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Amar é Fogo
Escrita por
Rômulo Guilherme
Direção
*
Participação Especial:
PEÃO, TERAPEUTA, PAI, MÃE
Amar é Fogo Capítulo 02 Pag.: 2
VANDA — (FIRME) Você não vai sair dessa casa pra viver naquela fazenda,
Inácio!
INÁCIO — Não tem conversa, pai. Me sinto traído. Apunhalado pelas costas, por
pessoas que eu amo.
CÉSAR — Você tem motivos de sobra pra tá querendo tomar essa atitude. Mas ir
embora de casa não é a solução. Você tá tomado pela raiva, pela emoção e
quando estamos assim, agimos por impulso, sem pensar.
INÁCIO — Não, pai! Eu já pensei e já decidi. Vai ser melhor pra todo mundo.
VANDA — O que eu fiz, foi e é pensando no seu bem. Te poupar de uma grande
decepção futura, meu filho. Tenta entender.
INÁCIO — É você que tem que entender de uma vez por todas, que a Alana é a
mulher da minha vida. Você e meu irmão podem dizer o que quiser. Eu a
conheço de verdade. Conheço seu coração e sei que ela me ama. Assim
como eu a amo. Como mãe, você deveria querer minha felicidade. E não tá
lutando contra ela. É só ao lado da Alana que vou ser feliz.
GUSTAVO — Não vou esquecer esse tapa, pai! Pode ter certeza disso!
GUSTAVO — Deixa esse otário ir, mãe! Vai fazer falta nenhum.
CÉSAR — Sua mãe meteu os pés pelas mãos sim. Mas não foi por mal.
VANDA — Posso ter errado, não ter agido certo, mas foi por amor. Amor a você,
meu filho! Por querer o seu bem. Só não vai embora. Não vou aguentar
você saindo dessa casa.
INÁCIO — Só me deixa ser feliz ao lado da garota que eu escolhi, mãe. Respeita
minha escolha e torça pela minha felicidade. É só isso que eu te peço.
VANDA — Eu prometo que vou tentar aceitar esse namoro, Inácio. Eu juro que vou
dar o meu máximo. Agora diz que não vai embora.
CÉSAR — Agora pega essa mala e vamos entrar. Seu lugar é aqui, nessa casa, junto
com sua família.
TAKE DE LOCALIZAÇÃO.
INÁCIO — Só isso?
CÉSAR — Vai!
LIA — Oh, seu César! Nem precisava falar nada. Não posso mentir dizendo que
as palavras da sua esposa não mexeram comigo. Mas não tenho raiva e
rancor de ninguém. Pra mim já passou.
CÉSAR — E quanto a você, Alana, se você quiser ir à polícia registrar o que meu
filho fez com você. Eu mesmo te levo.
INÁCIO — Então vamos esquecer todo esse episódio lamentável? Virar essa
página?
ISMAEL — (CEL.) Vai ser mais fácil do que imaginei roubar essa fazenda...
ISMAEL DESLIGA.
GUSTAVO — Não sou idiota, cara! Eu ouvi muito bem você falando do seu plano.
Posso ir agora mesmo contar pro meu pai que tem um bandido trabalhando
aqui. Um ladrão que vai roubar seus bois e enfiar dentro de um caminhão.
ISMAEL — O senhor vai me complicar fazendo isso. Vou abrir o jogo. Estava sim,
planejando fazer isso. Mas é por necessidade. Meu filho está muito
doente.../
GUSTAVO — (CORTA) Nem vem com esse papo de coitadinho não, que não vou
acreditar. Vamos ter um papo sério. Qual seu nome?
ISMAEL — Ismael.
GUSTAVO — Não é bem uma proposta, pois você não terá escolha. Ou faz, ou vai pra
cadeia. Mas vamos lá... Te pago cinquenta mil se tu topar fazer o que eu
mandar.
ISMAEL — (INTERESSADO) Cinquenta mil é grana pra burro! O que eu tenho que
fazer?
GUSTAVO — Ótimo! Quero que você coloque fogo na casa delas, com as duas dentro,
mãe e filha.
GUSTAVO — Não banque o santo, Ismael. Pra você ter planejado esse roubo aqui na
fazenda, nenhum amador você é.
GUSTAVO — Pensa bem, Ismael. É uma boa grana. Você já ia cometer um crime
mesmo. Crime por crime, é melhor fazer um onde o dinheiro já tá
garantido. Ou melhor, uma parte dela. Te passo metade se você concordar
em fazer o que eu falei e a outra metade depois do serviço pronto.
INÁCIO — Agora tudo vai ficar em paz, meu amor. Minha mãe e meu irmão não
vão nos incomodar mais.
INÁCIO — Vai, meu amor! Mas não vamos mais falar disso. Vamos aproveitar que
estamos juntos...
