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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

FEA
 
 
GUSTAVO DE MARTINI MARIZ- RA00331321
LUCAS MURARI ABOU ASSALI-RA00330889
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BIOGRAFIA DE KARL MARX
 
 
 
 
 
 
 

 
 
 
 
 
 
São Paulo, SP
2023
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................3

2 BIOGRAFIA.......................................................................................................................4

3 CONTEXTO HISTÓRICO...............................................................................................5

4 CÍRCULO SOCIAL...........................................................................................................6

5 TEORIAS E IDEIAS........................................................................................................8

5.1 MATERIALISMO DIALÉTICO......................................................................................8

5.2 MAIS-VALIA...................................................................................................................9

5.2 teoria do valor..................................................................................................................10

5.3 LUTA DE CLASSES......................................................................................................10

6 PRINCIPAIS OBRAS....................................................................................................11

6.1 “O Capital”......................................................................................................................11

6.2 “manifesto comunista”....................................................................................................11

6.3 “a ideologia alemã”.........................................................................................................12

7 CRÍTICAS, DEBATES E TENSÕES.............................................................................12

8 LEGADO...........................................................................................................................13

9 CONCLUSÃO..................................................................................................................14

REFERÊNCIAS......................................................................................................................15

 
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1 INTRODUÇÃO

Karl Marx, é o tópico dessa biografia, um grande crítico aos economistas clássicos e um dos
maiores revolucionários já existentes. Serão discutidos e explicados aspectos de sua vida
como contexto histórico, social, suas obras, legado e principais teorias. Objetivo desse
trabalho é estudar e aprender sobre este grande nome dos estudos econômicos, o qual
compartilhou um outro ponto de vista em relação aos clássicos.
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2 BIOGRAFIA 

Karl Marx nasceu em Tréveris, cidade na Alemanha, antiga Prússia. Originado de uma
família rica e filho de um grande conselheiro do governo, Marx estudou no Liceu Friedrich
Wilhelm e prestou Direito na Universidade de Bonn, onde era bastante ativo, tanto na parte
acadêmica quanto na parte boêmia da faculdade. Porém, seu pai o transferiu para a
Universidade de Berlim, no curso de Filosofia.
Em 1841, com apenas 23 anos Karl Marx já havia conseguido seu doutorado em
filosofia, e já fazia severas críticas ao governo prussiano. Essa personalidade crítica de Marx
levou à censuras em diversos artigos publicados impossibilidade de lecionar em várias
universidades.
Sem muitas opções, em 1842 Marx torna-se jornalista e torna-se diretor do jornal
Gazeta Renana. Nesse período, conhece Friedrich Engels (1820-1895), que se tornará grande
amigo e colaborador e começa a ter mais familiaridade dos problemas econômicos que
afetavam as nações
Em 1843, casa-se com sua amiga de infância Jenny von Westphalen, e se muda para
Paris. Nessa cidade, fundou, com seu amigo Arnold Ruge, a revista Anais Franco-Alemães.
No ano seguinte, Marx e Engels continuam publicando artigos que desagradavam o imperador
prussiano, a ponto de, às ordens dele, em 1845 também foram expulsos da França, indo para
Bélgica
Em Bruxelas o economista intensificou os contatos com operários e participou de
organizações clandestinas, publicando em 1848, com Engels “O Manifesto Comunista”, que
marca o início do socialismo científico. Além disso, fundou uma entidade secreta do
operariado alemão que mais tarde se chamaria Liga dos Comunistas.
Após mais uma vez expulsos, Marx e sua mulher vão para Londres, onde terão sete
filhos e viverão em miséria, por conta da dificuldade do pensador em conseguir empregos. Na
Inglaterra, em 1867, após anos escrevendo publica o primeiro volume de uma de suas obras
mais famosas “O Capital”. Falece em 1883, e Engels da continuidade a sua obra, publicando
os volumes dois e três em 1885 e 1894, respectivamente.
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3 CONTEXTO HISTÓRICO 

Marx viveu e foi influenciado por 2 períodos distintos. O primeiro deles foi enquanto
esteve na Prússia, que diante de Otto von Bismarck (1815 – 1898) e Guilherme I (1797 –
1888) unificaram-na tornando-se na Alemanha dos dias atuais. O reino da Prússia estava sob
domínio Austríaco, os territórios eram chamados de Confederação Germânica.

