Doencas Consu

de profisltoria
sio
da saúd nais
e

circulatorias
Especial

Causas, sintomas e tratamentos envolvendo os principais

problemas do sistema circulatório

CORAÇÃO EM PERIGO
Fatores de risco do infarto e
melhores formas de prevenção

ACABE COM TROMBOSE

Conheça os tipos
Cuide da Sua Saúde Especial 1

da doença e saiba

as varizes
21 alimentos que melhoram o fluxo
reconhecer os
sintomas

sanguíneo e ajudam a afastar o problema

editorial

Muito além
do coração
As veias, artérias e capilares são responsáveis por transportar o sangue
por todo nosso corpo, alimentando órgãos, tecidos, células, ossos e múscu-
los. E assim como qualquer outra parte do organismo, eles também podem
apresentar problemas. Nesta edição, você vai conhecer os principais males
que podem acometer a circulação, bem como os métodos mais eficazes
para tratar cada um deles e dicas de exercícios que vão ajudar a blindar
seu corpo! Você também poderá conhecer os alimentos mais indicados para

Foto ShutterStock Images

auxiliar o sistema circulatório a manter seu desempenho elevado, garantindo
mais saúde a todo o resto do organismo. Boa leitura!
A redação

Índice
4 Ciência e Saúde
Saiba tudo que está rolando
no mundo científico
14 PERIGO SILENCIOSO
Saiba como se prevenir do
temido AVC
24 ALIADOS À MESA
Alimentos que
favorecem a circulação

6 COMO FUNCIONA?
Entenda como o sistema
circulatório atua no corpo
16 ANEURISMA
Cérebro e coração são os
órgãos mais afetados
28 HÁBITOS
Atitudes do dia a dia
que podem contribuir
com a saúde

8 NÃO É SÓ ESTÉTICA
As varizes podem trazer
problemas sérios à saúde
18 CORAÇÃO EM PERIGO
Angina, endocardite,
taquicardia e mais 30 NÃO FIQUE
PARADO!

12
Pratique exercícios
TROMBOSE
Conheça melhor essa
doença e como tratá-la
22 COÁGULOS NO
PULMÃO
Você sabe o que causa a
físicos para afastar as
doenças

embolia pulmonar?

Capa Fotos shutterstock images Produção Gráfica Samantha alves

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ciência & saúde
Texto João Paulo Fernandes Design samantha alves

Utilizando células-tronco
Um estudo publicado no periódico Nanomedicine: Nanotechnology, Biology, and Medicine, que tem como principal
autora a médica neurologista do Hospital São Paulo, da Unifesp, Laura Zamproni, demonstrou que células-tronco
podem auxiliar na recuperação da área cerebral danificada por AVC. Pesquisadores conseguiram diminuir lesões
causadas por isquemia cerebral em camundongos. A técnica pode ajudar na recuperação de vítimas de acidente
vascular cerebral isquêmico, quando uma veia do cérebro é bloqueada (trombo) e os neurônios da área que não
recebe irrigação acabam morrendo.

Perto da natureza
Muito tem se falado sobre
a saúde mental de jovens,
que vêm apresentando
cada vez mais problemas
psicológicos como
ansiedade e depressão. Um
estudo publicado na revista
Health & Place revelou que
adolescentes que vivem
próximo à natureza, perto de
áreas verdes como parques
e praças, têm 36% menos
chances de apresentar
problemas de saúde mental.
Os pesquisadores da
Universidade da Califórnia,
nos Estados Unidos,
descobriram ainda que
idosos acima de 65 anos
também experimentam os
mesmos benefícios.

4 . CUIDE DA SUA SAÚDE ESPECIAL

 Em alerta
Uma pesquisa feita por
especialistas brasileiros
e publicada pela revista
internacional Journal of Clinical
and Applied Thrombosis and
Hemostasis (JCATH) aponta
uma possível relação entre
infecções virais causadas
por Zika e Chikungunya e o
desenvolvimento de trombose
venosa profunda (TVP) e
tromboembolismo pulmonar
Durma bem! (TEP). Após o diagnóstico de
A qualidade do sono pode ter ligação com o acidente vascular cerebral. TVP em pacientes na fase
Uma pesquisa publicada no jornal científico Neurology constatou que aguda da infecção por Zika
dormir mal, além de favorecer o surgimento de problemas como vírus, foram investigados
obesidade, diabetes e hipertensão, também é considerado um fator de 172 pacientes do Hospital
risco para infartos e AVCs. De acordo com os pesquisadores, enquanto Universitário de Sergipe
dormimos, nosso organismo descansa e se reestabelece. Dessa forma, (HU-UFS) que possuíam um
a pressão arterial e a frequência cardíaca são reduzidas. Por isso, é aumento significativo dos
recomendado entre sete a oito horas de sono por dia para que o níveis de dímero-D (DD),
coração e o corpo se mantenham saudáveis. um biomarcador ligado aos
riscos de desenvolvimento de
trombose. Dos 31 pacientes
portadores do Zika vírus, 19,40%
apresentaram aumento de DD.
Das 141 pessoas com infecção
por Chikunguya, 63,80%
tiveram crescimento desse
biomarcador.

Hora de comer
A obesidade é uma doença que afeta milhares
de brasileiros. Além de fatores como genética,
excesso de alimentação, doenças endócrinas,
problemas para dormir e falta de atividade física,
o horário em que são feitas as refeições pode
ser uma causa para o excesso de peso. Em um
estudo preliminar apresentado durante a ENDO
2019, uma conferência médica realizada nos
Estados Unidos, pesquisadores apontam que
indivíduos que jantam tarde têm maior chance de
apresentar níveis elevados de gordura corporal
e, consequentemente, maior índice de massa
corporal (IMC), fator de risco para a obesidade.

fotos Shutterstock Images

CUIDE DA SUA SAÚDE ESPECIAL . 5

PULSANDO

Percurso
sanguíneo
Entenda como
funciona
o sistema
circulatório
do corpo
humano e quais
as estruturas
envolvidas
Texto João Paulo Fernandes
Design Samantha Alves

T
odo mundo sabe que,
dentro do corpo hu-
mano, o coração é res-
ponsável por bombear
sangue às demais estruturas,
e ,ao mesmo tempo, receber
o sangue que volta do orga-
nismo. Mas, você já tentou
conhecer a fundo tudo que
acontece no nosso sistema
circulatório? Antes de tudo,
é preciso entender me-

6 . CUIDE DA SUA SAÚDE ESPECIAL

lhor como se divide a circulação sanguínea.
“Podemos dividir a circulação na chamada Conhecendo o coração
grande circulação e na pequena circulação.
A pequena circulação corresponde ao fluxo
do coração para o pulmão e vice-versa. O Artérias
sangue sai do coração em direção ao pul-
veia cava
mão pelas artérias pulmonares, contendo superior Aorta
gás carbônico, e volta para o coração através
das veias pulmonares após a troca gasosa
nos pulmões, rico em oxigênio”, explica o Artéria
cirurgião vascular Marcelo Calil Burihan. “A pulmonar artéria
direita Pulmonar
grande circulação corresponde ao circuito esquerda
coração-periferia. O sangue é ejetado pela
átrio
(artéria) aorta para os tecidos e retorna pelas esquerdo
veias até o coração”, completa.
Veias
válvula
pulmonares
Sistemas circulatórios direitas
mitral
Ao contrário do que muita gente pensa,
nós possuímos mais de um sistema circula- nó
tório dentro do corpo. No caso, eles são três, atrioventricular

e atuam de forma integrada pelos mesmos

Ventríluco
canais. “Existem 3 sistemas circulatórios
no corpo humano. Sistema arterial, venoso
e linfático. O sistema arterial é responsável
por levar o sangue por meio das artérias
para os órgãos e os tecidos levando sangue
oxigenado e nutrientes. O sistema venoso
tem a função oposta, traz o sangue de volta
à circulação central, sangue contendo dióxido
de carbono e escórias produzidas pelas cé-
lulas a serem excretadas. O sistema linfático
é responsável pela distribuição de linfa e na
resposta imunológica do corpo humano. As
três circulações são dinâmicas e interativas”,
detalha a médica vascular Fátima El Hajj.
As estruturas base que formam o sistema
circulatório são o coração, os vasos sanguí-
neos e, claro, o próprio sangue. Este é dividido
em dois tipos dentro do organismo, conheci-
dos como sangue venoso e sangue arterial.
“O sangue venoso carrega o gás carbônico
em direção ao coração, enquanto que as ar-
térias carregam oxigênio para os tecidos para
nutrição e sobrevida destes. Normalmente,
cada artéria é acompanhada por uma veia,
seja na cabeça, no pescoço, no tórax, abdome
e membros”, completa Marcelo.
Ventrículo
direito esquerdo
veia cava
inferior
Pequena circulação (ou circulação pulmonar): trata-se
do caminho percorrido pelo sangue desde o ventrículo
direito até o átrio esquerdo. Nessa circulação, o sangue
passa pelos pulmões, onde é oxigenado
Grande circulação (ou circulação sistêmica): é o percurso
do sangue a partir do ventrículo esquerdo até o átrio
direito. Nela o sangue oxigenado fornece oxigênio aos
diversos tecidos do corpo, e devolve ao coração o sangue
não oxigenado dos tecidos
Aorta: transporta o sangue com oxigênio do ventrículo
esquerdo do coração para os diversos tecidos do corpo
Veias cavas (superior e inferior): levam o sangue não
oxigenado dos tecidos do corpo para o átrio direito do
coração
Artérias pulmonares: transportam sangue não oxigenado
do ventrículo direito do coração até os pulmões
Veias pulmonares: levam o sangue com oxigênio dos
pulmões até o átrio esquerdo do coração

