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ARTIGO OFICIAL
Contents
RESUMO
1. INTRODUÇÃO
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO: EVOLUÇÃO E CONCEITOS BÁSICOS
2.2 METODOLOGIAS DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
2.3 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NO BRASIL
3. METODOLOGIA
4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
RESUMO
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Planejamento Estratégico na Administração Pública em organizações
vinculadas á Secretaria Especial da Cultura: um estudo exploratório
1. INTRODUÇÃO
Planejamento é o inverso de improviso e exige que cada ação seja prevista cuidadosamente.
O planejamento é uma constante em todas as organizações e há três tipos de planejamento:
o planejamento estratégico, o planejamento tático e o planejamento operacional.
O estudo de como a Administração Pública Federal trata do planejamento das suas ações
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deverá ser estudado para ser bem compreendido tanto pelos cidadãos quanto por seus
servidores representantes das ações governamentais. Sendo assim torna-se fundamental
examinar como o Planejamento Estratégico em organizações públicas federais está sendo
elaborado.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
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estratégico na gestão de empresas pelo mundo. Ota (2014) relata com base em uma
pesquisa internacional que o planejamento estratégico (PE) é disseminado como uma
metodologia universalmente difundida entre as organizações. No que encontra corroboração
em Silva e Gonçalves (2011) o qual acentua seu uso no âmbito público e no privado para
dirimir dúvidas e direcionar os atos dos administradores.
O Pensamento Estratégico pode ser analisado com base em eventos históricos mais
detalhados ou em Escolas do Pensamento Estratégico. Na literatura da área há cerca de dez
pensamentos ou Escolas de Pensamento Estratégico elaborados por Henry Mintzberg e Igor
Ansoff. Conforme os estudos de Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2010, p.20) as Escolas de
Pensamento Estratégico foram assim apresentadas:
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A visão de futuro é a indicação do que a organização deseja para o futuro, aponta o futuro do
que a organização almeja. Conforme Souza (2010, p.25) “representa o sonho de realidade
futura de uma organização, o qual lhe serve de guia”. Os valores institucionais são elementos
em que os membros da organização confiam.
desenvolvida pela Harvard Business School. SWOT são as iniciais das palavras
Strengths, Weakness, Opportunities e threats e representam, respectivamente, a
análise das forças e fraquezas internas da organização em combinação com as
oportunidades e ameaças que o ambiente externo propicia (PEREIRA, 2006, p.1).
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proporcionam a explicitação do que deve ser feito pela empresa para que se
direcione ao alcance dos propósitos estabelecidos dentro de sua missão, de
acordo com sua postura estratégica, respeitando as macropolíticas, bem como as
ações estabelecidas pelas macroestratégias; e se direcionando para a visão
estabelecida, ou seja, o que a empresa quer ser (OLIVEIRA, 2007, p.52).
Nessa fase uma das etapas que podem ser utilizadas é o estabelecimento de objetivos,
desafios e metas. Outra das etapas envolve a prescrição de projetos, programas e planos de
ação.
Esse referencial teórico será fundamental na análise dos Planejamento Estratégico escolhidos
para a avaliação.
Nessa seção serão mostradas algumas das metodologias mais comuns utilizadas no
Planejamento Estratégico em organizações públicas. Silva e Gonçalves (2011, p.466)
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O Método Grumbach utiliza cenários prospectivos foi desenvolvido por Raul José dos Santos
Grumbach em 1996 no Brasil. Para Souza (2010) o Grumbach teve sua criação voltada para a
análise de cenários prospectivos, com o tempo direcionou-se para o planejamento
estratégico fundamentando-se nos cenários prospectivos, atualmente engloba a gestão
estratégica e o monitoramento de indicadores.
O Método Grumbach tem seu suporte nas subsequentes técnicas que devem ser aplicadas
nessa ordem exata: “1. Brainstorming, 2. Método Delphi, 3. Impactos cruzados, 4. Teorema
de Bayes, 5. Simulação Monte Carlo, 6. Teoria dos Jogos 7. Simulação e Construção de
Futuro” (RIBEIRO, 2006, p.3).
Criada no Japão na década de 1960 e utilizada pelos órgãos públicos existe uma outra
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Além de possuir uma ligação com o ciclo PDCA o Gerenciamento pelas Diretrizes (GPD) pode
ser utilizada em conjunto com o Balanced Sorecard. Silva e Gonçalves (2011) vaticinam que
o BSC é utilizado para o planejamento de longo alcance e o GPD transforma os objetivos
institucionais da empresa em objetivos próprios para cada funcionário. Sendo assim o GPD
oferece suporte ao BSC.