Tal não significava unidade territorial para essa região. Além disso, a presença
austríaca nesse lugar enfraquecia o poder dos prussianos, os grandes interessados na
unificação. Os ideais de unificação fortaleceram-se com o crescimento de movimentos
nacionalistas nessa região, a partir das revoluções de 1848. Que foram uma série de protestos
coordenados e rebeliões. Elas demonstraram o anseio popular para uma maior liberdade
política, junto com políticas liberais, a liberdade de expressão, democracia e nacionalismo. Os
conjuntos da classe média estavam preenchidos com princípios liberais, enquanto a classe
trabalhadora buscou melhorias em suas condições de trabalho e de vida. No entanto, a classe
média e os fatores que compunham a classe trabalhadora foram divididos durante a revolução,
e no final, a aristocracia havia derrotado os dois, forçando muitos liberais para o exílio.

A partir daí, as duas potências dos territórios da Confederação Germânica eram o


Reino da Prússia e o Império Austríaco, os prussianos estavam interessados em promover a
unificação dessa região e excluir a Áustria dos assuntos germânicos. A Prússia era o reino
mais desenvolvido economicamente e mais industrializado, logo, a partir da coroação de
Guilherme I como rei e da nomeação de Otto von Bismarck como primeiro-ministro,
conduziu a unificação territorial da Alemanha.

Marx além de viver a Unificação Alemã, quando foi para a Inglaterra, viveu na Era
Vitoriana. O principal feito durante o reinado foi o auge da política industrial e colonial
inglesa, marcado pela prosperidade industrial da burguesia.

Nisso, a “Era Vitoriana” foi marcada pelo Imperialismo e Neocolonialismo britânico,


submeteram, dominaram e exploraram os continentes asiático e africano. Além das aflições
políticas, a rainha Vitória desempenhou uma série de atribuições sociais, como a Abolição da
Escravidão no Império Britânico, reduziu a jornada de trabalho dos trabalhadores, instalou o
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direito ao voto de todos os trabalhadores, que contribuiu em deveras quantidade para a


Revolução Industrial.

4 CÍRCULO SOCIAL 

Marx em comparação com outros autores, possui um círculo social extremamente


abrangente, que variam entre amizades que duraram até mesmo após sua morte e amizades
das quais compartilhavam ideias que no começo e eram extremamente congruentes e
amigáveis até se tornarem incongruentes e contrariadores de ideias. Uma das primeiras
pessoas que Marx terá contato em sua vida será Hegel, virando seu discípulo intelectual dada
suas obras e a influência da dialética Hegeliana para Marx. Depois se tornando um crítico as
mesmas, Hegel era idealista e Marx considerado materialista.

O segundo erro de Hegel na visão de Marx é que Hegel reparte o pensamento lógico
da sensibilidade humana, considerando a sensibilidade um produto pensamento e não do ser
humano. Logo, Marx diz que a filosofia de Hegel “atua” como a ciência que criticava.

Marx teria uma amizade duradoura com Friedrich Engels, ambos tiveram conclusões e
ideias parecidas vindas de caminhos completamente diferentes. O primeiro encontro deles é
após a expulsão de Karl Marx de Paris, viajando para Bruxelas na Bélgica. Eles elaboram e
publicam sua primeira obra em conjunto: “A Sagrada Família”, no qual criticam os jovens
hegelianos de direita e defendem a ideia do materialismo contra o idealismo. “A Ideologia
Alemã” é outro livro publicado em parceria com Engels.  “Os filósofos têm apenas
interpretado o mundo de maneiras diferentes; a questão, porém, é transformá-lo” (MARX,
ENGELS, 2007, p. 539), excerto tirado do livro.
Em 1846 a dupla publica “A Ideologia Alemã” Se tratando da mais densa crítica deles
à filosofia idealista, a qual eles tentaram, através de um Comitê de Correspondência criado
pelos dois para levar à frente com rumos de socializar as ideias e lutas comunistas
aproximando aqueles quem se tornariam os revolucionários e as revoluções. O livro somente
foi publicado em 1932 devido a dificuldades editoriais. Neste livro, um dos pontos principais
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é dizer o porquê que o materialismo é incompatível com as concepções idealistas. Citação da


pesquisa de Francisco Silva, militante marxista:
“O materialismo histórico parte da perspectiva, empiricamente observável
e historicamente demonstrada, da anterioridade da matéria sobre as ideias e a
consciência. Trata-se de um fato já demonstrado pelas ciências que estudam o
passado da humanidade (paleontologia, arqueologia, história) e do universo (física).
A natureza inorgânica, durante bilhões de anos, e, mesmo a orgânica (animais e
plantas), existiu antes do advento dos primeiros humanos e continuará a existir
mesmo se a humanidade for exterminada. Somente em determinadas condições
históricas, é que a consciência começou a se desenvolver, sob a base da matéria
altamente evoluída (o cérebro) até chegar ao estágio atual. A consciência é, portanto,
um estágio superior de desenvolvimento da matéria e só pode existir sob esta base
material.”

