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O INSTITUTO DA IMUNIDADE PARLAMENTAR

1. Conceito e evolução histórica


1.1. Imunidade parlamentar

A importância das palavras é conhecida por todos. É por meio delas que expressamos nossas
ideias, sentimentos e ações. Elas têm o poder de emocionar e decepcionar. E quem nunca errou uma
questão porque não sabia o significado de uma palavra. Entender o significado das palavras
permite, portanto, compreender o seu sentido e alcance.
Neste estudo, a compreensão da palavra imunidade permite uma analise mais objetiva do
instituto da imunidade parlamentar. O vocábulo imunidade tem sua origem no latim, deriva de
Immunitate. Na definição de Aurélio Buarque de Hollanda este substantivo feminino traduz a
condição de não se estar sujeito a algum ônus ou encargo.
O problema é que existe uma confusão entre a palavra imunidade e privilégio. A esta
percepção equivocada a consciência popular democrática avalia que a imunidade parlamentar viola
o principio da igualdade.
Ampla parte da doutrina, todavia, sustenta que o instituto se acha umbilicalmente ligado à
própria prática da democracia, configurando verdadeira condição de Independência do Poder
Legislativo. Contesta-se que haja qualquer incompatibilidade entre o princípio da igualdade perante
a lei e as imunidades parlamentares, por configurarem estas não um privilégio, mas uma garantia
constitucional peculiar que, protegendo o mandato dos parlamentares, proporciona as condições
indispensáveis para que estes “sustentem as garantias dos demais cidadãos”.

1.2. Imunidade material

A imunidade material é a exclusão de cometimento de crime de opinião por parte de


Deputados e Senadores, tornando-os invioláveis civil e criminalmente por quaisquer de suas
opiniões, palavras e votos. O fato típico deixa de constituir crime nos casos admitidos, o fato típico
deixa de constituir crime nos casos admitidos.

1.3. Origem do instituto

A história constitui a fundamentação primeira de qualquer direito. As condições históricas,


em relação às imunidades parlamentares, manifestaram-se na contradição entre uma monarquia
absoluta, estagnada, petrificada e degenerada, e um parlamento em crescimento, como observa
Maintland, que acrescenta que o direito que tinha um membro da Câmara dos Comuns era apenas
de declarar sim ou não, não podendo discutir matéria religiosa.
A discussão sobre o que muitas vezes ainda é considerado um privilégio, até os dias de hoje,
na época representava uma clara proteção ao mandato do representante político, para que seja
desempenhado de forma regular e respeitando o livre exercício democrático do Poder Legislativo.
O Bill of Rights consolidou a imunidade parlamentar no direito inglês, estatuindo que “a
liberdade de palavra ou debates ou procedimento no Parlamento não será impedida ou questionada
em nenhuma Corte ou lugar fora do Parlamento”.
A doutrina distingue os dois tipos de imunidade que existiam na Inglaterra: liberdade de
opinião, de troca de opiniões e de debate (freedom of speech) e a inviolabilidade pessoal, ou
imunidade à prisão arbitrária, (freedom from arrest).

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