No que concerne ao Planejamento Estratégico há também uma distinção a ser feita entre o
Planejamento Estratégico Tradicional e o Planejamento Estratégico Situacional (PES). O
Planejamento Estratégico Tradicional é mais estático e “prevê” de forma inexata ou
imprudente todas as escolhas e ações envolvidas no planejamento. Na visão de Iida (1993) o
PES tem como característica sua maleabilidade pode ser adequado as diversas situações
enfrentadas pela empresa. O mais relevante na concepção desse autor é que o PES não
utiliza fórmulas genéricas e sim se adequá com base em estudos da organização para guiar o
administrador.
Nessa seção foram mostradas as metodologias mais comumente utilizadas nas instituições
públicas e a seguir algumas das particularidades relativas ao Planejamento Estratégico no
Brasil.
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mesmo o Planejamento Estratégico ser direcionado para as empresas privadas ele pode ser
usado em âmbito público com as devidas modificações.
Ainda sobre o planejamento estratégico nas organizações públicas a questão vai além de
recursos financeiros e orçamentários Giacoboo (1997, p.84) adverte:
Essas condições não existiam há duas ou três décadas atrás são muito importantes pois
adventos como a Internet e suas redes sociais, os Tribunais de contas e demais órgãos de
controle tornam um Planejamento Estratégico de longo prazo e devidamente registrado e
acessível para a população vital. A obrigação de prestar contas e de ter a devida
transparência são mais relevantes para um órgão público do que para uma empresa privada.
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Torna-se claro que o Planejamento Estratégico de uma organização pública federal envolve
não somente as questões técnicas encontradas na literatura como também as questões
legais as quais se submetem.
3. METODOLOGIA
Na pesquisa será utilizado o método indutivo em que se parte do particular para o geral e:
“a generalização não deve ser buscada aprioristicamente, mas constatada a partir da
observação de casos concretos suficientemente confirmadores dessa realidade” (GIL, 2008,
p.10). Nesse caso a premissa a ser avaliada é de como o Planejamento Estratégico é
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Para realizar esse artigo será feita uma pesquisa exploratória e uma pesquisa aplicada. Do
ponto de vista de Fleury e Werlang (2017) a pesquisa aplicada direciona-se para as questões
inerentes as ações institucionais e objetiva elaborar análises dos problemas e apontar
respostas para essas questões. Para Gil (2008) a pesquisa exploratória objetiva fornecer uma
visão ampla sobre um fato, particularmente quando o assunto foi pouco estudado.
Após a escolhas das instituições da Secretária Especial da Cultura que fariam parte desse
estudo foi realizada uma busca nos sites institucionais. Após essa busca foi possível localizar
o Planejamento Estratégico das organizações selecionadas. As instituições e os seus ciclos de
planejamento estão descritas a seguidas:
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A forma como o Planejamento Estratégico foi elaborado em cada instituição teve algumas
diferenças. A Subsecretária de Planejamento Orçamento e Governança (SPOG) pertencente
ao Ministério da Cidadania elaborou o Planejamento Estratégico do mesmo e foi muito bem-
sucedida. Nessa época vendo os resultados alcançados a Funarte realiza uma parceria para
elaborar seu próprio Planejamento. No entanto, a Funarte deixou de ser parte do Ministério
da Cidadania e passou a ser integrante do Ministério do Turismo. Sendo assim a elaboração
do Planejamento final ficou a cargo de servidores e técnicos da instituição.
A FCRB também solicitou apoio para o SPOG com a mesma lógica seguida pela Funarte e a
elaboração de seu Planejamento teve assessoria do órgão junto com seus colaboradores
próprios para realizar seu Planejamento Estratégico.
A FBN foi elaborado com representantes de todas as coordenações e sua Diretoria Executiva.
A metodologia do SPOG é uma mescla de BSC, Canvas e SWOT que foi usada na Funarte e na
FCRB. A FCRB declara o uso da análise SWOT e a FBN do BSC.
A seguir será apresentado um quadro comparativo baseado em Oliveira (2007) com relação a
fase I – Diagnóstico Estratégico do Planejamento Estratégico.
