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Anatomofisiologia da Pele e Bioquímica

do Envelhecimento

Prof. Dr. Marco Aurélio dos Santos Silva


CV Lattes: http://lattes.cnpq.br/972702924503246
Formação

Prof. Dr. Marco Aurélio dos Santos Silva


CV Lattes: http://lattes.cnpq.br/972702924503246
Funções

Defesa
• Proteção mecânica, microbiológica e fisiológica;

Termorregulação
• Regulação da temperatura corporal;

Função sensorial
• Recepção de estímulos (de calor, frio, tato, pressão,
dor);

Síntese
• Produção de melanina, queratina, colágeno, elastina e
vitamina D.
O que vamos estudar?

HIPODERME

Gartner, 2018
Pele

30 mil células substituídas por dia

Regeneração completa em 21 dias

Maior órgão do corpo humano


(12-16% do peso corporal)

Mede ~2 m²

Pesa de 3 – 4 Kg no adulto
... Qual é a
espessura
da pele?
Espessura

Pele Espessa
(até 3 mm)
Camadas córnea e espinhosa desenvolvidas
Presença de camada lúcida
Glândulas sebáceas e folículos pilosos ausentes
Palma da mão e planta do pé

Pele Fina
(1 a 2 mm)

Camada córnea pouco desenvolvida


Ausência da camada lúcida
Presença de anexos

Histologia básica: texto e atlas / L. C. Junqueira, José Carneiro; autor-coordenador Paulo Abrahamsohn. – 13. ed. - [Reimpr.]. - Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
Aplicabilidade Microagulhamento

Leve Moderada Profunda


(0,25 – 0,5 mm) (1 – 1,5 mm) (2 – 2,5 mm) Injúria

0,25 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 Agulha


(mm)

Epiderme

Derme

Subcutâneo
A pele é estruturada como uma
casa construída

Epiderme Cobertura
(Lajes e Telhado)

Derme Estrutura
(Pisos e Paredes)

Tecido adiposo

Músculo Fundação
(Base)
Osso
Tecidos que sustentam a pele

Pele

Tecido adiposo
Tecido muscular

Tecido ósseo
Perda da Base com envelhecimento

Ruga
Flacidez

SUSTENTAÇÃO
Epiderme e Derme
Características maiores das camadas
Epiderme é a camada mais superficial, avascularizada, constituída por queratina, tem
cerca de 100 μm de espessura dividida em estratos.

Córneo
Granuloso

Epiderme
Espinhoso

Basal

Papilar
Derme
Reticular

Subcutâneo

Derme é responsável pela resistência estrutural da pele. Constituída por tecido


conjuntivo denso, divide-se em derme papilar (mais superficial) e reticular (mais
profunda) e é nesta que se situam os anexos cutâneos, vasos sanguíneos e linfáticos,
receptores sensoriais, glândulas, músculos lisos e folículos pilosos.
Peeling
“Aplicação de agente químico sobre a pele, que pode provocar a destruição
controlada não só de parte ou da totalidade da epiderme, como também de
parte da derme, levando à esfoliação com remoção de lesões, seguida pela
regeneração de novos tecidos”.
Khunger N. Standard guidelines of care for chemical
peels. Indian J Dermatol Venereol Leprol. 2008;
74(Suppl):S5-12.
Classificação do Peeling
Muito superficiais:
Removem o extrato córneo − (0,06mm);

Superficiais:
Provocam esfoliação epidérmica da camada granulosa
até a basal (0,45mm);

Médios:
Atingem a derme papilar (0,6mm)

Produndos:
Atingem a derme reticular média (0,8mm).
Epiderme
A epiderme é composta de quatro tipos de células: queratinócitos, melanócitos,
células de Langerhans e células de Merkel. Cerca de 95% das células da
epiderme são queratinócitos e sua morfologia é responsável pelas
características das cinco camadas. Os queratinócitos formam as camadas da
epiderme.
EPIDERME
Impermeabilidade de água ●
Camada granulosa

