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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS


CURSO DE CIÊNCIAS SOCIAIS

AUSÊNCIA DE MULHERES NAS BIBLIOGRAFIAS DO CURSO DE CIÊNCIAS


SOCIAIS

João Pedro Vieira Bites Leão


Lauana Luzia Boaventura de Souza
Vinicius Vilar Tyrone Santos

Goiânia
2023

INTRODUÇÃO
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O tema escolhido para desenvolver essa pesquisa foi a ausência de mulheres na


bibliografia do curso de ciências sociais, o nosso foco é procurar entender quais são os
motivos para as mulheres ficarem ausentes das bibliografias do curso. Além de tentar
entender como isso pode interferir na educação dos alunos que estão se graduando no curso de
ciências sociais.
O nosso objeto de estudo e a delimitação do nosso tema são os alunos da Faculdade de
Ciências Sociais (FCS) da Universidade Federal de Goiás (UFG), procuramos fazer uma
pesquisa qualitativa onde tentamos compreender as motivações da ausência das mulheres na
leituras exigidas no curso e principalmente se o próprio aluno observou ou sentiu falta da
leitura de mulheres durante o período de graduação, ou seja, se é indiferente ou pertinente a
presença ou ausência de mulheres na bibliografia do curso de ciências sociais.
Principal ponto que vamos tentar demonstrar nesta pesquisa é o fato de que as
mulheres estão sim sendo deixadas de lado e qual seu motivo, pode ser por uma questão do
patriarcado histórico enraizado na sociedade ou o fato de não terem escrito coisas que são
pertinentes como a maioria dos escritores canônicos que lemos durante a graduação.
A bibliografia aqui escolhida para dissertar sobre esse tema e para servir como base de
argumentação para o problema aqui levantado na pesquisa, vai focar no fato de que as
mulheres só não estão sendo tão utilizadas nas bibliografias do curso pelo fato de serem
mulheres e um dos textos bases escolhido para o desenvolvimento desse projeto de pesquisa
foi o texto de “Clássicas do Pensamento Social : Mulheres e feminismos no século XIX” de
Verônica Toste Daflon e Bila Sorj, focando no primeiro capítulo de Harriet Martineau.

PROBLEMA
O problema que a pesquisa levanta é o motivo do porquê obras femininas são deixadas
de lado da bibliografia de ciências sociais, algumas das hipóteses que foram levantadas
durante o desenvolvimento da pesquisa sobre os motivos da ausência de mulheres escritoras
no decorrer do curso foi a falta de produções femininas sobre assuntos considerados
pertinentes em ciências sociais ou o fato de serem mulheres ou pela falta de conhecimento do
docente sobre autoras femininas que escreveram sobre assuntos que serão propostos em aula.
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Além disso, também queremos colocar em foco como um problema é se a ausência


dessas mulheres pode trazer algum déficit no aprendizado dos alunos em ciências sociais e
principalmente se os próprios alunos sentiram a falta de mulheres sendo representadas na
bibliografia do curso.