Nesse primeiro cotejamento com a literatura é preciso salientar que a literatura sobre
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Planejamento Estratégico é voltada para empresas que visam o lucro e tem concorrência o
que não é adequado para as organizações públicas. Talvez isso explique a ausência de
Análise de Ambiente Interno e Externo em duas instituições. Sobre os valores as instituições
analisadas além dos valores organizacionais também têm o valor público. Com relação a
valor público Teixeira (2012, p.3) afirma que: “criar valor público é oferecer respostas
efetivas a necessidades ou demandas coletivas que sejam politicamente desejadas
(legitimidade), cujos resultados modifiquem aspectos da sociedade”. O valor público justifica
a existência da organização perante a sociedade e é vital em uma organização pública.
Oliveira (2007) oferece elementos para subsidiar a fase II Missão da empresa conforme
demonstrado no próximo quadro.
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Instituição Indicadores
FCRB Sim
FBN Sim
Funarte Sim
FONTE: ROCHA, 2021
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Uma ressalva a ser feito é que o Planejamento Estratégico não é cumprido de forma integral
de acordo com o autor escolhido. Contudo, duas observações devem ser feitas: o
Planejamento Estratégico mostrado pelo autor é voltado para empresas e não para
organizações públicas; e não há uma fórmula universal de Planejamento Estratégico aplicado
para todas as empresas públicas e privadas. Oliveira (2007) apregoa a inexistência de uma
metodologia que pode ser usada de forma geral e irrestrita já que as empresas variam em
tamanho, escopo de negócios, formato e estilo de gerenciamento.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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metodologia universal de Planejamento que seja apropriado para todas as empresas. Então
algumas dessas fases sofreram alterações para se adequarem à Administração Pública
federal.
Interessante observar que duas fundações, Funarte e FCRB, tiveram consultoria externa da
Subsecretária de Planejamento Orçamento e Governança poupando valiosas verbas públicas
para o governo federal. No entanto, por conta de descontinuidades administrativas,
ocasionadas pela mudança de Ministérios, a Funarte não pode continuar com a consultoria da
SPOG. O Planejamento Estratégico previne descontinuidades administrativas e combinado a
análise do Ambiente Externo pode preparar a organização para essas transições
governamentais.
Uma limitação desse trabalho é que apesar da Secretaria Especial de Cultura ter quatro
fundações não foi possível obter em tempo hábil o Planejamento Estratégico da Fundação
Palmares.
REFERÊNCIAS
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FLEURY, Maria Tereza Leme; WERLANG, Sergio Ribeiro da Costa. Pesquisa aplicada: conceitos
e abordagens. Anuário de Pesquisa GVPesquisa, [S.l.], nov. 2017. Disponível em:
<http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/apgvpesquisa/article/view/72796>. Acesso em:
11 Jun. 2020.
GHELMAN, Silvio, COSTA, Stella Regina Reis. Adoção do Balanced Scorecard em organizações
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Disponível em:<https://simpep.feb.unesp.br/anais/anais_13/artigos/165.pdf>. Acesso em: 19
set.2020.
GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. Editora Atlas SA, 2008.
OTA, Eric Tatsuya. Os desafios para o uso do planejamento estratégico nas organizações
públicas: uma visão de especialistas. 2014. 112 f. 2014. Tese de Doutorado. Dissertação
(Mestrado em Administração)–Escola Brasileira de Administração Pública e Empresas, Centro
de Formação Acadêmica e Pesquisa, Rio de janeiro. Disponível
em:<https://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/handle/10438/11825 >. Acesso em 23 maio 2020.
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PALUDO, Augustinho Vicente. Administração Pública. 4.ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo:
Método, 2015.
RAUPP, Fabiano Maury; BEUREN, Ilse Maria. Metodologia da pesquisa aplicável às ciências
sociais. In. BEUREN, Ilse Maria (Org.). Como elaborar trabalhos monográficos em
contabilidade: teoria e prática. 3.ed. São Paulo: Atlas, 2006.
SANABIO, Marcos Tanure; SANTOS, Guilmar José dos; DAVID, Marcus Vinicius. Administração
pública contemporânea: política, democracia e gestão. Juiz de Fora : Ed. UFJF, 2013.
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[1]
Especialização em Gestão em Administração Pública (UFF), Especialização em Gestão
Pública Municipal (UFF). Graduação em Arquivologia (UFF), Biblioteconomia e Documentação
(UFF). Cursando Graduação em Administração Pública (UFF).
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