+ Células Resistência e Elasticidade ●


Queratina – Queratinócitos
- Matriz extracelular (MEC) Pigmentação ●
Melanina – Melanócitos

Gartner, 2018
Epiderme
Queratinócitos

Gartner, 2018
Queratinócitos
Proteína: Queratina

Organização: estratos ou camadas

Função: Queratinização

© Elsevier. Kierszenbaum: Histology and Cell Biology: An Introduction to Pathology. – www.studentconsult.com


Queratinização
Neste estrato superficial há uma quantidade de água muito menor, cerca de 7 a 15
% sendo compensada pela quantidade de queratina. Sendo um estrato em constante
descamação sofre uma renovação celular a cada 27 dias (aproximadamente).

© Elsevier. Kierszenbaum: Histology and Cell Biology: An Introduction to Pathology. – www.studentconsult.com


Estrato ou Camada Basal
• Células: Queratinoblastos, melanócitos e células de Merkel
• Camada mais profunda da epiderme;
• Contem 70% de água (semelhante a derme)
• Rica em cisteína que ao ser oxidada forma cistina para síntese de queratina que
confere resistência).

© Elsevier. Kierszenbaum: Histology and Cell Biology: An Introduction to Pathology. – www.studentconsult.com


Estrato ou Camada Espinhosa
Camada mais espessa da epiderme onde o queratinoblasto se diferencia em
queratinócito
Rica em Filamentos intermediários de queratina – tonofilamentos
Aspecto espinhoso: expansões citoplasmáticas unidas com as das células vizinhas
através dos desmossomos - Coesão entre as células e resistência ao atrito

© Elsevier. Kierszenbaum: Histology and Cell Biology: An Introduction to Pathology. – www.studentconsult.com


Estrato ou Camada Granulosa
• 3 a 5 camadas de queratinócitos achatados da camada espinhosa que migraram
para superfície  barreira impermeável da epiderme. Constituídas por querato-
hialina.
• Grânulos revestidos por membrana – grânulos lamelares, que são liberados no
espaço extracelular por exocitose (substâncias lipídicas)

© Elsevier. Kierszenbaum: Histology and Cell Biology: An Introduction to Pathology. – www.studentconsult.com


Estrato ou Camada Lúcida

Células achatadas (Sem núcleo) - Filamentos de querato-hialina disperso e


queratina densamente compactas
Pele da palma da mão e planta dos pés

© Elsevier. Kierszenbaum: Histology and Cell Biology: An Introduction to Pathology. – www.studentconsult.com


Estrato ou Camada Córnea
• Camada mais superficial, 20 a 25 camadas de células achatadas, anucleadas,
desidratadas, mortas e unidas (Intensamente queratinizadas).
• Células descamadas cuja queratina confere elasticidade e resistência.

© Elsevier. Kierszenbaum: Histology and Cell Biology: An Introduction to Pathology. – www.studentconsult.com


Epiderme
Melanócitos

Gartner, 2018
Melanócitos
• Localizados na camada basal da epiderme ou na junção dermo-epidérmica.
• Responsáveis pela produção de melanina
• O aa Tirosina é transportado preferencialmente para dentro dos melanossomas, onde a
tirosinase a converte em melanina
• Tirosinase é ativada pela luz ultravioleta

Junqueira & Carneiro, 2018.


Melanina
Luz UV

Peeling – Indicado para tratamento de manchas


causando homogeneidade da tonalidade da pele

Junqueira & Carneiro, 2018.


Epiderme
Células de Langerhans
• Células ramificadas (Dispersas em toda epiderme)
• Localizadas entre os queratinócitos – prolongamentos
• São células que fazem parte do Sistema imunológico mononuclear fagocitário
• Fagocitam e processam antígenos estranhos e apresentam aos linfócitos T

O Peeling de 0,06 mm compromete a função


dessas células e a proteção cutânea?

