Você está na página 1de 41

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA

ARQUIVO NACIONAL

SÉRIE: SERVIÇO DE CENSURA (CENSURA


PRÉVIA);

SÜBS] PECAS EATRAIS

!r
NOTAÇÃO: ' . A h ^ fW> -ttn c pi p \ \ j...

TÍTULO: OaajL wooe POUB

CERT. N°:

ANO: >•7.
" P L-3IIB IS SEUS BBHIViLüOa**

Ouvcrture dn orchestra com a projeção de vários slides sobre o

assunto*

lfl Slide a vaca

22 Slide outro animal amamentando

3« Slide Uma africana amamentando


42 Slide Uma mulher japonesa de busto amostra

52 Slide Bfulata bonita de busto a mosta


62 Slide Morena bonita de frusto a mostra
7ft Slide Loura bonita de busto a mostra

»*«**»*»//////////#**•*****

*
TN.CPR.PTE_—— P- ^

03 LEITEIROS

APAGAK-SE 03 LETREIROS
1T0 BOA-UOITE 1 BOEXIA ...
i:as pra quem trabalha
Ê PIE CISC DAR BOIÍ-DIA t.«

CJJEK CHEGA PRIITEIRO


]TA nOBA BEK CIDRTA
á SE'THE 0 LEITEIRO
í CIDADE DESPERTA ..

xo cakihhXc pra calçada


TA1TTA GERIS PRA SERVIR
SALVE, SALVE 0 LEITEIRO
ODE irOlTCA DEIXA DE VIR .

CORO + SALVE, SALVE 0 LEITEIRO


' c^JE 1TD1TCA DEIXA DE VIR ...

r
TN.CPR.PTE_lnJ_ P-

FLASH N 21 :

MARIDO (ENTRANDO )-U^inha filha,me aconteceu una incrívell :


i Eu perdi õ sacoTS.

SSPC3A - Mas que desgraçai Como foi que isso aconteceu?,••

MARIDO - Eu sei lál Vou sair e comprar outro...

xjSPCSA - Mas espera aí»: Que saco você perdeu?,..

MARIDO - 0 saco do leite Vigor....

ESP© SA( ALIVIADA) - Puxai Você me deu um sustoi....

FLASH N 22

MOÇA - Foi daqui que colocaram um anúncio pedindo uma ama


de leito, que fosse jovem e bonita?....

VELHO - Foi, amorzinho, foi daqui mesmo....

MOÇA — A ama de leite é pro seu netinho?....

VELHO (Sm CHSSANDO)- Netinho? Que netinho? 2 pra mig mesmoi

FLASH N 23
RAPAZ - Cadê ele?,..
MULHER - Já'saiu pra trabalhari (ABRAÇAM-SE) (BmlJAM-j-S^J

mARIDO(ENTRAHDO) - Eu sabia que pegava os doisi (PUXAN-


rDO UM REVOLVER; Me avisaram, que mal eu saía,o pa-
deiro entrava aqui pra dentro,. Eu Vou matar esse
padeiro,» (APORIA A à*HA)

RAPAZ - Um momemntoi 0 senhor está enganado I: Eu nao sou


o padeiroí Eu^-sou o leiteiro,*...

MARIDO(ABAIXANDO A AtíMA) - Então, podes ir,homem,; Mas,


rah,se tu fosses o padeiro,Í....

FLASH N 24 :

MULHER (COM UM BEB2 Aü COLO)- Mama, meu_filhinhoi Mamai Nao


ouer? Olha que eu dou pro gatol Eu vou dar pro gato.
/O
HOMEM (ENTRANDO DE UAliuHAS) - Miau. Miau. Miau....

MARIDO(ATRáS DELE COM UM REVOLVER NA mAü;- PSIi PSIi P311..

r
tn.cpr.pteJüLp-í

vACA - Eu sou A ?ACAi Mas vou logo avisando quem poss


Eu não sou dessas vacas que andam por aíi... \
Querem ne ver muito invocada*/ 2 quando tem briga de mulher :
Quando o negócio começa a feder, uma delas enche a boca e diz
pra outra: SUA VACAri.. .Como se vaca fosse uma piranha^ qualquer1
0 quê que há'/ Cad.ò o respeito com a gente? Cadê a gratidão nelos
serviços utilíssimos oue nós prestamos? A nossa classe 6 traba-
lhadora e bem honradai...
A minha presença aqui, 6 para prestigiar a esta soberba criação
da Natureza, que 6 o LEITES. Sá de uns tempos para cá, elo con-
seguiu encontrar toda a atenção que'sempre deveria ter merecido!
Antigamente, não! : Botavamàgua nele! Mijavam em d ma delo! E
outras coisinhas mais...
Mas falar no leite,ê falar tambám, nos seus preciosos derivados.
Como, por exemplo: A MANTEIGA!

A MANTEIGA ENTRA E DE3E1LA.

VACA - A MANTEIGA á inconfundível! Tentam imitá-la de todas as


formas, mas não conseguem igualá-la! Era sergostosa como
ela ê preiso rebolar muito! A MANTEIGA adora fazer um
sanduichei Ela vibra quando leva um pão pela frente e
um pão por trás! Eu disse, PãDl...

A MANTEIGA RETIRÍ.-SE

VACA - Depois da MANTEIGA, 6 a vez do QUEIJO!

0 QUEIJO ENTRA E DES EI LA.

VACA - Esse queijinho aí, ê bem especial! E o QUEIJO SUÍÇOí S


ele é assim mesmo; E furado mas ainda não foi comido..o
ALiás, seria o QueiJO PALMIRA, quem viría, mas ele não
pode entrar por causa da cuia...Já não era uma cuia, era
um cuião, desse tamanho!••••

O QUSiJo RETIKÂ-SE.

VAGA - e eu encerro trazendo, A COALHADA!

* A COALHADA EMTriA E DESElliA.


v
«*
VACA - A COALHADA é ótima, em todos os sabores! Ela ê procurada
por gente de todas as idades; Iodos quedem passá-la na
cara! Cs velhos, então nem se fala- Eles chegam a lamber
o fundoi..

A COALHAM RSTlRá-SS.

ENTRA 0 CAEÍ, SAMBANDO 0 QUANDO EÍRA DE SAMBARoo.


r' - V
VACA - Vocâ não estava no programa! Quem ê você?

CAí/E- Eu sou o CAj/E BRASILEIRO! Eu sou o maior embaixador^de


nosso país em todas as partes, do mundoiEalou em café, fa-
lou em mimi E eu estou aqui, porque o LEITE e eu forma-
mos uma dupla sensacional!••.
VACA(C0M MALÍCIA}- uá ouvi uns comentários a este respeito...
Dizem oue você adora ir por cima dele...
wm
TH.CPR.PTC SÍ . P- c.

ATRAtóO V
\

ROPXXMQL - CANTOR RHPRNTISTA NORDB3TIN0*


TN.CPRPTEjJiL P-Í

CAPÉ- Eu por cima dele ou ele por cima de mim, isso tanto
gécio 6 por açdcar, e depois mexer, mexer
gácio mexer, mexer bem

w CAFÉ KETIRA-SE SAUBANDU •

VACA - Antes de me retirar, eu preciso lançar dois protestosl :


lí Não 6 possível se continuar com esta pouca-vergonha! : üós,
as vacas, andarmos sem soutien;...
Eu sei que por aí, há umas vaquinhas avançadas, que adoram mos-
trar - os peitinhos! Isso -é problema delasl 0 que
* não tem cabimen-
to, e uma vaca velha como eu, sair por aí,^balançando
ria"! Eu estou falando em nome de milhões de vacas de iai*uj.xao
Chega de andar mostrando as tetasí Queremos porta-tetasi...
a outra bronca á contra esses desgraçados desses empregados oue
extráem o nosso leite. Com que violência, eles a? ertam os nossos
peitos! Tarados,! Viciados! Arrombados! Eu queria ver era fazer
isso com o touro! Aqui, que fazem! Com ele, o negócio ê diferen-
te.! Com o touro, o negócio ê mais em baixo!....
Nesta noite festiva, eu deixo ao leite, as minhas cais sinceras
felicitações! Que ele continue no seu eterno e sadio caminho!
Nós, as vacas, estamos aqui, prontas para arregaçar as mangas e
meter os peitosiCabe aqui, uma propaganda necessária : Bebam
mais leite! Entrem no leite! C leite'engorda e faz crescer!...

A VACA RETIRÁ-SE.

PINAL TODOS CANTAM E DANÇAM.