ALANA — Eu te amo tanto. Nei sei como isso é possível amar alguém assim em tão
pouco tempo.
INÁCIO — Fui feito pra você e você foi feita pra mim. É por isso!
GUSTAVO — Não tenho o dia todo cara. Responde logo. Aceita ou não aceita a
proposta que eu fiz?
ISMAEL — Aceito!
ISMAEL — Então o que eu tenho que fazer é colocar fogo na casa, com as duas
dentro?
GUSTAVO — Isso! Fácil, não é? Depois você pega o resto da grana e some no mundo.
GUSTAVO — Não tem interessa. Foca apenas no que você tem que fazer, que é
executar um serviço bem feito. Quero as duas virando pó, cinzas!
Entendeu?
LIA — Todo dia eu peço pra minha Nossa Senhora Aparecida abençoar minha
Alana. Abençoar esse namoro. Pra que ela possa ser feliz ao lado do
homem que ama. Ter a felicidade no amor que eu nunca tive.
LIA — Meu grande medo é morrer e deixar minha Alana desamparada. Ela só
tem eu no mundo, seu César. O traste do pai dela nunca prestou pra nada.
Sempre se importou mais com as cachaças do que com a própria filha.
CÉSAR — Entendo sua preocupação como mãe, mas ela não está e não ficará
desamparada caso um dia você faltar, Lia. Peguei um grande afeto por sua
filha.
LIA — O senhor é um homem tão bom, seu César! Deus te pague por tudo o
que o senhor faz por mim e por minha Alana. (T) Desculpa eu tá me
abrindo assim pro senhor, mas é porque eu tive um sonho tão estranho.
Sonhei com minha morte!
CÉSAR TEM UMA FORTE CRISE DE TOSSE SECA. LIA SE ASSUSTA. ALGUNS
SEGUNDOS DEPOIS A CRISE PASSA. CÉSAR RESPIRA FUNDO, TENTANDO SE
RECOMPOR.
TAKES DE LOCALIZAÇÃO.
GUSTAVO — É, mãe!
GUSTAVO — (CORTA) Não diga essa palavra, mãe. Pense que elas vão desaparecer,
como se nunca tivessem existido.
GUSTAVO — Sei que você falou tudo aquilo pro Inácio da boca pra fora. Esse namoro
está entalado na sua garganta como espinho de peixe. Te conheço, mãe!
VANDA — Falei aquilo pro Inácio não sair de casa. Não mudo uma vírgula no que
eu penso sobre essas duas, sobre esse namoro sem cabimento.
GUSTAVO — Então! Essa é a única forma de tirarmos essas duas golpistas das nossas
vidas de uma vez por todas. (T) Pense nisso como um investimento. Vamos
gastar cinquenta mil. Mas em troca estaremos resguardando nosso
Amar é Fogo Capítulo 02 Pag.: 9
VANDA — (INCOMODADA, TEMEROSA) Aí, meu filho. Eu nunca fiz uma coisa
dessa...
GUSTAVO — Não se preocupa com nada, mãe. Estou a frente de tudo. Só me arruma o
dinheiro, que você terá apenas a notícia que elas partiram dessa pra melhor.
VANDA — Cinquenta mil é muito dinheiro, Gustavo. Seu pai vai questionar.
GUSTAVO — O pai ganha milhões, mãe. O que são cinquenta mil? É só pensarmos em
uma desculpa, que tá tranquilo. Fala que vai fazer uma doação pra alguma
instituição de caridade. Você já faz tanta filantropia mesmo que o pai não
vai estranhar.
VANDA — Tá bom!
PEÃO — Bora trabalhar, home! Vai ficar aqui dentro o dia todo?
ISMAEL — Já tô indo!
PEÃO — (PRA SI) É cada peão preguiçoso que aparece por aqui.
ISMAEL — Se esse playboyzinho acha que vou me contentar só com essa grana tá
muito enganado.
CORTA PARA:
ISMAEL — (VOZ) Que Deus me perdoe por essas duas almas que vou despachar!
LIA ENROLA ALANA COM UM COBERTOR E DEPOIS FAZ O MESMO. ELAS PASSAM
PELOS CÔMODOS EM CHAMAS, EM DIREÇÃO A SAÍDA DOS FUNDOS. LIA PASSA
PELA IMAGEM DA SANTA.
ALANA SAÍ PELOS FUNDOS DA CASA, TOSSINDO MUITO. CORRE ATÉ A FRENTE DA
CASA E COMEÇA A GRITAR:
Amar é Fogo Capítulo 02 Pag.: 11
LIA SENTE QUE NÃO TEM COMO ESCAPAR. O DESESPERO TOMA CONTA DELA.
ESTÁ CERCADA PELAS CHAMAS.
FUSÃO PARA:
ISMAEL — Acorda!
ISMAEL — Não era pro cê tá viva! Era pra ter morrido no incêndio.