Ao entrarem na Liga dos Justos que futuramente se tornaria a Liga dos Comunistas
devido a influências de Marx, precisaram fazer um manifesto apresentando as ideias da
organização comunista, “O Manifesto Comunista”, lançado um ano depois em 1848, um
marco na história do pensamento humano e uma síntese do desenvolvimento histórico da
sociedade burguesa e suas contradições. Analisa as principais tendências políticas do
movimento socialista e fundamenta o programa comunista no movimento operário. Uma
análise histórica do capitalismo mostra que o comunismo não é a utopia que os socialistas
pensaram no passado, mas uma possibilidade aberta pelo desenvolvimento da sociedade
burguesa de hoje. Com o processo de industrialização, a convergência da economia mundial e
o desenvolvimento da ciência A emergência do proletariado, classe geradora da riqueza da
sociedade, é apropriada pelo capital na forma de mais-valia, vive inteiramente do seu próprio
trabalho e, portanto, não tem interesse em manter sua exploração social.
Marx e Engels ainda viriam a viver muito mais juntos até a morte de Marx, onde a
partir daí os livros e documentos feitos por este, seriam publicados por seu grande amigo
Friedrich Engels.
Declara Marx na Gazeta Renana sobre Joseph Pierre Proudhon.

“Para fazer a crítica de obras como as de Leroux, considerando, e antes de


tudo os trabalhos tão penetrantes de Proudhon, não chega algumas ideias superficiais
e passageiras, mas é necessário primeiramente estudos prolongados e aprofundados”
Proudhon será um amigo de curto prazo, já que quando pedira a Marx uma
“Palmatória” de um texto que estava produzindo, recebeu uma crítica extremamente pesada,
onde criticou a forma de como Proudhon definiu a dialética Hegeliana, dizendo que a definiu
à proporções mesquinhas. Eles então passaram a discordar perante a certas ideias, como a
ideia da revolução dos trabalhadores. Proudhon dizia que era uma ação “criminosa” e que
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ruinaria todo o sistema, já Marx dizia que era o único meio de defesa dos operários no sistema
capitalista.

“Entre meus caluniadores mais agressivos e insistentes? juntamente com os


agentes do governo russo – menciono naturalmente o senhor Marx, o chefe dos
comunistas alemães, que, sem dúvida por causa de sua tripla condição de comunista,
de alemão e de judeu, cismou comigo. Ainda que pretenda nutrir igualmente um
grande ódio contra o governo russo, nunca se ocultou, pelo menos contra mim, de
agir de acordo com este governo. Para me denegrir aos olhos do público, o senhor
Marx não só recorre aos órgãos de uma imprensa complacente como também se
serve de correspondências e cartas íntimas, de documentos e conferências da
Internacional Socialista e não hesita em fazer desta grande e bela associação, que ele
contribuiu a fundar, um instrumento de suas vinganças pessoais (…)”

Diz Mikhail Bakunin sobre Karl Marx. Outrora fossem membros da Associação

Internacional dos Trabalhadores e compactuavam de ideias parecidas, houve diversas brigas

intelectuais e discussões de grupos ao qual eles divergiam. Marx também denunciara Bakunin

como um agente imperial inúmeras vezes, tendo que se retratar ao longo do tempo. Essas

brigas resultaram na diferenciação entre Anarquismo e Marxismo no futuro.