Gartner, 2018
Células de Langerhans
(Imunohistoquímica para S100p)

O Peeling de 0,06 mm compromete a função


dessas células e a proteção cutânea?

Elas apresentam núcleo denso e citoplasma pálido.


Observem que elas estão mais presentes na epiderme da pele
Epiderme
Células de Merkel
• Localizada na camada basal da epiderme
Célula Merkel + terminação nervosa = Complexos Células de Merkel-Axônio.
Células mecanorreceptoras (ponta dos dedos)

Gartner, 2018
Junção dermo-epidérmica
Como estrutura de união entre a epiderme e a derme existe a lâmina dermo-
epidérmica constituída por papilas e sintetizada na camada basal, esta permite a
nutrição da epiderme (ascendente) e a entrada de substâncias para a derme
(descendente). Estas papilas permitem sobretudo aumentar a área de superfície de
contato entre camadas (Seeley, et al., 2003, Silverthorn, 2010).

São projeções do tecido conjuntivo da


derme, que acompanham as reentrâncias
correspondentes da epiderme
Junção dermo-epidérmica

Papilas dérmicas
Aumenta a área de contato entre derme e epiderme

Junqueira & Carneiro, 2018.


Derme
70% de água e os restantes 30% correspondem a fibras de colágeno e de elastina
Glicosaminoglicanos (GAG’s)
São capazes de absorver água (higroscópicos) a fim de manterem a elasticidade e
hidratação da pele (Robert, et al., 2010)
Glicosaminoglicanos (GAG’s)
Ácido hialurónico, sulfato de condroitina, de dermatano e ceratano - Conferem
viscosidade, elasticidade e flexibilidade. Este sistema conjuntivo forma uma dispersão
coloidal que sustenta todos os anexos cutâneos presentes nesta camada (Seeley, et al., 2003,
Harris, 2009).
Características da Derme

Vascularizada ●
Plexos Vasculares

Flexibilidade, Elasticidade e Resistência●


Colágeno e Elastina
HIP
DERME
ODE
RME Glicosaminoglicanos ●
Retenção de água, hidratação e elasticidade
Ácido hialurônico
Sulfato de dermatano

HIPODERME Anexos cutâneos ●


Glândulas sudoríparas e sebáceas
Folículo piloso
Derme tem muita MEC e pouca Célula

Derme
Junqueira & Carneiro, 2018.
Derme
Derme papilar ou superficial
(Tecido conjuntivo frouxo)

•Fibras de colágeno tipo I e tipo III


•Fibras do sistema elástico

Derme reticular ou profunda


(Tecido conjuntivo denso não modelado)

•Fibras de colágeno tipo I


•Fibras do sistema elástico

Junqueira & Carneiro, 2018.


Fibras de Colágeno
DERME PAPILAR

Camadas papilar e reticular da derme.

A camada papilar é constituída por tecido


conjuntivo frouxo e contém as papilas
dérmicas. A camada reticular é
constituída por tecido conjuntivo denso,
com feixes grossos de fibras de colágeno
tipo I. (HE. Pequeno aumento.)
DERME RETICULAR

Junqueira & Carneiro, 2018.


Silverthorn, 2017
Fibras Elásticas

Fotomicrografia de pele abdominal (pele fina)


corada para fibras do sistema elástico. Note que
a espessura das fibras se reduz gradualmente à
medida que elas se aproximam da epiderme. As
mais grossas são as fibras elásticas, as de
diâmetro intermediário são as elaunínicas, e as
mais finas, próximas à epiderme, são as fibras
oxitalânicas, que se prendem à membrana basal
localizada entre a derme e a epiderme.
(Coloração de Weigert. Médio aumento.)

Junqueira & Carneiro, 2018.