Consultoria Fátima El Hajj, médica vascular; Marcelo Calil Burihan, cirurgião vascular ilustrações Shutterstock Images

CUIDE DA SUA SAÚDE ESPECIAL . 7

Varizes

Veias
dilatadas
Muito comuns em
mulheres, as varizes
devem ser tratadas para
evitar complicações
mais graves

Texto João Paulo Fernandes

Design Samantha Alves

U
ma das coisas que mais
incomoda as pessoas no
que diz respeito à questão
estética – principalmente
as mulheres – são as varizes. Para
quem gosta de andar de bermuda,
shorts, ou ir à praia e à piscina re-
gularmente, desenvolver o proble-
ma é quase um pesadelo, devido às
marcas que as veias afetadas deixam
nos membros do corpo, na maioria
dos casos, nas pernas. Mas será que
as varizes só têm consequências na
aparência? Ou elas também podem
afetar nossa saúde?
Com maior incidência no sexo
feminino, as varizes se caracterizam

8 . CUIDE DA SUA SAÚDE ESPECIAL

por veias dilatadas, alongadas e tortuosas que se desenvolvem
nos membros inferiores, no caso as pernas, pés e coxas. Segundo
a cirurgiã vascular Cláudia Fiorini, as varizes podem, sim, trazer
complicações caso não sejam tratadas. “O não tratamento faz com
que as veias varicosas fiquem cada vez mais dilatadas e que ou-
tras apareçam, o que piora esteticamente o aspecto dos membros
inferiores e aumentam os sintomas. Em um estágio mais avança-
do, ocorre escurecimento da pele da metade da perna para baixo,
incluindo tornozelos e pés com posterior alteração da textura da
pele e do tecido gorduroso destes locais, podendo posteriormente
surgir úlceras varicosas ( feridas) na parte interna dos tornozelos”,
detalha a médica.

Como surgem as varizes?

No nosso corpo, o sangue é bombeado do coração para todos
os outros órgãos e membros por meio das artérias. E as veias são
as estruturas responsáveis por fazer o caminho contrário, ou seja,
bombear o sangue de volta para o coração. Para chegar até os
membros inferiores – como as coxas e as pernas – o caminho é
fácil. Contudo, para o sangue retornar ao coração é necessário um
esforço muito maior. Para executar essa ação, nossas veias pos-
suem válvulas, que se abrem para permitir a passagem do sangue e
depois se fecham, para impedir que o sangue retorne. Com o avan-
ço da idade, somado a fatores hereditários ou outras causas, as
veias podem sofrer a perda gradativa de sua elasticidade, causan-
do a dilatação dessas estruturas e provocando um mau funciona-
mento das válvulas, que devido ao tamanho expandido das veias
não conseguem mais fechar de forma eficiente. Com isso, o sangue
começa a voltar e se acumular dentro das veias, provocando a di-
latação das mesmas.
As causas para o desenvolvimento das varizes ainda não são
totalmente comprovadas, mas sabe-se que elas têm relação prin-
cipalmente com questões hereditárias, conforme explica Cláudia
Fiorini. “Ainda não se sabe a origem exata, mas na maioria das pes-
soas a principal causa é a tendência familiar, ou seja, histórico de
algum parente com varizes”, aponta a cirurgiã vascular. Entretan-
to, existem alguns fatores que favorecem o desenvolvimento das
varizes e contribuem para o agravamento do quadro.
De acordo com o médico radiologista e especialista vascular
Peter Françolin, além dos fatores genéticos, a própria profissão do
indivíduo pode contribuir com o aparecimento das varizes. “Con-
dições de trabalho, que chamamos de condições laborais, em que
a pessoa fica muito tempo em pé como no caso de dentistas, cirur-
giões, empregadas domésticas, professores e seguranças, estão mui-
tas vezes associadas com o sangue retido, que chamamos de estase,
e que são condições que favorecem a formação e a piora das varizes.
Outras condições podem incluir tromboses anteriores. Quando te-
mos uma trombose existe uma destruição das válvulas das veias, o
que favorece a formação de varizes”, explica o especialista.

CUIDE DA SUA SAÚDE ESPECIAL . 9

 Existem, também, outras condições de saúde que podem estar
relacionadas com a dilatação das veias, como afirma a médica vas-
cular Fátima El Hajj. Segundo ela, o fato de pertencer ao sexo femi-
nino já é um fator de risco, já que a doença acomete principalmen-
te pacientes mulheres. “(Os fatores de risco) São majoritariamente
herança hereditária, obesidade, sedentarismo ou trombose venosa
profunda prévia. Ser do sexo feminino e o uso de contraceptivos
orais também são fatores de risco”, completa.

Sintomas e diagnóstico
O principal sintoma das varizes é o que mais incomoda os
pacientes que sofrem com o problema: as próprias veias dilata-
das se tornam facilmente observáveis devido à alteração de seu
tamanho e espessura originais, deixando marcas indesejadas na
pele. Mas a má-circulação do sangue nas veias afetadas ainda
pode desencadear outros quadros. “Geralmente peso, cansaço
ou queimação nas pernas, associados ou não a edema (inchaço)
de pernas, tornozelos e pés, que pioram no final do dia, durante
a tarde e à noite, e também no verão. Geralmente as temperatu-
ras mais elevadas causam vasodilatação ou piora dos sintomas”,
detalha Cláudia.
Ao contrário dos aneurismas, as varizes apresentam a vanta-
gem de serem facilmente detectadas e diagnosticadas, justamente
devido às marcas na pele deixadas pelas veias dilatadas. “É uma
doença fácil de identificar. Geralmente quem as possui já chega ao
médico com diagnóstico, pois são visíveis a olho nu. O doppler co-
lorido venoso (um tipo de exame) pode auxiliar no detalhamento
do diagnóstico, mas não é necessário em todos os casos. Apenas
o exame físico do paciente pode ser suficiente”, comenta Cláudia
Fiorini.
De acordo com Peter Françolin, apenas em alguns casos es-
pecíficos é necessário um exame mais detalhado para o diagnós-
tico das varizes. “Quando temos as chamadas varizes internas
que são varizes de veia safenas ou o mau funcionamento de veias
profundas, o diagnóstico é realizado através do mapeamento
com a ultrassonografia associada ao duplex doppler colorido
(técnica de ultrassonografia com imagens coloridas que indica
com cores diferentes o fluxo sanguíneo de veias e artérias)”, rela-
ta o especialista.

E para tratar, como faz?

Devido à facilidade de se diagnosticar um quadro de varizes, o
tratamento também se torna mais fácil e de início precoce. Para
cuidar dos membros afetados pela dilatação anormal das veias,
é possível recorrer a diferentes métodos, sendo o mais comum a
cirurgia. “Existem várias formas de se realizar o tratamento de
varizes: o tratamento cirúrgico, as termoablações, por meio de
laser e radiofrequência, e a ablação química representada pela
escleroterapia”, comenta Cláudia.
10 . CUIDE DA SUA SAÚDE ESPECIAL
 A escleroterapia é um método que
consiste na injeção de substâncias quí-
micas – que podem estar em forma
líquida ou de uma espuma densa
– dentro da veia afetada, que vão
“expulsar” o sangue para as veias
saudáveis, melhorando assim o
fluxo sanguíneo da região. “Este
último método, a esclerotera-
pia, é o único que trata todos os
casos de varizes sem precisar ser
associado a nenhum outro. Tam-
bém é o menos invasivo, pois não ne-
cessita de internação ou anestesia, e é
realizado no próprio consultório, sem ne-
cessidade de nenhum repouso, independente
de quantidade e/ou calibre das varizes a serem
tratadas”, completa a especialista.
As intervenções cirúrgicas não são, porém, as úni-
cas alternativas. Existem casos em que as cirurgias não são
necessárias, e nessas circunstâncias, o médico pode recorrer a
métodos mais simples, que envolvem desde a administração de
medicamentos até repouso. “Em situações em que não se indica
a cirurgia, o tratamento pode ser conservador através de repou-
so, utilização de meias compressivas e administração de medi-
camentos com ação vascular”, detalha Peter Françolin.

E os vasinhos?
Ao contrário do que muita gente pensa, os vasinhos não são
um problema meramente estético. Eles são veias muito finas e
aparecem quando, devido a algum tipo de pressão sobre deter-
minada parte do corpo, o sangue fica retido nesses vasinhos,
causando a dilatação dos mesmos. Por serem muito superfi-
ciais, acabam ficando evidentes a olho nu, como as varizes.
Os vasinhos podem indicar que algo no sistema circulatório
não está bem. Segundo Cláudia Fiorini, na maioria das vezes
eles são decorrentes de alguma anormalidade no funcionamen-
to de veias maiores, que alimentam os vasinhos. “São pequenos
vasos venosos que surgem e ficam aparentes, geralmente, pelo
aumento de pressão em alguma veia varicosa maior, chamada
de veia nutridora destes vasos. Os vasinhos, apesar de não cau-
sarem sintomas na maioria dos casos, são o estágio inicial da
doença venosa e devem ser eliminados o quanto antes para ter
a progressão da doença”, explica. Por isso, ao notar a presença
desses pequenos vasos em alguma região do corpo, é importan-
te consultar um angiologista ou cirurgião vascular para saber a
origem do problema e tratá-lo da forma correta.
Consultoria Cláudia Fiorini, cirurgiã vascular; Fátima El Hajj, médica vascular; Peter Françolin,
médico radiologista especialista vascular ilustrações Shutterstock Images
Trombose

Está no sangue
A trombose é a formação de um coágulo na veia,
geralmente nas pernas, braços, pulmão ou cérebro.
Confira os riscos e como evitar a doença
Texto Juliana Borges
Design Samantha alves

A
o cortarmos uma parte de nosso corpo, o sangue sai
por um tempo e, depois, para. Isso porque o organis-
mo humano possui um sistema de coagulação muito
eficiente, no qual as plaquetas migram até o local
do ferimento formando um trombo (coágulo) para estancar o
sangramento. Após um tempo, esse trombo se dissolve, o vaso
é recanalizado e a circulação sanguínea se reestabelece.
Entretanto, existem indivíduos que têm distúrbios
nesse sistema de coagulação e formam trombo
em determinado local onde não houve sangra-
mento. Esse coágulo pode se desprender
e causar complicações gravíssimas,
como embolia pulmonar.