0 NBOtíCIO É xETRAR
NU LEITE
ENTEAR NELE, PRA VALER...
TUi PROTEÍNAS
E VITAMINAS
A E D. . .
CÁLCIO, SAIS MINERAIS
E MUITO MAIS
PüRTIPICA, PAZ CRESCER...
SEJA QUAL PUR
SUA CARÊNCIA
OU PREPSHENCIA
HÁ UM TIPO PRA VOCE. -.
PONHA MAIS LEITE -
Ei SUA VIDA
E COMECE A VIVER...
O NECtfCIO ÉNXRAR
NO LEITE
ENTRAR NELE PRA VALER..._
LEITE, LEITE, LEITE, BI
PRA VOCS...
-\ 'l, . v. 1 1 \
^ 1 .N.' 1 TN.CPR.PTE p.l*
Vrtrtl/ôTYlS I
(ORIGINAL DE P/^ÍO KlDlâ;
A DAMA DA3 CAMBIAS
0- J». F t'
$3ESÔNáâ^lS- MARGARIDA, A DAMA DAS CAMÍLIAS. ARMANDO. PRUD33J&E, A ÊSPREGADA.
\V -e5 ,
/O .,
CUIA - MARGARIDA, EíFERMA, TOSSE BASTANTE DEITADA NA CAMA. BATB4- X PORTA.

MARGARIDA - Prudence, vá abrir a porta! Prudonco} CadÔ essa sugeita? (NOVAS


pancadas) (GRITA) ENTRA! Entra, quo o cachorro & bicha!.

AHAANIX)(ENTRANDO E PARANDO JUNTO AO LEITO) - Como estás, Margarida?...

MARGARIDA^ EMOCIONADA) - Armando! ts tu, Armando? Vem! Quero apertar-to eia


meus braços! (ARMANDO SENTA-SE ^ BEIRA DO LEITO. ABRAÇAM-SE)

ARMANDO- Margarida! Minha inesquecível Doma das Camélias! Há quanto tempo!...

MARGARIDA - £ mesmo: Já fazem uma porrada!de meses!.

ARMANDO - Já vi que continuas a mesma!... (AMQRoSü) Eu çiuero que saibas que


eu nunca te esquocii... - -

MARGARIDA - Nem^a ti/«» ©e^ttoeâ! Nunca! Nuncai (TOSSE PuRTE JUNTü Aw RuSTo DE
, ,(APMAÍD)

ARMANDO (REVOLTADO)- Epa, sai pra láj (LIMPA O RuSTO COM UM LUíÇO) Estás dosn-
w . - te?
MARGARIDA- Não sabias? Paris inteira sabe disso! Sim, Araandí: Eu estou chuái

ARCANDO"'— Agora á„que eu estou reparando melhor: Estás bem castigada! •• • E


que bafo & esse?...

MARGARIDA- 25 de xarope...

ARMANDO - Rum Creosotado?...

MARGARIDA - Não!..Rum Momtilla!...

ARMANDOTu sempre gostaste de uma birita!... (TOMANDO A Hãu DE MARGARIDA)


Mas como estás quente! ... Que, coisa mai 3 quente!. ••

MARGARIDA - Eu sempre tive a coisa quente...


» V >
ARMANDO - Mas não deste geito; Tu estás ardendo em febre!..

MARGARIDA - Todo dia agora 6 esse inferno!: Eu ontem fiz 43 à sombra! Daqui
há pouco vou retirar o termômetro pra ver quanto eu dei Aoje*..

ARMANDO -'Deixa que eu vejo para-ti... (ERGUE OS BRAÇOS DE MARGARIDA) Cadê o


termômetro? Tens certeza que o colocastes?...
V ' * ^

MARGARIDA - Eu costumo usá-lo em outro lugar...

ARMANDO - Mas querida, o termômetro deve ser colocado sob a axila!...


0
MARGARIDA(ZANGADA) - E daí? De quem 6 o termômetro? E de quem 6 a bunda?t..
TNi.CPR.PTE m p$

PKUDENCE{ ENTRANDO) - Obat Quem é osta jéia do homem? Pr de ser

MARGARIDA - Esse é o Armando!. 2 aquole rapaz cm que cu

PHUDENCE - B como fala nolo! ELe tom uma carinha do scr costüsKi (AP-RTA A
BOCHECHA DE ARMANDO) Pão! . . .

1.1 ABC AJUDA (NA BRONCA) - Tira essa mão dáfi E faça o favor do ir já pra cozi-
nhai Está pior do que ou; Não pode ver um homem. (PRUDENCE ATIRA BEIJOS PARA
ARMANDO) (SAI)

AREANDO - Ela nem parece que 6 uma emprogadai Ela 6 bem abusada!...

MARGARIDA - Há oito meses que eu não pago ã oíaj Já entrou do sácia na minha
mioária (TOSSE BASTANTE)

ARMANDO(COM DEBOCHE) - Estás molhorando a olhos vistos.../


— |
MARGARIDA - Eu sei disso: No telhado aqui de casa já tem urubu dando plantao,

ARMANDO - E o teu tratamentoi está3 tomando o qu$?...


- “ #
MARGARIDA — Muita cana! Pro meu mal hao há remédio. Estamos cm 185^ : Ainaa
não descobriram a estreptomicina!••• '

ARMANDO - O médico te auscultoi?, 8 que foi que ele disse?...


b

MARGARIDA - Que dentro do meu peito parece até o P.I.C....

ARMANDO - P.I.C.? Pestival internacional da Canção?.••


w . *
MARGARIDA - Não! Pestival Internacional do Cupim!...

ARMANDO - Eos teus antigos admiradores? Eles tôm te procurado?....

MARGARIDA - Nem um sacana,! Mas ainda bens que te lembras da ninha fase áurea
(COM OLHAR SONHADOR) Reis, banqueiros, políticos e bichexros. xive-os todos
a meus pés! Todos os meus caprichos eram realizados: Dinheiro, .joias, car-
ruagens, palácios, goiabada cascao! iudo! Tudo^

ARMANDO - E verdade! Chegastes a ser dona de Paris!....

MARGARIDA - Armando, eu quero te pedir uma coisa...Armando, vamos relembrar


os velhos tempos? Armando, vamos dançar?...Imaginemos quo estamos, somente
eu o-você,em um salão, (ERGUE-SE DO LEITÓ .OLHÀ-Ü ■ BE1 NUS üuHüS) uma doce sen-
sação-de^az nos invade; o mundo é apenas.nés dois...De repenso, vinda nao ^
ceemos do onde, como tocado por anjos,aauola melodia suavo
( A ORQUESTRA AIAOA ÜUfEBHÊIIOU IB-XE-IB. SLBS DAHÇAJJ) (LOGO MARGARIDA OOUit-
ÇA A TOSSIR E PáRA DE DANÇAR) ' * '

ARMANDO (TAMBÉM PARANDO)- Já vi quo pra ti não dá mais!...

MARGARIDA--Deixa de ser bestalEu parei poque a minha calcinha estava coir,<.o!


"as voltemos ao passado, que recordar 6 viver! Voce se lembraj simples^
rendes-vous comigo,precisava ser marcado com meses de antecodencia. üqoos.

ARMANDO - Hoalmente! Eu sé conseguir passar na frente, por que eu tinha um


pistolão•..To lembras?...
_ TN.CPP.PTEÜÜp.3

MARGARIDA- So no lorabro? Quando cu vi“o^tcu piotolao.cu qur^


lios eu aguentei firme! Que senhor pistolão que eu pordi(AM^

ARIdAlíDO - Minha Dana das Camélias!: ^ grande amor da minha

MARGARIDA - Conversai Q-iando eu estava cm plena foxma^flsica^sjffibtflca tu so


ouorias no enfetizorí Tiravas onda de estudante mas nao passavas do un tremen-
do cafetãoi...Um dia fostes ver o trfcwtodo ^adufceira e nunca mais voltastes!..

ARMMDU^ Havia alguóm que não queria que eu to visse: Era o meu papaii...

UAB3/jaDA(Xl’.MAW)0-uí . "o neu °


ne falo naquele velho desgraçado! O dia delo nao tarda!: Eu fi* um trabaino
pra elo na macumba!... '

ASSUSTADO)- Trabalho? Pra qufe^...*

MARGARIDA - Pra ele nunca fazer treze pontos na lotécaj....

x
AHM^íDO (AJOELHANDO-SE) - Não! sso não, Margarida! Tudo menos isso!

MARGARIDA ^ABRAÇANDO-u)- O que 4 isso? Eu não quero ver voe* triste!

?^^J2ZZi£SLkJS2ZZ4 --
RA ENTRE US DENTES)

MARGARIDA - Quo-nada: Eu tS - P^c^d! SSSSÍ“-u “


minha porta, agora eu tenhó que caçar ea uu jau »
cá! (GESTO) - -
. j._ tVioní Nanuele tecoo os homens nao te davam
ARMARDÜ - Quem te viu e quem t© YÔ, hemí naquej.© nwjo
una folgai... (COLOCA A PITEIRA HA BeCA)

IARGARIDA - Hão davan noamol Tonto quo atí hoje ou não sei porque que a pou.be
é o símbolo da paz....

AKIAI.DO- Hà5 enteados, por quÔ?... * (TORNA A COLOCAR A PITEIRA MA BOCA)

MARGARIDA - Elos não deixavam a minha pomba cm paz...