Fibras Elásticas

Pele em corte histológico grosso corado para mostrar as fibras do sistema elástico,
fotografado através de um filtro amarelo, para aumentar o contraste. Neste corte grosso,
pode-se observar que as fibras constituem um sistema contínuo (o que não é visível no corte
fino da Figura 18.11). (Coloração de Weigert. Médio aumento.)
Junqueira & Carneiro, 2018.
Bioquímica e homeostase cutânea
Fibras Colágenas e Elásticas
O colágeno é o tipo mais abundante de proteína do organismo,
representando 30% do seu peso seco.
Atividade enzimática – Metaloproteinases da Matriz (MMPs)
Como a atividade das MMPs e dos TIMPs
pode influenciar na homeostase cutânea?

MMPs = Metaloproteinases da Matriz  Enzimas Proteases


TIMPs = Inibidores Teciduais da MMPs  Antiproteases
MMPs vs TIMPs

TIMP TIMP

MMP-1 MMP-2
TIMP

Degradação do Fragmentos das


MMP-8
Colágeno Tipo I fibras colágenas

MMP-13 MMP-9

TIMP TIMP

Colagenases Gelatinases
MMPs vs TIMPs

TIMP

Degradação das Fragmentos das


MMP-12
Fibras Elásticas fibras elásticas

Metaloelastase
MMPs

MMP

Colágeno

Colagenase

Fragmento
Colágeno
Equilíbrio

Colagenase Inibidores
Colagenases
Degradação
Estímulo para ressíntese de colágeno

Ressíntese
Degradação Colágeno
Degradação
Fatores que estimulam a liberação de colagenases pelos fibroblastos
• Citocinas
• Hormônios
• Fatores de crescimento
• Estiramento
• Estresse de cisalhamento
• Estresse oxidativo
• Radiação Ultravioleta
• Radiação Infravermelha
• Calor
• Oxigênio
Estiramento e Fibroblasto
Vascularização da pele

Junqueira & Carneiro, 2018.


Plexos vasculares
2 plexos: superficial (derme papilar) e profundo (no meio da derme reticular)
3 plexos venosos: 2 nas posições descritas para as artérias e 1 na região média da derme.

© Elsevier. Kierszenbaum: Histology and Cell Biology: An Introduction to Pathology. – www.studentconsult.com


Resistência ao fluxo

ANSIEDADE

Silverthorn, 2017
Sistema linfático

Silverthorn, 2017
Linfáticos
CARBOXITERAPIA
O CO2 atua, sobretudo na microcirculação vascular, promovendo uma
vasodilatação e um aumento da drenagem veno-linfática.

Junqueira & Carneiro, 2018.


Inervação da pele
Inervação
Estímulos do meio ambiente

Terminações nervosas livres

Terminações nervosas encapsuladas


• Corpúsculo de Meissner

• Corpúsculo de Pacini

• Corpúsculo de Rufinni

© Elsevier. Kierszenbaum: Histology and Cell Biology: An Introduction to Pathology. – www.studentconsult.com


Terminações nervosas livres e encapsuladas

Epiderme e Derme Derme


Detecção de tato fino, dor, calor e frio Receptor de pressão e vibração

Derme Derme
Receptor de tato Receptor de tensão

Junqueira & Carneiro, 2018.


Massagem modeladora
Efeitos:

Epidérmicos
Descama indiretamente
Abertura de poros, deixa a pele mais hidratada e delicada

Dérmicos
Modela a derme reticular

Vasculares
Estimula aumento do fluxo sanguíneo - Melhora a oxigenação
Drenagem linfática

Hipodérmicos
Apresenta efeito lipolítico

Musculares
Melhora o tônus muscular
Anexos cutâneos
Anexos Cutâneos

Glândulas sudoríparas

Glândulas sebáceas

Folículos pilosos

Unhas
Exposição da
Físicos
pele agressores
extrínsecos
Biológicos

Químicos

Sensível
Mecanismos regulatório e de defesa da pele

Atividade dos melanócitos

Sudorese - Glândulas Sudorípara Ereção do pelo e Sebo Coceira (Prurido)

Filme Hidrolipídico (FHL)


Suor + Sebo
Glândulas sudoríparas
Produz e libera - Suor fase aquosa do filme hidrolipídico (FHL*).