12 . CUIDE DA SUA SAÚDE ESPECIAL

 Dois tipos
A trombose, também conhecida como
trombose venosa profunda (TVP), consiste
na formação de um coágulo sanguíneo em
uma ou mais veias localizadas nos membros
inferiores do corpo, geralmente nas pernas. “Ela
pode causar tromboembolismo pulmonar ou
sequelas nas pernas, como nos casos de úlce-
ras ( feridas)”, explica Marcelo Calil Burihan,
cirurgião vascular e presidente da Sociedade
Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular
– Regional São Paulo (SBACV-SP). Além da
venosa profunda, existe também a trombose
arterial, quando trombos se formam nas ar-
térias, bloqueando totalmente este vaso. “Os
riscos também são preocupantes, uma vez
que ela pode levar a quadros isquêmicos ( falta
de sangue oxigenado para uma determinada
parte do corpo), propiciando gangrenas, aci-
dente vascular cerebral (AVC) ou infartos do
miocárdio”, completa o profissional.
As tromboses venosas podem evoluir para
condições crônicas, levando à chamada insufi-
ciência venosa crônica nos membros inferiores.
A partir do momento em que, durante o pro-
cesso de dissolução do coágulo – que é algo
natural do corpo humano –, ficam sequelas
no interior das veias, destruindo a estrutura
das válvulas, a doença passa a ser crônica. “A
dificuldade de o sangue retornar ao coração e,
consequentemente, a estase (parada do sangue)
no membro acometido podem causar alterações
de pele, varizes e até feridas”, declara Marcelo.
Ponto de origem
O fator hormonal é um dos prin-
cipais a levar à formação de
trombose venosa
Consultoria Marcelo Calil Burihan, cirurgião vascular e presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo (SBACV-SP); Rubens Frederico
Zaltron, médico hematologista e hemoterapeuta foto Shutterstock Images
nas mulheres, como explica Marcelo: “A utilização de anticoncepcionais
e a terapia de reposição hormonal com estrógenos são importantes
fatores de risco, mas não os únicos”. De acordo com o especialista, as
trombofilias – alterações nos mecanismos de coagulação que podem
ter caráter hereditário ou adquirido – também influenciam, tanto na
trombose venosa quanto na trombose arterial.
De forma geral, as causas mais comuns da trombose venosa são
fatores de coagulação, estase sanguínea e lesões nas paredes das veias,
além de ocorrências como imobilidade provocada por prolongadas
internações hospitalares, dificuldade de movimentação durante via-
gens longas em aviões e ônibus, varizes e cirurgias. Por outro lado, a
trombose arterial é “decorrente de alterações na parede das artérias,
proporcionadas por fatores isolados ou associados, como é o caso
do cigarro, aumento nos níveis de colesterol, diabetes melitus, entre
outros”, ressalta o cirurgião vascular.
Identificando e tratando o problema
O diagnóstico da trombose é dado a partir de um exame físico rea-
lizado por um profissional especializado, no caso, o cirurgião vascular.
Exames complementares, como o ecocolor doppler, a angiotomografia
ou o cateterismo, podem contribuir para identificar a doença.
Podendo ter muitas causas e surgir em vários locais, com graus
de severidade diferentes, a trombose tem tratamentos e acompa-
nhamentos variados, que dependem de muitos fatores. “Um infarto
agudo do miocárdio e uma trombose venosa profunda são dois
exemplos com perspectivas e manejo distintos. No primeiro, temos
a obstrução de uma artéria cardíaca, podendo gerar consequências
letais em pouco tempo, necessitando de medicações específicas e
até mesmo cateterismo cardíaco. Já no caso da TVP o bloqueio
ocorre em uma veia, com tratamento baseado principalmente em
anticoagulantes”, detalha Rubens Frederico Zaltron, médico hema-
tologista e hemoterapeuta.
O tratamento com anticoagulantes, de acordo com Marcelo,
envolve injeções subcutâneas de heparina e medicações via oral.
Normalmente, também são usados venotônicos, remédios que
melhoram o retorno do sangue, e meias elásticas. “Em raras exce-
ções, são feitos cateterismo, na tentativa de dissolver o coágulo, ou
implante de stents (pequenas molas) na barriga, que são colocados
para desentupir alguma veia mais calibrosa”, afirma o especialista.
Por sua vez, a trombose arterial deve ser tratada, em princípio,
com uma mudança nos hábitos do paciente. Praticar exercícios fí-
sicos e abandonar o tabagismo são as principais medidas. Também
podem ser utilizados medicamentos vasodilatadores e outros que
evitem a piora da trombose e reduzam o colesterol. “Caso o trata-
mento clínico não seja eficaz, é necessário um tratamento cirúrgico
na tentativa de desentupir a artéria ou a realização de pontes para
ultrapassar o entupimento”, alerta Marcelo.
CUIDE DA SUA SAÚDE ESPECIAL . 13
AVC

Derrame
cerebral
O AVC é uma das
principais causas de
morte no Brasil e
mundo. Entenda as
sequelas, causas e
sintomas da doença
Texto Juliana Borges
Design Samantha alves

O
Acidente Vascular Cerebral (AVC),
popularmente conhecido como
derrame, é causado pela interrup-
ção ou redução drástica do forne-
cimento de sangue para o cérebro. Isso pode
acontecer por conta de dois fatores: ausência
de fluxo sanguíneo (isquêmico) ou por ruptu-
ra de um vaso sanguíneo (hemorrágico). No
Brasil, o AVC é a segunda doença que mais
mata, ficando atrás apenas do infarto. Segundo
dados do Ministério da Saúde, um brasileiro
morre a cada cinco minutos em decorrência
do problema, somando mais de 100 mil óbitos
por ano. Entenda mais sobre ele, suas causas
e definição.