5 TEORIAS E IDEIAS 

5.1 MATERIALISMO DIALÉTICO

Uma de suas principais contribuições a este campo é a ideia do Materialismo


Dialético. Quanto a ele diz Marx:
“A mistificação que a dialética sofre nas mãos de Hegel não impede, de
modo algum, que ele tenha sido o primeiro a expor as suas formas gerais de
movimento, de maneira ampla e consciente. É necessário invertê-la, para descobrir o
cerne racional dentro do invólucro místico (…) O movimento, repleno de
contradições, da sociedade capitalista faz-se sentir ao burguês prático de modo mais
contundente nos vaivéns do ciclo periódico que a indústria moderna percorre e em
seu ponto culminante — a crise geral.” (MARX, 2007, p. 26-27)
Hegel admitia que a Ideia, a Razão, é a substância de toda a vida natural e espiritual.
Portanto, todo o real é racional e, por consequência, também a História se desenha
racionalmente, desenvolvendo-se com uma lógica racional, com um sentido. Os vários
aspectos da realidade fazem parte de um todo continuamente em evolução dinâmica. Esta
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evolução faz-se através do conflito de elementos opostos, o que se traduz na dialética. O


espírito começa por formular uma afirmação que constitui a tese. O espírito começa a
desenvolver um conjunto de objeções, chegando a uma afirmação contrária da primeira, que
constitui a antítese. O confronto entre a tese e a antítese, o espírito desenvolve um esforço no
sentido para encontrar uma nova afirmação que constitui a síntese. Esta síntese passa a
constituir uma nova tese, a qual se inicia a erguer novas objeções, e assim por diante. Marx,
sendo hegeliano de formação, aplica o seu método não ao mundo das ideias, mas à realidade
material. Marx é materialista, contrariamente à Hegel que é idealista. No materialismo que foi
inspirado por Feuerbach, para quem só a matéria existia.

5.2 MAIS-VALIA

A Mais-valia, é uma das outras grandes contribuições e críticas ao sistema capitalista.


Marx percebe uma discrepância enorme entra o salário que vai ao trabalhador e o que fica
para o capitalista O trabalho realizado durante os dias pelos quais o trabalhador efetivamente
é remunerado, é chamado por Marx de trabalho necessário, pois é o tempo de trabalho que
proporciona a ele as condições para sua subsistência. Os outros dias de trabalho, cujo valor é
apropriado pelo capitalista, é denominado trabalho excedente. A mais valia, por sua vez, é o
valor gerado pelo trabalho excedente. Para Marx, há duas formas de extrair mais valia. Uma
delas é por meio do prolongamento da jornada de trabalho, para além do tempo necessário
para que o trabalhador produza as condições de sua subsistência, e da apropriação desse
trabalho excedente pelo capitalista. Ou seja, aumenta-se a jornada de trabalho sem que o
salário tenha um aumento proporcional. Essa forma de extração de mais valia é chamada de
mais valia absoluta. É possível aumentar a exploração de mais-valia sem alterar o número de
horas trabalhadas. Isso pode ser feito por meio de melhorias nos processos técnicos de
trabalho, que aumentam a produtividade. Adquirir máquinas que tornem o trabalho mais
rápido ou organizar a disposição dos trabalhadores nas fábricas de modo mais eficiente.
“A produção de mais valia absoluta gira exclusivamente em torno da
duração da jornada de trabalho; a produção da mais valia relativa revoluciona
totalmente os processos técnicos de trabalho e as combinações sociais.’’ (MARX,
1996 p. 586).
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5.2 TEORIA DO VALOR

Na obra “Salário, Preço e Lucro” de 1865, Marx trata de sua teoria do valor. Nela, o
pensador definirá a fonte do valor sendo o trabalho social, que é o trabalho que satisfaz uma
necessidade social, fazendo parte do conjunto de trabalhos que reproduzem a sociedade. A
medido do valor é a quantidade de trabalho incorporado em condições médias de produção,
intensidade e destreza média do trabalho. Assim, segundo Marx os valores das mercadorias
estão na razão direta do tempo de trabalho social investido na sua produção e na razão inversa
da força produtiva do trabalho empregado.
“Como os valores de troca das mercadorias não
passam de funções sociais delas, e nada têm a ver com suas propriedades naturais,
devemos antes de mais nada perguntar: Qual é a substância social comum a todas as
mercadorias? É o trabalho. Para produzir uma mercadoria tem-se que inverter nela
ou a ela incorporar uma determinada quantidade de trabalho. E não simplesmente
trabalho, mas trabalho social. Aquele que produz um objeto para seu uso pessoal e
direto, para consumi-lo, cria um produto, mas não uma mercadoria. Como produtor
que se mantém a si mesmo, nada tem com a sociedade. Mas para produzir uma
mercadoria, não só se tem de criar um artigo que satisfaça uma necessidade social
qualquer, como também o trabalho nele incorporado deverá representar uma parte
integrante da soma global de trabalho invertido pela sociedade. Tem que estar
subordinado à divisão de trabalho dentro da sociedade. Não é nada sem os demais
setores do trabalho, e, por sua vez, é chamado a integrá-los.” (MARX, 1865, p. 13)