PKÜDSICE (VOLTANDO) - Essa não! ©lha sá! (APONTA PRA aRI-uwu) (Kl BASTAiiT-n)

«HAH» - «.«L t ;-oasÕ,quo i pnihaço aqui n~aõ -njouV( PXTBXRA NA BOCA) Es-
tás rindo de mim por causa da pitoira/...

PRTOEHCB (RINDO) - Pitolra? Isso & o bioo do rogador de laras«.!..(SAI BXHDO.

ARMANDO—'Tonal {DEVOLVE X MABOAHIDA) Vooj^não t. nois geltol Hotiro-ne sen


revelar o motivo que me trouxe aqui... (AiLAÇA SAIRJ _

ss

Será quo 6 o que eu penso?.•• _ >

^rsci-Exo?(»^-«1r*”»:
TN.CPR.PTE Í4J p. fc?

MfRGARIDAÍINTERRoMPNEDo)- Não precisas dizer mais nadai Eu>setei^ que um dia


voltarias, e guairdei-o para til Meu queridol...

ARMANDO(EMOCIONADO) - Guardastos, mesmo?Juras^ Juras?..

MARGARIDA - Sira, minha criança adoradal Ainda 6 to o meu

ARM ANDO (CONTRARIADO)- AMOR? E quem 'ê que está falando em amor?...Eu quero á
o meu guarda-çhuvai...

MARGARIDA - Mas que filho*.• Pra foral Pra fora daquii Rual (TOSSE VIoLENTA-
MEHTE)

ARMANDO «• Calmai Galna. ....

MARGARIDA - Ai, qundori Qtje dor horrívoll (EXPRESSão DE SuPRIMENTo. MluS


CRISPADAS) Eu já não posso mais! Armando, a hora á essal...

ARMANDO (PREOCUPADO) - O que tons. Margarida? EAla! Por Deus, falai

MARGARIDA - Impossível resistirl Adeus Armandol(Dá ALGUNS PASSOS)

ARMANDO(PATÉTICO) - O que. fazes, Margarida? Aonde vais?...

MARGARIDA - Vou aí ao lado...*

ARMANDO (MAIS PATÉTICO AINDA) - £ a morte, Margarida? £ a morto?...

MARGARIDA- Não. £ uma tremenda caganeiraS ( APRESSA O PASSu)

(escuro)
j ■
&

,x* :<f> x ■
‘•Sv- , \.» : ■»•;**...,'
DIA BE SORTE, -'f
. 9*
*: =,: A-
SKETGH. 1>..
_*>'-» ■ $* ,g fc -■
*í;.<*v - ' ' w « ••"
. CES&IO : LOJA DE MOVEIS. , f ‘■.'•
p
: °- f. r
Vj •' • DOED : 50 AIDS, DELICADO MAS TM POUCO EBRVOSO.
?/
' CHATO S TIPO CHATO. RISADA ESCA 2DALOSA . o ...»*•

|£$U> : MOÇA DE 17 AIDS.

;V ^ v VELHIMIO : COIIPLSTAMEHL’E GA(£ E SURDO,


Fí ■ ' mum. ’ ; PI MA DE HJkWllA, 30 AIDS.
» .. '«*
1
[<v
F^-jr • . ^
DO IO :

!* f(PÃSEEAEDO) Pelo meu Horóscopo, hoje vai ser meu dia de sorte ! Deverei fe-
• char grandes negócios 1 Farei um grade movimento !
CHATO 5
t,<EETEA) >
« -- " DOMO :
(ATEIDIOSO) Em que posso servi-lo, cavalheiro ?

4 \pl;’ CHATO :
4
[V ‘ ^ vim °^er algumas informaçOes sôbre os seus artigos I

Pois não ?

, 0 senhor tem criado-mudo ?


1 íí--..
V * UI - DOID :
í . , Temos sim, naturalmente.
*, ^;'r ’ , CHATO :
E ôle é mudo de nascença ou ficou depois ? (RISADA CARACTERÍSTICA DE EIIGRAÇA-
í DIIEO.) ■ ^

*TM '■ ' : ' LOID :


I Ora, tenha paciência-. *

-_ •. r V:- • " CHATO : .< .-m*


jjju estava brineanào. 0 que eu queria saber mesmo é quanto custa uma sala de
<
jantar
-«•V
DOM) :
Custa 20 mil cruzeiros.
CHATO ;
E 6(5 0 jantar ? (RISADA)
DOID : - *
-i. ... í,
♦. 0 senhor está brigando comigo ?
CHATO :
* .1, -• _ / a.
“í.. Desculpe, mas hoje eu estou de bom-humor ! G que eu queria saber mesmo é ««f;
a senhor tem copa ai.

Wi Pv DORD :
Ah! Bem. Temos copa sim senhor.
r*sc ■>" ■*
CHATO :
Então me faz um sandufcfce i „ ...

:v
*■ w.-:'**. .5, ;
„ t. ,-ía í
O senhor i#a tem maio o que £a*er ? Eu estou ocupado , cavalheiro 1 - r w. _
(■; :
*/. 9 que quer* K\ oJ
r % ‘ CHATO : . ., i/
?
^ flío precisa ficar bravo. Eu não sabia que o senhor nflçp st ava de uma boa pia-
^ da* Vou falar logo o que quero ; o senhor tem guarda-comida ?
-i •i 5
DOMO :
í -• • UJ
Temos.
H C*- ' V CHATO :
■i: • ?
Quanto custa ?
DOE) : %
í:-í-_ V'
6 mil cruzeiros.
CHATO :
'■ B 80 a comida ?
pá Qfe DOJD :
(BRAVO) 8<5 a comida custa 10 mil.
•4.\ CHATO :
E o guarda não prende ? (BICARA)
‘ BOBO:
* '•... •». . •
' Queira se retirar! 0 senhor já encheu !
•> X -í-' 5- n j t' *
CHATO í
(SAIEDO, APOHEA UM MÓVEL.) Que estilo é Ôsse mével, hein ?
i • . •* i- DOMO :
E estilo Pica-Pau ! Quer levar ?
CHATO í
*
Mé* Pode ficar com tudo. (M RISADA E SAI.) *

DOE) :
(Estou veuào que o Hor<5scopo não estava muito certo, não l 0 primeiro que a-
err5-^
paraee já mo deixou nervoso.
«v e VELHIMIO E BROTO ;

(EKERAM, DE BRAÇOS DADOS)


DOE) :
Em que posso servi-los ?
1
VELHIMO :
. *
*-■ B5s viemos escolher a mobília do nosso apartanento. E5s vamos nos casar ama*
.. • • *• ■'
s nhâ. 0 senhor tem mobília de sala, estilo colonial ? ti •i+-
.. ãj DOE) : *
«*■4 “
■ "* * •* '
Mo. Temos estilo moderno. Mo serve ?
, . VELHIIfiO ;
r' *
• Eu gosto do colonial. Eu vou ver se consigo encontrar noutra loja.
%
DOIü : &.\
>' *£ -
- 8e o senhor não conseguir, estou às ordens !
*f
w
s
MOÇA :
• Py
d O quarto, quanto custa ?

DOE) :
f* •*.
25 mil cruzeiros é a média dos preços.
TN .CPR.PTE JÜL P-
CENÁRIO: UNA TA PADEIRA. DE PLÁSTICO S ATRAZ UH BANHEIRO COMPLETO. COR' ÜH BANQUEIHCTE
UH TSIBFQS3/ QUANDO A LUZ ACENDER APARECE APENAS PARA O PÚBLICO O, SH SILHüE
TA E 0 COMEDIANTE TRABALHA SK SILHUETA:
0. P F„
O/
abertura: \vo *.
Spot acer.de na atriz or» primeiro plano.
•Atris doitada disca telefono.
CONTRA RSGRA/CAKPAIHEA DE TELEFONE
No momento que o telefono toca, a luz acende.
Ator sentado no vaso sanitário apanha telefone do banquinho e atende:

ATOR - Alo?
Atriz - Alô ceu bem, sou eu, Norma.
Ator - Queridaí Eu estava pensando em você agora. '
Atriz - Que boa saber que você logo de manhã pensa ca mim. Onde você está?
Ater - No escritório.
Atriz - Que está fazendo?
z' Ator - Despachando.
Atriz - Você esta muito apertado?
Ator - liais ao menos.
Atriz — Se quizer eu ligo mais tarde.
Ator - Não, dá prá gente conversar.
Atriz - Que bom saber que ou vou ter um maridinho que logo de manhã quando se lovan
t& corre para o escritotip.
Ator - A primeira coisa que eu gosto de fazer quando me levanto ó botar aa coisas
cm dia. , '
atriz - Você já tomou cafe?
Ator - Nem deu tempo.-
Atriz - Benzinho, você está fazendo isso tudo por mim?
Ator - Claro meu amor.
Atriz - Prá casar a gente tom que fazer força nó?
Ator - á... ninguém consegue casar sem fazer força,
atriz — Nao> e mole, no.
Ator - Não meu bem, o duro. Eu estou ate suando frio.
atriz - Benzinho, eu estava com tanta saudade que estou ató sentindo o teu perfume.
Ator - Você gosta do cheirinho?
t . * m
Atriz - Adoro teu cheirinho, sabe que quando eu casar eu de manha quero te ajudar
- a despachar.
Ator Nada disso, isso á uma coisa que eu gosto da fazer sozinho.
Atriz - Benzinho, cabo que faltam só quinze dias para o nosso casamento?
Ator - (PUXANDO PAPEL E3GENJC0) Sei.
atriz - Você já tratou dos papéis?
Ator - Estou com êle na não.
Atriz - 3 quando vai assinar?
TH.CPR.PTE J.
ator - Daqui há pouco. ■* ■
a tris 0 que ó que voce vai me dar do presente de casamento?
ator Um carro
atris Eu quero Dart.
atror dar

uma variant, c espaçosa, boa e leva na frente e atraz.. '


atris* - Eu quero Dart <
ator - meu bom logo agora? *

CONTRA REGRA .LUZES APAGAM PA1C0 FIGA ESGURO SÓ SPGT NA ATRIZ. VOLTA LUZ DA SILHUETA:

Atriz - Logo agora o que?