REFERENCIAL TEÓRICO
Como resposta a alguns dos problemas citados acima, encontramos no livro “Clássicas
do Pensamento Social: Mulheres e feminismos no século XIX” um desenvolvimento em que
as autoras do livro se propõem a mostrar que mulheres de diversos países foram e ainda são
muito relevantes para o desenvolvimento de teorias sociais. Entre essas mulheres, a que
vamos manter o foco vai ser na Harriet Martineau, visto que ela é a primeira citada no livro e
vai responde a maioria das hipóteses levantadas aqui na pesquisa sobre a posição das
mulheres em ciências sociais.
Na introdução do livro as autoras já começam falando que o feminismo é a menos
conhecida entre as diversas teorias sociais e políticas que disputaram o futuro das sociedades,
principalmente no âmbito de pesquisa e desenvolvimento de teorias sociais. Isso se dá ao fato
de que os escritores canônicos considerados pertinentes ao estudo de teorias sociais são
homens e em defesa dessa escolha as próprias autoras do livro dizem que a subordinação e
opressão das mulheres ao longo do período crítico para o desenvolvimento das ciências
sociais foram tão profundas que impediu que elas se apoderassem dos meios necessários para
produzir e difundir pensamento.
Essa ideia citada pelas próprias autoras do livro cai aos pés no decorrer dele , visto que
logo em seguida elas citam Harriet Martineau como uma das escritoras que deveria ser
considerada como canônica, já que ela foi responsável pelo desenvolvimento de uma
metodologia de pesquisa social muito similar a que anos depois Weber e Durkheim vai trazer,
mas mesmo assim eles são os que estão mais presentes e estudados nas bibliografias do curso
de ciências sociais, ao contrário dela que os alunos de ciências sociais não conhecem o seu
trabalho.
Ainda no livro elas falam que a ausência de mulheres entre os clássicos se justificaria,
portanto, pelo próprio aprisionamento de inúmeras mulheres no lar e a seu confinamento as
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funções de mães e esposas trabalhadoras, em síntese pela sua condição de excluída na história
pelo fato de ser mulher. De fato, as autoras não estão enganadas nesse ponto, que a ausência
das mulheres entre os clássicos pode ser justificada pelo fato de as mulheres na história terem
sido colocadas em posições muito diferente das que os homens estavam habituados a ocupar.
Tanto que no artigo “Mulher e universidade: a longa e difícil luta contra a
invisibilidade” por Natália Bezerra, ela fala que a educação que era dada aos homens desde
cedo, constituía em ser ensinados a ler e escrever. Logo, fez com que pudessem ter acesso
com mais facilidade ao ensino superior e fossem mais reconhecidos pelos trabalhos que
desenvolviam, diferentemente das mulheres que recebiam educação voltada para se tornarem
donas de casa, esposas, mães e todo outro trabalho que era exercido dentro de casa.
Um argumento que aparece para corroborar essa ideia de que o lugar das mulheres é
dentro de casa, por isso não tiveram a mesma capacidade ou condição para desenvolver
teorias sociais pertinentes, para estar dentro da bibliografia de ciências sociais é que as
mulheres são vistas como biologicamente falando um sexo inferior.
Em relação a isso no artigo “Nossos Feminismos Revisitados” de Luiza bairros, ela
fala que o uso do conceito mulher traz implícito tanto a dimensão do sexo biológico como a
construção social de gênero. Entretanto, a reivindicação da categoria mulher frequentemente
utiliza os mesmos estereótipos criados pela opressão patriarcal, estereótipos que caracterizam
as mulheres sendo passivas, emocionais, mais sensíveis.
Esse argumento em relação ao sexo biológico da mulher também remete ao outro
artigo de Djamila Ribeiro, intitulado “Para além da biologia: Beauvoir e a refutação sexismo
biológico” em que ela vai trazer a partir da visão feminista de Simone de Beauvoir , que a
questão do sexo biológico acaba colocando a mulher como inferior, mas na verdade não existe
de fato algo que comprove que a mulher é um sexo inferior ao homem, a principal diferença
entre esses dois sexos é o fato da mulher ter progesterona que é o estrogênio e o homem
testosterona que são dois hormônios diferentes.
Com isso, no próprio artigo a autora fala que o problema está nos estereótipos que são
colocados sobre o sexo, por exemplo a mulher tem útero e ovário, homem não tem e o
problema reside justamente na afirmação de que por ter útero e ovário a mulher seria inferior
em sentido político moral ou mesmo intelectual em relação ao homem. Então, Simone de
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Beauvoir já no primeiro capítulo do livro dela “O segundo sexo”, vai mostrar que essa
questão de a mulher ser inferior ao homem é apenas uma construção social que as pessoas
fazem sobre o gênero.
Ela não nega que existe uma diferença biológica, como eu mesmo disse a questão
própria dos hormônios produzidos são diferentes entre os dois sexos, mas que essa diferença
biológica não deveria ser, mas é utilizada como base de diferenças sociológica. Em suma as
diferenças biológicas são utilizadas como desculpas para se negar direitos a mulheres,
incluindo os direitos que historicamente não foram concedidos a elas no âmbito de
desenvolvimento de teorias sociais.
Além dessa questão histórica em que a mulher sempre foi subordinada ao âmbito
doméstico, pelo fato de ser considerado o sexo frágil e toda essa argumentação já citada
acima, um outro fator que as autoras do livro “Clássicas do pensamento social: Mulheres e
feminismo no século XIX” falam é a questão da possibilidade de nenhuma mulher ter escrito
sobre temas que são verdadeiramente relevantes para o desenvolvimento da sociologia.
Entretanto, a despeito dessas imensas dificuldades que a mulher passou pelo próprio
simples fato de ser uma mulher na sociedade, houve sim uma efetiva produção intelectual
significativa impactante feita por mulheres, muitas delas se esgueiraram pela margem da
sociedade patriarcal para escrever. Tanto que algumas dessas escritoras relevantes para o
desenvolvimento de teorias sociais foram amplamente lidas e difundidas e atuantes dentro dos
mesmos círculos frequentados pelos autores canônico e isso de fato se torna como verídico,
considerando que Harriet Martineau desenvolveu um método sociológico de pesquisa social
anos antes de Max Weber, mas que possui basicamente as mesmas ideias que foram
desenvolvidas por ele.
Foi no seu primeiro manual de pesquisa sociológica de que se tem registro, publicado
60 anos antes de “As regras do método sociológico” de Émile Durkheim, que podemos ver
uma certa similaridade no desenvolvimento de ambas as teorias desses escritores. Martineau
fala sobre a questão da separação do âmbito público e privado, além de dizer que para
desenvolver uma pesquisa de fato sociológica do social é necessário que coloquemos os
nossos preconceitos e as nossas próprias raízes culturais fora da pesquisa, ou seja, temos que
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evitar que predisposições negativas e preconceitos interfira na nossa relação com a pesquisa,
algo que é também escrito anos depois por Durkheim.
Em suma, todo esse referencial teórico citado acima responde às hipóteses levantadas
de que a ausência de obras femininas na bibliografia de ciências sociais não é pela falta de
produções femininas sobre assuntos considerados pertinente em ciências sociais. Então, como
foi demonstrado isso não pode ser um fator usado como desculpa para a ausência de obras
femininas na bibliografia, visto que podemos ver que mulheres como Harriet Martineau
tiveram sim a produção de teorias sociais muito relevantes para o desenvolvimento de
ciências sociais.
No outro ponto, o fato de serem mulheres que também foi levantado como uma
hipótese para a ausência das mulheres na bibliografia, pode ser considerado como pertinente
já que pelo histórico patriarcal em que a mulher sempre foi submetida ao âmbito doméstico e
não foi colocada historicamente no mesmo nível que a maioria dos homens, pode ter resultado
num certo sexismo ou machismo que está enraizado na sociedade atualmente.
Agora, a outra questão levantada que é pelo fato da ausência de conhecimento do
docente sobre autoras mulheres que escreveram sobre o assunto, também pode acontecer,
visto que se um professor dentro da universidade não possui conhecimento de obras femininas
pertinentes para o aprendizado do discente é pelo fato de que ele mesmo não teve esse contato
anteriormente no período da sua graduação, com obras escritas por mulheres. Logo, podemos
concluir que chega a ser um ciclo e que para as mulheres serem incluídas deve ser quebrado.

