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Análise sobre o vídeo de mulheres negras

O vídeo é um documentário retratando de forma rápida mais


contundente a vida de três mulheres negras, todas na casa dos 60 e 70
anos de idade, participantes do grupo de idosos do Centro de Convivência
e fortalecimento de Vínculos, ligada à Secretaria de Social - SEDES, cuja
Diretoria é Diretoria de Convivência – DICON, tendo como Chefe a
servidora Flávia Mendes de Sena, a idealizadora do documentário
descrito, que inspirou esse projeto de pesquisa.
A partir de seus relatos notamos uma linha em comum entre elas,
traços muito parecidos na história de vida dessas três mulheres. Infância
sofrida, onde a pobreza era marcante, mais uma pobreza digna , se
podemos conceituar a pobreza como digna. Mas no caso delas ao
relatarem a infância sofrida, onde algumas assumem uma
responsabilidade muito cedo não observamos nenhum traço de revolta
por terem vivido essa condição, pelo contrário foi combustível para
subjugar tal condição e encontrar maneiras de sair desse ciclo vicioso de
perpetuação de um status quo negativo.
Outra coincidência foi o fato de todas terem um primeiro
casamento desastroso onde o companheiro pouco ajudou na estrutura da
família em todas era um homem que não fazia o papel do chefe da casa,
do provedor. Na falta desse provedor elas tomaram as rédeas da família
se desdobrando para prover o sustento seu e dos filhos além de dar uma
educação e estudo para eles desse e modo possibilitar um futuro melhor
para eles.
Outro item importante que mesmo com essa dupla jornada elas se
aventuraram e enfrentaram uma terceira jornada que foi voltar aos
estudos interrompidos, e buscar um sonho de melhorar sua vida. E o
melhor da história é que conseguiram superar mesmo nadando contra a
maré das possibilidades que o sistema impõe. Saindo de um estigma de
empregada doméstica( nada contra essa nobre profissão, mas carregada
de uma carga negativa, onde a mulher negra e pobre está fadada a ser
empregada de famílias abastada ou de um poder aquisitivo melhor).
No parágrafo acima citei a expressão “mulheres negras” sim, as três
mulheres descritas no vídeo que passaram por todas as adversidades já
mencionadas são afrodescendentes, no popular mulheres pretas,
particularmente prefiro a expressão negra. E como tal carregadas de todos
os estigmas que tal condição trás, mulheres, negras, pobres, sofridas,
idosas, mas lutadoras, sábias e mesmo castigadas pela vida souberam
aproveitar as poucas oportunidades que a vida ofereceu a elas. E Mesmo
sofrendo o racismo velado presente em nossa sociedade. E tomando a
consciência e souberam lutar contra uma ditadura do comportamento
reinante em nossa sociedade.
Assim ao assistir esse documentário contando a história de vida de
três mulheres, negras de origem humilde que passaram boa parte de suas
vidas lutando pela sobrevivência mas que conseguiram vencer esses
obstáculos com firmeza e ao mesmo tempo transmitindo uma leveza no
falar, uma paz e serenidade e são verdadeiras mulheres guerreiras.

QUESTÕES PARA RODA DE CONVERSA (Metodologia)

1) REVENDO SUA HISTÓRIA DE VIDA, VOCÊ FARIA OU TOMARIA ALGUMA ATITUDE


DIFERENTE DAS QUE TOMOU?

2) VOCE SE SITUANDO COMO MULHER NEGRA NOS DIAS DE HOJE TEM MUITA
DIFERENÇA DO PERÍOODO QUE VOCE TOMOU CONSCIENCIA DE SUA VIDA ( PASSADO)

3) QUAL A IMPORTANCIA DA FAMILIA PARA VOCE.

4) QUAL SUA OPINIÃO SOBRE A DITADURA DO COMPORTAMENTO? Ela é mas severa


para mulheres negras?

5) COMO VOCÊ SE VÊ HOJE E NO PASSADO. HOUVE MUDANÇAS SIGNIFICATIVAS?

Obs:

No vídeo observamos duas situações onde se nota exemplos de racismo


estrutural. O episódio que uma das senhoras se viu na obrigação de alisar o cabelo e
como consequência teve um efeito colateral terrível e a outra senhora que tem um
relacionamento inter-racial e transeunte os observava com estranheza. São duas
situações que reafirmam e comprovam a existência de um racismo “velado” estrutural
que está entranhado culturalmente em nossa sociedade. Porém também podemos
observar que as três personagens com histórias de vida semelhantes também
conseguiram romper a bolha social do ciclo de perpetuação da pobreza. Mesmo que
tardiamente conseguiram completar os estudos e com isso abriu-se uma porta de
oportunidade que elas conseguiram aproveitar quebrando o ciclo de pobreza
estabelecido .
Mas como foi citado, elas são exceção , são fora da linha fugindo o que
normalmente acontece que é a perpetuação do ciclo de um estado de pobreza
institucional. Recentemente foi divulgado na grande mídia o impressionante dado que
aproximadamente 33 milhões de pessoas , cidadãos brasileiros estão passando fome
ou abaixo da linha de pobreza e desse percentual aproximadamente 75% são negros e
pardos. Diante desse quadro só temos que parabenizar a essas três senhoras que
conseguiram superar três aspectos de uma descriminação institucional : De gênero
( por ser mulher, racial por ser negras, e pela Idade Mais de 60 anos , estando na
terceira Idade) para completar é preciso afirmar que não é vitimismo, são fatos.

Fonte : portal de notícias UOL.

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