5.3 LUTA DE CLASSES

Em “O Manifesto Comunista” Marx e Engels, na famosa frase “A história de todas as


sociedades que existiram até nossos dias tem sido a história das lutas de classes” (p. 40)
evidenciam a importância de uma luta de classes para o desenvolvimento do capitalismo. As
classes são os burgueses, dominantes e donos dos meios de produção e os proletários,
dominados, que não possuem nada para vender além de sua própria força de trabalho. Para o
capitalismo, segundo Marx, é essencial essa relação desigual entre o dominante e dominado,
além de uma enorme massa de proletários, para produzir os produtos nas fábricas:
“Todas as sociedades anteriores, como vimos, se basearam no antagonismo
entre classes opressoras e classes oprimidas. Mas para oprimir uma classe é preciso
poder garantir-lhe condições tais que lhe permitam pelo menos uma existência de
escravo: O servo, em plena servidão, conseguia tornar-se membro da comuna, da
mesma forma que o pequeno burguês, sob o jugo do absolutismo feudal, elevava-se
à categoria de burguês.” (MARX, 2004, p.50)
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6 PRINCIPAIS OBRAS 

6.1 “O CAPITAL”

Considerada por muitos a principal obra de Marx, “O Capital” é necessária para


interpretação e crítica da sociedade capitalista. É um livro complexo, extenso e com muito
conteúdo, que teve várias reelaborações e republicações. O conteúdo é dividido em três livros,
dois dos quais foram editados por seu amigo Engels, anos após da morte de Marx.
Na obra, Marx introduz teorias muito conhecidas, como a mais-valia, assim como
analisa o ciclo de investimento, produção, distribuição e consumo, além de abordar a
formação do capital fictício, como o capital financeiro. Marx investiga a tendência à
concentração e centralização do capital, o surgimento de monopólios e a consolidação da
classe capitalista como uma classe dominante.

6.2 “MANIFESTO COMUNISTA”

Escrito com Engels em 1848, o “Manifesto Comunista” é uma das obras mais
importantes para a política contemporânea, trazendo as principais ideias do comunismo, e
introduzindo temas recorrentes no estudo de Marx, como famosa luta de classes e o papel do
proletariado, assim como a alienação dos meios de produção.
A obra veio a pedido por uma sociedade alemã chamada Liga dos Justos, e propunha
que operários se organizassem para realização de mudanças, em nome da classe trabalhadora.
O que se propunha era uma grande comunhão em que os trabalhadores se pusessem a serviço
de um grande objetivo comum.
“O Manifesto Comunista” é uma das obras mais influentes sobre os fatos históricos da
pós-revolução industrial. Inspirou a Revolução Russa de 1917, a Revolução Chinesa de 1949
e a Revolução Cubana de 1953, entre outros movimentos que criaram governos comunistas e
socialistas em todo o mundo.
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6.3 “A IDEOLOGIA ALEMÔ

A Ideologia Alemã é considerada por muitos estudiosos como a obra filosófica mais
importante de Marx e Engels. Escrito entre 1845 e 1846, representa a primeira exposição
estruturada de uma visão materialista da história e é o texto central do autor sobre religião.
O trabalho aborda a teoria da história materialista, enfatizando a importância das
relações de produção e da luta de classes no desenvolvimento social. A obra possui, em
muitas partes, um tom sarcástico, característico de Karl Marx, ridicularizando o idealismo
alemão. Lenin em seu livro “O Estado e a Revolução”
Como se sabe, alguns meses antes da Comuna, no outono de 1870, Marx,
pondo de sobreaviso os operários parisienses contra o perigo, demonstrava-lhes que
qualquer tentativa para derrubar o governo era uma tolice ditada pelo desespero.
Mas quando, em março de 1871, a batalha decisiva foi imposta aos operários e estes
a aceitaram, quando a insurreição se tornou um fato consumado, Marx saudou com
entusiasmo a revolução proletária. Apesar dos seus sinistros prognósticos, Marx não
teimou em condenar por pedantismo um movimento "prematuro", como o fez o
renegado russo do marxismo Plekhanov, de triste memória, cujos escritos
instigadores e encorajavam à luta os operários e camponeses em novembro de 1905,
e que, depois de dezembro de 1905, gritava como um verdadeiro liberal: "Não
deviam pegar em armas! " (LENIN, 2017, p. 41)

