividade. Eles,
então, montam um cenário e tomam a decisão.

Que indicadores são esses?


Vão desde indicador de homem-hora/m2 de alvenaria, m3 de concreto/m3 de
estrutura executada (para medir a perda de concreto), horas de grua/m2 de
pavimento produzido, até m2 de alvenaria/m2 construído. Como meço a tal perda de
concreto? É só introduzir, como procedimento de execução, a soma dos valores de
concreto mostrados nas notas fiscais. Depois, basta comparar com o volume usado no
orçamento para fazer aquele pavimento. É algo que demora dois minutos, mas que te
fornece um indicador de eficiência.

Quais são os sistemas construtivos mais produtivos nas construções econômicas e


de alto padrão?
Nas construções econômicas e supereconômicas, grande parte das empresas tem
corrido para a alvenaria estrutural, que gasta menos homem-hora/m2 se comparada à
estrutura de concreto armado com alvenaria de vedação. Esse é o paradigma (a ser
batido) no segmento, que também está procurando alternativas como paredes
moldadas de concreto, paredes moldadas pré-fabricadas e estruturas metálicas. No
alto padrão, mesmo com as estruturas de concreto armado, já se fala em lajes mais
planas, com menos vigas.

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Mas ainda há margem para ganhos de produtividade e redução no consumo de
materiais no sistema de alvenaria estrutural?
Certamente. Hoje as discussões são por 0,2% de diferença no custo. Há muitos fatores
que modificam a produtividade. A laje é moldada in loco? Com fôrma de madeira ou
de alumínio? As esquadrias já vêm fixadas com vidro? No caso de parede moldada de
concreto, qual o concreto devo usar? De densidade normal ou mais leve? E assim por
diante.

A retomada dos investimentos na construção civil nesse último ano tem impactado
a produtividade da construção civil?
A produtividade não está piorando. Há um esforço ainda maior das empresas em
tentar melhorar.

Segundo estudo realizado pela McKinsey, no Brasil a produtividade da construção


residencial corresponde a 35% daquela verificada nos Estados Unidos. Como o
senhor avalia essas comparações?
A entrada e a saída do indicador deles têm a ver com o que eles chamam de "valor
agregado": quanto você vende dividido pelo esforço para fazer o metro quadrado. Isso
mistura alguma coisa que vai além da eficiência na produção dentro da obra. Se o
operário brasileiro tivesse os mesmos materiais, projetos e equipamentos do operário
americano, ele teria a mesma produtividade. A produtividade brasileira é menos
culpa do operário e mais do gestor, que não cria as condições favoráveis para fazer
com que sua equipe renda o que pode render.

Por Mirian Blanco


Construção mercado 84 - julho 2008

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