Écrinas (merócrinas)
Função: Termorregulação
Desenvolvidas ao nascimento e estimuladas por
calor, exercícios e situações emocionais.

Apócrinas
Função: Termorregulação
Ativadas na puberdade e estimuladas situações
emocionais.

*FHL = Camada fina, à semelhança de uma película


protectora, complexo formado por substâncias sudoríparas +
sebáceas + agregados celulares da descamação do estrato
córneo. (Dictionnaire de Dermatologie Jean Civatte Editions CILF) Junqueira & Carneiro, 2018.
Glândulas Sebáceas
Produz e libera - sebo para a lubrificação do pelo e da pele (fase oleosa do FHL).

Ativada na puberdade por alterações hormonais desta fase, e podem ser estimuladas
pelo consumo de alimentos muito calóricos ricos em gorduras ou açúcares, mas
também pela testosterona endógena

Junqueira & Carneiro, 2018.


Filme Hidrolipídico

• Proteção contra desidratação


• Estabelecimento de uma barreira contra agressores externos
• Manutenção da acidez da pele, que tem um pH de 5 a 5,5
Perda de Água Transepidérmica
O processo de perda de água transepidérmica (TEWL ou “Transepidermal Water
Loss”) - liberação contínua de moléculas de água para a atmosfera pelo processo de
difusão e evaporação, sendo contudo um processo controlado.

Fatores que contribuem para a alteração a perda de água transepidermica


• Clima
• Gênero
• Idade
• Eventuais lesões cutâneas.

Tewameter®
Folículo Piloso

Durante a Depilação a Laser, a energia emitida é atraída pela pigmentação


(melanina) do folículo piloso, levando ao enfraquecimento e destruição.
Dependendo da área tratada, o procedimento pode durar apenas alguns minutos

Junqueira & Carneiro, 2018.


Músculo eretor do pêlo

Junqueira & Carneiro, 2018.


Diante de tanta informação, como
avaliar a pele?
Classificação da Pele

Existem vários métodos adotados de classificação da pele:

1. Classificação consoante a cor da pele

2. Classificação de Fitzgerald

3. Classificação do IBGE

4. Classificação consoante a textura da pele método este que divide a


pele em fina, normal e espessa

5. Classificação consoante as excreções. Adota-se esta por ser a mais


comum, usada também pela praticidade, mesmo restringindo-se a pele
facial (Neto, 2013, Roberts, 2009).
Pele Normal
É um termo largamente usado para se referir a uma pele balanceada. O
termo científico para pele saudável é eudérmica.

Pele normal tem:


• Poros finos
• Boa circulação sanguínea
• Textura aveludada, suave e lisa
• Transparência e frescor uniforme, cor rosada
• Sem manchas
Pele Seca
Pele incapaz de reter água no volume necessário, geralmente por
produção reduzida de lipídios na pele (necessários para reter umidade
e construir o FHL).

A pele pode ser seca:


• Desidratada - Perda excessiva de água transepidérmica
• Alípica - Redução da produção de lipídios

Pele levemente seca tem:


• Sensação de rigidez, sensibilidade, aspereza e com tonalidade mais opaca

Pele muito seca tem:


• Leve descamação ou áreas escamosas aspecto áspero e manchado (às
vezes parece ser precocemente envelhecida)
• sensação de rigidez
• possibilidade de coceira
• Mais sensível a irritação, vermelhidão e o risco de infecções.

Pele extremamente seca tem (mãos, pés, cotovelos e joelhos)


• Aspereza e rachaduras com tendência a formar frestas
• Calos, descamação e coceira frequente
Pele Oleosa
Alta produção de sebo desequilibrando o FHL.

A pele pode ser oleosa:


• Seborreica - Há uma predominância ou excesso da fase oleosa que
• Oleosa Desidratada - Há uma diminuição de fase aquosa.