Isquêmico e hemorrágico
Muitas pessoas são pegas de surpresa
ao sofrerem um AVC, que pode dar de duas
maneiras. “O isquêmico acontece devido ao
entupimento das artérias que levam sangue
para o cérebro – artérias carótidas. Já o
hemorrágico ocorre por um sangramento
intracraniano proporcionado por uma ruptura
de uma artéria, decorrente da fragilidade desta
14 . CUIDE DA SUA SAÚDE ESPECIAL
– como nos casos de aneurismas cerebrais
ou traumas”, explica Marcelo Calil Burihan,
cirurgião vascular e Presidente da Sociedade
Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular
– Regional São Paulo (SBACV-SP).
O AVC isquêmico possui quatro subdivisões,
cada uma com causas diferentes: aterotrom-
bótico, provocado por doença que ocasiona na
formação de placas nos vasos sanguíneos maio-
res, podendo causar a formação de êmbolos ou
o bloqueio do vaso sanguíneo; cardioembólico,
acontece quando o êmbolo responsável pelo
derrame parte do coração; AVC isquêmico
de outra etiologia, ocorre principalmente em
pessoas jovens e pode ter relação com distúr-
bios de coagulação do sangue; criptogênico,
caracterizado pela não-identificação da causa
do AVC, mesmo após a realização exames de-
talhados para investigação.
O AVC hemorrágico possui como cau-
sas mais frequentes as doenças que causam
um aumento súbito da pressão, provocando
a ruptura da parede do vaso sanguíneo e o
extravasamento de sangue. “Muitas vezes, o
sangramento dos ramos dessas artérias está
associado a malformações da circulação intra-
craniana ou desenvolvimento de aneurismas
(dilatações) que podem se romper esponta-
neamente”, completa o especialista. De acordo
com o neurologista Lucas Porto Ferreira, todas
essa causas possuem uma maior expressão em
indivíduos que apresentam fatores de risco
elevados, como estilo de vida sedentário, má
alimentação, obesidade, tabagismo, etilismo,
níveis de colesterol aumentados, hipertensão
arterial e diabetes.
Primeiros sinais
Qualquer suspeita da doença deve ser enca-
rada como uma emergência neurológica, uma
vez que existe um grande risco de mortalidade
e incapacidade. Entre os principais sintomas,
que podem auxiliar na detecção da doença
logo no início, estão: perda da força muscular
ou formigamento nos braços, pernas ou em
apenas um lado do corpo, dificuldade na fala,
assimetria facial, dor de cabeça súbita e intensa
Consultoria Lucas Porto Ferreira, neurologista; Marcelo Calil Burihan, cirurgião vascular e Presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de
Cirurgia Vascular – Regional São Paulo (SBACV-SP) fotos Shutterstock Images
sem causa aparente, perda da visão, desequilíbrio associado a náuseas
e vômitos. Assim que o paciente chega ao hospital, alguns cuidados
clínicos de emergência são realizados. “Inicialmente, temos acesso aos
sinais vitais (grau de consciência, pressão arterial, frequência cardíaca,
nível de glicose no sangue) e mantemos o indivíduo respirando e com
estabilidade da circulação sanguínea. O objetivo é avaliar qual o melhor
tratamento para a fase aguda do AVC, sempre visando minimizar os
danos cerebrais e restabelecer o fluxo sanguíneo cerebral”, comenta
Lucas. A oxigenação cerebral é vital para manutenção das funções.
De acordo com Marcelo, nos casos de isquemia, o limite máximo na
tentativa de desentupir a circulação é de três a quatro horas.
O AVC pode resultar em sequelas graves e até mesmo irreversíveis
em um indivíduo. A principal delas é a perda dos movimentos, deixando
o paciente acamado e dependente para as atividades do dia a dia. “As
sequelas têm relação com o tipo de AVC, a extensão da região afetada
e o tempo entre instalação dos sintomas e tratamento. Elas podem ser
amenizadas e até mesmo solucionadas com a reabilitação precoce”,
alerta o médico neurologista. Entretanto, em casos mais graves, o AVC
pode levar a desmaios e até mesmo ao óbito.
Reestabelecendo funções
Após o tratamento intra-hospitalar da fase aguda e estabilidade
dos sintomas, o paciente precisa passar pela reabilitação com diver-
sos profissionais especializados. “Ele deve ser encaminhado para um
centro de reabilitação em doenças neurológicas ou ser assistido por
uma equipe multidisciplinar, composta por neurologista, fisioterapeuta,
fonoaudiólogo, enfermeiro, psicólogo e terapeuta ocupacional”, descreve
Lucas. O tratamento é individualizado e adaptado de acordo com cada
indivíduo, gravidade do problema e grau de sequelas. O profissional
afirma ainda que diversos trabalhos e estudos já comprovaram que a
região cerebral afetada pelo AVC pode se regenerar caso receba estímu-
los contínuos e repetidos. Além da reabilitação, o controle dos fatores
de risco é necessário para que o paciente não desenvolva quadros de
repetição. “Deve-se adequar as medicações para reestabelecer a pressão
arterial e também os níveis de colesterol e glicemia. Aqui também se
faz necessária a cessação do tabagismo”, alerta Marcelo.
CUIDE DA SUA SAÚDE ESPECIAL . 15
ANEURISMA
Dilatação
anormal
Texto João Paulo Fernandes
Design Samantha alves
I
magine que determinada parte de um
dos seus braços ou das suas pernas de
repente incha a ponto de ficar quase 50%
maior do que o tamanho original. Esse
é basicamente o processo conhecido como
aneurisma. A diferença é que ele ocorre em
uma parte do seu corpo bem menor do que
os braços ou as pernas. “O aneurisma é quan-
do parte de uma artéria sofre um processo
de dilatação anormal”, explica o cirurgião
vascular Francisco Carlos Dias.
Segundo o especialista, as causas para o
surgimento de um aneurisma são diversas,
e podem estar relacionadas tanto a fatores
genéticos quanto a doenças e infecções, sendo
a aterosclerose uma das razões mais comuns
16 . CUIDE DA SUA SAÚDE ESPECIAL
Caracterizados
por um aumento
desproporcional de
parte da artéria, os
aneurismas podem
ser fatais
para o surgimento do problema. “As suas
causas estão relacionadas com o enfraque-
cimento das paredes arteriais, que podem
ser provocadas por condições congênitas
ou em decorrência de outras enfermidades,
como inflamações, infecções, traumatismos
ou processos degenerativos como o da ate-
rosclerose”, aponta.
Sintomas e consequências
O que torna os aneurismas um problema
tão perigoso é o fato de, na maior parte dos
casos, eles não apresentarem a manifestação
de qualquer sintoma. “Os aneurismas podem
ocorrer em várias artérias do corpo e os
sintomas geralmente acontecem quando
já está muito dilatado ou quando se rom-
pe. Geralmente é uma doença silenciosa,
sem sintomas”, afirma a cirurgiã vascular
Cláudia Fiorini.
A consequência disso é a dificuldade de
diagnosticar um aneurisma. O paciente pode
passar anos com a artéria dilatada, só ten-
do conhecimento do seu problema quando
sofre um derrame, por exemplo. “O grande
risco dos aneurismas é a sua ruptura que,
dependendo da localidade, leva o paciente
à morte repentina – como o aneurisma de
aorta abdominal, o aneurisma de aorta to-
rácica, entre outros –, ou a sequelas muitas
vezes irreversíveis”, detalha Cláudia.
Segundo o médico radiologista e especia-
lista vascular Peter Françolin, essas sequelas
podem incluir até a amputação de partes do
corpo. “O desprendimento de um coágulo
de dentro do aneurisma para artérias mais
terminais pode levar à perda de dedos ou de
um membro. As consequências são muito va-
riáveis e dependem do tipo de aneurisma, do
seu tamanho e de suas complicações”, relata.
Consultoria Cláudia Fiorini, cirurgiã vascular; Francisco Carlos Dias, angiologista e cirurgião vascular; Peter Françolin,
médico radiologista especialista vascular fotos Shutterstock Images
Exames e diagnóstico
Como os aneurismas dificilmente apresentam algum tipo de
sintoma, são raros os casos em que um paciente ou o médico
solicitam um exame com o fim de detectar uma dilatação no
tamanho da artéria. “Quando os aneurismas são assintomá-
ticos, eles são descobertos, muitas vezes, acidentalmente na
realização de exames de imagens por outros motivos”, explica
Cláudia Fiorini.
Contudo, diversos exames podem ajudar a identificar a pre-
sença dessas alterações nos vasos sanguíneos. De acordo com
Peter Françolin, para cada região do corpo existe um exame
específico para reconhecer artérias que apresentem alguma
anormalidade. “Os exames podem variar conforme a localização
do aneurisma. Aneurismas no cérebro podem ser detectados
com tomografia computadorizada, ressonância magnética ou
angiografia”, aponta o médico.
Ainda segundo o especialista, os exames de rotina podem
contribuir para detectar o problema. “Aneurismas da aorta
abdominal são muito bem caracterizados nos check-ups com
ultrassonografia. A tomografia e a ressonância magnética também
estudam muito bem estes aneurismas abdominais. Os aneuris-
mas da artéria poplítea são caracterizados pela ultrassonografia
com doppler colorido. Outros aneurismas podem ser estudados
com tomografia e angiografia conforme a localização”, explica.
CUIDE DA SUA SAÚDE ESPECIAL . 17
Coração

Coração
ameaçado
Doenças circulatórias
constantemente afetam o
bom funcionamento do órgão,
desencadeando diversas doenças
Texto João Paulo Fernandes
Design Samantha alves

O
coração é o órgão que está mais diretamente ligado ao sistema
circulatório dentro do corpo. Por isso, quando alguma coisa
não está funcionando corretamente, ele é um dos primeiros a
sentir os efeitos do fluxo sanguíneo comprometido. A seguir,
conheça algumas das complicações mais recorrentes que afetam o cora-
ção, quais os sintomas e os meios para diagnosticar essas enfermidades.

18 . CUIDE DA SUA SAÚDE ESPECIAL

 Angina
O que é: “É o sintoma de dor causada por isquemia
miocárdica, ou seja, quando há diminuição do forne-
cimento de oxigênio ao músculo do coração, conhe-
cido como miocárdio, geralmente por consequência
da obstrução de uma artéria”, explica o cardiologista
Hélio Castello. Segundo o especialista, existem quatro
tipos diferentes desse quadro, classificados de acordo
com as causas e características apresentadas. “Existe
a angina estável, com características mais crônicas; a
angina instável, que é, geralmente, mais intensa, aguda
e com maior risco de infarto; a angina por espasmo,
mais comum em mulheres e sem obstruções por placa
de gordura, e a angina de consumo, relacionada ao uso
de substâncias agressivas, alterações hormonais, estados
clínicos instáveis e/ou atividade intensa”, completa Hélio.
Sintomas: o cardiologista explica que a angina se
manifesta primeiramente em quadros de dor no peito,
decorrente de esforços físicos, e que pode se estender
para os braços, as costas e a parte superior do abdô-
men. Esses quadros de dor podem vir acompanhados
de náuseas, vômito e sudorese excessiva.
Diagnóstico: “Depende da apresentação do quadro,
se é de forma aguda ou crônica, há diferentes proce-
dimentos que auxiliam no diagnóstico, como eletro-
cardiograma, teste ergométrico e até o cateterismo
cardíaco, variando de acordo com o quadro clinico”,
aponta Hélio.