METODOLOGIA
Usamos como base o livro “Clássicas do pensamento social: Mulheres e feminismo no
século XIX”, que traz justamente a temática da pesquisa aqui desenvolvida e a partir do texto
criamos hipóteses sobre o motivo do problema trazido pelo tema acontecer. Passamos para o
desenvolvimento de questões que foram respondidas pelos alunos de ciências sociais de
vários períodos dentro da UFG, além de utilizarmos de uma bibliografia de artigos amplos
referentes a posição da mulher na sociedade e como isso de fato interferiu na ausência delas
em bibliografias de cursos dentro das faculdades. Considerando que é uma pesquisa em que
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estudamos aspectos subjetivos de fenômenos sociais e dos comportamentos humanos


desenvolvemos uma pesquisa qualitativa.

PESQUISA
A partir do referencial teórico, a pesquisa foi realizada virtualmente, via formulário
com um total de oito perguntas a serem respondidas. O questionário foi destinado à alunos e
alunas aleatoriamente do curso de Ciências Sociais da UFG.
A pesquisa contemplou alunos tanto do bacharelado, da licenciatura, e também de
alunos que ainda não definiram o grau acadêmico (Gráfico 1). No total, 23,1% estão no 2°
período (semestre) da faculdade, 53,9% estão no 4° período, 7,7% no 6° período e 15,4% no
8° período.
Questionamos os alunos, no atual período, se estão lendo autoras mulheres que estão
na bibliografia obrigatória da disciplina (Gráfico 2) e de quantas autoras mulheres leram em
todo tempo de curso (Gráfico 3).

Gráfico 1

Gráfico 2
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Gráfico 3

É notável que há sim autoras mulheres sendo lidas pela bibliografia obrigatória como
vemos no Gráfico 2, porém o número é muito pequeno comparado as masculinas sendo que
69,2% leram somente até 6 autoras, num curso em que as leituras de diversos textos são
diárias, contabilizando no mínimo dezenas e até centenas de autores lidos durante o curso.
Foi então perguntado o que cada um pensa sobre o motivo de lermos mais homens do
que mulheres no mundo acadêmico. As respostas no geral sempre apontam para o patriarcado
e machismo instaurado historicamente em toda estrutura social. Uma das respostas de um
entrevistado não identificado: “Creio ser algo patriarcal vindo de muito tempo atrás quando as
mulheres não podiam falar por si mesmas e quando falavam um homem era citado como o
nome principal da obra” (Entrevistado (a) X). Vemos o exemplo citado mais atrás da Harriet
Martineau, onde mesmo tendo pensando o método sociológico antes de Durkheim, o mérito e
reconhecimento recairá estritamente a este último.
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Há também a consciência desse machismo e patriarcado ser incorporado a força pela