ALANA — Foi você quem colocou fogo na minha casa? Eu encontrei um galão de
gasolina.
ISMAEL — Eles queriam cês duas mortas. E eu não sou de deixar serviço pela
metade.
ALANA — Pode atirar. Não tenho medo de morrer. Vou ficar junto com minha mãe.
Sei que ela vai tá me esperando de braços abertos!
ISMAEL — Não sei o motivo, mas sim! Fica longe dessa família pro seu bem,
garota! Agora vai. Antes que eu me arrependa. Nunca mais coloque os pés
aqui!
CENA 23/ESTRADA/EXT/MADRUGADA
CENA 25/ESTRADA/EXT/MADRUGADA
GETÚLIO — Cê ficou doida, menina! Quase que eu te atropelo! Sorte que tô com o
caminhão vazio. Se ele tivesse cheio... Misericórdia!
GETÚLIO — Calma, menina! Tá tudo bem. Não vou te fazer mal. Meu nome é
Getúlio. Cê desmaiou de repente. Aí eu te trouxe pra dentro do meu
caminhão. Tá caindo uma chuva lá fora...
ALANA — Gente rica, poderosa, que acha que todo pobre é interesseiro,
ganancioso. Que não pode amar de verdade sem nenhum interesse. E por
isso tem que ser eliminado. (ARRASADA) Não tenho mais ninguém nessa
vida, moço. Não tenho pra onde ir. Preciso sumir, desaparecer. Eles não
podem saber que eu sobrevivi!
ALANA — (IMPLORA) Por favor me ajuda, moço! Me leva daqui. Me leva pra
onde cê tá indo. Me ajuda!
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GETÚLIO — Estou indo pra Belo Horizonte. É isso mesmo que você quer?
GETÚLIO — Pode. Mas chegando na minha casa quero saber direitinho dessa história.
E depois vamos na polícia.
ALANA — Alana!
GETÚLIO — Coloca o cinto e descansa, garota! Vai dar tudo certo, viu. Eu vou te
ajudar no que tiver ao meu alcance.
CENA 27/ESTRADA/EXT/MADRUGADA
GETÚLIO — (OFF) Cê parece ser uma garota forte! Vai conseguir dar a volta por
cima e superar tudo isso.
ALANA — Eu sei que não superei a morte da minha mãe. É uma dor que eu carrego
e vou carregar pra sempre.
TERAPEUTA — Não se recrimine por isso. A dor, a saudade pela perda de um ente
querido, é um companheiro que você não escolhe ter. Vai estar sempre ali,
do seu lado, acompanhando pra onde for.
ALANA — Sinto que só vou ter um pouco de conforto quando eu ver os culpados
por toda a tragédia que aconteceu na minha vida pagando por isso.
TERAPEUTA — Você se dá conta que não foi a morte da sua mãe que você não
conseguiu superar?
ALANA — O que eu vivi com o Inácio foi uma linda história de amor, com direito a
vilão e tragédia. Mas que terminou naquela madrugada.
ALANA — Eu lamento todos os dias por meu filho não poder conhecer o pai, saber
de toda a verdade. Mas é melhor assim. Pode ter se passado dez anos, mas
pra mim tudo ainda é muito vivo, muito recente. As feridas ainda estão
abertas e mexer nesse passado é como mexer nessa ferida que ainda não
cicatrizou.
TERAPEUTA — Você está punindo seu filho, privando que ele saiba da existência desse
pai, por uma decisão que você tomou como forma de se blindar, de se
defender desse passado que no fundo teme enfrentar.
ALANA — (OFF) O meu amor de mãe vai suprir a falta que ele sente desse pai. Um
pai que ele nunca vai conhecer. E eu um amor que nunca mais vou rever. O
que aconteceu comigo e com o Inácio morreu há dez anos atrás.
TERAPEUTA — (OFF) Pelo contrário! Ele continua vivo no filho que vocês tiveram.
STOCK-SHOTS.
LAÍS — Desculpa!
LAÍS — Acordei e não te encontrei na cama. Arminda me falou que você saiu
cedo. Mal tomou café.
INÁCIO — Tenho uma reunião com o conselho e preciso verificar uns documentos
antes. E você tava dormindo tão profundamente, que nem quis te acordar.
INÁCIO — Não vou te prometer, Laís. É uma reunião chata, sem hora pra acabar.
LAÍS — Você tá sempre sem tempo pra mim, Inácio! Só pensa no trabalho.
INÁCIO — Crise de ciúme agora não, Laís. Você sabe das responsabilidades que eu
tenho presidindo esse grupo. Não é fácil.
LAÍS — Sei que não é fácil. Sei da pressão que você sofre. Mas sou sua
namorada. Quero um tempinho pra gente. Há quanto tempo estamos
combinando aquela viagem pras Bahamas?