Aterosclerose
O que é: “É a doença caracterizada pela formação
de placas de gorduras nas paredes dos vasos (artérias),
com ou sem obstruções, endurecimento ou dilatação
com formação de aneurismas (tumor causado pela
dilatação anormal das artérias)”, explica o cardiolo-
gista. Suas causas variam entre consumo excessivo
de cigarro e drogas, hipertensão arterial, diabetes,
obesidade, elevação dos níveis de colesterol, estresse
e sedentarismo. A idade, o gênero e a predisposição
genética também são apontados como fatores de risco
para o desenvolvimento do problema.
Sintomas: no caso do acúmulo de gordura nas ar-
térias do coração, a manifestação mais comum são as
dores no peito decorrentes de esforço físico e infarto do
miocárdio. Para os casos em que a aterosclerose afeta
as artérias do pescoço, podem ocorrer perturbações
visuais, paralisias transitórias, desmaios ou até acidentes

CUIDE DA SUA SAÚDE ESPECIAL . 19

 vasculares cerebrais (AVC). Em último
caso, quando as artérias acometidas são
dos membros inferiores, são comuns as
dores nas pernas ao caminhar, atrofia
muscular, queda de pelos, gangrena
dos músculos e até impotência sexual.
Diagnóstico: os exames mais co-
muns utilizados no diagnóstico da
aterosclerose são: exames de sangue,
para detectar a presença de substâncias
que indiquem uma lesão cardíaca e
exames de imagem, como a tomografia
computadorizada e a ultrassonografia
intravascular. Ainda podem ser feitos
testes físicos e medição dos níveis de
glicose, colesterol e triglicérides como
forma de prevenção ou confirmação
do diagnóstico.

Cardiomiopatia
O que é: “É a doença que compro-
mete o músculo cardíaco, o miocárdio,
geralmente levando à sua dilatação e
alteração da função de contração”, expli-
ca o especialista. Ele aponta ainda que
a enfermidade pode se apresentar de
três formas diferentes, conhecidas como
cardiomiopatia dilatada, hipertrófica e
restritiva. Segundo o cardiologista, as
causas para o desenvolvimento do pro-
blema são as mesmas da angina, podendo
ainda ser decorrentes de outras doenças,
do alcoolismo e até da desnutrição.
Sintomas: os sinais mais comuns
consequentes da cardiopatia são insu-
ficiência cardíaca, falta de ar e fadiga,
com possibilidade de desencadear dores

20 . CUIDE DA SUA SAÚDE ESPECIAL

torácicas, desmaios e arritmia cardíaca.
Diagnóstico: os exames utilizados para
auxiliar no diagnóstico das cardiomiopatias
variam de acordo com a classificação do
problema. Contudo, Hélio aponta que o mais
comum ainda é o eletrocardiograma, utili-
zado em todos os casos de cardiomiopatia
e podendo ser complementado com outros
recursos, como biópsia do músculo cardíaco
ou cateterismo.
Endocardite
O que é: uma inflamação que afeta o
endocárdio, membrana que reveste a parte
interna do coração e as válvulas cardíacas. Ela
pode ser classificada em dois tipos, sendo eles
a endocardite infecciosa e a não infecciosa.
A infecciosa é causada por bactérias, fungos
ou vírus que invadem a corrente sanguínea
e se instalam em áreas comprometidas do
revestimento interno do órgão, válvulas defei-
tuosas ou mesmo em próteses instaladas nas
artérias do coração. A variação não infecciosa
é a menos comum e se dá pelo acúmulo de
microrganismos e células inflamatórias –
não infectadas – nas válvulas cardíacas e no
endocárdio, decorrente de outros problemas
de saúde, como doenças autoimunes.
Sintomas: os sinais de manifestação da
doença são vários, dependendo da variação
de endocardite apresentada. Os mais comuns
são: febre alta, calafrios, sudorese noturna, fa-
diga intensa, dor nas articulações e músculos,
inchaço dos pés, pernas e do abdômen, perda
de peso, dores no peito e aumento do baço.
Diagnóstico: é baseado no exame clínico,
aliado ao histórico do paciente e aos sintomas
apresentados. No caso da endocardite infec-
ciosa, exames de sangue são essenciais para
detectar a presença de bactérias ou outros
microrganismos na corrente sanguínea. O
ecocardiograma, a tomografia computadori-
zada e a ressonância magnética são exames
de imagem que também podem contribuir
muito para o reconhecimento das áreas do
coração afetadas pela doença.
Consultoria Hélio Castello, cardiologista
Fibrilação atrial
O que é: conforme explica Hélio, é uma alteração anormal dos
batimentos cardíacos. “Um tipo de arritmia cardíaca onde o ritmo
cardíaco não é regular e, geralmente, é mais taquicardíaco, ou seja,
mais acelerado”, explica o especialista. A fibrilação atrial pode
ocorrer devido a fatores como diabetes, hipertensão, insuficiência
cardíaca, uso abusivo de álcool e de medicamentos estimulantes.
Outro fator importante para o desenvolvimento da doença é o en-
velhecimento, já que o risco para a fibrilação atrial aumenta com
o avanço da idade.
Sintomas: os mais comuns são tontura, falta de ar, respiração
curta, desmaios e a sensação de que o coração vai sair pela boca.
Diagnóstico: apesar de a doença ser grave – a fibrilação atrial
é a causa mais comum de acidente vascular cerebral (AVC) – seu
diagnóstico é simples. O médico especialista pode verificar o des-
compasso do ritmo cardíaco utilizando apenas o estetoscópio para
auscultar os batimentos do coração. Ainda pode ser utilizado o
eletrocardiograma para uma verificação mais precisa da arritmia.
Pericardite
O que é: se trata do processo inflamatório do pericárdio, mem-
brana que envolve o coração. Esse processo pode se manifestar de
forma aguda ou crônica. Na fase aguda, a infecção se instala de forma
súbita e o quadro dura de uma a três semanas, normalmente reapa-
recendo depois de algumas semanas. Na forma crônica, a evolução
do quadro é lenta e quase sempre assintomática, até o momento
em que o tecido cardíaco se encontra altamente comprometido
e com as funções prejudicadas. Em 90% dos casos é classificada
como idiopática, ou seja, não apresenta um motivo aparente. Nos
casos em que é encontrada a causa, pode estar relacionada à infec-
ção por vírus e bactérias ou surgir como consequência de outras
condições de saúde.
Sintomas: no caso da manifestação aguda, o principal sintoma
é uma dor intensa e repentina no meio do peito, que varia de in-
tensidade de acordo com a posição em que o paciente se encontra.
A dor se agrava ao tossir, engolir e respirar fundo. Na manifestação
crônica, a dor do peito passa também para as costas, para o pescoço
e para o ombro esquerdo, podendo ainda desencadear quadros de
cansaço, falta de ar, sensação de fraqueza e palpitações.
Diagnóstico: aqui é observado o quadro clínico do paciente,
juntamente com os sintomas e queixas apresentados pelo mesmo
e a análise do histórico familiar. Ainda são observados também
os batimentos cardíacos, através da ausculta com o estetoscópio.
Exames de sangue e de imagem, como ecocardiograma, eletrocar-
diograma, cateterismo, tomografia computadorizada e ressonância
magnética, também são usados para complementar o diagnóstico.
fotos Shutterstock Images
CUIDE DA SUA SAÚDE ESPECIAL . 21
embolia pulmonar
Perigo que
vem de baixo
Na maioria dos casos, embolia pulmonar é desencadeada por
coágulos originários das pernas e pode ser fatal
V
ocê sabia que uma doença que afeta
os membros inferiores do seu corpo
também pode ser a responsável
por desencadear problemas sérios
no pulmão? Esse é o caso da trombose venal
profunda. Essa enfermidade é causada pela
formação de coágulos sanguíneos nas pernas.
Mas o que ela tem a ver com os pulmões?
Na verdade, tudo. Isso porque os coágulos
22 . CUIDE DA SUA SAÚDE ESPECIAL
Texto João Paulo Fernandes
Design Samantha alves
formados podem se desprender da região de
origem (panturrilhas ou coxas) e viajar pela
corrente sanguínea até chegar aos órgãos da
caixa torácica.
Uma vez nas artérias do pulmão, os coágu-
los bloqueiam a passagem de sangue, desen-
cadeando um quadro de embolia pulmonar.
“Chamamos de embolia pulmonar quando um
material sólido dentro da corrente sanguínea
alcança as artérias pulmonares causando obs-
truções nas mesmas. Os materiais que mais
frequentemente podem formar estes êmbolos
são gorduras e, principalmente, coágulos
sanguíneos”, confirma o médico radiologista e
especialista vascular, Peter Françolin. “A causa
mais frequente é o desprendimento de um
coágulo dentro de uma veia migrando por
meio da corrente sanguínea e alcançando as
artérias pulmonares. Os coágulos mais fre-
quentes são aqueles originados nos membros
inferiores, nas chamadas tromboses venosas
profundas”, completa.
Segundo Peter, os fatores de risco para
desenvolvimento de uma embolia pulmonar
estão diretamente relacionados às causas que
levam a algum tipo de trombose, visto que a
presença de coágulos no sistema sanguíneo
é fator determinante para ocorrência das
embolias. “Qualquer situação que leve a uma
trombose em veias do organismo pode desen-
cadear a embolia pulmonar. Então, quadros
de varizes, tromboflebites e trombose veno-
sa profunda podem estar associados, assim
como histórico de trauma, fraturas ósseas,
desidratação, tempo elevado de imobilização,
tumores, entre outros”, detalha o especialista.

