Você está na página 1de 2

UFRB – Universidade Federal do Recôncavo Baiano

CAHL – Centro de Artes, humanidades e Letras


Discente: Ithana Maria Oliveira de Souza
Docente: Talyta Singer
Disciplina: Oficina de Texto
Curso: História Turma: 2017.2

O documentário, Diários de Classe, dirigido por Maria Carolina e Igor Souza, do


ano de 2017, apresenta as histórias de várias mulheres que tem como elemento
em comum de estarem ainda completando os estudos básicos, inclusive a
alfabetização.
O filme começa nos apresentando as mulheres foco do trabalho, uma dessas
mulheres estando numa prisão acusada de posse e tráfico, sendo que a mesma
argumenta que ela estava em posse de maconha, porém que ela nunca
participou do tráfico. O trabalho tenta mostrar a vida dessas mulheres tendo que
balancear entre a vida privada e os estudos, como no caso de uma doméstica
que estava tendo trabalho em conciliar os horários de trabalho com a escola.
Em um dos casos apresentados está o de Tiffany, que nasceu Carlos, e teve que
enfrentar o preconceito dos próprios familiares por se reconhecer como mulher
desde cedo, seus problemas familiares acabaram por atrapalhar sua trajetória
acadêmica.
O filme apresenta uma falta de objetividade diante o tema, não fica claro se o
documentário é sobre a vida dessas mulheres somente ou se é sobre o trabalho
de educação de jovens e adultos e diante disso a escolha do título do trabalho
fica um pouco duvidosa.
É muito interessante o desenrolar da história de algumas das mulheres
mostradas no documentário tendo capturado as dificuldades de ser de classe
social mais baixa, ter uma vida conturbada e por isso ter abandonado por muito
tempo a vida escolar e agora em meio ainda a várias turbulências pessoais
resolveram voltar a estudar, mesmo que isso poderia ter ficado de forma mais
clara e que os organizadores do filme poderiam ter se aprofundado mais no
sistema educacional para jovens e adultos e seus acertos e problemas.
Existe também subtemas abordados no documentário como a transfobia, a
precariedade do sistema carcerário e o sistema judiciário brasileiro.
É um bom documentário para aqueles que trabalham na área da educação,
apesar do desvio de temática no decorrer da filmagem. Por se passar na Bahia
quem for da região seria bom conferir para conhecer as histórias dessas
mulheres bravas que tiveram e tem uma vida complicada estarem determinadas
a terem sua educação formal completa.

Você também pode gostar