Pele oleosa tem:


• Poros visíveis e aumentados
• Brilho excessivo
• Pele grossa e pálida: vasos sanguíneos podem não ser visíveis
• Propensão à cravos e acnes
Pele Mista
Pele seca + Pele oleosa

Face
• Tez - oleosa
• Bochechas - seca

Pele mista tem:


As partes mais oleosas da pele mista são causadas pela produção excessiva de
sebo. As partes mais secas de pele mista são causadas pela falta de sebo e ao
correspondente déficit de lipídios.
Envelhecimento
Envelhecimento

Processo de degeneração progressiva e diferencial, afetando todos os seres vivos


tendo como momento final a morte do organismo. Fases da vida: a fase de
crescimento e desenvolvimento, a fase reprodutiva e por fim, a fase de senescência
(fase de declínio funcional de qualquer organismo).
Envelhecer
↑ Degradação e ↓ Ressintese
Teorias

Endócrina
Desgaste

Longevidade
Programada

Reparação
Imunológica
do DNA

Cross-
linking
Mitocondrial
Radicais
livres
Processo Bioquímico e Morfológico do Envelhecimento
A pele sofre a perda ou alterações das suas funções normais. Por ser um órgão de
proteção e estando, constantemente exposta ao meio externo, acumula todas as
ações do meio ambiente, resultando em mudanças físicas, químicas e mecânicas

Segmentos da pele mais expostos a fatores estimuladores de


envelhecimento:

1. Face
2. Pescoço
3. Mãos

(Zouboulis e Makrantonaki, 2011).


Funções
comprometidas no
envelhecimento
Função de barreira permeável e proteção mecânica

Epiderme

• Redução da permeabilidade - Perda progressiva de lipídios do estrato


córneo devido a incapacidade de síntese de colesterol;

• Redução dos queratinócitos - Redução da capacidade de


queratinização e acúmulo de células na superfície, resultando em
espessamento cutâneo;
Cicatrização de Feridas e Renovação Celular

• Expressão desregulada de MMPs - Aumento da expressão (degradação


proteica) e redução da expressão (acúmulo de proteínas);

• Diminuição da Angiogênese - Desaparecimento do plexo cutâneo,


vasodilatação dos poucos vasos que sobram no plexo subpapilar por
fotoenvelhecimento. Diminuição do tamanho dos vasos por
envelhecimento.
Produção de Sebo – Glândula Sebácea

• Hipotrofia das glândulas sebáceas - A menopausa causa alterações


endócrinas que reduzem o tamanho das glândulas sebáceas até cessar a
função aumentando a incidência de prurido e dermatites;
Produção de Suor – Glândula Sudorípara

• Hipotrofia das glândulas sudoríparas - Menor secreção de suor


e menor sensibilidade térmica

Obs: O exercício aeróbico retarda o efeito do envelhecimento sob as


glândulas sudoríparas
Imunidade

• Redução da população de Células de Langerhans - Diminuição


da função fagocitária e de reconhecimento de antígenos;

• Redução de IL-1 - Sem esta interleucina, outros fatores não


podem mediar a resposta inflamatória tornado a pele vulnerável a
infecções.
Vitamina D
• Redução da síntese de Vitamina D - Diminuição da exposição solar e
de aporte na dieta;

Concluindo, com o envelhecimento há uma


perda extremamente marcada das ações
benéficas da vitamina D, pelo que seria
viável a implementação ao nível da
população idosa de um suplemento de
vitamina D e cálcio.
(Zouboulis e Makrantonaki, 2011).
Estresse e dano oxidativo

• Dano causado por Estresse Oxidativo - Aumento de oxidantes e


redução de antioxidantes com a idade;
Reparo de DNA

• Redução da capacidade de reparo do DNA -


Com a baixa capacidade de reparo de mutações do
DNA ocorre redução da síntese de proteínas da
derme;
Epiderme ●
↓ queratinócitos e melanócitos
↓ lipídeos no estrato córneo
↓ da sudorese
↓ espessura epidérmica
↓ da consistência da junção dermo-epidérmica