7 CRÍTICAS, DEBATES E TENSÕES

Karl Marx, durante sua vida e carreira, sempre teve uma atitude muito crítica e irônica,
rejeitando modos de pensamento, como o idealismo alemão, que enfatizava a primazia da
consciência e das ideias, em favor de uma abordagem materialista que enfocava as condições
materiais e sociais, e conceitos do liberalismo clássico, como a propriedade privada e o livre
mercado
Além disso, Marx teve diversas rivalidades e conflitos, com outras figuras intelectuais
e políticas. O pensador criticou o livro “Sistemas das Contradições Econômicas ou Filosofia
da Miséria” de Proudhon, o chamando de mau economista e mau filósofo, iniciando um
grande conflito entre os dois.
Outro grupo que foi vítima da acidez de Marx foram os anarquistas. Embora
compartilhassem objetivos comuns, como a abolição da exploração e da desigualdade, Marx e
os anarquistas diferiam em relação à estratégia revolucionária e à organização política. Essas
diferenças levaram a tensões e hostilidades mútuas.
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Essa atitude de Karl Marx durante sua vida, principalmente suas críticas ao imperador
da Prússia Guilherme I (1797-1888) resultaram em diversas censuras de suas obras, expulsão
da Prússia, França e Bélgica e rejeição de emprego. Esses fatores fizeram com que ele e sua
família vivessem momentos difíceis e a morte de quarto de seus sete filhos devido à falta de
recursos financeiros e más condições de vida.
8 LEGADO 

Marx após sua morte continuou e continua influenciando pessoas ao redor do mundo
com suas ideias, críticas, conclusões e observações da dinâmica do capitalismo, seus defeitos,
o porquê das empresas falirem, mostrou. Ele é considerado o pai do socialismo científico, que
seria uma “evolução” do socialismo utópico, influenciou pessoas como Vladimir Lenin,
Friedrich Engels, Max Weber, John Maynard Keynes, Mao Tsé-Tung, Che Guevara, Jean-
Paul-Sartre, Michel Foucault, Albert Camus, Zygmunt Baumann e muitos outros. Influenciou
inúmeros trabalhadores a lutarem por melhores direitos e condições. Um pequeno trecho de
Friedrich Engels no funeral de Marx:
“Marx era, antes de tudo, um revolucionário. Sua verdadeira missão na vida
era contribuir, de um modo ou de outro, para a derrubada da sociedade capitalista e
das instituições estatais por esta suscitadas, contribuir para a libertação do
proletariado moderno, que ele foi o primeiro a tornar consciente de sua posição e de
suas necessidades, consciente das condições de sua emancipação. A luta era seu
elemento. E ele lutou com uma tenacidade e um sucesso com quem poucos puderam
rivalizar. (…) Como consequência, Marx foi o homem mais odiado e mais caluniado
de seu tempo. Governos, tanto absolutistas como republicanos, deportaram-no de
seus territórios. Burgueses, quer conservadores ou ultrademocráticos, porfiavam
entre si ao lançar difamações contra ele. Tudo isso ele punha de lado, como se
fossem teias de aranha, não tomando conhecimento, só respondendo quando
necessidade extrema o compelia a tal. E morreu amado, reverenciado e pranteado
por milhões de colegas trabalhadores revolucionários — das minas da Sibéria até a
Califórnia, de todas as partes da Europa e da América — e atrevo-me a dizer que,
embora, muito embora, possa ter tido muitos adversários, não teve nenhum inimigo
pessoal.”
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9 CONCLUSÃO 

Marx foi um homem que mudou tempos em que viveu e tempos em que não viveu,
com obras atemporais, críticas que nunca nenhum homem havia pensado até aquela época,
mudou para sempre o capitalismo como conhecemos, sem suas obras ainda perecíamos em
um sistema que naquela era época era muito abusivo. As influências de Marx em diversas
áreas acadêmicas como Psicologia, Filosofia, Direito, História e Economia Política mudaram
estas e aprimoram-nas a um nível mais elevado. Um homem que quem diz muito sobre pouco
estuda e quem diz pouco sobre estuda muito. A complexidade envolvida em cada parágrafo
escrito por Marx leva facilmente a abordagens para temas de estudos ainda mais elevados que
seus próprios decertos.
 
 
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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