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CURSO DE ENFERMAGEM

ENFERMANAGEM NA ATENÇÃO PSICOSSOCIAL

RESENHA CRÍTICA

MYLENA BEIJO FEIJÓ

Vassouras
2023
CURSO DE ENFERMAGEM

ENFERMANAGEM NA ATENÇÃO PSICOSSOCIAL

RESENHA CRÍTICA

MYLENA BEIJO FEIJÓ

Resenha Crítica apresentada a Disciplina de


Enfermagem na Atenção Psicossocial do Curso de
Enfermagem.
Professora: Prof.ª Thainá Oliveira

Vassouras
2023
RESENHA CRÍTICA

O artigo intitulado “ traz as recomendações da Associação Brasileira de


Enfermeiros de Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Centro de Material e
Esterilização (SOBECC) sobre as sobre fluxo em cirurgia e endoscopia
coordenador do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Saúde Mental e
Atenção Psicossocial da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca
(Laps/ENSP/Fiocruz) e presidente da Associação Brasileira de Saúde Mental
(Abrasme), Paulo Amarante, fala, em entrevista à ENSP TV, sobre a proposta de
reformulação da Política Nacional de Saúde Mental e o que ela pode representar
para a área de saúde mental.
Como ponto de partida da entrevista, Amarante citou a grande preocupação
dos profissionais de saúde mental, pesquisadores usuários e familiares no
tratamento e na institucionalização da doença mental ao longo dos anos. Mencionou
o percurso histórico sobre como a Saúde Mental, ou melhor, como a doença mental
foi tratada e institucionalizada ao longo dos tempos.
Amarante destacou que com a Reforma, muitas pesssoas saíram dos
“manicômios” e tiveram a sua vida ressignificada, através de projetos criados
envolvendo pessoas nessa área e citou os equipamentos substitutivos criados na
assistência da saúde mental, como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), os
Núcleos de Atenção Psicossocial (NAPS), os centros de convivência, os lares
abrigados e os leitos psiquiátricos em hospital geral, ou seja as várias possibilidades
que foram criadas, na realidade do cenário da psiquiatria brasileira.
Ao longo da entrevista Paulo Amarante citou ressaltou que a Reforma
Psiquiátrica Brasileira começou a 40 anos atrás com a construção de práticas
alternativas e após substitutivas, devido a necessidade de superar um modelo
predominante que absorviam 97% dos recursos financeiros e apenas 3% destinados
a ambulatórios, sendo um modelo que tinha alta mortalidade e poder de exclusão e
ocupava na época 80 mil leitos psiquiátricos no Brasil. Amarante ainda falou que de
acordo com pesquisas realizadas verificou-se que a média de internação era de 21
anos, ou seja um modelo psiquiátrico que não produzia tratamento e cidadania.
Paulo Amarante destacou os avanços no campo do tratamento em Saúde
Mental no Brasil, a luta antimanicomial e o processo de desinstitucionalização da
doença, no campo das políticas públicas ou dos tratamentos especializados. No
entanto ressaltou que ainda pode-se observar inúmeras barreiras no que se refere à
continuidade desses avanços no campo da Saúde Mental.

Há que se admitir, contudo, que num cenário de referenciais éticos e,


sobretudo, de esperanças em torno da justiça social, uma discussão sobre Saúde
Mental é necessária. É assim que Paulo Amarante enfrenta o desafio de tratar de
modo acessível, temas que se estendem de discussões sobre a proposta de
reformulação da Política Nacional de Saúde Mental e Psicossocial.
Fica evidente na entrevista realizada por Amarante que o processo de
Reforma Psiquiátrica brasileira teve uma história própria, inscrita num contexto
internacional de mudanças e superação com possibilidade de construção de uma
rede de cuidados efetivamente substitutiva ao hospital psiquiátrico com a
substituição progressiva dos leitos psiquiátricos por uma rede integrada de atenção
à saúde mental, representando um avanço reconhecido pela organização mundial e
Pan-America da Saúde que reconhecem o Brasil como uma referência na saúde
mental e psicossocial.
Os apontamentos da entrevista não apenas se referem a como se deu a
construção dessa área ao longo do tempo, mas a como toda a conjuntura estrutural
desse campo se reflete na maneira como a Saúde Mental é concebida, interpretada
e ‘utilizada’ nos tempos contemporâneos.
Em suma, de uma maneira inclusive didática e com uma linguagem de bom
acesso, a entrevista de Paulo Amarante possibilitou ao ouvinte uma compreensão
ampliada acerca das discussões que envolvem o campo da Saúde Mental na
atualidade e a reformulação da Política Nacional de Saúde Mental no Brasil.

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