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O Sorriso de Monalisa (Mona Lisa Smile), 2003, EUA, direção: Mike Newell, 125 min.

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drama, classificação indicativa: 12 anos.

No filme “O Sorriso de Monalisa”, vemos que a sociedade é voltada para uma educação
tradicionalista, que se assemelha as ideias de Durhkeim e é nesse contexto que surge
uma professora recém formada com ideias progressistas, ela possui um pensamento
moderno para a época.
A história se passa entre 1953 e 1954, em um colégio tradicionalista para moças, em
uma sociedade onde a moral social é muito forte, divórcios são considerados uma
vergonha para toda família, as moça são educadas para o casamento e os afazeres de
casa.
Fica claro nas cenas em que Katherine esta em aula que sua intenção é gerar um
pensamento crítico em suas alunas, um pensamento independente, livre, sem que exista
a necessidade de alguém para dizer o que é bom ou o que não é. A educação
conservadora do colégio é incomoda.
Neste filme é retratado uma série de polêmicas da época, como métodos contraceptivos
e amores adolescentes, como o da personagem Giselle que se interessa por homens mais
velhos e até mesmo casados.
Contra todas essas concepções tradicionalistas, a professora começa a introduzir em
suas aulas, obras de arte moderna, o que gera uma estranheza entre as alunas, e uma
coerção social por parte dos diretores da escola que fazem uma pressão contra a
professora para adequar o seu comportamento e tentam controlar o seu currículo
escolar.
Durkheim defendia que a educação era essencial para manter os valores morais, e é
dividida em classes sócias, como apresentado no filme, a educação daquelas moças era
uma educação direcionada à elite, porém elas recebiam a educação que competia às
mulheres daquela época, estudavam para cuidar da casa e do marido. Já para os homens
a educação era outra, para eles a educação poderia ser múltipla, especializada, para elas

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apenas a educação una. Poucas conseguiam entrar na universidade, pois a maioria dos
cursos eram voltados para os homens, apesar de que já estava começando um
movimento para cotas de mulheres em universidades porém ainda era muito pouco. A
educação direcionada à elas tinha o papel de transmitir cultura, socialização, como na
cena onde elas estavam em uma aula de etiqueta, ou na cena onde a mãe diz a filha que
não importa o que aconteça ela deve estar na casa do marido, aquela era a casa dela.
Essa socialização era responsabilidade da família e da escola.
A questão do divorcio também é muito discutida no filme, naquela época divorcio era
vergonhoso para a mulher e para sua família. Durkheim defendia que o casamento, a
família, era mais importante que o ser individual e que o divorcio era um mal para a
sociedade, pois faz com que se desfaça os laços morais e diminui a consciência coletiva.
O filme levanta serias discussões, que perpetuam até os das hoje, como a submissão
feminina e a desigualdade entre homem e mulher. A indagação final do filme sobre o
quadro Monalisa de Leonardo da Vinci, será que aquela mulher, ali retratada estava
realmente feliz, portanto será que aquelas moças que estavam ali sendo educadas para o
casamento estavam felizes, será que elas tinham a liberdade de escolher o que queriam,
e foi exatamente isso que Katherine, a professora, queria mostrar para aquelas moças,
com o seu pensamento progressista, que elas podiam escolher pelo casamento ou pelos
estudos, ou que até mesmo podiam optar pelos dois. Mais que não deveriam mais deixar
que a sociedade determinasse a vida das mulheres. Essa é a grande transformação que
começou em meados de 1950, mulheres podendo frequentar as universidades, o papel
da mulher perante essa sociedade começa a ser outro.

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