sociedade europeia-branca nas outras regiões do mundo, através do colonialismo e
imperialismo. “Historicamente a exclusão de mulheres pelo machismo, branco e europeu, que
se passou para os outros países a força com o colonialismo e imperialismo” (Entrevistado (a)
Y). Pondo em vista que o machismo e patriarcado não é uma situação universal humana.
Também se pensa, contrariando o que vimos um pouco atrás pelo referencial teórico,
que: “Há todo um processo longo e histórico onde as mulheres são subjugadas e colocadas em
papéis de inferioridade. Sendo assim, quando pensamos em clássicos não há muitas
referências femininas porque não cabia as mulheres serem pesquisadoras, estudiosas.”
(Entrevistado (a) Z). Desconsiderando que, apesar de toda a subjugação das mulheres, várias
mulheres fizeram uma importante construção teórico-cientifica a decorrer da história.
Tal pensamento pode ser justificado justamente pelas autoras mulheres serem tão
excluídas a ponto de pouco ser conhecido das diversas grandes construções cientificas
realizadas. Tendo em vista isso, foi perguntando se mais mulheres deveriam ser incluídas nas
bibliografias dos cursos. Percebe-se que os estudantes de ciências sociais no geral
compreendem que deva haver igualdade de tratamento quanto as gênero, como pode ser visto
no Gráfico 4.

Gráfico 4

Fora então perguntado se incomoda a falta de visibilidade das mulheres dentro do


mundo acadêmico. A resposta foi unanime, com exceção da intensidade que incomoda, que
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para uma minoria pouco incomoda a ausência de autoras mulheres na bibliografia, como
podemos ver no Gráfico 5.
A última pergunta, que fora opcional, é a recomendação de alguma autora da área de
ciências sociais que o aluno tenha lido: Lélia Gonzalez (4 citações); Bell Hooks (3 citações);
Hannah Arendt, Hill Collins, Carole Pateman; Margareth Mead, Grada Kilomba, Daniele
Kergoat, Sueli Carneiro, Eliane Cavalheiro, Judith Butler, Wendi Brown, Luciana de Oliveira
Dias, Conceição Evaristo e Elisa Lucinda todas foram citadas uma vez.

Gráfico 5

CONSIDERAÇÕES FINAIS
É então tendo em vista todo o referencial teórico e a pesquisa empírica qualitativa com
alunos e alunas de Ciências Sociais da FCS/UFG que tiramos algumas considerações.
Há sim até hoje pouca presença de autoras mulheres nas bibliografias curriculares de
ciências sociais, a tanto que se passa despercebido até grandes contribuições já feitas no
mundo acadêmico por mulheres. Torna se um ciclo, na medida em que a formação de novos
professores se recai com a mesma falta dessas bibliografias, deixando o as sombras, e
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dificultando que o ciclo seja quebrado com professores que subvertam a ordem e comecem a
aplicar mais textos de autoras.
Estritamente no curso de Ciências Sociais percebe-se uma consciência dos alunos
sobre tal situação, de ausência de mulheres na bibliografia obrigatória das disciplinas, a ponto
de reivindicarem e lutarem pela reviravolta desse quadro, a ponto de incentivar por exemplo
esta pesquisa em si.
O que mais assusta é que dentro de um curso mais reflexivo como é as ciências sociais
vemos até hoje um quadro muito ruim para as mulheres, mesmo que a passos curtos vá sendo
ocupado os espaços, comprovado pelos alunos que leram mulheres na bibliografia obrigatório.
Imagine-se então em cursos considerados conservadores, de perfil socioeconômico elevado,
historicamente ocupados por homens brancos. Nesses cursos a representação de mulheres é o
mínimo possível, além do engessamento dessa condição.
Tal inquietação sobre essa ausência deve extrapolar o campo das ciências sociais,
tornar se ordens do dia. Deve se pensar politicas publicas e ações afirmativas para alterar este
quadro, com mais ocupação de mulheres nos cargos institucionais. Deve se lembrar e utilizar
toda ciência produzida por mulheres, que surpreendentemente conseguiram produzir ciência
apesar de sua situação de subjugação pelo patriarcado e machismo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SORJ, Bila e DAFLON, Verônica Toste. Clássicas do Pensamento Social: Mulheres e
feminismos no século XIX. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos.2021

RIBEIRO, Djamila. Para Além da Biologia :Beauvoir e a Refutação Sexismo Biológico.


http://periodicos.pucminas.br/index.php/SapereAude/article/view/5565/5514

BAIRROS,Luiza.NossosFeminismosRevisitados.
https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/16462/15034

BEZERRA, Nathalia. Mulher e Universidade: A Longa e Difícil Luta Contra a Invisibilidade.


https://www.mpba.mp.br/sites/default/files/biblioteca/direitos-humanos/direitos-das-
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mulheres/artigostesesdissertacoes/teorias_explicativas_da_violencia_contra_mulheres/
a_mulher_e_a_universidade.pdf

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