Funções comprometidas Derme ●


↓ fibroblastos
Envelhecimento ↓ colágeno
↓ da elastina

Anexos cutâneos●
Despigmentação e/ou perda do pêlo
↓ microcirculação
↓ suor e sebo
↓ espessura epidérmica
↓ das sensações
Elasticidade e Maleabilidade
Redução
Resseca (desidrata)
Perda
Fina e descamada
Rugas e flacidez
Tipos de Envelhecimento
Intrínseco (cronológico)
O envelhecimento intrínseco ou cronológico é dependente do tempo,
e resulta do processo de senescência natural, depende principalmente
de caracteres hereditários e regulação hormonal.

Extrínseco
É dependente de fatores externos, entre os principais temos as
radiações solares (fotoenvelhecimento), o tabaco, poluição.
Alterações histológicas e estruturais da constituição do sistema tegumentar com o
ENVELHECIMENTO INTRÍNSECO (Gilchrest, 2006).
Manifestações visuais

Rugas, flacidez, perda de


elasticidade e perda de expressões.
Em alguns casos podem surgir
melanomas benignos, dermatite
seborreica e angiomas.
Envelhecimento extrínseco - Fotoenvelhecimento

O principal agente causal é a radiação UV. São fatores influentes e geradores de


alterações significativas ao nível cutâneo conduzindo a manifestações clínicas de
envelhecimento:
• Tabagismo
• Poluição ambiental
• Estilo de vida (exercício físico, alimentação, consumo de álcool)
• Estresse fisiológico e físico.
Alterações histológicas e estruturais da constituição do sistema tegumentar com o
ENVELHECIMENTO EXTRINSECO (Gilchrest, 2006).
Manifestações visuais
Fotoenvelhecida Envelhecida

Pele “fotoenvelhecida” ou actínica manifesta diferenças significativas quando


comparada com a pele naturalmente envelhecida:

• Maior espessura
• Pigmentação irregular
• Maior número de rugas
• Tendência a desenvolver manchas
Hipoderme

Sustenta a Derme e a Epiderme ●


Adipócitos
HIP
ODE Reserva energética ●
Gordura
RME
Absorção de forças●
Proteção

Tecido adiposo
HIPODERME
Tecido adiposo
Principal célula: Adipócito
Peso corporal
Mulher: 20-25%
Homem: 10-15%

Silverthorn, 2017
Adipócitos

Silverthorn, 2017

Múltiplas Uma
Gotículas Gotícula
Silverthorn, 2017
Prioridade de poupar proteína

Guyton, 2011
Regulação hepática e hormonal da glicemia
Hipoderme
Pacientes com sobrepeso e obesos (alimentação rica em lipídeos) e
nem sempre (rica em aminoácidos)

Limita a síntese protéica  desequilíbrio entre a sintese e degradaçao


de colágeno e elastina (Dioguardi et al., 2004)  possível causa da
variação das fibras elásticas em relação ao IMC.
O estresse atrapalha na promoção de
saúde estética?
Cortisol
Metabolismo dos Macronutrientes
Carboidratos e Lipídios
Cortisol
Cortisol é o principal glicocorticóide secretado pelas adrenais

Por que o cortisol é conhecido como


hormônio do estresse?

RESPOSTA
Porque este hormônio protege o corpo
contra a hipoglicemia no jejum!
Funções metabólicas
Metabolismo de Carboidratos ●
•Promove a gliconeogênese;
•Reduz glicólise celular;
Metabolismo de Proteínas ●
• Aumenta a degradação proteica muscular;
• Aumenta a síntese de nova proteína;
Metabolismo de Lipídeos ●
• Promove lipólise
• Aumenta a oxidação de ácidos graxos para reservar glicose
Excesso de Cortisol (sinais da síndrome de Cushing)
• Giba de búfalo - deposição de gordura no tórax
• Face em lua cheia – deposição de gordura na cabeça
• Estrias – degradação proteica dérmica

