Neste portifólio, nós (Maria Eduarda Frauches e Marcos José Souza), iremos
apresentar nossa evolução na disciplina por meio de uma pesquisa, feita na
escola “Antônio Carneiro Ribeiro”, de Guaçuí-ES, em uma turma de terceiro ano. Nela tratamos sobre autodeclaração dos alunos, se já sofreram preconceito, sua opinião sobre como a pauta étnico-racial é tratada na escola, a importância desse assunto ser tratado e como cada um reagiria diante de uma atitude racista. A proposta era levar o assunto que discutimos de uma forma mais didática para onde o problema acontece, aplicar o que aprendemos na pratica, que é na escola. Para, quem sabe, a partir disso, começar a agir nesses espaços. Assim, em 2003 uma lei que garantia a obrigatoriedade da temática “história e cultura afro-brasileira e africana” foi sancionada, a lei 10639/03. Hoje, em 2023, em uma maioria avassaladora de escolas ela não é colocada em prática. Essa história que deveria ser introduzida para os alunos de forma didática, mostrando todas as contribuições do povo africano no nosso país e pro mundo numa visão geral. A aplicação devida desta lei seria de extrema significância para a formação e auto-declaração dos alunos no processo de aprendizagem, de forma que saberiam questionar, ou ao menos entenderiam os diferentes tipos de racismo, que muitas vezes passam despercebido. Em nossa pesquisa pode-se notar que a maioria dos alunos entrevistados se declaram pardos. Cuche diz em “A noção de cultura nas ciências sociais” que o Estado moderno tende à monoidentificação. A falta de informação na escola, traz a facilidade de manipulação nas declarações étnicas, já que faltam histórias, vivências, referências. Sendo assim, a tendencia é “se reapropriar de uma identidade, em muitos casos, concebida pelo grupo dominante”. Tendo dito isso, a pergunta que fica é: “Será que com um currículo adequado esses números seriam os mesmos?” Não podemos responder essa pergunta, mas com certeza só o currículo não mudaria esses números. Para isso, deveríamos mudar a realidade de jovens negros e pardos, que muitos não estão matriculados nas escolas de ensino básico. Isso também seria uma obrigação do Estado, garantir que esse jovem esteja frequentando uma escola. Mas atualmente não é a realidade. Por vários fatores: por ter que trabalhar para ajudar no sustento da família, por responsabilidades em casa e vários outros fatores como a próprio preconceito que sofre dentro e fora da escola e as consequências disso. Em nossa pesquisa, dos 31 alunos, 12 alunos sofreram racismo, sendo dois brancos. Em que um deles foi “por namorar uma pessoa negra”, claramente mais uma vítima da desinformação, tendo em vista que a vítima não é a pessoa branca, e sim a pessoa com quem ela namora, já que se ela namorasse uma outra pessoa estaria tudo bem. Mas além deste caso, pudemos perceber que a maioria sofreu pelo cabelo e por sua cor (Mesmo “sendo mais clara”). Nossa pesquisa também aponta que 25 alunos não estão satisfeitos com a forma em que a pauta étnico-racial é tratada na escola. Isso é gravíssimo! Em relatos, eles conseguem perceber que esse assunto só é tratado em datas específicas e em forma de dados ou maquetes. Isso deve mudar! E os alunos estão percebendo essa necessidade e, nós, como futuros professores, devemos nos dedicar a fazer da escola um lugar mais justo e equalitário. Sob minha perspectiva (Maria Eduarda), no início da matéria eu me interessava pelo assunto, mas nada muito profundo. Já tinha participado de simpósios oferecidos pela universidade, mas não tinha absorvido conhecimento dessa forma. Ler, assistir a relatos, ouvir sobre experiencias de colegas de sala fez com que minha visão mudasse não só sobre como devo ser como professora, mas sim como pessoa.