ATOR - (VaSTINDO A CALÇA) Nada, foi a luz que faltou. Mau bem ja assinei o papel.
. *
atriz — Que bom meu amor. Voce vem agora pra ca.
ator - Não posso,
atriz - Por que? y
ATOR PUXA VALVÜIÀ E DA DESCARGA (PARTE GRAVADA EK GRAVADOR)
ator — Vai chover, nao escutou trovejar?
atriz — Esta bom, então ate amanaa.
V
ATOR PSZ FONE NO GANCHO (LUZ SM SILHUETA APAGA)

ATRIZ - (BATENDO 0 FONE DIZ) Que merda l/

LUZES SE APAGAM FIM.


tn.cprpteJüLp-^

AT ^ AC AO

C A H f O li A

MUSICAS GRAVADAS.

\
/
I
TN.CPR.PTE M

JANE (urIuTNAL DE PAULO

JANE (CANxANDO) EU SOU JANE


A RAINHA DAS SELVAS
PROCURO Um TARZAN, UM AMOR
QUE SEJA Um CARA SACANA,
MAS NãO SEJA ENGANADOR. .

Qj'2.1 SOUSER DE ALCUxSi


AVISE Já, POR FAVOR
PRA SELVA, VIA ELSRATEl.
OU VIA TAN-TAN DO TAMBOR. ..
EU SOU A JANE
A RAINHA DAS SELVAS
QUERO UM TARZAN, UM AMOR.,

JANE (NA PASSARELA) - Eu sou Jane, a Rainha das Selvas, e estou nrocu-
rando um novo Tarzan, para mim. Eu já tive dois Tarzans, mas nenhun
deles valeu nadai. O primeiro, era um l’arzan do tipó chuchu-beleza :
Que homem bonito! Que charme! Que pãoi...Que decepção!... Na pri-
meira noite em que ficamos a sós, eu ansiava pelos carinhos dele,
mas fiquei foi na saudade! Eu estava na meu quarto bxincando com*a
minha aranha de estimação, quando ele entrou; Quando aquele pedaço
de homem viu aquôle pedacinho de aranha, s6 faltou desmaiar! Ele ti«
nha medo de aranha! Ele não quis nem tocar na minha bichinha.., Arru-
mou a trouxa e foi embora pra casa mãe dele! Mas não o julguem mau.:
O meu primeiro Tarzan era tímido, não era bicha!...
AJá o meu segundo Tarzan, não era bonito, mas em compensação, ele era
fortudo, ombrudo, espadaádo, peitâdo, cara... forte estava alii E
não tinha medo de aranha! Tinha, era um grande defeito; Tudo o que
fosse do sexo feminino e andasse, ele entrava de sola! Que homem
insaciável! Uma tarde, ele me mandpu fazer compras no Super Mercado
Selva e Terra; Eu fui, mas no meio do caminho a velha intuição femi-
nina funcionou, e eu voltei pra casa. Pra Quê? Eu dei o maior fla-
grante nele com a Chita! Ele estava dando banana pra ela! E era uma
senhora banana! Dando na boquinha! Que cachorro!; Comigo ele nunca
fez isso! Eu expulsei os dois de lá! Ele agora é chefe de torcida de
um time de índios, e ela é contrtada de uma estação de XV, 6 macaca
de auditório... Eu gostava daquele cafageste! Que fossa que eu cur-
ti! Pra-es» esquecer, eu peguei de gin...A noite inteira eu engoli o
o glnt9i 0 Jim das Selvas....

E'aqui estou eu, a procura de um novo Tarzan! Por que assim eu não
posso mais ficárl~Eu estou numa solidão que faz gosto; Há oito lu-
as que eu não vejo “estrelas"... Será que eu não arrumo um Tarzan
por aqui?... ü senhor, cavalheiro, não me ajudaria? Será que o senhor
dá pra Tarzan? Não dá pra Tarzan? Eo senhor? Não gostaria de ser o
meu novo Tarzan? Já andou de cipó^ Há dois tipos de cipó; 0 comum e
o cabeludo! Eu manejo todos os dois! 0 senhor não gostaria de subir
comigo nas árvores» Já pensou, nós dois trepando lá em cima?...
Mas meus amigos, o meu novo,Tarzan terá que ser um homem de verdade^
ELe terá que ser másculo, forte, valente, sensual ! Mas será que a~
inda existe um homem assim?...

TARZAN (ENTRANDO) - EU!...

JANE (ESPANTADA) - Mas isso ê Tarzan ou um tira-gosto de jacaré?...


Quem S você?.. •

r
TN.CPR.PTE iMÍ p.jj

TAKZA (PUXANDê ü MUQUE) - Eu sou o Tarzan do Nova Iguaçu


o bonitão:.. .üostouV... / ?' V\
(? ' \
r ■» j ^ 0 P F • I
JANE - Demais! Voce 6 o '^arzan mais secreto que ou já viíl^.iíe' dizoUma
coisa: Voce tem medo do aranha peludat... \\ J*/
\W/
lARZAN - lenho nojo,í...

JANE - Sabe andar de cipó?...

lARZAN - l*ô tirando a carteira...

JANE - Cade o seu facãoV...


*
TAnZAN - lá aqui debaixo...

JANE - Pelo volume dev'e ser um canivete! Olha: Eu não estou querendo una
espada, mas também,canivete, não dá péi... Outra coisa: Quais são as suas
condições para ir morar comigoV...,

TARZAN - Eu quero casa, comida e folga aos domingos. Eu sei lavar roupa
e arrumar a casa...

JANE-- Eu agora quero ouvir aquele grito característicç,para chamar os


bichos lá na selva! Pode começa^....

TARZAN - -Ak* cansei...

JANE - üas que Tarzan é você?o..

TARZAN - Tarzan, o Rei dos Animais,!...

JANNE - «ei dos animais''1 £>é se for larzan, o Rei dos Viadosly1'.. Olha;
Pra ^arzan voce não. serve, nem a-pau! nu posso~te levar coQo empregada
doméstica... Queresj1...
•••

TARZAN - Eu vou, mas tem uma coisa: Eu nao vou passar o ferro!• • • •

JANE - Ah, isso eu já sabia! Vamos, chuchu-feiérai...

oAELÍ DANSANDO A MtfSICA DE AüERTURA.

r
"03 COSTUREIROS1'

(Original de Paulo

PERSONAGENS! DENIS e CLODOVALDO, Costureiros Famosos

RISOLETA DA CONCEIÇÃO, Ex-cosinheira, nova bilionária da

Loteria Esportiva.

BRIGITTE, Empregada

FANCHONETTE e MICHETTE, Manequins

JUJU,3oca de Ovo, Costureiro Modesto

CENA:- Brigite surge na sala, anunciando a chegada de DENIS e -


CLODOVALDO.

BRIGITE - (Entreando Esbaforida) - Madame, madamê! Eles estão chegando!


Eu vi pela janela!

RISOLSTx cjtimo: Esse é o primeiro passo rumo ao soçaite! Denis e Clodo


valdo as maiores figuras maiorais, em casa de Risoleta da Con
ceiçãoí Maá também, quem diria: Eu, uma antiga cozinheira no
Cais do Porto, &oje sou, uma das mulheres mais ricas do Brasil!
Graças â Loteria Esportiva e a são Benedito!...

BRIGITTE -Estou tão enoetonada! Chego a estar até arrepiada!..