Sintomas
De acordo com a cirurgiã vascular Cláu-
dia Fiorini, a embolia pulmonar não pos-
sui sintomas específicos, o que dificulta o
diagnóstico. Dentre outros sinais, o paciente
pode apresentar aceleração dos batimentos
cardíacos e palidez. “Os sintomas de embolia
pulmonar são inespecíficos, ou seja, não são
característicos apenas desta doença, mas de
algumas outras. Podem ser: dor torácica sú-
bita, mal-estar, falta de ar, taquicardia, queda
de pressão e desmaio. Em alguns casos os
sintomas são pouco evidentes e podem ser
transitórios”, aponta a médica.
Atenção total
Por conta disso, o diagnóstico da própria
embolia é difícil, o que exige que o paciente
fique atento a qualquer sinal de uma trombose
ou outros problemas de saúde que possam levar ao desenvolvimen-
to da doença, como obesidade, insuficiência cardíaca, tabagismo,
ou distúrbio na coagulação do sangue, entre outros. “Se a embolia
for tratada, ela não traz consequências, mas ela pode ser fatal.
Quando a pessoa não morre, ela vai precisar tomar medicamento
anticoagulante por pelo menos seis meses e fazer acompanhamento
constante com médico. O perigo da embolia pulmonar é que ela
pode ocasionar em morte súbita”, aponta Cláudia.
Alguns exames podem ser utilizados para facilitar o diagnós-
tico, na tentativa de tratar o problema a tempo. “Dependendo da
gravidade dos sintomas a pesquisa pode ser iniciada por um raio X
simples. Porém o exame padrão para o diagnóstico é a tomografia
computadorizada realizada com injeção dinâmica de contraste.
Também podem ser realizados exames indiretos para pesquisar
trombose venosa profunda através do duplex doppler colorido de
veias de membros inferiores”, informa Peter.

Consultoria Cláudia Fiorini, cirurgiã vascular; Peter Françolin, médico radiologista especialista vascular fotos Shutterstock Images

CUIDE DA SUA SAÚDE ESPECIAL . 23

alimentos

Benefícios
no prato!
Conheça os alimentos que ajudam a manter a saúde
do sistema circulatório, protegendo o coração e
auxiliando na prevenção de doenças
Texto Juliana Borges
Design Samantha alves
R
esponsável por transportar oxigê-
nio e gás carbônico até as células,
distribuir nutrientes e hormônios
e eliminar resíduos metabólicos, o
sistema circulatório é essencial para a ma-
nutenção e funcionamento do corpo. O que
muitas pessoas não sabem é que uma alimen-
tação diária equilibrada e nutritiva, repleta
de fibras e vitaminas, faz toda a diferença
para que as doenças circulatórias passem
longe de nossa vida. Saiba os ingredientes
ideais para consumir!
Laranja
Comumente usada em sucos e tempe-
ros, a fruta alaranjada é saborosa e possui a
função de auxiliar na redução do colesterol
ruim (LDL), responsável pelo entupimento de
artérias, além de prevenir o desenvolvimento
de outras doenças cardiovasculares. Rica em
vitamina C, a laranja, quando consumida
regularmente, ajuda também na redução dos
radicais livres, responsáveis pelo envelheci-
mento das células.
Limão
Assim como a laranja, o limão também
possui uma grande quantidade de vitamina
C. Normalmente, seu suco é utilizado para
fazer tempero, molho de algum prato espe-
cífico ou limonada, e sua casca acaba sendo
deixada de lado. Porém, segundo Luciana
Novaes Moreira, nutricionista e professora de nutrição da faculdade
Anhanguera de Niterói (RJ), essa parte do limão é rica em nutrientes
que ajudam na eliminação de placas de gordura arteriais, diminuindo
o risco de complicações no sistema circulatório.
Kiwi
Com um sabor inigualável, a fruta verdinha garante benefícios
de sobra ao funcionamento do organismo! Por possuir uma grande
quantidade de vitamina C, o alimento é um poderoso antioxidante.
Ele também contém vitaminas E e K, além de luteína, zeaxantina
e outros fitoquímicos, substâncias que trabalham na proteção do
corpo. “O consumo regular desse alimento pode fornecer uma boa
proteção contra doenças cardiovasculares”, garante Luciana.
Morango
No geral, frutas vermelhas, como o morango, são grandes fontes
de vitaminas A e C, e outras substâncias fundamentais para a saúde
do coração, como compostos fenólicos e flavonoides. “Os compos-
tos fenólicos presentes nesse tipo de alimento fortalecem os vasos
sanguíneos, combatem os radicais livres e auxiliam na circulação
de líquidos, diminuindo edemas”, garante a nutricionista.
Salmão e atum
Além de muito saborosos, tanto cozidos como crus, peixes como
salmão e atum são muito populares pela grande quantidade de
ômega-3, uma gordura que ajuda a reduzir inflamações, melhora a
circulação, auxilia no combate às reações inflamatórias e protege
os vasos sanguíneos. “A principal indicação dessa substância é ser
uma auxiliar na prevenção de doenças cardiovasculares: diminui
a agregação plaquetária e a viscosidade do sangue, melhorando a
circulação, além de reduzir níveis de colesterol e triglicerídeos e
ajudar no controle da pressão sanguínea”, comenta Luciana.
CUIDE DA SUA SAÚDE ESPECIAL . 25
 Chia
Rica em diversos nutrientes, como cálcio, ferro, potássio, magnésio
e vitaminas A, B3 e C, a chia também é fonte de fibra e ácidos gra-
xos, como os ômegas 3 e 9, favorecendo a ação contra inflamações
e auxiliando na circulação. Seu poder de reduzir a glicose no sangue
e otimizar o funcionamento do intestino chama a atenção de quem
busca seguir hábitos alimentares mais saudáveis. É comumente
utilizada em dietas e processos de reeducação alimentar.
Alho e cebola
Temperos tradicionais na cozinha e fontes de vitaminas essen-
ciais para a saúde. A dupla oferece grande poder anti-inflamatório
e também favorece a circulação sanguínea. Com grande poder va-
sodilatador, o alho promove uma diminuição de placas de gordura
em artérias e veias, além de ajudar na diminuição de radicais livres.
Já a cebola é rica em quercetina, um antioxidante que diminui a
inflamação e melhora a circulação. “Essa substância possui ainda a
capacidade de diminuir radicais livres, ajuda a controlar o colesterol
ruim (LDL) e é vasodilatadora, tendo demonstrado bons resultados
na diminuição do risco de infarto”, ressalta a nutricionista.
Tomate
Por ser um excelente antioxidante, o fruto garante efeito cardiopro-
tetor ao organismo. Também protege contra o câncer, especialmente
o de próstata e o de mama. Luciana explica que o alimento conta
com uma grande quantidade de betacaroteno, que é convertido
pelo organismo em vitamina A, um nutriente essencial para a visão
e o crescimento.
Manga
É uma fruta utilizada para sucos, doces e também como acom-
panhamento de saladas frescas. Com grande quantidade de betaca-
roteno, ela agrega propriedades fundamentais
para a boa circulação sanguínea. “A manga é
excelente no controle da absorção de gorduras
e dos níveis de colesterol, além de melhorar
o funcionamento do intestino e auxiliar no
equilíbrio dos níveis de glicose no sangue”,
comenta Luciana.
Oleaginosas
Ricos em ácidos graxos e óleos fundamen-
tais para a saúde do metabolismo, ingredien-
tes como castanha-do-pará e amêndoas são
muito consumidos por atletas que buscam
uma alimentação rica em potássio, cálcio,
ferro e vitamina E. Também são populares na
gastronomia, sendo bastante usadas tanto em
doces quanto em saladas e pratos quentes.
Fontes de ácido fólico, as oleaginosas são
benéficas para a circulação sanguínea e o
controle do colesterol.
Beterraba
Além de muito saborosa, a beterraba deixa
os pratos de saladas muito coloridos e nu-
tritivos. “Ela possui potentes propriedades
antioxidantes, que combatem os radicais
livres”, conta Luciana. Além disso, de acordo
com a professora de nutrição, esse vegetal
contém uma substância vasodilatadora que
favorece toda a circulação e distribuição dos
nutrientes para o corpo.
Abacate
Rico em ômega-9, ele é capaz de reduzir
os riscos de doenças cardiovasculares. “Além
de conter vitamina E, ele é um poderoso
antioxidante que age inibindo a formação de radicais livres, prevenindo Por ser rico em fibras e aumentar a sacieda-
o envelhecimento das células e facilitando a circulação”, explica a de, é indicado, sobretudo, para pessoas que
nutricionista. O óleo do abacate é rico em betassitosterol, substância apresentam excesso de peso.
que propicia redução de colesterol no sangue.
Linhaça
Iogurte desnatado Assim como a aveia, a linhaça costuma
É um forte aliado na manutenção da saúde física. “Os laticínios ser ingerida como complemento de outros
são ricos em cálcio, um mineral que ajuda no controle da pressão alimentos. Fonte vegetal de ácidos graxos
arterial, importante para a saúde do coração”, explica Luciana. O essenciais, como ômegas 3 e 9, ela ajuda no
iogurte é um alimento que garante saciedade por mais tempo, sem combate à retenção de líquidos, diminui o
contar que serve como lanche para ser consumido entre as refeições colesterol e favorece o funcionamento das
e é muito prático. O ideal é optar pela versão natural, sem açúcar artérias e do coração.
ou outros ingredientes adicionados.
Banana
Azeite Além de saborosa, a banana contém
É fonte de ômegas 3 e 9, gorduras fundamentais no combate às nutrientes fundamentais para a saúde e o
doenças cardiovasculares. Luciana alerta que a utilização do azeite bom funcionamento do organismo. Rica em
na alimentação é fundamental para a redução do colesterol ruim potássio, forte aliado no controle da pres-
(LDL) e a melhora da circulação do sangue e do funcionamento do são arterial e no desempenho do sistema
coração. Ricos também em vitamina E, os azeites de oliva extravir- linfático, ela regula o intestino e ajuda na
gens são os mais indicados para a saúde. absorção de gorduras dos alimentos, contri-
buindo para o emagrecimento e eliminando
Farelo de aveia toxinas do metabolismo.
Rico em vitaminas do complexo B, cálcio e fibras solúveis e
insolúveis, o alimento auxilia no funcionamento do intestino e na Chá-verde
diminuição de glicose e colesterol no sangue. Luciana ressalta que, Muito utilizada nas chamadas dietas de-
com isso, há redução do risco de aterosclerose, doença vascular tox, a bebida possui importantes substâncias
crônica e progressiva caracterizada pelo enrijecimento das artérias. antioxidantes que ajudam a controlar o coles-
terol e a combater os radicais livres. Segundo
Brócolis Luciana, “o chá-verde ajuda no processo de
“Este alimento possui um alto poder antioxidante que retarda o desintoxicação do organismo, impedindo-o
envelhecimento, inclusive de artérias. Também é importante de absorver grandes quantidades de gordura”.
para o controle da pressão arterial, podendo auxiliar Além disso, ele é fundamental para a circulação
em todo o processo de circulação”, declara Luciana. e também atua contra a retenção de líquido.