INÁCIO — Depois falamos disso. Agora eu preciso trabalhar. Prometo que assim
que acabar a reunião eu te ligo.
LAÍS — Tá bom!
LAÍS — Te amo, Inácio! Queria que você me disse ia as vezes. É bom ouvir que
se é amada, sábia?
LAÍS FECHA A PORTA. INÁCIO DIGERI POR ALGUNS SEGUNDOS O QUE OUVIU E
VOLTA PRO COMPUTADOR E ABRE A FOTO DE ALANA.
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LAÍS — Oi e tchau!
GUSTAVO — Para de gracinha! Estou cheio de saudades sua... Você nem me dá mais
atenção, não me procura.
LAÍS — Esqueceu que sou namorada do seu irmão e que você é casado?
LAÍS OLHA PRA CALÇA DE GUSTAVO, QUE ESTÁ TODO ANIMADO. CAM NÃO
DETALHA.
GUSTAVO — E você presta, né Laís? É por isso que nos damos bem. Não valemos
nada!
LAÍS — Se você não tá nem aí pro seu casamento, eu não quero perder o Inácio.
GUSTAVO — Por que você ainda perde tempo com meu irmão?
LAÍS — Não vou poder demorar muito. Tenho uma sessão de foto mais tarde.
LAÍS SAÍ.
GUSTAVO — (RINDO, DEBOCHADA) Que idiota! Não consegue ver que o Inácio
não tá nem aí pra ela!
SÉRGIO — Pensei dá gente ir no cinema hoje a noite, ver aquela comédia romântica
que tá todo mundo comentando, e depois comer um japa. O que acha?
ALANA — Hoje não dá, Sérgio. Amanhã pego a estrada cedo. Vou pra Ouro Preto
com meu filho.
SÉRGIO — (BRINCA) Não cabe mais um nessa viagem não? Posso ir na mala.
Nem vou ocupar espaço no carro.
ALANA — (ACHA GRAÇA) Bobo! É uma viagem de mãe e filho, Sérgio. O Túlio
vinha me cobrando que eu tava muito ausente, ficando pouco tempo com
ele. E é verdade. Tenho trabalhando tanto, que deixei meu pequeno em
segundo plano. Preciso dar mais atenção pro meu filhote, me policiar pra
que ele não sinta mais essa ausência.
SÉRGIO — Admiro muito você, Alana! Como bombeira e como mãe, como mulher!
ALANA — Amor de mãe é algo inexplicável. Nunca imaginei que eu ia amar tanto
esse serzinho que apareceu no meio do caos que minha estava. E que se
tornou a pessoa que eu mais amo no mundo!
SÉRGIO — E sobra que não sobra um pouquinho desse amor pra outra pessoa?
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MÃE — Tá bom!
ALANA — Já estava com o coração na mão dele não reagir. Cheguei a pensar no
pior!
CLOSE DE ALANA.
INÁCIO — (SEM ACREDITAR) Ficou doido, Gustavo? Não é uma resenha dos
amigos que você não vai poder ir. É uma reunião do conselho do grupo
Mantiqueira. Grupo esse onde você é o diretor financeiro.
GUSTAVO — Você sabe que meu lugar não era como diretor financeiro, mas sim
como presidente!
INÁCIO — Se você fosse responsável, levasse a vida com seriedade, quem sabe o
pai não tivesse escolhido você pra assumir essa posição!
GUSTAVO — Falou o filhinho perfeito, certinho. Ah, para, Inácio! Você adora julgar
os outros.
GUSTAVO — Você não me engana, Inácio! Essa imagem de bom moço, do bom filho,
de santinho, pra mim não cola! Você age como se não tivesse interesse
nenhum nesse cargo, que estaria apenas cumprindo uma vontade totalmente
errônea do nosso pai quando indicou seu nome pra assumir a presidência,
ao invés do meu, e aprovado por aquele bando de idiotas do conselho. Mas
sei que você sempre ambicionou essa presidência..
INÁCIO — Enquanto eu estava aqui, aprendendo tudo com o nosso pai, o que você
estava fazendo? Viajando, em festas,, gastando.... e sei lá mais o que.
Resumindo: vagabundando! Algo que você faz com maestria! (T) Se eu
estou aqui hoje é por merecimento e para cumprir sim, uma vontade do
nosso pai.
INÁCIO — Um bate e boca idiota, que acabou! (P/GUSTAVO) Não vou mais
discutir com você, Gustavo. Tenho uma reunião me esperando. Ao
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contrário de você, sei das minhas responsabilidades! E essa sua falta não
será justificada!
GUSTAVO — Você mesmo disse que tá cumprindo uma vontade do nosso pai. Se não
é sua vontade essa presidência, por que então não renuncia, abandona o
posto de presidente do Grupo Mantiqueira!
FIM