RISOLETA— Rao vai se mijar\por causa disso! Olha, quando eles entrar, man
da sentar netsr "portrona", oferece uns dinque; Tem uisque "impol
trado", mas se eles querer coisa mais forte, lá na cozinha tem
pau-pereira.(TOQUE DE CAMPAINHA) Eu vou me apreparar melhor, da
qui ha pouco eu to aqui. Vai abrir a porta! (3AI)

BRIGITTE- (ABRINDO A PORTA) - Paz favorde entrar! Madame ja vem jai


(ENTRAM) Denis (OLHANDO COM DE3DEM)— Diga que ê Denis o maior cos
tureiro do Brasil !
CI.CDO - Anuncie Clodovaldo, o maior costureiro das Américas! /
DENIS- Um momento! Diga que e Denis, o maior costureiro do mundo!.'’
BRIGITE - QUEIRAM SENTAR-AE, por favor! Bebem alguma coisa?...
CLODO - Por enquanto, não... (SENTA)
DENIS - Eu não quero nada! (ACENDE UM CIGARRO,ANDA PELA SALA, EXAMINANDO
A COM UM AR DE TEDIO)_(BRIGITE SAI) Como é que pode? a mulherzi-
nha acerta vinte bilhões, e tem coragem de ter uma casa desse -
geito! Que mau-gosto! Parece um festival de cafonália!..

CLODO - Eu acho que ninguém tem nada a ver com isto!..

DENIS - Nao estou falando consigo! Eu estou meditando! Alias, se eu tivess


se conhecimento de sua presença aqui, eu não teria vindo!..

CLODO - E eu digo o mesmo! Eu gosto de respirar o ar puro!..

DENIS - Você estando presente, o ar pode não ser puro, mas pelo menos e
fresco!

CLODO - já michou o papo! Eu detesto esses bate-bocas! Ainda mais com quem!
TN.CPRPTEiÜLp.ài

-2-

DBNIS - Mas essa mulher, vem ou não vem? Fazer eu vir corS^c^gk'BahiaJ
Alias, a Bahia está ótimas Todos os baianos chatos eàtao morando
aqui no Rio!.. Mas como é que se pode morar num lugar desses? Eu
detesto subúrbio!..

CLODO - Realmente, ela mora um pouquinho, longe: Paciência...

DEM13 - Longe? Isso aqui é o fim do mundo! Deve ser aqui que o vento faz
a curva! Uma mulher podre de dinheiro^ podendo morar nos melho-
res lugares do mundo! Enfim, classe nao se compra! Povinho 6 po-
vinho até o fim!

CLODO - Eu acho que ela é uma mulher apegadas as raizes, às suas amizades
Nao deixa de ser uma prova de personalidade!..

DENIS - Deisia de ser puxa-saco!...

CLODO - Ah, me deixa, me deixa! (SURGE RISOLETâ)

RISOLETA (ENTRANDO) - Quanta honra! (ESTENDE A M&0) ( 03 DOE CO.dlEto ATE


ELA)

DENIS - (Beijando a mão) fi um prazer imenso conhecer a mais importante fi


gura feminina da atualidade!

CLODO - (Beijando a Mão) Madame, em pessoa, é ainda mais divina!

RISOLETA-Voces são muito gentil! Mas vamos sentar! (SENTAM-SE)

DENIS - Então, madame: 3SG£X Que tal sor uma bilionária?... fi Bomi?

RISOLETA—35 e não éi Dá muita aporrinhação! Como podem! Eu pra sair da ca-


Q
sa, tenho que sair "incrognita"! A mim, que sou "orfa" de pai
mãe, já me apareceu dezoito pais e vinte e sete maes!

CLODO - Cruzes!...

DENIS - MAS QUE GENTE!...

RISOLETA- Eu queria saber um troço: Como foi que voçes começaram? Eu digo
na costura...

CLODO - Eu comecei fazendo vestidinhos paxxax pras minhas bonecas; depois,


fazia os da mamãe... e até chegar ao que eu sou, foi um púlo...

DENIS - Eu comecei pelo prazer de usar a agulha...

RISOLETA—0 que tem a agulha?...

DENIS — Pica à beça!...

RlSOLETi Bem, vamos ao que interessa: Eu, quando era pobre, sempre tive
um grande sonho: Ser vestida por um costureiro famos! E voces
queiram ou nao queiram, sao os mais famosos do pais* Quero dar
uma exclusividade exclusiva de minhas roupas a um ou a outro!
Aceitam?

3NIS - Madame, quando eu a vi nas fotografias dos jornais,


DEI' eu comentei
Essa mulher é um LUXOJ Um LUhOJ,,♦ \

CLODO - Madame, tem uma classe natural! Madame é a GLORIA! A G^ORIAJ...

RISOLETA^ E voces dois também são o maxima! “

CLODO - Madame, permite uma pergunta?...

RISOLETA - Eu estou disponivel ao seu dispor!...


-3-

CLODO - por que madame não reside em local digno de

Já arrumei! Ke mudo a semana que vem pare


comprei: 5 uma "cobeltura” na avenida Vie

CLODO - Parabensl ótimo gosto!...

DdNIS - Classe ê classe!...

RI;30LL'TA-Alias, na estréia da inaugulração, eu vou dar um "cocotel” a irn-


prensa, escrita, falada e teleguiada! E quero estar bem chique,
com um modelo de voces! Isso é pra começar, por que eu pretendo
comprar uns quarenta vestidos de voces!

DENIS - Eu tenho a certeza de que madame na inauguração de sua cobertura


deslumbrará, com um modelo de minha criação!...

CLODO - Na "overture1* de sua suntuosa residência, madame, cum um modelo


exclusivo criado por mim, para esta-ocasião, embasbacará a todos!

RISOLST A-(Z ANG ADA)- Que negocio é esse de"embabacar?M Eu sou uma mulher
de respeito!...

CLODO - Madame, ouviu mal: Eu disse, embasbacar! causar adimiração, surpre


ender...

RICOLETA- 0 senhor agora me deu um susto!...

DENI3 - Madame; eu, e o meu amaval cocorrente, tivemos a mesma idéia, e


trouxemos alguns modelos! Madame, não desejaria ve-los? Elas estão
ai fora.

RI30LETA-Manda entrar! Eu estou ansiosa!...

CLODO - Repare, como o vestido que vou apresentar, será o ideal para o seu
coquetel!..

DENIS - Mas primeiramente o meu! (GRITA) FANCHONSTTE! Entra PANCH0NET1E


(A MANEQUIM ENTEA E DESFILA) Fanciionette, veste um modelinho tarde-
noite amareio-piorréia, proprio para um coquetel de gabaritoíRote o
pequenino detalhe de minha inicial, D (E HM ”D” IIUNJO)alias é um
D bem discreto!

RI30LETA- ]2 uma gracinha! E quanto bolsinho!

CLODO - Madame, alem de bonira, é inteligente: Notou logo os quarenta boi-


_ r* . . ++
sinhos*. Bolsinhos estes, que serão de grande utilidade: Evitarao
que Madame tenha que ir a toda hora até o "buffet”!. Ha um bolsinho
para cada coisa: Bolsinho para empada, pra croquete, pra pizza, pra
pastel, sanduiche, quibe, pedrinha de gelo, etc.etc...

RISOLETA - E esse furo aí atras?...

CLODO—Nesse furo, madai e enfia o que quiser...Ele ê pratico, original e pra


fentexí Gostou?

RIJOLETA-Demaisí Sobretudo de sua originalidade original! Uma beleza’.


TN.CPR.PTE Jj^j_ p.

-4-
0. P. F.
//
CLODO - Jaqueline Onassis, viu e gamo ui Mas eu disse a áA^JEst^aiao, Jakie
Esse já ter. dono: Ê da Madane Risoleta da Conceiç;

RISOLNTA- Voces, si estão de parabéns! Gostei muitoi M&£ Me diz agora uma
coisa: Qual 6 o preço do custo?...

DBNIS - 0 meu ê vinte milhões!...

CLODO - E o meu também!...

RICOLETA- 0 que? Será qi e eu estou de porre, ou á voces? Vinte Milhões,por


isso ai? Tavam pensando que iam encontrar aqui uma pessoa "analfabá
tica'% uma otária? E que iam deitar na sopa? Eu não pagpi Seus ex-
ploradores!
DENI3 - 0 que não falta ê freguesa que pague!...Eu disse FREGUESA!...

CLODO - Vqi ver que está acostumada a se vestir em barraca de feira!

SENIS - Voce queira o que, de alguém que passou a vida fritando sardinha
ei tendinha de beira de cais?...

RISOLETA (EXALTADA) Com muita honra! E eu sempre me vesti às minhas custas


0 meu, eu ganhava na beira de ura fogão, não ganhava na cama, abrindo
o forno! Como essas caras que voces andam paparicando!

DEL13 - Também, quem é que ia te dar boa vida?...(ENTRA LULU IOGA DE OVO)

RI3GLETA- Nem a proposito: Esse rapaz aqui, cose pra mim ha mais de 15
s anos! jS o Lulu Boca de Ovo! Ele tem uma sala lá no Beco do Mosquei-
ra! Lulu, esses caras.querem me cobrar vinte milhões pela porcaria
dum vestido! Diz pra eles quanto tu cobra o feitio!...