Consultoria Luciana Novaes Moreira, nutricionista e professora do curso de Nutrição da Anhanguera de Niterói (RJ) fotos Shutterstock Images

CUIDE DA SUA SAÚDE ESPECIAL . 27

hábitos

Mudanças
necessárias
Algumas atitudes simples podem contribuir de forma
significativa para melhorar a circulação sanguínea
Texto João Paulo Fernandes
Design Samantha alves

N
ossos hábitos impactam direta-
mente em vários aspectos da nossa
vida. E o principal deles com cer-
teza é a saúde. Da alimentação às
horas de sono por noite, tudo influencia no
funcionamento do nosso corpo, que pode ser
beneficiado ou prejudicado pelas atitudes que
tomamos com ele. Sabendo disso, listamos
a seguir 10 dicas de hábitos que você deve
adotar para se prevenir dos males que afetam
o sistema circulatório. Confira!

Pés para o alto

Para garantir uma maior eficácia da cir-
culação, tire alguns minutos do dia para re-
laxar com as pernas elevadas durante alguns
minutos. A ação contribui para facilitar o
fluxo sanguíneo das pernas. Nelas, o retorno
do sangue para o coração é dificultado pela
distância que deve ser percorrida até o ór-
gão e a consequente pressão do movimento
contra a força da gravidade.

Saúde à mesa
Alimente-se regularmente a cada três
horas, com refeições balanceadas, e dê prio-
ridade às frutas, verduras e legumes. Estes
alimentos contêm nutrientes que contribuem
para o fortalecimento das paredes dos vasos
sanguíneos, evitando a dilatação e rompi-
mento dessas estruturas.
28 . CUIDE DA SUA SAÚDE ESPECIAL
 Esticando tudo
Fazer alongamentos diariamente é também
uma medida extremamente útil para manter a
circulação ativa. Ao alongar-se frequentemente,
você estimula a circulação a trabalhar e ainda
facilita o fluxo sanguíneo quando realiza os
alongamentos sentado ou deitado. Além de
tudo, a prática ainda evita as dores e o cansaço
dos membros.

Aposte nas pedaladas

Como a maioria dos movimentos é feita
pelas pernas, andar de bicicleta é uma prática
altamente recomendada, pois exige movimen-
tos musculares intensos, que favorecem uma
melhor circulação sanguínea. “Uma maneira
de cuidar da sua saúde pode ser pedalar em
bicicletas. Tais exercícios, além de fortalecerem
a musculatura da região dos membros infe-
riores, também ajudam na saúde circulatória,
digestiva e imunológica”, afirma o médico
ortopedista Guilherme Sellos.
Caminhe sempre que possível
Seja como atividade física regular para
manter a forma ou como meio de locomoção
até o trabalho, procure caminhar algumas
vezes durante a semana. A prática oferece
importante ajuda para bombear o sangue
pelo organismo e, consequentemente, para
manter a circulação ativa.
Não fique muito tempo sentado
Apesar de mais confortável do que estar
em pé, permanecer sentado por muito tempo
pode trazer problemas à sua circulação. Por
isso, sempre que tiver uma oportunidade
levante-se um pouco e dê uma volta rápida
para estimular a circulação. Use também
alguns minutos para alongar e esticar as
pernas, a fim de ativar a circulação, e faça
movimentos circulares com os pés para es-
timular o fluxo sanguíneo.
Livre, leve e solto
Algumas roupas que você usa podem aca-
bar prejudicando o sistema circulatório. Evite
usar meias e sapatos muito apertados, bem como calças muito justas.
Prefira peças mais confortáveis e leves, pois assim você evitará que
alguma parte do seu corpo fique comprimida e acabe tendo proble-
mas na circulação.
Utilize a água como aliada
Atividades físicas na piscina, como a natação e a hidroginástica,
são altamente benéficas para o sistema circulatório. Isso porque elas
exigem a movimentação de todos os músculos do corpo, o que garante
uma excelente circulação sanguínea. “Os benefícios vão muito além do
trabalho muscular local, há uma harmonização das funções mente e
corpo, fortalecendo o organismo como um todo”, completa Guilherme.
Passe longe do tabaco
Além dos já conhecidos riscos à saúde dos pulmões, do coração e
de outros órgãos, o cigarro também é um inimigo do sistema circula-
tório. As substâncias presentes nele contribuem para a contração e
entupimento dos vasos, além de depositarem substâncias tóxicas na
corrente sanguínea. A fumaça do cigarro ainda pode afetar a saúde
dos vasos capilares dos membros inferiores.
No peso certo
Procure sempre se manter no peso ideal para o seu corpo. A obesi-
dade é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de
problemas no sistema circulatório, bem como de doenças cardíacas
e outros problemas de saúde relacionados à circulação sanguínea,
como por exemplo a hipertensão e o colesterol alto.

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CUIDE DA SUA SAÚDE ESPECIAL . 29

mexa-se!

Exercícios
para a
circulação
A prática regular de algumas
modalidades simples pode ajudar

Texto Juliana Borges

Design Samantha alves

A
s complicações circulatórias afetam muitas
pessoas no mundo todo. Segundo dados da
Organização Mundial de Saúde (OMS), todo
ano mais de 17 milhões de pessoas morrem
em decorrência de doenças cardiovasculares. Por essa
razão, levar uma vida mais ativa, adotar hábitos de ali-
mentação saudáveis e praticar exercícios físicos são fatores
importantes que garantem uma saúde em dia. Algumas
atividades são especificamente indicadas para prevenir
esses tipos de problemas e até mesmo auxiliar indivíduos
que possuem alguma complicação no sistema circulatório.
Saiba quais são elas!