Silverthorn, 2017
Efeitos das Catecolaminas no pâncreas

Ansiedade

Adrenalina
Noradrenalina
Diabetes adrenal
↑ lipólise = ácido graxo livre
1
↑ proteólise = aminoácido livre

↑ Gliconeogênese hepática
2
↓ Glicólise celular

3 Hiperglicemia

4 Resistência insulínica muscular e adiposa

Diabetes Adrenal
5 (semelhante ao DM)

Silverthorn, 2017
O metabolismo basal atrapalha na
promoção de saúde estética?

119
Hormônios da Tireóide
Metabolismo dos Macronutrientes
Carboidratos e Lipídios
Funções de T3 e T4

↑ a atividade metabólica celular ●


• ↑ o número e a atividade das mitocôndrias
• Aumentam o transporte ativo de íons (bomba de
Na+/K+)

Metabolismo de carboidratos ●
• ↑ captação de glicose pela célula, glicólise e
gliconeogênese
• ↑ absorção pelo TGI, secreção de insulina
Metabolismo de lipídios●
• ↑ lipólise
• ↓ acúmulo de gordura corporal
• ↑ [ ] de ácido graxos no sangue  ↑ da
oxidação de ácido graxos

Silverthorn, 2017
Efeitos sobre os lipídios plasmáticos
AUMENTO DE T4 e T3
↓ a [ ] de colesterol, fosfolipídeo e triglicerídeos no plasma,
embora ↑ ácido graxos

DIMINUIÇÃO DE T4 e T3
↑ a [ ] de colesterol, fosfolipídeo e triglicerídeos no plasma
Hipotireoidismo  ↑ a [ ] de colesterol  aterosclerose
Seu paciente chega ansioso, estressado, deprimido,
baixo metabolismo e com sobrepeso

Ansioso Estressado Baixo Metabolismo Sobrepeso


Obesidade
Causas e efeitos da Obesidade
Triagem de obesidade com IMC

126
Bioimpedância
Dieta e perda de peso

127
Cirurgia plástica no Brasil
Organize suas férias

Fonte: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/carnaval/2019/noticia/2019/02/18/as-vesperas-do-carnaval-procura-por-cirurgias-
plasticas-aumenta-em-ate-20-no-rj.ghtml
E depois da lipoaspiração?

Nova lipoaspiração

Método alternativo

Lipocavitação
Antes Depois E Depois...
Lipólise por lipocavitação

Bani, D. et al., 2013


E depois da lipólise...
Após a lipólise o que ocorre com ácido graxo e triglicerídeo?
O problema da obesidade

Sobrecarga hepática Sobrecarga


cardiovascular

Antes

Depois

Bani, D. et al., 2013


E quem se responsabilizará por retirar a
maior parte dos metabólitos
Guyton, 2011
Guyton, 2011
Considerações finais

• Lembre-se dos aspectos fisiológicos da pele;


• Respeite a fisiologia e a cronologia de cada cliente;
• Não descarte a interação entre os sistemas;
• Use a fisiologia a seu favor;
• Reconheça que só tem capacidade de avaliar o que está
• alterado quem sabe o que é normal;
• Avalie bem para tratar bem.
Obrigado
aí gente!!!

Marco Aurélio dos Santos Silva


santos-silvabiomec@hotmail.com
Referências
1. Gartner, P., L. Atlas Colorido de Histologia, 7ª edição. Rio de
Janeiro; Guanabara Koogan, 2018.

2. Junqueira, L. C. Uchôa; Carneiro, José. Histologia básica. 13a. ed.


Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.

3. Silverthorn, Unglaub, D. Fisiologia Humana. Porto Alegre; Artmed,


2017.

4. Kierszenbaum, Abraham L. Histologia e biologia celular: uma


introdução à patologia.

5. Hall, John E.; Guyton, Arthur C. Tratado de fisiologia médica. 12.


ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.

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