LULU - Esporte:Quinze e quinhentos! Passeio: Vinte!

RIEOLEEA-Viu SÓ! Viu que diferença?

DELIS - Mas quer me comparar coir isso aí? I jso é costureiro? Com essa cara?

CLODO - Olha s<5 a roupa dele! Cem essa eu me retiro! Passe bem! (SAI)

DENI3 - Espero nunca mais ve-la (SAI)

RI30LETA-Vai, e leva essa piranhas daqui! Cambada de xavequeirosí

DEITI3 S CLODO (VOLTANDO) - Caf ona(CLODO) g um BUCHO» (DENIS) -(3AEÈÍ)


H
RISOLETA - PEDSRA3R]COS!.. Voce xh viu Lulu, como eles estavam querendo
,te humilhar.?- - ‘ ■—>

LULU - Mas que fuxico! SÓ pode ser inveja!...

RISOLETA - Voce Lulu, pelo menos á macho!


( i3CURO)
TK.CPR.PTE i.Ai p.^4
s 7,
as :á L.j;o ■■jlt- ;,
>* »V W r*. *3 <*t .• V.■ ^rrr-
ím^>> Jk ■ - - — ..l^J ‘ *3 —i*. « A — JL‘ >• -TÍÜi * 0 - ÁV -4 ií*
I i * • jl ; ■ * 4 i Xrf JL ^ ^ }
V ND -
a vá | cs»r*.9 á herriv*l a > gorra-,
* v ,.T-*>.
C- o 39fr«~ .c ressono cuf1 a r ía vivo nonte floreio.
V'l ’...
-. t mh# foito »tá prtuaossfes \ ■ ro c c',1.,." rt"v':r> nu 0 s® 5pra s© :à0Sfcrt’jj#s
V. . *i>-« ,
Voy5to quo • ' .*3 r o preocupa o vsr ouc nus jotlor-^s nos defoncV-r,
V üLIu-.
«2 vorâMrV." t j / pcrdonos t&ílns ch fnr fu o nf; gorra f oativos cí '•0’1 j .
V ]L: :.
C pior vucua n- n nr-hc quo o a inlrnlrqs e^t^o r.tec^nd» o a" Ü' c T ,loVnEI
'tudo o quo p cen,o prrs rs rulhcrcs fu2©r. horrores.
V./u" .
£3 fious poder' D';u livrar dcsl e rml.^s ntrocidodas destes l orver;:'»G.
V t!D >
Sr ntn Dqus.UwULIK) FGÍí;.,:.;diu PGIS SOLDhDGS Dü VjVfR.L}- Ix/í3 ... i*0)
ifr SGLl^iX;
V 't-c, s-jáivs,
-rr -*t : r\
v^iL:
•i 3Í,í nvor ele i>OUS.
P°. SOLDADO
'• s j?i'C olo Cisne suu sreg-.-bunO. ...rs Jllss,. .{P-^lA-u . JLC3 C-rXCO)
Vii.
*uda o quo tenho eatS ítqui.l- ..naCrA *.3 JOI.»3)
l£ SQL D .DO
Todos os ront inentos que to.' O" cgs; .
V. IIP ■
1>por f • vortcu. • .r.5o n"o p:>. c '-n,prr favor,
1 ^ SOLD--.DO
“nda nojenta.00 santiBentoa ou leva ur,~ tira aquÍ*(Aídi?TÂ A CàBSÇÀ)
VIIV
j*sf' cui.vD' J; J .CO CCil tu rt.-.T03)S tudo que tinhr-rrns * ■ r' cs sr.
wCL3.30
2 cqor-'' t'ole7«f«u quero você.
"¥r t r ■.* ^
Í.OU i>-"*us. v 3vL3 -1/0 * j.». — - *jLuü 0.1:,Xü)
t
-1-r- 3CLP — --.LO
ii n volli.'.’á
■ P2 SOL&-.DO
TatabánL-^n^aa despl-lf*♦ ..0..«eet rus q.u gerra.• .4JzoEi ■
d * T or: c lus.
VIL7 '.a
!*.i pr-r f'v:r,f'çr d* rir? o quo quÍ7or,ninB respeite a r.ini.u v^r.irth',
3 de .joelhos quo lhe peço.
Y-.tiDíi
« do joeli\os oue n.3s rlhes slrplic^-os.n*'?
*r• t 1 t • n.-.r^vo ite-* dc s ntt> ■ nvírirsh* .
A'--1j ‘
JL3V..I.Í- -3_ ....IkLV-.i.DO 03 Chi'i*LUíi|l>o}xes. ninhos r.ctrs>',*orrs 3 Gerr-c 0 0 0

CCííT2i4i%

Frv
i «

strip tkash

INICIA COM «íÜATHO AOOO^â QIRÍ.3 fiiüK PICAM D?? SOUTIEN ft BIQUÍNI.
hA UM M&mo TOTAL.
3Xo SUBSTITUÍDAS POR QUATRO íiODSLOS QjffB SR DíSHpRM.

#1
0
i

Pí'
ti*
*/ *r *
TN.CPR.PTE_^_p. Lf ^ PAMÍLIA (ORIÇ
D.i PaULO ..UIILS )
PERSONAGENS- 0 PAI. A M&E. A PILHA. 0 NAMORADO.
> o. r. f.
OI2ÍA - NA SALA DE VISITAS, MãE E PILHA AGUARDA.
4 CHEGAM/DO NAMORADO.
'".'O tf

^■“AE - A que horas ele disse

PILHA - Ele já deve .estar chegando! Ih, mamãe, eu estou tão


nervosa!...

l 3
rt~ °DaSf\ minha filha,' Su sá tenho medo á do seu paií V0cl sabe como ele
6U Pr
O °0iSaTa d0X a
**>**"»* instrui: Cato-

ímJ. (im.xRAíDO) — ■Qual á o grilo? Srahma na jogada*...

MãE.- Você não sabe; que 0 namorado da Verinha vem hoje aqui, conhecer a gente?
V0C9 nao tem vergonha de ficar com esse pijama imundo e fedorento?...

3
PAI - E daí? sse siigeito por acaso ê algum Onassis?... Grandes merdai.

MlE - Olha o seu procedimento na frente do rapaz! V0c$ dizer besteira ainda
passa,mas cuidado com esses palavrões;!-: Eu não quero passar vergonha na minha

1 C&S&o
i^ILHA - xí isso mesmo, papaií 0 senhor jas vezes se toma inconvenientoi #. •
00
PAI - Por que eu sou autêntico! Eu sou o que sou! Não tenho duas caras! Se
gostarem de mim, muito bem! Senão, senão eu quero que se fo...

MAE)INTERROMPENDO) - Olha essa lingua suja! Mas que vício, que esse homem tem!

V1^ -Aüutra coisa,' papai: Ele vem aqui, APBÍAS, pra conhecer vocês, mais na-
aa. Poroan^o, nao vá deixá-lo embaraçado com certas perguntas! •.. »

PAI - Isso á comigo: Eu sei que tu estás encalhada;doida pra abrir essa re-
tranca, mas não ê por isso que eu vou deixar qulaquer cafajeste oenetrar na
tua área! M0rou?...

- Ah, Meu Deus! Eu já vitudo! Essa criatura não tem mais geitoí Catolá
eu te imploro: Não estragues o futuro de tua filha!... *

PILHA - Por favor, papai; £ preciso que ele saia com uma boa imoressão aqui
de casa! P0r favor, papai!... (üA UM TOQUE DE CAMPAINHA) *

MAS - íalvez seja ele...

PILHA - Deixa, mãe, que eu Vou ver...t(SA1)

Ljuj — Catolá, pela ált&ma vez; Vê lá o que você vai me arranjar!*.


■■ ■ 0 p
PAI-; Ah, não me enche, não! Vai procurar um armanho,!.
7 •
PILHA(ENTRANDO COM 0 NAMORADO) - Papai, mamãe; Eu quero lhes Eg>rosentar o meu
i namorado!

RAPAZ - Encantado, minha senhora! (BEIJA-LHE A mAo)

MAE - Muita satisfação, meu jovem!

PAI - Que coragem, beijar essa mão...


TN.CPR.PrEÜâi_p.3íf
RAPAZ - Muito prazer, senhor! (APERTAM AR

PAI - Igualmonte, da mesma forma! : Ho ildo TÇ\itolá, fiscal reformado


da sempre golriosa Guarda Noturna! QuallS mbáfn<f eu nome?...

RAPAZ - Eu me chamo Eliotário.. .ELiotári^^goroj;

SAI - Espera aí: Já não bastava o Ellotório, e o senhor ainda é Varejão? Que
nome mais desgraçado,!*...

MãE - 0 senhor não ligue, não! Ele 6 assim mesmo, brincalhão...Mas sente-so
por favor (SeNTAw-SH TODOS) Aceita um cafezinho?...