Caminhada
É um ótimo exercício para quem quer fugir do sedenta-
rismo e de doenças decorrentes desse estilo de vida, sem
contar que pode ser feita ao ar livre e não necessita de
nenhum equipamento, apenas de um bom par de tênis e
roupas confortáveis. “Essa modalidade é uma das melho-
res formas de realizar exercícios aeróbicos, por conferir
proteção ao sistema cardiovascular, ósteo-articular e
músculo-ligamentar», afirma Carlos Felix, coordenador do
curso de Educação Física da Anhanguera de Niterói (RJ).
De acordo com o profissional, é indicado que a atividade
seja realizada em superfícies planas e regulares a fim de
se evitar lesões. Tomando como base os parâmetros do
Colégio Americano de Medicina do Esporte (American
College os Sports Medicine – ACM), adultos devem fazer
pelo menos 150 minutos de caminhada por semana, com
intensidade moderada.
Natação
Este é um esporte muito completo, uma vez que é
necessário utilizar toda a musculatura do corpo ao mesmo
tempo para realizá-lo. “A água é cerca de 800 vezes mais
densa que o ar, o que faz com que a musculatura seja
mais exigida durante a prática. Por esse motivo, iniciantes
devem ter um cuidado redobrado no início”, recomenda
Carlos. O educador físico explica ainda que a natação
é fundamental para prevenir problemas circulatórios,
uma vez que atua no desenvolvimento dos músculos
da parede torácica e, consequentemente, proporciona
uma maior oxigenação. “Por se tratar de um exercício
aeróbico, ela fortalece o coração, fornecendo uma me-
lhora no fluxo sanguíneo por todo o corpo”, completa o
profissional. A intensidade e o tempo indicados são os
mesmos da caminhada: nível moderado e, no mínimo,
150 minutos semanais.
Bicicleta
Ao contrário do que muitas pessoas pensam, andar de
bicicleta não fortalece apenas a musculatura dos membros
inferiores. “O ciclismo, por se tratar de uma atividade
aeróbica, promove excelentes adaptações fisiológicas
que melhoram o condicionamento físico. Pedalar é um
exercício que gera baixo impacto nas articulações. É uma
atividade mais leve se comparada a outras modalidades
aeróbicas de alto impacto, como a corrida”, comenta o
educador físico. Para quem não tem tempo de se deslocar
até uma academia ou qualquer outro local específico para
a realização de atividades físicas, a bicicleta é uma ótima
opção. Ela pode ser usada para ir ao trabalho, escola ou
faculdade e também é ótima para passeios ao ar livre.
Um bom profissional pode ajudar na escolha do melhor
modelo, nos ajustes necessários, como altura do banco,
além de indicar bons equipamentos de segurança a fim
de se evitar possíveis lesões.
Musculação
Popular por ser uma atividade que promove aumento
de força e massa muscular, ela auxilia na redução de
diversos fatores de risco para a saúde. Carlos explica
que diversos artigos científicos publicados em revistas
internacionais mostram os reais benefícios da muscula-
ção, sobretudo para o sistema cardiovascular. “Ao fazer
com que a massa muscular fique mais forte mediante
a realização de exercícios com pesos, o retorno venoso
é facilitado, aumentando o enchimento das cavidades
cardíacas e fazendo com que, em uma mesma quan-
tidade de batimentos, o coração consiga ejetar uma
quantidade maior de sangue, sobrecarregando menos
o miocárdio”, detalha o especialista. O recomendado é
treinar cada grupo muscular principal duas ou três vezes
por semana, apostando em uma variedade de exercícios
e equipamentos.
CUIDE DA SUA SAÚDE ESPECIAL . 31
 Pilates
O método consiste em um programa de condiciona-
mento físico e mental, uma técnica dinâmica que procura
trabalhar força, alongamento, flexibilidade e equilíbrio.
Durante a realização da atividade, há a preocupação
em manter as curvaturas fisiológicas do corpo, tendo
o abdome como centro de força. “A literatura aponta
como vantagens do pilates o estímulo da circulação
cardiovascular e a melhora do condicionamento, entre
outras. É um método simples, sem riscos à saúde de
quem o pratica e com poucas contraindicações. Os
exercícios podem ser feitos no ritmo de cada paciente e
com progressão proporcional ao desempenho apresen-
tado”, aponta Carlos. As atividades feitas dependem dos
objetivos a serem alcançados pelo indivíduo, da mesma
forma que a frequência também respeita os níveis de
aptidão e habilidade físicas particulares de cada um.
Yoga
A OMS reconhece esta prática como integrativa/com-
plementar da saúde, sendo considerada um exercício físico,
respiratório e mental. Por meio do relaxamento e contra-
ção dos músculos, ela ocasiona a automassagem sobre
as glândulas endócrinas. Também expande a capacidade
respiratória e exercita a parte cognitiva e o foco devido à
meditação. “A atividade é caracterizada pela elevação da
frequência cardíaca e pelo aumento do uso de oxigênio pelo
organismo”, garante o educador físico. Na yoga, são feitas
poses (asanas) intercaladas com exercícios de respiração e
meditação. Para a manutenção dessas poses, é preciso um
grande trabalho muscular, que faz com que haja elevação
32 . CUIDE DA SUA SAÚDE ESPECIAL
da frequência cardíaca. “A execução do padrão postural
envolvido deve ser lenta, suave e contínua. A posição
final deve ser mantida e o tempo de permanência deve
ser aumentado gradualmente pelo praticante, respeitando
sua tolerância. Assim, os limites são alterados ao longo
do tempo de prática”, completa Carlos.
Alongamento
“Segundo o Colégio Americano de Medicina Esportiva,
um programa de treinamento de flexibilidade é definido
como um programa de exercícios regular, planejado,
considerado e propositado para incrementar progressi-
vamente a amplitude utilizável de movimento de uma
ou várias articulações”, diz Carlos. De acordo com o
educador físico, ter pouca ou muita mobilidade está
diretamente relacionado a dificuldades de realização
de tarefas cotidianas, bem como a uma maior probabi-
lidade de lesão osteomioarticular. O ideal é que haja um
equilíbrio do nível de flexibilidade. Ademais, pesquisas
apontam que a prática pode provocar aumentos agudos
na variabilidade da frequência cardíaca e pressão arterial,
demonstrando sua grande relevância, principalmente
se tratando de indivíduos mais velhos, hipertensos ou
cardiopatas. “Para se prescrever um bom programa de
treinamento, deve-se realizar uma boa avaliação. Caso
se constate a hipomobilidade (pouca mobilidade), o
exercício de alongamento muscular passa a ser uma
das prioridades da sessão de exercício, enquanto que
no caso da existência de uma hipermobilidade (muita
mobilidade), os exercícios de alongamento muscular
devem ser contraindicados”, alerta o especialista.
 Dê início às atividades
Abandonar a vida sedentária é um primeiro passo para uma vida mais saudável. Pensando nisso, o
coordenador do curso de Educação Física da Faculdade Pitágoras de Guarapari, no Espírito Santo, We-
ber Gomes Ferreira preparou um plano de exercícios completo para ajudar nessa missão. Lembre-se de
procurar um profissional da área antes de dar início às modalidades para se certificar de que elas não
vão causar lesões ou qualquer outro tipo de problema ao seu organismo.

DESCRIÇÃO DAS
EXERCÍCIO TEMPO DE ATIVIDADE CONTRA INDICAÇÃO
ATIVIDADES
30min de alongamentos, 2 vezes
por semana. Mantenha-se na • Algum tipo de lesão;
Alongue cada um dos
ALONGAMENTO posição por 10seg, aumentando • Período
principais grupos musculares.
até 60seg. Repita cada movi- pós-operatório.
mento de três a cinco vezes.
Treino 3 vezes por semana com
duração de 60min.
Calcule a sua frequência cardía-
ca (FC) máxima: 220 – sua idade • Algum tipo de lesão;
Na bicicleta ergométrica ou
= frequência cardíaca máxima. • Problemas
na bicicleta convencional, pe-
BICICLETA Exemplo: se você tiver 30 cardiorrespiratórios;
dale por 60min, controlando a
anos,  o cálculo deve ser o • Período
frequência cardíaca.
seguinte: 220 – 30 = 190. Nesse pós-operatório.
caso, 65% da sua FC máxima
serão 123 batimentos por minuto
(multiplique 190 por 0,65).
1º dia -15min;
2º dia – 20min;
3º dia – 25min;
• Hipertensão não
4º dia – 30min;
controlada;
5º dia – 30min;
Depende do estágio em • Doença coronariana
6º dia – 30min;
que a pessoa se encontra. instável;
CAMINHADA 7º dia – 35min;
Deve-se começar com • Problemas
8º dia – 40min;
15min indo até 60min. cardiorrespiratórios;
9º dia – 45min;
• Período
10º dia – 50min;
pós-operatório.
11º dia – 55min;
12º dia – 60min;
13º dia – 60min.
Supino: 3 séries de 12 repetições;
Rosca bíceps: 3 séries
de 8 repetições;
• Hipertensão não
Tríceps banco: 3 séries
controlada;
de 8 repetições;
• Doença coronariana
Extensão de pernas: 3 séries
Treino 3 vezes por semana, com instável;
MUSCULAÇÃO de 15 repetições;
duração de 1 hora. • Problemas
Flexão de pernas: 3 séries
cardiorrespiratórios;
de 15 repetições;
• Período
Voador inverso: 3 séries
pós-operatório.
de 12 repetições;
Abdominal reto: 3 séries
de 30 repetições.

CUIDE DA SUA SAÚDE ESPECIAL . 33

 TEMPO DE
EXERCÍCIO DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES CONTRA INDICAÇÃO
ATIVIDADE
• 3 vezes, 100 metros de nado livre;
• 8 vezes, 100 metros de pernada crawl e
• Infecções pulmona-
borboleta com velocidade média
res (bronquite, crise
de 1min e 30seg;
Treino 5 vezes por de asma) e casos
• 8 vezes, 100 metros de nado crawl e
NATAÇÃO semana com de faringite, otite
borboleta com velocidade média
duração de 1h30. e sinusite;
de 1min e 30seg;
• Eczemas e outros
• 10 vezes, 50 metros nado crawl com
problemas de pele.
velocidade média de 45seg;
600 metros de nado livre.
High one Leg Bridge: em decúbito dorsal
com a coluna apoiada sobre o foam roller,
as mãos apoiadas no solo. Os joelhos
devem estar dobrados a 90˚ e os pés
apoiados no solo.
Squat one leg: em pé, com uma perna à
• Hipertensão não
frente da outra, a faixa elástica posicionada Treino 3 vezes por
controlada;
em baixo do pé do membro inferior em semana – 1 a 15
PILATES • Doença coronariana
flexão de quadril e as mãos segurando as repetições, com
instável.
extremidades do elástico. duração de 1h.
The Hundred: em decúbito dorsal, qua-
dris dobrados a 90° e joelhos estendidos.
Mantenha uma flexão da coluna cervical e
torácica. A faixa elástica deve estar apoiada
sobre a planta dos pés, tendo suas extremi-
dades fixas nas mãos.
Dobra para frente: com as pernas abertas
e joelhos levemente flexionados, abaixe
todo o tronco em direção ao chão. 
Gato/vaca: fique de quatro, com os joelhos
na direção do quadril, mãos e ombros • Hipertensão não
Treino 3 vezes por
distantes, bem abaixo dos ombros.  controlada;
YOGA semana, com
Balanceamento de mesa: de quatro, levan- • Doença coronariana
duração de 1h.
te o braço direito para frente e estique a instável;
perna esquerda para trás.
Prancha: como se fosse fazer flexões de
braço, espalhe os dedos e mantenha as
mãos na direção dos ombros.

Consultoria Carlos Felix, coordenador do curso de Educação Física da Anhanguera de Niterói (RJ); Weber Gomes Ferreira, coordenador do curso de Educação Física da Faculdade
Pitágoras de Guarapari (ES) fotos Shutterstock Images

Ano 1, nº 1
PUbLICAÇÃO PRODUzIDA POR : LETTERA COMUNICAÇÃO
EditORA ExEcUtivA: Anaí Nabuco EditOR ExEcUtivO: Lucien Luiz REdAçÃO: João Paulo Fernandes e Juliana Borges diAgRAmAçÃO: Samantha Alves
Especial tRAtAmEntO dE imAgEm: Samantha Alves
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