PAI -Mas que mania!: Mal o homem chega, voce já vem empurrando aquela água
( suja!.
MãS (EMEARAÇADA) - Então fica pra depois...O senhor não mora aqui no bairro,
pois não?..•

RAPAZ - 2 verdadç,minha áenhora: Eu moro em fJotafogo...

PAI - Sair de Botafogo pra vir namorar aqui em Cordovili preciso ter muito
( saco!
MAE - 2 sinal de que ele gosta da Verinhaí Mas, e voce? Voce tambám não ia
de Saracuruna atá o Catumbi sá pra me ver?...

PAX - Saracuruna? Eu vinha de Pau Grande! E eu estava desempregado.. .Sabe lá


o que ê o sugeito vir de Pau Grande, e duro?...Tão duro que eu às vezes era
obrigado a dormir na tua casa...2 o resultado foi esse aí.^APONTA A PILHA)

P1LHA( ENCABULADA) - Ah, papai, por favor...

MãS - Como eu já lhe disse:Não repare, não!...0 meu marido gosta muito de
brincar....

PAI - Eu,na minha mocidade, fui um perigo! Tive Varias namoradasj aproveitei
bastante;tirei muito sarro! • ..&as por falar nisso: 0 senhor doravante, em
diante, passará a namorar aqui dentro,! 0 tempo todo, integral,!.

PILHA - Mas, papai, o tempo todo? ^or que?...


/
PAI -f Pensam que eu ainda não manjei a atuação at> voces, lá no portão* -^ois
olhem: De $ojo em diante.. .acabou e sacanagem!...
I
MlE- Oatolá, dá-se ao respeito!...

RaPAZ - Um momento, Seu Capilál 0...

PAI (INTERROMPENDO) - Capilé, á o cacete! Catolái...


I
RAPAZ - 0 senhor está enganado! 0 nosso namoro ê um namoro normal!..

PAI(INTERROMPENDO)— Pode ser normal, lá pras suas negas! Pra mim, não! E ou-
tra coisa: 0 senhor faz o qu0?....
w I *
RAPAZ — Lá no portão?...

PAI - Que lá no portão?! Eu estou falando ê na vida "crotidiana"! 0 senhor


faz o quê, alám de tirar sarra_na-#ilha dos outros?...
RAPAZ - Eu sou protético.

PAI - E dá dinheiro, essa

MAS - Catolés que termos sao esses?...

PILHA - Aieu Dous, que vergonha,!..

RAPAZ(COM PIRMEZA) - Pr» sou governo, eu sou muito bom sucedido na minha pro-
fissão! 3 é claro que ela dá dinheiro!.

PAI - ^ois Ô bom que dê! E pra quatro.; Eu sempre gostei de passar bem!...
(QUASE DISCURSANDO) 0 senhor casando com a minha filha, leva, modéstia à par-
te, um bom material comestível. E 6 moça donzela, trabalhadoira, assossegãda,
e limpa, muito limpa! rmla puxou a min*...Tem pequeninos defeito s^jiomo todas
as moças, e que um marido enérgico,tira com umas bqas porradasj• • •.

líXE - uatolé, o que é que o moço vai pensar?....

PAI- Que eu sou autentico. E soul Digo o que penso e todos deveriam ser assim
como eul..A propósito: "Apreceia" futebol? Qual é o seu time predileto de sua
preferência? o ••

RAPAZ - Eu sou tricolor...

PAI - Eu acho que não ouvi direito... (TIRANDO 0 PALEIó)

RAPAZ - Eu sou Fluminense.••

PAI (EXALTADO) - 0 que 0 qu£?(Jl SEM 0 PALET(J.E DE GAHISA DO-FDAMENGO) Pois


fique sabendo que nesta casa só se resjjçy^ "Pramengo “1 0 “Eramengo é a no-
sa religião!(PUXA 0 RAPAZ) E levante-se quando ouvir falar nesse nome sagra-
do, sagrado e porque não dizer/venéreo^ Eu lhe dou 24 horas pra mudar de ti-
me, está ouvindo? (SACODE-O)Está^üvíndü^1' Seu subversivo!...

MXS - 0 que é isso, seú ignorante? Largue o rapaz (ELA PÁRA DE SACUDIR)

PILHA - Eu hein, papal** Ele tem o direito de torcer por quem bem entender!

PAI - Aqui não! Só me entra aqui de novo, vestido com a camisa do Uengãoi
(TORNA A SACUDI-LO) E de bandeira na mão! De bandeira na mão, seu parasitai.
RAPAZ(SOLTANDO-SE)- Chega! Está pensando que eu sou o quê? 0 senhor não pas-
sa de um velho maluco! Verinha, infelizmente, vamos ter que terminar tudo!
PASSAR Bem mlcnha senhora., e descàlpe-me! Adeus íerinhai (PRA CATOLÉ) UKUBtf!
iSAI)
PAI / - VIADO!

PILHA (CHOROSA E SAINDO AIRáS) - Eliotériol Eliotério!

xAI - Você viu? Vir aqui me desactar! 2 querendo mandar na nfcnha vontadejLo-
go a mim;Um membro da tssfciüida jovern^ Só pode ser doente! Um fanático!...

Uls - Oatol| sabe o que foi que vocé fez? (PAUSA) Catolé, vocé me conhece há
mais de trinta anos: Vocô alguma vez me viu perder a linha?0..
* i r

PAI — $ao. • • •
HãE - Eh tão Catolé, vá pra p....0z
(ESCURO)
TM.CPR.PTE X Si p
ESQCETE - O EQUIVOCO
AUTOR - TUTTJCA

CENÁRIO SALA RE BECÈPÇAO ,SXXOCK3GEC&, TEI "DO AJ? 2THA DE RECEPCIONISTA E

ALGUMAS CAREIRAS.DUAS SETAS GERIRES OXIXX ENTRADA ,UMA EM 01!. A

E OUTRA ELI RADIO,SENDO QUE A SETA RI CIMA DEVERA SER REMOVÍVEL. NA


SETA DL CIMA DEVELá ESTAR ESCRITO:ACADBNIA(COM N HESITO)DE JTIDC.
NA SETA NE BAIXO DEVERÁ ESTAR ESCRITO RINEVU.AS DITAS SETAS PODEI.' ISSK
SER OSTENTADAS POR UM PEQUENO POSTE COE UMA 3AS1 PESADA.

MAR GO T EH CELTA OIIIANDO AS SETAS E CHATA ICUR2.


DURT ENTRA EUX3ÁX3S2A
LARGOT- (DE KIITOITO )Reneví1
EH CENA?DE CALÇA
PURT -Que ê ?
CAMISA DE HEI A.
HARGOT - Você já viu a "burrice que o pintor fês aqui
na seta?^APONTA A SETA DE ClffiA)
KURT-(OLHANDO)E una Desta.’£x±E Em vês de escrever a-
cadenía,escreveu acadenía com NI(AR ANCA SETA DE
CHIA DEIXANDO A DE BAIXO)£le vai ter que pintar <
outraI

LIAR GO T-Já foi urna dificuldade pra êle acertar o seu


nomeIEu cone ei de dizer pra êle que o seu nome
é Reneví,mas se escreve assim cono es-,
tá aqui.(APONTANDO SETA DE BAIXO)
KTJRT -Isso eu desculpo porque êle não ê o Uri pado a sa-
Der que a letra U,tem som de I em francês.Eu
vou levar a seta pro pintor fazer outra.

HARGOT - Pode ir.Se aparecer algum aluno eu atendo e


já vou dando as primeiras aulas,

!OJRT-( BEIJA TARGET E SAI)Até já meu Dem.’


HARGOT -(?/ Sl)Será que dá tempo pra tomar um cafesiah
nho lá dentro? (PENSA)Eu acho que não vai apare

cer gente nãoj(SAI)

TUTUCA EUTLA.
/
/
/ /
/
/.
7 /
/ /
/
/
/
/
/
/
/
/
/
/
/ /
/
/
/
/ (SEGUE NA OUTRA PÁGINA)

/ )■
w
TN.CPR.PTE~ i?.Rl pAI M

WviaoT-á &,primeir£ ves ?


SCTC - líãojSu :já tenho dado rr/iíb RÃÍu&e#!
M-AHC4CT . ooiJhcoe algusme po?ri<
Tüiü -áátôl&i Mgume eu tô po-
BMGC* — ítetso vaisee vev es posieoes qus o aeuliov
üo^úieoe?
3SJSÜ -7ámoe^?amos lá ;ora dentro ?
, MSH0O2' -sSc^Pr-Lseiro vaisos ves* ?.;*?!& as posições*
2W -Aqui ?
ma&goí ~s *
GJiTBI -ifert não liá perigo de entrar alguém ?

F/í.R(t01‘ - 0 que é que tem ?


nm-n -Assim èu vou ficar com irorgoiafeal
IKPGQff - Qr.e oooagertí^Km?odGio3B eoiaeçaK ?

iw ~:;.p,3 qu tô cea ssfeia roaps Aocl&J


Bâ2(K)!U -dirão tem iT^oriancial^ so prá ver as 'atòofer*
f
(FBOÁ, SUSUC*. S3ci £ 2TA GXUVAm)Ooak«ee.. easa ?
• .#esu -íJ&oliTunea x5^2i-.^:s^5dp>i: vj* essa gos^oaoi
■t f
VABGOS -l?unca ? '.
s
- 'í.
. AüiU -StenccV J35 suo gostai.^ tal tor eeja gràça-f
HfiEGOW -E '-eís&a ?(AGEBKA 5ST?:3JCA :m ^OÇbdK HO GHAO BE 0082A3)
- ííUBJ SSuito ‘bea-fa. I
*
H&R0Q3 -HãoóSa' quero sabor nc voo© colocei
üjUiAJ -Tsr-iü&a aioi

EASG-OT -leoa 6 a posição do cleeeguülílr-rioJ (í?)£ essa *t('S)Jk CodV.v.


:db ííriço} . '"; :
Xu-jlT -ílssa íbo clá geito n.ovtu:.?
.!u:ÍiG-0'"? -d;l>.3 devagar o senhor c&sgsL lá*
2U2U -¥aü03,logo lá pra deniroiSu já n; .0 «o alentando rr?;
siaie S . - ' ,
MEG03! ~»S5 depois quo pvstlcá aouil (^)Fteoa 0 senhor catc ?
(PA iíM .HÍiO r- 1BRAÇ1A OpMRjáA, DE railfOA COM AS
ÁSE'íí.iS )Çomieci£ ?

2U5?l/ - Uão ro.e já çuase no gel to id agora ? • _ .,


* *
i
EliRdOv - AdUIA/Agora o senhor ~?en por trais d© istosfc' isL® e Bô
♦ ^ *— i
agarrai -‘ . . ;A* .< '■■■
;. s
üfiEJ -/!>,? A gora ê que voce tá começando c*> r:3 entender?
#4
íüaTuCtOI*} -\feí«i
iüiTJ - (AG/itli }Agora • sim á
If;iB00íí? -Soarisoo esse-, posição?
H-
TN.CPR.PTE .f p.^ -4-

*■ ■> /
5ÜJSIT -3ssa já é manjada? VV -*

WâllGQT -Sçibe corão é o nome rlaãs dessa posição?


SüHJ -Ifãol
'm3&Q!2 ~ £ tosOaolS
gjrjTO JB por isso que eu to sentindo ^soKta^BtKfe^Ks
que á oiriha bucha tá pegando
EríssM^s:
J5AKGC5? -Agora chega) {8£. 3£m!O0 333 WCA) . * .
3KJ2Ü -C?a©f5a uma ehpeta SYCiih.fi. cá sullié )5Sa^?ix;pa38S®í£
assnsKfeS IâGMHA KAKG05!)
Há EGO® -Que 4 isso? me larga.)

íuiií ~kãç>)Só depois que vocâ. se eatplicáíl®» dá um bei-


*s r\ ©f
*iw

KAB0OS -/th* ^ Vocg quer ?

IISÇ MíiiA £ TU2U -Quero^


y
3?ICA 02BAHSJ0 ?JL:-BGOS —(JOGA—0 ?T0 CHÃO)

K.UB.0? -Que foi que hourv-G ? ■;


, v 6. - *
lãàSOCS: - Esse,idiota estacao- se engraçando pro meu
•-■&
fk lado) (2)âgora toco vai se w cora meu ma-
rido?
OT3SJ -liarido? .
» :. -4-: ):£íShSOTI>£ IU£ÜCA}3 eu quero rui to respeite a*
i? ui 1
iüíü -Eespeitò?£<gui ?(KP) • ,
K'J£2 -Sim senhorJIsso 6 \vmà academia. de•v: ; jucíoi
f 3 sabe o
que* vai lhe acontecer? , •/
ííUiU -Sei)‘;;u vim aqui pra comer e tou acsbé sendo co-

mido j
. &_ FIM
• k*
.q
XMJE^IXSMKKEX

& %%■

!TnAf.w dSii ■ffcffjíSI


A

m li ~MI T III — 1T- 1 >■ 1V-. V1»»-)


. t ' í*. i
TN.CPR.PTE . . p.K

JOSÉ DA SILVA DIVERSÕES

IlmB Sr. CrlEFE DA TUH A DE CE USURA FEDERAL (GB)

JOSÉ DA SILVA DIVERSÕES, ©stabelacida no Teatrs Carlos

Comes, vem nul r©sp«itosamente requerer de V,3a. ss digne realizar e en-

saio Geral da revista "DAQUILO Q,tJE VOCE GOSTA4* , para o dia 23 de agos-

to de 1972, as 20 horas, no Teatro Caries Gomes.

/
Outrossim, cientifica a V.Sa. d® que o texto foi en -

viado à Brasilla há Í4O dias para censura.

Nestes Termos

P. Deferii*#nto

Ris de Janeiro, 18 de agosto de 1972•


TN cpRPTe 36
, MINISTÉRIO DA JUSTIÇA
DEPARTAMENTO DE POLÍCIA FEDERAL

CENSURA FEDERAL

Cer tificado N5 .203/72

,
T3^/ adaq.dilo ^us voes gosta. "

ORIGINAL ^LVA FILHO e PAULO BTJNBS

;ROVADO PALA D.C.D.P. VALIDO A de l77


ASSIFICA ÇÃO

Rra silia
íp iâ © a © a ed ©
PARA MEMORES OE

18 ANOS
Diretor da DCDP
M.J-D.P.F
TN.CPR.PTE Wj
CERTIFICADO DA D.C.D.P

Certifico constar do livro n? 02 _folha n?. M. de registro de pe<

teatrais, o assentamento da peça intitulada

" DAa-JTLO oms vom posta "

Original a»SILVA FUHP e PAULO TOES


Traduçao de
Adaptaçao de

Produção de. 2MP. JOSS DA SILVA DIVaBSOBS - gRfP/ 0 TBATBn fl*HT,fTK nnUKS )
Tendo sido censurada em_ Q2 de AGOSTO de 19J22 e recebí-

a seguinte classificaçao:PBQIBIIX) PARA fóFiNDHBS DE DBZOITQ (18) ABQS, CQIIDICIQ-»


MDQ AQ EXAME Dü EKSATO CXMT// n CSíTUFICADO SQtt. STE TESA VaLIDA-

DS qUAUDO ACQMBMADO I)Q SC5IFP DRVTDAmente flA.mmAnn vzjn nqnp'

DPF-SAv.150
BRAN.RtOTK.CPR.PTE :.
/

fMHs 11;'«•' »f|ifdpíT Carimbo da Estação


MINISTÉRIO DA JUSTIÇA
I DEPARTAMENTO DE P..OLICIA FEDERAL 0%-QUAM/. 2Aí?&' e j
“’
SEÇÃO
AÇÕES
£ O ftbü U 'RÁDIOS "0922^gb/ 13332

NR. 3yQp ifffi:.. pjjjj.


r./ 02

RECEBIDO DE: cji, ÀsOOOf por ad/roí

sr/gb—uuu ■~SV) & /?-C 0 ra


\ RUE
V/
C

226/dcdp 230872 - autorizo ensaic geral feça (daquilo que voce gosta)
IMPROP. 18 ANOS SEM CORTES PT

DIR DCDP
<
f\o 0'C.^o/’ dc (^ns5>”

C/OYiK^c^r e.

O "proeX de,r. ~
1

lONlO NUNES DO REGO


Chefe da Sacreiaria da TCDP
'*
tn.cpr.pte_ÜM_Pí>w

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

2W3WA diví^M p^ligas_

iitulo • •••: "Baquilo que Voce Gosta”


Teatro *...: Carlos Gomes
Interessado.: Jose da Silva Diversões

PARECHu
).
ff
Daquilo que Voce Gosta" e un gênero de teatro
destinado a um tipo de publico, fiel as piadas e situações Inseridas /
no "auble-sense", onde o humor picante extrai a hilaridade do especta-
dor nas situações criadas coto habilidade pelos autdres dos vãrios qua-
dros. Destaque-se aí, um quadro de bom gosto, onde se destaca o traba-
lho do governo pela Conquista da Araazõniâ. Dois números de "strip- te-
nde" completam o programa que pode ser liberado sem qualquer outra ob-
servação, porque o espetáculo é levado â cena em teatro já tradicional/
da Guanabara, pela continuidade era levar programas deste gênero.

^ ü espetáculo foi examinado de acordo corij ins-


truções expedidas pelo rádio ns 226/DODP de 23/08/72, podendo sei libg
rado sem qualquer observação.

Kio áe^Janeiro, 2k de agosto de 1972


I
*
/

Joce Vieira Madeira


Tec iico de Censura
% * **
cart. 013

O' ) r.

Você também pode gostar